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12/10/2020 Número: 0814203-12.2020.8.20.5106 Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Órgão julgador: 3º Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Mossoró Última distribuição : 17/09/2020 Valor da causa: R$ 20.151,98 Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? SIM Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM TJRN PJe - Processo Judicial Eletrônico Partes Procurador/Terceiro vinculado MARIA GIVALDETE BATISTA DE MORAIS (AUTOR) JOBED SOARES DE MOURA (ADVOGADO) LUIZACRED S.A. SOCIEDADE DE CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO (RÉU) Documentos Id. Data da Assinatura Documento Tipo 60259 656 17/09/2020 09:55 INICIAL (COBRANÇAS INDEVIDAS) - MARIA GIVALDETE X LUIZACRED Documento de Comprovação RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 AO JUÍZO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE MOSSORÓ – ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. MARIA GIVALDETE BATISTA DE MORAIS, brasileira, casada, agricultora, CPF nº 009.849.124-52, residente de domiciliada na Rua: Manoel João, 395, Centro, Governador Dix Sept Rosado, CEP: 59790-000, por intermédio de seu representante legal, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, ajuizar a presente: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA Em face de LUIZACRED S.A. SOCIEDADE DE CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ de nº: 02.206.577/0001-80, com endereço na Rua Amazonas da Silva, 27, Bairro Vila Guilherme, CEP: 02.051- Num. 60259656 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 000 – São Paulo/SP, tendo em vistas as judiciosas e fragorosas razões aduzidas seguidamente. I. PRELIMINARMENTE I. I DA JUSTIÇA GRATUITA: A autora vem, inicialmente, requerer à Vossa Excelência os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com base no art. 98 do Código de Processo Civil, tendo em vista não pode arcar com as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios, assim como garante o dispositivo legal supracitado, o qual determina, in verbis: Art. 98, CPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. Nesse sentido, pede-se que seja deferido à autora os benefícios da Justiça Gratuita. Num. 60259656 - Pág. 2Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 II. RESUMO FÁTICO 1. A requerente é titular de um cartão de crédito administrado pela demandada, conforme se verifica pelas cópias das faturas apensadas à presente. 2. Ocorre, Excelência, que a autora foi surpreendida quando percebeu que vinha sendo lançada em sua fatura a quantia de R$ 5,50 (Cinco reais e cinquenta centavos), referente à cobrança de um serviço de envio de mensagens automáticas, O QUAL NUNCA FOI CONTRATADO pela autora. 3. As cobranças indevidas, referentes ao serviço ora comentado, vêm ocorrendo desde Agosto de 2019 e já totalizam a quantia R$ 66,00 (Sessenta e seis reais), onerando significativamente a autora, que não possui condições de arcar mensalmente com um serviço que sequer utiliza ou solicitou. 4. Insta mencionar, ainda, que a autora já tentou inúmeras vezes realizar o cancelamento do cartão de crédito ora em comento, haja Num. 60259656 - Pág. 3Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 vista que a demandada havia prometido a migração para um novo cartão de crédito, sem anuidade. 5. No entanto, as tentativas restaram infrutíferas e a demandada está sendo cobrada em R$ 9,99 pela anuidade do cartão, MESMO TENDO REQUISITADO HÁ MUITO TEMPO O CANCELAMENTO DESTE, tendo em vista que fora prometido na época da contratação que seu cartão não tinha qualquer anuidade, promessa que nunca se cumpriu. 6. Assim, as tentativas de solução extrajudicial restaram inúteis, ao passo que a demandada só posterga a resolução da problemática, seguindo com os lançamentos de serviços não solicitados diretamente no cartão de crédito da autora, SEM QUALQUER AUTORIZAÇÃO DESTA e cobrando pela anuidade de um cartão que a autora tenta cancelar há muito tempo. 7. Excelência, não se trata de qualquer valor, a autora já pagou R$ 75,99 (Setenta e cinco reais e noventa e nove centavos) (somados os valores dos débitos referentes ao serviço de envio de mensagens automáticas e a anuidade do cartão) POR SERVIÇOS QUE NÃO CONTRATOU E INSISTE EM TENTAR CANCELAR. Num. 60259656 - Pág. 4Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 8. Diante da situação narrada, não resta outra alternativa ao requerente senão buscar a tutela jurisdicional do Estado, com o objetivo de ver condenada a empresa demandada ao pagamento de indenização pelos danos causados e ilícito cometido, bem como a restituição em dobro dos valores cobrados indevidamente. III. DO DIREITO III.I DA DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO Vejamos, então, Excelência que os débitos cobrados pela demandada são referentes a serviços que ela não contratou, tendo até contestado inutilmente as cobranças, sendo possível a interposição de ação declaratória com o fito de desconstituir relação jurídica patrimonial (visto que há cobrança de débitos inexistentes) e a consequente reparação dos danos. Moacy Amaral Santos ao tratar sobre o tema, afirma que: O conflito entre as partes está na incerteza da relação jurídica, que a ação visa a desfazer, tomando certo aquilo que é incerto, Num. 60259656 - Pág. 5Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 desfazendo a dúvida em que se encontram as partes quanto a relação jurídica. A ação meramente declaratória nada mais visa do que a declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica. Basta a declaração da existência ou inexistência da relação jurídica para que a ação haja atingido sua finalidade. In casu, o requerente visa demonstrar que jamais adquiriu serviços no valor de R$ 5,50, bem como está tentando cancelar o cartão há muito tempo, todavia o réu segue lhe gerando encargos impossíveis de pagar. III.II. DO ILÍCITO COMETIDO E DA RESTITUIÇÃO EM DOBRO A defesa do consumidor é fundada em uma série de princípios, dentre os quais destacamos a boa-fé objetiva e a liberdade de escolha, ambos flagrantemente violados pelo requeridoao realizar cobranças indevidas de forma desarrazoada da única fonte de renda da autora. Ora, o dever das partes de agir conforme parâmetros de honestidade e lealdade, a fim de se estabelecer o equilíbrio das relações de consumo, quando se fala em boa-fé objetiva, pensa-se em Num. 60259656 - Pág. 6Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 comportamento fiel, leal, na atuação de cada uma das partes contratantes a fim de garantir respeito à outra. É um princípio que visa garantir a ação sem abuso, sem obstrução, sem causar lesão a ninguém, cooperando sempre para atingir o fim colimado no contrato, realizando o interesse das partes. A empresa demandada, ao surpreender o autor com cobranças indevidas, e ainda, dificultando a manutenção do bem-estar do demandante, haja vista que trata-se da única fonte de renda da autora, age de forma ilícita, com deslealdade, desrespeito e abuso manifesto, merecendo uma firme reprovação do Poder Judiciário. Nesse sentido é a redação dos arts. 186 e 927 do Código Civil, os quais determinam: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo. Num. 60259656 - Pág. 7Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 No entanto, por tratar-se de uma relação consumerista, nas quais há um desequilíbrio financeiro exorbitante, há de se observar, ainda, as disposições previstas no Código de Defesa do Consumidor, o qual prevê, em seu Art. 42: Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. (Grifo nosso) Nessa perspectiva, comprovada a ilicitude da conduta do réu e a eminente responsabilidade deste por tal ato, não restam dúvidas de que a instituição bancária deve ser responsabilizada e compelida a restituir, em dobro, os valores cobrados indevidamente. Num. 60259656 - Pág. 8Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 III.III. DO DANO MORAL No caso em comento, restou configurado o Dano Moral “In Re Ipsa”, haja vista o evidente ABUSO DE DIREITO e flagrante prática de CONDUTA ILÍCITA pela Ré, nos termos dos Artigos 186, 187, 876, 877, 884 e 927 do Código Civil, decorrente da cobrança abusiva e ilícita pela Ré de serviços adicionais, não contratados, não solicitados e não autorizados pelo Autor durante todo o período contratual. Outrossim, a Constituição Federal estabelece que: “Art. 5º -.... X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, e a imagem das pessoas, assegurado o deito à indenização pelo dano Num. 60259656 - Pág. 9Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 material ou moral ou decorrente de sua violação”. Cumpre dizer que o dano e o nexo de causalidade com a conduta ilícita da Ré já foram demonstrados, daí surgindo a necessidade de indenizar, eis que a culpa foi da Demandada ao efetuar durante todo o período contratual a cobrança ilegal e indevida pelos serviços adicionais NÃO CONTRATADOS pela Autora e que de forma arbitrária e abusiva foram cobrados pela Ré. Ressalte-se: NENHUM DOS SERVIÇOS FOI CONTRATADO PELO REQUERENTE E TAMPOUCO SOLICITADO PREVIAMENTE! Frise-se que o ato ilícito está demonstrado pela cobrança indevida. Em que pesem as ligações efetuadas à prestadora, mesmo assim a cobrança de valores indevidos continuou a ser feita de forma incessante pela operadora. Desnecessário dizer que as cobranças indevidas geram abalo psicológico e social, pois além da cobrança ser indevida, a parte autora teve que se humilhar perante os atendentes da empresa requerida, implorando pela exclusão das cobranças indevidas. Num. 60259656 - Pág. 10Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 No caso dos autos o dano moral é “IN RE IPSA”, justamente porque, decorre do próprio ato ilícito da Ré, em face da cobrança abusiva e indevida por serviço NÃO CONTRATADO, NÃO AUTORIZADO, NÃO SOLICITADO E NÃO UTILIZADO pela Autora, sendo a ofensa moral imanente e inerente ao próprio fato!!! A jurisprudência é firme e uníssona no sentido de que nos casos supra descritos, a prova do dano moral é prescindível e desnecessária para respaldar o dever de indenizar, in verbis: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TERMINAL TELEFÔNICO. COBRANÇA INDEVIDA. TRANSFERÊNCIA DE ENDEREÇO PROCRASTINADA. DANOS MORAIS IN RE IPSA. E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO – TV POR ASSINATURA – COBRANÇA DE VALOR INDEVIDO – FATO RECONHECIDO COMO INCONTROVERSO – ATO ILÍCITO PRATICADO PELA OPERADORA DO SERVIÇO – INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DEVIDA – QUANTIFICAÇÃO – PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. A Num. 60259656 - Pág. 11Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 cobrança por serviço de assinatura de TV não requerido ou fornecido ultrapassa os umbrais do mero aborrecimento para caracterizar abuso de poder econômico e ato ilícito praticado pela operadora, ensejadora do dever de responder por danos morais que, no caso, são in re ipsa, dispensando produção de prova a seu respeito. Recurso conhecido e provido. (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS - Apelação Cível : AC 0818317- 78.2015.8.12.0001 MS 0818317- 78.2015.8.12.0001 – 16/05/2018) Eis aí o principal problema: a fixação do quantum a ser determinado para a reparação de violações dessa natureza, o valor que corresponda não a uma reparação, pois neste campo não há como se reparar, mas apenas tentar satisfazer a pessoa pela violação daquele bem que teve ferido em sua intimidade. No entanto, para solucionar esta questão tivemos a ajuda de mestres do Direito como, por exemplo, Clayton Reis que ensinou o seguinte: “Para avaliar o dano moral, haver-se- á de levar em consideração, em primeiro lugar, a posiçãosocial e cultural do ofensor e do ofendido. Para isso deve-se ter em vista o homo medius, de sensibilidade ético-social normal.” Num. 60259656 - Pág. 12Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 Como vimos no Ordenamento Jurídico Brasileiro, como nas demais nações do mundo, o dano extrapatrimonial é indenizável, no entanto, como não há possibilidade de o bem lesado (a honra) voltar ao status quo ante, tem o julgador a obrigação de fixar a indenização segundo seu entendimento sob a extensão e gravidade do dano, de acordo como determinado pelo art. 1.553 do CC; com essa atitude legal o julgador estará responsabilizando e punindo o ofensor pelo seu desalento e confortando o ofendido, ferido em sua intimidade. Para a fixação do dano moral o promovente baliza-o no quantitativo de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor que se torna ínfimo, mormente diante do ilícito praticado, de forma insistente, e suas consequências e ante a capacidade econômica do demandado. IV. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira nítida, que o consumidor de produtos e serviços deve ser protegido pelas suas regras e entendimentos, senão vejamos: Num. 60259656 - Pág. 13Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestações de serviços. Com isso, fica espontâneo o vislumbre da responsabilização da empresa Requerida sob a égide da Lei nº 8.078/90, visto que se trata de um fornecedor de produtos e serviços que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores. V. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Percebe-se, cristalinamente, que o Requerente deve ser beneficiada pela inversão do ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal: Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: Num. 60259656 - Pág. 14Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civill, que evidenciam a pertinência do pedido de reparação de danos. Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, o Requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias para a cognição do Excelentíssimo Magistrado. VI. DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA Concede-se a tutela antecipada caso haja probabilidade de direito e perigo de dano, nos termos do artigo 273 do Código de Processo Civil: Num. 60259656 - Pág. 15Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Excelência, a probabilidade do direito já foi excessivamente demonstrado no decorrer de toda esta petição, restando evidente que a autora vem sendo cobrada por um serviço que NUNCA CONTRATOU. Além disso, todo o alegado pode ser comprovado de plano, pela via documental, sem necessidade de qualquer dilação probatória. Cumpre ressaltar, ainda, que a demandante não pode esperar até o deslinde final deste imbróglio para que tais lançamentos sejam suspensos, necessitando da concessão de um provimento antecipado que vise impedir a efetivação de novas cobranças em seu cartão pelo Réu, o que poderá evitar maiores percalços à autora. Cumpre ressaltar, ainda, que não se trata de uma medida irreversível, uma vez que a situação anterior a efetivação da tutela pode ser facilmente reestabelecida. Verifica-se, MM. Juiz (a), que a situação da demandante atende perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da Num. 60259656 - Pág. 16Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 medida antecipatória, pelo que se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial para suspender as cobranças de R$ 5,50 (Cinco reais e cinquenta centavos) e de R$ 9,99 (Nove reais e noventa e nove centavos) no cartão de crédito da autora. VII. DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, pede-se, Vossa Excelência: A) A antecipação dos efeitos da tutela, para determinar a imediata suspensão das cobranças de R$ 5,50 (Cinco reais e cinquenta centavos) e de R$ 9,99 (Nove reais e noventa e nove centavos) no cartão de crédito da autora. B) Concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser a autora incapaz de arcar com as custas, despesas e honorários advocatícios, nos termos do Art. 98 do CPC. C) A Citação da parte ré no endereço supra, para audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento e, querendo, no prazo e forma da Num. 60259656 - Pág. 17Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 lei, contestar a presente, sob pena de revelia e confissão (art.. 20 da Lei 9.099/95) quanto a matéria de fato; D) Concessão da inversão do ônus da prova, por ser parte reconhecidamente hipossuficiente, mais fraca e vulnerável na relação de consumo, nos moldes descritos no art. 6, VIII do Código de Defesa do Consumidor; E) Declaração de inexistência de débitos no valor de R$ 5,50 (Cinco reais e cinquenta centavos) e de R$ 9,99 (Nove reais e noventa e nove centavos), que vêm sendo lançados no cartão de crédito da autora. F) Cancelamento do cartãode crédito ora em comento. G) A condenação da Demandada a restituir, em dobro, o valor de R$ 75,99 (Setenta e cinco reais e noventa e nove centavos), como determina o Art. 42, Parágrafo Único, do Código de Defesa do Consumidor, TOTALIZANDO R$ 151,98 (Cento e cinquenta e um reais e noventa e oito centavos); Num. 60259656 - Pág. 18Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 H) Condenação da empresa demandada ao pagamento de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em quantia de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais). Dá-se à causa o valor R$ 20.151,98 (Vinte mil, cento e cinquenta e um reais e noventa e oito centavos). Nestes termos, Pede deferimento. Mossoró (RN), 17 de setembro de 2020. JOBED SOARES DE MOURA OAB/RN 16.339 VICTOR DE OLIVEIRA ANDRADE ESTAGIÁRIO Num. 60259656 - Pág. 19Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15 https://pje1g.tjrn.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091709471481800000057825481 Número do documento: 20091709471481800000057825481 Cabeçalho Índice Documento de Comprovação | NUM: 60259656 | 17/09/2020 09:46
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