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@veterinariando_ Intoxicação/toxicose - são manifestações clínicas causadas por um agente tóxico, alteração orgânica ou processos patológicos ocasionados por substâncias endógenas ou exógenas • Agente tóxicos ou toxicante – é qualquer substância química ou agente físico que ao interagir com o organismo vivo provoca algum efeito negativo • Toxinas – são substâncias tóxicas produzidas por seres vivos, como: toxinas bacterianas, micotoxinas, fitotoxinas, zootoxinas (peçonha por mordedura ou ferroada e veneno sem inoculação apenas contato) • Toxicidade – substância promove efeito nocivo, parcial ou total MANUTENÇÃO DA VIDA o Estabilização das funções vitais ➢ ABCD (via respiratória, oxigenação, circulação, neurológica) ➢ Temperatura corpórea o Medidas para minimizar ou reverter a situação ➢ Êmese ➢ Lavagem estomacal ➢ Eliminação dos tóxicos absorvidos ➢ Tratamentos específicos PERGUNTAS AOS TUTOR 1. Viu o animal tendo acesso ou contato com o agente tóxico ? 2. Qual o produto ? (Se possível, solicitar a leitura dos constituintes da fórmula presente no rotulo) 3. Qual a via de exposição ? (Oral, dérmica ou inalatória) 4. Qual a quantidade aproximada do agente tóxico ? 5. Qual a manifestação clínica que o animal apresenta ? 6. Há quanto tempo ele apresenta ? 7. Há outros animais apresentando o mesmo quadro ? vias aéreas • Desobstrução das vias aéreas superiores (ex: corpo estranho, secreções entre outras coisas) • Estabelecer via aérea patente (ex: traqueostomia) oxigenação • Utilização de sonda nasal, uso de máscara de oxigênio, uso de colar, gaiolas especiais para realizar a suplementação de oxigenação, intubação com sonda traqueal e uso de medicamentos circulação • Avaliação do coração, aferir pressão arterial que envolve o volume e a velocidade de transporte de líquido pelos vasos sanguíneos • Aferir frequência cardíaca e detectar possível arritmia, fibrilação atrial ou parada cardíaca • Utilização de alguns medicamentos, como: antiarrítmicos (propranolol, atropina, adrenalina, bloqueador Ca, bloqueador Na) além de fazer manobras de reanimação cardíaca em casos de paradas • Pressão arterial média (PAM) menor que 60mmHg resulta em hipoperfusão cerebral e PAM menor que 36mmHg = inconsciência estado neurológico • Alterações de humor • Depressão • Excitação – tremores musculares, confusão mental • Convulsão – utilização de anticonvulsivantes: Diazepam (potencializam o GABA e provoca a inibição da transmissão da serotonina) – temperatura o Hipertermia – temperatura superior ou igual a 41ºC ➢ Consequências: lesões cerebrais, lesão muscular, desidratação, coagulação vascular disseminada, choque até óbito ➢ Tratamento: banhos, infusão de líquidos, enema, utilização de gelo ➢ Para em 37,5ºC o Hipotermia – temperaturas menor ou igual a 37,5ºC ➢ Consequências: arritmias, diminuição da frequência cardíaca ➢ Tratamento – aquecimento interno ou externo ➢ Parar em 39,5ºC exposição cutânea o Utilização de banhos com água e sabão para remover a substância o Estabilizar o animal em possíveis convulsões o Utilização de EPIs na pessoa que for tratar o animal o Utilização de água morna (evitando vasodilatação) e corrente por pelo menos 15min o Secar com muito cuidado, evitando temperaturas muito quentes para não promover vasodilatação e aumentar consequentemente a absorção de possíveis partículas ainda presente na pele do animal exposição ocular o Pode ocorrer pelo uso de álcool, detergente, ácidos entre outros produtos o Uma primeira forma de diminuir a absorção nessa região é por meio da lavagem em água corrente exposição inalatória o Importante manter o animal em locais amplos e bem arejados o Fornecimento de oxigênio para que ocorra um troca mais rápida de gás exposição trato digestório o Via mais comum de intoxicação dos pacientes o Importante perguntar há quanto tempo foi ingerido, para se ter uma ideia do tempo de absorção da substância INDUÇÃO DA ÊMESE • Pensar na quantidade de tempo que a substância foi ingerida e pensar também qual é o agente da substância (ácida, básica, caustica) – substâncias ácidas/causticas podem causar lesões nas mucosas quando há indução de êmese • Induzir até 1-2h após a ingestão • O vômito elimina cerca de 40 a 60% do conteúdo • Utilização de medicamentos que tem função de ativar o centro do vômito ✓ Apomorfina – muito eficiente em cães ✓ Agonistas alfa-2 adrenérgicos – eficiente em gatos ✓ Peroxido de hidrogênio 3% - usar no máximo 3x (risco de lesões necroulcerativas no estômago) ✓ Xarope Ipeca – irrita a mucosa e provoca êmese ✓ Solução morna com NaCl – irrita a faringe e provoca êmese NÃO INDUÇÃO DA ÊMESE • Se o tempo de ingestão da substância tiver passado de 2h • Se o agente da substância for caustica, petróleo, alimento pontiagudo • Se o animal tive inconsciente (total ou parcial) • Quando não há conhecimento nenhum do agente 1. NUNCA provocar êmese quando o animal tiver ingerido produtos ácidos, produtos alcalinos, destilados de petróleo 2. Nunca realizar indução de vômito num paciente inconsciente e se atentar a espécie do animal (se vomita ou não) Lavagem estomacal o Remoção mecânica do conteúdo estomacal que está causando toxicidade o A eficiência está relacionada ao tempo de ingestão o Indicação: quando há ausência de vômito, tem rápida remoção da substância toxica, quando a substância possuir alto toxicidade, quando o animal possui retardamento estomacal, quando há risco de aspiração do conteúdo estomacal pelo animal o Desvantagens: é necessário anestesiar o animal, não é indicado quando o animal possui lesões preexistentes no esôfago e estômago, insucesso quando as partículas contidas no estômago são muito grandes e em substâncias com absorção muito rápida carvão ativado • Irá diminuir a absorção da substância toxica em todo o trato digestório • Tem ação no estômago e no intestino • Fenômeno de adsorção – as partículas da substância toxica adentra as microfissuras existentes na superfície do carvão ativado, diminuindo a carga das partículas que serão absorvidas • A ação dele é diminuída na presença de substâncias muito ácidas, muito básicas e alguns gases • Administração: 2 a 5g/kg (1g/5ml H2O) via oral/48h – administração por longos períodos podem causar constipação intestinal com fezes escuras demulcentes • Vão proteger a região da boca até o estômago devido ao seu alto peso molecular • Não são considerados protetores de mucosas uma vez que não faz a cobertura protetora desde a região da boca até o intestino Ovo, leite, Sucralfato – fazem cobertura de mucosa promovendo a diminuição da absorção de algumas substâncias (se ligam a essas moléculas tóxicas impedindo sua absorção) catárticos • Fazer enema no paciente para eliminar mais rapidamente o conteúdo intestinal • Associação do catártico com carvão ativado • Os catárticos irão aumentar o trânsito do trato gastrointestinal, o que diminui a absorção • Utilização de salinos (osmóticos) – sorbitol, glicerina, sulfato de magnésio Não realizar catártico nos animais quando: 1. Há trauma abdominal recente 2. Há obstrução ou perfuração intestinal 3. Hipotensão 4. Hipovolemia 5. Diarreia antídotos • Agem interferindo na ligação da substância aos receptores (antagonistas competitivos) • Podem interferir na via de biotransformação do toxicante • São poucos os antídotos disponíveis no mercado eliminação renal • Aumentar o volume de eliminação por meio da fluídoterapia (favorece a eliminação das substâncias por via renal) • Utilização de diuréticos – aumento do volume urinário • pH da substância é importante, para assim facilitar sua eliminação • Exemplo: ✓ Agente toxico que seja um ácido fraco (organofosforados e carbamato) ✓ Se a urinaestiver alcalina (pH acima de 7,8) – vai ocorrer uma reação química com o deslocamento de moléculas dessa substância, dando origem a um composto mais hidrossolúvel em forma ionizada (eliminação mais fácil) ✓ Se a urina estiver ácida (pH menor que 7) – formação de um composto não ionizado (composto molécula) mais lipossolúvel – excreção mais difícil ✓ Base fraca num meio alcalino – maior chance de originar composto lipossolúvel de difícil excreção
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