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Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98. Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000. lndaial-SC Fone: (0xx47) 3281-9000/3281-9090 Home-page: www.uniasselvi.com.br Curso de Tópicos em Educação II Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Tania Cordova Equipe Tutoria Interna de Pedagogia Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Paulo Herique do Nascimento Revisão: Harry Wiese José Roberto Rodrigues 3 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL A PRESENTAÇÃO A Educação Infantil é o tema que organiza a quarta etapa do Curso Tópicos em Educação 2. Em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação reconheceu que a educação inicia nos primeiros anos de vida da criança e determina que a formação de professores, para atuarem nesta fase, seja preferencialmente no ensino superior. Desta forma, buscamos abordar ao longo do texto algumas informações sobre a Educação Infantil imprescindíveis à formação do professor pedagogo e de outros profissionais do ensino envolvidos com esta etapa da Educação. Os tópicos organizados remetem à compreensão da infância ao longo do tempo, até a contemporaneidade, tendo como fi nalidade a promoção dos aspectos sociais, culturais e históricos da criança. A cada tópico trabalhado estaremos reafirmando o compromisso desta etapa em promover uma educação de qualidade, organizada entre o cuidar e o educar, visando ao desenvolvimento integral da criança. Sucesso em seus estudos! 4 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO Prezado(a) acadêmico(a)! Conforme a Lei nº 9.394/96, a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como fi nalidade a promoção do desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Na contemporaneidade, a infância é vista como um período específi co pelo qual todos os indivíduos passam, fazendo parte da construção histórica da criança. A orientação de que todo ser humano nasce e será criança até um determinado período é inegável; no entanto, tal proposição nem sempre foi compreendida dessa maneira. Por muito tempo a condição de ser criança e, em consequência, as formas de educá-la, foram questionadas ou não existiam. Para o pesquisador francês Ariès (1981), por exemplo, o conceito de infância foi construído historicamente. Em sua obra História Social da Criança e da Família, publicada na década de 60 do século XX, o autor aponta que a criança, por muito tempo, não era vista como um ser em desenvolvimento, com características e necessidades próprias, mas, como um adulto em miniatura. 5 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL FIGURA 1 – CRIANÇAS REPRESENTADAS COMO ADULTOS EM MINIATURAS FONTE: Disponível em: <http://professoraroseliafonso.blogspot. com/2011/02/um-pouco-de-historia.html >. Acesso em: 6 set. 2011. O pensamento de Ariès e de outros pesquisadores e estudiosos que se dedicaram a compreender a condição da criança e a concepção de infância tem possibilitado repensar o lugar ocupado por esta na sociedade. Em consequência, as ações educativas ao atendimento desta etapa do desenvolvimento humano também vêm passando por novas e várias ressignifi cações. Assim, caro(a) acadêmico(a), nesta etapa retomaremos alguns conceitos e refl exões sobre a Educação Infantil necessários à 6 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II formação do professor e dos profi ssionais da educação. Iniciamos por um breve panorama histórico acerca da Educação Infantil no Brasil, bem como buscaremos compreender a Educação Infantil na legislação brasileira e, em seguida, retomaremos as concepções de criança, infância e educação infantil. Vamos iniciar nossos estudos? 2 A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS Anterior ao século XX, a educação da infância no Brasil não apresentava preocupações com a especifi cidade desta faixa etária. Desde a ocupação do Brasil até os anos fi nais do século XIX, salvo algumas iniciativas de cunho privado e de caráter assistencialista, foram praticamente nulos os movimentos de ações educativas voltadas para a primeira infância. 7 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ATENÇÃO: Nas últimas décadas do século XIX, algumas instituições destinadas à infância surgem no cenário brasileiro. Entre elas, citam-se: o Asilo de Meninos Desvalidos, fundado no Rio de Janeiro em 1875; o Instituto de Menores Artífi ces em Minas Gerais no ano de 1876 e o Primeiro Jardim de Infância Menezes Vieiras, fundado em 1875, no Rio de Janeiro, e fechado logo em seguida por falta de apoio do poder público. Em 1899 é fundado pelo médico pediatra Carlos Artur Moncorvo Filho o Instituto de Proteção e Assistência à Infância. Essa instituição de cunho fi lantrópico tinha como objetivo melhorar as condições de assistência social às crianças. Assim, as instituições citadas tinham como objetivo prestar ações assistencialistas à infância. Em consonância ao caráter assistencialista à infância, criam-se, nos primeiros anos do século XX, as creches para atender crianças de 0 a 3 anos. De acordo com Kuhlmann Júnior (1998), a instituição creche foi criada como espaços onde as crianças permaneciam para as mães que obtinham um emprego e precisavam trabalhar. Essa característica ainda se mantém, muitas vezes, na atualidade. Outra instituição que ganhou visibilidade neste período foi o jardim de infância. Com caráter diferenciado da creche, o jardim 8 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II de infância destinava-se ao atendimento das crianças das classes mais favorecidas. É importante destacar que estas instituições apresentavam-se sob uma fi nalidade pedagógica e explicitava seu caráter educativo como estratégia que as diferenciavam dos asilos e creches destinados à infância desvalida. Ao longo do século XX, outras discussões e iniciativas configuram uma preocupação com a Educação Infantil, no entanto, mantiveram o mesmo caráter que a pontuou desde o início: a assistência social, a preservação da vida e o atendimento à necessidade de mercado de trabalho, não havendo uma preocupação direta com a educação. As mudanças estruturais e pedagógicas dessa etapa da educação ocorreram somente na década de 70 do século XX, quando o processo de urbanização e a inserção da mulher no mercado de trabalho ocasionaram uma demanda de procura por vagas que atendessem crianças de 0 a 6 anos. No entanto, a não existência de políticas públicas bem defi nidas, a abertura de instituições e a falta de profi ssionais sem formação adequada geraram a precarização no atendimento a esta faixa etária. No sentido de organizar as políticas públicas, o Governo Federal, ao longo da década de 1970, criou algumas ações com vistas a organizar o atendimento da infância. Entre essas ações citam-se: • a criação da Coordenação de Educação Pré-Escolarpara crianças de 4 a 6 anos, em 1975. 9 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL • a Legião Brasileira de Assistência (LBA), em 1977. Esta última, criada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, tinha como objetivo coordenar as diversas instituições independentes (comunitárias, confessionais e fi lantrópicas), que se destinavam ao atendimento de crianças de 0 a 6 anos. A LBA foi extinta em 1995, mas os recursos públicos destinados à Educação Infantil permaneceram a ser distribuídos por meio da assistência social, principalmente para as creches, que atendiam crianças de 0 a 3 anos. Anterior à criação destas instituições, nos anos 80, o campo educacional brasileiro foi marcado pela redemocratização política e social e, em consequência, por novas concepções na educação. A partir da promulgação da Constituição Brasileira de 1988 a Educação Infantil foi instituída como um direito da criança e um dever do Estado. Com esta determinação, a Educação Infantil ganha legitimidade e passa a ser objeto de planejamentos, de legislação, de políticas sociais e educacionais. Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente reafi rma o direito da criança à educação, ao mesmo tempo em que estabelece mecanismos de participação e controle social do Estado na formulação e na implementação de políticas para a infância. Após esse documento, o Ministério da Educação, em 1994, elaborou a Política Nacional de Educação Infantil, em que defi niu os principais objetivos para a área e para a expansão da oferta 10 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II de vagas para a criança de 0 a 6 anos. O fortalecimento da concepção de educação, o cuidado com aspectos indissociáveis das ações dirigidas às crianças e a promoção da melhoria da qualidade do atendimento em creches e pré-escolas culminaram, também em 1994, na publicação do documento denominado “Por uma política de formação do profi ssional de Educação Infantil”, em que se discute a necessidade e a importância do profi ssional qualifi cado para atuar nessa etapa da educação. Partindo das políticas já existentes, das discussões que vinham sendo feitas em torno da elaboração da LDB, das demandas de estados e municípios e tendo em vista suas prioridades, o MEC, em 1995, defi niu a melhoria da qualidade no atendimento educacional nas creches e pré-escolas apontando quatro linhas de ações. Estas ações foram publicadas no documento Política Nacional de Educação Infantil (BRASIL, 1995), em 1995, documento elaborado pelo Ministério da Educação. As linhas de ações sinalizadas pelo documento são: a) incentivo à elaboração, implementação e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares; b) promoção da formação e da valorização dos profi ssionais que atuam nas creches e pré-escolas; c) apoio aos sistemas de ensino municipais para assumirem sua 11 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL responsabilidade com a Educação Infantil; d) criação de um sistema de informações sobre a educação da criança de 0 a 6 anos. Nessa perspectiva, tem-se delineado os contornos da concepção de Educação Infantil que serão reafi rmados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996. Caro(a) acadêmico(a)! No próximo item vamos refl etir sobre a legislação que normatiza a oferta e o acesso à Educação Infantil na contemporaneidade. Vamos em frente? 3 EDUCAÇÃO INFANTIL E LEGISLAÇÃO Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) determinou que a Educação Infantil constitui-se na primeira etapa da Educação Básica, se integrando ao Ensino Fundamental e Ensino Médio. Nesse aspecto, considera-se que a Educação Infantil ganhou dimensões mais amplas dentro do sistema educacional, onde a criança passou a ser entendida como sujeito capaz de criar e estabelecer relações, como um ser em desenvolvimento, sócio-histórico, produtor de cultura, que necessita de ações pedagógicas voltadas para o seu aprendizado, expandindo a visão assistencialista e que, para além de cuidados, precisa ser educado. Caro(a) acadêmico(a)! Vamos rever algumas determinações 12 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II da lei citada no que concerne à Educação Infantil: Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: [...] IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade; [...] X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008). [...] Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como fi nalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. FONTE: Brasil (1996). 13 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ATENÇÃO: É importante lembrar que a Educação Infantil está organizada em dois níveis: creche e pré-escola. Estes níveis possuem características próprias, específi cas e maneiras diferenciadas de trabalho pedagógico com a criança. A importância da pré-escola não deve estar associada ao processo de alfabetização das crianças, e a creche não pode ser tratada e vista apenas como local seguro para as mães deixarem seus fi lhos. As creches devem ser espaços educativos que proporcionem totais condições para que a criança desenvolva suas capacidades motora, sensorial, afetiva e social. Em relação à formação do professor, a LDB determina que: Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. FONTE: Brasil (1996). O texto da LDB sinaliza, ainda, a responsabilidade 14 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II constitucional sobre a oferta da Educação Infantil, determinando que : Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: V - oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. FONTE: Brasil (1996). A organização e a oferta da Educação Infantil são de responsabilidade dos Municípios, mas contam com a assistência técnica e fi nanceira da União e dos Estados. As metas previstas no Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2000) e no Projeto de Lei do Novo Plano Nacional de Educação (2011-2020) (BRASIL, 2011) são: a universalização do atendimento educacional dapopulação de 4 e 5 anos até 2016 e a ampliação da oferta de Educação Infantil de forma a atender 50% da população entre 0 e 3 anos, até 2020. Um importante aliado na busca por alcançar as metas e a universalização na Educação Infantil é a implementação do FUNDEB. 15 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ATENÇÃO: A Emenda Constitucional nº 53/06, que criou o FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação –, aprovada em 6 de dezembro de 2006, tem por objetivo proporcionar uma nova distribuição dos investimentos em educação. O FUNDEB substituiu o FUNDEF. A principal diferença é que o novo fundo abrange toda a Educação Básica, proporcionando a garantia da Educação a todos os brasileiros, da creche ao fi nal do Ensino Médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância. Prezado(a) acadêmico(a)! Estamos percorrendo informações sobre a Educação Infantil, todavia, ainda não abordamos a concepção de criança e de infância, essenciais para compreender as ações educativas pensadas para esta faixa etária. Antes de adentrarmos a outras refl exões e informações, vamos tecer algumas considerações sobre as concepções citadas. 16 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II 4 A CONCEPÇÃO DE CRIANÇA E INFÂNCIA FIGURA 2 – CRIANÇAS BRINCANDO FONTE: Disponível em: <http://criticaehistoria.blogspot. com/2011/04/friedrich-froebel-o-formador-das. html>. Acesso em: 6 set. 2011. A percepção e compreensão da criança enquanto sujeito social resultante das interações com o meio é recente no contexto educacional. Na citação a seguir, os estudiosos do desenvolvimento infantil, Vygotsky e Luria, apresentam uma crítica à forma como a criança, até então, era vista e entendida pela sociedade e, em consequência, pela escola. Aproveitamos para lembrar que estas informações já foram apresentadas no início desta etapa. 17 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Essa ideia sobre a criança persistiu por séculos, e em qualquer galeria de pintura podem-se ver dezenas de madonas com bebês no colo, os quais, pelas proporções do corpo, mostram semelhanças com adultos. Todos esses meninos Jesus, pequenos cavaleiros e duques, trajados como adultos nas galerias de retratos de castelos alemães, são, de fato, adultos anões; não serão eles prova de fato de que, durante séculos, a humanidade considerou a criança um pequeno adulto? Durante séculos as pessoas subestimaram o fato de que a criança, por sua aparência física e suas características psicológicas, é um tipo muito especial de criatura, que difere qualitativamente do adulto e cujas leis de vida e atividade devem, sem dúvida alguma, ser estudadas com atenção especial (VYGOTSKY; LURIA, 1996, p. 153). Na perspectiva apresentada é possível perceber que a criança era vista como um adulto em miniatura. Estas concepções fundamentaram durante muito tempo as maneiras de se pensar a criança e a infância. Os novos paradigmas destacam a criança como sujeito social e histórico que faz parte de uma organização familiar, que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado tempo histórico. Nesse sentido, a criança é vista como um sujeito que age sobre o meio e sofre as ações deste sobre sua trajetória pessoal. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de uma forma peculiar. Nas interações que estabelece, com pessoas ou 18 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II com o meio, a criança revela seu esforço para compreender o mundo em que vive, as relações que estabelece e, por meio de brincadeiras, explicita a condição de vida a que está submetida, suas necessidades, suas imaginações, entre outros. No processo de construção do conhecimento, a criança utiliza diferentes linguagens e exerce a capacidade de questionar e de desvelar situações cotidianas que lhe permitam dar sentido à aprendizagem. A criança constrói o conhecimento, como já sinalizado, a partir das interações que estabelece com as outras pessoas e com o meio em que vive. O conhecimento não se constitui numa reprodução das situações vividas, mas é resultado da criação, signifi cação e ressignifi cação das mesmas. Compreender, conhecer e reconhecer a maneira peculiar da criança ser e estar no mundo confi gura um dos grandes desafi os da Educação Infantil e, por extensão, dos profi ssionais que nela atuam. Embora os saberes derivados de outras áreas do conhecimento, como a psicologia, a antropologia, a sociologia, a medicina, entre outras, contribuam no desvelamento do universo infantil, apontando características comuns de ser da criança, esta permanece como sujeito único em suas individualidades e diferenças. (BRASIL, 1998). As diretrizes que orientam a prática docente na Educação Infantil evidenciam aspectos de valorização à infância, em que a criança é sujeito atuante, que possui cultura e uma forma própria de ser. Com isto, as ações educativas, pensadas para esta faixa etária, devem buscar compreender uma aprendizagem que 19 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL oportunize e valorize esses aspectos da infância. Mas, isso só será possível a partir do reconhecimento da criança como produtora de conhecimento e não como produto a ser formado. 5 A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE Prezado(a) acadêmico(a)! No item 1 desta etapa refl etimos sobre o contexto histórico da Educação Infantil no Brasil. Pensar a concepção deste nível de educação é compreender que ela vem sofrendo transformações ao longo dos anos. Se num primeiro momento a criança foi vista como um ser sem importância, quase invisível e, mais tarde, com um indivíduo que necessitava apenas de cuidados, hoje é inegável a sua importância ímpar ao contexto em que está inserida, ou seja, a criança é considerada em todas as suas especifi cidades, com identidade pessoal e histórica. A Educação Infantil passa de uma concepção assistencialista para uma proposta pautada pela perspectiva pedagógica aliada ao cuidar, mas procurando, principalmente, atender a criança de maneira integral, onde suas especifi cidades (psicológica, emocional, cognitiva, física) devem ser respeitadas. Em 1998, o Ministério da Educação publicou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e, em 1999, o Conselho Nacional de Educação publica as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Esses documentos são hoje, instrumentos fundamentais para a elaboração e avaliação das 20 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil no país. Vamos destacar no próximo item o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). 6 REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (RCNEI) FIGURA 3 – REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&view=article&id=125 79%3Aeducacao-infantil&Itemid=859>. Acesso em: 6 set. 2011. 21 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Este documento foi desenvolvido com o objetivo de servir como um guia de refl exão aos profi ssionais que atuam na Educação Infantil. Está organizado em trêsvolumes, que objetivam contribuir para o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação das práticas, além da construção de propostas educativas que considerem as demandas das crianças e de seus familiares nas diferentes regiões do país. Este documento está fundamentado nos seguintes princípios educativos: • o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.; • o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; • o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, aos afetos, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética; • a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversifi cadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; 22 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II • o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade. FONTE: RCNEI v. 1 (BRASIL, 1998). A estes princípios cabe acrescentar que as crianças têm direito, antes de tudo, de viver experiências prazerosas nas instituições, e para isso os profi ssionais envolvidos precisam conhecer os objetivos que norteiam o pensar a Educação Infantil e organizá-la de forma que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades: • desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confi ança em suas capacidades e percepção de suas limitações; • descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar; • estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social; • estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os dos demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração; 23 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL • observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação; • brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades; • utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de signifi cados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva; • conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade. FONTE: RCNEI v. 1 (BRASIL, 1998). Caro(a) acadêmico(a)! Os objetivos apresentados pelo Referencial Curricular contenplam uma série de situações que precisam ser relacionadas ao trabalho na Educação Infantil. Todavia, o educador precisa oportunizar atividades onde a criança vivencie, experimente atividades que a levem a desenvolver atitudes e a percepção do seu papel no contexto em que se insere. Outros documentos compõem com o RCNEI as estratégias 24 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II educativas para a Educação Infantil, são eles: Política de Educação Infantil no Brasil: Relatório de Avaliação - Esta publicação, aprovada pelo MEC em agosto de 2006, é composta de três partes. A primeira contém a tradução do Relatório de Avaliação da Política de Cuidado e Educação da Primeira Infância no Brasil; a segunda traz os textos que subsidiaram o estudo, elaborados pelos especialistas brasileiros contratados pelo projeto. A terceira é composta por informações que apresentam aspectos das políticas públicas e dados sobre a oferta de serviços. FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&view=article&id=12579%3Aeducac ao-infantil&Itemid=859>. Acesso em: 9 set. 2011. 25 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Critérios para um Atendimento em Creches que Respeite os Direitos Fundamentais das Crianças - Este documento é composto por duas partes. A primeira contém critérios relativos à organização e ao funcionamento interno das creches, que dizem respeito principalmente às práticas concretas adotadas no trabalho direto com as crianças. A segunda explicita critérios relativos à definição de diretrizes e normas políticas, programas e sistemas de fi nanciamento de creches, tanto governamentais como não governamentais. FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&view=article&id=12579%3Aeducac ao-infantil&Itemid=859>. Acesso em: 9 set. 2011. 26 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II Parâmet ros Nac iona is de Qualidade para a Educação Infantil, organizados em dois volumes, contêm referências de qualidade para a Educação Infantil a serem utilizadas pelos sistemas educacionais, que promovam a igualdade de oportunidades educacionais e levem em conta diferenças, diversidades e desigualdades do nosso imenso território e das muitas culturas nele existentes. FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&view=article&id=12579%3Aeducac ao-infantil&Itemid=859>. Acesso em: 9 set. 2011. Caro(a) acadêmico(a)! Ao acessar a página do Ministério da Educação, você encontra outros documentos referentes à Educação Infantil. No próximo item vamos apresentar as propostas pedagógicas e os componentes curriculares para este nível da Educação. 7 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS E CURRÍCULO A integração da Educação Infantil à Educação Básica requer a organização de um currículo que vise ao desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos 27 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, Art. 29, BRASIL, 1996). No Brasil, por muito tempo, a ideia de haver um currículo para a Educação Infantil foi excluída. No geral, o termo currículo é associado às expressões: projeto pedagógico ou proposta pedagógica. A proposta pedagógica, ou projeto pedagógico, é o plano orientador das ações da instituição e defi ne as metas que se pretende para o desenvolvimento da criança. Na sua execução, a instituição de Educação Infantil organiza o currículo, que pode ser entendido como as práticas educacionais organizadas em torno do conhecimento e em meio às relações sociais que se travam nos espaços institucionais, e que afetam a construção da identidade da criança. Nessa perspectiva, o currículo para este nível de educação passa a ser concebido como um conjunto de práticas e ações que buscam articular as experiências e os saberes da criança com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científi co e tecnológico. Estas práticas devem ser efetivadas por meio das relações sociais estabelecidas entre a criança e o contextoem que está inserida (BRASIL, 2009). Intencionalmente planejadas e permanentemente avaliadas, as práticas que estruturam o cotidiano das instituições de Educação Infantil devem considerar a integralidade e indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural das crianças, 28 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II organizar as aprendizagens que se espera promover junto às mesmas e efetivá-las por meio de modalidades que assegurem as metas educacionais de seu projeto pedagógico (BRASIL, 2009). Sob estas orientações, é necessário organizar um currículo sustentado nas relações, nas interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas para as experiências concretas da vida cotidiana da criança, para a aprendizagem da cultura, pelo convívio no espaço da vida coletiva e para a produção de narrativas, individuais e coletivas, através de diferentes linguagens (BRASIL, 2009). Cabe aos docentes da Educação Infantil articular condições de organização dos espaços, tempos, materiais e das interações nas atividades para que as crianças possam desenvolver habilidades que as levem a se desenvolver na sua integralidade. Nesta perspectiva, as propostas curriculares da Educação Infantil devem garantir que as crianças tenham experiências variadas que contemplem diferentes linguagens, reconhecendo que o mundo em que estão inseridas, por força da própria cultura, está marcado por imagens, sons, falas e escritas. Nesse processo, é preciso valorizar o lúdico, as brincadeiras e as culturas infantis. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, em seu artigo 4º, defi nem que: as propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do 29 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (BRASIL, 1998). Tendo como foco a criança, o planejamento para a Educação Infantil precisa estar permeado por um profundo conhecimento do desenvolvimento da criança, respeitando-a como sujeito produtor de cultura. A partir dessa compreensão é necessário pensar em ações que organizam a Educação Infantil. Entre estas ações encontra-se a seleção dos conteúdos. Caro(a) acadêmico(a)! Que conteúdos são necessários à Educação Infantil? Esta questão será o eixo que conduzirá as refl exões no próximo item. 8 OS CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Durante muito tempo, os conteúdos nas instituições de Educação Infantil foram trabalhados de variadas formas, indo desde a organização de atividades desarticuladas do contexto social e cultural vivido pela criança, passando por práticas com ênfase em datas comemorativas, áreas de desenvolvimento por faixa etária, nível de conhecimentos, eixos de trabalho, entre outros, até a organização das aprendizagens específi cas para os processos de desenvolvimento e socialização da criança. 30 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) compreende os conteúdos sob dois eixos. O primeiro eixo, como a concretização dos propósitos da instituição e o segundo, como um meio para que as crianças desenvolvam suas capacidades e exercitem sua maneira própria de pensar, sentir e ser, ampliando suas hipóteses acerca do mundo ao qual pertencem e constituindo-se enquanto sujeitos atuantes e transformadores do meio em que estão inseridos. Os conteúdos abrangem, além de fatos, conceitos e princípios, os conhecimentos relacionados a procedimentos, atitudes, valores e normas como objetos de aprendizagem. A explicitação de conteúdos de naturezas diversas aponta para a necessidade de se trabalhar de forma intencional e integrada com conteúdos que, na maioria das vezes, não são tratados de forma explícita e consciente. (BRASIL, 1998). Na perspectiva abordada pelo Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998), os conteúdos podem ser abordados nos enfoques conceituais, procedimentais e atitudinais. Os conteúdos conceituais são aqueles que os alunos precisam saber, são os que se referem à construção ativa das capacidades para operar com símbolos, ideias, imagens e representações que permitem atribuir sentido à realidade. Desde os conceitos mais simples até os mais complexos, a aprendizagem se dá por meio de um processo de constantes idas e vindas, avanços e recuos, nos quais as crianças constroem ideias provisórias, ampliam-nas e modifi cam-nas, aproximando- se gradualmente de conceitualizações cada vez mais precisas. (BRASIL, 1998). 31 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Os conteúdos procedimentais são os que mobilizam o saber fazer. Constituem uma sequência de ações organizadas em função de um objetivo de aprendizagem. A aprendizagem de procedimentos está diretamente relacionada à possibilidade de a criança construir instrumentos e estabelecer caminhos que lhes possibilitem a realização de suas ações. Longe de ser mecânica e destituída de sentido, a aprendizagem de procedimentos constitui- se em um importante componente para o desenvolvimento das crianças, pois se relaciona a um percurso de tomada de decisões. Neste aspecto, desenvolver procedimentos signifi ca apropriar-se de "ferramentas" da cultura humana necessárias para viver. No que diz respeito à Educação Infantil, saber manipular corretamente os objetos de uso cotidiano que existem à sua volta, por exemplo, é um procedimento fundamental, que responde a necessidades imediatas para inserção no contexto social e cultural. É o caso de vestir-se ou amarrar os sapatos, que se constituem em ações procedimentais importantes no processo de conquista da independência da criança. Os conteúdos atitudinais são os relativos a valores, atitudes e normas. São os conteúdos que desenvolvem no educando as habilidades baseadas no aprender para ser, ou seja, ter atitudes para a apreensão e elaboração dos conceitos científi cos e para conviver com outros seres humanos, com o meio ambiente. (ZABALA, 1998). Para que as crianças possam aprender conteúdos atitudinais, é necessário que o professor e todos os profi ssionais 32 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II que integram a instituição possam refl etir sobre os valores que são transmitidos cotidianamente e sobre os valores que se quer desenvolver. Isso signifi ca um posicionamento claro sobre o que e o como se aprende nas instituições de Educação Infantil. (BRASIL, 1998). Estas ações devem compor o Plano Político-Pedagógico da instituição de ensino e devem orientar as práticas educativas organizadas para este nível da educação. A organização dos conteúdos com base nestas orientações possibilita ao professor desenvolver as capacidades cognitivas, psicológicas, físicas e motoras da criança. Como são múltiplas as possibilidades de escolha de conteúdos, os critérios para selecioná-los devem se atrelar ao grau de signifi cado que têm para as crianças. É importante, também, que o professor considere as possibilidades que os conteúdos oferecem para o avanço do processo de aprendizagem e para a construção do conhecimento. 9 AVALIAÇÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL A Lei de Diretrizes e Bases da Educação(BRASIL, 1996), no artigo 31, estabelece que na Educação Infantil: “a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”. Nesse aspecto, a avaliação é compreendida como um conjunto de ações que auxiliam o professor a refl etir sobre as condições de aprendizagem oferecidas e aperfeiçoar sua prática às necessidades colocadas pela criança. A avaliação é um elemento indissociável do processo educativo 33 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL que possibilita ao professor defi nir critérios para planejar e criar situações que gerem avanços na aprendizagem das crianças. (BRASIL, 1996). Na Educação Infantil, a observação e o registro se constituem em instrumentos importantes à avaliação do aluno. Por meio desses instrumentos o educador registra os aspectos do desenvolvimento da criança. A observação sistemática, crítica e criativa do comportamento da criança, de grupos de crianças, de suas brincadeiras e interações no cotidiano, é condição necessária para compreender como a criança se apropria de modos de agir, sentir e pensar culturalmente constituídos. A utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças, feita ao longo do período em diferentes momentos, pode ser realizada através de relatórios, fotografi as, desenhos, álbuns etc. A documentação dessas observações e outros dados sobre a criança devem acompanhá-la ao longo de sua trajetória da Educação Infantil e ser entregue por ocasião de sua matrícula no Ensino Fundamental, para garantir a continuidade dos processos educativos vividos pela mesma. Como já foi sinalizado, a avaliação confi gura-se como um instrumento de refl exão sobre a prática pedagógica na busca de melhores caminhos para orientar a aprendizagem da criança, devendo envolver as atividades propostas e a forma como foram realizadas. A avaliação apresenta-se sob a fi nalidade de acompanhar e repensar o trabalho realizado. A utilização de instrumentos como provinhas e mecanismos de retenção da 34 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II criança na Educação Infantil não é apropriada e recomendada para essa faixa etária. Todos os esforços devem convergir para a estruturação de condições que assegurem o desenvolvimento dos aspectos físico, psicológico, intelectual e social. A avaliação deve configurar-se em um instrumento que possibilite à instituição de ensino organizar e estabelecer prioridades para o trabalho educativo nesta etapa. Deve auxiliar na defi nição do que, como e quando avaliar, em consonância com os princípios educativos que são propostos para a Educação Infantil a partir dos documentos que normatizam o atendimento a esta etapa da Educação Básica. As informações sobre as avaliações realizadas na Educação Infantil devem ser estendidas aos pais ou responsáveis, no sentido de que estes possam se inteirar dos avanços e conquistas, compreendendo os objetivos e as ações desenvolvidas pela instituição escolar. Prezado(a) acadêmico! No próximo item vamos abordar algumas dimensões do desenvolvimento na Educação Infantil. 10 A BRINCADEIRA, A LINGUAGEM E O MOVIMENTO: DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL As ações educativas na Educação Infantil destacam a importância do desenvolvimento emocional, motor, intelectual e social da criança. As experiências proporcionadas pelo professor 35 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL precisam ser planejadas considerando as características e necessidades de cada faixa etária, buscando a máxima qualidade nas propostas educativas. O estímulo à autonomia, a convivência saudável, o respeito às outras crianças e adultos e a valorização da diversidade cultural devem perpassar e compor as propostas metodológicas para este nível de escolarização. Assim, caro(a) acadêmico(a), vamos explorar três dimensões do desenvolvimento na Educação Infantil: o brincar, a linguagem e o movimento. Iniciamos pelo brincar. 10.1 O BRINCAR FIGURA 4 – BRINCADEIRAS INFANTIS FONTE: Disponível em: <http://www.escolaespacoeducar.com. br/2011/03/o-espaco-do-brincar-na-escola-2/>. Acesso em: 10 set. 2011. 36 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II O educador deve compreender a criança como um ser de direitos individuais, necessidades e cuidados específi cos, portadora e construtora de sua cultura. Uma das dimensões da cultura que auxiliam no desenvolvimento da criança e que devem permear a prática pedagógica na Educação Infantil é o brincar. A brincadeira é a linguagem que, na Educação Infantil, possibilita manter um vínculo essencial com o mundo. É no ato de brincar que a criança aprende, desenvolve a criatividade e são elaboradas e experimentadas situações de descoberta das relações humanas, de conhecimentos do mundo social, da leitura e da escrita. Como já foi sinalizado, o brincar é um dos eixos que estrutura as ações pedagógicas na Educação Infantil. De acordo com Moyles (2002), o brincar auxilia a criança a desenvolver a confi ança em si, em suas capacidades e em situações sociais, bem como auxilia a estabelecer vínculo com o meio em que vive e reforça os relacionamentos interpessoais. Na Educação Infantil, o brincar deve ser compreendido como processo que se organiza a partir de duas orientações: o brincar livre e o brincar dirigido. O brincar dirigido assegura à criança uma nova dimensão e uma gama de novas possibilidades de explorar o brinquedo a partir de uma determinada atividade planejada pelo professor (MOYLES, 2002). Já o brincar livre possibilita à criança a exploração e a organização de novas situações. 37 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL O trabalho pedagógico consiste em organizar situações que envolvam o brincar livre e o brincar dirigido. Situações que atendam às necessidades de aprendizagem das crianças, na qual o docente reconheça as oportunidades da criança aprender à sua própria maneira, em nível e ritmos próprios. Prezado(a) acadêmico(a)! É importante destacar que o ato de brincar é intrínseco ao ser humano. Todos nascem com a capacidade de imaginar e criar situações que se aproximam da realidade. O brincar desenvolve os aspectos cognitivo e social. Quando brinca, a criança interage. Na interação, se apropria e reafirma elementos que constituem os relacionamentos interpessoais e intrapessoais. Aspectos estes que permearão todo o decorrer de sua vida. Nessa perspectiva, as novas orientações curriculares para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) integram o brincar como aspecto essencial ao desenvolvimento integral da criança. Todavia, é importante ter clareza de quais oportunidades lúdicas podem ser proporcionadas à criança, bem como as formas como estas se relacionam aos conhecimentos específi cos, tornando a aprendizagem efetiva. 38 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II ATENÇÃO: vamos retomar o conceito de lúdico? O lúdico tem sua origem na palavra “ludus”, que quer dizer jogo. A palavra modifi cou-se, ao longo dos anos, a partir das pesquisas e associações com a psicomotricidade, de modo que deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo. O lúdico faz parte do desenvolvimento e da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação e o movimento vivenciado. Outra dimensão dodesenvolvimento humano, que está vinculada ao brincar, é o jogo. O pesquisador suíço Jean Piaget afirmava que o jogo é uma estratégia importante no desenvolvimento da criança, pois, assim como o brincar, o jogo faz com que ela crie ambientes simbólicos, vivenciando no faz de conta a realidade. 39 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL FIGURA 5 – LINGUAGEM E EDUCAÇÃO INFANTIL FONTE: Disponível em: <http://ceiterezaaugsburger.blogspot. com/p/projeto-arte-e-expressao.htm>. Acesso em: 10 set. 2011. 10.2 AS DIFERENTES LINGUAGENS DA CRIANÇA O sujeito comunica-se com o mundo a partir de estratégias que lhe possibilitam estabelecer e manter a comunicação. O aspecto comunicativo está relacionado ao caráter social da linguagem, sendo esta um sistema de símbolos culturais internalizados utilizados na comunicação social. Consideram-se formas de linguagem: os gestos, a brincadeira, os desenhos, a dança, a música, a linguagem gráfi ca, a linguagem plástica, a escrita e a oralidade. Todas estas linguagens estão interligadas 40 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II e confi guram o ato de comunicação do sujeito com o mundo. O desenvolvimento das linguagens se constitui em um dos eixos fundamentais na educação infantil, dada a sua essência na formação do sujeito, nos relacionamentos interpessoais, na orientação das ações da criança, na construção do conhecimento e no desenvolvimento do pensamento. O desenvolvimento das linguagens inicia no nascimento do sujeito e desenvolve-se no decorrer das experiências vividas ao longo da vida. O processo de aquisição destas linguagens é parte integrante do currículo na Educação Infantil e tem como objetivo orientar o trabalho pedagógico para este nível de educação. As linguagens devem buscar promover experiências signifi cativas de aprendizagem da língua, a partir do trabalho com a linguagem oral e escrita, confi gurando um espaço de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado. A ampliação deste espaço está relacionada ao desenvolvimento sucessivo das capacidades associadas às competências do falar, escutar, ler e escrever. Caro(a) acadêmico(a)! No próximo item serão abordadas informações sobre a linguagem escrita e a linguagem oral. No entanto, destaca-se que não se desconsidera a importância de cada uma das linguagens adquiridas pelo ser humano no decorrer da sua existência. A escolha em apresentar apenas estas duas linguagens parte da opção metodológica de organização do texto e, também, como possibilidade de criar uma condição ao acadêmico em buscar estas informações através da pesquisa. 41 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL 10.2.1 A Linguagem oral Logo após o nascimento, o sujeito inicia o processo de comunicação com o mundo. Tomamos como exemplo a relação mãe e bebê. Quando o bebê chora, quer manifestar alguma situação de desconforto, como: fome, frio, entre outros. A mãe, como receptora da mensagem, compreende o signifi cado e procura atender sua necessidade. FIGURA 6 – O DESENVOLVIMENTO DA FALA FONTE: Disponível em: <http://pequenada.com/ artigos?page=5>. Acesso em: 10 set. 2011. 42 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II De acordo com Noam Chomsky (apud ARRIBAS, 2004, p. 177), “o ser humano, desde que nasce, tem uma predisposição natural para a aprendizagem linguística”. A interação entre a aptidão inata e a aprendizagem adequada orientada pelo adulto capacita a criança a entrar na comunidade linguística e na cultura à qual a linguagem lhe permite ter acesso. As ações didáticas organizadas na Educação Infantil precisam estimular a aquisição da linguagem oral. Os educadores devem organizar situações que oportunizem o desenvolvimento da fala nas crianças, levando em consideração situações como: • Ouvir e conversar com cada criança, direcionando os temas de maneira que se possa tirar conclusões confi áveis de seu estágio psicolinguístico, de sua capacidade de compreensão, conceitualização e refl exão. • Observar a capacidade de comunicação oral com outras pessoas (crianças e adultos). Para desenvolver a comunicação oral é importante mobilizar recursos que estimulem a linguagem, como, por exemplo, a ampliação do repertório de palavras. Nesse aspecto, a ampliação da capacidade da criança em articular a fala de forma cada vez mais competente em diversos contextos se dá na medida em que ela vivencia diferentes experiências criadas pelo professor. Quanto mais a criança desenvolver a fala em situações diferentes, como contar o que lhe aconteceu em casa, contar 43 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL histórias, dar um recado, explicar um jogo, falar ao telefone ou pedir uma informação, mais poderá desenvolver sua capacidade comunicativa de maneira signifi cativa. 10.2.2 Linguagem escrita Caro(a) acadêmico(a)! Antes de refletirmos sobre a aquisição da linguagem escrita pela criança na Educação Infantil, é fundamental lembrarmos que este nível de educação não tem como objetivo a alfabetização. Assim, quando tratamos da aquisição desta linguagem pela criança, precisamos estar atentos ao universo social e cultural em que ela está inserida. 44 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II FIGURA 7 – A ESCRITA NO COTIDIANO FONTE: Disponível em: <http://xxhelenadetroiaxx. blogspot.com/2007/12/introduo-da-escrita-na- sala-de-aula.html>. Acesso em: 10 set. 2011. Se observarmos o mundo em que vivemos, podemos perceber que os códigos escritos estão presentes nas mais diversas situações do nosso cotidiano. Você já parou para observar ao seu redor? Faça esse exercício agora! Quantos códigos escritos 45 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL você consegue perceber? E então, como é a relação do cotidiano com os códigos escritos? O universo da criança também está inserido neste contexto, isto é, no seu dia a dia, muitos códigos perpassam o seu fazer. Por isso, é imprescindível conceber que o processo de aquisição da linguagem escrita inicia-se ainda na Educação Infantil. A criança aprende a partir de informações provenientes de diversos tipos de intercâmbios sociais, como, por exemplo, quando presencia diferentes atos de leitura e escrita por parte de seus familiares, como ler jornais, fazer uma lista de compras, seguir uma receita culinária, buscar informações em um catálogo, ler um livro de histórias, entre outros; e a partir das próprias ações. Segundo Vygotsky (1991, p. 133), “ensinar a escrita nos anos pré-escolares impõe necessariamente que a escrita seja relevante à vida [...] que as letras se tornem elementos da vida das crianças, da mesma maneira como, por exemplo, a fala. Da mesma forma que as crianças aprendem a falar, elas podem muito bem aprender a ler e a escrever”. Para aprender a ler e a escrever a criança precisa desenvolver um conhecimento de natureza conceitual: precisa entender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa grafi camente a linguagem. Isso signifi ca que a alfabetização não é o desenvolvimento de capacidades 46 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II relacionadas à percepção, memorização e treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras. Mas,um processo em que a criança precisa resolver problemas de natureza lógica até chegar a compreender de que forma a escrita alfabética representa a linguagem e vice-versa, e assim poder escrever e ler por si própria. Aprender a ler e a escrever faz parte de um longo processo ligado à participação em práticas sociais de leitura e escrita, que se inicia na Educação Infantil. Nesse sentido, o papel da escola é compreender que a criança faz parte deste universo e precisa ser orientada nele. Assim, as ações que envolvem o fazer docente precisam ser planejadas com vistas a atender diversas linguagens, dentre elas o desenvolvimento e a aquisição da escrita pela criança. Cabe ao educador criar estratégias e organizar atividades que oportunizem o contato e a compreensão destas linguagens. 11 MOVIMENTO E EDUCAÇÃO INFANTIL A ação física é uma das primeiras formas de aprendizagem do ser humano. Na Educação Infantil, a expressão corporal deve ser valorizada e estimulada com vistas a promover o desenvolvimento integral da criança. O RCNEI defi ne o movimento como sendo o desenvolvimento da motricidade global harmoniosa que inclui a função cinestésica (coordenação motora-precisão) e a função tônica (qualidade de gestos - variações musculares). além das atividades de mexer com as partes do corpo de deslocar-se no espaço. A criança se 47 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL expressa e se comunica por meio de gesto [...] e interage estilizando o corpo. A dimensão corporal integra-se ao conjunto de atividades da criança [...]. Os jogos, as brincadeiras, as danças revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e signifi cado. [...] nesse sentido, é importante que o trabalho incorpore a expressividade e a mobilidade próprias às crianças. (BRASIL, 1998, p. 18-19). Para compreendermos a relação educação e movimento, vamos, prezado(a) acadêmico(a), fazer a leitura do texto a seguir. Cada criança possui inúmeras maneiras de pensar, de jogar, de brincar, de falar, de escutar e de se movimentar. Por meio destas diferentes linguagens é que se expressa no seu cotidiano, no seu convívio familiar e social, construindo sua cultura e identidade infantil. A criança se expressa com seu corpo, através do movimento. O corpo possibilita à criança apreender e explorar o mundo, estabelecendo relações com os outros e com o meio. A criança utiliza seu corpo e o movimento como forma para interagir com outras crianças e com o meio, produzindo culturas. Essas culturas estão embasadas em valores como a ludicidade, a criatividade e nas suas experiências de movimento (SAYÃO, 2002). O que signifi ca que as práticas escolares devem respeitar, compreender e acolher o universo cultural infantil, dando acesso a outras formas de produzir conhecimento que 48 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II são fundamentais para o desenvolvimento da criança. É importante ressaltarmos, então, que o corpo fala, cria e aprende com o movimento. Expressando-se através dos gestos, que estão ricos de sentidos, signifi cados e intencionalidades. Entretanto, pela vivência de uma história de repressão, os sujeitos deixaram de perceber seu próprio corpo, seus desejos e suas vontades expressos no se movimentar humano. As manifestações corporais nas práticas pedagógicas [...] foram influenciadas pela visão dualista e racional, que se sustentaram na concepção positivista e acabaram fundamentando todo o pensamento moderno, principalmente, a instituição escolar. Este pensamento, que na modernidade assumiu a forma do dualismo cartesiano, separou o sujeito do seu corpo, privilegiando as experiências cognitivas e desconsiderou o corpo como elemento fundamental do processo de produção de conhecimento. Assim, todas as manifestações ligadas ao corpo e sua expressão por meio do movimento tornaram-se inconvenientes, passando a ser reprimidas, pois “todo movimento é considerado como distração e desvio das funções da mente” (SANTIN, 2001, p. 18). Ou então, na melhor das hipóteses, tem sido orientada em uma razão instrumental, que tenta tornar o movimento humano mais econômico e efi ciente para atingir determinados objetivos, atrelando-se somente a resultados técnicos. Essa forma de trabalhar com o movimento humano pressupõe um movimento ‘correto’ que serve de parâmetro, sendo a otimização o seu principal interesse. 49 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Contrariamente a essa visão, acreditamos que o corpo adquire um papel fundamental na infância, pois este é um modo de expressão e de vinculação da criança com o mundo. Portanto, o corpo não pode ser pensado como experiência desvinculada da inteligência ou ser considerado apenas como uma forma mecânica de movimento, incapaz de produzir novos saberes. Como nos afi rma Santin (1987, p. 34), “o movimento humano pode ser compreendido como uma linguagem, ou seja, como capacidade expressiva”, o que vai muito além desta concepção mecanicista do movimento. Dessa forma, enfatizamos a necessidade de as práticas pedagógicas na educação infantil proporcionarem às crianças esse espaço de criação, de expressão e de construção do conhecimento através das suas experiências e vivências de movimento. [...]. O ponto de orientação dessa concepção de movimento “é a criança (o ser humano) que se move, que se encontra em um diálogo pessoal e situacional com o mundo”. No se movimentar, dessa forma, a criança deve ser compreendida como um sujeito livre e autônomo, que, como uma totalidade, ou seja, como um sujeito com experiências determinadas de forma específi ca e biográfi ca, está sempre ligado a um contexto sociocultural existente (BAECKER, 2001). É nessa relação que Gordijn (In: HILDEBRANDT-STRAMANN, 2001, p. 103; TREBELS 1992) escreve que: “O movimento humano é um diálogo entre homem e mundo”. 50 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II Nessa condição, o movimento humano é visto de forma relacional, constituindo-se nas relações entre o sujeito e o mundo, onde fatores internos – concepções prévias da criança - e externos – características do meio com o qual se relaciona - interagem determinando as possibilidades e os limites da ação de movimento, constituindo uma totalidade que só pode resultar deste processo dialógico estabelecido. Na teoria de Gordjin (apud BAECKER, 2001), o movimento humano deve observar os seguintes pontos de referência: é uma ação de um sujeito (ator) que se movimenta; é uma ação vinculada a uma determinada situação concreta; e é uma ação relacionada a uma intencionalidade de movimento à qual este movimento se relaciona. Este autor afi rma também que o “se movimentar adquire uma forma de compreensão do mundo pela ação”. É dentro dessa perspectiva que enfatizamos a necessidade de proporcionar às crianças na Educação Infantil o maior número de experiências de movimento possível, em que elas possam adquirir formas de movimentar-se livremente, desenvolvendo sua própria relação com a cultura de movimento, experimentando os diferentes sentidos e significados do movimento, para, a partir de suas vivências, incorporá-las em seu mundo de vida. De acordo com Scheler (1975 apud BAECKER, 2001), os signifi cados do movimento que mencionamos acima a serem explorados no universo da educação infantil são: 1. Explorar 51 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NOBRASIL (signifi cado exploratório); 2. Confi gurar (signifi cado produtivo); 3. Entender-se (significado comunicativo); 4. Comparar- se (significado comparativo, experienciar-se a si mesmo); 5. Expressar-se (significado expressivo) e; 6. Esforçar-se (signifi cado adaptativo). Nesse contexto, temos a compreensão de movimento que considera o processo como elemento fundamental, onde o movimento humano é considerado na prática educativa [...] na Educação Infantil, não como uma estrutura técnica e objetiva e, sim, como uma estrutura que, a nosso ver, pode ser considerada emancipatória se ampliarmos essa compreensão: passando a entendê-la como uma relação intersubjetiva entre o sujeito e os outros sujeitos que “se movimentam” e o seu contexto histórico- social, o qual, na forma tradicional (técnica) de tratar o movimento humano, não é considerado. [...] É nesse contexto que acreditamos que as aulas [...] na Educação Infantil devem ser direcionadas, partindo das experiências de movimento em três âmbitos: a experiência corporal – onde através do expressar-se e esforçar-se existe um confronto direto com o próprio corpo em movimento -, a experiência material – onde através do explorar e confi gurar por meio do movimento torna-se possível a experimentação do meio/ objetos – e, a experiência de interação social – onde se busca o entender-se e comparar-se no sentido de saber relacionar-se 52 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II com os outros em situações de movimento. (BAECKER, 2001). FONTE: Basei (2011). A partir das informações do texto, considera-se que na Educação Infantil a ênfase do trabalho de desenvolvimento de habilidades e competências motoras está pautada na diversifi cação dos movimentos como andar, correr, saltar, arremessar, chutar, rolar, ficar num pé só, parada de mão, virar estrela, isto é, movimentos de locomoção, de manipulação, de equilíbrio estático e dinâmico e de apoios invertidos. O trabalho com movimento na Educação Infantil deve ser contextualizado em atividades que contribuam com situações de aprendizagem que levem o aluno a desenvolver atitudes, capacidades de relacionamento, de diálogo, de respeito ao outro que proporcionam momentos de prática e consciência das regras. Prezado(a) acadêmico(a)! Nesta etapa apresentamos algumas informações sobre a Educação Infantil. Esperamos que estas informações o auxiliem na sua formação acadêmica. Na próxima etapa trataremos de alguns conceitos que perpassam o contexto da Pedagogia, mas, antes de abordá-los, vamos realizar a autoatividade. 53 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL A UTOATIVIDADE 1 Sobre a função da creche, no momento de sua criação, no início do século XX, no Brasil, é correto afi rmar: a) ( ) Teve como fi nalidade proteger a infância desvalida. b) ( ) Teve como função servir de local para as crianças fi carem enquanto suas mães trabalhavam fora. c) ( ) Teve como função proporcionar atividades que visassem ao desenvolvimento afetivo e psicológico da criança. d) ( ) Tinha como função a organização de atividades educativas que desenvolvessem a criança na sua integralidade. 2 Entre as instituições surgidas no Brasil nas últimas décadas do século XIX, com a função de atender a infância, pode ser destacado: a) ( ) Lar Menino Deus, fundado na Bahia, em 1879. b) ( ) Asilo para meninas, mantido pela Congregação da Divina Providência. c) ( ) Asilo de Meninos Desvalidos, fundado no Rio de Janeiro, em 1875. d) ( ) Instituto de Proteção à Pequena Infância, fundado em São Paulo, em 1876. 3 Em 1994, o Governo Federal cria o documento Por uma política de formação do profi ssional de Educação Infantil. Entre os objetivos destacados neste documento pode ser destacado: a) ( ) O estabelecimento de um plano de carreira aos profi ssionais 54 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II da Educação. b) ( ) O estabelecimento de diretrizes para as ações pedagógicas e atividades na Educação Infantil. c) ( ) O estabelecimento de um plano salarial unifi cado ao exercício docente e equiparado aos outros níveis da Educação Básica. d) ( ) A discussão sobre a importância do profi ssional qualifi cado para atuar nesta etapa da Educação Básica. 4 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional atribui a responsabilidade sobre a oferta, a organização e a gestão da Educação Infantil como incumbência de qual esfera governamental? a) ( ) Estado. b) ( ) Município. c) ( ) Poder Público. d) ( ) União. 5 Sobre o FUNDEB, analise as afi rmativas a seguir: I- Criado pela Emenda Constitucional nº 53/06. II- Signifi ca Fundo de Manutenção para a Educação Básica. III- Tem como objetivo promover a distribuição dos investimentos para a Educação, com prioridade para a Educação Infantil. IV- Visa garantir o acesso a todos os brasileiros, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação na idade apropriada. V- Substituiu o FUNDEF e abrange toda a Educação Básica. Agora, assinale a alternativa CORRETA: 55 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL a) ( ) As afi rmativas I, II e V estão corretas. b) ( ) As afi rmativas II, III e IV estão corretas. c) ( ) As afi rmativas I, IV e V estão corretas. d) ( ) Todas as afi rmativas estão corretas. 6 Sobre os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil, analise as afi rmativas a seguir: I- Foram desenvolvidos com o objetivo de servir como um guia padrão de refl exão aos profi ssionais que atuam na Educação Infantil. II- Estão organizados em três volumes que objetivam contribuir para o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação das práticas educativas. III- São eixos orientadores do Trabalho Pedagógico. IV- Constituem-se em propostas únicas que respondem à demanda das atividades desenvolvidas com as crianças nas diversas regiões do país. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As afi rmativas I, II e IV estão corretas. b) ( ) As afi rmativas I e IV estão corretas. c) ( ) As afi rmativas II e III estão corretas. d) ( ) As afi rmativas II e IV estão corretas. 7 Sobre os conteúdos organizados para a Educação Infantil, classifi que as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas: 56 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II ( ) Sempre estiveram em consonância com a vivência e necessidades da criança. ( ) Devem levar a criança a desenvolver suas capacidades cognitivas prioritariamente. ( ) Devem abranger conceitos e princípios. ( ) Devem ser abordados nos enfoques: conceituais, procedimentais e atitudinais. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) F - F - V - V. b) F - V - V - V. c) V - F - F - V. d) V - V - V - V. 8 Sobre os conteúdos atitudinais, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) São aqueles que os alunos precisam saber, são os que se referem à construção ativa das capacidades para operar com símbolos, ideias, imagens e representações que permitem atribuir sentido à realidade. b) ( ) São aqueles que se organizam dos conceitos mais simples aos mais complexos e que possibilitam o avanço da criança nos processos cognitivos. c) ( ) São os que mobilizam o saber fazer, o agir e transformar o meio em que vive o aluno. d) ( ) São os que desenvolvem no educando as habilidades baseadas no aprender para ser. 9 As ações didáticas organizadas na Educação Infantil precisam 57 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL estimular aaquisição da linguagem oral. Entre as situações que devem ser criadas pelos educadores para oportunizar o desenvolvimento da fala estão: I- Ouvir e conversar com cada criança. II- Direcionar os temas de maneira que se possa auxiliá-los na compreensão da linguagem. III- Observar a capacidade de comunicação oral com outras pessoas. IV- Mobilizar recursos que ampliem o repertório de palavras. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As afi rmativas II, III e IV estão corretas. b) ( ) As afi rmativas I, II e III estão corretas. c) ( ) As afi rmativas I e IV estão corretas. d) ( ) Todas as afi rmativas estão corretas. 58 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II R EFERÊNCIAS ARRIBAS, T. Educação Infantil: desenvolvimento, currículo e organização escolar. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. ARIÈS, P. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científi cos, 1981. BASEI, A. P. O movimentar-se humano na Educação Infantil: contribuições da Educação Física para o desenvolvimento da criança. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd125/ contribuicoes-da-educacao-fi sica-para-o-desenvolvimento-da- crianca.htm>. Acesso em: 10 set. 2011. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Ofi cial da União. Brasília: Imprensa Ofi cial, 1996. ______. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: 1998. v. 1. ______. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: 1998. v. 3. ______. Política Nacional de Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF/COEDI, 1995. ______. Plano Nacional de Educação. 2000. Disponível em: 59 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/831421.pdf>. Acesso em: 20 set. 2011. ______. Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação (PNE 2011/2020): projeto em tramitação no Congresso Nacional. PL nº 8.035, 2010. Organização: Márcia Abreu e Marcos Cordiolli. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2011. 106 p. (Série ação parlamentar; n. 436) Disponível em: <http://www. pne.ufpr.br/wp-content/uploads/2011/05/marcia-abreu-e-marcos- cordiolli-caderno-cec-plano-nacional-de-educac3a7c3a3o- pne-2011_2020.pdf>. Acesso em: 20 set. 2011. ______. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica, Brasília: MEC/SEB, 2009. ______. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Parecer CNE/CEB nº 20/2009, aprovado em 11 de novembro de 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov. br/index.php?option=com_content&view=article&id=12745:ceb- 2009&catid=323:orgaos-vinculados>. Acesso em: 20/09/2011. KUHLMANN JÚNIOR, M. Instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil (1899-1922). Caderno de Pesquisa, São Paulo, n. 78, p. 17-26, ago. 1998. MOYLES, J. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. 60 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II VYGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R. Estudos sobre a história do comportamento: símios, homem primitivo e criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto et al. São Paulo: Martins Fontes, 1991. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. 61 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL G ABARITO 1 Sobre a função da creche, no momento de sua criação, no início do século XX, no Brasil, é correto afi rmar: b) ( ) Teve como função servir de local para as crianças fi carem enquanto suas mães trabalhavam fora. 2 Entre as instituições surgidas no Brasil nas últimas décadas do século XIX, com a função de atender a infância, pode ser destacado: c) ( ) Asilo de Meninos Desvalidos, fundado no Rio de Janeiro, em 1875. 3 Em 1994, o Governo Federal cria o documento Por uma política de formação do profi ssional de Educação Infantil. Entre os objetivos destacados neste documento pode ser destacado: d) ( ) A discussão sobre a importância do profi ssional qualifi cado para atuar nesta etapa da Educação Básica. 4 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional atribui a responsabilidade sobre a oferta, a organização e a gestão da Educação Infantil como incumbência de qual esfera governamental? b) ( ) Município. 5 Sobre o FUNDEB, analise as afi rmativas a seguir: I- Criado pela Emenda Constitucional nº 53/06. II- Signifi ca Fundo de Manutenção para a Educação Básica. III- Tem como objetivo promover a distribuição dos investimentos para a Educação, com prioridade para a Educação Infantil. IV- Visa garantir o acesso a todos os brasileiros, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação na idade apropriada. V- Substituiu o FUNDEF e abrange toda a Educação Básica. Agora assinale a alternativa CORRETA: c) ( ) As afi rmativas I, IV e V estão corretas. 62 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II 6 Sobre os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil, analise as afi rmativas a seguir. I- Foram desenvolvidos com o objetivo de servir como um guia padrão de refl exão aos profi ssionais que atuam na Educação Infantil. II- Estão organizados em três volumes que objetivam contribuir para o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação das práticas educativas. III- São eixos orientadores do Trabalho Pedagógico. IV- Constituem-se em propostas únicas que respondem à demanda das atividades desenvolvidas com as crianças nas diversas regiões do país. Agora, assinale a alternativa CORRETA: c) ( ) As afi rmativas II e III estão corretas. 7 Sobre os conteúdos organizados para a Educação Infantil, classifi que as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas: ( ) Sempre estiveram em consonância com a vivência e necessidades da criança. ( ) Devem levar a criança a desenvolver suas capacidades cognitivas prioritariamente. ( ) Devem abranger conceitos e princípios. ( ) Devem ser abordados nos enfoques: conceituais, procedimentais e atitudinais. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) F - F - V - V. 8 Sobre os conteúdos atitudinais, assinale a alternativa CORRETA: d) ( ) São os que desenvolvem no educando as habilidades baseadas no aprender para ser. 9 As ações didáticas organizadas na Educação Infantil precisam estimular a aquisição da linguagem oral. Entre as situações que devem ser criadas pelos educadores para oportunizar o desenvolvimento da fala estão: I- Ouvir e conversar com cada criança. II- Direcionar os temas de maneira que se possa auxiliá-los na compreensão da linguagem. III- Observar a capacidade de comunicação oral com outras pessoas. IV- Mobilizar recursos que ampliem o repertório de palavras. 63 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL Agora, assinale a alternativa CORRETA: d) ( ) Todas as afi rmativas estão corretas.
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