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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO Processo n. XXXXXXXX Jane, nacionalidade, estado civil, profissão, RG XXXX, CPF XXXX, residente e domiciliada no endereço..., através de seu advogado infra-assinado, com procuração anexa, propor REVISÃO CRIMINAL, com base no art. 621, III, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I- DOS FATOS No dia 18.10.2018, na cidade de Cuiabá/MT, a requerente subtraiu o veículo automotor da vítima Gabriela com intuito de revendê-lo no Paraguay. A vítima, imediatamente, acionou a polícia, mas apenas no dia seguinte a requerente foi presa enquanto tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do carro, este que estava em local não revelado. Um dia após o crime a vítima faleceu de infarto. A denúncia foi recebida dia 30.10.2018. A requerente confessou o delito em seu interrogatório e todas as testemunhas arroladas ratificaram os fatos. Finda a instrução processual, Jane fora condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial fechado, tendo sido na sentença considerado a confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime. Transitada em julgado a sentença condenatória, a requerente iniciou o cumprimento da pena em 10.11.2012. No dia 05.03.2013, Gabriel, filho único da vítima falecida e nunca mencionado no processo, informa que Jane, após o crime, ligou para ele no dia 27.10.2013 e lhe disse onde o veículo estava escondido. Gabriel, então, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então. II- DO DIREITO a) Da desclassificação Nobres julgadores, em virtude de nova prova, no caso, Gabriel, necessário a reanálise de certos aspectos. A denúncia foi recebida em 30.10.2018. No entanto, de acordo com o relato de Gabriel, Jane devolvera no dia 27.10.2013 o veículo furtado, antes, portanto, do recebimento da denúncia. A devolução da res furtiva antes do recebimento da denúncia caracteriza o arrependimento posterior, previsto no art. 16 do Código Penal, o que pode ensejar a redução da pena de um a dois terços. Como a res furtiva foi entregue sem nenhum tipo de embaraço, imperioso que a redução seja na fração máxima. Dessa forma, com base no art. 626, do Código de Processo Penal, requer seja modificada a pena, de forma a ser reduzida em sua fração máxima, pois a res foi restituída integralmente à vítima. O fato novo comprova que Jane devolveu o veículo e não o transportou para vendê-lo no Paraguai, assim, ela não está incursa na qualificadora do §5º, do art. 155, do Código Penal. Necessário, portanto, a desclassificação do crime qualificado para o de furto na sua modalidade simples, previsto no art. 155, caput, do Código Penal. b) Do regime semiaberto Operando-se a desclassificação do crime qualificado para o crime de furto simples, a pena aplicada à requerente será reduzida para menos de quatro anos. Ainda que a requerente seja reincidente em tal prática delituosa, é entendimento do Superior Tribunal de Justiça a possibilidade de cumprimento de pena em regime semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 04 anos, se favoráveis as circunstâncias judiciais, nos termos de sua súmula de n. 269. O fato de a requerente ter restituído o bem à vítima prepondera sobre os maus antecedentes, o que revela que lhe são favoráveis as circunstâncias judiciais. Dessa forma, nos termos da súmula 269 do STJ, requer a imposição do regime semiaberto. III- DOS PEDIDOS Ante o exposto, com base no art. 626, do CPP, requer: a) a desclassificação do crime de furto qualificado para o crime de furto simples; b) a diminuição da pena privativa de liberdade; c) a fixação do regime semiaberto. Nestes termos, Pede deferimento, Local XXXXX, Data XXXXX Advogado, OAB nº
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