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PRÁTICAS DE 
CONDICIONAMENTO 
FÍSICO
Carlos Rey Perez
Yoga: origem, história 
e evolução
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir a origem e princípios da yoga.
  Reconhecer a evolução da modalidade ao longo dos anos.
  Avaliar a perspectiva de crescimento da yoga nos próximos anos.
Introdução
O termo “holístico” deriva da palavra grega holos, que significa “todo”, 
cuja preocupação é expandir o pensamento cartesiano de que o ser 
humano é fragmentado e dividido, implantando uma concepção de 
que o ser humano é um todo. Corpo, mente e alma se inter-relacionam 
e se inserem em um contexto cósmico, em uma troca constante de 
energia com o universo. A yoga, dentro desse sistema holístico, aborda 
o ser humano em sua totalidade: físico, energético, psíquico e espiritual. 
Desse modo, busca tornar o corpo físico mais saudável para que o fluxo 
de energia vital circule adequadamente, melhorando o desempenho 
da mente e, com isso, proporcionando uma vivência espiritual voltada à 
expansão da consciência.
 Neste capítulo, você estudará detalhes sobre a origem e a evolução 
da yoga e perspectivas futuras para sua prática e inserção na sociedade 
moderna.
1 Origem e princípios da yoga
Na mitologia hindu, a criação da yoga remonta a Shiva, um bailarino que 
costumeiramente ia as montanhas para meditar. Após uma de suas meditações, 
improvisou uma dança com movimentos belos e graciosos que transbordava do 
seu íntimo, produzindo lindas coreografi as. As pessoas que assistiam fi cavam 
deslumbradas e extasiadas e solicitaram que Shiva as ensinasse aqueles passos 
de dança. Depois de um longo tempo de ensinamentos, Shiva fi cou conhecido 
como Nataraja, o Rei dos Bailarinos. Por trás daqueles movimentos coreo-
grafados, Shiva também criou sua própria fi losofi a de vida e, após sua morte, 
seus discípulos continuaram a transmitir aqueles ensinamentos aos demais.
A palavra yoga tem sua raiz no sânscrito yug, que significa unir (reunir, jun-
tar), no caso, a alma individual com a alma universal (MONIER-WILLIAMS, 
2008). Em estudos arqueológicos, a civilização do vale do Indo, percussora da 
yoga, teria se estabelecido às margens do rio em Harappa e Mohenjoadro, hoje 
território do Paquistão, entre 3.000 e 2.000 a.C., onde foram encontradas relí-
quias representando Shiva realizando várias posturas e praticando meditação.
Durante muito tempo os ensinamentos da yoga foram transmitidos dos 
mestres aos discípulos via relatos orais e pela própria prática. Os primeiros 
textos que mencionam a existência da yoga são Vedas, Ramayana e Mahabha-
rata, hinos épicos da Índia em prosa ou verso que transmitem conceitos sobre 
a vida como um todo, datados do período entre 500 e 100 a.C. 
A yoga atravessou os séculos e somente foi introduzida entre mais adeptos 
no Ocidente no final do século XIX e começo do século XX, por Swami 
Vivekananda, monge hindu que em suas palestras sobre a yoga, o hinduísmo 
e outras religiões do mundo impressionava o público. 
A yoga chegou ao Brasil no final dos anos 1940, por intermédio de um 
francês, Sêvánanda Swámi, batizado Léo Costet, criador da yoga integral (sarva 
yoga), que em suas palestras no Rio de Janeiro explicava as características da 
yoga. Na década seguinte, Sêvánanda construiu um centro de atividades da 
yoga na cidade de Rezende (RJ). Foi nesse centro que se deu a formação de 
vários mestres da prática, difundindo-a por todo o Brasil.
Essa filosofia milenar, se adaptou aos tempos atuais, mas conservou seus 
objetivos e sua essência. Os princípios norteadores foram fundamentados e 
sistematizado por Patanjali, cuja época de vida ainda é debatida, com alguns 
historiadores a situando em 200 a.C. e outros até 400 d.C. Nos seus textos, 
Patanjali apresentou o caminho da yoga por oito passos, a yoga ashtanga: 
yama, niyama, ásana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi.
Yama e niyama são princípios que conduzem a vida do praticante e re-
presentam uma conduta moral, ética e disciplinar. Eles fornecem um dire-
cionamento para lidar consigo mesmo e com o outro, de forma respeitosa e 
amorosa, proporcionando um estado de consciência mental que deixa-a livre 
de preconceitos e identificações, tornado o praticante apto a uma realização 
plena e integral. O yama regem os atos conscientes da não violência, da verdade, 
do desapego, da não possessividade e do domínio dos vícios. De outro lado, o 
Yoga: origem, história e evolução2
niyama refere-se aos atos e sentimentos que devemos estimular: a simplicidade, 
a alegria a perseverança, a autoanálise e a confiança.
A principal finalidade de um ásana é sempre de natureza mental (HER-
MÓGENES, 1988). São posturas psicofísicas de alongamento, força isométrica 
e equilíbrio para ter uma consciência corporal e um estado de presença, ou 
seja, ter a mente e o corpo em um mesmo lugar, tornando-a livre de distrações 
e promovendo o diálogo corpo–mente. Para Baptista e Dantas (2002, p. 18): 
“Cada postura deve ser realizada com concentração, onde o praticante deve 
ter em mente que ele é a própria postura e não apenas executá-la como um 
exercício físico apenas”. 
Pranayama se traduz na mobilização, conhecimento e “administração” 
da energia vital, a prana. Representa os exercícios e técnicas de controle 
respiratório, para acalmar e ajudar a controlar a mente. Para a yoga, a respi-
ração é muito mais importante que um estado fisiológico, pois insere-se no 
psicológico e no prânico. A percepção da respiração começa pela percepção 
contínua do f luxo de expiração e inspiração. Pode ser ao mesmo tempo um 
processo voluntário, quando queremos acelerar ou parar, ou um processo 
involuntário, quando ocorre pelos processos vegetativos. Pela interligação 
com o estado psíquico, a respiração se torna acelerada em momentos de 
inquietude ou medo e mais lenta nas ocasiões de tranquilidade e conforto, 
ou irregular quando temos um conflito de desejos. Cada expiração pro-
porciona uma agradável sensação de limpeza, enquanto cada inspiração 
oferece uma sensação igualmente agradável de nutrição. As técnicas do 
pranayamas nos levam a encontrar integração e liberdade de contradições, 
estabelecendo a paz entre o corpo e a mente, facilitando a absorção da 
prana que está no ar.
Pratyahara é a capacidade de se abstrair, afastar-se dos cinco sentidos. É 
o primeiro passo para a meditação. No pensamento da yoga, as sensações de 
audição, tato, visão, paladar e olfato são impressões que nutrem a mente, ao 
mesmo tempo que fazemos associações das sensações com fatos e pessoas 
que, assim, nutrem a alma. Com isso, podemos ao mesmo tempo estabelecer 
impressões e associações que podem ser certas ou erradas e, como em uma 
dieta alimentar, devemos descartar o que nos faz mal e manter aquilo que nos 
faz bem. Ao retirar de nossa consciência as impressões negativas, o pratyahara 
fortalece os poderes de imunidade da mente, afastando as influências sensoriais 
negativas ao seu redor. Sem isso, você não será capaz de meditar.
Dharana é o segundo passo para a meditação. A concentração e o foco 
são os elementos da dharana. Segundo Feuerstein (1998), a concentração é o 
controle da mente em um estado de imobilidade, com o direcionamento da 
3Yoga: origem, história e evolução
atenção e do foco a uma determinada ação, como uma parte específica do 
corpo, ou a um objeto ou um evento, como um som externo. 
Dhyana é a meditação propriamente dita. É um método pelo qual a mente 
se concentra cada vez mais em menos ações, objetos e eventos. Seu objetivo é 
o do esvaziamento mental e, ao mesmo tempo, não perder o estado de alerta. 
A meditação é a fase evolutiva do exercício mental, passando pelo estágio de 
pratyahara (abstração) e, em seguida, pelo aperfeiçoamento da concentração 
(dharana), que é a continuação direta do processo de inibição sensorial.
Por fim, de acordo com Kupfer (2002), samadhi significa iluminação, o 
objetivo final da yoga. É o início e o fim de um percursode evolução, a au-
torrealização, a contemplação da paz, da consciência plena, do sentimento de 
estar completo, sem apegos, ódios ou identificação. É o estado mais elevado da 
meditação prolongada e profunda, unificando corpo, mente e alma e criando 
a expansão da consciência humana ao universo cósmico. 
A Figura 1 traz uma representação dos caminhos da yoga pelos oito passos 
propostos por Patanjali.
Figura 1. Oito passos da yoga segundo Patanjali.
Yoga: origem, história e evolução4
A essência da yoga é a auto-observação, por meio da qual ocorre, entre 
outras coisas, o refinamento das posturas propostas. No decorrer das técnicas 
de ásana, a auto-observação traz consigo uma sensação de distância psico-
lógica em relação ao corpo, uma percepção de um espaço entre a mente e os 
movimentos do “eu” físico.
Pelos caminhos da yoga, na sua prática, existem duas vertentes principais: a 
yoga tradicional (ashtanga) e a yoga ação (kriya). No âmbito da forma tradicio-
nal, ashtanga, destacamos algumas modalidades: bhakti, jnana, karma e raja.
A bhakti é essencialmente voltada para a devoção à sua divindade, levando 
o praticante à autorrealização, arraigada pelo amor, buscando a felicidade e 
um estado de completa entrega e servindo a Deus.
Acessar o conhecimento transcendente é o objetivo da jnana. Essa mo-
dalidade lida com um tipo específico de conhecimento, de sabedoria e de 
intelecto. Não se trata do conhecimento para resolver problemas do cotidiano 
ou usado na argumentação dos pensamentos, na sua relação com o mundo que 
nos cerca. Jnana treina a mente para ser uma ferramenta de autorrealização 
para investigar a nossa própria natureza, transpondo o ego e o pensamento 
para além da mente.
Por sua vez, a karma yoga é a ação desinteressada, sem pensar em ganho 
ou recompensa. Sua atitude altruísta permite desprender de possíveis benefícios 
de nossas ações, oferecendo-as aos outros e, principalmente, a Deus.
Muitas vezes chamada de “yoga real” ou “yoga integral”, a raja yoga é um 
método de controlar o pensamento e a mente, transformando a energia mental 
e física em energia espiritual. A prática principal da raja yoga é a meditação, 
incluindo também outros métodos que ajudam a controlar o corpo físico, a 
energia vital, a respiração (prana), os sentidos e a mente. Quando o corpo e 
sua energia estão sob controle, a meditação flui naturalmente.
Ao contrário da ashtanga, de influência mental e espiritual, a kriya yoga tem 
como método a aprendizagem das técnicas de meditação. Quando praticada cor-
retamente, a meditação faz com que o coração, a respiração e o sistema nervoso 
desacelerem de forma natural. As técnicas praticadas em conjunto proporcionam 
ao praticante o alcance da união com Deus e a libertação da alma. Eis a seguir 
algumas das principais técnicas de meditação da kriya yoga (DALE, 2011):
  Energização — exercícios psicofísicos preparam o corpo para a medi-
tação. A prática regular harmoniza o físico com o mental. Utilizando a 
respiração, a técnica possibilita atrair a energia vital do ar para o corpo, 
purificando-o e fortalecendo-o. Os exercícios de energização ajudam 
a eliminar o estresse e a ansiedade.
5Yoga: origem, história e evolução
  Técnica de concentração de Hong-Só — com esta técnica, o praticante 
aprende a eliminar do pensamento a energia das distrações externas e 
a se concentrar em qualquer situação que precise de solução, além de 
colocar a atenção e concentração necessárias no “eu” interior.
  Técnica de meditação de Om — este método antigo ensina a experimen-
tar a onipresença divina com o Om, que é o mantra mais importante, 
o som do universo (mantra é uma sílaba ou poema recitado ou cantado 
repetidamente pelos fiéis do hinduísmo, de forma a ajudar na concentra-
ção durante a meditação). A técnica permite expandir a consciência além 
das limitações de corpo e mente, levando-nos a alcançar a percepção 
de nosso potencial infinito.
Entender os princípios da yoga é resgatar suas origens e ampliar seu alcance, 
tornando o conhecimento do corpo, da mente e da alma uma única consciência 
e sendo capaz de transportá-la a um universo cósmico a ser descoberto. 
2 A evolução da yoga ao longo dos anos
A evolução da yoga ao longo da história pode ser dividida em quatro principais 
períodos de inovação, prática e desenvolvimento (SOVIK; BHAVANANI, 
2016), examinados caso a caso a seguir.
Pré-clássica ou período védico (1500–600 a.C.)
Os ensinamentos foram transmitidos oralmente do professor (guru) para o 
discípulo (shishya). Esses ensinamentos foram compilados em escritos antigos, 
os Vedas, que são textos contendo canções, mantras e rituais usados pelos 
brâmanes e rishis (sábios místicos), que, por sua vez, são divididos em quatro 
partes: samhitas (coletâneas de hinos usados em rituais védicos); brahmanas 
e aranyakas (comentam e expandem os samhitas); upanishads (parte fi nal dos 
textos). Os upanishads ensinam que devemos sacrifi car o ego por meio do 
autoconhecimento, da ação desinteressada (karma yoga) e da sabedoria (jnana 
yoga), trazendo consciência para as dimensões meditativas da vida humana.
Era clássica ou pós-védica (600–100 a.C.) 
No período subsequente à compilação dos Vedas, uma enorme coleção de 
ideias, crenças e técnicas foi registrada e disponibilizada para prática e estudo, 
Yoga: origem, história e evolução6
muitas vezes confl itantes entre si. Seja como for, começaram a mudar os rituais 
védicos com objetivos altamente personalizados para o autodesenvolvimento, 
uma vida equilibrada e para a autorrealização Nesse período, as práticas da 
yoga foram codifi cadas e ocorreu a primeira apresentação sistemática da 
yoga, promovida por Patanjali (caminho dos oito passos), que infl uenciou 
profundamente a maioria dos estilos da yoga moderna.
Pós-clássico (100 a.C. ao século XVII) 
Poucos séculos depois de Patanjali, obras devocionais, histórias e ensinamentos 
de adeptos de yoga criaram um sistema de práticas com o objetivo de reju-
venescer o corpo e prolongar a vida, utilizando-se do corpo como meio para 
alcançar a iluminação. Foram desenvolvidas técnicas radicais para “limpar” o 
corpo e a mente (tantra yoga). Desta exploração e vinculação físico-espirituais 
com práticas centradas no corpo, surge a hatha yoga, que sobreviveu até o 
período moderno, juntamente com os Sutras de Patanjali e os ensinamentos 
do Bhagavad Gita, o mais célebre texto sobre autoconhecimento da yoga, do 
qual desenvolve 20 valores essenciais para os praticantes evoluírem ao plano 
espiritual (da relação com a vida, com o mundo e com os outros). 
Período moderno
No fi nal do século XIX e início do XXI, a yoga e seus ensinamentos viajaram 
do leste para o oeste, com a chegada de Swami Vivekananda aos Estados 
Unidos em 1893. Baseado no Bhagavad Gita, ele destrinchou cada um dos 
quatro ensinamentos: raja yoga (meditação), karma yoga (ação altruísta), bhakti 
yoga (religiosidade) e jnana yoga (transcendental). 
No início do século XX, Swami Kuvalayananda, do Instituto Kaivalya-
dhama de Yoga, e Yogendraji, do Instituto de Yoga de Mumbai, iniciaram a 
prática sistemática e a pesquisa em yoga. Entre os anos de 1920 e 1930, o hatha 
yoga foi intensamente desenvolvido e promovido na Índia com o trabalho de 
Tirumalai Krishnamacharya e Swami Sivananda, que escreveram mais de 200 
livros sobre a yoga e estabeleceram vários centros de prática e meditação pelo 
mundo. A Universidade S-VYASA (Swami Vivekananda Yoga Anusandhana 
Samsthana), em Bangalore, dá prosseguimento aos estudos sobre a yoga e 
promove com ênfase a yoga como terapia. 
Desde 2002, Swami Ramdev continuou a popularizar a yoga em toda a 
Índia, além de iniciar os estudos sobre eficiência da yoga nos cuidados com 
a saúde e a qualidade de vida. Desde então, várias tradições se espalharam 
7Yoga: origem, história e evolução
pelo mundo, mas com a presença de uma linhagem de professores dos estudos 
antigos, certificam que determinada técnica e ensinamento é de fato genuíno.
Chegandoaos dias de hoje, Barros et al. (2014) comentam que, apesar da 
diversidade de benefícios da yoga no mundo fitness, quase sempre os prati-
cantes são motivados a obter somente um corpo atraente, esquecendo-se do 
potencial dessa prática de forma global. Numa época marcada por valores como 
consumismo, individualismo, narcisismo, a busca pelo sucesso e o acúmulo 
de bens materiais, o corpo tornou-se também objeto de consumo.
N sociedade contemporânea, a yoga entra no século XXI com um afas-
tamento do culto ao corpo, trazendo um olhar para recuperar os sentimentos 
mais profundos, ou seja, um olhar do praticante na busca por seu “eu” interior. 
Nesse sentido, também percebe-se que a saúde, como energia vital, permite 
recuperar um estado ideal de equilíbrio. 
Ainda segundo essa visão holística do século XXI, a yoga vai além de prá-
ticas para manter a saúde e o bem-estar. A prática de ásana traze um conforto 
ao corpo físico desgastado pela vida agitada e estressante. Os exercícios de 
respiração e de relaxamento promovem uma volta à calma da mente em tempos 
de inquietação e angústia. Com isso, voltam-se os olhares para os princípios 
fundamentais da yoga, permitindo que os praticantes encontrem sua própria 
passagem para se conectar com sua essência, tornando-as capazes de manifestar 
equilíbrio e harmonia com o que está à sua volta. Em síntese, segundo Barros 
et al. (2014, p. 1311): “[...] a yoga sem os princípios da consciência relacionados 
à espiritualidade se reduz a uma prática física”. 
O Dia Internacional da Yoga é comemorado em 21 de junho. A data foi oficializada pela 
Organização das Nações Unidas (ONU) em sua 69ª assembleia geral, em 2014. Esse dia 
marca o solstício de verão no Hemisfério Norte (de inverno no Hemisfério Sul), que 
tem um significado especial em várias partes do mundo. Além disso, é considerada 
uma data especial, quando as influências cósmicas se tornam benéficas às práticas 
espirituais e holísticas.
A Resolução 69/131 da ONU (UNITED NATIONS, 2014) reconhece que a yoga pro-
porciona uma abordagem holística da saúde e da qualidade de vida e que a maior 
conscientização sobre os benefícios das práticas da yoga seria benéfica para a saúde 
física e mental das pessoas.
Yoga: origem, história e evolução8
Com o desenvolvimento das práticas do yoga no transcorrer do tempo e com 
sua introdução e consolidação no mundo ocidental apenas no último século, 
é cada vez mais necessário capitalizar toda a influência desses ensinamentos 
milenares e avaliar quais avanços ainda são possíveis, seja na área terapêutica 
ou no encontro da espiritualidade.
3 Perspectiva de crescimento da yoga nos 
próximos anos
Com a entrada da civilização no século XXI, as pessoas têm o entendimento 
de que é preciso voltar as atenções para a saúde, a qualidade de vida e a 
espiritualidade. Esse cenário de retorno à herança advinda da ancestralidade 
e de práticas milenares, como a yoga, enquadra-se perfeitamente como um 
caminho espiritual.
Se de início a prática da yoga cresceu principalmente como uma atividade 
física combinada com exercícios respiratórios e de relaxamento, com uma nova 
reorientação no âmbito da globalização não apenas no sentido da cultura e dos 
aspectos sociais, mas no retorno à espiritualidade, as práticas de meditação da 
yoga voltadas ao encontro do “eu” interior e da aproximação com a divindade 
marcam a presença como uma terapia holística. A espiritualidade, segundo 
Monteiro (2004, p. 167): “É um processo interior que centra a consciência 
do homem em Deus ou no self, isto é, o Deus em nós, dando um significado 
ao existir”. Além disso, Monteiro (2004, p. 178) aconselha o profissional de 
saúde a usar da espiritualidade do paciente “[...] para motivá-lo no tratamento 
e principalmente para dar suporte na hora da morte em razão da complexidade 
da situação vivida”.
A tradição da yoga que propõe uma medicina holística é baseada na ideia 
de que os males do nosso corpo podem ser causados pelo desequilíbrio ou 
bloqueio dos movimentos da energia vital nos chacras do sistema nervoso 
central (GOSWAMI, 2006). De outro lado, a Organização Mundial da Saúde 
(2002) reconhece a yoga como uma prática integrativa e auxiliar da saúde, 
complementar aos métodos da medicina tradicional, produzindo efeitos be-
néficos no funcionamento físico, fisiológico, cognitivo e ético. Com isso, a 
yoga se sintoniza com práticas médicas e paramédicas promotoras de saúde 
e longevidade na forma de prática preventiva. Nesse sentido, está mais em-
penhada no aumento de seu leque de práticas terapêuticas, contribuindo para 
uma autorreflexão dos praticantes. Isso promove maior conhecimento no 
9Yoga: origem, história e evolução
cotidiano, no estilo de vida e nas relações pessoais, aspectos quase sempre 
ignorados pelos profissionais de saúde e com um profunda importância na 
promoção integral da saúde (BARROS et al., 2014).
Na yoga, aprendemos que, para encontrar equilíbrio e harmonia, devemos 
fazer um gerenciamento dos aspectos da saúde ao praticar flexibilidade e 
tonificação muscular, bem como “higiene” profunda para revigorar o corpo 
e mente, além de expandir a respiração reconhecendo as tensões, aprender 
a relaxar, administrar o estresse, encontrar um ritmo de vida mais pausado, 
simplificar a vida e recuperar o tempo.
Além dessas perspectivas da yoga como uma terapia comportamental e 
espiritual ou para a promoção da saúde, também abre-se uma vertente da yoga 
no âmbito escolar. Essa inserção nas fases de escolarização deve se dar por 
movimentos e desafios corporais, além, é claro, das técnicas de meditação, 
de acordo com o desenvolvimento motor de cada criança e adolescente, pro-
movendo também o desenvolvimento de capacidades e habilidades cognitivas 
e psíquicas próprias ser humano (LORENZ, 1995). A yoga na escola deve 
objetivar o desenvolvimento das dimensões cognitivas, afetivas e psicossociais, 
além de reforçar que mente e corpo não estão separados e que devem andar 
no mesmo compasso. Nesse sentido, Arenaza (2003, p. 2) afirma: “O corpo 
é o instrumento e o recinto da mente e do espírito, e deve ser afinado para 
desempenhar harmoniosamente suas funções. E, neste contexto escolar, a 
yoga pode ser considerado como um trampolim para a aprendizagem, visando 
desenvolver as potencialidades humanas”.
 Na educação infantil (3–5 anos) e no primeiro ciclo de alfabetização (6–9 
anos), a criança expressa uma necessidade de estímulos afetivos e uma busca 
pelo prazer por meio de jogos simbólicos e “faz-de-conta”, situação em que 
desenvolve sua imaginação criando histórias. Com isso, essa fase se identifica 
por atitudes e movimentos caracterizados, que são formas de interpretação e 
interação, em que podem ser utilizadas músicas ou narrativas acompanhadas 
de movimentos espontâneos que se mostram de uma maneira expressiva 
(FREIRE, 1989).
Dessa forma, com a prática de ásana, a criança vai sendo conduzida a 
investigar o seu próprio corpo por meio dos movimentos e, ao adotar as pos-
turas físicas e incorporar suas qualidades mentais, pode experimentar ser 
firme como uma árvore, livre como um pássaro, forte como um guerreiro e 
brilhante como o Sol (MARTINS, 2011). Por as vez, as técnicas de respiração e 
de concentração (pranayamas e dharana), podem ser utilizadas com o objetivo 
de desenvolver a calma e a concentração, acarretando uma diminuição da 
ansiedade e agressividade, características típicas dessa faixa etária.
Yoga: origem, história e evolução10
No canal do YouTube TV Rá Tim Bum, você pode encontrar uma coleção de vídeos em 
episódios, intitulados “Yoga com histórias”. Cada vídeo mostra posturas e técnicas de 
yoga voltados ao público infantil. Você pode encontrar a referência completa para o 
Episódio 1 ao final deste capítulo, na seção Leituras Recomendadas.
Essa dita pedagogia holística, no seu amplo leque de compilações, pode inserir 
a yoga como um viés formador e na preparação de uma consciência individual 
e coletiva na preparação de um cidadão parao novo milênio. As perspectivas 
do crescimento da yoga para o século XXI passam necessariamente por uma 
abordagem terapêutica relacionada à saúde e qualidade de vida (yogaterapia), 
além da inserção das práticas e filosofia da yoga no contexto escolar.
Assim, a história da yoga e seu desenvolvimento ao longo do tempo, bem 
como as perspectivas para o futuro, podem ser introduzidos no corpo de co-
nhecimento da educação física, e seus profissionais serão capazes identificar 
os benefícios dessa prática milenar. 
ARENAZA, D. O yoga na sala de aula. Florianópolis: Universidade Federal de Santa 
Catarina, 2003.
BAPTISTA, M. R.; DANTAS, E. H. M. Yoga no controle de stress. Fitness & Performance 
Journal, v.1, n.1, p.12–20, 2002.
BARROS, N. F. et al. Yoga e promoção da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 4, p. 
1305–1314, 2014.
DALE, C. Kundalini: divine energy, divine life. Minnesota: Llewellyn, 2011.
FEUERSTEIN, G. A tradição do yoga. São Paulo: Pensamento, 1998.
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: 
Scipione, 1989.
GOSWAMI, A. O médico quântico: orientações de um físico para a saúde e a cura. São 
Paulo: Cultrix, 2006.
HERMÓGENES, J. Auto-perfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade 
de vida. Rio de Janeiro: Record,1988.
11Yoga: origem, história e evolução
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
KUPFER, P. Hatha Yoga Pradipiká. Florianópolis: Instituto Dharma-Yogashala, 2002.
LORENZ, F. V. Bhagavad Gita: a mensagem do mestre. São Paulo: Pensamento, 1995.
MARTINS, F. S. Yoga com crianças: um caminho pedagógico-didáctico. 2011. Dissertação 
(Mestrado) — Universidade do Minho, Braga, 2011. 
MONIER-WILLIAMS, M. A Sanskrit-English On-line Dictionary. Universität Zu Köln, 2008. Dis-
ponível em: http://www.sanskrit-lexicon.uni-koeln.de/monier/. Acesso em: 10 abr. 2020.
MONTEIRO, D. M. R. Espiritualidade e envelhecimento. In: PY, L. et al. Tempo de envelhecer: 
percursos e dimensões psicossociais. Rio de Janeiro: Nau, 2004
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Estratégia de la OMS sobre medicina tradicional 
2002-2005. Genebra: OMS, 2002. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.
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Acesso em: 10 abr. 2020.
SOVIK, R.; BHAVANANI, A. B. History, philosophy, and practice of yoga. In: KHALSA, S. 
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RES/69/131. Acesso em: 10 abr. 2020.
Leitura recomendada
TV RÁ TIM BUM. Yoga Com Histórias — Episódio 1. 22 fev. 2019. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=CzTS0p9nE8I. Acesso em: 10 abr. 2020.
Yoga: origem, história e evolução12

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