Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INFECÇÕES CONGÊNITAS E PERINATAIS Dra. Ana Lúcia Lyrio São infecções adquiridas durante a gravidez, o parto e no período pós-natal. Suas formas de transmissão incluem: transfusão materno-fetal, ascensão de microrganismo na cavidade am- niótica, do cordão umbilical e da placenta, aspiração de líquido amniótico contaminado (princi- palmente hepatites, CMV e HIV) e contato de pele e mucosa (VHB, HIV, herpes simplex, CMV, etc). Essas infecções podem ser assintomáticas até causar repercussões graves no feto. Nesse grupos, as principais doenças são: sífilis, HIV, toxoplasmose, CMV, hepatites B e C, rubéola, herpes, HTLV, chagas e Zika. EPIDEMIOLOGIA Fatores de risco associados à presença de infecções congênitas: - Práticas sexuais: múltiplos parceiros, uso de preservativos - Drogadição: sobretudo HIV, HTLV, hepatites - Nível socioeconômico - Condições de habitação e saneamento básico - Imunização natural e/ou ativa: histórico de infecção prévia e vacinação, respectivamente - Atividade profissional materna: profissionais da saúde, sobretudo técnicos de enfermagem - Complicações obstétricas: lacerações do canal de parto SÍFILIS - Doença infectocontagiosa causada pelo Treponema pallidum o Não sobrevive fora do hospedeiro o Destruído por água e sabão e pelo calor - Formas congênita ou adquirida com fases de atividade recente (primária ou secundária) ou tardia (terciária) - Transmissão: agente cosmopolita, mais frequente em homens, ser humano é o único reser- vatório o Contato sexual direto: principal forma o Transfusão de sangue: se infecção em atividade o Transplacentária: principal forma na infecção congênita o Contato acidental durante o parto: forma rara de transmissão o Toque acidental de lesão infectada com solução de continuidade - Sífilis congênita o Infecção materna primária (durante a gestação): 70 a 100% de acometimento fetal o Infecção materna latente: 30% de acometimento fetal - Na grávida, treponemas determinam lesão placentária (placentite), com disseminação he- matogênica do processo infeccioso após quebra da barreira placentária - Fisiopatologia (sífilis congênita) o Até década 1960: acreditava que ocorria apenas após 1º trimestre (IG > 9-10 semanas) Restos fetais inferiores a essa idade não possuíam alterações, levando à con- clusão de que o agente não seria capaz de atravessar barreia placentária o Silverstein, 1962: lesões placentárias e doença fetal seriam determinadas pela res- posta imunológica do feto Treponema isolado em restos fetais de primeiro trimestre, confirmando exis- tência de sífilis congênita Ausência de alterações anatomopatológicas explicada pela ausência de res- posta imunológica fetal nas primeiras semanas de gestação o Pode levar a reabsorção fetal, abortamento, parto prematuro, feto neomorto, feto natimorto e acometimento no recém-nascido em formas oligo ou assintomáticas - Quadro clínico PRECOCE o Específicos: rinite piomucossanguinolenta, roséola, pênfigo, condiloma, alterações osteoarticulares (osteocondrite, periostite, osteomielite) o Inespecíficos (comum às TORSCH): icterícia, hepatomegalia e/ou esplenomegalia, lin- fadenopatia, anemia, coriorretinite, glaucoma, catarata, hipopituitarismo, pancrea- tite, inflamação gastrointestinal, pneumonia, miocardite o Não provoca restrição do crescimento intrauterino, porém provoca parto prematuro - Quadro clínico TARDIO: apenas se não tratada sífilis congênita precoce Roséola Pênfigo Alterações oste- oarticulares Condilomas o Dentição: dentes de Hutchinson e molares em amora o Olhos: ceratite intersticial, coriorretinite, glaucoma, uveíte e lesões de córnea o Ouvidos: surdez do XIII nervo o Face: nariz em sela e mandíbula protuberante o Pele: rágades (cicatrização da pele ao redor das lesões precoces – condiloma – da boca, dos genitais e do ânus) o SNC: retardo mental, hidrocefaleia, convulsões, atrofia do nervo óptico, paresias e paralisia dos pares cranianos o Ossos e articulações: deformidade da tíbia (em sabre) e aumentos de articulações (juntas de Clutton) - Exames de triagem o Teste sorológico não treponêmico (VDRL) no sangue do RN e da mãe o Hemograma completo o RX de ossos longos o Líquor: hiperproteinorraquia (proteína > 150), leucocitose (células > 25), VDRL rea- gente o Pesquisar outras TORCH - Testes treponêmicos (TPHA, FTA-Abs, ELISA, testes rápidos): testes qualitativos, detecção de anticorpos antitreponêmicos específicos, úteis para confirmação do diagnóstico o Uso limitado em RN, pois os anticorpos IgG maternos ultrapassam a barreira placen- tária o Crianças > 18 meses: teste treponêmico positivo confirma a infecção o Testes treponêmicos (FTA-Abs – IgM) possuem baixa sensibilidade: resultado negativo do teste não exclui o diagnóstico de sífilis congênita - Testes não treponêmicos (VDRL, RPR ou TRUST) o Indicados para diagnóstico e seguimento terapêutico: qualitativos e quantitativos o Reagente em crianças < 18 meses: significado clínico somente se o título encontrado for 2x maior do que o título da amostra da mãe, e deve ser confirmado com uma segunda amostra da criança - Tratamento materno o Adequado Tratada com penicilina benzatina na dose adequada à fase da sífilis Tratamento realizado até 30 dias que antecederam o parto Realização de VDRL mensal após o tratamento Dentes de Hutchinson Molares “em amora” Tíbia “em sabre” o Inadequado Tratada com qualquer droga que não seja penicilina ou tratamento incom- pleto Instituição de tratamento dentro do prazo de 30 dias anteriores ao parto Não houver comprovação do tratamento mediante Cartão da Gestante - Tratamento da criança 1. Mãe NÃO TRATADA ou INADEQUADAMENTE TRATADA, independe do VDRL do RN o Solicitar VDRL + RX de ossos longos + estudo do LCR (com VDRL) e outros exames con- forme clínica o (A1) Se alterações clínica e/ou sorológicas e/ou radiológicas, porém LCR normal: Penicilina Cristalina – 50.000 UI/Kg/dose, EV, dividida em 2 doses (menos que 7 dias de vida) ou 3 vezes (se tiver mais de 7 dias), por 10 dias; ou Penicilina G Procaína – 50.000 UI/Kg/dia, IM, por 10 dias o (A2) Se LCR alterado: Penicilina G Cristalina, na dose de 50.000 UI/Kg/dose, EV, em 2 vezes por dia (se tiver menos de 1 semana de vida) ou 3 vezes (se tiver mais de 1 semana de vida), por 10 dias Na impossibilidade de realizar análise de LCR: tratar como A2 o (A3) Sem alterações clínicas ou radiológicas, LCR normal e sorologia negativa: Penicilina G Benzatina, IM, na dose única de 50.000 UI/Kg/dia O seguimento ambulatorial é obrigatório. Caso não seja possível garantir o acompanhamento, RN deverá ser tratado como esquema A1 2. Mãe ADEQUADAMENTE tratadas o Solicitar VDRL em amostra de sangue periférico do recém-nascido o (B1) Se título maior que materno e/ou presença de alterações clínicas: solicitar RX de ossos longos + análise de LCR Sem alteração liquórica: seguir esquema A1 o (B2) Se LCR alterado: seguir esquema A2 o (B3) Se o título do RN for não reagente ou titulação ≤ à da mãe e assintomático e RX de ossos longos sem alterações Deve-se fazer seguimento ambulatorial: caso não seja possível, tratar como em A3 RUBÉOLA - Virus RNA da família togaviridae, gênero rubivirus - Formas clínicas: rubéola pós-natal ou adquirida e síndrome da rubéola congênita - Transmissão o Via transplacentária: forma congênita SEM transmissão perinatal, exclusivamente congênita o Contato com gotículas de saliva ou secreções com partículas virais: forma adquirida - Rubéola congênita: doença crônica e progressiva, muitas vezes silenciosa o 1º trimestre: alta taxa de infecção – 80 a 90% dos RN infectados nas primeiras 8 se- manas têm malformações detectadas durante os 4 primeiros anos de vida (doença progressiva) o 2º trimestre: redução da taxa de infecção o 3º trimestre:novo aumento da taxa de infecção - Epidemiologia o Diminuição na incidência com ampla vacinação Instituição da vacina tríplice viral em todo o Brasil no anos 2000 Vacinação das mulheres em idade fértil a partir de 2001 o Acomete adultos não vacinados o Doença de notificação compulsória - Quadro clínico TRANSITÓRIO: sinais e sintomas não patognomônicos, comuns às demais TORSCH o Hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia hemolítica, exantema maculopopular, trom- bocitopenia, pneumonia intersticial, miocardite, diarreia, radioluscência (rarefação) óssea e baixo peso ao nascer (RCIU – ausente na sífilis) - Quadro clínico PERMANENTE: alterações características – tríade da SRC (negrito) o Deficiência auditiva: alterações degenerativas da cóclea e órgão de Corti levando a surdez neurossensorial bilateral o Alterações cardíacas: incluem persistência do canal arterial, estenose de artéria pul- monar e estenose valva pulmonar Miocardite: óbito de RN com acometimento sistêmico Única infecção congênita que leva a cardiopatia o Manifestações oculares: catarata, microftalmia/microcórnea, retinopatia pigmentar e glaucoma o Manifestações neurológicas: microcefalia, meningoencefalite o Alterações endócrinas - Manifestações TARDIAS: 70% surgem até 5 anos de vida o Por persistência da infecção viral, reativação viral e presença de imunocomplexos e auto-anticorpos o Incluem endocrinopatias, deficiência auditiva, manifestações oculares, panencefalite progressiva e vasculopatias (risco de IAM e AVE) - Vacina: isolada ou associada às vacinas anti-sarampo, anti-caxumba e anti-varicela (tríplice viral e tetra viral) o 95% de soroconversão o Ineficaz se aplicada após transfusão de sangue, plasma e gamaglobulina o Alguns indivíduos evoluem com queda dos títulos no decorrer dos anos o Idade (PNI): 12 e 15 meses CITOMEGALOVÍRUS - Herpesvirus humano, da família Herpesviridae o DNA vírus: incorpora-se ao genoma do hospedeiro, podendo permanecer latente por longos períodos, mantendo viremia em níveis reduzidos - Causa mais comum de infecção congênita - Principal causa de retardo mental, alterações de SNC e surdez neurossensorial na infância - Pode causar a doença de inclusão citomegálica (congênita) - Em adultos, causa síndrome mononucleose-like - Fontes de transmissão: saliva, leite materno, secreções vaginais, urina, sêmen, fezes, sangue (maior com transfusão de leucócitos) o Forma congênita: transmissão transplacentária Infecção congênita presente em praticamente todas as regiões do mundo Estudos soroepidemiológicos: transmissão depende geralmente da higiene, moradia e hábitos da população) Maioria assintomática ao nascimento, todavia, cerca de 10% das crianças in- fectadas apresentam sintomas, das quais 20 a 30% apresentam quadro grave, com necessidade de cuidados intensivos no período perinatal 90% das sobreviventes da forma grave e 10 a 25% das assintomáticas evoluem com sequelas significativas nos primeiros 2 anos de vida: crises convulsivas, déficit auditivo, retardo do DNPM e coriorretinite culminando em comprome- timento ocular Reconhecimento de assintomáticos é importante para a prevenção das com- plicações o Forma pós-natal Contato com secreção contaminada ou leite materno contendo CMV Incidência varia de 7 a 38% Taxa de infecção varia de acordo com taxa de excreção de CMV no leite ma- terno e no cérvix uterino (13-70% e 4-28%, respectivamente) Transmissão: ao nascimento, por secreções cervicovaginais (6-12%), ou pelo leite materno (50%) Maioria é assintomática e não apresentará sequelas Prematuros com PN < 1.500g possuem maior chance de apresentar a doença - Risco de infecção fetal: relação com o momento da infecção materna (tipo de herpes vírus, uma vez infectada, presença de infecções recorrentes) o Infecção materna primária: maior risco de viremia, maior risco de transmissão (40%) o Infecção materna recorrente: presença de anticorpos, menor transmissão (1 a 2%) o Indícios de que a infecção é mais grave quando adquirida no início da gestação - Infecção congênita CMV (dados Medcel) o 90% dos pacientes com citomegalovirose congênita é assintomática ao nascimento, todavia, 7% evoluem com perda auditiva sensorial (principal sequela a longo prazo) o 5% apresentam doença de inclusão citomegálica grave o 5% com doença leve a moderada - Quadro clínico (infecção congênita): 5 a 10% sintomáticos, geralmente gravemente afetados, com acometimento de órgãos hematopoiéticos e SNC o Prematuridade e baixo peso: 50% dos casos o Alterações mais comuns: icterícia (aumento de BD), petéquias, sufusões hemorrági- cas, hepatoesplenomegalia, microcefalia, convulsões, letargia, sucção débil e calcifi- cações intracranianas o Retinocoroidite, estrabismo e atrofia ótica o Associação com anomalias: hérnia inguinal em meninos, anomalias do terceiro arco branquial, alterações de esmalte dentário o Acometimento SNC: calcificações cerebrais (periventriculares ou generalizadas), hipo- tonia, dificuldade de alimentação, encefalomalácia, microftalmia, coriorretinite uni ou bilateral o Mortalidade de cerca de 30% nas crianças gravemente afetadas o Recém-nascidos com forma subclínica também podem apresentar sequelas neuros- sensoriais - Diagnóstico o Infecção congênita: deve ser realizado o mais precocemente possível, até 4ª semana de vida PCR na urina ou outros fluidos (saliva, LCR, sangue) Sorologias IgG e IgM de mãe e RN não confirmam ou excluem a doença: pouco sensível e pouco específica o Infecção perinatal Mesmo método de detecção viral, porém necessidade de amostra de urina negativa nas primeiras duas semanas de vida e outra positiva a partir da quarta semana IgM negativo ao nascimento com posterior positivação também confirma o di- agnóstico Icterícia às custas de BD Calcificações pe- riventriculares Microcefalia - Tratamento o Drogas licenciadas: ganciglovir, valdociclovir, cidofovir e foscarnet o Critérios para tratamento RN sintomáticos com evidências de envolvimento do SNC, incluindo calcifica- ções intracranianas, microcefalia, atrofia cortical, LCR alterado (hiperprotei- norraquia) e coriorretinite RN com quadro de pneumonite intersticial por CMV (rara), excluídas outras etiologias Idade inferior a 1 mês na ocasião do diagnóstico Peso acima de 1.200g o Contraindicação: creatinina > 2 o Redução da dose de ganciclovir caso citopenia, com suspensão se persistência ou pi- ora após 1 semana e retorno após normalização Foscarnet: 2ª linha, se pancitopenia secundária ao ganciclovir - Não restringir aleitamento materno: benefícios superam riscos de infecção pós-natal por CMV - Surdez neurossensorial: principal sequela a longo prazo TOXOPLASMOSE - Toxoplasma gondii: protozoário cujo hospedeiro definitivo é o gato - Afeta 1/3 da população mundial, em sua forma adquirida - Incidência toxoplasmose congênita no Brasil: 3 a 20 casos a cada 10.000 nascidos vivos o Índice de infecção relacionado a hábitos alimentares, hábitos higiênicos, população de gatos e climas quentes - Transmissão o Ingesta de cistos teciduais: carne animal crua ou mal passada o Fecal-oral: ingesta de cistos presentes em mãos, alimentos e água contaminados por fezes de gatos infectados o Transfusões de sangue e transplantes de órgãos contaminados (raras) o Congênita: via hematogênica transplacentária – risco médio de transmissão de cerca de 40%, com aumento ao avançar da gestação 1º trimestre: taxa de transmissão 10% (17% Medcel) - grande barreira placen- tária ao agente Lesões são mais graves quanto mais cedo o feto for atingido durante a gestação: fase de embriogênese 3º trimestre: taxa de transmissão 70 a 90% (65% Medcel) - Quadro clínico: 85% assintomático, 10% com forma grave o Sintomas inespecíficos: hepatoesplenomegalia, icterícia,anemia, petéquias, pneumo- nite, miocardite, endocardite, acometimentos neurológicos e oftalmológicos; o Afecções oftalmológicas: coriorretinite bilateral em 50-80% dos casos o Afecções neurológicas: calcificação intracranianas (grosseiras – podem não estar pre- sentes ao nascimento), micro e hidrocefalia o Tríade clássica ("de Sabin"): coriorretinite + hidrocefalia + calcificações cerebrais gros- seiras ("Tétrade" + retardo mental) - Sequelas: mais frequentes e graves em pacientes já sintomáticos ao nascimento o 85% apresentarão cicatriz de coriorretinite (quase 100% Medcel) - Toxoplasmose na gestante Calcificações grosseiras Coriorretinite Hidrocefalia o IgG e IgM+: solicitar teste de avidez e iniciar espiramicina imediatamente Avidez < 30%: doença recente, tratar Avidez > 60%: doença “antiga”, avaliar idade gestacional IG < 12 semanas (protocolo atual 16 semanas): infecção ocorreu antes do início da gestação; risco remoto de infecção fetal IG > 12 semanas (protocolo atual 16 semanas): menor risco de transmis- são; maior gravidade Valores intermediários devem ser analisados com cautela e, em casos duvido- sos, deve-se tratar a gestante o Infecção aguda: IgM positivo e IgG negativo OU IgM e IgG positivos com baixa avidez Se apenas IgM positivo: repetir sorologia em 2-3 semanas IgG positivo: infecção confirmada, manter tratamento IgG negativo: IgM falso positivo, interromper espiramicina e repetir so- rologia em 1 mês o Mantém IgG negativo: gestante suscetível, sorologia 3/3 meses Tratamento: reduz o risco da forma sintomática da toxoplasmose congênita e o surgimento de lesões graves na criança < 16 semanas: espiramicina 1g (3.000.000 UI) VO 8/8h o Alternativa: clindamicina 600mg VO 6/6h ≥ 16 semanas: pirimetamina 25mg VO 12/12h, sulfadiazina 1.500mg VO 12/12h e ácido folínico 10mg/dia Acompanhamento: diagnóstico fetal USG fetal mensal ou bimensal: anomalias em 30% dos fetos infectados (hidrocefalia, calcificações cerebrais e hepáticas, hepatoesplenomega- lia, ascite, cardiomegalia) Encaminhar para pré-natal de alto risco: amniocentese > 18 semanas (> 4 semanas provável infecção) para realização de PCR o Sensibilidade 70% e especificidade de 100% - Diagnóstico do recém-nascido o IgG detectada até 1-2 semanas após infecção aguda Pico em 3 a 6 meses Diminuição lenta com persistência de títulos baixos sempre o IgM detectada até 1-2 semanas após infecção aguda Permanece elevada por 2-3 meses o Confirmação toxoplasmose congênita Crianças com IgM+ entre 2 dias e 6 meses de idade Persistência de IgG+ após 12 meses de vida, independente da presença de si- nais ou sintomas da doença Crianças com sinais e/ou sintomas sugestivos de toxoplasmose congênita, fi- lhas de mães com IgG+ para toxoplasmose Crianças cujas mães apresentaram PCR positiva para toxoplasmose no líquido amniótico Medcel também traz aumento de IgG em 4x em 1 mês - Avaliação do RN com suspeita de toxoplasmose congênita o Avaliação oftalmológica (fundoscopia ocular) o Avaliação neurológica o Avaliação auditiva o Ultrassonografia transfontanela ou TC de crânio (sem contraste) o Hemograma completo o Análise de líquido cefalorraquidiano (bioquímica e celularidade) o Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) da mãe e da criança o Crianças sintomáticas: avaliar função hepática e descartar outras infecções congêni- tas - Tratamento: após o nascimento, sugere-se iniciar o tratamento imediatamente em recém natos com toxoplasmose adquirida na gestação (comprovada, provável ou suspeita) o Forma assintomática: esquema tríplice por 6 semanas + espiramicina por 6 semanas + esquema tríplice alternado com espiramicina a cada 4 semanas até completar 1 ano de tratamento o Forma sintomática: esquema tríplice por 6 meses + esquema tríplice alternado com espiramicina a cada 4 semanas o Glicocorticoide se comprometimento do SNC (sem calcificações – aumento proteína LCR) ou ocular: prednisona 0,5 mg/kg/dose, 12/12h por 4 semanas (Medcel diz 1 se- mana)
Compartilhar