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/ DESCRIÇÃO O planejamento e a avaliação do ensino-aprendizagem em Educação Física, organização e acompanhamento dos processos. PROPÓSITO Entender o planejamento e a avaliação do processo ensino-aprendizagem da Educação Física como ferramenta de otimização para alcançar os objetivos propostos, e verificar a aprendizagem dos seus futuros alunos contribuirá de forma decisiva para a formação e atuação do profissional de Educação Física. OBJETIVOS / MÓDULO 1 Reconhecer os procedimentos e os elementos que fundamentam um planejamento de ensino MÓDULO 2 Identificar os elementos pertinentes ao planejamento na Educação Física escolar e não escolar MÓDULO 3 Identificar os elementos pertinentes ao plano de ensino MÓDULO 4 Relacionar os elementos essenciais do planejamento com o processo de avaliação INTRODUÇÃO Partimos da premissa de que uma aula corresponde a um procedimento sistematizado com intenções claras, na interação entre professores e alunos. Veremos alguns conceitos necessários para a compreensão do planejamento pedagógico, ferramenta necessária para otimização da atuação do professor em ambiente escolar e não escolar. Em seguida, serão abordados os tópicos necessários para elaboração de um projeto de ensino, como elencar conteúdos e objetivos, considerando o ato de planejar o ensino em Educação Física um elemento fundamental. / MÓDULO 1 Reconhecer os procedimentos e os elementos que fundamentam um planejamento de ensino PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO O entendimento de planejamento é uma ótima referência para iniciarmos, visto que planejar faz parte do contexto humano desde o início de sua existência. Inegavelmente, o homem sempre planejou com o intuito de alcançar seus objetivos, deste modo, é fácil compreender que a escola não foge desse modelo. A escola, de forma coletiva, e o professor, de forma individual, devem planejar para que as ações educativas sejam realizadas de forma que os objetivos sejam alcançados. Assim, o planejamento escolar passa a ser compreendido como planejamento pedagógico. Fonte: Shutterstock.com Planejamento: uma construção coletiva. / PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO O planejamento pedagógico é a forma como os professores organizam as atividades e os conteúdos que deverão ser trabalhados no contexto escolar durante o ano letivo. Nele, são expostos os objetivos e as metas que cada docente ou turma espera atingir ao final das aulas, dentro das intenções da escola, a partir do conhecimento da comunidade escolar. Nesse entendimento, Schmitz (2000) expõe que, para alcançar o sucesso, qualquer atividade deve ser planejada. De maneira especial, a educação escolar como uma atividade sistemática e formal deve ser organizada e planejada de forma séria e ponderada, pois, em qualquer nível na educação, não pode haver improvisos. Assim, planejar é determinar com antecedência os objetivos a serem alcançados, assim como a forma e os procedimentos necessários para otimizar os processos. Fonte: Shutterstock.com A principal função do planejamento pedagógico é facilitar o trabalho da administração escolar e do professor, atuando na organização das ações a serem realizadas para que as metas do projeto político pedagógico da escola sejam alcançadas. É um planejamento abrangente onde estão contidas questões da gestão escolar no âmbito administrativo, financeiro, nas questões didáticas e metodológicas. Thomazi e Asinelli (2009) compreendem que o planejamento deve / interferir nas relações entre discentes, docentes, diretores, supervisores e familiares e que, nessas condições, o ato de planejar estabelece uma relação de poder entre os atores do processo ensino-aprendizagem. Fonte: Shutterstock.com A importância do planejamento pedagógico está baseada no entendimento da orientação do processo educacional com um todo, onde este deve determinar as necessidades existentes, indicar as prioridades, ordenar recursos e demonstrar o que deve ser feito para que a educação, o principal fundamento da escola, seja alcançada. O planejamento pedagógico é responsável pela análise do contexto em que a escola está inserida, pela identificação dos problemas existentes e pela elaboração de ações que possam estimular o atingimento das metas preestabelecidas. SAIBA MAIS Um fator determinante no planejamento pedagógico é a flexibilidade, pois, ao longo do processo, com o surgimento de novas propostas que promovam atualizações nas ações, o planejamento deverá ser atualizado. Deste modo, há necessidade de espaço para a continuidade. / Todas as ações educativas contidas no planejamento pedagógico devem ter como finalidade a construção de uma sociedade sabedora de seus direitos e deveres, visando sempre ao bem comum. Sendo assim, um bom planejamento deve ser pautado na busca de caminhos para alcançar os objetivos educacionais de modo a impactar a vida dos alunos, dos pais e de toda comunidade escolar. Um bom planejamento reflete em uma educação de qualidade! O planejamento é um processo amplo para a orientação de todos os colaboradores durante o ano letivo, oferecendo um plano específico para a organização das atividades e dos recursos disponíveis. Portanto, deve envolver uma discussão de todos os aspectos importantes para a comunidade escolar. Planejar é um ato democrático, por isso, toda a comunidade escolar deve estar envolvida. Veiga (2001) compreende que o planejamento pedagógico deve ser elaborado coletivamente e que sua construção está relacionada com a organização em sua totalidade, incluindo toda a comunidade escolar. ETAPAS DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO / Fonte: Shutterstock.com O planejamento pedagógico, de modo geral, é realizado no início do período letivo, baseado nos resultados do ano anterior. Porém, são necessárias revisões periódicas e/ou pontuais sempre que houver necessidade, tornando-o um processo dinâmico que requer constantes mudanças sempre que houver novas demandas. Para sua elaboração, é importante a realização de um feedback do que foi passado e avaliar as atividades realizadas, pois os conteúdos dos anos anteriores são base para o que será feito no futuro. Fonte: Shutterstock.com / Fonte: Shutterstock.com Rever o passado para planejar o futuro. Um bom planejamento deve elencar os conteúdos que serão trabalhados, orientar os professores nas suas tarefas, organizar o calendário letivo, expressar a visão da escola e suas metas, e ser flexível para que agregue ações e valores ao longo de seu desenvolvimento. A partir do planejamento pedagógico, o professor poderá realizar seu plano de curso, seus planos de unidade e planos de aula, os quais serão ferramentas importantes para facilitar o trabalho docente e a compreensão dos discentes. PROJETO DE ENSINO E PROJETO DE APRENDIZAGEM / Todo projeto é um empreendimento temporário com o intuito de criar um serviço que possa atender ao cliente ou apresentar uma solução para um problema. Nesse sentido, o projeto de ensino é o planejamento em que o professor traça os caminhos para alcançar os objetivos propostos. Nele, estão contidas as informações e são hierarquizados os conteúdos, os quais serão fundamentais para os conhecimentos a serem adquiridos pelo educando ao final do processo. Por ser um instrumento elaborado pelo professor a partir dos conteúdos preestabelecidos no planejamento pedagógico, somente em raras oportunidades os alunos podem ter alguma abertura para discutirem temas dentro do que é estipulado previamente. No projeto de ensino, o professor é o mentor das atividades, momento em que são delimitados os problemas, hierarquizados os conteúdos, orientando as informações e os conhecimentos, atuando assim como o ator principal. Neste momento, o aluno é um coadjuvante, podendo em alguns momentos específicos fazer questionamentos, pesquisas ou resolução de problemas que surjam, porém respeitando o projeto previamente planejado pelo professor. Fonte: Shutterstock.com Para Behar e Moresco (2006),o projeto de ensino é onde o professor pensa as práticas pedagógicas, propõe os temas e desenvolve os conteúdos no sentido de que os educandos construam o saber dentro de suas realidades. Normalmente, o projeto de ensino pressupõe um trabalho de desenvolvimento dos conteúdos conceituais de uma determinada disciplina. O / professor também pode identificar os interesses dos alunos e, a partir daí, desenvolver um projeto dentro de temáticas que atendam a esta demanda. Fonte: Shutterstock.com Já o projeto de aprendizagem parte dos interesses, desejos, vontades, necessidades e problemas dos alunos. É um projeto elaborado pelo professor com inserção dos alunos. Nesse caso, o aluno passa a ser o protagonista de todo o processo. É ele quem toma as decisões sobre as ações que executará, pesquisando e descobrindo para solução de um problema. Vale ressaltar que, no projeto de aprendizagem, sempre haverá uma problematização que deverá ser resolvida. No projeto de ensino, o objeto de estudo é determinado pelo professor. No projeto de aprendizagem, o professor e os alunos escolhem o objeto de aprendizagem. PROJETO DE ENSINO / O FOCO É O ENSINO POR MEIO DE PROJETO PROJETO DE APRENDIZAGEM O FOCO É A APRENDIZAGEM POR MEIO DE PROJETO Em relação ao conhecimento, quando se pensa em projeto de ensino, a ideia é transmitir; e quando se pensa em projeto de aprendizagem, a ideia é construir. Vê-se então que: No projeto de ensino, o professor é o ator principal, mentor das atividades e o aluno, o receptor dos conhecimentos. É um processo de fácil execução e de avaliação uniforme. Já no projeto de aprendizagem, o aluno passa a ser o protagonista do processo. Ele constrói o conhecimento de forma colaborativa e o professor passa a ser o orientador, o mediador e incentivador da pesquisa. A METODOLOGIA DE PROJETOS ROMPE COM O TRADICIONALISMO DO ENSINO, APONTANDO PARA UM / PROFESSOR MAIS REFLEXIVO, COM UMA POSTURA PEDAGÓGICA QUE REFLETE UMA CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO COMO PRODUÇÃO COLETIVA. ESSA CONCEPÇÃO DE ENSINO PERMITE AO ALUNO “TESTAR” SEU APRENDIZADO AO LONGO DO PROJETO, ELE MESMO RECONSTRÓI SEUS CONCEITOS A CADA ETAPA, RELACIONANDO O NOVO COM IDEIAS PREEXISTENTES NA SUA ESTRUTURA COGNITIVA E TRANSFORMANDO OS CONCEITOS EM PROPOSIÇÕES. (MATOS, 2009). O projeto de aprendizagem tem por característica o destaque das orientações coletivas com o cumprimento do currículo, com base na realidade do educando e da sociedade em que está inserido. É um processo dinâmico, de pesquisa e tem o experimento como fato. É flexível e focado na realidade do aluno, tendo como destaque a avaliação que é realizada de acordo com cada propósito. O projeto de aprendizagem está inserido no modelo de aprendizagem ativa, em que o aluno passa a interagir com o tema de estudo e é estimulado a construir o conhecimento. Oliveira (2011) compreende que o ensino através de projetos tem como ponto forte o aprender que proporciona aos educandos condições teóricas e práticas que promovam a transformação e compreensão social de forma mais responsável. Finaliza acrescentando que este modelo torna a metodologia ativa. SAIBA MAIS Um projeto desenvolvido com a participação conjunta do professor com os alunos propicia melhor relacionamento interpessoal, faz com que os educandos se sintam mais seguros na aquisição e aplicação do conhecimento, possibilitando um maior percentual de assimilação do conteúdo. / Assim, o projeto de aprendizagem é uma oportunidade para o docente aplicar metodologias ativas, como: oficinas, pesquisas, projetos, aulas expositivas dialogadas, dentre outras possibilidades. Pode-se elencar estas atividades como geradoras de aprendizagem: DEBATES MAPAS CONCEITUAIS PESQUISAS ESTUDOS DE CASO DISCUSSÕES DE TEMAS ESPECÍFICOS TRABALHOS EM EQUIPE Veja no quadro abaixo um comparativo entre os projetos de ensino e os projetos de aprendizagem. Projeto de Ensino Projeto de Aprendizagem Receptor passivo da informação Valoriza o conhecimento prévio Trabalho individual, isolado Interação da turma (alunos/professores) Transcreve, memoriza, repete Função de construir conhecimento Aprendizagem individualista/competitiva Aprende em ambiente colaborativo Avaliação em conteúdos limitados Questiona e equaciona problemas / Aula baseada na transmissão da informação Análise de problemas e soluções Avaliação somativa – classifica o aluno Busca solução em equipe O professor é o transmissor do conhecimento Tem orientação docente Fonte: Adaptado de Moura e Barbosa, 2011. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE ENSINO A organização e o desenvolvimento dos conteúdos são os pilares de um projeto de ensino, a busca de temas em que se insira a comunidade escolar e, mais especificamente, o educando é fundamental para a elaboração de um bom projeto de ensino. O projeto de ensino é um projeto didático que faz parte da proposta de organização e desenvolvimento dos conteúdos. O papel do professor é propor problemas e orientar os educandos na busca de soluções. A partir daí, cabe aos alunos participar da construção do conhecimento por meio de pesquisas. Os pontos essenciais para elaboração de um projeto são: 1 2 3 4 5 / 6 7 1 O convencimento de que o projeto precisa ser desenvolvido por toda a escola, envolvendo professores, coordenadores, equipe de trabalho, alunos e pais. 2 Delimitar o tempo, que pode ser de um dia, ou até todo o período letivo. 3 A justificativa do projeto, o porquê da escolha do tema e a razão para escola trabalhá-lo. 4 Definição de um ou mais objetivos gerais e objetivos específicos, sendo o objetivo geral a meta final a ser alcançada, e os objetivos específicos oriundos das ramificações do objetivo geral. 5 A metodologia, pela qual serão apresentados os meios e a forma do desenvolvimento do projeto. / 6 Os recursos necessários. 7 Avaliação. Uma metodologia colaborativa, integrativa, multidisciplinar e abrangente se torna mais atrativa e tem como intenção conjugar esforços na busca de um fim comum. Envolve o grupo interno e externo da comunidade escolar, com interação entre diferentes disciplinas e abrangente quanto aos educandos participantes. A metodologia deve ter como meta a contribuição para a melhoria dos hábitos e das formas de aprendizagem, enfatizando o desenvolvimento de competências e habilidades. DICA Cabe ao professor e aos alunos especificarem as atividades a serem desenvolvidas, esclarecendo habilidades e competências, o local onde serão realizadas, as pessoas envolvidas e os materiais necessários para o desenvolvimento. Nesse sentido, Prado (2005) entende que a perspectiva real de diálogo entre docente e discente permite ao aluno a construção do próprio conhecimento, identificando-se como sujeito ativo, autônomo, criativo e responsável. Situação essa que permite ao educando novas buscas, produções, descobertas, compreensões, reconstruções de conhecimento e críticas quando necessário. Ao longo do projeto, é necessário um acompanhamento com registros dos seus efeitos, reuniões e relatórios, bem como a avaliação dos resultados alcançados. Ressalta-se que o ponto de culminância do projeto, geralmente, acontece no encerramento e pode servir para o congraçamento de todos os participantes. / DICA Na elaboração de um projeto de ensino, é importante descrever de maneira clara como os participantes serão avaliados, informando como se dará e de que forma será a avaliação. CONTEÚDO SELECIONADO E OBJETIVOS PREVISTOS O planejamento de ensino possui alguns componentes como: objetivos, conteúdos, metodologia e avaliação. Nesta concepção, é importante relacionar os conteúdos selecionados com os objetivos propostos. Fonte: Shutterstock.com O objetivo é a descrição clara da meta que se pretende atingir. Ele orienta sobre quais conteúdos devem ser trabalhados e quais serão os procedimentos adotados para o cumprimento das metas. Moretto(2008) destaca que um dos fatores que compreendem o sucesso de ensinar está na elaboração clara e precisa dos objetivos do ensino. / Fonte: Shutterstock.com O conteúdo é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que são selecionados e organizados como instrumentos para que os objetivos sejam alcançados. Alguns pontos tornam-se fundamentais para a escolha dos conteúdos de um projeto, dentre eles: a relação dos conteúdos com os objetivos definidos, a progressão pedagógica e a sua contemporaneidade. O PLANEJAMENTO DE ENSINO EM EDUCAÇÃO FÍSICA COMO UMA INTENÇÃO POLÍTICA O planejamento de ensino em Educação Física torna-se importante na medida em que busca refletir na ação pedagógica e na aproximação da realidade escolar e social. Quando a Educação Física considera o ambiente social em que o aluno está inserido e as experiências vividas para traçar objetivos, as atividades físicas e esportivas influenciam o aluno no sentido de torná-lo um indivíduo crítico e capaz de se colocar no mundo de forma consciente, confirmando a intenção política da disciplina. Chagas et al . (2016) afirmam que a Educação / Física reflete pedagogicamente sobre o homem, propondo transformar sua sociedade através das expressões corporais do jogo, esporte, dança, luta, ginástica etc. Fonte: Shutterstock.com O desenho do planejamento em Educação Física deve orientar o professor no sentido de intermediar o desenvolvimento biopsicossocial dos educandos, buscando a formação de indivíduos críticos e criativos. Somente assim a prática pedagógica terá êxito em sua função principal: a de educar. / A ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE ENSINO VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1. A EDUCAÇÃO FORMAL É UMA ATIVIDADE SISTEMÁTICA QUE DEVE SER ORGANIZADA OBJETIVANDO A APRENDIZAGEM E NECESSITA EVIDENTEMENTE DE PLANEJAMENTO CONSCIENTE, ONDE NÃO EXISTE ESPAÇO PARA O IMPROVISO. A PARTIR DA AFIRMAÇÃO ACIMA, PODEMOS DIZER QUE: A) O professor deve utilizar o planejamento de ensino para ter como seguir os conteúdos das disciplinas. B) No planejamento de ensino, deve constar apenas os conteúdos das disciplinas. C) O planejamento de ensino é apenas um instrumento burocrático. D) O planejamento de ensino deve ser produzido no início do período letivo e não deve ser alterado até o término do ano. E) O planejamento de ensino deve conter os objetivos a serem alcançados, bem como a metodologia que o professor irá seguir para alcançá-los. 2. O PROJETO DE ENSINO É O INSTRUMENTO QUE O DOCENTE ELABORA NO SENTIDO DE FACILITAR O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM COM O PERCURSO A SER SEGUIDO, OS CONTEÚDOS EDUCACIONAIS, A METODOLOGIA E A FORMA DE AVALIAÇÃO, SEMPRE PARTINDO DE INFORMAÇÕES SOBRE OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS E OS CONHECIMENTOS A SEREM ADQUIRIDOS PELO ALUNO. EM RELAÇÃO AO PROJETO DE ENSINO, PODE-SE AFIRMAR QUE: A) Os temas das disciplinas e os conteúdos acadêmicos são partes importantes ao elaborar o projeto de ensino. B) O projeto de ensino é elaborado pelo aluno com o auxílio do professor. C) Para que o projeto de ensino tenha validade é importante a participação do aluno. D) Todos os seguimentos escolares devem participar da elaboração do projeto de ensino. E) A direção escolar tem grande participação na elaboração do projeto de ensino. / GABARITO 1. A educação formal é uma atividade sistemática que deve ser organizada objetivando a aprendizagem e necessita evidentemente de planejamento consciente, onde não existe espaço para o improviso. A partir da afirmação acima, podemos dizer que: A alternativa "E " está correta. Na educação formal, o planejamento tem como função dar ao docente aporte para o desenvolvimento de seu trabalho pedagógico, fazendo com que este possa organizar suas ações objetivando o alcance das metas estabelecidas no projeto global da escola. 2. O projeto de ensino é o instrumento que o docente elabora no sentido de facilitar o processo ensino-aprendizagem com o percurso a ser seguido, os conteúdos educacionais, a metodologia e a forma de avaliação, sempre partindo de informações sobre os conhecimentos prévios e os conhecimentos a serem adquiridos pelo aluno. Em relação ao projeto de ensino, pode-se afirmar que: A alternativa "A " está correta. O projeto de ensino é um instrumento que o docente elabora para o auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e, nele, deve conter os temas das disciplinas e os conteúdos. MÓDULO 2 Identificar os elementos pertinentes ao planejamento na Educação Física escolar e não escolar INTRODUÇÃO / O profissional de Educação Física tem ao seu dispor uma infinidade de possíveis atividades para promover o desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo e, com isso, promover sua saúde e qualidade de vida. Nessa perspectiva, abordaremos o planejamento em Educação Física para que se otimize a atuação profissional e se obtenha êxito no alcance dos objetivos propostos. PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA O universo de atuação do profissional de Educação Física é amplo, cresce a cada dia e com novas tendências. Ao mesmo tempo, diversas áreas como o planejamento e avaliação se expandem na mesma velocidade. As atividades ligadas ao profissional de Educação Física abrangem todos os indivíduos: crianças, jovens, adultos, idosos, além de atender a pessoas com deficiência. Portanto, aqui faremos uma abordagem ampla para atuação do Bacharel e do Licenciado em Educação Física. Fonte: Shutterstock.com O trabalho empírico ou de improviso faz parte do passado e, na atualidade, um dos processos mais importantes em qualquer atividade relacionada ao desenvolvimento humano é o planejamento. Traçar objetivos, elencar conteúdos, adequar a metodologia a ser utilizada e refletir / sobre as necessidades existentes no setor de atuação profissional são fatores importantes para o bom desempenho. Somente dessa forma o profissional de Educação Física estará apto para prestar um atendimento qualificado com base no conjunto de princípios, normas e valores éticos que assumiu quando optou pela profissão. ATENÇÃO Vale ressaltar que não trabalhamos com “receita de bolo”, uma vez que a atividade física aplicada ao ser humano pode propor respostas diversas e, para isso, o profissional de Educação Física deve estar preparado e ter em seu planejamento a opção de um plano secundário aplicável. A metodologia em atividades ligadas à Educação Física é muito ampla, pois as modalidades, os objetivos, os espaços físicos, o público e outras variantes são muito diversificados. Nesse sentido, percebe-se que o planejamento deve ser pautado em uma metodologia que valorize a objetividade, a coerência e a flexibilidade. PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO NA VISÃO DO BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA Se você for pensar na atuação do profissional do Bacharel em Educação Física, deve considerar a intensidade das atividades, o controle da carga de treinamento, a frequência, a periodicidade e o volume. Todos esses fatores estão interligados ao estado do cliente. Além disso, os conteúdos tornam-se muito diversificados devido a diversos fatores, como: instalações físicas e/ou local do desenvolvimento, materiais e aparelhos, histórico do cliente, dentre outros. ATENÇÃO Para o êxito das interferências metodológicas e de conteúdos, faz-se necessária a anamnese do indivíduo e a avalição médica, em que pese a avaliação ser um dos pontos importantes do / planejamento para atividades físicas. Nesse contexto, é necessário que exista uma avaliação prévia do indivíduo, tanto física, como funcional, bem como avaliações periódicas, que irão compreender a evolução das incursões das atividades e o atingimento dos objetivos. A avaliação torna-se importante para a análise da aprendizagem dos objetivos propostos para o autoconhecimento onde será demonstrado de forma precisa as mudanças ocorridas no indivíduo. A avaliação tem uma conotação dupla, pois, além de verificar o desempenho do indivíduo, deve ser utilizada como parâmetro para o profissional analisar a sua atuação.PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO NA VISÃO DO LICENCIADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Em uma visão voltada para a atuação do profissional de Educação Física que é Licenciado, Scarpato (2007) afirma que o planejamento deve contemplar a avaliação da aprendizagem para constatação e a apresentação dos resultados alcançados ao longo do processo. Deste modo, a avaliação deve ser um ato constante ao longo do período, pois, a partir dela, o docente poderá obter um feedback de sua ação didática. Fonte: Shutterstock.com / Acerca desse entendimento, Luckesi (2005) compreende que, a partir do diagnóstico do desenvolvimento do aluno, o docente deverá fazer um feedback de seu desempenho, analisando os resultados obtidos. A partir daí, refazer suas metodologias para que sua atuação seja aprimorada e, por conseguinte, os objetivos da aprendizagem sejam alcançados. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PLANEJAMENTO Diversos fatores influenciam para que o ser humano busque na atividade física soluções para sua saúde e qualidade de vida. Isso é fato desde o princípio da existência humana, onde nossos antepassados já realizavam atividades, como: longas caminhadas, caça, pesca, lutas e danças. Os últimos cinquenta anos foram marcados por mudanças que trouxeram para o mundo uma nova perspectiva, modificando as cidades e a vida dos seus habitantes, transformando a demografia, a parte nutricional, tecnológica e de saúde. Fatores estes que influenciam a qualidade de vida. Aliado a esses fatores, o crescimento desordenado da população promoveu um desequilíbrio em questões ligadas à saúde pública, ao lazer e à sustentabilidade do planeta. Essas mudanças refletem diretamente na qualidade de vida do ser humano e, por consequência, na saúde. O indivíduo trabalhando mais, se alimentando mal e inativo tende a ter sérios problemas físicos, emocionais e sociais. / Fonte: Shutterstock.com Dentro desse contexto, a Educação Física sistematizada surge como parte de atividades e projetos de promoção da saúde, buscando uma vida mais saudável para a população de modo geral. Esses fatores aumentaram a procura por atividades físicas regulares e proporcionaram à Educação Física a oportunidade e responsabilidade de compreender as características sociais da população, identificar problemas associados à saúde e à qualidade de vida e, assim, produzir conhecimentos que estabeleçam o bem-estar e a saúde individual e coletiva. A compreensão, por parte do profissional de Educação Física, dos fatores externos que envolvem a sociedade permite empreender um planejamento e uma metodologia coerente com a realidade do educando, visando não só aos benefícios físicos, mas também dos praticantes como um todo. A atividade física propõe um envolvimento amplo do indivíduo como ser social. E cabe ao profissional de Educação Física não se ater apenas ao ato físico. A missão é infinitamente mais ampla e requer mais do que conhecimentos técnicos específicos, pois, somente dessa forma, conseguirá o desenvolvimento pleno do indivíduo enquanto cidadão (OLIVEIRA, 2011). / Fonte: Shutterstock.com O profissional de Educação Física deve entender que, para empreender um planejamento e uma metodologia coerente e eficaz, é importante compreender a prática da atividade física como fator de evolução humana, não se atendo apenas ao movimento físico, e deve proporcionar ao indivíduo a ativação de outras qualidades: biológica, psicológica, cognitiva e social, cabendo ao profissional planejar a partir do conhecimento do aluno de forma abrangente, e nisso inclui-se o ambiente em que este está inserido. ATENÇÃO Pode-se refletir que a problematização dos conteúdos em Educação Física deve alcançar as dimensões política, educativa, social e econômica, pois seus efeitos têm como finalidade a essência da cidadania. O planejamento coerente e com uma metodologia adequada ao desenvolvimento pleno do indivíduo deve ser pautado na qualidade da aula, na variedade dos exercícios, na atualização dos conteúdos e do mercado, na evolução dos movimentos, no acompanhamento e orientação e em objetivos claros possíveis de serem alcançados de forma segura e eficaz. Por fim, deve-se ressaltar que a Educação Física lida com a saúde das pessoas e traçar um planejamento / adequado pode ser o diferencial do profissional, enriquecendo sua atuação, dando segurança ao aluno e promovendo o dinamismo das aulas. A EDUCAÇÃO FÍSICA NÃO ESCOLAR Até a década de 1980, a escola era o principal local de atuação do profissional de Educação Física, que, em outros setores, disputava o espaço com ex-praticantes, ex-atletas ou adeptos de atividades físicas mais experientes. Tratava-se de uma disputa desleal, visto que apenas os professores de Educação Física detinham o conhecimento científico e sistematizado. Assim, começam a surgir movimentos organizados visando regulamentar a profissão. Até então, o foco da formação do professor de Educação Física era a área escolar, porém, no curso de graduação, as disciplinas eram comuns a esta área e à não escolar, sendo que todos os cursos qualificavam o acadêmico com a Licenciatura plena, habilitando-o atuar em ambas as áreas. ATENÇÃO A Educação Física, na atualidade, dispõe de dois campos de atuação, onde a Licenciatura compreende a parte escolar e o Bacharelado ao campo não escolar, sendo que um completa o outro no sentido amplo de desenvolvimento do indivíduo no contexto biopsicossocial (IORA et al ., 2017). Em 1887, permitiu-se a criação do curso de Bacharelado em Educação Física e, até 2005, o aluno cursava Educação Física tendo como foco a Licenciatura ou o Bacharelado. A partir de então, houve a percepção de que era necessária a divisão dos cursos, e o aluno foi obrigado a optar por um ou outro e, depois, se necessário, cursar as disciplinas restantes para ter as duas graduações. Nesse período, o mercado de trabalho na área não escolar já demonstrava um grande crescimento, principalmente, no ramo fitness . Atualmente, os alunos entram no curso de Educação Física e, ao término do quarto período (ciclo comum), fazem a opção entre Bacharelado ou Licenciatura. A Licenciatura tem a obrigatoriedade legal de atuação profissional nas escolas e oferece oportunidade para muitos profissionais. O Bacharelado representa a área não escolar que cresce / a cada dia. A necessidade de melhorar a saúde e a qualidade de vida somadas ao prazer da prática esportiva e do lazer são fatores preponderantes para que, cada vez mais, os serviços prestados sejam procurados. Fonte: Shutterstock.com O campo de trabalho tem como variantes: clubes, academias, áreas de lazer, hotéis, pousadas, clínicas, hospitais, iniciação esportiva, marketing esportivo, gestão de esportes e todas as atividades físicas fora da grade do currículo escolar. Além desses, os empreendimentos esportivos, as associações esportivas, a reabilitação, os esportes náuticos, as atividades de praia, os esportes de aventura e os projetos diversos realizados por secretarias de esporte e lazer municipais e estaduais fazem parte do contexto do Bacharel (NUNES et al ., 2012). Essas são as principais áreas de atuação do Bacharel em Educação Física: CONDICIONAMENTO FÍSICO Onde o profissional pode atuar em academias, clubes e empresas desenvolvendo suas atividades diretamente nos treinamentos ou na parte de supervisão. Outra modalidade crescente na área de condicionamento físico é o trabalho como personal trainer, em que o cliente tem um atendimento individualizado. ESPORTE / A área de esporte demonstra uma amplitude de mercado muito grande, em que o profissional de Educação Física pode se especializar em uma modalidade e trabalhar desde a iniciação até o alto rendimento, como: futebol, futsal, natação, handebol, basquetebol, voleibol, lutas entre outras. LAZER E RECREAÇÃO Esta área cresce à medida que o setor de serviços oferece aos seus clientes mais atividades. Os hotéis, pousadas, resorts e clubes são os principais locais de atuação com focono entretenimento. PERFORMANCE É a área em que o profissional de Educação Física atua como preparador físico e/técnico na preparação de atletas para competições de alto rendimento. GESTÃO A área administrativa a cada dia vem sendo mais ocupada por profissionais de Educação Física. No curso de Bacharelado, existem algumas disciplinas com enfoque na gestão, e diversos cursos de especialização em gestão esportiva também são facilmente encontrados. REABILITAÇÃO É a área em que o profissional de Educação Física atua, de forma multidisciplinar, na recuperação de pessoas com problemas físicos, doenças, lesões corporais, que passaram por procedimentos cirúrgicos etc. Na área de reabilitação, pode-se incluir o trabalho do profissional de Educação Física junto às pessoas com deficiência, de forma individualizada ou em entidades especializadas. O mercado de atuação do Bacharel em Educação Física desponta com novas perspectivas e existe possibilidade de atuação em diversas áreas emergentes, como: Prestação de serviços em condomínios Empresas e hospitais Esportes marítimos Atividades físicas e esportivas de praia Projetos / Consultorias Eventos diversos Portanto, a área de atuação a cada dia torna-se mais ampla, exigindo a necessidade de qualificação e formação continuada no planejamento, na prescrição, no ensino, na orientação, no assessoramento, na supervisão, no controle e avaliação de projetos e programas de exercícios físicos, esportivos e de lazer. Em um mercado cada vez mais exigente, somente os profissionais qualificados terão sucesso na profissão. Dito isso, compreende-se que o Bacharel de Educação Física tem a função de intervir nas áreas de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, projetos sociais, esportes, lazer e gestão de empreendimentos dessa área. Existe uma gama de espaços disponíveis para a atuação profissional configurados nas atividades físico-esportivas fora da escola. ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA / VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SÃO AMPLAS E DIVERSIFICADAS E ESTÃO RELACIONADAS AO DESENVOLVIMENTO HUMANO. UM DOS PONTOS IMPORTANTES PARA O PLANEJAMENTO DESSAS ATIVIDADES É A INTENSIDADE. LOGO, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) Como as atividades da Educação Física abrangem todos os indivíduos: crianças, jovens, adultos, idosos, além de atender as pessoas com deficiência, o trabalho empírico é a melhor forma de desenvolvimento. B) Para o êxito das interferências metodológicas e de conteúdos, faz-se necessária a anamnese do indivíduo e a avalição médica, pois somente com esse diagnóstico o profissional de Educação Física poderá planejar a intensidade. C) A experiência do profissional de Educação Física conta muito na parte metodológica, não necessitando assim de um planejamento das atividades. D) O sucesso docente independe de planejamento, pois a Educação Física atende aos mais diversos tipos de indivíduos e assim fica difícil planejar. E) O trabalho empírico e de improviso são “armas” que o profissional de Educação Física deve utilizar no desenvolvimento de suas atividades quando estas demandam adaptações. / 2. OS FATORES SOCIAIS COMO O USO DAS TECNOLOGIAS MODERNAS, O CRESCIMENTO DESORDENADO DA POPULAÇÃO, AS QUESTÕES LIGADAS À SAÚDE PÚBLICA, AO LAZER E À SUSTENTABILIDADE DO PLANETA REFLETEM DIRETAMENTE NA QUALIDADE DE VIDA DO SER HUMANO E, POR CONSEQUÊNCIA, EM SUA SAÚDE. A RESPEITO DOS FATORES EXTERNOS, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) Para um bom planejamento, o profissional de Educação Física deve compreender os fatores externos que envolvem a sociedade. B) Em relação ao planejamento em Educação Física, não é necessária a compreensão da realidade social, visto que o objetivo é a parte física do indivíduo. C) O profissional de Educação Física deve se aprofundar somente na parte técnica. D) O planejamento em Educação Física deve se preocupar com a ativação da parte física do indivíduo. E) A prática da atividade física como fator exclusivo de movimento físico e, nesse contexto, a questão social é irrelevante. GABARITO 1. As atividades de Educação Física são amplas e diversificadas e estão relacionadas ao desenvolvimento humano. Um dos pontos importantes para o planejamento dessas atividades é a intensidade. Logo, podemos afirmar que: A alternativa "B " está correta. Compreende-se que, a partir de um diagnóstico do aluno no início das atividades e ao longo do processo, o docente poderá fazer uma análise para empreender o planejamento que se adeque às características do indivíduo. 2. Os fatores sociais como o uso das tecnologias modernas, o crescimento desordenado da população, as questões ligadas à saúde pública, ao lazer e à sustentabilidade do planeta refletem diretamente na qualidade de vida do ser humano e, por consequência, em sua saúde. A respeito dos fatores externos, é correto afirmar que: / A alternativa "A " está correta. Um planejamento coerente e eficaz não deve se ater apenas ao movimento físico e, nesse sentido, deve buscar a ativação das diversas qualidades físicas: biológica, psicológica, cognitiva e social. Nisso, inclui-se o ambiente em que o indivíduo está inserido. MÓDULO 3 Identificar os elementos pertinentes ao plano de ensino INTRODUÇÃO O planejamento é destacado por subdivisões que atuam no sentido de organizar o conjunto de atividades a serem desenvolvidas, segmentando e detalhando por partes o contexto do cotidiano profissional, sendo pensado o ensino de forma macro, meso e micro. Agora, você deve ter a compreensão e o conhecimento dos planos de ensino, plano de aula e sua aplicação. O PLANO DE ENSINO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM O planejamento é um processo de reflexão e organização das funções didáticas que visa organizar o trabalho docente e, a partir daí, alcançar os objetivos propostos com maior efetividade. Nesse contexto, encontra-se o plano de ensino, que é um documento elaborado levando em consideração os componentes curriculares. Nele, constam as ações pedagógicas que serão desenvolvidas em determinado período. O plano de ensino tem caráter estratégico, pois orienta o / processo por um período específico, logo, deve ser crítico, reflexivo e dinâmico, devendo ser aprimorado quando necessário. O professor é o responsável pela elaboração do plano de ensino, pois este é quem deve elencar os objetivos da aprendizagem, relacionar os conteúdos, os métodos de ensino e a forma de avaliar, sempre dentro do que prescreve o currículo, seja escolar ou não. Fonte: Shutterstock.com Planejar é equilibrar o que se deseja e os meios a serem utilizados com o intuito de alcançar os objetivos e, para isso, faz-se necessária uma reflexão do entorno para fundamentar a tomada de decisão para a concretização dos objetivos dentro do tempo estipulado (BAFFI, 2002). A partir desse entendimento, compreende-se que o plano de ensino é um documento que registra todas as ações e decisões do processo ensino-aprendizagem e que, nele, dispõe o que fazer, para quem fazer, como fazer, quando fazer e para que fazer. SAIBA MAIS A fim de conhecer a realidade contextual, faz-se necessária a compreensão histórica de projetos e realizações, a compreensão da realidade atual, projeções de tendência futuras e possíveis / cenários, além de identificar os fatores críticos que possam inibir o sucesso. Também é importante identificar as características do público-alvo, suas expectativas, necessidades, limitações e potencialidades. Para a elaboração do plano de ensino, é fundamental que o docente conheça o contexto em que as atividades serão desenvolvidas, bem como os objetivos, as metodologias que possam ser utilizadas, os conteúdos, os recursos disponíveis e, assim, selecione a melhor forma de avaliar. Estes entendimentos e a ação docente estão diretamente relacionados para que o indivíduo alcance os objetivos propostos. Para definir os objetivos, é necessário traçar as metas relativizando os domínios cognitivo, psicomotore afetivo, analisando o saber, saber fazer e saber ser e conviver. Quanto à seleção dos conteúdos, deve-se atentar para os critérios de validade, flexibilidade, significação, sequência, gradação e continuidade. Lopes et al . (2011) afirmam que os conteúdos devem ser interessantes e expressivos, tendo significância para despertar a motivação dos indivíduos. Também devem incluir elementos que estejam vinculados ao cotidiano, pois, dessa forma, a assimilação será dada com maior eficiência. A seleção dos conteúdos torna-se de grande importância, quando se atenta para o fato de que, a partir deles, busca-se formar cidadãos mais autônomos, críticos, reflexivos e que atuem na transformação da sociedade. Na organização das estratégias do processo ensino-aprendizagem, a metodologia deve ter ênfase no ponto central do processo: a interação com o aluno. Nesse processo, o professor pode / se utilizar de inúmeras técnicas, como: aula expositiva, aula expositiva dialogada, dramatização, aula prática, palestras, vivências, pesquisas, seminários, trabalhos em grupo, estudo de caso, debates e o treinamento em si quando se pensa em prescrição. Para selecionar os recursos que serão utilizados para a realização da ação, o profissional deve ter atenção para as atividades e para o cenário de ensino-aprendizagem e, a partir daí, identificar os recursos materiais e humanos que serão necessários. Um dos pontos mais complexos de um plano de ensino é o processo avaliativo. Para que se obtenha êxito neste quesito, é importante verificar os propósitos, os referenciais teórico- metodológicos, tendo em vista a avaliação como elemento essencial como garantia do exercício da cidadania para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Segundo Sant’Anna (2013), a avaliação é um dos componentes pedagógicos que faz parte da prática educativa e se configura pelo procedimento que irá comprovar as modificações do comportamento e do rendimento. Isso se aplica a ambientes escolares e não escolares. A importância da avalição requer do profissional estratégias que possam visualizar o desenvolvimento e o progresso dos alunos. / Fonte: Shutterstock.com Outro ponto importante é compreender que a avaliação tem diversos níveis e, neles, aparecem a avaliação do aluno, do profissional e da disciplina. Vale destacar que os feedbacks devem atuar como uma forma de avaliação da disciplina e do próprio planejamento. Cabe ressaltar os tipos de avaliação, destacando a avaliação diagnóstica, avaliação formativa e a avaliação somativa, as quais serão abordadas mais adiante. ATENÇÃO O processo ensino-aprendizagem está atrelado a três elementos básicos: ensinar, aprender e avaliar. Porém torna-se complexo à medida que diversas variantes são encontradas nos conteúdos, no profissional, no discente e no contexto social e cultural em que estes estão inseridos. Para Sant’Anna (2013), a avaliação diagnóstica permite o entendimento do desenvolvimento do educando ao longo do processo, diagnosticando e permitindo a projeção e retrospecção do processo ensino-aprendizagem. Também tem fundamental importância em apresentar para o profissional o conhecimento prévio do aluno, o que permite planejar com conteúdo e metodologia que se adeque melhor. / Haydt (1988) compreende que: A AVALIAÇÃO FORMATIVA NÃO APENAS FORNECE DADOS PARA QUE O PROFESSOR POSSA REALIZAR UM TRABALHO DE RECUPERAÇÃO E APERFEIÇOAR SEUS PROCEDIMENTOS DE ENSINO, COMO TAMBÉM OFERECE AO ALUNO INFORMAÇÃO SOBRE SEU DESEMPENHO EM DECORRÊNCIA DA APRENDIZAGEM, FAZENDO-O CONHECER SEUS ERROS E ACERTOS E DANDO-LHE OPORTUNIDADE PARA RECUPERAR SUAS DEFICIÊNCIAS. O autor completa afirmando que esta é a avaliação que classifica o aluno no final do processo ou da unidade, fazendo uma listagem de alunos de acordo com o aproveitamento (HAYDT, 2000). Logo, pode-se compreender que, para a elaboração do plano de ensino, é necessário: Organizar os pensamentos em vista de uma ação. Conhecer a realidade. Traçar objetivos. Delinear caminhos para alcançar os objetivos. Supor contratempos e obstáculos. Estabelecer critérios para realizar a ação. / Prever o tempo necessário para a realização da ação. Organizar a cronologia do tempo. Definir recursos necessários para alcançar os objetivos propostos. Ter disciplina. Tornar a avaliação algo constante. PLANO DE AULA O planejamento de uma aula deve ser entendido como o ponto de partida da aula, pois é quando o docente começa a pensar e a criar o ambiente adequado para que o processo ensino- aprendizagem se apresente com excelência. Preparar o plano de aula e torná-lo exequível também é um fator de domínio do conteúdo e segurança do profissional. Gil (2012) explica que “o que difere o plano de ensino do plano de aula é a especificidade com conteúdos pormenorizados e objetivos mais operacionais”. Já Oliveira (2011) entende que o plano de aula é um instrumento didático-pedagógico necessário para a execução da atividade do professor no seu dia a dia e serve como um norteador do trabalho docente. Este planejamento demonstra os conteúdos e as atividades a serem desenvolvidos em uma aula, contendo como será a sistematização, o que será discutido, os meios e os materiais que o docente terá para colocar em prática o que foi planejado. ATENÇÃO Libâneo (1993) afirma que o plano de aula é uma ferramenta importante para o desenvolvimento das atividades em uma determinada aula, tendo como foco alcançar os objetivos de ensino. O plano de aula é um fragmento do plano de curso, mais detalhado e / sistematizado para a utilização imediata. Neste tipo de plano, deve-se considerar a elaboração e a apresentação dos objetivos, os conteúdos e as atividades, a aplicabilidade e a avaliação. Logo, vê-se que um bom plano de aula é fundamental para que o professor possa ter excelência em seu trabalho, com aulas organizadas e estimulantes. Para a elaboração do plano de aula, o docente deve atentar-se para pontos importantes, como: clareza e objetividade, conhecer os recursos disponíveis para as ações do processo ensino-aprendizagem, saber os conhecimentos prévios dos discentes acerca dos conteúdos a serem abordados, utilizar metodologias diversificadas, equalizar as atividades a serem realizadas com o tempo disponível, buscar diferentes referências relacionadas aos conteúdos, articular a teoria com a prática, conhecer a realidade sociocultural local, saber lidar com situações imprevistas e flexibilizar os conteúdos frente às situações. Conforme Gil (2012), para a elaboração de um plano de aula, não existe um modelo único, mas é necessário que o professor tenha em mente que o bom desenvolvimento da aula depende de uma apresentação dos conteúdos dentro de um raciocínio lógico, denominado de progressão pedagógica. Existem várias formas e diversos modelos de plano de aula, mas, de uma maneira geral, deve conter os seguintes elementos: Data: Para que o professor saiba a sequência do que está sendo desenvolvido. Tema ou assunto: O assunto que será abordado na aula. Objetivo geral: A meta que se deseja atingir no final da aula. Deve ser descrito sempre com um verbo no infinitivo, pois é a ação a ser realizada pelo aluno no final da aula. Objetivos específicos: São objetivos intermediários mencionados como um detalhamento do objeto geral, em que devem ser alcançados ao longo da aula. Também devem ser descritos no infinitivo por se tratar de ações a serem realizadas pelo aluno durante a aula. Conteúdos: Listagem dos itens e subitens a serem desenvolvidos na aula. Os conteúdos devem estar em consonância com o plano de ensino e seguir uma progressão pedagógica. Atividades: Detalhamento das atividades a serem realizadas na aula de acordo com os conteúdos. As atividades devem ser descritas de acordo com os procedimentos que serão / utilizados. Também devem prever as possíveis intervenções do professor durante o desenvolvimento. Avaliação: É a descrição de todos os procedimentos necessáriospara verificar se os objetivos propostos foram alcançados. Geralmente, são utilizadas questões, questionários, atividades extraclasse, ou outros instrumentos pertinentes de medida. A AVALIAÇÃO É CONCEITUADA COMO A SISTEMÁTICA DE DADOS POR MEIO DA QUAL SE DETERMINAM AS MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO DO ALUNO E EM QUE MEDIDA ESTAS MUDANÇAS OCORREM (BLOOM et al ., 1975, p. 23). Recursos: Listagem de todos os materiais necessários para a execução da aula. Pode conter apostilas, datashow, softwares, livros e, mais especificamente em Educação Física, todos equipamentos e materiais disponíveis para atividades físicas e esportes. Bibliografia: Listagem de todas as fontes consultadas para a elaboração do plano de aula, incluindo livros, revistas, apostilas, teses, dissertações, monografias, artigos científicos, sites especializados etc. Anexos: Materiais usados na aula e que serão entregues aos alunos como apoio para a melhor compreensão e desenvolvimento do contexto do ensino. / O PLANO DE AULA VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1. É FATO QUE O CONTEXTO SOCIAL DEVE TER GRANDE IMPORTÂNCIA NA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO. EM RELAÇÃO AO PLANO DE ENSINO, CABE AO PROFESSOR COORDENAR A AÇÃO DE ENSINO, PORÉM SEM DEIXAR DE CONSIDERAR QUE O CONTEXTO SOCIAL EM QUE O ALUNO ESTÁ INSERIDO É PARTE INTEGRANTE DESSE PROCESSO. ISSO EXPOSTO, É INCORRETO AFIRMAR QUE O PLANEJAMENTO DE ENSINO NECESSITA: A) De atenção às demandas sociais de seu entorno durante sua elaboração e execução. B) De conteúdos elencados em progressão pedagógica. C) Conter conteúdos pedagógicos, e não necessariamente considerar a realidade externa à escola. D) Listar objetivos diretamente vinculados à realidade da comunidade. E) Ser elaborado respeitando aspectos pedagógicos e políticos. 2. O PLANEJAMENTO É UMA FERRAMENTA INDISSOCIÁVEL DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM, ONDE SE PERMITE MAIOR QUALIDADE AO EXERCÍCIO DO DOCENTE. O PLANEJAMENTO DEVE ESTAR FUNDAMENTADO DE FORMA CONSCIENTE, CONSIDERANDO AS SITUAÇÕES DIDÁTICAS CONCRETAS PAUTADAS EM OPÇÕES POLÍTICO- PEDAGÓGICAS (ALVES; ARAÚJO, 2009). A RESPEITO DO PLANEJAMENTO ESCOLAR, ANALISE AS AFIRMATIVAS ABAIXO E RESPONDA: PLANEJAR É O MOMENTO EM QUE SÃO PREPARADAS AS AÇÕES DOCENTES, REFLETINDO SOBRE OS OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM E ESTABELECENDO RELAÇÃO COM A AVALIAÇÃO. O PLANEJAMENTO DE ENSINO É UM ATO BUROCRÁTICO QUE PROPÕE AO PROFESSOR UMA AÇÃO POLÍTICA DENTRO DO / CONTEXTO ESCOLAR. O PLANO DE CURSO, O PLANO DE ENSINO E O PLANO DE AULA FAZEM PARTE DO PLANEJAMENTO ESCOLAR. A PARTIR DAS DEMANDAS DA ESCOLA, O DIRETOR É O RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE ENSINO. A) Estão corretas I e II B) Estão corretas II e III C) Estão corretas I e III D) Estão corretas II e IV E) Estão corretas I, II e IV GABARITO 1. É fato que o contexto social deve ter grande importância na elaboração do planejamento pedagógico. Em relação ao plano de ensino, cabe ao professor coordenar a ação de ensino, porém sem deixar de considerar que o contexto social em que o aluno está inserido é parte integrante desse processo. Isso exposto, é INCORRETO afirmar que o planejamento de ensino necessita: A alternativa "C " está correta. O contexto social e cultural em que o educando está inserido deve ser levado em consideração na elaboração e na execução do plano de ensino, pois este contexto leva informações importantes para tal. 2. O planejamento é uma ferramenta indissociável do processo ensino-aprendizagem, onde se permite maior qualidade ao exercício do docente. O planejamento deve estar fundamentado de forma consciente, considerando as situações didáticas concretas / pautadas em opções político-pedagógicas (ALVES; ARAÚJO, 2009). A respeito do planejamento escolar, analise as afirmativas abaixo e responda: Planejar é o momento em que são preparadas as ações docentes, refletindo sobre os objetivos da aprendizagem e estabelecendo relação com a avaliação. O planejamento de ensino é um ato burocrático que propõe ao professor uma ação política dentro do contexto escolar. O plano de curso, o plano de ensino e o plano de aula fazem parte do planejamento escolar. A partir das demandas da escola, o diretor é o responsável pela elaboração do planejamento de ensino. A alternativa "C " está correta. Ao elaborar o planejamento, o docente deve traçar objetivos e ligá-los à avaliação, pois é parte do processo avaliativo saber se o educando atingiu os objetivos propostos. O plano de curso, plano de ensino e plano de aula são partes integrantes do planejamento. MÓDULO 4 Relacionar os elementos essenciais do planejamento com o processo de avaliação INTRODUÇÃO Os objetivos são os norteadores da aprendizagem, que ajudam o professor a manter o conteúdo direcionado para o que se pretende alcançar. Eles estão diretamente ligados à avaliação, que tem / a função de diagnosticar a situação da aprendizagem do aluno no sentido de compreender se o educando está conseguindo alcançar os objetivos propostos. Agora, compreenderemos a importância dos objetivos da aprendizagem, como elaborá-los, a escolha das estratégias de ensino e o processo de avaliação. OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Formular objetivos para qualquer atividade do ser humano torna-se importante na medida em que orienta o indivíduo para que consigam atingir suas metas. No que se refere aos objetivos de ensino e de aprendizagem, eles são previsões a que se pretende chegar, por meio de ações pedagógicas. No contexto educacional, os objetivos se apresentam com distinções no que se refere aos fins e às finalidades, sendo apresentados como objetivos gerais e objetivos específicos. Libâneo (2008) afirma que os objetivos devem expressar intenções claras quanto ao processo de aprendizagem dos indivíduos, capacitando-os para o enfrentamento das questões sociais e de sua transformação frente à sociedade. Os objetivos da aprendizagem devem ser elaborados tendo como base uma avaliação crítica dos fundamentos de sua ação, e precisam estar ligados ao contexto sociopolítico da escola, tendo como base os temas e conteúdos como instrumentos de transformação social do indivíduo. Os objetivos educacionais também devem levar em consideração as aspirações do educando e, nesse sentido, requer a atenção e um posicionamento ativo do professor. Fonte: Shutterstock.com / Embora os objetivos estejam inseridos no planejamento escolar, sua intencionalidade não se restringe somente ao que está implícito em sala de aula, pois as ações educacionais são fundamentadas em elementos significativos de transformação social do indivíduo. Para Libâneo (2008), o professor deve ter a percepção de que a função da escola extrapola a transmissão de conhecimento. Ela deve atuar diretamente na formação global do educando, preparando-o para o enfrentamento das lutas sociais e para o domínio de conhecimentos e habilidades que influenciarão na sua melhoria de condições de vida. Para isso, faz-se necessário o trabalho pedagógico concreto das escolas. Os objetivos da aprendizagem devem ser definidos de forma clara e válida em relação ao que se pretende que os discentes aprendam no final de determinado processo. Os objetivos atuam como norteadores do ensino, da aprendizagem e da avaliação. Tem-se no processo ensino- aprendizagem o entendimento de que todas as ações sejam voltadas para o que se espera dos alunos no final de cada unidade e esse direcionamento é dado pela proposta do objetivo. Os objetivos de ensino são muito importantes para o processo ensino-aprendizagem, pois representam a meta a ser atingida pelo aluno ao final de cada unidade. Portanto, é orientado ao professor que, no momento de elaborá-los, tenha em mente objetivos que possam ser mensurados, dentro da realidade existente, que desafiem o acadêmico, que possam ser alcançados dentro do tempo estipulado, pois, dessa forma, fica assegurado a todos o que deve ser atingido no final do processo. Rubie-Davis (2015) compreende que, quando os objetivossão claros, os alunos podem ter uma melhor percepção do que se pretende, apresentam-se motivados e se mobilizam para poder atingi-los. Afirma ainda que o compromisso da realização está ligado ao maior desempenho e à aprendizagem. Outro fator importante no estabelecimento dos objetivos é que o professor envolva os alunos nesse procedimento, no sentido de que estes possam definir suas próprias metas. Esse procedimento tem como finalidade que os educandos se concentrem mais nos seus estudos, sintam-se parte do processo e deem importância à aprendizagem e às avaliações. Os objetivos da aprendizagem devem ser as metas a que se pretende atingir. Por isso, devem ser embasados por pesquisas, conhecimentos e experiências adquiridas, exigindo que os alunos pensem de forma ampla, usando habilidades que reflitam sobre o entorno social, usem comportamentos e disposição com lógica, criatividade e inovação. Assim, terão a possibilidade de adquirir novos conhecimentos e desenvolver suas habilidades. / Pensar em objetivos é pensar em preparar as pessoas para competências e conceitos desafiadores e estimulantes para alcançar as metas propostas. Um recurso que é muito utilizado para descrever os objetivos é a taxonomia dos objetivos educacionais, que ficou popularizada como Taxonomia de Bloom. Esta é uma estrutura que organiza hierarquicamente os objetivos de aprendizagem. Isso se dá a partir de um trabalho de uma comissão multidisciplinar de diversas universidades norte-americanas, na década de 1950, que teve como líder Benjamin Bloom. A Taxonomia de Bloom classifica os objetivos de forma hierárquica, elencando do mais simples para o mais complexo, dando significância no sentido da estrutura, da organização e no planejamento das aulas, disciplinas ou cursos. Laranjeiras e Oliveira (2012) afirmaram que a Taxonomia de Bloom é eficiente para acompanhar como o conhecimento está sendo construído e de que forma pode-se interferir para construção e reconstrução constante do ensino. A aprendizagem, segundo a taxonomia de Bloom, deve ser diferenciada através de três tipos de domínios: psicomotor, cognitivo e afetivo. Os três desenvolvidos de forma harmônica promovem o desenvolvimento global do indivíduo. DOMÍNIO PSICOMOTOR É desenvolvido através de ações musculares alinhadas com o cognitivo do indivíduo, já que os movimentos da musculatura esquelética humana advêm de um estímulo sensorial para sua realização. DOMÍNIO COGNITIVO É desenvolvido através do ato de pensar, onde o indivíduo busca em seu intelecto compreensão e respostas sobre uma situação apresentada. DOMÍNIO AFETIVO Está relacionado à emoção do indivíduo e às reações afetivas que são determinantes para o seu desenvolvimento. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) / Os objetivos, além de elaborados de forma clara, devem esclarecer o que se deseja atingir no final da aula. Portanto, devem ser iniciados por um verbo no infinitivo. Nos objetivos gerais, utiliza-se verbos que tenham mais abrangência, enquanto, para os objetivos específicos, os verbos têm significados mais restritos. Na sequência, serão apresentados diversos verbos que podem ser utilizados em objetivo geral de acordo com o foco de cada um. Foco Verbo Conceitos conhecer, compreender, entender, identificar, reconhecer e generalizar Procedimentos desenvolver, estabelecer, organizar, capacitar e demonstrar Atitudes contribuir, colaborar, valorizar, interiorizar e mostrar Indicativo de análise analisar, investigar, comprovar, classificar, comparar, contrastar, diferenciar e distinguir Indicativo de avaliação avaliar, pesquisar, selecionar, precisar, decidir, estimar, medir e validar Indicativo de compreensão concluir, inferir, deduzir, interpretar, determinar, descrever e ilustrar Indicativo de registrar, definir, identificar, nomear, especificar, exemplificar, / conhecimento enumerar, citar Indicativo de síntese esquematizar, organizar, constituir, estruturar, generalizar, documentar e desenvolver Indicativo de aplicação aplicar, praticar, empregar, operar, usar Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A AVALIAÇÃO Planejamento e avaliação devem caminhar juntos no processo ensino-aprendizagem, pois, se o planejamento oferece a estrutura para o processo de ensino, a avaliação fornece o retorno da aprendizagem. Santos e Perin (2013) afirmam que o planejamento e a avaliação são partes fundamentais do processo ensino-aprendizagem. O planejamento e a avaliação devem ser pensados com qualidade e direcionados para a construção do conhecimento do educando. No mesmo entendimento, Sant’Anna (2013) afirma que o planejamento dá o suporte para o desenvolvimento da aprendizagem, e a avaliação é o processo que comprova as mudanças comportamentais e de rendimento do aluno, do professor e do sistema, visando à confirmação da construção do conhecimento. Durante o processo de ensino-aprendizagem, o professor utiliza diversos instrumentos para atingir seus objetivos de aprendizagem. A avaliação é a constatação da eficácia desse processo a partir da resposta dos alunos quando da construção do conhecimento. Segundo Luckesi (2005), no Brasil, por um longo período, a avaliação foi pautada na pedagogia tradicional e centrada no intelecto, na transmissão do conhecimento e na figura do professor, sendo o aluno um indivíduo apenas o receptor do conhecimento pronto e avaliado pelos / ensinamentos que recebeu na sala de aula. O processo avaliativo era classificatório, visando apenas medir o que o aluno memorizou e conseguiu reproduzir nas provas escritas ou orais comuns nesse processo. No fim do século XIX e início do século XX, surge a Escola Nova, também conhecida por Escola Ativa ou Escola Progressiva. Essa nova pedagogia despontou dando ênfase à espontaneidade da produção do conhecimento, aos sentimentos e às experiências individuais e coletivas do educando. A proposta dessa pedagogia era aprender fazendo, passando o aluno a ser participante direto do seu conhecimento, a partir de experiências e de descobertas pessoais e do grupo. Assim, o processo de avaliação deixa de lado a repetição e a reprodução, passando a enfatizar as atitudes, o esforço e o êxito do aluno ao realizar suas atividades. A qualidade torna-se o foco no processo avaliativo. Para Mizukami (2007), quando o docente propõe ao educando situações que o levam ao estudo, à pesquisa e a descobertas significantes, estabelece uma educação produtiva onde o aluno terá mais confiança no professor e perceberá seu crescimento em relação ao conhecimento anterior ao processo. Por volta de 1970, com o país em meio a um sistema militar, surge o enfoque pedagógico tecnicista, pelo qual os meios técnicos de transmissão de conteúdos são enfatizados e o educando passa a ser orientado para o princípio de rendimento. Em relação à avaliação, a pedagogia tecnicista priorizava a aplicação das técnicas e dos instrumentos, tendo como ênfase a média do aluno como um resultado. Utilizava-se de testes, questionários, escalas de atitudes para “aferir” o desempenho do aluno. Ao longo dos anos 1950 até o final dos anos 1970, a pedagogia progressista manifestava-se em três tendências: Libertadora, Libertária e Crítico Social. Tendo como base os estudos e experiências de Paulo Freire, apregoa a ideia de transformação e emancipação do educando, por meio da conscientização cultural, social e política. Na década de 1970, houve alterações no setor político repressivo, onde as lutas por igualdade social e pela democracia foram aprofundadas, o que possibilitou novas discussões sobre questões da educação e da escola. Era o aprofundamento da perspectiva crítica e política advindas da sociedade (LIBÂNEO, 2008). A pedagogia progressista parte de uma análise crítica da realidade social e compreende que sua sustentação se dá tendo a educação com fins sociopolíticos. A avaliação é realizada por vivências, / experimentações e outrassituações que não eram levadas em conta nas outras pedagogias. A padronização de instrumentos avaliativos perde o sentido. A avaliação deve ser embasada pelos conteúdos, pela ação advinda da experiência e explicação do professor, pela construção do conhecimento por parte do educando e pela relação teoria- prática (SILVA NETA; MAGALHÃES JUNIOR, 2012). Por meio do entendimento das diversas tendências pedagógicas dispostas, pode-se compreender que os diversos momentos do processo ensino-aprendizagem podem requerer que o professor defina sua forma de avaliar, pois não existe uma “receita” para o ato avaliativo, mas sugestões desde os procedimentos mais tradicionais até os mais renovados. Assim, percebe-se que a avaliação necessita de uma reflexão sobre a prática, a qual deve verificar as dificuldades e os progressos para atender a uma exigência do sistema. Em relação aos tipos de avaliação, pode-se dizer que existem: DIAGNÓSTICA Verifica os conteúdos e conhecimentos dos alunos e, a partir dessas informações, o professor planeja as ações para desenvolver seu trabalho no processo ensino-aprendizagem. Para Kraemer (2006), este modelo de avaliação é baseado em verificar a aprendizagem dos conteúdos propostos, e os conteúdos anteriores servem de base para criar diagnóstico das dificuldades futuras. Assim, é permitido ao educando resolver situações presentes. FORMATIVA Procedimento avaliativo realizado ao longo do processo ensino-aprendizagem. Fornece subsídios que servem para que professor e aluno detectem problemas e adequem ações para melhorias. A avaliação formativa proporciona ao professor informações importantes ao longo do processo ensino-aprendizagem, permitindo que este possa ajustar o planejamento de acordo com as características dos alunos (GIL, 2006). SOMATIVA Avaliação realizada ao fim do processo, com objetivo de medir o conhecimento do aluno e classificá-lo. Geralmente, é realizada através de provas ou trabalho final verificando o conhecimento cumulativo adquirido pelo aluno. / OS TIPOS DE AVALIAÇÃO VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1. COMO VIMOS, A ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM DEVE CONTER INFORMAÇÕES PRECISAS, PARA QUE NÃO HAJA DÚVIDAS POR PARTE DO PROFESSOR OU DO ALUNO, SOBRE O QUE SE DESEJA AO FINAL DO PROCESSO. SENDO ASSIM, É CORRETO AFIRMAR QUE OS OBJETIVOS: A) São formalidades e podem ser dispensados do planejamento. B) Os objetivos específicos são mais abrangentes que os objetivos gerais. C) É necessário que sejam iniciados com verbos no infinitivo. D) Podem ser mudados ao longo do processo para facilitar e compreensão dos alunos. E) Devem ser apresentados ao aluno de forma segmentada, para que o aluno vá compreendendo aos poucos o que se deseja no final do processo. 2. NO PRIMEIRO DIA DE AULA, O NOVO PROFESSOR DA TURMA PROPÔS UM TESTE ENGLOBANDO TODO O CONTEÚDO DA UNIDADE QUE ESTAVA INICIANDO. NESTA SITUAÇÃO, QUE TIPO DE AVALIAÇÃO O PROFESSOR ESTAVA REALIZANDO? A) Avaliação dos conteúdos B) Avaliação somativa C) Avaliação diagnóstica D) Avaliação formativa E) O professor não tinha intenção de avaliar os alunos. Estava somente preparando os alunos para futuras provas. GABARITO 1. Como vimos, a elaboração dos objetivos da aprendizagem deve conter informações precisas, para que não haja dúvidas por parte do professor ou do aluno, sobre o que se deseja ao final do processo. Sendo assim, é correto afirmar que os objetivos: / A alternativa "C " está correta. As boas práticas recomendam que os objetivos se iniciem com um verbo no infinitivo, onde o objetivo geral reflete uma visão global do estudo, enquanto os objetivos específicos se restringem a segmentos do estudo. 2. No primeiro dia de aula, o novo professor da turma propôs um teste englobando todo o conteúdo da unidade que estava iniciando. Nesta situação, que tipo de avaliação o professor estava realizando? A alternativa "C " está correta. A resposta é avaliação diagnóstica, pois foi realizada uma testagem do conhecimento dos alunos no início do processo, buscando compreender os conhecimentos prévios dos alunos. Com estas informações, é possível realizar o planejamento de ensino. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudamos a importância do planejamento, dos objetivos, da aprendizagem e da avaliação para o processo de ensino-aprendizagem como um todo e, mais especificamente, para o profissional de Educação Física. A busca incessante dos caminhos percorridos para alcançar os objetivos é o maior desafio do docente, pois depende dos resultados e interfere diretamente na aprendizagem do aluno, na sua vida e na de toda comunidade escolar. Vimos que planejar é um ato que depende da participação de todos na construção de instrumentos que estabeleçam condições que atendam as diversidades dos indivíduos. Inserir os educandos no papel de interferir na construção do seu conhecimento, dando-lhes autonomia para / que participem de forma ativa no processo, contribui para o seu processo de emancipação, tão importante para sua atuação social. Outro fator importante no planejamento do processo ensino-aprendizagem é a avaliação, pois a função do professor, na construção do planejamento, empreende as metodologias adequadas ao processo, acompanha e diagnostica os resultados da aprendizagem em diferentes momentos do processo educativo. REFERÊNCIAS ALVES, R. P.; ARAÚJO, D. A. de C. 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