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INICIAL (COBRANÇAS INDEVIDAS) - MARIA GIVALDETE X LUIZACRED

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12/10/2020
Número: 0814203-12.2020.8.20.5106 
 
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL 
 Órgão julgador: 3º Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Mossoró 
 Última distribuição : 17/09/2020 
 Valor da causa: R$ 20.151,98 
 Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer 
 Segredo de justiça? NÃO 
 Justiça gratuita? SIM 
 Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
 
TJRN
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MARIA GIVALDETE BATISTA DE MORAIS (AUTOR) JOBED SOARES DE MOURA (ADVOGADO)
LUIZACRED S.A. SOCIEDADE DE CREDITO,
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO (RÉU)
Documentos
Id. Data da
Assinatura
Documento Tipo
60259
656
17/09/2020 09:55 INICIAL (COBRANÇAS INDEVIDAS) - MARIA
GIVALDETE X LUIZACRED
Documento de Comprovação
 
 
 
RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 
 
AO JUÍZO DE UM DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA 
COMARCA DE MOSSORÓ – ESTADO DO RIO GRANDE DO 
NORTE. 
 
 
 
 MARIA GIVALDETE BATISTA DE MORAIS, brasileira, 
casada, agricultora, CPF nº 009.849.124-52, residente de domiciliada 
na Rua: Manoel João, 395, Centro, Governador Dix Sept Rosado, CEP: 
59790-000, por intermédio de seu representante legal, vem, mui 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, ajuizar a presente: 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS C/C ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA 
TUTELA 
 
Em face de LUIZACRED S.A. SOCIEDADE DE CREDITO, 
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita sob o CNPJ de nº: 02.206.577/0001-80, com endereço 
na Rua Amazonas da Silva, 27, Bairro Vila Guilherme, CEP: 02.051-
Num. 60259656 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15
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Número do documento: 20091709471481800000057825481
 
 
RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 
 
000 – São Paulo/SP, tendo em vistas as judiciosas e fragorosas razões 
aduzidas seguidamente. 
 
I. PRELIMINARMENTE 
 
I. I DA JUSTIÇA GRATUITA: 
A autora vem, inicialmente, requerer à Vossa Excelência os 
benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com base no art. 98 do Código 
de Processo Civil, tendo em vista não pode arcar com as custas, as 
despesas processuais e os honorários advocatícios, assim como 
garante o dispositivo legal supracitado, o qual determina, in verbis: 
 
Art. 98, CPC. A pessoa natural ou jurídica, 
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de 
recursos para pagar as custas, as despesas 
processuais e os honorários advocatícios tem 
direito à gratuidade da justiça, na forma da 
lei. 
 
Nesse sentido, pede-se que seja deferido à autora os benefícios 
da Justiça Gratuita. 
 
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Número do documento: 20091709471481800000057825481
 
 
RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 
 
 
 
II. RESUMO FÁTICO 
 
1. A requerente é titular de um cartão de crédito administrado 
pela demandada, conforme se verifica pelas cópias das faturas 
apensadas à presente. 
 
2. Ocorre, Excelência, que a autora foi surpreendida quando 
percebeu que vinha sendo lançada em sua fatura a quantia de R$ 5,50 
(Cinco reais e cinquenta centavos), referente à cobrança de um serviço 
de envio de mensagens automáticas, O QUAL NUNCA FOI 
CONTRATADO pela autora. 
 
3. As cobranças indevidas, referentes ao serviço ora comentado, 
vêm ocorrendo desde Agosto de 2019 e já totalizam a quantia R$ 66,00 
(Sessenta e seis reais), onerando significativamente a autora, que não 
possui condições de arcar mensalmente com um serviço que sequer 
utiliza ou solicitou. 
 
4. Insta mencionar, ainda, que a autora já tentou inúmeras vezes 
realizar o cancelamento do cartão de crédito ora em comento, haja 
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vista que a demandada havia prometido a migração para um novo 
cartão de crédito, sem anuidade. 
 
5. No entanto, as tentativas restaram infrutíferas e a demandada 
está sendo cobrada em R$ 9,99 pela anuidade do cartão, MESMO 
TENDO REQUISITADO HÁ MUITO TEMPO O CANCELAMENTO 
DESTE, tendo em vista que fora prometido na época da contratação 
que seu cartão não tinha qualquer anuidade, promessa que nunca se 
cumpriu. 
 
6. Assim, as tentativas de solução extrajudicial restaram inúteis, 
ao passo que a demandada só posterga a resolução da problemática, 
seguindo com os lançamentos de serviços não solicitados diretamente 
no cartão de crédito da autora, SEM QUALQUER AUTORIZAÇÃO 
DESTA e cobrando pela anuidade de um cartão que a autora tenta 
cancelar há muito tempo. 
 
7. Excelência, não se trata de qualquer valor, a autora já pagou R$ 
75,99 (Setenta e cinco reais e noventa e nove centavos) (somados os 
valores dos débitos referentes ao serviço de envio de mensagens 
automáticas e a anuidade do cartão) POR SERVIÇOS QUE NÃO 
CONTRATOU E INSISTE EM TENTAR CANCELAR. 
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8. Diante da situação narrada, não resta outra alternativa ao 
requerente senão buscar a tutela jurisdicional do Estado, com o 
objetivo de ver condenada a empresa demandada ao pagamento de 
indenização pelos danos causados e ilícito cometido, bem como a 
restituição em dobro dos valores cobrados indevidamente. 
 
 
 
III. DO DIREITO 
 
III.I DA DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO 
 Vejamos, então, Excelência que os débitos cobrados pela 
demandada são referentes a serviços que ela não contratou, tendo até 
contestado inutilmente as cobranças, sendo possível a interposição de 
ação declaratória com o fito de desconstituir relação jurídica 
patrimonial (visto que há cobrança de débitos inexistentes) e a 
consequente reparação dos danos. 
 Moacy Amaral Santos ao tratar sobre o tema, afirma que: 
 O conflito entre as partes está na incerteza 
da relação jurídica, que a ação visa a desfazer, 
tomando certo aquilo que é incerto, 
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desfazendo a dúvida em que se encontram as 
partes quanto a relação jurídica. A ação 
meramente declaratória nada mais visa do que 
a declaração da existência ou inexistência de 
uma relação jurídica. Basta a declaração da 
existência ou inexistência da relação jurídica 
para que a ação haja atingido sua finalidade. 
 
 In casu, o requerente visa demonstrar que jamais adquiriu 
serviços no valor de R$ 5,50, bem como está tentando cancelar o 
cartão há muito tempo, todavia o réu segue lhe gerando encargos 
impossíveis de pagar. 
 
III.II. DO ILÍCITO COMETIDO E DA RESTITUIÇÃO EM 
DOBRO 
A defesa do consumidor é fundada em uma série de princípios, 
dentre os quais destacamos a boa-fé objetiva e a liberdade de escolha, 
ambos flagrantemente violados pelo requeridoao realizar cobranças 
indevidas de forma desarrazoada da única fonte de renda da autora. 
Ora, o dever das partes de agir conforme parâmetros de 
honestidade e lealdade, a fim de se estabelecer o equilíbrio das 
relações de consumo, quando se fala em boa-fé objetiva, pensa-se em 
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comportamento fiel, leal, na atuação de cada uma das partes 
contratantes a fim de garantir respeito à outra. 
É um princípio que visa garantir a ação sem abuso, sem 
obstrução, sem causar lesão a ninguém, cooperando sempre para 
atingir o fim colimado no contrato, realizando o interesse das partes. 
A empresa demandada, ao surpreender o autor com cobranças 
indevidas, e ainda, dificultando a manutenção do bem-estar do 
demandante, haja vista que trata-se da única fonte de renda da 
autora, age de forma ilícita, com deslealdade, desrespeito e abuso 
manifesto, merecendo uma firme reprovação do Poder Judiciário. 
Nesse sentido é a redação dos arts. 186 e 927 do Código Civil, 
os quais determinam: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 
e 187), causar dano a outrem, é obrigado a 
repará-lo. 
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No entanto, por tratar-se de uma relação consumerista, nas 
quais há um desequilíbrio financeiro exorbitante, há de se observar, 
ainda, as disposições previstas no Código de Defesa do Consumidor, 
o qual prevê, em seu Art. 42: 
 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor 
inadimplente não será exposto a ridículo, nem 
será submetido a qualquer tipo de 
constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado 
em quantia indevida tem direito à 
repetição do indébito, por valor igual ao 
dobro do que pagou em excesso, acrescido 
de correção monetária e juros legais, 
salvo hipótese de engano justificável. 
(Grifo nosso) 
 
Nessa perspectiva, comprovada a ilicitude da conduta do réu e 
a eminente responsabilidade deste por tal ato, não restam dúvidas de 
que a instituição bancária deve ser responsabilizada e compelida a 
restituir, em dobro, os valores cobrados indevidamente. 
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III.III. DO DANO MORAL 
 No caso em comento, restou configurado o Dano Moral “In Re 
Ipsa”, haja vista o evidente ABUSO DE DIREITO e flagrante prática 
de CONDUTA ILÍCITA pela Ré, nos termos dos Artigos 186, 187, 
876, 877, 884 e 927 do Código Civil, decorrente da cobrança abusiva 
e ilícita pela Ré de serviços adicionais, não contratados, não 
solicitados e não autorizados pelo Autor durante todo o período 
contratual. 
 Outrossim, a Constituição Federal estabelece que: 
 
 
“Art. 5º -.... 
 
X – são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra, e a imagem das pessoas, 
assegurado o deito à indenização pelo dano 
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material ou moral ou decorrente de sua 
violação”. 
 Cumpre dizer que o dano e o nexo de causalidade com a 
conduta ilícita da Ré já foram demonstrados, daí surgindo a 
necessidade de indenizar, eis que a culpa foi da Demandada ao 
efetuar durante todo o período contratual a cobrança ilegal e 
indevida pelos serviços adicionais NÃO CONTRATADOS pela 
Autora e que de forma arbitrária e abusiva foram cobrados pela Ré. 
 Ressalte-se: NENHUM DOS SERVIÇOS FOI 
CONTRATADO PELO REQUERENTE E TAMPOUCO 
SOLICITADO PREVIAMENTE! 
 Frise-se que o ato ilícito está demonstrado pela cobrança 
indevida. Em que pesem as ligações efetuadas à prestadora, mesmo 
assim a cobrança de valores indevidos continuou a ser feita de forma 
incessante pela operadora. 
 Desnecessário dizer que as cobranças indevidas geram abalo 
psicológico e social, pois além da cobrança ser indevida, a parte 
autora teve que se humilhar perante os atendentes da empresa 
requerida, implorando pela exclusão das cobranças indevidas. 
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RUA MEIRA E SÁ, Nº 293, EDIFÍCIO MOURA ADVOCACIA, CENTRO, MOSSORÓ-RN – FONE: 3317-2899 
 
 No caso dos autos o dano moral é “IN RE IPSA”, justamente 
porque, decorre do próprio ato ilícito da Ré, em face da cobrança 
abusiva e indevida por serviço NÃO CONTRATADO, NÃO 
AUTORIZADO, NÃO SOLICITADO E NÃO UTILIZADO pela 
Autora, sendo a ofensa moral imanente e inerente ao próprio fato!!! 
 A jurisprudência é firme e uníssona no sentido de que nos 
casos supra descritos, a prova do dano moral é prescindível e 
desnecessária para respaldar o dever de indenizar, in verbis: 
APELAÇÃO CÍVEL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. 
TERMINAL TELEFÔNICO. COBRANÇA 
INDEVIDA. TRANSFERÊNCIA DE 
ENDEREÇO PROCRASTINADA. 
DANOS MORAIS IN RE IPSA. 
 
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO – TV POR 
ASSINATURA – COBRANÇA DE 
VALOR INDEVIDO – FATO 
RECONHECIDO COMO 
INCONTROVERSO – ATO ILÍCITO 
PRATICADO PELA OPERADORA DO 
SERVIÇO – INDENIZAÇÃO POR DANO 
MORAL DEVIDA – QUANTIFICAÇÃO – 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE – 
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. A 
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cobrança por serviço de assinatura de TV não 
requerido ou fornecido ultrapassa os umbrais 
do mero aborrecimento para caracterizar 
abuso de poder econômico e ato ilícito 
praticado pela operadora, ensejadora do dever 
de responder por danos morais que, no caso, 
são in re ipsa, dispensando produção de prova 
a seu respeito. Recurso conhecido e provido. 
(Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul 
TJ-MS - Apelação Cível : AC 0818317-
78.2015.8.12.0001 MS 0818317-
78.2015.8.12.0001 – 16/05/2018) 
Eis aí o principal problema: a fixação do quantum a ser 
determinado para a reparação de violações dessa natureza, o valor 
que corresponda não a uma reparação, pois neste campo não há como 
se reparar, mas apenas tentar satisfazer a pessoa pela violação 
daquele bem que teve ferido em sua intimidade. 
No entanto, para solucionar esta questão tivemos a ajuda de 
mestres do Direito como, por exemplo, Clayton Reis que ensinou o 
seguinte: 
“Para avaliar o dano moral, haver-se-
á de levar em consideração, em 
primeiro lugar, a posiçãosocial e 
cultural do ofensor e do ofendido. Para 
isso deve-se ter em vista o homo 
medius, de sensibilidade ético-social 
normal.” 
 
Num. 60259656 - Pág. 12Assinado eletronicamente por: JOBED SOARES DE MOURA - 17/09/2020 09:47:15
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Como vimos no Ordenamento Jurídico Brasileiro, como nas 
demais nações do mundo, o dano extrapatrimonial é indenizável, no 
entanto, como não há possibilidade de o bem lesado (a honra) voltar 
ao status quo ante, tem o julgador a obrigação de fixar a indenização 
segundo seu entendimento sob a extensão e gravidade do dano, de 
acordo como determinado pelo art. 1.553 do CC; com essa atitude 
legal o julgador estará responsabilizando e punindo o ofensor pelo 
seu desalento e confortando o ofendido, ferido em sua intimidade. 
 Para a fixação do dano moral o promovente baliza-o no 
quantitativo de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor que se torna 
ínfimo, mormente diante do ilícito praticado, de forma insistente, e 
suas consequências e ante a capacidade econômica do demandado. 
 
 
 
IV. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR 
 O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira nítida, 
que o consumidor de produtos e serviços deve ser protegido pelas 
suas regras e entendimentos, senão vejamos: 
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Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem 
atividades de produção, montagem, criação, 
construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestações de serviços. 
Com isso, fica espontâneo o vislumbre da responsabilização da 
empresa Requerida sob a égide da Lei nº 8.078/90, visto que se trata 
de um fornecedor de produtos e serviços que, independentemente de 
culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores. 
V. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 Percebe-se, cristalinamente, que o Requerente deve ser 
beneficiada pela inversão do ônus da prova, pelo que reza o inciso 
VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista 
que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, 
que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição 
legal: 
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
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(...) 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova, a 
seu favor, no processo civil, quando, a critério 
do juiz, for verossímil a alegação ou quando 
for ele hipossuficiente, segundo as regras 
ordinárias de experiências; 
O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos 
de nosso ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civill, que 
evidenciam a pertinência do pedido de reparação de danos. 
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser 
tratados de forma igual perante a lei, mas sempre na medida de sua 
desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, o Requerente realmente 
deve receber a supracitada inversão, visto que se encontra em estado 
de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de 
grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas 
necessárias para a cognição do Excelentíssimo Magistrado. 
 
VI. DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA 
 Concede-se a tutela antecipada caso haja probabilidade de 
direito e perigo de dano, nos termos do artigo 273 do Código de 
Processo Civil: 
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 Art. 300. A tutela de urgência será 
concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo. 
 
 Excelência, a probabilidade do direito já foi excessivamente 
demonstrado no decorrer de toda esta petição, restando evidente que 
a autora vem sendo cobrada por um serviço que NUNCA 
CONTRATOU. 
 Além disso, todo o alegado pode ser comprovado de plano, pela 
via documental, sem necessidade de qualquer dilação probatória. 
 Cumpre ressaltar, ainda, que a demandante não pode esperar 
até o deslinde final deste imbróglio para que tais lançamentos 
sejam suspensos, necessitando da concessão de um provimento 
antecipado que vise impedir a efetivação de novas cobranças em seu 
cartão pelo Réu, o que poderá evitar maiores percalços à autora. 
 Cumpre ressaltar, ainda, que não se trata de uma medida 
irreversível, uma vez que a situação anterior a efetivação da tutela 
pode ser facilmente reestabelecida. 
 Verifica-se, MM. Juiz (a), que a situação da demandante atende 
perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da 
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medida antecipatória, pelo que se busca, antes da decisão do mérito 
em si, a ordem judicial para suspender as cobranças de R$ 5,50 (Cinco 
reais e cinquenta centavos) e de R$ 9,99 (Nove reais e noventa e nove 
centavos) no cartão de crédito da autora. 
 
 
VII. DOS PEDIDOS 
 
Ante todo o exposto, pede-se, Vossa Excelência: 
 
A) A antecipação dos efeitos da tutela, para determinar a 
imediata suspensão das cobranças de R$ 5,50 (Cinco reais e 
cinquenta centavos) e de R$ 9,99 (Nove reais e noventa e nove 
centavos) no cartão de crédito da autora. 
 
B) Concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser a autora 
incapaz de arcar com as custas, despesas e honorários advocatícios, 
nos termos do Art. 98 do CPC. 
 
C) A Citação da parte ré no endereço supra, para audiência de 
Conciliação, Instrução e Julgamento e, querendo, no prazo e forma da 
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lei, contestar a presente, sob pena de revelia e confissão (art.. 20 da 
Lei 9.099/95) quanto a matéria de fato; 
 
D) Concessão da inversão do ônus da prova, por ser parte 
reconhecidamente hipossuficiente, mais fraca e vulnerável na relação 
de consumo, nos moldes descritos no art. 6, VIII do Código de Defesa 
do Consumidor; 
 
E) Declaração de inexistência de débitos no valor de R$ 5,50 
(Cinco reais e cinquenta centavos) e de R$ 9,99 (Nove reais e 
noventa e nove centavos), que vêm sendo lançados no cartão de 
crédito da autora. 
 
F) Cancelamento do cartãode crédito ora em comento. 
 
G) A condenação da Demandada a restituir, em dobro, o valor 
de R$ 75,99 (Setenta e cinco reais e noventa e nove centavos), como 
determina o Art. 42, Parágrafo Único, do Código de Defesa do 
Consumidor, TOTALIZANDO R$ 151,98 (Cento e cinquenta e um 
reais e noventa e oito centavos); 
 
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H) Condenação da empresa demandada ao pagamento de 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em quantia de R$ 
20.000,00 (Vinte mil reais). 
 
Dá-se à causa o valor R$ 20.151,98 (Vinte mil, cento e cinquenta 
e um reais e noventa e oito centavos). 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Mossoró (RN), 17 de setembro de 2020. 
 
 
JOBED SOARES DE MOURA 
OAB/RN 16.339 
 
 
VICTOR DE OLIVEIRA ANDRADE 
ESTAGIÁRIO 
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