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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE EXTREMA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
EXTREMA/MG 
 
RÉU PRESO/URGENTE 
 
Nono Ninho, brasileiro, casado, vendedor, portador da carteira de identidade SP-02.365.965 e 
do CPF nº 000.000.000-52 , residente na cidade de Vargem/SP, por intermédio de sua Advogada 
que esta subscreve, conforme procuração a ser anexada no prazo máximo de 5 dias uteis, pois, 
o réu se encontra preso na cidade de Extrema/MG, com escritório profissional a Rua Sem 
Denominação, nº100, Vargem/SP, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com fundamento no art. 5º, inciso LXV, 
da Constituição da República Federativa do Brasil, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
PRELIMINARES 
 
I- DA NÃO REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA 
 
Alertamos para o grave incidente processual ocorrido em face da ausência indispensável da 
audiência de custódia, conforme descrito pela autoridade policial. Nos termos da resolução do 
CNJ (n. 213 de 2015) determina verificar na audiência as circunstancias da prisão em flagrante e 
a não oitiva de testemunhas e reconhecimento. O desrespeito a este procedimento torna 
manutenção da prisão em flagrante ilegal e desproporcional, cabendo a Vossa Excelência 
determinar a melhor decisão com base no principio da dignidade da pessoa humana em face do 
autor. 
 
II- DA MANUTENÇÃO IRREGULAR DA PRISAO EM FLAGRANTE 
 
Averiguando os autos do processo, a prisão em flagrante deu-se em 06/01/2020, sem 
reconhecimento do autor pela vítima, e sem a manifestação de magistrado responsável sobre 
sua prisão, uma vez que, após o advento da Lei n. 12.403/2011, a prisão decorrente do flagrante 
passou a ter brevíssima duração, pois, o delegado enviará ao juiz cópia do auto em até 24 horas 
após a prisão, e este, imediatamente, deverá convertê-la em preventiva ou conceder liberdade 
provisória. Assim, permanecendo o réu em situação flagrância até o momento do presente auto, 
por ora rogamos a Vossa Excelência em relaxar a prisão em flagrante nos termos do Ar. 310, I, 
ora mantida irregularmente. 
 
1. DOS FATOS 
 
O Réu figura como indiciado pela prática do crime do art. 157 do Código Penal. 
 
Na data de 06 de janeiro de 2020, conforme relatos da ocorrência, por volta das 08h da manhã, 
o requerente foi surpreendido e abordado por um policial na cidade de Vargem/SP, quando 
estava vendendo seus produtos pela rua. 
 
O policial, identificou no requerente as mesmas características físicas e utilizando um relógio 
semelhante ao roubado em delito na cidade de Extrema/MG em dia anterior. E, sem maiores 
esclarecimentos, efetuou voz de prisão em flagrante ao requerente. 
 
Apresentado perante a autoridade policial, o mesmo ratificou o flagrante, sem demais 
averiguações, reconhecimento pela vítima ou oitiva de testemunhas, e comunicou a autoridade 
judicial para apreciação do caso, conforme Auto de Prisão em Flagrante. 
 
Cumpre ressaltar que é notória a boa índole da requerente, além de ser pessoa primária de bons 
antecedentes, tem residência fixa conforme apresentado pelos familiares, e possui interesse em 
trabalhar para sustentar sua esposa e seus dois filhos. 
 
2. DO DIREITO 
 
Dispõe art. 5º, LXV, da Constituição Federal: 
“A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. 
 No caso em tela é de rigor o relaxamento da prisão em flagrante, como será demonstrado a 
seguir. 
Registre-se, embora ocioso, que a situação exposta não enseja o auto de prisão em flagrante 
delito nos moldes do artigo 302 do Código de Processo Penal. 
É notória a ilegalidade desta prisão, tendo em vista que a perseguição ao suposto autor do delito 
ocorreu um dia após a sua consumação, sendo realizada a prisão em flagrante no 
dia 06/01/2020, um dia após o fato. 
Neste sentido, aplica-se ao presente caso os ditames do art 310, III, do Código de Processo Penal, 
tendo em vista que não estão presentes os requisitos para prisão preventiva, fazendo jus ao Réu 
à concessão da liberdade provisória. 
 
A prisão para garantia da ordem publica visa impedir que um determinado réu cometa novos 
crimes contra a vítima, ou contra qualquer pessoa. Geralmente, se aplica àquelas pessoas com 
propensão à violência. 
 
Tal fundamento não está presente no caso. O indiciado é pessoa de bem, mora com familiares, 
forneceu endereço e identidade, não pairando sobre isto qualquer duvidas de sua identificação 
e domicilio, corroborando sua qualificação com as do auto de prisão em flagrante. 
 
Conforme se pode perceber pela narrativa acima, não se encontram presentes os permissivos 
do artigo 302 do CPP, assim não se deu de forma lícita a prisão do requerente, sendo imperativo 
o relaxamento da constrição cautelar, nos termos do art. 5º, inciso LXV, da Constituição da 
República. 
 
No decorrer do processo criminal, se houver, será provada a inocência de Nono. 
Pede-se, contudo, o imediato relaxamento dessa prisão ilegal, nos termos do art. 310, I, 
do Código de Processo Penal, uma vez que não se caracterizou a situação de flagrância nos 
termos do artigo 302, incisos I, II, III e IV, do Código de Processo Penal. 
 
3. DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, uma vez provada a inexistência de flagrante delito, 
determinar o relaxamento da prisão, colocando o requerente em liberdade. 
Por fim, que seja ouvido o representante do Ministério Público, expedindo-se o competente 
alvará de soltura e, caso haja necessidade, que seja designada Audiência de Custódia. 
Vargem/SP, 07 de Janeiro de 2020. 
 
Nome e assinatura do advogado 
Nº da OAB

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