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DESCRIÇÃO A cidadania embasada no direito civil, político e social do indivíduo, oportunizando a participação na sociedade com liberdade, poder de decisão política e com o mínimo de bem-estar. PROPÓSITO Reconhecer a importância de questões relativas a direitos sociais, meio ambiente, cidadania, sustentabilidade e responsabilidade social, além de abordagens como racismo e discriminação presentes na Constituição Federal Brasileira de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, conteúdos fundamentais para a boa formação geral e atuação profissional. OBJETIVOS MÓDULO 1 Conceituar cultura a partir da construção da cultura brasileira MÓDULO 2 Compreender a importância dos direitos sociais na formação da cidadania MÓDULO 3 Compreender o que é educação ambiental MÓDULO 4 Identificar o papel da Educação Física para a ética e a responsabilidade social MÓDULO 1 Conceituar cultura a partir da construção da cultura brasileira INTRODUÇÃO Para começarmos, é importante conceituar e compreender o que é cultura, pois, embora seja assunto universal, está diretamente ligado aos hábitos e costumes de cada sociedade. De modo específico, incialmente, serão abordados tópicos sobre a cultura brasileira, a situação atual dos povos indígenas e a inserção do negro na sociedade brasileira contemporânea. Fonte: Shutterstock.com CONCEITUAÇÃO DE CULTURA A DEFINIÇÃO DE CULTURA PASSA PELO ENVOLVIMENTO DE DIVERSOS VALORES QUE O INDIVÍDUO, COMO PARTE DE UM GRUPO SOCIAL, VIVENCIA NO SEU DIA A DIA. DESTE MODO, CULTURA PASSA A SER O CONJUNTO DE CONHECIMENTOS, VALORES, IDEIAS, TRADIÇÕES, COSTUMES E AS DIVERSAS PRÁTICAS QUE CARACTERIZAM UM GRUPO SOCIAL, SEJA QUAL FOR ESSE GRUPO: FAMILIAR, RELIGIOSO, ÉTNICO, ESCOLAR OU QUALQUER OUTRO QUE POSSA EXISTIR. Um dos conceitos que melhor define a cultura é o de Tylor (2009), o qual descreve que a cultura é o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade. A cultura manifesta-se no cotidiano através da interação entre as pessoas que compõem o grupo, onde os hábitos e atitudes são partilhados e as atividades e relações passam de indivíduo para indivíduo e de geração para geração. O conjunto de valores adquiridos ao longo do tempo pelo grupo dão a cada sociedade sua característica e seu status, caracterizando a cultura independentemente de compreender se existe uma identificada como superior ou inferior. Nesse sentido, deve-se apenas compreender que as culturas têm características próprias sendo, portanto, diferentes. COMENTÁRIO Devemos salientar também que a cultura não é estática, pois, ao longo da existência de um indivíduo, há interação com diferentes pessoas e grupos sociais. Com isso, novos hábitos e valores são agregados e produzem novas manifestações culturais. O ser humano detém mecanismos com capacidade para adaptar-se ao meio em que vive. Esses mecanismos promovem no indivíduo a captação e transmissão permanente de conhecimentos e costumes, o que proporciona a incorporação de novos hábitos, valores e vivências que o transforma, assim como o grupo. Ramos (2003) afirma que o ser humano está na sociedade com sua pessoalidade, consciência e individualidade e que a relação com o outro, dentro de um grupo social, determina mudanças consideráveis em seus hábitos e valores. Assim, é possível compreender que a cultura sofre influência direta dos hábitos e valores da sociedade que pertencemos. Esse processo de transformação é constante e permanente, pois vivemos em coletividade. Para conhecer o indivíduo, é importante estudar a sociedade que ele está inserido, pois as influências culturais advindas do grupo fornecem elementos fundamentais para a compreensão do comportamento humano. De acordo com Savoia (1989), para conhecer o indivíduo, é necessário conhecer os grupos internos (família, vizinhança, escola) e os externos (clubes sociais, clubes esportivos, instituições religiosas) ao qual ele pertence. A CULTURA BRASILEIRA A cultura brasileira deu-se a partir da contribuição de diversas etnias, assim, nossa população foi construída de maneira miscigenada. No entanto, alguns valores contribuíram na formação de nossa população antes do descobrimento através da cultura indígena. Posteriormente, com o envolvimento dos portugueses, dos escravos trazidos da África e dos povos europeus no período colonial, o processo de miscigenação foi ampliado. Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com O povo internalizou características próprias de cada etnia. Dos índios herdou os métodos primitivos da caça, alguns tipos de comida, como a mandioca, o milho e seus derivados, a influência da caça e da pesca, o ritmo musical, ervas medicinais, brincadeiras infantis etc. Fonte: Shutterstock.com Dos africanos, a musicalidade e a dança foram costumes que se adaptaram a nossa cultura, como o samba, o cateretê e o jongo. Agregaram-se instrumentos musicais como tambor, atabaque, javascript:void(0) javascript:void(0) berimbau e cuíca. O vocabulário brasileiro também incorporou diversas palavras de origem africana, como canjica, samba, acarajé, umbanda, muamba e outras. Outra influência africana foi a culinária, onde a pimenta, o azeite de dendê e o acarajé são exemplos marcantes. CATERETÊ Dança rural muito difundida em que os participantes formam duas filas, uma de homens e outra de mulheres e, ao som de música, sapateiam e batem palmas. Fonte: Oxford Languages. JONGO Dança de roda de origem africana do tipo batuque ou samba, com acompanhamento de tambores, solista no centro e eventual presença da umbigada e cujo canto é do tipo estrofe e refrão. Fonte: Oxford Languages. SOUZA E GUASTI (2018) AFIRMAM QUE OS COSTUMES AFRICANOS ESTÃO ENRAIZADOS NO NOSSO POVO E FAZEM PARTE DA CULTURA BRASILEIRA. OS TRAÇOS CULTURAIS AFRICANOS ESTÃO PRESENTES NA EXPRESSÃO, NA ALEGRIA CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO, NA PREDILEÇÃO POR CORES VIVAS, NOS HÁBITOS DE VESTIR, NA MUSICALIDADE, NA DIVERSIDADE DAS DANÇAS ETC. Além dos traços culturais dos índios e dos africanos, foram os europeus, principalmente, os portugueses, os principais influenciadores na cultura brasileira. A mais forte e evidente herança portuguesa na cultura brasileira está no idioma, na língua portuguesa falada por todos os habitantes brasileiros. Outra evidência é a religião católica, que é a crença da maioria do nosso povo. VOCÊ SABIA O folclore brasileiro também sofreu grande influência da cultura portuguesa, assim como a culinária, em que os pratos típicos brasileiros foram adaptados de pratos portugueses. Os traços culturais deixados pelos portugueses no Brasil são mostras da ação civilizatória marcante que, mesmo com a independência, não deixaria de existir, pois já estava enraizada em nosso povo, demonstrando a legitimidade cultural absorvida pela colonização portuguesa (BOTO, 2000). A própria perspectiva da ação civilizatória remete a um recorte cultural. É o modo como eu concebo a mim mesmo que me leva a nomear o outro. Este, portanto, só existe pelo contraponto, pela distinção, pela comparação. É assim também com os povos. Em alguma medida, o Brasil, mesmo o Brasil independente, ganharia legitimidade de existência perante sua analogia e suposta filiação com Portugal. Fonte: Shutterstock.com Através dos portugueses e de outros povos europeus, a arte, a literatura, a arquitetura, a pintura e a música influenciaram na formação cultural brasileira. Pode-se citar como exemplo o barroco, o rococó e as pinturas coloniais. Percebe-se que a base cultural brasileira teve como influência três etnias distintas: negros, índios e brancos, caracterizada assim pela mestiçagem racial e pela fusão da cultura indígena, europeia e africana. A SITUAÇÃO ATUAL DOS POVOS INDÍGENAS O TERMO ÍNDIO OU INDÍGENA É DADO COMO IDENTIFICAÇÃO GENERALIZADA POR UM MEMBRO DE GRUPO OU COMUNIDADE INDÍGENA FORMADA POR HERANÇA CULTURAL DO PERÍODO DE COLONIZAÇÃO.Fonte: Shutterstock.com Apesar de os índios terem língua e costumes diferentes do restante da população, por serem minoria, têm que adquirir conhecimentos e culturas externas para a convivência com a cultura dominante. Também estão subordinados às leis do país em que vivem e, perante elas, devem reivindicar seus direitos. Segundo o IBGE (2010), a população indígena brasileira atual é composta de 896,9 mil indivíduos, divididos em 305 etnias. A maior população indígena brasileira é formada pelos Guaranis, com uma população estimada em 51.000 índios. Essa etnia, porém, possui poucas terras, pois, durante os últimos 100 anos, parte do território dos Guaranis foi transformado em grandes fazendas de gado, plantações de soja e de cana-de-açúcar. As comunidades Guarani, geralmente, vivem em reservas superlotadas e outras vivem sob lonas na beira das estradas. A maior população indígena amazônica é a Tikúna, com 6,8% da população indígena total do Brasil e os que possuem o maior território são os Yanomamis, com cerca de 19.000 índios, que vivem relativamente isolados no norte da Amazônia e ocupam um território de 9,4 milhões de hectares. Sabe-se também que existem muitas etnias indígenas da Amazônia que contam com menos de 1.000 índios. Pode-se dar como exemplos o povo Awá, que, na atualidade, é composto por apenas 450 índios e o povo Akuntsu, que também tem sua população estimada em 450 integrantes. O BRASIL É O PAÍS QUE MAIS POSSUI POVOS INDÍGENAS ISOLADOS, DEVIDO AO EXTENSO TERRITÓRIO E À VASTA ÁREA DE FLORESTA. EXISTE A ESTIMATIVA QUE CERCA DE 80 GRUPOS VIVEM ISOLADOS NA LOCALIDADE DO VALE DO JAVARI, NO ESTADO DO AMAZONAS E EM ÁREAS DE FRONTEIRA PROTEGIDAS NO ESTADO DO ACRE. Devido à exploração da madeira por pessoas e empresas poderosas, os índios isolados são muito vulneráveis e não é raro sofrerem ataques violentos por parte dos exploradores. No último censo demográfico, foi identificado pelo IBGE (2010) que 76,9% da população indígena fala português e que os povos indígenas estão presentes nas cinco regiões do Brasil. A região Norte tem a maior concentração, com 342,8 mil índios, e a menor, na região Sul, com 78,8 mil indígenas. Do total de indígenas no Brasil, aproximadamente 502.783 vivem na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras. DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENA (números em %) Norte Nordeste Sudeste Sul Centro A região norte tem a maior concentração de indígenas. Fonte: IBGE, 2010. Os índios isolados nas florestas vivem próximos a rios e tem sua subsistência da caça, da pesca e da colheita. São ávidos em cultivarem plantas medicinais e se utilizam da natureza para tirarem, além do sustento, tudo que for possível para sua sobrevivência, principalmente, mandioca, batata doce, milho, banana, abacaxi, algumas outras raízes e folhagens de muitos animais e aves, além dos pescados. Alguns povos, como Awá e Maku, que possuem pequenos grupos familiares e poucas posses, são nômades e vivem mudando de lugares, erguendo abrigos de folhagens fáceis de montar para se moverem com facilidade pela floresta. Como todos os indígenas, têm facilidade de terem a topografia, a fauna e a flora da região em que habitam detalhadas em suas mentes, algumas tribos usam tochas de resina e caçam à noite. Existem também tribos de indígenas que vivem em malocas, casas grandes que abrigam diversas famílias. Os povos indígenas têm conexões espirituais profundas e trazem com eles diversos mitos e ritos. Fazem uso de pintura para externar suas seitas e alguns usam plantas alucinógenas para conectarem-se com os espíritos. Também existem povos que veem no poder da dança o caminho para suas crenças e a conexão com os espíritos. Os mitos e ritos espirituais das tribos indígenas deixaram marcas que promovem uma reflexão e instigam a religiosidade atual, pois, através do sincretismo, muitos indígenas aderiram à religião católica e ao protestantismo. Mesmo havendo uma fusão de elementos diversos, a identidade religiosa e espiritual indígena ainda se faz presente (BARCELOS, FARIAS, 2012). Durante a discussão da Constituição Brasileira de 1988, os índios e seus apoiadores pressionaram os constituintes para terem mais direitos e conseguiram muitos avanços, embora ainda careça que sejam reconhecidos diversos outros direitos. Existe a controvérsia de que o homem branco tem preconceito com os índios, limitam seus direitos e exploram seus territórios. No entanto, há evidências de que muitos índios e alguns povos facilitam a exploração em troca de benefícios que ferem seus deveres e leis. A Amazônia, berço maior dos índios, principalmente nas áreas mais remotas, vive sob ameaça permanente, pois a riqueza mineral, hídrica e da própria floresta são motivos de interesse do mundo inteiro. Pelo fato de as terras indígenas estarem localizadas exatamente nessa região, há disputas e preocupação constante em preservar esse território e protegê-lo dos grandes complexos empresariais. No Brasil, existem cerca de 200 organizações indígenas que lutam para que os direitos conquistados sejam mantidos e que sua cultura seja preservada. Um desafio muito grande face ao desenvolvimento mundial, principalmente no que se refere à tecnologia. É notório que o maior objetivo dos povos indígenas é o controle sobre suas terras, pois o direito de posse foi sua maior conquista. A Amazônia, berço maior dos índios, principalmente nas áreas mais remotas, vive sob ameaça permanente, pois a riqueza mineral, hídrica e da própria floresta são motivos de interesse do mundo inteiro. Pelo fato de as terras indígenas estarem localizadas exatamente nessa região, há disputas e preocupação constante em preservar esse território e protegê-lo dos grandes complexos empresariais. No Brasil, existem cerca de 200 organizações indígenas que lutam para que os direitos conquistados sejam mantidos e que sua cultura seja preservada. Um desafio muito grande face ao desenvolvimento mundial, principalmente no que se refere à tecnologia. É notório que o maior objetivo dos povos indígenas é o controle sobre suas terras, pois o direito de posse foi sua maior conquista. Fonte:Shutterstock A INSERÇÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA Desde a colonização, as relações sociais no Brasil estiveram subjugadas ao critério racial e às desigualdades interraciais, que sempre foram fatores de discórdias. A princípio, houve a ideia do embranquecimento como concepção de uma miscigenação que selecionava as pessoas. Depois, com o mito da democracia racial, construiu-se uma imagem em que aparecia as relações raciais brasileiras como pacíficas. O negro aportou no Brasil vindo da África, trazido como mão de obra escrava para propiciar aos brancos a acumulação de riquezas. DURANTE TREZENTOS ANOS, A ESCRAVIDÃO NEGRA FOI SUSTENTADA NO PAÍS, TENDO COMO OBJETIVOS A AGRICULTURA DE EXPORTAÇÃO E A ECONOMIA. O COLONIZADOR VISAVA SUPRIR A EUROPA COM A PRODUÇÃO BRASILEIRA OFERECENDO BAIXO CUSTO, MAS EXPLORANDO A MÃO DE OBRA ESCRAVA DOS NEGROS, SEM OBSERVAR OS REFLEXOS SOCIAIS QUE ERAM PRODUZIDOS. Fonte: Wikimedia Commons/ Jean-Baptiste Debret / Domínio público. Uma família brasileira no Rio de Janeiro por Debret Para Fernandes (2004), a escravidão brasileira utilizou-se do esforço do ser humano com objetivo do comércio e o negro escravo se tornou um bem mercantil que era explorado pelos colonizadores. O negro africano passou a fazer parte da sociedade brasileira, porém, sem autonomia ou vontade própria, sendo utilizado somente como meio de produzir riqueza através do trabalho forçado. Durante trezentos anos, a economia brasileira foi sustentada pelo trabalho escravo e, mesmo sofrendo pressão internacional pelo fim da escravidão, somente a partir do final do século XIX surgiram leis que deram início ao processo de abolição. Nesse período, alegando propósitos humanitários, mas, com intenções nitidamente econômicas, os ingleses pressionaram o Brasil pela abolição da escravatura.O primeiro passo foi em 1871, com a Lei do Ventre Livre, que dava liberdade aos filhos de escravas, mas que estes deveriam permanecer trabalhando para o senhor até os 21 anos. Depois, em 1885, foi promulgada pelo governo brasileiro a Lei dos Sexagenários, que dava liberdade para os escravos que atingissem 65 anos de idade. Ambas as leis sofreram diversas críticas, a primeira por obrigar o liberto trabalhando para o seu senhor até os 21 anos, período que tinha seu vigor físico mais produtivo e a segunda, por dar liberdade ao escravo em uma idade que já estaria em péssimas condições de vida e com a ressalva de que a expectativa de vida naquela época era de 40 anos. Três anos após a promulgação da Lei do Sexagenário, em 1888, foi assinada pela princesa Isabel a lei Áurea, que abolia definitivamente a escravidão no Brasil. A liberdade dos escravos não produziu mudanças significativas para os negros, pois não houve, por parte do governo, a preocupação em integrá-los à sociedade. Deste modo, os negros encontraram enormes dificuldades para as necessidades básicas de vida, como moradia e emprego. Assim, pode-se afirmar que a condição de liberto não dava ao negro condições de inserção social, ficando ele à margem da sociedade consolidada no Brasil. O Estado compreendia que a libertação dos escravos isentava o governo e os senhores de qualquer responsabilidade quanto à inserção social dos negros, que ficaram à própria sorte. As atividades mais degradantes foram oferecidas aos negros. As ideias de liberdade e igualdade não passaram de mera formalidade. A consequência foi o início do processo de desigualdade social e econômica entre brancos e negros no Brasil. Desde então, no Brasil, a cor da pele tem sido determinante quanto aos aspectos sociais e econômicos, onde brancos e negros são tratados de forma distinta, na medida em que negros têm os afazeres mais penosos e cargos de baixa remuneração e brancos têm os cargos de maior responsabilidade, menor esforço físico e maior valorização econômica. Fonte: Shutterstock.com Esse contexto pouco mudou ao longo dos anos. Até hoje, desde a comemorada liberdade dos negros, a exclusão social e a apartação econômica ainda se perpetuam. Guimarães (2002) afirma que a maior parte da população em situação de pobreza é a negra, e que a discriminação racial sempre se fez presente no país, por mais que se busque escamotear com a falácia de uma democracia racial. Hanchard (2001) corrobora com esse entendimento quando compreende que, no mercado de trabalho, nas universidades, na mídia e em outras esferas sociais, o negro apresenta-se em desvantagem perante o branco, caracterizando a discriminação socioeconômica em razão da cor da pele. A ausência de políticas públicas sociais ao longo do tempo promoveu a exclusão social no Brasil e, na contemporaneidade, isso fica latente. Nos séculos XX e XXI, políticas públicas tentaram retificar a questão dos negros no Brasil. Os debates tornam-se mais intensos contemporaneamente, principalmente nas questões voltadas para o mercado de trabalho e o acesso ao ensino, notadamente nas universidades. Essas discussões e as políticas públicas sociais devem ser constantes e não fechar o tema, pois a necessidade da afirmação do negro como parte efetiva da sociedade, sem qualquer ato discriminatório, pode tornar o Brasil uma nação realmente democrática. Fonte: Shutterstock.com CONCEITUAÇÃO DE CULTURA VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AS QUESTÕES CULTURAIS ESTÃO LIGADAS AO CONTEXTO POLÍTICO, ECONÔMICO, ESCOLAR E A DIVERSAS ESFERAS QUE ABRANGEM O MUNDO ATUAL. A PARTIR DESSE ENTENDIMENTO, PODEMOS DIZER QUE: A) A cultura compreende valores, ideias, tradições e costumes que caracterizam um grupo social. B) A cultura é uma característica pessoal e varia de acordo com o indivíduo. C) A cultura está ligada aos aspectos da genética do indivíduo, portanto, independe das relações sociais. D) O processo cultural só se adquire na convivência familiar. E) A cultura se modifica constantemente dentro de uma sociedade, pois é transmitida de pai para filho. 2. UM DOS FATOS QUE MARCA O POVO BRASILEIRO É SUA COMPOSIÇÃO ÉTNICA, COMPREENDENDO NÃO SÓ O SENTIDO BIOLÓGICO, MAS TAMBÉM O ASPECTO SOCIOCULTURAL. SOBRE A COMPOSIÇÃO ÉTNICA BRASILEIRA, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) Formada principalmente por indígenas e europeus portugueses, com pouca influência de negros africanos. B) Formada principalmente por brancos e negros, pois os indígenas sempre viveram isolados. C) Formada por indígenas, europeus e africanos de diversas localidades. D) Formada por brancos, asiáticos e negros africanos. E) Formada por brancos de todas as localidades do globo terrestre, índios e negros africanos. GABARITO 1. As questões culturais estão ligadas ao contexto político, econômico, escolar e a diversas esferas que abrangem o mundo atual. A partir desse entendimento, podemos dizer que: A alternativa "A " está correta. A cultura é um conjunto de hábitos, costumes e valores que dão sentido às ações do indivíduo e é adquirida através da convivência em sociedade. 2. Um dos fatos que marca o povo brasileiro é sua composição étnica, compreendendo não só o sentido biológico, mas também o aspecto sociocultural. Sobre a composição étnica brasileira, assinale a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. A composição étnica brasileira teve como base os indígenas que habitavam nossa terra, pelos europeus que logo após o descobrimento invadiram as terras em busca de riquezas e pelos africanos que foram trazidos como escravos para o trabalho braçal. MÓDULO 2 Compreender a importância dos direitos sociais na formação da cidadania INTRODUÇÃO A partir de agora, trataremos dos direitos sociais na formação da cidadania brasileira, visto que proteção social é um direito fundamental do indivíduo que abrange os princípios de totalidade, disponibilidade, acessibilidade e adaptabilidade. Para atingir a transformação humana com oportunidade igualitária e equitativa, requer da sociedade o desenvolvimento da justiça social. CONTEXTO HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS Fonte: Shutterstock.com O ser humano é provido de diferenças biológicas, sociais, religiosas, étnicas etc. Mesmo em grupos similares, as diferenças são notadas e requerem uma convivência harmônica ou de aceitação. Pautado nos direitos e na liberdade, mais do que em leis para a convivência de forma inequívoca, faz-se necessária a compreensão de que a humanidade necessita de racionalidade para que as relações sejam respeitadas. TODAS AS ATITUDES QUE PROMOVAM O RESPEITO E A DIGNIDADE HUMANA DEVEM SER ENTENDIDAS COMO DIREITOS SOCIAIS, ONDE A EDUCAÇÃO, A CULTURA, A PROMOÇÃO DA SAÚDE, A INTEGRIDADE FÍSICA E A ASSISTÊNCIA SOCIAL SÃO INDISSOCIÁVEIS PARA O EXERCÍCIO PLENO DA CIDADANIA. Paralelo a qualquer atitude e leis sobre os direitos humanos, faz-se necessário que todos os indivíduos reconheçam seus direitos, pois só assim as leis serão exequíveis e as ações serão realizadas. Nesse entendimento, Dallari (2004) afirma que: NÃO BASTA CRIAR LEIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS, MAS SIM A PLENA DIVULGAÇÃO, INFORMAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO ACERCA DA EXISTÊNCIA DESSES DIREITOS, POIS SÓ ASSIM HÁ POSSIBILIDADE DA REAL EFETIVAÇÃO E RESPEITO. (DALLARI, 2004). Os direitos humanos são ações diversas que asseguraram aos seres humanos direitos civis e políticos, econômicos, sociais e culturais, sem distinção de cultura, nacionalidade, raça, religião, classe social, gênero, orientação sexual ou outras tendências que possam fazer diferenças entre os indivíduos. EMBORA OS DIREITOS HUMANOS NÃO SEJAM LEIS QUE REGEM OS SUJEITOS, DEVEM SERVIR DE BASE PARA A DIVERSIDADE, PARA A PROTEÇÃO DOS CIDADÃOS E PARA QUE AS DIFERENÇAS SEJAM RECONHECIDAS, MAS SEM FERIR ASPECTOS BÁSICOS QUE GARANTAM O RESPEITO NA CONVIVÊNCIA DO GRUPO. Sendo assim, os direitos humanos devem ter uma abrangência que alcance a todos os indivíduos de forma natural e devem ser pautados pelauniversalidade, sem distinguir o ser humano em sua compleição física, biológica, social e cultural. ATENÇÃO Não existe uma data que marque o início da luta pelos direitos humanos. No entanto, o marco mais importante dessa trajetória é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que teve sua assinatura em 1948, tendo como objetivo garantir a proteção dos direitos básicos do cidadão. Apesar desta publicação em 1948, outros documentos já buscavam proclamar os direitos humanos como garantia de liberdade, direito à vida, à propriedade e à igualdade, como a declaração americana de direitos, através da carta Bill of Rights (HUNT, 2019). No ápice da Revolução Francesa, em 1789, também foi redigido outro documento relacionado ao interesse pela convivência entre os humanos e que teve como fundamentação os objetivos de igualdade, liberdade e fraternidade apregoados pelo movimento iluminista da época: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Fonte: Eugène Delacroix /Wikimedia Commons/Domínio público. Liberdade liderando o povo (La Liberté guidant le peuple). Nessa declaração, o ponto mais importante era a igualdade dos direitos, colocando todos os indivíduos em um mesmo patamar no que diz respeito aos direitos sociais, o que vinha de encontro ao regime vigente, onde o poder era concentrado em apenas um grupo. Como visto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos não foi pautada por algo inédito, haja vista que já existiam outras declarações e o senso comum sobre a preocupação racional com a proteção aos direitos humanos. Com essa declaração, o sentido de proteção e acolhimento foi aplicado de forma universal a todos os indivíduos, sem a intenção de beneficiar a uns em detrimento de outros, pois sua aplicabilidade foi entendida como uma forma de proteção a todos os seres humanos. A elaboração e divulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos foram possíveis, pois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) teve suas atividades iniciadas e com a criação de uma comissão específica para tratar dos diretos humanos, pôde-se redigir um documento onde foram apresentados todos os direitos fundamentais para o desenvolvimento e a boa convivência entre os humanos. A importância desse documento se deu pela transformação mundial, em que as ordens sociais e econômicas já não eram como de outrora, quando os meios de comunicação e as novas ordenações de trabalho passaram a promover mudanças na organização e nas relações, criando assim, novas carências sociais. Fonte: Shutterstock.com Na atualidade, a ONU conta com mais de 190 países relacionados, o que se faz entender que estes promovem a garantia do respeito aos direitos básicos humanitários, organizando, fiscalizando, orientando e promovendo o cumprimento dos direitos humanos (XAVIER et al., 2007). OS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL: UM HISTÓRICO CONSTITUCIONAL Muito se tem discutido a respeito dos direitos humanos no Brasil onde, por parte da população, dos órgãos privados e dos órgãos públicos ainda existe desrespeito aos grupos minoritários. De forma inequívoca, não são reconhecidos os direitos assegurados a quem necessita de proteção e há constante ameaça aos defensores destes direitos. Fonte: Shutterstock.com Para Oliveira et al. (2019), a promoção dos direitos humanos é um fator importante para a construção da cidadania, pois somente o cidadão convicto de sua aceitação com dignidade terá condição de atuar no cenário social gozando de seus direitos civis e políticos. No Brasil, as constituições foram marcos para que os direitos sociais fossem invioláveis. A primeira Constituição Federal Brasileira é datada de 1824. Nela, foram citados alguns direitos sociais como: • Assegurar a liberdade do indivíduo em expressar seu pensamento. • A liberdade de expressar sua religiosidade. • O direito ao ensino básico gratuito. • A igualdade das leis para todos. • A obrigatoriedade do Estado em promover a saúde para toda a população (RESENDE, 2006). Fonte: Shutterstock.com Já a constituição que a sucedeu, datada de 1891, foi marcada pela passagem do poder legislativo para o Senado e a Câmara de Deputados e teve falhas significativas que marcaram a ineficácia social daquele momento, em que podemos citar a não vinculação do ensino básico gratuito como dever do Estado. Em 1934, uma nova Constituição Federal foi promulgada com avanços no que diz respeito aos direitos sociais. Nesse período, a ordem econômica e de trabalho de forma global já consistia em novos modelos e diretrizes, tendo essa constituição pontos relevantes nestes quesitos, com títulos específicos para a economia, família, trabalho, educação e cultura (SILVA, 2001). Nesse período, a intenção de assegurar a democracia foi marcante e foram abordados temas como a unidade do país, a justiça, o bem-estar social e econômico e a liberdade, tanto que nessa Constituição havia um capítulo exclusivo sobre a disciplina, a ordem social e econômica do país. Os direitos e garantias trabalhistas tiveram maior atenção, pois foram instituídas normas que protegiam o trabalhador, como a limitação da carga horária de trabalho diário em oito horas, a proibição do trabalho infantil, o descanso semanal obrigatório, as convenções coletivas na discussão da correção salarial, dentre outras. Essa constituição também foi marcada pela volta da obrigação do Estado de promover a educação básica gratuita, bem como a educação ser um direito de todos, inclusive de adultos, caracterizando um estado de maior intervencionismo. Porém, o que mais marcou essa Constituição foi o período de vigência, já que durou apenas 3 anos e, em 1937, outra foi promulgada. A nova Constituição foi marcada pelo poder centralizado no executivo. Teve como marco o fim do direito de greve dos trabalhadores e da instituição da pena de morte. Com a queda do governo centralizador, o país passa por um período de democratização e em 1946, uma nova Constituição é escrita, restaurando os direitos sociais e as garantias dos indivíduos em suas necessidades básicas, como a promoção de saúde, a justiça social e a valorização dos direitos trabalhistas. Em 1967, uma nova constituição era promulgada mantendo alguns direitos sociais, mas dando ao estado o poder de censura, como a proibição de publicações compreendidas com subversivas e diminuindo o direito às reuniões, quando foi estabelecido em um foro militar para tratar desses assuntos. Essa Constituição sofreu diversas emendas enquanto vigente, no período de um poder exclusivamente militar. A Constituição Federal vigente foi promulgada em 1988, intitulada como Constituição Cidadã. Sobre a carta magna atual, Lima Junior (2001) afirma que a participação popular foi marcante, pois os direitos humanos dos brasileiros foram enfatizados tanto em qualidade, quanto em quantidade. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 INSTITUIU VALORES QUE PROPORCIONAM À SOCIEDADE O EXERCÍCIO PLENO DOS DIREITOS SOCIAIS, DO BEM- ESTAR, DA IGUALDADE E DO DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL E COLETIVO. A ideia da erradicação da pobreza, da diminuição das desigualdades sociais, a emancipação do indivíduo enquanto membro da sociedade, os direitos à saúde, segurança, educação, moradia, trabalho e assistência aos desamparados são temas marcantes. A evolução nas relações humanas é um fato irreversível. A sociedade contemporânea é marcada pela interação social, de forma que cada vez mais a convivência com as diferenças fará parte do cotidiano e a incorporação dos direitos sociais precisa ser compreendida por todos, pois só dessa forma as garantias individuais terão efetiva influência na coletividade. CIDADANIA Fonte:Shutterstock Entende-se por cidadania todo o contexto que engloba os direitos e deveres do indivíduo como parte integrante da sociedade, tendo como égide a estrutura do Estado. É um termo abrangente, pois não se deve limitar aos direitos e deveres do indivíduo, mas à qualidade de se entender cidadão e, a partir daí, estar sujeitoàs normas do Estado. Fonte:Shutterstock Para Brzezinski (2016), a cidadania está ligada às interações do Estado com o indivíduo no que diz respeito ao acesso aos direitos sociais, políticos e econômicos, propiciando ao sujeito se desenvolver potencialmente com o objetivo da participação efetiva na sociedade. Aos cidadãos, cabe o papel da fundação e da fiscalização do Estado, pois é através do voto popular que os poderes legislativo e executivo têm a oportunidade de exercerem seus papéis. Por outro lado, cabe ao Estado, constituído pelos cidadãos de forma legal, imparcial, moral e pública, atuar para que as ações sejam desenvolvidas. Logo, percebe-se a necessidade de haver uma relação de harmonia entre os cidadãos e a atuação do Estado para que se alcance os ideais sociais. Além dessa relação estreita entre agentes estatais e indivíduos, o conceito de cidadania se estende perante a necessidade de pertencimento à sociedade, com participação efetiva no que concerne aos problemas comunitários. DALLARI (2004) COMPREENDE QUE A CIDADANIA DEVE EXPRESSAR A TOTALIDADE DE QUE COMPÕE OS DIREITOS E DEVERES DO INDIVÍDUO, POSSIBILITANDO- O A INTERAGIR DENTRO DO CONTEXTO SOCIAL E DO GOVERNO. No que diz respeito aos direitos, existe em cada país uma legislação própria que atende às demandas daquele povo. No âmbito internacional, há documentos para a construção da cidadania dos povos de forma regional ou global. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um deles. Além disso, existem deveres que garantem o acesso à liberdade do cidadão, dentre eles, o cumprimento da Constituição de um país. Ser cidadão está ligado ao país de nascimento, mas existe a possibilidade de exercer a cidadania em outro país: POR FILIAÇÃO O filho ou filha é considerado cidadão do país onde um de seus pais é cidadão. POR CASAMENTO A uma pessoa de outra nacionalidade, ao se casar com um cidadão do país, é dado o direito de se tornar cidadão daquele país. POR OPÇÃO De forma mais complexa, um indivíduo pode tornar-se cidadão de determinada nação, por naturalização, passando por um processo criterioso vigente em cada país. A cidadania pode ser entendida como ações civil, política e social. Para Araújo (2017), a cidadania é constituída por um bloco de direitos civis, sociais e políticos que asseguram ao indivíduo o pensamento, a expressão, a liberdade e a realização de todas as ações possíveis e permitidas pelo Estado. DIREITOS CIVIS A ação política tem como fundamento o direito do cidadão de participar das atividades vinculadas à política do local em que está inserido, sendo um dos atores direto ou indireto na constituição das autoridades públicas. A ação social é baseada nos direitos inerentes ao bem capital e nas interações pessoais do indivíduo, passando pela saúde, educação, moradia, segurança e todo o contexto relacionado à vida em sociedade. O exercício pleno da cidadania só será alcançado com uma sociedade que compreenda a importância da justiça e da igualdade, em que sejam cumpridos integralmente os deveres do Estado, para que o indivíduo, enquanto sociedade, possa exercer seu papel. A sociedade reflete as interações entre seus participantes e, nesse sentido, a atuação ativa dos indivíduos promove todas as mudanças necessárias para que o contexto coletivo beneficie cada pessoa de forma individual. Logo, o exercício da cidadania é a luta pelo bem comum, ultrapassando os limites de direitos e obrigações. Fonte: Shutterstock.com Para que isso ocorra, as pessoas devem conhecer os problemas e necessidades sociais para a partir daí apresentarem soluções e participarem das ações, pois o exercício da cidadania não é papel somente do Estado. A construção da identidade e da história do cidadão é parte de sua atuação perante a sociedade. A cidadania é um processo em permanente construção em busca por um mundo melhor, solidário, igualitário, acolhedor e humanizado. OS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL E A CIDADANIA VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS DIREITOS HUMANOS PODEM SER TRADUZIDOS COMO DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS PARA QUE O INDIVÍDUO VIVA COM LIBERDADE E DIGNIDADE DENTRO DO CONTEXTO SOCIAL. EM RELAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) São leis que protegem o cidadão. B) É um dever do estado garantido pela ação do poder legislativo e executivo. C) Embora não sejam leis, serve de base para a proteção do cidadão quanto às diferenças. D) Está relacionado somente ao gênero e à orientação sexual. E) São leis determinadas pela ONU que garantem a convivência harmônica das sociedades. 2. LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO OS POVOS DE TODO O MUNDO NO QUE DIZ RESPEITO AOS DIREITOS, DIGNIDADE, VALORES E IGUALDADE, MESMO COM AS DIFERENÇAS EXISTENTES, QUE DOCUMENTO A ONU PROMULGOU EM 1948? A) Declaração Americana de Direitos B) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão C) Carta Magna D) Declaração Universal dos Direitos Humanos E) Constituição Mundial GABARITO 1. Os direitos humanos podem ser traduzidos como direitos civis e políticos para que o indivíduo viva com liberdade e dignidade dentro do contexto social. Em relação aos direitos humanos, podemos afirmar que: A alternativa "C " está correta. Os direitos humanos são ações diversas que devem assegurar aos seres humanos, sem distinção de cultura, nacionalidade, raça, religião, classe social, gênero, orientação sexual ou outras tendências que possam fazer diferenças entre os indivíduos. 2. Levando em consideração os povos de todo o mundo no que diz respeito aos direitos, dignidade, valores e igualdade, mesmo com as diferenças existentes, que documento a ONU promulgou em 1948? A alternativa "D " está correta. O marco mais importante da trajetória dos direitos humanos foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi assinada em 1948, tendo como objetivo garantir a proteção dos direitos básicos do cidadão. MÓDULO 3 Compreender o que é educação ambiental INTRODUÇÃO Quando pensamos em prática social, é impossível dissociá-la de temas relacionados ao meio ambiente, à sustentabilidade e à responsabilidade social. Um dos grandes desafios da sociedade contemporânea é a formulação de um processo educativo ambiental inovador para respeitar os limites do meio ambiente com sustentabilidade e responsabilidade social. Agora, vamos estudar meio ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social como uma reflexão acerca da realidade ambiental e o compromisso tanto individual quanto em sociedade sobre o uso do ambiente de forma sustentável. Fonte: Shutterstock.com MEIO AMBIENTE A educação ambiental é uma discussão recente, visto que a degradação do ambiente não foi percebida por muito tempo pela população. Com a percepção dos nítidos problemas ambientais, passou-se a dar atenção a estas questões. CONCEITUAR MEIO AMBIENTE É ALGO MUITO COMPLEXO, TAL A ABRANGÊNCIA QUE O TERMO TEM NAS DIVERSAS REFLEXÕES. MEIO AMBIENTE É TUDO QUE ENVOLVE E CONDICIONA O HOMEM NO QUE DIZ RESPEITO A SUA EXISTÊNCIA E SUBSISTÊNCIA, SENDO DE FORMA ABRANGENTE ÀS INFLUÊNCIAS, CONDIÇÕES E INTERAÇÕES QUÍMICAS, FÍSICAS E BIOLÓGICAS QUE PROPORCIONAM A VIDA AO HOMEM. Outra definição de meio ambiente compreende às relações entre os seres vivos e a natureza, influenciando no comportamento e na vida dos seres que o habitam. Pode ser considerado o espaço de interação entre o homem e as diversas formas de vida existentes, tais como a vegetal e animal, de forma que interage, adapta-se e se transforma para ter suas necessidades atendidas. Fonte: Shutterstock.com Para Ceolato (2002), o meio ambiente envolve o solo, o ar a água, a flora, os recursos naturais, a fauna, os seres humanos e tudo que pode influenciar nas suas interrelações. Freitas (2002) acrescenta que o conceito de meio ambiente é muito abrangente e inclui aspectos relacionados à história, urbanismo, paisagismos e a diversos outros aspectos preponderantes para que o ser humano sobreviva no ambiente terrestre.Fonte: Shutterstock.com Desde a descoberta do Brasil, em 1500, os recursos naturais eram levados em consideração, conforme relatos de Pero Vaz de Caminha em carta daquele ano. No entanto, a preocupação com a preservação do meio ambiente e com a sustentabilidade é recente e até pouco tempo foi tratada com movimentos isolados. Fonte: Shutterstock.com Até os anos de 1950, o Brasil não dispunha de projetos de interesse da preservação ambiental. Os projetos daquela época eram limitados ao saneamento básico, em conservar e preservar o patrimônio histórico, artístico e natural e solucionar situações adversas relacionadas a enchentes e estiagem. Para Bezerra et al. (2009), na década de 50, deu-se início a um processo de preocupação com a preservação do meio ambiente, quando a comunidade científica se aprofundou em temas relacionados com ecologia. Já na década de 60, o sistema e seus atores passaram a fazer parte dessa preocupação e o contexto social recebeu críticas quanto à produção e à forma de vida. AS CONFERÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE A partir da década de 70, uma nova perspectiva surgiu no cenário mundial em relação ao meio ambiente. A educação ambiental passa a ser vista como uma forma de salvar o mundo dos problemas ambientais criados pela produção advinda desde o século XVII, pelo uso de máquinas da Revolução Industrial. Em 1972, a ONU promoveu em Estocolmo, na Suécia, uma Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, reunindo especialistas em ecologia, políticos e diversas autoridades governamentais, onde as questões ambientais foram amplamente discutidas. Um dos pontos fundamentais da Conferência de Estocolmo foi a necessidade de os países realizarem políticas ambientais, onde o desenvolvimento se desse de forma que não prejudicasse o consumo, mas que melhorasse questões relacionadas ao meio ambiente. Nesse sentido, foi proposto que Estados e organizações internacionais tivessem projetos para compensar possíveis consequências econômicas advindas das medidas ambientais que seriam aplicadas. Nesta conferência, também ficou estabelecido que seria realizado um programa internacional de educação para o meio ambiente onde, de forma multidisciplinar e com função escolar e não escolar, fossem elaborados e empreendidos projetos que fizessem com que a população compreendesse e atuasse na proteção do meio ambiente. Assim foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), com a função de realizar troca de conhecimentos e informações, pesquisas e a produção de materiais educativos para que os povos das diferentes partes do mundo pudessem se engajar no pensamento único de proteger o meio ambiente e os recursos naturais. A conferência de Estocolmo foi um passo inicial, ainda tímido, para a solução de problemas relacionados ao meio ambiente, à pobreza e ao ambiente social. Ficou também compreendida a necessidade de se empreender uma educação ambiental que buscasse conscientizar o ser humano no trato com o ambiente a fim de evitar o desequilíbrio dos ecossistemas. Ao final da conferência, apesar das novas propostas, pairavam muitas dúvidas e discórdia, pois, equilibrar a proteção do meio ambiente com a economia foi algo que demandou muita discussão nos anos subsequentes. A partir da Conferência de Estocolmo, diversos outros eventos aconteceram, como o Seminário Internacional de Educação Ambiental, em Belgrado (Sérvia), em 1975, a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi, em 1977, na antiga União Soviética, e o Congresso Internacional de Educação, em Moscou, 1987. Todos esses eventos tinham como objetivo o fomento e a orientação de práticas educativas para a educação ambiental, porém, de forma contrária a esse entendimento, a degradação ambiental só aumentava, dando suporte para criação de um plano de desenvolvimento sustentável. Em 1992, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como ECO/92, que enfatizou a crescente desigualdade mundial, confirmando que a pobreza, as doenças e o analfabetismo são tônicas dos países mais pobres. Fonte: senado.gov Apesar das divergências entre o entendimento dos países pobres e dos países ricos acerca da preservação do meio ambiente e da nítida falta de interesse dos chamados países do norte a respeito do tema, a conferência foi marcada pela confluência de que o fomento à educação ambiental é um instrumento preponderante para o desenvolvimento sustentável. Este baseia-se na ética ambiental, em que as dimensões políticas, econômicas, educacionais e ecológicas trabalhem de forma convergente para a necessidade de utilizar os bens e recursos da natureza, de forma que não se esgotem e estejam disponíveis para outras gerações. NA ECO/92, FOI CRIADO UM DOCUMENTO, A AGENDA 21, ASSINADO POR 179 PAÍSES, ONDE O ENTENDIMENTO FOI “PENSAR GLOBALMENTE, AGIR LOCALMENTE”, VISTO QUE A INTENÇÃO FOI BUSCAR SOLUÇÕES PARA AS SITUAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS REGIONAIS E MUNDIAIS. O OBJETIVO ERA ABORDAR TEMAS RELATIVOS A QUESTÕES SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, AMBIENTAIS E EDUCACIONAIS, COM PLANEJAMENTOS, ESTRATÉGIAS E POLÍTICAS RELACIONADOS À POBREZA, SAÚDE, SECA, PRODUÇÃO RURAL, DIVERSIDADE, INFÂNCIA, JUVENTUDE, EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE, DENTRE OUTROS. Baseada na Agenda 21 global, em 1996, o governo brasileiro criou a Agenda 21 brasileira, onde a participação dos municípios, juntamente com ONG’s, estimulou, elaborou e implementou o desenvolvimento sustentável. Esse documento foi amplamente discutido e entregue à sociedade em 2002. Em 2012, realizou-se no Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, intitulada Rio + 20. Essa conferência teve dois temas centrais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Diversas discussões deram ênfase à preservação do meio ambiente sem deixar de haver crescimento econômico, criando um clima de discórdia entre diversos países, visto que muitos entenderam que houve um retrocesso, pois há 50 anos, em Estocolmo, discutia-se o fim dos recursos naturais e na ocasião da conferência discutia-se a economia. Fonte: Shutterstock.com RESPONSABILIDADE SOCIAL O crescimento econômico mundial está diretamente ligado aos problemas ambientais, visto que, quanto mais se produz, mais tende-se a degradar o meio ambiente e, nesse sentido, surge a reponsabilidade social empresarial. As empresas, principalmente, as grandes, foram obrigadas a voltar esforços para a responsabilidade social, pois estas são responsáveis pelo equilíbrio socioambiental. A RESPONSABILIDADE SOCIAL É UM CONCEITO MODERNO QUE TEM COMO PRINCÍPIO AÇÕES VOLUNTÁRIAS QUE VISAM BENEFICIAR DIRETA E INDIRETAMENTE SEU PÚBLICO. TRATA-SE DE ATITUDES ESTRUTURADAS AO ENCONTRO DAS NECESSIDADES E DO BEM-ESTAR DOS ENVOLVIDOS INTERNA OU EXTERNAMENTE NO PROCESSO. ALÉM DOS INTERESSES DA SOCIEDADE, ESSAS AÇÕES TAMBÉM DEVEM CONTEMPLAR O MEIO AMBIENTE. Muitos estudiosos entendem o tema como responsabilidade socioambiental, pois as ações e políticas desenvolvidas pelo Estado, empresas e indivíduos devem atender à sociedade e ao meio ambiente, com o objetivo da sustentabilidade. NESSE SENTIDO, A EDUCAÇÃO AMBIENTAL É UM FRAGMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL, POIS O INDIVÍDUO SE TORNA RESPONSÁVEL POR MANTER O AMBIENTE EM QUE VIVE PROPÍCIO PARA SUA SUBSISTÊNCIA E DE OUTRAS GERAÇÕES. Durham (2005) afirma que a educação ambiental deve enfocar diversos aspectos e ser evidenciada em todos os níveis educacionais, provocando a permanente preocupação da preservação do ambiente em que se vive. O envolvimento consciente e comprometido do indivíduo pode transformar a natureza e a sociedade; a educação ambiental promove o equilíbrio entre o homem e o meio. O desenvolvimento pautado apenas no crescimento econômico levou o mundo a diversos problemas ambientais, muitosdeles irreversíveis. Percebe-se que a degradação e destruição do meio ambiente promovem mudanças significativas na vida humana e piora a qualidade de vida. PODE-SE AFIRMAR QUE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL É UM PROCESSO EM QUE OS INDIVÍDUOS DEVEM ESTAR PREOCUPADOS COM A CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE EM QUE VIVEM. A MANUTENÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS E A SUSTENTABILIDADE É PREPONDERANTE PARA A EXISTÊNCIA HUMANA E DEVE SER UMA AÇÃO PERMANENTE DE CONSCIENTIZAÇÃO GLOBAL PARA ESTABELECER UMA CONVIVÊNCIA HARMONIOSA COM A NATUREZA. Não só do homem, como ser integrante da sociedade, depende a preservação do meio ambiente. Cabe ao setor empresarial - que, de forma geral, é o maior poluidor e degradador do meio ambiente - a contribuição para uma sociedade mais justa e um ambiente mais limpo, não só cumprindo leis, mas de forma voluntária, com projetos e ações voltadas para a preservação ambiental, cultura e boas condições para a sociedade. As ações corporativas devem propor à sociedade aspectos de economia, educação, meio ambiente, saúde, moradia e outros que promovam mudanças significativas na coletividade e, no sujeito, transformações sociais preponderantes para sua vida. A gestão empresarial baseada na ética e transparência pode interferir na comunidade e no ambiente, promovendo mudanças substanciais nos indivíduos e na sociedade. Trata-se da responsabilidade social empresarial. Quando a empresa, além de se preocupar com as pessoas e instituições ligadas ao seu negócio, investe em práticas de preservação do meio ambiente e de sustentabilidade, tem-se o conceito de empresa com responsabilidade social e ambiental. Fonte: Shutterstock.com Para Ashley (2002), a responsabilidade social não deve ser pautada no dever jurídico e econômico e muito menos de caridade. A principal função da responsabilidade social deve ser embasada em conceitos éticos que devem consolidar a empresa junto à sociedade. A responsabilidade social deve ser uma prestação de contas da empresa junto ao seu entorno, como uma atitude de respeito, solidariedade e humanismo para com os indivíduos que participam dessa sociedade. Percebe-se que, desde que o homem começou a se preocupar com as questões relacionadas ao meio ambiente, vinculou-se valores e atitudes à educação ambiental. Na atualidade, tanto o governo, quanto as empresas, a sociedade e o indivíduo compreendem que as questões ambientais são educacionais, sendo necessário que esta seja uma realidade com entendimento multidisciplinar e interdisciplinar. Todos devem elevar sua cultura no sentido da compreensão de que os avanços da tecnologia estão presentes de forma irreversível, mas que é preciso aumentar a preocupação diante das consequências relacionadas aos problemas ambientais. A educação ambiental não deve ficar restrita à intenção de formar uma sociedade que tenha conhecimento dos problemas ambientais, mas sim criar indivíduos que tenham consciência crítica em relação a estes problemas para busca do desenvolvimento social e econômico utilizando os recursos naturais de forma racional. RESPONSABILIDADE SOCIAL VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: I - O MEIO AMBIENTE É A MULTIPLICIDADE DAS RELAÇÕES DO INDIVÍDUO COM OS ELEMENTOS NATURAIS, TAIS COMO: A ÁGUA, O AR, O SOLO, A FAUNA E A FLORA. II – O CONSUMO EXAGERADO É O GRANDE VILÃO DO DESEQUILÍBRIO DO MEIO AMBIENTE, POIS AS ATIVIDADES QUE VISAM O CONSUMO HUMANO PROVOCAM O DESMATAMENTO, A POLUIÇÃO DO AR E DA ÁGUA, ACERCA DESSE ENTENDIMENTO, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) A afirmativa I está correta e a II incorreta. B) A afirmativa I está incorreta e a II está correta. C) Ambas as afirmativas estão corretas e a afirmativa II completa a afirmativa I. D) Ambas as afirmativas estão incorretas. E) Ambas as afirmativas estão corretas, mas a afirmativa II não completa a afirmativa I. 2. NA ECO /92, FOI CRIADO UM DOCUMENTO DE ORDEM GLOBAL, ONDE SE PLANEJARAM QUESTÕES SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, AMBIENTAIS E EDUCACIONAIS COM O OBJETIVO DE CRIAR UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL. ESSE DOCUMENTO FOI CHAMADO DE: A) Programa Internacional de Educação Ambiental que reconhece e respeita todas as formas de cultura que há no mundo. B) Agenda 21. C) Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi. D) Seminário Internacional de Educação Ambiental. E) Programa para a Nova Ordem Mundial Global. GABARITO 1. Analise as afirmativas a seguir: I - O meio ambiente é a multiplicidade das relações do indivíduo com os elementos naturais, tais como: a água, o ar, o solo, a fauna e a flora. II – O consumo exagerado é o grande vilão do desequilíbrio do meio ambiente, pois as atividades que visam o consumo humano provocam o desmatamento, a poluição do ar e da água, Acerca desse entendimento, é correto afirmar que: A alternativa "C " está correta. O meio ambiente envolve o solo, o ar a água, a flora, os recursos naturais, a fauna, os seres humanos e tudo que pode influenciar nas suas inter-relações e o consumo acelerado, típico da atualidade, promovendo a degradação ambiental. 2. Na ECO /92, foi criado um documento de ordem global, onde se planejaram questões sociais, culturais, econômicas, ambientais e educacionais com o objetivo de criar uma sociedade sustentável. Esse documento foi chamado de: A alternativa "B " está correta. Agenda 21 foi um documento criado na ECO/92, assinado por 179 países, com o objetivo de buscar soluções para as questões socioambientais com o lema: “pensar globalmente, agir localmente”. A intenção foi buscar soluções para as situações socioambientais regionais e mundiais. MÓDULO 4 Identificar o papel da Educação Física para a ética e a responsabilidade social INTRODUÇÃO Pensar a Educação Física sob o ponto de vista dos direitos sociais, representa a compreensão sobre a participação integral do indivíduo, determinando o desenvolvimento pleno da cidadania frente à sociedade. Assim, a Educação Física transcende os aspectos técnicos e biológicos dando maior suporte à plenitude da cidadania. Agora, iremos abordar temas referentes à Educação Física relacionados aos direitos sociais, à cidadania e à responsabilidade social. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL A Educação Física é componente obrigatório no contexto escolar, tendo como objetivo desenvolver as potencialidades biopsicossociais e a formação de cidadãos conscientes de seus deveres quanto à transformação da sociedade. Não obstante, na educação não formal, também existe a preocupação pelo desenvolvimento pleno do indivíduo pelas atividades físicas e esportivas. Logo, a contribuição social da Educação Física é inequívoca e notável, porém, esse entendimento é algo novo, visto que, historicamente, a Educação Física passou por transformação até sua conjuntura atual. Fonte: Shutterstock.com VOCÊ SABIA Durante a história, a Educação Física teve real participação perante a sociedade. No período escravocrata, a separação das raças influenciou o desenvolvimento da Educação Física de forma considerável, visto que essa separação racial propunha para a sociedade da elite atividades moderadas, enquanto as atividades físicas propriamente ditas eram praticadas pelos escravos. Com o entendimento da importância da atividade física para o desenvolvimento do indivíduo, a Educação Física tornou-se obrigatória nas escolas, mesmo sem a aquiescência dos pais. Isso porque, a burguesia preferia as atividades intelectuais às físicas, sendo necessários profundos esclarecimentos de que a atividade física e a ginástica dariam sustentação às atividades cognitivas. EM 1851, COM A REFORMA COUTO FERRAZ, INICIOU-SE DE MANEIRA OFICIAL A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA OBRIGATÓRIA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS, FATO QUE NÃO FOI ACEITO DE FORMA TRANQUILA PELOS PAIS, POR NÃO ACEITAREM QUE OS FILHOS PRATICASSEM ATIVIDADES QUE NÃO FOSSEM DESTINADAS AO DESENVOLVIMENTO DO INTELECTO. Diversos métodos de ginástica foram “importados” (ginástica sueca, alemã e francesa)para suprir a demanda da Educação Física brasileira, mas todos tinham características culturais, científicas e políticas específicas de sua localidade e que diferia da realidade brasileira. A partir do século XIX, a Educação Física ganhou novo formato e os exercícios físicos passaram a fazer parte do cotidiano, com o entendimento de saúde e cultura. A ligação estreita com a medicina e o militarismo era uma realidade em que o enfoque sanitarista da disciplina marcou esse período e deixou marcas para a atualidade. Os hábitos higienistas propuseram a Educação Física como um instrumento farmacológico e higienista dos hábitos corporais e da saúde, característica ainda observada nos dias de hoje. Fonte: Shutterstock.com A intenção positivista dos militares e a busca de criar um indivíduo forte e saudável para defender a pátria proporcionou a grande prática de exercícios físicos entre os militares e deu visibilidade à Educação Física. Os militares praticavam atividades físicas de forma sistemática por meio de entendimentos terapêuticos, no sentido de promoverem a saúde através de hábitos salutares e de higiene e pela busca de corpos fortes e viris na intenção da defesa do país (BRACH, 2010). Em 1937, através de uma grande reforma constitucional, a Educação Física e cívica passou a ser obrigatória como prática educativa. Os atos cívicos, as atividades físicas e esportivas passaram a fazer parte do cotidiano dos jovens brasileiros. Esse entendimento perdurou até 1961, quando foi promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional do Brasil (LDB), onde a Educação Física passou a ser desenvolvida através de métodos desportistas generalizados e de desenvolvimento da capacidade física. A primeira LDB brasileira determinou a prática da Educação Física nas escolas dando ênfase à iniciação esportiva, utilizando métodos desportivos generalistas em uma tentativa da incorporação nacional do esporte. A partir da década de 1980, novas tendências da Educação Física surgiram. É um momento de mudanças profundas ao pensar a Educação Física, em que o conhecimento científico aparece com ênfase em uma postura mais crítica, com a abertura de novos cursos de graduação e pós- graduação. Nesse período, destaca-se o crescimento das publicações, o aumento significativo de livros e revistas especializadas, o que permitiu a difusão e a argumentação das tendências da categoria. Era o início de um novo momento da Educação Física, baseada em teorias críticas e políticas, em que as dimensões psicológicas, sociais, cognitivas e afetivas passaram a ser enfatizadas. A mudança dos conteúdos foi marcante, visto que se deixou de enfatizar somente a parte esportiva para a abordagem de outros conteúdos com pressupostos crítico-superadores e humanistas. Em 1996, com a nova LDB, a Educação Física passa a ter uma concepção de importância social, pois a relação entre corpo e movimento deixou de ter a limitação do corpo do ponto de vista médico e higienista, passando a ser vista nas suas dimensões culturais, sociais, políticas e afetivas. Assim, identifica e distingue o organismo não apenas como sistema fisiológico, pois o corpo passa a ter sentido através do conteúdo histórico cultural adquirido ao longo do tempo. Atualmente, a Educação Física entende o indivíduo de forma integral e visa desenvolvê-lo no sentido social, filosófico e pedagógico, permitindo a participação social e emancipadora na construção da sua história. A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA É notório que a prática de atividades físicas e de esportes promove a saúde e a qualidade de vida. Nesse sentido, a Educação Física é uma das disciplinas obrigatórias no ensino básico. Porém, intrinsecamente, consta de forma efetiva os benefícios sociais que estas práticas promovem em crianças, adolescentes e nos jovens de forma geral. A esse entendimento tem-se o reforço legal disposto no artigo 71 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz que crianças e adolescentes têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento (BRASIL, 1990). Fonte: Shutterstock.com Acerca desse entendimento, a Carta Internacional da Educação Física, da Atividade Física e do Esporte, promulgada pela UNESCO em 2015, assinala que a consciência das condições para o exercício dos direitos humanos consiste em que as pessoas sejam livres para desenvolver e preservar seu bem-estar e suas aptidões físicas, psicológicas e sociais. Reconhece também que a Educação Física, a atividade física e o esporte podem trazer diversos benefícios individuais e sociais, como a saúde, o desenvolvimento social, econômico, o empoderamento dos jovens, a reconciliação e a paz (UNESCO, 2015). A EDUCAÇÃO FÍSICA, COMO CULTURA CORPORAL, REFLETE A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA CIDADANIA E DO APERFEIÇOAMENTO DA CONVIVÊNCIA, EM QUE OS CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS, COMO O JOGO, A DANÇA, A GINÁSTICA, AS LUTAS E OS ESPORTES AUMENTAM O REPORTÓRIO CULTURAL DE MOVIMENTO DO INDIVÍDUO. Fonte: Shutterstock.com Esse aperfeiçoamento da convivência desenvolve o sentido ético do praticante, aperfeiçoando, sob o ponto de vista sociológico, as relações sociais entre os sujeitos e a comunidade, demonstrando o grande patrimônio da cultura corporal. Essas relações entre os grupos, além de desenvolverem a ética e a socialização, levam o indivíduo a ter autonomia e criatividade, o tornando mais crítico e autônomo na construção do ambiente ao qual está inserido. É FUNDAMENTAL ENTENDER QUE O MOVIMENTO ULTRAPASSA O SENTIDO DA ANATOMIA CORPORAL, PASSANDO PARA UM IMAGINÁRIO SOCIAL ADVINDO DAS ATIVIDADES CORPORAIS ATRELADAS À CULTURA DO INDIVÍDUO, DEIXANDO DE SER APENAS ALGO MECÂNICO OU BIOLÓGICO (BRACHT, 1999). Vê-se que, na perspectiva da Educação Física atual, enxerga-se o processo de construção de forma geral, afastando do caráter utilitarista, consequencialista e pragmático, voltado apenas ao resultado. ATENÇÃO Para que as práticas dentro do entendimento teórico de uma Educação Física pautada no desenvolvimento do ser total, enfatizando os direitos sociais e o exercício de cidadania, faz-se necessária a existência de políticas públicas de atividades físicas e de esportes para que todas as classes sociais tenham acesso, no sentido de promover outros bons hábitos, como higiene, alimentar e de atividades corporais distintas, que acrescentam no desenvolvimento do indivíduo como cidadão. Outros fatores relevantes da Educação Física no contexto social é a relação de gênero. A segregação de décadas passadas, quando meninos e meninas eram separados para a realização das atividades físicas, hoje não são encorajadas. Os ambientes e as atividades devem ser propícios para que a participação seja integrada, com respeito mútuo, até mesmo pelo entendimento de padrões sociais e desenvolvimento social dos indivíduos. A Educação Física possibilita, através do movimento corporal, criticar os padrões sociais e trabalhar as consciências éticas, de valores, da democracia, da solidariedade e da paz. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA Quando falamos em responsabilidade social, nos referimos ao papel do cidadão, o que implica vivenciar uma ética cidadã e, por esse entendimento, esta se coloca essencialmente no sentido de definir ações pedagógicas que permitam ressaltar o exercício da cidadania e a solidariedade que possa ser aplicada no ambiente social. As ações pedagógicas precisam ser conscientes, coerentes e com princípios éticos. Quanto à responsabilidade social em Educação Física, fica latente pensar no Código de Ética da profissão, onde explicita a importância do respeito à dignidade e aos direitos da pessoa, à responsabilidade social, à não discriminação, ao preconceito, dentre outros valores fundamentais para o desenvolvimento profissional pleno. Fonte: Shutterstock.com Empreender a responsabilidade social em EducaçãoFísica requer, além dos conteúdos específicos da área, o conhecimento de temas transversais, como: meio ambiente, ciência e tecnologia, economia, multiculturalismo e cidadania. Os temas transversais devem ser discutidos com o objetivo de problematizar a realidade das situações de aprendizagem, integrar as habilidades e competências com a intenção da resolução de problemas e promover a aprendizagem continuada para a construção da sociedade. NESSE CONTEXTO, PODEMOS COMPREENDER QUE, COMO PARTE DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E DENTRO DOS TEMAS TRANSVERSAIS, A EDUCAÇÃO FÍSICA TEM UM PAPEL PREPONDERANTE NO ENFRENTAMENTO DE PROBLEMAS SOCIAIS VIGENTES, COMO O COMBATE AO SEDENTARISMO, O USO DE ANABOLIZANTES E O USO DE DROGAS, MOSTRANDO A IMPORTÂNCIA DA VIDA ATIVA, DA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, DIVERSIDADE CULTURAL E MULTICULTURALISMO. A responsabilidade social na Educação Física não deve ser representada por uma boa aula, tampouco pela participação ativa dos alunos e/ou dos praticantes, mas pelo incentivo do profissional de Educação Física ao despertar no indivíduo a compreensão da importância da atividade e do exercício físico, do conhecimento da cultura corporal do movimento. Isso para que, a partir desse entendimento, construa adultos ativos e idosos saudáveis. RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA NÃO ESCOLAR A ATIVIDADE FÍSICA E O ESPORTE TÊM GRANDE INFLUÊNCIA NA SOCIEDADE E VICE-VERSA, OU SEJA, UM INTERAGE COM O OUTRO. POR ESSE MOTIVO, CONSIDERA-SE A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ESPORTE E SUA INFLUÊNCIA NO PLANO SOCIAL. Com o crescimento das atividades físicas não escolares, onde estão inseridos os bacharéis, surgiram inúmeras empresas ligadas à atividade física e ao esporte, como: academias, centros de lazer, escolinhas esportivas, clubes etc. Essas empresas demandam atuação com responsabilidade social no sentido de promover a qualidade de vida, o bem-estar e a sustentabilidade tanto do público interno, quanto do público externo dessas instituições. A responsabilidade social demanda ações voluntárias da empresa que contribuem para o benefício social do seu público e do entorno e, para tanto, torna-se importante ter conhecimentos sobre ética, sociologia, psicologia, fisiologia, gestão etc. É necessário realizar uma análise estratégica acerca desses conteúdos e, por conseguinte, abordar problemas transversais ao esporte como: violência, igualdade, gênero, sociedade, economia etc. Solano (2013) afirma que é relevante para os negócios assumir as concepções de responsabilidade social, que permitem a sustentabilidade social das entidades de atividades físicas e esportivas. Nesse ambiente, a responsabilidade é vista como o ato de conhecer e aceitar as consequências de um ato livre e inteligente, bem como a relação causal que une o autor ao ato que realiza, vinculando as relações nascidas dos efeitos desse ato. O conhecimento deve ser contextualizado e isso não significa que forneça ética, mas que sirva como eixo, permitindo uma avaliação que dimensione as demandas necessárias àquela comunidade. Fonte: Shutterstock.com A partir dessa compreensão, as empresas ligadas à prática de atividades físicas podem exercer seu papel frente à responsabilidade social no que diz respeito ao relacionamento com a clientela, ao tratamento adequado aos funcionários e ações referentes ao meio ambiente e à sustentabilidade. Fonte: Shutterstock.com A responsabilidade social é assumida como o conjunto de obrigações inerentes ao livre entendimento prévio de que o indivíduo e a sociedade necessitam de ações que possam promover o seu desenvolvimento de forma autônoma, quer no sentido de ética, de serviços, ambientais, dentre outras (SOLANO, 2013). Fonte: Shutterstock.com Para Oliveira e Guimarães (2017), as ações de responsabilidade social têm características de contemplar e preservar a imagem da empresa e, a partir desse entendimento, a fidelidade dos clientes passa a ser notada. Por outro lado, Pereira et al. (2018) afirmam que, apesar das práticas empresariais no mundo das atividades físicas e dos esportes, ainda mostram exemplos de implementação insuficiente da abordagem e dos instrumentos de responsabilidade social e que existem manifestações que impactam negativamente no bem-estar social. É importante salientar que academias, clubes, escolinhas esportivas e todos os seguimentos relacionados à prática de atividades físicas e esportivas devem compreender que a responsabilidade social consiste em um compromisso consciente e congruente de cumprir integralmente os propósitos da empresa, tanto interna, quanto externamente. Devem também considerar as expectativas econômicas, sociais e ambientais de todos os seus participantes, respeitando as pessoas, os valores éticos, a comunidade e o meio ambiente, contribuindo assim para a construção do bem comum. A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A EDUCAÇÃO FÍSICA É UM COMPONENTE CURRICULAR OBRIGATÓRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, QUE COMPREENDE A EDUCAÇÃO INFANTIL, O ENSINO FUNDAMENTAL E O ENSINO MÉDIO (LDB, 1996). COM RELAÇÃO À OBRIGATORIEDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) No período escravocrata, a Educação Física passou a ser obrigatória para evitar a separação racial. B) Durante o período da educação jesuítica a Educação Física já era obrigatória. C) A reforma Couto Ferraz, em 1851, foi o marco inicial da Educação Física obrigatória no Brasil. D) Na década de 1980, o conhecimento científico passou a fazer parte dos novos rumos da Educação Física no Brasil e esta deixou de ser obrigatória. E) A inserção curricular da Educação Física foi bem aceita pela sociedade. 2. A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A CULTURA DO CORPO DÁ AO INDIVÍDUO A OPORTUNIDADE DE VIVENCIAR COM REFLEXÃO, CRITICIDADE E PARTICIPAÇÃO AS MUITAS FORMAS DE EXPRESSÃO CORPORAL. A ESSE RESPEITO, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) A diversidade da cultura do corpo pode se apresentar através da dança, do jogo, da recreação, do esporte e da ginástica. B) A cultura corporal é algo próprio do ser humano e, sendo assim, é algo individual. C) A expressão corporal não tem relação com a cultura. D) O movimento corporal diz respeito à biologia humana, não tendo referência com cultura. E) A cultura corporal dispõe de conteúdos a serem trabalhados apenas no ambiente escolar, sendo dispensável no ambiente de educação não formal. GABARITO 1. A Educação Física é um componente curricular obrigatório da Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio (LDB, 1996). Com relação à obrigatoriedade da Educação Física na educação brasileira, é correto afirmar que: A alternativa "C " está correta. Em 1851, deu-se a reforma Couto Ferraz, que iniciou de maneira oficial a prática da Educação Física obrigatória nas escolas brasileiras. 2. A construção do conhecimento sobre a cultura do corpo dá ao indivíduo a oportunidade de vivenciar com reflexão, criticidade e participação as muitas formas de expressão corporal. A esse respeito, podemos afirmar que: A alternativa "A " está correta. A diversidade da cultura corporal está ligada à vivência do homem de forma reflexiva e crítica acerca da sociedade em que vive. Seus conteúdos estão atrelados à prática das danças, lutas, jogos, esportes e ginásticas. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Refletimos sobre a importância da compreensão dos direitos sociais, do meio ambiente, da sustentabilidade e da responsabilidade social de forma global. Somente desta maneira é possível o exercício pleno da cidadania. A Educação Física passou por profundas transformações de acordo com a evolução da sociedade, adaptando-se às demandas que surgiam. No entanto, desde o início da sua obrigatoriedade no ambiente escolar, cumpriu um papel preponderante no desenvolvimento social pelos serviços prestados à sociedade. Percebe-se, então, que as práticas relacionadas à Educação Físicapromovem, além do desenvolvimento através das atividades corporais, a construção e o entendimento de uma cultura de direitos. Essa responsabilidade não está atrelada somente à educação formal, mas a uma prática pautada pela cultura corporal de movimento nas escolas e fora dela. REFERÊNCIAS ARAÚJO, J. M. de. 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