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/ DESCRIÇÃO A construção histórica da didática, os conceitos na área, os saberes docentes, as tendências pedagógicas em Educação Física, suas práticas didáticas e seus métodos de ensino. PROPÓSITO O termo didática é utilizado no sentido em que o professor se relaciona com os temas, materiais e ambientes em suas disciplinas. Desde a Antiguidade, existe preocupação com a arte de ensinar, porém, ao longo do tempo, a Didática passou a ser estudada como ciência. Dessa forma, compreender a importância da Didática para a Educação Física é fator importante para a implementação da prática pedagógica na atuação profissional da área. / OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer o conceito de didática, seu histórico e os saberes docentes do profissional de Educação Física MÓDULO 2 Identificar as tendências pedagógicas e suas implicações na prática do profissional de Educação Física MÓDULO 3 Reconhecer as práticas didáticas multiculturalmente orientadas e suas aplicações para o profissional Educação Física MÓDULO 4 Reconhecer os métodos e procedimentos em Educação Física INTRODUÇÃO / É difícil falar de Educação sem mencionar a Didática, pois esta faz parte do universo educacional. Ao longo do tempo, a definição de didática foi ganhando contornos mais amplos. Passou da simples forma em que o professor “transmite” o conhecimento, para ser definida com um ramo da ciência pedagógica que tem como objeto de estudo o processo de ensino-aprendizagem. A partir de agora, abordaremos os conceitos de Didática com suas mudanças ao longo do tempo, e os saberes docentes importantes para o desenvolvimento da Educação como um todo, mas buscando uma aplicação desses saberes para o profissional de Educação Física devido à sua especificidade de atuação. MÓDULO 1 Reconhecer o conceito de didática, seu histórico e os saberes docentes do profissional de Educação Física CONCEITUAÇÃO E HISTÓRICO A Didática faz parte das ciências pedagógicas e é entendida como a forma, os fundamentos, os métodos e as técnicas que possibilitam o processo de ensino-aprendizagem. Essa disciplina, que compreende todas as condições do processo de ensino, tem como finalidade proporcionar ao educador a melhor forma de organizar o ensino a partir dos conteúdos, proporcionando ao educando melhores condições de aprendizagem. De forma mais resumida, veja o fluxo a seguir: / Fonte: SANTANA, 2020 Organização da Pedagogia e da Didática dentro das Ciências Sociais. No que se refere à teoria da didática, entende-se que o termo indica a forma como o professor relaciona os temas de suas disciplinas, materiais, ambientes escolares e não escolares e a forma com que realiza as interações com os educandos. ATENÇÃO Devemos ressaltar a importância da didática para a formação do professor e para a aprendizagem do aluno, pois o processo de ensino-aprendizagem não deve se restringir apenas a um ator, mas ampliar a atuação para além do professor. / Fonte: Lisa F. Young/Shutterstock O conceito de didática é muito mais amplo do que apenas a ação do professor em sala de aula. Ele deve conter reflexões relacionadas à educação que venham a aderir às diversas perspectivas de aprendizagem, com metodologias e condições que superem as relações do ambiente escolar. A preocupação com a arte de ensinar faz-se presente desde a Antiguidade. Ao longo do tempo, a definição de didática foi se ampliando e passou a ser estudada como um ramo da ciência pedagógica. Sendo assim, é de extrema importância que a Didática como ciência seja compreendida e estudada profundamente, bem como todos os pressupostos da prática pedagógica. ATENÇÃO Vale ressaltar que a Didática tem abrangência nos métodos e técnicas que dão aos alunos possiblidades da compreensão dos conteúdos. No entanto, ela não é apenas um termo que qualifica o professor como bom ou mal, nem mesmo para qualificar materiais e métodos utilizados. Podemos compreender que a Didática é um ramo da ciência pedagógica que, baseada em funções educativas, disciplinas, materiais e métodos, objetivos de estudo e uma gama de outras vertentes tem como finalidade estabelecer relações para que possa haver melhor fluência no processo ensino-aprendizagem. A Didática é baseada na conversão de objetivos sociopolíticos e pedagógicos com objetivos de ensino. / Franco, Libâneo e Pimenta (2007) consideram que a construção das articulações entre as teorias educacionais e as práticas educativas devem ser reveladas como ações sociopolíticas e educativas da sociedade, orientando práticas que venham contribuir para a transformação e emancipação do indivíduo. Esse pensamento revela que a educação é um processo de formação que visa a melhoria das qualidades humanas, onde o processo de ensino-aprendizagem é o objeto maior da Didática. Esse processo é constituído por diversos saberes que visam identificar, organizar e viabilizar a atividade da aprendizagem. COMENTÁRIO A partir dessas compreensões, entende-se que o processo de ensino-aprendizagem está longe de se restringir apenas à transmissão do conhecimento do professor ao educando, assim como às fórmulas pré-estabelecidas e reproduções. A prática docente deve ser permeada de conteúdos reflexivos que têm como função despertar no aluno capacidades críticas que o conduza a transformações emancipadoras. A Didática, por sua abrangência e especificidade, é uma disciplina que completa outras devido à busca incessante por parte do professor pelo aprimoramento de sua forma de ensinar. Assim, sempre haverá novos desafios, pesquisas e descobertas em que o educador tem como objetivo melhorar a interação com os educandos. A procura pela melhor forma de desenvolver as atividades educativas faz com que o professor promova questionamentos e reflexões que envolvam o contexto pedagógico num todo, buscando qualidades que permitam o desenvolvimento pleno do processo de ensino-aprendizagem. A Didática, como prática pedagógica e instrumento emancipador, requer também uma reflexão filosófica que irá fomentar a interação entre a teoria e prática para que o educando compreenda os diálogos entre o indivíduo e a natureza, nos quais estes se transformam mutuamente. Dessa forma, a prática pedagógica deixa de ser um processo individual em que o professor é o protagonista e os alunos coadjuvantes e passa a ser fundamentada em uma relação harmoniosa entre docente e discente, na qual ambos estão imbuídos pela consciência de transformações coletivas e da humanização de todos. / Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock Outros fatores que embasam um processo de ensino-aprendizagem harmonioso são o diálogo docente/discente e a relação social entre eles, que deve ser uma tônica para que ambos aprendam. A integração docente/discente no contexto da prática pedagógica deve ser pautada pelas relações sociais amplas e irrestritas, não sendo baseada unicamente pela via da educação, mas sim como elemento de transformação da sociedade. A aprendizagem é uma tarefa individual, mas só é alcançada a partir de interações coletivas e de uma formulação sócio-histórica acerca da realidade do educando através da mediação do educador. Nesse sentido, Libâneo (2004, p. 6) afirma que: [...] A APRENDIZAGEM É UMA ARTICULAÇÃO DE PROCESSOS EXTERNOS E INTERNOS, VISANDO A INTERNALIZAÇÃO DE SIGNOS CULTURAIS PELO INDIVÍDUO, O QUE GERA UMA QUALIDADE / AUTORREGULADORA ÀS AÇÕES E AO COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS. Libâneo, 2004. Fonte: Autor/Shutterstock Assim podemos compreender que os conhecimentos pré-existentes do aluno e os novos conteúdos adquiridos no ambiente escolar, quando relacionados e desenvolvidos na teoria e na prática, propõem o desenvolvimento pleno do aluno. Isso não isenta o professor de conhecimentos profundos acerca dos conteúdos programáticos e de todos os atributos da função docente, pois o ensino em sala de aula exige formação, conhecimento do conteúdo, técnicas didáticas, organização, gestão e organização do tempo e do espaço,conhecimento prévio do aluno, equipamentos, materiais e todas outras variáveis importantes para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de excelência. A prática pedagógica é um processo de exercício da realidade que visa os desafios da aprendizagem e da vida, em que as descobertas da realidade do espaço e do tempo contribuem para a formulação de saberes. São ações dinâmicas em que os sujeitos devem construir com diálogo a transformação individual e social. Assim, a Didática tem importância significativa para a construção do conhecimento e da formação do educador para que este compreenda que não / pode ser apenas um transmissor de conhecimentos, alguém que se dedica à aprendizagem estática e mecânica, mas um profissional que promova uma prática educativa permeada de conteúdos e métodos dentro de um projeto histórico e social a ser desenvolvido em conjunto com o educando. ATENÇÃO Os pressupostos da prática pedagógica requerem atitude de investigação, reflexão e compreensão dos aspectos intrínsecos da educação no contexto da Educação e da Educação Física. O desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem deve atender a um currículo delineado pela relação de disciplinas, assuntos, conteúdos e de toda a gama de atividades que deverão ser cumpridas para que se atinja os objetivos estabelecidos. Para que esses objetivos sejam alcançados, é necessário haver a mobilização de todos os recursos materiais e humanos. Fonte: melitas/Shutterstock Dessa forma, fatores socioculturais e as condições internas dos indivíduos são importantes no seu desenvolvimento. Os conhecimentos sociais dos educandos devem ser levados em conta no / currículo escolar e fazer parte do processo de ensino-aprendizagem. A Educação deve conter elementos não materiais ligados a ideias, valores, conceitos, símbolos e hábitos que advêm de sua formação cultural. Partindo desse entendimento, é necessário não perder de vista a importância da transposição social, que deve ultrapassar os muros escolares para a composição do currículo escolar. SABERES DOCENTES O professor tem a incumbência de deter saberes variados sobre a Educação, pois ele tem como função educar crianças, jovens, adultos e idosos. A multiplicidade deve compreender o saber do professor ao contemplar diferentes teorias, habilidades e metodologias. Sendo assim, o saber dos professores é pautado em saberes curriculares, saberes da formação profissional e saberes da experiência. Não obstante a estes saberes, o professor deve ter consigo conhecimentos próprios de ensino, bem como um repertório vasto para atender a uma diversidade enorme de culturas e, assim, responder às exigências específicas de sua situação concreta de ensino. Isso exposto, podemos entender que o processo educacional é complexo, principalmente diante das manifestações concretas da sociedade atual. E para um melhor desenvolvimento, necessita de diversos saberes por parte do educador. O domínio dos seguintes saberes é necessário: SABER ATITUDINAL Saber inerente ao papel do professor, que abrange atitudes e posturas, tais como: disciplina, pontualidade, coerência, clareza, diálogo, respeito aos alunos, atenção às suas dificuldades, justiça e equidade. SABER CRÍTICO-CONTEXTUAL É o saber relativo às condições sociais e históricas determinadas para a tarefa educativa, em que o educador deve compreender o contexto social no qual o aluno está inserido, e ser capaz de detectar as necessidades presentes e futuras a serem atendidas no processo educativo, possibilitando a transformação educacional e social dos indivíduos. SABERES ESPECÍFICOS / São os saberes relacionados às disciplinas, que são oriundos das ciências, da natureza e das técnicas que servem como base de elementos educativos. Esses saberes são adquiridos pelos conhecimentos e pelo processo de formação do docente. SABER PEDAGÓGICO É o saber que parte das teorias educacionais, pautados nas ciências da educação, que visam a articulação e a orientação das teorias educacionais no trabalho educativo. Fornece ao docente a base de construção da perspectiva educativa. SABER DIDÁTICO-CURRICULAR É o saber relativo às formas de organização para a realização da atividade educativa, na qual o docente tem em vista a dinâmica do trabalho pedagógico, articulando com agentes, conteúdos, instrumentos e procedimentos para atingir os objetivos formulados. O profissional que domina esses saberes, que integram o processo de sua formação, tem um embasamento sólido para orientação, organização e funcionamento do trabalho dentro do contexto mais amplo de ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento dos currículos escolares ou fora do contexto escolar. Fonte: Syda Productions/Shutterstock / Os saberes docentes, além de importantes para o trabalho, fazem parte da didática desenvolvida pelo professor, pois orientam e contribuem de forma incontestável para construção do conhecimento do aluno, dando amplitude ao processo de ensino-aprendizagem. Salienta-se também que os saberes docentes são parte de um entendimento das ciências pedagógicas, porém é um conhecimento repleto de conteúdos de reflexão crítica que contribui para a transformação social e emancipadora do educando. ATENÇÃO Além dos saberes docentes, é importante ressaltar que as relações sociais estão em constante mudança, que, com a contemporaneidade, são aceleradas e dinâmicas, o que requer uma adaptação e aperfeiçoamento a novos conhecimentos praticamente a cada dia. O profissional deve realizar uma atualização histórica do conhecimento e das práticas para atender aos conteúdos de ensino, com uma didática atual, renovada e inovadora. OS SABERES DOCENTES NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO FÍSICA A Educação Física é uma disciplina que desenvolve as capacidades psicomotoras, cognitivas, sociais e afetivas do indivíduo. Ela requer do discente diversos saberes que possam auxiliá-lo no desenvolvimento de suas atividades laborais. / Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock A educação do corpo, no sentido mais amplo, pelo movimento, faz com que a Educação Física seja vista de forma global, pois nesse entendimento, proporcionará ao educando a ampliação da sua cultura corporal e cultural num todo de forma significativa. Para Darido e Sanchez Neto (2005), a Educação Física deve ser entendida como uma prática pedagógica capaz de desenvolver a cultura corporal do educando de forma que este tenha plena consciência da importância de suas potencialidades motora, cognitiva e social através do movimento corporal. As diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) colaboram para a orientação em relação às peculiaridades culturais e aos saberes necessários para o desenvolvimento da Educação num todo e no que se refere à Educação Física. Nesse sentido, vale ressaltar os objetivos a seguir (BRASIL, 1998, p. 47). Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência; conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal no Brasil e no mundo, percebendo-as como recurso valioso para a integração entre pessoas de diferentes grupos sociais. Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, alimentação, atividades corporais; solucionar problemas de ordem corporal em diferentes / contextos, regulando e dosando o esforço em nível compatível com as possibilidades. Conhecer a diversidade padrões de saúde, beleza e estética corporal que existem nos diferentes grupos sociais. Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividadescorporais e de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão. OS SABERES DOCENTES DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA No vídeo a seguir o professor destaca os saberes docentes relacionados à prática do profissional de Educação Física a partir de exemplos e da sua experiência profissional. / VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS A IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS PROCEDIMENTOS QUE COMPREENDEM O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM, EM QUE A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO SE TORNA CADA VEZ MAIS IMPORTANTE. NESSE CONTEXTO, PODEMOS COMPREENDER QUE A DIDÁTICA REPRESENTA: A) Todo conhecimento teórico adquirido pelo professor. B) A ação do professor em sala de aula. C) As perspectivas no sentido de identificar, organizar e viabilizar a atividade da aprendizagem. D) O processo de transmissão de conhecimento por parte do professor. E) A forma como o professor domina a turma. 2. A EDUCAÇÃO FÍSICA, COMO PARTE DO CURRÍCULO EDUCACIONAL, REQUER DO DISCENTE DIVERSOS SABERES QUE POSSAM AUXILIÁ-LO NO SENTIDO DE QUE SUAS ATIVIDADES LABORAIS ESTABELEÇAM RELAÇÕES EQUILIBRADAS E CONSTRUTIVAS PARA O / DESENVOLVIMENTO GLOBAL DO EDUCANDO. ASSIM, PODEMOS AFIRMAR QUE A EDUCAÇÃO FÍSICA: A) É pautada em exercícios físicos necessários para o aluno fique forte e com saúde. B) Deve ter como objetivo o desenvolvimento das capacidades psicomotora, cognitiva, social, afetiva do aluno. C) Tem como objetivo maior os padrões de saúde, beleza e estética corporal. D) Embora seja uma disciplina escolar, deve potencializar a parte física do aluno, pois este está em fase de crescimento. E) Deve privilegiar a coordenação motora dos alunos. GABARITO 1. Estudamos a importância dos diversos procedimentos que compreendem o processo de ensino aprendizagem, em que a relação professor-aluno se torna cada vez mais importante. Nesse contexto, podemos compreender que a Didática representa: A alternativa "C " está correta. A Didática é uma ciência pedagógica que abrange diversas diretrizes do processo de ensino- aprendizagem, abrangendo todas as formas e diretrizes das áreas de ensino, as condições físicas e materiais, os objetivos, métodos e procedimentos de ensino. 2. A Educação Física, como parte do currículo educacional, requer do discente diversos saberes que possam auxiliá-lo no sentido de que suas atividades laborais estabeleçam relações equilibradas e construtivas para o desenvolvimento global do educando. Assim, podemos afirmar que a Educação Física: A alternativa "B " está correta. A Educação Física é uma disciplina que procura potencializar o indivíduo de forma global, desenvolvendo a parte motora, cognitiva e social através do movimento corporal. / MÓDULO 2 Identificar as tendências pedagógicas e suas implicações na prática do profissional de Educação Física TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS A educação brasileira vem, ao longo dos tempos, passando por transformações diversas nos âmbitos ideológico e filosófico. Com essas transformações, é inevitável não ser influenciada por acontecimentos políticos, sociais e culturais. Nesse intervalo de tempo, correntes ideológicas discutem a “fórmula ideal” para o ensino, em que a educação tradicional é criticada pelo caráter conteudista e mais voltado aos interesses capitalistas, sem atender às necessidades de uma transformação social e emancipadora com abrangência da população mais carente da sociedade. Fonte: Natee K Jindakum/Shutterstock / Diante dessa perspectiva, com entendimento da necessidade de uma concepção do ensino mais democrático, crítico e transformador da sociedade, cresce a aceitação de novas tendências pedagógicas de ensino. As tendências pedagógicas são olhares que o indivíduo tem do mundo através de concepções do homem e da sociedade. No tocante aos profissionais de educação, torna-se importante esse olhar no sentido de que estes identifiquem a concepção pedagógica frente à realidade em seu contexto de atuação, quer no ambiente escolar, na comunidade escolar local ou em qualquer ambiente. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS Pensamentos filosóficos que surgiram no século XIX a partir da Revolução Francesa. No Brasil, esse entendimento surgiu na década de 1990, principalmente com Libâneo e Saviani, que propuseram reflexões acerca da pedagogia liberal e da pedagogia progressiva. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS A pedagogia liberal visa preparar o indivíduo para que ele desempenhe papéis sociais com intensidades e aptidões individuais, deixando claras as diferenças sociais, sem se importar com as desigualdades sociais. A pedagogia progressista é apresentada de forma crítica às realidades sociais, pois intenciona a compreensão da realidade social e histórica do indivíduo de forma crítica e evidencia o papel do sujeito, construindo sua realidade. São conservadoras e têm como meta que a escola prepare alunos para atuação social pautado em aptidões individuais, sem o espírito renovador e emancipador e sem pensar nas desigualdades sociais existentes. Existem quatro tendências pedagógicas liberais: tradicional, renovada, renovada não diretiva e tecnicista. javascript:void(0) / Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock TENDÊNCIA TRADICIONAL Teve início com os padres jesuítas, em 1549, com o objetivo da preparação dos alunos para assumirem os papéis na sociedade, apresentando como conteúdo o conhecimento moral e intelectual que garantiria a manutenção do modelo social e político burguês vigente. A tendência tradicional tem como principal característica a transmissão dos padrões, normas e modelos dominantes, privilegiando a perpetuação da divisão de classes sociais. Seus conteúdos não apresentam conexão com a realidade social e não indicam preocupação com a capacidade cognitiva dos alunos, visto que são impostos como verdade absoluta, de cima para baixo, ou seja: o professor é o dono do saber e ele sempre tem razão. A aprendizagem é repetitiva, mecânica e passiva, constituindo uma metodologia baseada na memorização. Os questionamentos são inexistentes e a aprendizagem ocorre através do próprio esforço. Pontos relevantes da tendência pedagógica tradicional: Preparação intelectual e moral dos alunos. A palavra do professor tem sempre predominância. O conhecimento é transmitido pelo professor. / É a tendência pedagógica centrada no professor, em que o saber é transmitido por ele e o aluno atua apenas como receptor dos ensinamentos. O foco principal é a memorização e a reprodução do que foi aprendido. Essa tendência apresenta uma relação vertical, na qual o educador é o detentor do saber, o ator principal do processo de ensino-aprendizagem, aquele que deposita o conhecimento e o educando é apenas o recebedor deste conhecimento, traçando uma educação de acomodação e afastada de questionamento, enfatizando a submissão ao poder vigente (FREIRE, 2009). Segundo Saviani (2010), no século XIX, com a adoção do Sistema Nacional de Ensino pelo governo brasileiro, sob a argumentação de que o estado tem o dever de promover a educação, a escola tradicional passou a ser o modelo de ensino de todo cidadão, atingindo principalmente a classe burguesa que ascendia no país. Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock TENDÊNCIA RENOVADA Na tendência renovada, a escola passa a adotar uma postura de maior liberdade com o educando, em que ele tem o papel de construir o próprio conhecimento. Os professores auxiliam nessa construção através de motivações às pesquisas e descobertas. Esse é o momento da autoaprendizagem. / Os conteúdos escolares se adequam aos interesses, ritmos e fases de raciocínio do aluno. As pesquisas e experimentos tornam sua metodologia voltada à descoberta por parte do aluno. Nessa tendência, o professor respeita o aluno e suas individualidades, constituindo o processo de ensino-aprendizagem através de planejamento e testes. Esta tendência pedagógica compreende que as necessidades individuais do aluno estão diretamente ligadas ao meio social em que este vive e,nesse sentido, a escola busca reproduzir um ambiente favorável para que ele construa o conhecimento através do ambiente estruturado. Pontos relevantes na tendência pedagógica renovada: Tem como base a estimulação e motivação para a resolução de problemas. Valoriza mais os processos cognitivos do que o conteúdo. O trabalho em grupo tem mais valor do que as atividades individuais. A participação do aluno torna-se fundamental, pois ele só irá aprender fazendo. O professor passa a ser um sujeito de facilitação, com capacidade de aceitar o aluno em sua totalidade. Essa tendência considera que a transmissão da cultura tem um papel preponderante para o desenvolvimento das aptidões do indivíduo, mas isto deve ocorrer apenas para que este propósito seja atingido. A Educação é um processo que deve nascer e se desenvolver intimamente em cada aluno, e nunca por intervenções externas, pois parte das necessidades e interesses individuais, indispensáveis para o aluno se adaptar ao meio em que vive (AZEVEDO, et al. 2012). / Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock TENDÊNCIA RENOVADA NÃO DIRETIVA A tendência renovada não diretiva, além das disciplinas comuns, tem como princípio a preocupação com o desenvolvimento da personalidade e com os problemas psicológicos do educando. Os trabalhos em grupos, as atividades de comunicação, a sensibilidade e a ênfase na expressão dos alunos são notórias nessa tendência pedagógica. Essa tendência também se preocupa com o desenvolvimento da personalidade do aluno, a realização pessoal e o autoconhecimento. A motivação é um dos vértices da tendência renovada não diretiva. Os conteúdos escolares passam a ser mais intenção da pessoalidade do aluno, com temas relativos aos seus interesses. As atividades desenvolvidas devem visar a sensibilidade, a expressão e a comunicação entre o indivíduo e entre os grupos. Nesse sentido, os trabalhos em grupo se tornam fundamentais e importantes. A relação aluno-professor é mais próxima e a afetividade passa a ser uma marca. Pontos a serem destacados na tendência renovada não diretiva: Importância nas relações interpessoais e no desenvolvimento pessoal. A escola se propõe a incentivar a formação de atitudes dos educandos. / A parte psicológica dos alunos faz parte da preocupação da escola. A educação é centrada no aluno. O professor é um facilitador da aprendizagem. A tendência pedagógica renovada não diretiva é pautada pela orientação para os objetivos do desenvolvimento pessoal através das potencialidades do educando, com experiências individuais por meio de desafios cognitivos e situações problemas, tendo o professor como um motivador desse processo (MACENA, 2002). Fonte: matimix/Shutterstock TENDÊNCIA TECNICISTA A tendência tecnicista é voltada para a capacitação do aluno para o mercado de trabalho, desenvolvendo habilidades específicas para tal. A relação professor-aluno é marcada por profissionalismo e os conteúdos têm uma sequência lógica e são muito técnicos. Ela tem como fundamento a preparação para o trabalho, com ênfase na profissionalização. É uma tendência pedagógica que modela o educando no sentido de integrá-lo à sociedade capitalista. O professor deve administrar os procedimentos didáticos, enquanto o aluno é apenas um recebedor de informações. / Nesse modelo pedagógico, a escola passa a ter seu objetivo voltado para o produto da sociedade capitalista e industrial. A produção da mão de obra qualificada para atender ao mercado cada vez mais exigente é a tônica do processo de ensino-aprendizagem. A sociedade atribui à escola a responsabilidade de especializar o aluno para o mercado de trabalho. O professor passa a ser um reprodutor de técnicas laborais específicas e pré-definidas por especialistas. Essa tendência pedagógica é baseada em princípios científicos em que os conteúdos são apresentados como verdades absolutas e disponibilizados aos educandos em forma de exercícios mecânicos, que são desenvolvidos através de experimentos e técnicas repetitivas. Pontos a serem destacados na tendência pedagógica tecnicista: A educação é voltada para o mercado de trabalho. A racionalidade, eficiência e produtividade são muito evidenciadas. Professores e alunos são cumpridores de tarefas. Ênfase nas técnicas de ensino. A escola modela o comportamento do aluno. TENDÊNCIA PEDAGÓGICA PROGRESSISTA A tendência progressista teve origem na França, em 1968, e surgiu no Brasil através da inquietação de vários educadores, fazendo crítica à sociedade de classe e à escola liberal, com o objetivo de transformar o processo de ensino-aprendizagem e a própria sociedade capitalista, se identificando como um instrumento de luta dos docentes por novas práticas sociais. Essa tendência apresenta um caráter contra a hegemonia de tais ideias pedagógicas e caminham em diferentes caminhos, sempre aliada às ciências sociais, com ideias que vão desde as progressistas até as radicais anarquistas (SAVIANI, 2010). Esta tendência surgiu no Brasil, na década de 1970, como uma corrente educacional que vislumbrava novos horizontes e uma nova concepção de Educação que garantisse um ensino de qualidade às camadas sociais mais populares. Teve como objetivo alcançar transformações sociais e econômicas junto com o desenvolvimento crítico do indivíduo e na concepção de uma escola que pudesse romper com os modelos liberais existentes. / Alicerçada nos ideais de Paulo Freire, que compreende que ensinar é um ato político, sem neutralidade social, independentemente de corrente ideológica ou filosófica, o movimento tomou corpo e intensidade dentro do contexto nacional. Existem três tipos de tendências pedagógicas progressistas: Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock TENDÊNCIA LIBERTADORA A tendência libertadora é caracterizada pela participação efetiva do indivíduo no contexto político, social e econômico em que está inserido, o que vem a contrariar o modelo liberal existente. Tem como papel a Educação como fator de transformação da realidade e dos conteúdos do aluno, extraindo os ensinamentos da prática social cotidiana do educando e dos grupos em que estes estão inseridos. A problematização vinda da experiência do convívio social é o que caracteriza sua metodologia, tendo como grande característica os grupos de discussão. A relação professor-aluno é dada de forma horizontal, sendo pautada na amizade e no diálogo, onde o professor compreende a os conhecimentos prévios do educando para juntos construírem o saber, pois ambos têm importância no processo de educar. Pontos a ser enfatizados na tendência pedagógica libertadora: / Educação problematizadora. Objetivo na transformação da realidade. Relação dialógica. Professor com a função de animador. A visão envolve a transformação. Proposição de questionamentos relacionados à realidade das relações do homem com a natureza e com outros homens. Os conteúdos como temas geradores Relação de igualdade entre aluno e professor. Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock TENDÊNCIA LIBERTÁRIA A corrente educacional que defende este modelo pedagógico compreende que o aluno é um indivíduo vigiado, que seus gestos geralmente são submissos e que a tendência pedagógica libertária vai contra este sistema, pois visa oferecer ao educando espaço para que ele possa desenvolver e exercer sua liberdade de movimentos e de pensamentos. Ela também possibilita que o professor aceite e confie em seus alunos. / A vivência grupal é que caracteriza a metodologia dessa tendência pedagógica. Ela acredita que, ao conscientizar politicamente o indivíduo, este passa a compreender melhor a escola democrática, o que resulta em conquistas sociais. A prática docente é dada na forma de orientação e as ideias e convicções do professor não são impostas. Essa tendência também compreende que a escola pode se tornar responsável por formar grupos de discussões sobre temas relacionados ao papel políticoda sociedade e, a partir daí, os indivíduos podem adquirir conhecimentos e base para as mudanças sociais necessárias ao seu crescimento. Nesse sentido, Luckesi (1999) enfatiza que o que é vivido e experimentado pode ser incorporado e utilizado em diversas situações, tornando o conhecimento fator preponderante para o saber e para o uso prático. Pontos a serem destacados na tendência pedagógica libertária: A educação tem como base a participação dos grupos, com ênfase em reuniões, assembleias, conselhos e eleições. A orientação é não ser diretiva. A aprendizagem é realizada através de grupos, informal. O professor é um orientador e os alunos livres. Fonte: Syda Productions/Shutterstock / TENDÊNCIA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS Surgiu no Brasil entre o final dos anos 1970 anos setenta e início dos anos 1980, tendo como principal preocupação uma educação enfática na transformação social e na consciência do aluno. Seus expoentes são os educadores Dermeval Saviani e José Carlos Libâneo. Nesta tendência pedagógica, a escola passa a garantir a apropriação crítica e a aquisição do conhecimento científico e universal. O método utilizado é o dialético, pautado pelo confronto de experiência pessoais dos educandos e o conteúdo escolar. Além das experiências dos alunos, o professor também se vale de suas experiências no sentido de ampliar o conhecimento e terem uma visão melhor da realidade que os cerca. Na década de 1980, após a I Conferência Brasileira de Educação, retoma-se os estudos críticos em Educação. Com o abrandamento do regime militar existente no país, começa a acontecer o clima de transição entre a restrição do exercício intelectual existente e a abertura política e embasada em teorias advindas do exterior e na pedagogia libertadora de Paulo Freire. Surge, então, a pedagogia crítico-social dos conteúdos (LIBÂNEO, 2013). Os conteúdos têm como base os ideais de Piaget, Vygotsky e Wallon, que acreditavam que o conhecimento se dá pela interação entre o sujeito e um objeto. Pontos relevantes da tendência pedagógica crítico-social dos conteúdos: Conteúdos embasados na socialização e na democratização da sociedade. Preparação do educando para o mundo adulto e contraditório. Contextualização curricular. Conhecimentos construídos pela experiência pessoal e de outros. Identifique a diferença entre as tendências pedagógicas com a relação professor-aluno: Liberal tradicional O professor é o senhor do saber, transmissor do conhecimento, e o aluno um receptor passivo. Liberal renovada Relacionamento professor-aluno equilibrado, apropriado e democrático. / Liberal renovada não-diretiva O docente é o facilitador da aprendizagem e o aluno tem o papel de construir o próprio conhecimento. Liberal tecnicista O professor tem o papel de administrar os procedimentos didáticos e o aluno deve receber as informações geralmente voltadas para o trabalho. Progressista libertadora A relação professor-aluno é embasada no diálogo. Progressista libertária Todos os envolvidos têm poder de decisão. Progressista crítico-social dos conteúdos A relação professor-aluno se efetiva na troca de conhecimentos e na interação entre conteúdos e a realidade social de ambos. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tendências pedagógicas e relação professor-aluno. (Fonte: SANTANA, 2020). TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E EDUCAÇÃO FÍSICA Em relação à Educação Física, por se tratar de uma disciplina inserida no contexto escolar, ela esteve sempre estar atrelada às tendências pedagógicas aplicadas a cada segmento, passando por períodos diversos. / FINAL DO SÉCULO XVIII E INÍCIO DO SÉCULO XIX A atenção mais voltada para os jogos, a ginástica, a dança e a equitação. Após esse período, a atuação foi mais voltada para o cuidado com o corpo. SÉCULO XX A Educação Física escolar no Brasil teve como base os movimentos ginásticos instruídos por militares. A primeira escola de formação de professores de Educação Física foi criada em 1939, tendo como ponto de interesse a prevenção da saúde dos alunos. A ginástica alemã passou a ser difundida em vários países, sendo utilizada nas escolas com adaptações para o ensino formal. As aulas eram ministradas por instrutores físicos e seu desenvolvimento era baseado na disciplina, obediência e respeito hierárquico e social. DÉCADAS DE 1950 E 1960 / Com o advento da televisão, quando os esportes passaram a ser mais divulgados, surge, no Brasil, o método da Educação Física desportiva generalizada, em que professores e alunos passaram a interagir mais e as modalidades esportivas individuais e coletivas se tornaram uma tônica nas escolas e clubes. O método da Educação Física Desportiva generalizada influenciou fortemente o desenvolvimento esportivo, cultural e social, passando a determinar os conteúdos a serem ensinados, interferindo na relação professor-aluno. Além disso, o desempenho na atividade desportiva proporcionou uma Educação Física racional, eficiente e produtiva (COLETIVO DE AUTORES, 1992). DÉCADAS DE 1970 E 1980 Atreladas às pedagogias renovadoras da educação brasileira, outras tendências da Educação Física foram surgindo, como a psicomotricidade, que é caracterizada por princípios filosóficos em torno da identidade, valores, limites e interesses comportamentais do indivíduo. No decorrer dos anos, outras abordagens foram acrescidas ao contexto da Educação Física em uma visão sistêmica e integral, com o objetivo do desenvolvimento psicomotor, afetivo, cognitivo e social do indivíduo. / Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock Seguindo as tendências pedagógicas da educação brasileira, surge, no âmbito da Educação Física, a abordagem crítico-emancipadora, com a proposta de que os alunos tenham liberdade de conhecer o mundo a partir do conhecimento didático sob reflexões críticas. Nesse contexto, cabe ao professor instigar os alunos a buscar respostas críticas a questões do conteúdo, contribuindo para que os educandos tenham competência social, objetiva e autonomia. / TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E EDUCAÇÃO FÍSICA Assista ao vídeo a seguir em que serão aprofundados os saberes docentes relacionados às tendências pedagógicas da Educação Física. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS SÃO PENSAMENTOS FILOSÓFICOS QUE PROPÕEM REFLEXÕES QUE TORNAM POSSÍVEIS A IDENTIFICAÇÃO E CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA PARA A ATUAÇÃO DO PROFESSOR, PROPORCIONANDO MAIOR EFICIÊNCIA E QUALIDADE NA SUA ATUAÇÃO DOCENTE. A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERAL TRADICIONAL FOI A PRIMEIRA TENDÊNCIA ADOTADA NO BRASIL. EM RELAÇÃO À TENDÊNCIA TRADICIONAL, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) A principal característica é a transmissão do conhecimento, em que o professor é o transmissor e o aluno, receptor passivo. B) Os conteúdos apresentados são conectados à realidade social do aluno. / C) São permitidos os questionamentos dos alunos para que a aprendizagem ocorra com mais fluidez. D) O professor exerce a função de facilitador para a construção do conhecimento. E) O aluno é o artífice do seu aprendizado. 2. A PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO, COMO MÃO DE OBRA QUALIFICADA PARA ATENDER AO MERCADO CADA VEZ MAIS EXIGENTE E ESPECIALIZADO, SEMPRE FOI UMA PREOCUPAÇÃO DENTRO DE UMA SOCIEDADE INDUSTRIAL E CAPITALISTA. QUAL É A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA QUE MAIS EVIDENCIOU ESSE CONCEITO? A) Tendência pedagógica tradicional. B) Tendência pedagógica renovada. C) Tendência pedagógica libertadora. D) Tendência pedagógica tecnicista. E) Tendência pedagógica higienista. GABARITO 1. As tendências pedagógicas são pensamentos filosóficos que propõem reflexões que tornam possíveis a identificação e concepção pedagógica para a atuação do professor, proporcionando maior eficiência e qualidade na sua atuação docente. A tendência pedagógica liberal tradicional foi a primeira tendência adotada no Brasil. Em relação à tendência tradicional, podemos afirmar que: A alternativa "A " está correta. Na tendênciapedagógica tradicional, a predominância é a transmissão de conhecimentos, padrões e normas, em que os conteúdos são passados ao aluno sem que este tenha oportunidade de questionamento. / 2. A preparação para o trabalho, como mão de obra qualificada para atender ao mercado cada vez mais exigente e especializado, sempre foi uma preocupação dentro de uma sociedade industrial e capitalista. Qual é a tendência pedagógica que mais evidenciou esse conceito? A alternativa "D " está correta. A tendência pedagógica tecnicista é voltada à capacitação do aluno para o mercado de trabalho, desenvolvendo habilidades específicas e deixando de lado outros aspectos como o aprendizado baseado em relações sociais. MÓDULO 3 Reconhecer as práticas didáticas multiculturalmente orientadas e suas aplicações para o profissional Educação Física PRÁTICAS DIDÁTICAS MULTI E INTERCULTURALMENTE ORIENTADAS A diversidade cultural é uma realidade existente em nosso país. No que diz respeito à Educação, isso fica mais evidente, pois o convívio no espaço escolar evidencia as diferenças de crenças, hábitos, costumes e conceitos contraditórios entre os educandos. Candau (2008) afirma que a discussão do multiculturalismo no contexto educacional é uma evidência clara da luta contra a marginalização, a opressão e a discriminação da minoria que historicamente tem sido submetida por grupos mais poderosos. Agora, vamos discutir conceitos e práticas didáticas acerca do multiculturalismo no sentido da compreensão da importância de uma educação inclusiva e emancipadora. / A diversidade da cultura brasileira é resultado da miscigenação entre brancos, índios e negros, que traziam fortes raízes como crenças, hábitos, costumes e conceitos, e, quando se viram convivendo no mesmo ambiente, os contraditórios foram aflorados. Isso gerou uma dificuldade para uma convivência harmônica do povo recém-formado e que perdura por séculos. Teve como consequência uma grande população de excluídos. A essa diferença racial foram agregados outros segmentos pautados em diferenças sexuais, portadores de algum tipo de deficiência, pobres e outras formas de relações consideradas fora do padrão de normalidade pela sociedade e, consequentemente, não aceitáveis. Fonte: Arthimedes/Shutterstock O Brasil é rico em diversidade em todos os sentidos, pois é constituído em sua sociedade por uma multiplicidade de identidades e modos de ser, com negros, brancos, indígenas, mulheres e homens formando uma sociedade miscigenada construída ao longo desses mais de quinhentos anos da história. Paralelamente a isso, a Educação foi embasada em políticas educacionais com orientação monocultural, que privilegiou homens, brancos, heterossexuais, cristãos e pessoas de classe econômica favorecida. A partir do exposto, entende-se que o reconhecimento do multiculturalismo no contexto educacional brasileiro passou a ser uma questão de justiça social com base nos direitos humanos. O conhecimento sobre a Didática é a matéria-prima necessária para que o professor tenha bom desenvolvimento em seu trabalho e a garantia do sucesso do processo de ensino-aprendizagem. / Cada vez mais, os alunos têm informações sobre o objeto de ensino e de uma gama enorme de informações. Assim, é preciso que o professor busque tirar proveito desse conhecimento prévio do educando, mesclando novas informações e se aprofundando no conteúdo específico das disciplinas. Para isso, o planejamento e a proposição de atividades com metodologias modernas são necessários. ATENÇÃO Nesse sentido, é importante que o docente crie e fortaleça mecanismos em que os alunos estejam engajados no processo de ensino-aprendizagem e, por muitas vezes, sejam coautores das práticas pedagógicas, junto aos professores. Esse compartilhamento estimula a busca pelo conhecimento e cria momentos de troca entre todos os atores. O conjunto de técnicas, metodologias e estratégias que o professor desenvolve tendo como foco o ensino e a promoção da aprendizagem dos alunos pode ser chamado de práticas didáticas. Com o processo de ensino-aprendizagem pautado em tendências pedagógicas modernas e inovadoras, é importante relacionar a Educação, com base na cultura e na sociedade em que o educando está inserido, à compreensão da multiculturalidade e da perspectiva intercultural, juntamente com as diferenças e a participação de todos os indivíduos independentemente de etnia, cor, credo, condição social ou de qualquer outro fator. O termo multiculturalismo, muitas vezes, não dá a dimensão da complexidade que o envolve. Mesmo com o currículo alicerçado em bases multiculturais, faz-se necessário uma maior atenção para que haja a inclusão das diferentes identidades existentes no contexto. Só com esse entendimento, podemos atingir uma educação coletiva, plural e igualitária. O pensamento do multiculturalismo não é uma ideia isolada, pois está ligado a fenômenos atuais como o pós-modernismo e o relativismo cultural. / Fonte: Freeograph/Shutterstock A educação pautada no multiculturalismo é a excelência do processo de ensino-aprendizagem baseado no relativismo cultural, que demonstra interação igualitária e respeita a diversidade existente na sociedade, sendo uma abordagem contrária a qualquer forma de preconceito e discriminação. CONCEITOS DE MULTICULTURAL E INTERCULTURAL O multiculturalismo é um conceito da Sociologia aplicado em estudos das ciências sociais e é chamado de multiculturalidade e pluralismo cultural. Antropólogos e sociólogos de diferentes linhas de pensamento acreditam que esta visão multicultural vem da influência europeia, que impôs uma cultura dominante e atua como referência para as demais culturas. Outros pensadores compreendem a existência de vários traços culturais das diversas etnias e defendem a existência de múltiplas culturas nos continentes, em especial no continente americano, que, por sua vez, tendem a harmonizar as possibilidades das relações globais. / A multiculturalidade representa uma abundância de opções simbólicas que proporciona o enriquecimento e fusões, permitindo a comunicação intercultural e aceitando o heterogêneo sem sublinhar as diferenças (CANCLINI, 2004). O respeito pelas culturas deve ser baseado na compreensão do diferente, de forma ampla, sem questionar a ideia de hábitos e costumes de um grupo ou classificar um ou outro grupo como superior ou comparar as culturas e hábitos de forma a apontar esta ou aquela como certa ou errada. Fonte: Prostock-studio/Shutterstock No Brasil, o processo de multiculturalismo está presente desde sua descoberta e deu-se a partir da migração, primeiramente dos portugueses, depois por vários indivíduos de outras nacionalidades, em destaque para os europeus. A integração entre portugueses e indígenas, a princípio, foi dada como um choque, visto as diferenças nas culturas. Mas, ao longo do tempo, pela necessidade dos portugueses viverem nesse novo ambiente e pelo índios sentirem, por necessidade ou por ensinamento, a importância de muitos hábitos dos portugueses, estes também foram se adequando a nova realidade. Hábitos como tomar banho diariamente, as roupas e tantos outros foram adquiridos. Nesse sentido, entende-se que esse foi o início do multiculturalismo no Brasil. Por ser um país continental, com clima tropical ao longo de praticamente todo o ano e rico em diversidades, a partir do descobrimento, recebemos pessoas de diversos países e continentes, como alemães, italianos, espanhóis, franceses, holandeses, africanos. Essa mistura de etnias miscigenou nosso povo. O que não parou, pois devido à receptividade do brasileiro, que é conhecida no mundo todo, a diversidade cultural, as diferentes cores de pele, os diversos costumes, a liberdade de credo e por ser um país de fronteiras abertas, cada vez mais recebemos pessoas de diversas localidades do mundo. Estes trazem consigo seus hábitos e costumes, dando novos contornos ao nosso conjunto multicultural. / Paracompreender o multiculturalismo, é necessário identificar a diferença entre etnocentrismo e relativismo cultural, visto que são perspectivas antropológicas ligadas ao julgamento do outro, tendo como referência a sua cultura, sua vivência e sua experiência. Etnocentrismo A palavra etnocentrismo é formada pela justaposição do grego ethnos, que quer dizer tribo, nação, pessoas que vivem juntas, e centrismo, que representa centro. É um conceito utilizado pela Antropologia que demonstra a visão que o indivíduo tem por alguém, colocando a própria cultura, o seu grupo e seus hábitos como sendo o centro de tudo, como referência quando comparados ao outro. Desta forma, colocam-se num plano de importância maior que as outras culturas e sociedades. Baseado no entendimento cultural, o indivíduo etnocêntrico considera sua própria cultura melhor que as demais, o que pode demonstrar a interpretação de ideias sem fundamentação e originar preconceitos. O conhecimento de outras culturas e da variedade de hábitos de outras sociedades e de outros povos pode levar a pessoa ao desrespeito, à intolerância e à depreciação de pessoas diferentes, o que pode levar a problemas extremos de atitudes radicais, preconceituosas e xenofóbicas. Relativismo cultural O relativismo cultural difere do etnocentrismo quando compreende as diversas culturas de forma livre, sem julgar o outro a partir de determinada cultura e seus hábitos, não fazendo comparações e colocando sua cultura como modelo. A visão neutra sobre as diferenças de hábitos, comportamentos e crenças evita o enfrentamento do que parece estranho. Assim, passa-se a entender com mais naturalidade os choques culturais inevitáveis no convívio de pessoas de diferentes sociedades. Sendo assim, ser relativista cultural é não fazer julgamentos, deixando sua cultura à parte com a finalidade de entender melhor o outro. A visão etnocêntrica tem, na própria cultura, o ponto de comparação com as demais culturas. A visão do relativismo problematiza o entendimento do choque cultural, mas de forma que busque compreender a diversidade, os sistemas, os hábitos, os / símbolos e todas as práticas das diferentes sociedades. Nesse entendimento, surge a aceitação, mesmo com as discordâncias existentes. No contexto escolar, a multiculturalidade está implícita nas práticas inclusivas, em que a educação deve ser para todos, independentemente de cor, credo, etnia, gênero e, até mesmo, de alguma patologia existente. Desde que as políticas públicas de educação passaram a observar os princípios inclusivos com a proposta de Educação para Todos, mudanças estão ocorrendo em toda estrutura educacional, seja pela resistência e o medo frente ao desconhecido, seja pela necessidade de uma educação de qualidade. A qualidade na educação de uma nação não se refere somente a dados estatísticos, mas ao respeito em se tratar a diversidade de sua população, atendendo as especificidades de todos (SILVA, 2014, p. 6). COMENTÁRIO A Didática enquanto conhecimento, técnica e prática pedagógica atrelada à diversidade cultural e social apresenta reflexões sobre a sociedade para que, a partir desse entendimento, seja possível estabelecer uma educação de excelência. O multiculturalismo não é recente e não está limitado ao campo teórico, mas ligado a diversos segmentos. Consequentemente, podemos identificar a necessidade de pesquisas e ações para propostas curriculares voltadas à articulação do domínio do conhecimento da Didática pensada para a realidade brasileira. Candau (2012) afirmou que educação intercultural deve ter um enfoque global, com a participação de todos os atores, incluindo todas as dimensões do processo educativo, com consequências na seleção curricular, na organização escolar, nas linguagens, nas práticas didáticas, nas atividades extraclasse, no papel do professor e na relação com a comunidade. Essa reflexão nos leva a compreender a necessidade de práticas emancipadoras que pensem, discutam e abordem temas referentes às diferenças, preconceitos, discriminação, igualdade e desigualdade. Assim, as diversas identidades existentes que compõem o grupo dos excluídos poderão estar inseridos no processo de ensino-aprendizagem e na sociedade. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBN) dispõe que o processo educativo requer ações contínuas que se utilizem da cultura do educando para a sua humanização e emancipação / social e educacional. Portanto, existe a necessidade de uma escola inclusiva que permita a participação de todos, estabelecendo uma reestruturação da cultura com práticas educacionais que contemplem a diversidade dos alunos de forma humanística e democrática, pois só assim o ambiente escolar será de inserção social de todos. Fonte: Monkey Business/Shutterstock COMENTÁRIO Silva Neto et al. (2018) compreenderam que a escola deve ter um ambiente multicultural, diversificado, para atender um público com objetivos, ideologias e necessidades diferenciadas. Enfim, essa deve ser uma característica para acolher indivíduos com diferentes aspectos religiosos, políticos, sociais etc. A escola será responsável pela transformação do indivíduo, o que corresponde a um conjunto de alterações comportamentais que refletem aprendizagem. No que se refere à Educação Física, as dificuldades de lidar com a manifestação e a valorização das diferenças é uma realidade. / ATENÇÃO Vale ressaltar que, por ter conteúdos teóricos e práticos, em que a cognição e as habilidades físicas podem ser evidenciadas, cabe ao profissional de Educação Física atuar com uma maior preocupação no trabalho com as diferenças e com a preparação para o convívio em uma sociedade multicultural, na qual as diferenças de natureza étnica, de gênero, de habilidades, de orientação sexual, de origem social e de qualquer outra natureza sejam respeitadas e valorizadas. As práticas didáticas de Educação Física devem ser permeadas por temas e atividades plurais contextualizadas nas práticas sociais e embasadas por elementos da cultura intelectual e motora dos educandos e/ou dos diversos grupos sociais para que a disciplina atue como parte da educação inclusiva e multicultural. Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock Mesquita e Rosado (2009) compreendem que, apesar da existência de uma pedagogia geral, faz- se necessário o desenvolvimento de uma didática específica no âmbito da Educação Física, do Desporto e do Lazer para que se obtenha uma perspectiva intercultural. Diante dos temas diversidade e inclusão, a Educação Física tem que ser estabelecida como uma disciplina que deve priorizar o desenvolvimento pleno do educando, em que todas as condições / de igualdade precisam ser criadas para evitar a exclusão e buscar a formação de indivíduos ativos, participativos e críticos dentro de um sistema educacional de qualidade. RELATIVISMO CULTURAL E EDUCAÇÃO FÍSICA No vídeo a seguir serão discutidos os saberes relacionados ao relativismo cultural e à Educação Física. / VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A DIVERSIDADE CULTURAL COMPREENDE OS PROCESSOS QUE DETERMINAM AS DIFERENÇAS ENTRE AS CULTURAS, COMO AS TRADIÇÕES, A LINGUAGEM, A CULINÁRIA, A RELIGIÃO, OS COSTUMES, A POLÍTICA E OUTRAS CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DE CADA SOCIEDADE. A PARTIR DESSE ENTENDIMENTO, QUAL É A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO POVO BRASILEIRO RELACIONADA AO ASPECTO DA DIVERSIDADE CULTURAL? A) Como o país foi colonizado pelos portugueses, a população branca tem prevalência sobre as demais. B) A população negra é evidenciada pela existência de índios no nosso território no momento da chegada dos portugueses. C) A miscigenação entre brancos, índios e negros, cada um com suas peculiaridades culturais, que promoveu uma sociedade caracterizada pela multiplicidade. D) A miscigenação entre brancos, índios e negros, mas que não interferiu na diversidade cultural brasileira. E) O povo brasileiro é muito homogêneo e nossa cultura é muito limitada. 2. O CONCEITO DE ETNOCENTRISMO PARTE DE UMALÓGICA QUE INTERPRETA AS DIFERENÇAS CULTURAIS HUMANAS, ESTABELECENDO CRITÉRIOS DE SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS POVOS. O INDIVÍDUO ETNOCÊNTRICO É ALGUÉM QUE COLOCA A SUA CULTURA COMO REFERÊNCIA, COMO O CENTRO DE TUDO. ISSO EVIDENCIA QUE O INDIVÍDUO ETNOCÊNTRICO: / A) Apesar de colocar sua cultura como referência, aceita as demais e entende que existem outras culturas tão importantes quanto a sua. B) Reconhece e respeita todas as formas de cultura que há no mundo. C) Parte do pressuposto que cada cultura se expressa de forma diferente e isso torna os indivíduos iguais. D) Se acha em um plano mais importante que as outras pessoas das demais culturas e sociedades. E) Não liga para a sua cultura e não tentar impor seus valores culturais. GABARITO 1. A diversidade cultural compreende os processos que determinam as diferenças entre as culturas, como as tradições, a linguagem, a culinária, a religião, os costumes, a política e outras características típicas de cada sociedade. A partir desse entendimento, qual é a principal característica do povo brasileiro relacionada ao aspecto da diversidade cultural? A alternativa "C " está correta. A diversidade da cultura brasileira está relacionada à miscigenação entre brancos, índios e negros. Cada um desses grupos possui suas próprias crenças, hábitos, costumes e conceitos. Podemos observar isso no nosso cotidiano, através da nossa música, da diversidade de danças, na forma de falar e se vestir e em outras diversas situações. 2. O conceito de etnocentrismo parte de uma lógica que interpreta as diferenças culturais humanas, estabelecendo critérios de superioridade e inferioridade para a classificação dos povos. O indivíduo etnocêntrico é alguém que coloca a sua cultura como referência, como o centro de tudo. Isso evidencia que o indivíduo etnocêntrico: A alternativa "D " está correta. / O etnocentrismo é um conceito que descreve o ato de considerar que a própria cultura, grupo e hábitos estão corretos e que deveriam servir de base para todos, ou seja, indica que determinado indivíduo ou grupo define a sua cultura como o centro de tudo. Esse conceito é contrário ao de diversidade e não ajustado ao mundo atual, em que a tônica é o respeito ao próximo e a inclusão social. MÓDULO 4 Reconhecer os métodos e procedimentos em Educação Física OS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM O processo de ensino-aprendizagem deve ser pautado pela relação entre professor e aluno, mas a eficácia desse processo depende do planejamento do professor e dos seus métodos de ensino. O meio que o professor utiliza para que o aluno compreenda o conteúdo de sua disciplina pode ser considerado como seu método de ensino. A escolha do melhor método de ensino a ser utilizado é uma das dificuldades encontradas pelos docentes. Fonte: Rawpixel/Shutterstock / No início da história da Pedagogia e da Didática, os métodos de ensino eram dados através de longas explicações por parte do professor e de repetições rigorosas. O professor expunha o conteúdo para o aluno e este, sem qualquer oportunidade de argumentação, recebia esta exposição. Esse método era de memorização por repetição. Método significa caminho para chegar a um fim. Assim, com base nesse significado, podemos compreender que método de ensino é um procedimento didático-pedagógico utilizado para atingir um objetivo previsto. O estudante que tivesse a maior capacidade de “gravar” em sua memória as informações era considerado bom aluno e o professor era considerado eficiente. Esse entendimento errôneo, em que não existia a discussão, o questionamento e a interação aluno-professor, aluno-aluno deu-se por muitos anos, sendo aprovado pelos profissionais e pela sociedade. Esse processo de ensino-aprendizagem era desgastante, cansativo, enfadonho e não proporcionava ao aluno a possibilidade de exercitar realmente a inteligência, já que era apenas um ato de memorização. Fonte: artnana/Shutterstock Com a evolução das sociedades e da interação, diversos estudiosos da Didática e da Pedagogia compreenderam que o processo de ensino-aprendizagem necessitava de métodos mais humanizados, nos quais o aluno poderia aprender sem imposição. / Fonte: Domínio público/wikipedia Com seus estudos em termos de Política e Educação, Rousseau revolucionou a abordagem pedagógica, destacando o sujeito, refutando a abordagem que compreendia a criança como um ser já pronto (MANACORDA, 2010). A partir desse entendimento, houve a participação docente na busca incessante de métodos de ensino que pudessem contribuir para o despertar e ampliar o pensamento do educando e para aguçar a curiosidade de quem busca o saber. Assim, torna-se fundamental a forma como o professor apresenta os conteúdos, pois dela dependerá a compreensão dos alunos com suas diferenças culturais e sociais, além da individualidade biológica comum a cada indivíduo, fatos marcantes para que a educação tenha múltiplas formas de ser desenvolvida. ATENÇÃO Vale ressaltar que o método de ensino não é apenas a seleção de procedimentos de ensino. Sua abrangência é maior, pois estão atrelados à adequação dos procedimentos para que os objetivos sejam atingidos, o entendimento da natureza dos conteúdos e de que forma é possível dar efetividade a eles, além das condições materiais e físicas que encontrará para que os objetivos / sejam alcançados, o tempo disponível e conhecimento alunos, como faixa etária, nível de conhecimento e condição social. CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO Os métodos de ensino são modelos pautados em conhecimentos teóricos que dão suporte à criação de currículos que abrangem o conteúdo escolar e orientam o processo de ensino- aprendizagem. Haydt (2006) classifica os métodos de ensino da seguinte forma: MÉTODO INDIVIDUALIZADO DE ENSINO São aqueles que, mesmo acontecendo em um ambiente coletivo, privilegiam atendimento personalizado, tendo a pessoalidade como marca. Suas características são o ritmo que permite ao aluno prosseguir no tempo adequado a sua possibilidade, o avanço dos estudos na medida em que o indivíduo se sinta seguro para tal e uma atenção maior do professor no planejamento, que deve planejar formas diferentes de desenvolvimento do conteúdo e da avaliação. Como exemplo de atividades do método individualizado, temos a arguição, a leitura dirigida, a pesquisa individual, oficinas, tarefas dirigidas, trabalhos individuais, solução de problemas e aulas expositivas. MÉTODOS SOCIALIZADOS DE ENSINO São aqueles realizados através do coletivo de alunos, em que todos realizem atividades diversas. A forma mais efetiva desse método é o trabalho em grupo, em que a interação social e a busca pelo desenvolvimento do conhecimento são as metas. A troca de experiências e a integração com o meio social são premissas importantes, aliadas à elevação dos níveis cognitivos e afetivos, sendo marcada pela realização de atividades de dramatização, estudo de caso, trabalhos em grupos, dentre outros. Como exemplo de atividades dos métodos socializados, podemos citar as discussões, os debates, os simpósios, os painéis, os grupos de estudo, as mesas redondas, os fóruns e os seminários. MÉTODOS SOCIOINDIVIDUALIZADOS / São métodos desenvolvidos sob a orientação dos dois métodos supracitados, no qual as ações são apresentadas através de experiências individuais ou de trabalhos em que os grupos interajam. No método socioindividualizado, é comum a realização de atividades que prevaleçam a solução as pesquisas, as aulas expositivas dialogadas, estudos de caso e outras em que a atuação individual seja realizada com a interação do grupo. A formação do cidadão se dá através das decisões com base no seu raciocínio. O método é uma configuração teórica e não existe um modelo ideal. Cabe ao professor perceber o contexto e, partindo dessa percepção, verificar o melhor procedimento para que o grupo tenha melhor aprendizagem. Vale ressaltar quea aprendizagem deve ser pautada na construção do conhecimento de forma participativa do educando, estimulando o pensamento prático e socialmente desenvolvido. É importante compreender e identificar qual metodologia será a mais adequada para que o processo de ensino-aprendizagem seja desenvolvido de forma mais eficaz. Dessa forma, será necessário definir as estratégias. Assim, para efetivar o processo educacional, o professor pode utilizar métodos individuais, socializados ou socioindividuais, sempre com o objetivo da excelência do ensino. No contexto histórico brasileiro, diversas formas de ensino foram utilizadas, sendo muitas advindas de modelos pré-estabelecidos fora da nossa realidade que, aos poucos, foram sendo excluídas pelos educadores brasileiros por entenderem que estavam fora da realidade do processo de ensino-aprendizagem nacional. Veja alguns métodos de ensino que já foram ou são utilizados no Brasil: MÉTODO DE ENSINO TRADICIONAL Se dá a partir do princípio em que o professor é um transmissor de conhecimento e o aluno, um ouvinte. Os conteúdos são preparados previamente e transmitidos sem nenhuma contextualização ou indagação do aluno. A função é que o educando assimile e memorize o que foi passado pelo professor. As aulas são padronizadas com materiais prontos que têm como objetivo a aquisição de conhecimentos técnicos que os alunos estudam para tirarem boas notas. O método de ensino tradicional é pautado na máxima de que o professor é o detentor do conhecimento e se limita ao modelo em que o professor ensina e o aluno aprende. O professor / define os conteúdos que serão repassados aos alunos, a organização da turma e tudo que será realizado para o processo ensino-aprendizagem (SANTOS, 2011). MÉTODO CONSTRUTIVISTA DE ENSINO O método construtivista é oposto ao modelo tradicional. Nele, o aluno torna-se o ator principal. O professor é um facilitador, disponibilizando o necessário para a construção do conhecimento. Esse método surgiu inspirado nos estudos de Piaget, que acreditava que as interações entre o sujeito e o meio podem construir o conhecimento. A principal característica do método é a colocação do aluno como protagonista do processo de ensino-aprendizagem. Para que este método tenha êxito, é necessário que as turmas possuam um número reduzido de alunos para que os professores possam acompanhá-los mais de perto, personalizando o ensino de acordo com as necessidades. O objetivo é que, a partir do conhecimento da realidade do aluno, da interação com o ambiente e com outros conhecimentos adquiridos, seja possível encontrar respostas e construir o conhecimento. É um método que estimula o educando a participar de debates, ao experimento, à pesquisa, ao desenvolvimento do raciocínio e à autoavaliação. No método construtivista, o professor passa e ter papel de mediador. MÉTODO DE ENSINO FREIREANO Desenvolvido por Paulo Freire, foi evidenciado por conteúdos que priorizam as vivências, compreendendo que os saberes prévios de cada indivíduo irão contribuir para a construção de novos conhecimentos. A proposta dessa metodologia é que a vivência dos alunos permite uma leitura do mundo mesmo antes de empreenderem os estudos. Esse método pode utilizar a vivência em favor da aquisição de novos conhecimentos. Ele compreende que o professor deve conhecer o aluno desde seu contexto social até suas aptidões para que possa elaborar temáticas para serem trabalhadas em sala de aula. O método também sinaliza que o processo de ensino-aprendizagem se dá através de temas comuns aos educandos para que o conhecimento seja adquirido através da discussão. Para que o método tenha êxito, é necessário o estímulo à criticidade dos alunos, pois assim se alcançará soluções para os problemas. / Quando os saberes do educando são respeitados, e é realizada uma discussão no sentido de conectar-se ao currículo e aos problemas sociais que cercam a realidade do aluno, ele passa a ser inserido como sujeito ativo e objeto de construção do seu próprio conhecimento (FREIRE, 2014). MÉTODO MONTESSORI DE ENSINO O ensino é pautado em um conjunto de teorias e materiais didáticos. O educando tem autonomia durante o processo de ensino-aprendizagem, e o professor é um facilitador que monitora o aluno, verificando a evolução e descobrindo possíveis bloqueios na aprendizagem, sempre na intenção de que este adquira o conhecimento. Os pilares educacionais do método Montessori são: A autoeducação em que o aluno tem todos os elementos que propiciam o desenvolvimento com seu próprio esforço, seu ritmo e seus interesses. A educação cósmica que auxilia o indivíduo na compreensão e no seu papel no mundo. A educação que enfoca a interrelação do aluno com o fenômeno educativo compreendido pela ciência. O ambiente preparado, que é entendido como o local ideal para que o aluno se desenvolva com plenitude e liberdade, seja na escola ou na sua casa. O adulto preparado, que é o profissional com conhecimento amplo do desenvolvimento infantil e das ferramentas educativas que darão apoio ao educando. A criança equilibrada, que é entendida como qualquer criança no seu processo natural de desenvolvimento que está apta à autoeducação. Um método de procedimentos de ensino não se mantém para sempre. A complexidade das sociedades, as diferentes culturas e a evolução natural do mundo fazem com que as formas de aprendizagem se adaptem aos diferentes setores e tecnologias a cada momento. SAIBA MAIS / A Educação Física também acompanha esse desenvolvimento. No Brasil, a disciplina teve seu período pautado no método tradicional quando, na Primeira República, no final do império, a intenção maior das atividades físicas era uma sociedade livre de doenças. Posteriormente, houve uma preocupação da formação com a intenção de formar um indivíduo disciplinado. Com os novos métodos de ensino na educação brasileira, a Educação Física foi se adaptando e a autorreflexão por parte dos alunos foi sendo inserida nas aulas, com a intenção de oportunizar aos alunos mais liberdade na aquisição do conhecimento. Os pressupostos de Paulo Freire são perfeitamente adequados à Educação Física, pois o indivíduo deve, a partir do movimento corporal, gerar situações pedagógicas problematizadas no contexto das aulas e, sob a interferência e diálogo com o professor, chegar a uma solução de corpo inteiro (SCAGLIA, 2004). O método de ensino freireano tem seu espaço no contexto do processo de ensino-aprendizagem da Educação Física quando consideramos a compreensão que a didática dialógica passa a ser desenvolvida para a construção da cidadania. Fonte: SpeedKingz/Shutterstock / MÉTODOS DE ENSINO E EDUCAÇÃO FÍSICA Neste vídeo serão aprofundados os saberes relacionados aos métodos de ensino e à Educação Física. VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1. A EXPOSIÇÃO DO CONTEÚDO PELO PROFESSOR PARA QUE O ALUNO ABSORVA, SEM QUE SEJA DADO A ESTE A OPORTUNIDADE DE ARGUMENTAR, É UM PROCESSO UTILIZADO DESDE O INÍCIO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL. COM RELAÇÃO AO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM QUE O PROFESSOR EXPÕE O CONTEÚDO E O ALUNO “GRAVA” O QUE LHE FOI PASSADO, PODEMOS DIZER QUE, NO LUGAR DE PROMOVER A APRENDIZAGEM, TEMOS: A) Uma aprendizagem de memorização, repetitiva e mecânica. B) Um ato de assimilação e dos conteúdos em forma de aprendizagem. C) A aprendizagem através do desenvolvimento do indivíduo. D) Aprendizagem com desenvolvimento do raciocínio. E) Um método inovador. 2. OS MÉTODOS DE ENSINO SÃO MODELOS PAUTADOS EM CONHECIMENTOS TEÓRICOS QUE DÃO SUPORTE À CRIAÇÃO DE CURRÍCULOS QUE ABRANGEM O CONTEÚDO ESCOLAR E ORIENTAM O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM. A ESSE RESPEITO, PODEMOS AFIRMAR QUE OS MÉTODOS SOCIOINDIVIDUALIZADOS: A) Têm como marca a coletividade e priorizam o indivíduo. B) Apresentam características que em determinados momentos priorizem o indivíduo e em outros o coletivo. C) Têm como característica principal o desenvolvimento da individualidade. D) Têm como meta desenvolvero coletivo. E) Priorizam o desenvolvimento de características técnicas. GABARITO / 1. A exposição do conteúdo pelo professor para que o aluno absorva, sem que seja dado a este a oportunidade de argumentar, é um processo utilizado desde o início da Educação no Brasil. Com relação ao processo de ensino-aprendizagem em que o professor expõe o conteúdo e o aluno “grava” o que lhe foi passado, podemos dizer que, no lugar de promover a aprendizagem, temos: A alternativa "A " está correta. A situação descrita na questão apresenta a Pedagogia e a Didática baseadas em métodos de ensino em que o professor apresenta o conteúdo para o aluno sem qualquer oportunidade de argumentação. O aluno apenas recebe esta exposição, que é compreendida como memorização através da repetição. Esse método tem a sua importância quando o aluno está nas fases iniciais do aprendizado, mas, posteriormente, falha, pois inibe uma visão mais ampla e a criatividade. 2. Os métodos de ensino são modelos pautados em conhecimentos teóricos que dão suporte à criação de currículos que abrangem o conteúdo escolar e orientam o processo de ensino-aprendizagem. A esse respeito, podemos afirmar que os métodos socioindividualizados: A alternativa "B " está correta. Os métodos socioindividualizados englobam ações apresentadas através de experiências individuais ou por meio da interação de grupos durante a realização de trabalhos. Assim, os alunos conseguem desenvolver atividades que requerem um maior nível de atenção de maneira individual e a capacidade de trabalhar em grupo, que é extremamente necessária no mundo atual. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS / Vimos que a Didática é uma disciplina de grande importância para o profissional de Educação Física, pois permite uma interação dialógica entre docente, discente e os conteúdos educacionais. O desenvolvimento da Didática permitiu que os profissionais da Educação interligassem condições, princípios, finalidades, conteúdos, objetivos, métodos e a organização do processo de ensino-aprendizagem. O domínio dessas bases teóricas, científicas e técnicas promove maior segurança profissional e proporciona melhor desempenho e qualidade do trabalho. A Didática deve ser entendida como primordial para a formação do professor. Ela está inserida como uma disciplina que define a estruturação do processo de ensinar unificando a teoria e prática. REFERÊNCIAS AZEVEDO, A. J. de. FREITAS, V. C. de; MIGLIORINI, M. C.; SARTORI, M. A pedagogia renovada progressivista na prática docente de uma escola de ensino fundamental. Revista Científica Eletrônica de Pedagogia. 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CONTEUDISTA Edwar Santos Santana CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); / / DESCRIÇÃO Caracterização dos principais métodos de ensino da Educação Física e suas aplicações. PROPÓSITO Conhecer os principais métodos de ensino da Educação Física, distinguindo-os segundo seus princípios, características, finalidades e usos para o desenvolvimento de aulas eficientes e diversificadas. OBJETIVOS / MÓDULO 1 Diferenciar o conjunto de métodos de ensino expositivos do conjunto de métodos de ensino investigativos, analisando suas aplicações. MÓDULO 2 Reconhecer as características e a aplicabilidade dos métodos convencionais no ensino da Educação Física. MÓDULO 3 Analisar as características dos Estilos de Ensino de Mosston e Ashworth, considerando as capacidades humanas de reprodução e produção de novas ideias. MÓDULO 1 Diferenciar o conjunto de métodos de ensino expositivos do conjunto de métodos de ensino investigativos, analisando suas aplicações CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉTODOS DE ENSINO Uma das preocupações mais comuns no ensino de Educação Física, esporte, jogo, dança, luta e ginástica diz respeito ao “como fazer”, ao “saber fazer”. Tão importante quanto “o que fazer” e “por / que fazer”, o como fazer é uma condição importante para o êxito na organização e na direção de aulas de Educação Física e de outros programas de práticas corporais orientadas. A partir de agora, iremos diferenciar dois grandes conjuntos de métodos de ensino: os métodos expositivos
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