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[7442 - 25507]Nocoes_Direito_Constitucional_Penal_Administrativo

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Universidade do Sul de Santa Catarina
Noções de Direito Constitucional, 
Penal e Administrativo 
Disciplina na modalidade a distância
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Reitor Unisul
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitora Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Administração
Fabian Martins de Castro
Pró-Reitor de Ensino
Mauri Luiz Heerdt
Campus Universitário de 
Tubarão 
Diretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitário da 
Grande Florianópolis 
Diretor 
Hércules Nunes de Araújo
Campus Universitário 
UnisulVirtual
Diretora
Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual 
Diretora Adjunta
Patrícia Alberton 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Bruno Lucion Roso
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais
Murilo Matos Mendonça
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância 
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Franciele Arruda Rampelotti 
Luiz Fernando Meneghel
Assessoria de Inovação e 
Qualidade da EaD
Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.)
Rafael Bavaresco Bongiolo
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) 
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
José Olímpio Schmidt 
Marcelo Neri da Silva 
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Coordenação dos Cursos
Auxiliares das coordenações
Fabiana Lange Patricio
Maria de Fátima Martins
Tânia Regina Goularte Waltemann
Coordenadores Graduação
Adriana Santos Rammê
Adriano Sérgio da Cunha 
Aloísio José Rodrigues 
Ana Luisa Mülbert 
Ana Paula R. Pacheco 
Bernardino José da Silva
Carmen Maria C. Pandini 
Catia Melissa S. Rodrigues
Charles Cesconetto 
Diva Marília Flemming 
Eduardo Aquino Hübler 
Eliza B. D. Locks
Fabiano Ceretta
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. Cardoso
José Carlos N. Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto D. Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina Veit
Maria da Graça Poyer 
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça 
Myriam Riguetto
Nélio Herzmann 
Onei Tadeu Dutra 
Raulino Jacó Brüning 
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz M. Pinheiro
Tatiana Lee Marques
Thiago Coelho Soares
Valnei Campos Denardin
Roberto Iunskovski
Rose Clér Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Coordenadores Pós-Graduação
Aloisio Rodrigues
Anelise Leal Vieira Cubas
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Nunes
Luiz Otávio Botelho Lento
Thiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerência Administração 
Acadêmica 
Márcia Luz de Oliveira (Gerente)
Fernanda Farias
Financeiro Acadêmico
Marlene Schauffer 
Rafael Back
Vilmar Isaurino Vidal
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Janaina Stuart da Costa
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Ricardo Mello Platt
 
Secretaria de Ensino a Distância 
Karine Augusta Zanoni 
(Secretária de Ensino) 
Giane dos Passos 
(Secretária Acadêmica)
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira 
Cristina Mara Shauffert
Djeime Sammer Bortolotti 
Douglas Silveira
Fabiano Silva Michels
Felipe Wronski Henrique
Janaina Conceição
Jean Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Maria José Rossetti 
Miguel Rodrigues da Silveira Junior
Monique Tayse da Silva
Patricia A. Pereira de Carvalho
Patricia Nunes Martins 
Paulo Lisboa Cordeiro
Rafaela Fusieger
Rosângela Mara Siegel 
Silvana Henrique Silva 
Vanilda Liordina Heerdt
 
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Naiara Jeremias da Rocha
Valmir Venício Inácio 
Gerência de Ensino, Pesquisa 
e Extensão
Moacir Heerdt (Gerente)
Aracelli Araldi Hackbarth
Elaboração de Projeto e 
Reconhecimento de Curso
Diane Dal Mago 
Vanderlei Brasil
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) 
Mauro Faccioni (Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Clarissa Carneiro Mussi (Coord.)
Biblioteca 
Soraya Arruda (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Renan Felipe Cascaes
Rodrigo Martins da Silva
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Angelita Marçal Flores (Coord.)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Cláudia Behr Valente
Elaine Cristiane Surian
Juliana Cardoso Esmeraldino
Patrícia da Silva Meneghel 
Simone Perroni da Silva Zigunovas 
Monitoria e Suporte
Rafael da Cunha Lara (Coord.)
Anderson da Silveira
Angélica Cristina Gollo
Bruno Augusto Zunino
Claudia Noemi Nascimento
Débora Cristina Silveira
Ednéia Araujo Alberto 
Francine Cardoso da Silva
Karla F. Wisniewski Desengrini
Maria Eugênia Ferreira Celeghin
Maria Lina Moratelli Prado
Mayara de Oliveira Bastos
Patrícia de Souza Amorim
Poliana Morgana Simão
Priscila Machado
Gerência de Desenho 
e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Bruna de Souza Rachadel 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Desenho Educacional
Carmen Maria Cipriani Pandini 
(Coord. Pós)
Carolina Hoeller da S. Boeing 
(Coord. Ext/DAD) 
Silvana Souza da Cruz (Coord. Grad.) 
Ana Cláudia Taú 
Cristina Klipp de Oliveira 
Eloisa Machado Seemann 
Flávia Lumi Matuzawa
Gabriella Araújo Souza Esteves 
Giovanny Noceti Viana 
Jaqueline Cardozo Polla
Lis Airê Fogolari 
Lygia Pereira 
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marina Cabeda Egger Moellwald 
Marina Melhado Gomes da Silva 
Melina de la Barrera Ayres 
Michele Antunes Correa
Nágila Cristina Hinckel 
Roberta de Fátima Martins 
Sabrina Paula Soares Scaranto
Viviane Bastos 
Gerência de Logística 
Jeferson Cassiano A. da Costa 
(Gerente)
Andrei Rodrigues
Logística de Encontros Presenciais 
Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) 
Ana Paula de Andrade
Cristilaine Santana Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Edesio Medeiros Martins Filho
Fabiana Pereira
Fernando Oliveira Santos
Fernando Steimbach
Marcelo Jair Ramos
Logística de Materiais 
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraão do Nascimento Germano
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Pablo Farela da Silveira
Rubens Amorim
Gerência de Marketing 
Fabiano Ceretta (Gerente)
Alex Fabiano Wehrle
Sheyla Fabiana Batista Guerrer
Victor Henrique M. Ferreira (África)
Relacionamento com o Mercado
Eliza Bianchini Dallanhol Locks
Walter Félix Cardoso Júnior
Gerência de Produção 
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual 
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Adriana Ferreira dos Santos 
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva 
Anne Cristyne Pereira
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Frederico Trilha 
Higor Ghisi Luciano
Jordana Paula Schulka
Nelson Rosa
Patrícia Fragnani de Morais
Multimídia 
Sérgio Giron (Coord.)
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Dandara Lemos Reynaldo
Fernando Gustav Soares Lima 
Sérgio Freitas Flores
Portal
Rafael Pessi (Coord.)
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Comunicação
Marcelo Barcelos
Andreia Drewes
Carla Fabiana Feltrin Raimundo
Produção Industrial
Francisco Asp (Coord.)
Ana Paula Pereira
Marcelo Bittencourt
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
James Marcel Silva Ribeiro (Gerente)
Atendimento
Maria Isabel Aragon (Coord.)
Andiara Clara Ferreira
André Luiz Portes
Bruno Ataide Martins
Holdrin Milet Brandao
Jenniffer Camargo
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Vanessa Trindade
Orivaldo Carli da Silva Junior
Estágio 
Jonatas Collaço de Souza (Coord.)
Juliana Cardoso da Silva
Micheli Maria Lino de Medeiros
Priscilla Geovana Pagani
Prouni
Tatiane Crestani Trentin (Coord.) 
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br| Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Paulo Calgaro de Carvalho
Noções de Direito Constitucional, 
Penal e Administrativo
Livro didático
4ª edição revista e atualizada
Design instrucional
Carmen Maria Cipriani Pandini 
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
Paulo Calgaro de Carvalho
Design Instrucional
Carmen Maria Cipriani Pandini
Assistente Acadêmico
Pâmella Rocha Flores da Silva
(4ª edição revista e atualizada)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Pedro Teixeira
Jordana Paula Schulka 
 (4ª edição revista e atualizada)
Revisão
Simone Rejane Martins
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2010
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
341 
C32 Carvalho, Paulo Calgaro de Noções de direito constitucional, penal e 
administrativo : livro didático / Paulo Calgaro de Carvalho ; design 
instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini ; [assistente acadêmico Pâmella 
Rocha Flores da Silva. – 4. ed. rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2010.
173 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Direito. 2. Direito constitucional. 3. Direito penal. 4. Direito 
administrativo. I. Pandini, Carmen Maria Cipriani. II. Silva, Pâmella Rocha 
Flores da. III. Título.
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 – Noções de Direito Constitucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
UNIDADE 2 – Noções de Direito Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
UNIDADE 3 – Noções de Direito Administrativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
 
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 169
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
Sumário
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Noções de Direito 
Constitucional, Penal e Administrativo.
O material foi elaborado, visando a uma aprendizagem 
autônoma. Neste sentido aborda conteúdos especialmente 
selecionados e adota uma linguagem que facilite seu estudo a 
distância. 
Por falar em distância, isto não significa que você estará 
sozinho(a). Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina 
também será acompanhada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir 
necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo(a), 
pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual
Palavras do professor
Caro(a) aluno(a),
na disciplina Noções de Direito Constitucional, Penal 
e Administrativo você encontrará algumas informações 
sobre o ordenamento jurídico brasileiro relacionadas 
à segurança pública no Brasil. Inicialmente, alguns 
conceitos serão necessários para compreender o Direito 
Constitucional, base dos demais direitos (Penal e 
Administrativo) que compõem um complexo sistema 
jurídico, do qual se ditam as regras de convivência social.
Assim, você irá estudar no Direito Constitucional os 
direitos e garantias fundamentais, essenciais no Estado 
Democrático de Direito, pois são tais direitos e garantias 
constitucionais que orientam o legislador (aqueles que 
fazem as leis) na realização de normas condizentes com 
uma sociedade justa e solidária, além de assegurar a 
dignidade da pessoa e garantir a segurança pública.
Em seguida, você terá oportunidade de estudar os 
principais crimes e as contravenções penais existentes 
na sociedade e que desafiam a segurança pública no 
Brasil. Para tanto, a Unidade 2 será dedicada a noções de 
Direito Penal, cujas principais regras são de imposição 
por meio de sanções (penas) àqueles que não preservam a 
segurança pública e nem observam as leis existentes.
A segurança pública é um assunto recorrente nos dias de 
hoje e o direito de alguns não pode prejudicar o direito 
de outros, servindo as leis para limitar as condutas das 
pessoas e possibilitar a vida em comum. O Direito 
Constitucional e o Direito Penal são importantes para tal 
convivência harmônica, tendo a administração pública 
como a responsável pela aplicação das leis e as medidas 
necessárias a tornar realidade o conjunto de normas, 
denominado de ordenamento jurídico.
10
Por fim, para entender administração pública, no Direito 
Administrativo você irá deparar-se com os conceitos e a estrutura 
existente para tornar realidade a segurança pública.
Conhecer um pouco mais detalhadamente a configuração desse 
assunto é fundamental para o estudante deste curso. Você terá 
ainda a oportunidade de expor suas ideias, realizar pesquisas, 
socializar e interagir com seus colegas e participar desta 
importante caminhada.
Então, caro(a) aluno(a), ingresse em mais uma etapa com 
entusiasmo na busca de novos horizontes do conhecimento. 
Bom estudo!
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo(a) no 
desenvolvimento da disciplina. Possui elementos que 
o(a) ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a 
organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual 
leva em conta instrumentos que se articulam e se 
complementam, portanto a construção de competências 
se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das 
diversas formas de ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem 
(EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais 
e de autoavaliação);
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Princípios constitucionais relacionados às atividades da 
segurança pública. Direitos e garantias fundamentais. 
Direito penal e inter-relações com a criminologia 
e política criminal. Poderes administrativos. Atos 
administrativos inerentes à segurança pública e princípios 
informadores.
12
Objetivos
Geral:
Identificar os principais conceitos e definições do ordenamento 
jurídico brasileiro, constantes na Constituição Federal, Código 
Penal, na administração pública, relacionados à segurança pública 
no Brasil.
 
Específicos:
Proporcionar o aprendizado do conteúdo proposto, evoluindo 
gradativamente, ao longo do curso, de forma que o aluno adquira 
uma base de conceitos jurídicos, a fim de aplicá-los na vida 
prática. Capacitá-lo a interpretar algumas normas especialmente 
previstas na Constituição Federal e Código Penal, além de outras 
leis relacionadas à administração pública, induzindo a reflexão 
sobre a segurança pública no Brasil.
Carga Horária
A carga horária total da disciplina é de 60 horas-aula.
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 3 
13
Unidade 1 - Noções de Direito Constitucional
A Unidade 1 tem por finalidade abordar a organização do 
Estado, dos poderes e as constituições brasileiras e discutir os 
principais direitos fundamentais, previstosna Constituição 
Federal de 1988 e suas cláusulas pétreas. Aborda também o 
controle da constitucionalidade e o processo legislativo com 
o intuito de dar a conhecer um pouco de como funciona o 
legislativo. 
Unidade 2 - Noções de Direito Penal
A unidade 2 aborda definições de infração penal e crime levando 
em consideração as atribuições das polícias estaduais e os crimes 
previstos no Código Penal que mais ocorrem no dia-a-dia. 
Unidade 3 - Noções de Direito Administrativo
A Unidade 3 tem por finalidade analisar os princípios e as 
normas que se destinam a ordenar a estrutura, o pessoal (órgãos 
e agentes), os atos e as atividades da administração pública, 
entendendo essa como o conjunto de órgãos instituídos para a 
consecução dos objetivos do Governo, quais sejam o bem comum 
da coletividade.
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Agenda de atividades/ Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da 
realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação 
com os seus colegas e professor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas 
ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
UNIDADE 1
Noções de Direito 
Constitucional
Objetivos de aprendizagem
� Conhecer a organização do Estado, dos poderes e as 
constituições brasileiras. 
� Identificar os principais direitos fundamentais previstos 
na Constituição Federal de 1988 e suas cláusulas pétreas.
� Conhecer o controle da constitucionalidade e o processo 
legislativo nacional.
Seções de estudo
Seção 1 Contextualizando o tema
Seção 2 As constituições brasileiras
Seção 3 As constituições e suas classificações
Seção 4 O poder constituinte
Seção 5 O processo legislativo
Seção 6 As cláusulas pétreas
Seção 7 O controle da constitucionalidade
Seção 8 Os direitos e os deveres individuais
Seção 9 As garantias constitucionais
Seção 10 Os direitos sociais ou coletivos
Seção 11 Da nacionalidade
Seção 12 Os direitos políticos
1
16
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Esta Unidade trata de noções de Direito Constitucional. Tem 
como objetivo abrir as portas do conhecimento jurídico, com a 
compreensão da principal norma do Estado, que é a Constituição 
Federal, conhecida como a lei das leis, ou Carta Magna. A partir 
dos preceitos constitucionais, são moldadas as normas jurídicas de 
uma sociedade, isto é, as leis somente têm validade quando estão 
em conformidade com a Constituição Federal. Contextualizando 
o tema, você encontrará os conceitos principais e necessários para 
compreensão da unidade, seguindo pelo processo legislativo, 
controle da constitucionalidade e, finalmente, os direitos 
individuais, coletivos e políticos. 
Ainda: você confirmará que compreender o poder constituinte e 
processo legislativo é imprescindível para entender o controle da 
constitucionalidade das normas jurídicas.
Desse modo, você perceberá que a Constituição Federal é a 
representação do contrato social, no qual cedemos parte de nossas 
liberdades para possibilitar a convivência na sociedade com o 
outro, eis que ninguém conseguiria viver em comunidade na 
mais absoluta liberdade. Trata-se de uma breve caminhada no 
conhecimento dos direitos e deveres fundamentais da pessoa.
Boa sorte e conheça a nossa Carta Magna.
17
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
SEÇÃO 1 - Contextualizando o tema 
Comecemos pela Constituição do Estado. Podemos defini-la 
sob os mesmos princípios da Constituição do Brasil? O que você 
pensa? Qual a sua importância no conjunto de leis? Você conhece 
a Constituição do Brasil? Você já precisou utilizá-la para defender 
algum direito? Tema interessante, não é? Vamos estudá-lo, 
então?
Bem, primeiramente, podemos dizer que a Constituição é um 
sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a 
forma de Estado, a forma de seu Governo, o modo de aquisição 
e o exercício do poder, estabelece os seus órgãos e os limites de 
sua ação. A Constituição compõe-se no nascimento de um país, 
por meio de alguns elementos importantes. Analise as figuras 
a seguir, pois é sobre elas que discutiremos algumas questões 
importantes.
Figura 1.1 - Organização Constitucional.
Fonte: Elaboração do autor. 
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
População compreende o conjunto 
de pessoas que compõem o Estado. 
Território é a área onde o Estado 
exerce sua soberania. 
Ordenamento jurídico é o 
conjunto de leis e normas jurídicas 
de um Estado. Poder é a imposição 
de força que o Estado utiliza para 
alcançar o bem comum (FÜHRER, 
2005. p. 14).
Veja que as duas pirâmides representam a importância de uma 
Constituição Federal para nossas vidas, porque ela é a lei das 
leis, ou seja, é a concretização do contrato social que as pessoas 
fazem, em comum acordo, para possibilitar a convivência em 
sociedade. Ora, ninguém conseguiria viver em sociedade na 
mais absoluta liberdade. Você concorda, não é? A vida em 
comum obriga o respeito ao direito de outrem, sendo tal direito e 
obrigação fundamentados na Constituição Federal. Se não fosse 
assim, todos iriam querer descansar, só haveria domingos, não 
se precisaria trabalhar, o furto seria rotineiro, as mortes seriam 
comuns, etc. Enfim, um verdadeiro caos. 
Logo, para iniciarmos a presente caminhada de estudo do 
Direito Constitucional, alguns conceitos são necessários. Vamos 
conhecê-los? 
 
 
 ESTADO
Você sabe o que esse elemento significa na contextualização do 
tema? 
Estado é uma sociedade organizada política e juridicamente, 
destinada a alcançar o bem comum (é uma criação humana que 
possibilita o controle da sociedade). Dessa definição surgem os 
elementos constitutivos, quais sejam: a população, o território, o 
ordenamento jurídico, o poder e o bem comum.
É interessante você perceber que a atual Constituição Federal de 
1988 estabelece a organização desse Estado, conforme preceitua 
o seu artigo 1º: 
A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a 
cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os 
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o 
pluralismo político. Parágrafo único – Todo o poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
19
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Os Estados e os municípios 
detêm autonomia local. 
Pela Constituição Federal 
de 1988, vê-se que o 
Brasil é uma República e 
também uma Federação.
O Brasil é uma República Federativa, formada pela ligação 
indissolúvel dos Estados, municípios, do Distrito Federal e da 
União (artigo 18 da Constituição Federal). A União detém a 
soberania nacional.
República é a forma de governo do povo, 
presumivelmente para o povo, cujo chefe do 
Poder Executivo e os integrantes do Legislativo 
têm investidura temporária, por meio de eleições. 
Ao contrário da Monarquia, que é outra forma de 
governo, esta caracterizada pela vitaliciedade do rei, 
rainha, imperador ou príncipe no poder.
Federação é a forma de Estado composto por 
Estados-Membros (a exemplo de Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul) submissos a uma 
Constituição Federal, que institui a União Federal.
Unitário é outra forma de Estado, que é centralizado, 
não existindo Estados-Membros com autonomia 
político-administrativa. Essa forma de Estado foi 
adotada pela Constituição do Império de 1824.
Analise, a seguir, o segundo elemento. 
 NACIONALIDADE
Nacionalidade é o vínculo que a pessoa tem com o seu país, 
que podeser de modo originário, quando ela nasce aí (ius 
soli – onde nasceu), como por exemplo: brasileiro nato é quem 
nasce no Brasil; ou, de modo adquirido, com a adoção de outra 
nacionalidade (ius sanguinis – origem de sangue), independente 
do local de nascimento, como por exemplo: o italiano com ou 
sem renúncia à nacionalidade originária.
E o terceiro elemento da pirâmide, o que significa?
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
 ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
A organização dos poderes vem definida no artigo 2º da 
Constituição Federal: “São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo (que faz as leis), o Executivo 
(executa as leis) e o Judiciário (fiscaliza o cumprimento das leis).”
Além destes conceitos que envolvem o Estado, há conceitos 
voltados às pessoas que vivem nele, quais sejam: os direitos e as 
garantias.
 DIREITOS E GARANTIAS 
Este é um elemento importante no conjunto da estrutura da 
pirâmide. Vamos analisá-lo conceitualmente. 
São os direitos e garantias fundamentais previstos na 
Constituição Federal de 1988. Buscam assegurar às pessoas uma 
vida em paz e harmonia, ou seja, o bem comum. Os direitos e 
garantias são os seguintes:
� direitos e deveres individuais e coletivos (tem por 
finalidade assegurar a vida, a liberdade, a igualdade, a 
segurança e a propriedade);
� direitos sociais (são os deveres do Estado em promover 
o bem-estar social);
� nacionalidade (o vínculo que a pessoa tem com suas 
origens);
� direitos políticos (os direitos de participar da vida 
política do país).
 PROCESSO LEGISLATIVO
É a previsão na Constituição Federal de como as leis são feitas. 
Todos obedecem às leis, porque elas representam a vontade do 
povo. É a Constituição Federal que regula o nascimento das leis e 
a forma de participação do povo na sua elaboração.
Veja, a seguir, o controle de constitucionalidade. Por que você 
considera tratar-se de um elemento importante e necessário? 
21
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
 CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
É interessante lembrar que a Constituição Federal deve ser 
observada e, por isso, há o controle da constitucionalidade, 
realizado, principalmente, pelo Poder Judiciário. 
Conseguiu visualizar os conceitos iniciais apresentados? Nesta 
caminhada, você terá a oportunidade de aprofundar esses 
elementos. 
Passaremos agora às constituições brasileiras.
SEÇÃO 2 - As constituições brasileiras 
Não deve ser novidade para você que o Brasil teve, até hoje, 
as seguintes constituições federais: de 1824, de 1891, de 1934, 
de 1937, de 1946, de 1967 (emenda nº 1, de 1969) e de 1988. 
Mas consideramos importante abordar cada uma delas para dar 
uma visão geral da história das constituições. Você concorda? 
Melhor para compreender o contexto, não é? Então vamos lá. 
Comecemos com a Constituição de 1824.
� A Constituição do Império do Brasil, de 25 de 
março de 1824, foi outorgada por D. Pedro I, sendo 
a primeira Constituição Brasileira. Nela estavam 
previstos quatro poderes, quais sejam: o Legislativo, o 
Executivo, o Judiciário e o Moderador, este exercido 
pelo imperador. As eleições eram indiretas, e havia 
previsão de poucos direitos fundamentais.
� A Constituição da República dos Estados Unidos do 
Brasil, de 24 de fevereiro de 1891, nasceu em virtude 
da Proclamação da República e estabeleceu três 
poderes: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
� A Constituição de 16 de julho de 1934, a segunda 
Constituição Republicana, teve como ênfase os 
direitos sociais, com a inclusão de direitos trabalhistas, 
de previdência social, de educação e cultura. Manteve-
se, também, a tripartição dos poderes. 
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
� A Constituição de 10 de novembro de 1937 foi 
outorgada por Getúlio Vargas, que dissolveu a Câmara 
dos Deputados e o Senado. Ela instituiu o Estado 
Novo. O Poder Executivo foi fortalecido e passou a 
legislar por decretos-leis. Houve nacionalização das 
indústrias básicas (siderurgias) e proteção ao trabalho 
nacional. 
Você sabia? 
Que a Câmara dos Deputados é integrada pelos 
representantes do povo, e o Senado Federal pelos 
representantes dos Estados-Membros? 
E que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal 
formam o Congresso Nacional? E que o Congresso 
Nacional tem sua sede em Brasília, Distrito Federal?
� A Constituição de 18 de setembro de 1946 foi 
consequência do término da II Guerra Mundial e 
a deposição de Getúlio Vargas. Ela prestigiou os 
princípios democráticos, a separação dos poderes, e os 
direitos e garantias fundamentais foram ampliados. 
Instituiu-se o parlamentarismo, com a emenda 
constitucional nº 04, de 02 de setembro de 1961, o 
qual foi abolido após um plebiscito, com a emenda 
constitucional nº 06, de 23 de janeiro de 1963, 
voltando a vigorar o presidencialismo. 
Você sabia? 
Que o plebiscito é uma consulta prévia feita 
à população sobre projeto de lei ou medida 
administrativa? 
O parlamentarismo é o sistema de governo em 
que a chefia do Estado é exercida pelo Presidente da 
República, mas o governo é exercido por um gabinete 
de ministros, liderado por um Primeiro Ministro. O 
Presidente da República é mera peça decorativa e 
representa o país no exterior? 
E o presidencialismo é o sistema de governo em 
que a chefia do Estado e do Governo está reunida nas 
mãos do Presidente da República?
23
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
� A Constituição de 24 de janeiro de 1967 e a emenda 
constitucional nº 01, de 17 de outubro de 1969, foram 
outorgadas após o Golpe Militar de 31 de março de 
1964 e a deposição do Presidente João Goulart. A 
Constituição Federal de 1967 foi adequada à nova 
ordem política do país. A referida Constituição sofreu 
uma grande alteração com a emenda constitucional nº 
01/1969 e vários atos institucionais passaram, então, a 
estabelecer as normas do país.
� A Constituição da República Federativa do Brasil, 
de 05 de outubro de 1988, é a atual Constituição do 
Brasil. Foi promulgada pela Assembleia Constituinte 
e é chamada de “Constituição-Cidadã”. A presente 
unidade é dedicada a ela. 
 
Você sabia? 
Que o nome do Brasil mudou conforme as 
constituições federais?
O nome do Brasil na Constituição Federal durante 
o Império era Império do Brasil, conforme a 
Constituição de 1824. Depois o nome passou para 
República dos Estados Unidos do Brasil, nas 
constituições federais de 1891, 1934, 1937 e 1946. 
E, finalmente, República Federativa do Brasil, 
nas constituições federais de 1967, com a emenda 
constitucional nº 01/1969 e a Constituição Federal de 
1988 (FÜHRER, 2005. p. 60).
24
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SEÇÃO 3 - As constituições e suas classificações
Como podemos classificar as constituições? 
As constituições podem ser classificadas de cinco formas.
a) Quanto à origem 
� Promulgada ou votada: esta é fruto de um processo 
democrático (portanto, democrática). Exemplo: as 
constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
� Outorgada: esta é fruto do autoritarismo. Exemplo: as 
constituições brasileiras de 1824, 1937 e a de 1967.
b) Quanto à mutabilidade
� Flexível: não exige, para sua alteração, qualquer 
processo mais solene.
� Rígida: exige, para sua alteração, um critério mais 
solene e difícil do que o processo de elaboração da lei 
ordinária (comum).
� Semirrígida ou semiflexível: apresenta uma parte que 
exige mutação por processo mais difícil e solene do 
que o da lei ordinária.
c) Quanto à forma
� Escrita ou dogmática: é aquela que está representada 
por um texto completo e organizado.
� Costumeira ou histórica: é aquela formada por textos 
esparsos.
d) Quanto ao conteúdo
� Material: são as Constituições que identificam a forma 
e a estrutura do Estado e o sistema de governo.
� Formal: são as Constituições colocadas no texto 
constitucional, que não fazem parte da estrutura 
mínima e essencial de qualquer Estado.
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Noções de Direito Constitucional, Penale Administrativo
Unidade 1
e) Quanto à sistemática
� Reduzida: é representada por um código único.
� Variada: os textos estão espalhados em diversos 
diplomas legais. 
E você? Saberia situar a Constituição Brasileira na sua 
respectiva classificação? Use o espaço a seguir para 
fazer seus registros. 
Se você respondeu que a Constituição de 1988 é escrita (é 
redigida), legal (pois tem força normativa), rígida (é mutável, 
desde que observado o processo legislativo especial), democrática 
(promulgada, uma vez que decorreu da manifestação popular), 
material (traz em seu texto a forma e estrutura do Estado 
e o sistema de Governo) e reduzida (a um único texto 
constitucional), acertou na classificação. Parabéns!
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SEÇÃO 4 - O poder constituinte
O que é o poder constituinte. Você já teve oportunidade de ler a 
respeito ou estudar o assunto? Perceba como ele é importante na 
organização social de um país. 
O poder constituinte é a manifestação soberana da suprema 
vontade popular de um povo social e juridicamente organizado. 
Seu titular é o povo, que deve manifestar sua vontade de 
constituir um país. Modernamente, quem exerce o poder são os 
representantes do povo. É o poder constituinte que dá origem à 
Constituição Federal. 
Além do poder originário que dá origem à Constituição Federal, 
existe também o poder derivado (ou reformador), que é o poder 
dos representantes do povo de modificar a Constituição Federal, 
por meio de emendas constitucionais, naquilo que a própria 
Constituição Federal autoriza.
Veja a representação a seguir:
 
Figura 1.2 - Classificação do poder constituinte.
Fonte: Elaboração do autor.
27
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
SEÇÃO 5 - O processo legislativo
O processo legislativo está previsto na Constituição Federal de 
1988, em seus artigos 59 a 69, e consiste na sequência de atos 
para a elaboração de normas jurídicas. 
Espécies de normas jurídicas 
� Emendas à Constituição Federal
� Leis complementares
� Leis ordinárias
� Medidas provisórias
� Leis delegadas
� Decretos legislativos
� Resoluções
Agora vamos ver o que cada uma significa? 
� Emendas constitucionais – são manifestações do 
poder constituinte derivado (ou reformador) e, como 
tal, estão limitadas, condicionadas e subordinadas às 
regras da própria Constituição Federal. As emendas 
têm a mesma hierarquia constitucional das normas 
constitucionais originárias, porém podem ser objeto 
de controle da constitucionalidade, na medida em que 
devem respeitar as cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, I a 
IV, da Constituição Federal).
� As leis complementares são normas jurídicas 
intermediárias entre as leis ordinárias e as emendas 
constitucionais. Há duas justificativas para sua 
existência: 
a) uma, que diz respeito à importância constitucional, 
cuja relevância impediria a sua constante alteração por 
meio de leis ordinárias; e 
 
28
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b) outra, para assegurar poucas alterações diante 
da alta mutabilidade política, social e econômica, o 
que, apesar da relevância, impediria sua mudança 
constante e também impediria seu engessamento no 
texto constitucional. Exemplos: Sistema Financeiro 
Habitacional (art. 192, caput); Ministério Público (art. 
128, § 5º); art. 22, parágrafo único; etc.
� As leis ordinárias são as leis comuns aprovadas por 
maioria simples de cada casa legislativa (isto é, a 
Câmara dos Deputados e o Senado Federal). 
Você sabia? 
Que a diferença entre a lei complementar e a lei 
ordinária está no quorum de votação, pois o da lei 
complementar depende de maioria absoluta (art. 
69) das casas legislativas (Câmara dos Deputados e 
Senado Federal), enquanto o quorum da lei ordinária 
é maioria simples (art. 47). Se for lei estadual, 
maioria absoluta da Assembleia Legislativa para 
complementar; ou maioria simples para a lei ordinária. 
O mesmo ocorre no caso das Câmaras de Vereadores 
dos municípios.
� As medidas provisórias são uma novidade 
constitucional. Surgiram na Constituição Federal de 
1988 e vieram para substituir os antigos decretos-
leis. A ideia inicial era limitar o poder presidencial 
que existia em razão desses decretos-leis. Porém, 
como se sabe, houve total desvirtuamento dessa ideia, 
em face do grande número de medidas provisórias 
editadas até hoje (quase duas mil desde a criação 
pela Constituição Federal de 1988). É pacífica a 
necessidade de uma espécie normativa que seja editada 
pelo chefe de Governo (no Brasil, é também o chefe de 
Estado – sistema presidencialista), pois o Parlamento 
(Congresso Nacional) é muito moroso, e pode existir 
uma situação de urgência a ser disciplinada, daí a 
criação das medidas provisórias. São características das 
medidas provisórias:
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
É importante você perceber que as medidas provisórias têm 
força de lei imediatamente, isto é, assim que são editadas 
pelo Presidente da República, têm vigência pelo prazo de 60 
(sessenta) dias, sendo uma norma jurídica temporária. A reedição 
é possível, quando houver motivos autônomos de necessidade 
e urgência, quando reeditada em sessão legislativa seguinte e 
quando arquivada e reeditada em seguida. Justamente por isso é 
que algumas vêm com a seguinte numeração: nº 375-6 (o dígito 
corresponde ao número de vezes que a matéria foi reeditada).
Deve ser remetida ao Presidente do Congresso Nacional, o qual 
terá o prazo de 48 horas para formar uma comissão temporária 
mista (7 senadores e 7 deputados) para analisá-la. A cada nova 
medida provisória editada, será formada uma nova comissão, 
que emite um parecer, o qual é levado ao plenário do Congresso 
Nacional. 
A sessão é conjunta (fisicamente), mas bicameral, e o plenário 
do Congresso Nacional pode tomar quatro posturas: duas 
pela aprovação e duas pela rejeição. Tal procedimento é 
regulamentado pelas resoluções nº 01 e 02/89, do Congresso 
Nacional.
Veja, a seguir, quais os passos para a conversão de uma medida 
provisória em lei:
CARACTERÍSTICAS DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS:
 I) só podem ser editadas em situações emergenciais, pois a 
função legislativa é do Parlamento;
 II) são sempre temporárias, pois quem pode fazer uma norma 
jurídica definitiva é o Congresso Nacional;
III) responsabilidade política dessa norma jurídica é do chefe 
do Poder Executivo.
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Conversão da medida provisória em lei ordinária
1) Aprovação integral da medida provisória: o Congresso Nacional converte a medida provisória 
em lei, por maioria simples na Câmara e no Senado (sessão fisicamente conjunta, mas 
bicameral). Após, vai para a promulgação pelo Presidente do Senado, que determinará sua 
publicação.
2) Aprovação com alterações: a medida provisória é aprovada com alterações (supressivas ou 
aditivas). É a hipótese que se verificou no Plano Real. Neste caso, a medida provisória não 
se converte em lei, mas sim em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional. A partir 
daí, segue-se o processo legislativo ordinário (lei ordinária), com a deliberação executiva e 
posterior promulgação pelo Presidente da República, caso seja sancionada.
3) Rejeição expressa: ocorre quando o plenário não aprova a medida provisória. Essa rejeição 
tem efeitos “ex tunc”, retroagindo até a data da edição, como se essa medida provisória 
nunca tivesse existido. No caso de rejeição expressa, a medida provisória só poderá ser 
reeditada na próxima sessão legislativa (art. 67 da CF).
4) Inércia do Congresso Nacional: rejeição tácita. Se, em 60 dias (prazo de vigência de uma 
medida provisória), o Congresso Nacional não converter a medida provisória em lei, há 
rejeição tácita. Baseia-se na ideia de que não pode haver uma espécie normativa, com 
vigência por muito tempo, editada por uma só pessoa (Presidente da República) e, assim, a 
medida provisória, se não for reeditada, perde sua vigência.
Registre no espaço a seguir umexemplo concreto 
do que foi abordado. Você conhece uma medida 
provisória que foi convertida em lei ou que está em 
discussão? Levante esta questão com seus colegas na 
ferramenta Fórum. 
31
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Legislatura compreende 
o mandato do 
parlamentar. Assim, o 
mandato dos deputados 
– quatro anos – tem uma 
legislatura, e a Câmara 
se renova integralmente 
de quatro em quatro 
anos. Já o mandato dos 
senadores, por sua vez, 
tem duas legislaturas – 
oito anos – e o Senado 
renova um terço e dois 
terços de seus membros, 
respectivamente, de 
quatro em quatro anos.
� As leis delegadas estão previstas no artigo 68 da 
Constituição Federal, e são utilizadas mais no 
sistema parlamentarista do que no presidencialista. 
Justamente por isso que, de 1988 (com a promulgação 
da Constituição Federal) até hoje, foi editada apenas 
uma lei delegada. É norma jurídica editada pelo 
Presidente da República mediante solicitação ao 
Congresso Nacional (iniciativa solicitadora exclusiva 
do Presidente) e autorização desse. Algumas matérias 
são insuscetíveis de delegação: 
 
a) de competência exclusiva do Congresso Nacional 
(art. 49 – por meio de decretos legislativos); 
 
b) de competência privativa da Câmara e do Senado 
(arts. 51 e 52 – por meio de resoluções); 
 
c) de lei complementar (previstas taxativamente na 
Constituição Federal); 
 
d) relacionadas à organização do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, à nacionalidade, à cidadania e aos 
direitos individuais, políticos e eleitorais; 
 
e) referentes ao orçamento (são três as espécies 
de leis orçamentárias: a lei do plano plurianual; a 
lei de diretrizes orçamentárias e as próprias leis 
orçamentárias). 
 
Note que o Congresso Nacional só pode delegar uma matéria 
que, em princípio, pode ser disciplinada por lei ordinária, 
respeitadas as limitações anteriores. O instrumento formal que 
concede a delegação é resolução aprovada por maioria simples 
dos votos das casas do Congresso Nacional. Nesta resolução vai 
constar a própria delegação, os limites de conteúdo dela e os 
limites de exercício (prazo para edição da lei pelo Presidente). 
O prazo máximo para delegação é o término da legislatura.
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� O decreto legislativo é uma norma jurídica utilizada 
para regulamentar as competências exclusivas do 
Congresso Nacional. O Presidente da República não 
participa de sua elaboração (art. 49 da Constituição 
Federal). A rejeição de uma medida provisória implica 
regulamentação das relações jurídicas decorrentes, por 
meio de decreto legislativo (artigo 62, parágrafo único, 
da Constituição Federal).
� As resoluções (art. 49, VII, da Constituição Federal) 
são espécies normativas utilizadas para regulamentar 
os assuntos de competência do Congresso Nacional, 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
O processo legislativo da resolução do Congresso 
Nacional é idêntico ao processo legislativo de feitura 
do decreto legislativo. Só utiliza o decreto legislativo se 
for matéria do art. 49 ou do art. 62, parágrafo único, 
da Constituição Federal. Qualquer outra matéria que 
o Congresso Nacional queira regulamentar (que não 
esteja no art. 49 e também não no art. 62, parágrafo 
único, da Constituição Federal) será por meio de 
resolução do Congresso Nacional. Há as resoluções 
da Câmara (artigo 51) e do Senado (artigo 52) nos 
assuntos de competência privativa de cada uma dessas 
casas. Portanto, há espécie normativa unicameral, que 
são as resoluções da Câmara e do Senado Federal. A 
primeira é promulgada pelo Presidente da Câmara; e a 
segunda pelo Presidente do Senado.
 
Como se classifica o processo legislativo? 
O processo legislativo ordinário (ou comum) se destina à feitura 
de uma lei ordinária; mais completo, com maior número de fases. 
Além dele, há também outros processos legislativos, que podem 
ser:
33
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
� sumário (regime de urgência) – único processo com 
prazo certo para terminar. Próprio para leis ordinárias 
e complementares. É a hipótese do artigo 64, § 1º, 
da Constituição Federal, em que o Presidente da 
República pode solicitar urgência para apreciação de 
projeto de sua iniciativa;
� especial – é o processo legislativo diferenciado da lei 
ordinária, como por exemplo, emenda constitucional, 
leis complementares, medidas provisórias, leis 
delegadas, resoluções e decretos legislativos. 
 
A elaboração das leis também compreende fases. Vamos conhecer 
as fases de elaboração da lei ordinária? 
1) Iniciativa – é a apresentação do projeto à casa 
legislativa. Na esfera federal, cabe aos membros ou 
às comissões do Poder Legislativo, ao Presidente 
da República, ao Supremo Tribunal Federal, 
aos Tribunais Superiores, ao procurador-geral 
da República e também aos cidadãos (art. 61, da 
Constituição Federal).
2) Aprovação – consiste nos estudos, debates, redações, 
emendas e votação do projeto. A aprovação final dá-
se por maioria simples ou relativa, abrangendo apenas 
os parlamentares presentes à votação. Não há prazo 
para a aprovação ou rejeição do projeto de lei. Mas o 
Presidente da República poderá solicitar urgência nos 
projetos enviados por ele, conforme art. 64, § 1º, da 
Constituição Federal. 
3) Sanção – é o ato pelo qual o chefe do Executivo 
manifesta sua concordância com o projeto de lei 
aprovado pelo Legislativo. Pode ser expressa ou tácita. 
Será tácita quando não houver manifestação no prazo 
de 15 dias, contados do recebimento do projeto.
4) Veto – quando manifesta sua discordância. Pode 
ser total ou parcial. O veto pode ser derrubado pelo 
Congresso em voto da maioria absoluta dos deputados 
e senadores, conforme art. 66, § 4º, da Constituição 
Federal.
34
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5) Promulgação – decorre da sanção e tem o significado 
de proclamação. A sanção e a promulgação se dão 
ao mesmo tempo, com a assinatura do Presidente da 
República.
6) Publicação – é a última fase. Com a publicação, 
a lei se presume conhecida de todos, tornando-se 
obrigatória na data indicada para sua vigência. Se 
for omitida a data para sua vigência, a lei se torna 
obrigatória em 45 dias após a publicação, dentro do 
território nacional; e, em três meses, fora dele (art. 1º, 
da Lei de Introdução ao Código Civil).
 
Veja a sequência da elaboração de forma esquemática:
FASES DE ELABORAÇÃO DA LEI ORDINÁRIA
- Iniciativa
- Aprovação
- Sanção
- Promulgação
- Publicação
 
Atente-se à ideia de recepção, desconstitucionalização, 
repristinação. Vamos ver o que é isso?
Além destes conceitos acima, há necessidade de compreender os 
efeitos jurídicos decorrentes da substituição de uma Constituição 
Federal por outra, como por exemplo, da substituição da 
Constituição Federal de 1967 (com sua emenda constitucional 
nº 01/1969) pela Constituição Federal de 1988. Nesses casos, 
teremos basicamente três efeitos no mundo das leis, quais sejam: 
a recepção, a desconstitucionalização e a repristinação.
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Detalhadamente:
� recepção é o recebimento de todo ordenamento 
jurídico (ou seja, de todas as leis existentes) editado 
na vigência das constituições anteriores e que ainda 
estiver em vigor pela nova Constituição Federal, desde 
que presente um único requisito: a compatibilidade 
com as novas normas constitucionais. Exemplo disso 
é o Código Penal, uma norma jurídica de 1940 e 
que ainda continua em vigor, apesar da vigência da 
Constituição Federal de 1988. Isso quer dizer que 
o Código Penal existe porque foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988; 
� desconstitucionalização é a recepção da Constituição 
anterior por parte da nova ordem constitucional, 
porém com força de lei, desde que apresente o requisito 
da compatibilidade (sentido técnico-jurídico). Não 
é adotada no Brasil, pois uma nova Constituição 
significa o rompimento com a anterior, mantendo-seapenas as normas infraconstitucionais compatíveis com 
a nova Constituição (ou seja, no Brasil há a recepção 
e não há a desconstitucionalização, conforme acima 
relatado);
� repristinação 
significa a revalidação de norma revogada pela 
Constituição anterior, mas que viesse a apresentar 
compatibilidade com a atual. Figure-se a hipótese de 
norma editada sob a égide da Constituição de 1946, 
que tenha sido revogada, por incompatibilidade, pela 
Constituição de 1967. Admitir a repristinação significaria 
que, caso essa fosse compatível com a atual Constituição, 
ela estaria automaticamente revalidada, o que, como se 
disse, não é possível, pois essa norma já desapareceu, não 
podendo, assim, ser ressuscitada sem previsão expressa.
(ARAUJO; NUNES JÚNIOR, 2005. p. 17-18).
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São cláusulas pétreas e, por isso, 
não podem ser modificadas por 
emendas constitucionais.
SEÇÃO 6 - As cláusulas pétreas 
Você sabe o que são cláusulas pétreas? Já ouviu falar?
Bem, as cláusulas pétreas previstas na Constituição Federal 
são aqueles artigos da Constituição Federal que não podem ser 
modificados por emendas constitucionais
 Emendas à Constituição Federal
 
A Constituição Federal prevê, nos artigos 59, I e 60, a permissão 
de emendas constitucionais, ou seja, ela é mutável. Uma 
Constituição Federal mutável divide-se em:
I) rígida – atual Constituição Federal, posto que exige um 
processo legislativo especial mais dificultoso para sua alteração. 
Apesar disso, ela possui um núcleo imodificável (art. 60, § 4º), 
que são as cláusulas pétreas; 
II) semirrígida ou semiflexível – a Constituição Federal de 
1824 é um exemplo, as normas têm mesma hierarquia, porém o 
legislador confere a algumas maior importância, determinando a 
essas um processo legislativo especial para alteração;
III) flexível – é aquela que pode ser modificada a qualquer 
momento. Exemplo: a Constituição Inglesa.
Uma emenda constitucional é a manifestação do 
poder constituinte derivado (ou reformador) e, 
como tal, está limitada, condicionada e subordinada 
às regras da Constituição Federal. As emendas 
constitucionais têm a mesma hierarquia constitucional 
das normas constitucionais originárias, porém podem 
ser objeto de controle de constitucionalidade, na 
medida em que devem respeitar as cláusulas pétreas, 
como previsto no artigo 60, § 4º, I a IV, da Constituição 
Federal.
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Isso porque o artigo 60, § 4º, I a IV, da Constituição Federal, 
descreve as cláusulas pétreas e impede que as emendas 
constitucionais venham modificar os artigos da Constituição 
Federal de 1988, relacionados os temas seguintes.
� Forma federativa do Estado – disposta a forma 
federativa é a estrutura política do Brasil, em União, 
Estados-Membros e municípios, e que não pode ser 
modificada por emendas constitucionais. 
� Voto direto, secreto, universal e periódico – significa 
que o regime democrático no Brasil é cláusula 
pétrea. Em face dessa cláusula, não seriam possíveis 
mandatos vitalícios. Todos os mandatos devem ser 
periódicos no regime democrático, isto é, de tempos 
em tempos o povo deve ser chamado para escolher 
seus representantes. O voto direto tem seu substrato 
no artigo 1º da Constituição Federal (princípio da 
soberania popular) e significa que o representado deve 
votar no seu representante. Na ausência do Presidente 
da República, assume o Vice-Presidente; depois o 
Presidente da Câmara dos Deputados (“casa do povo”), 
seguido do Presidente do Senado (“casa dos Estados-
Membros”), que é sempre o Presidente do Congresso 
Nacional; por fim, o Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. Todos assumem, mas apenas o Vice-
Presidente pode assumir o cargo de forma definitiva, 
já que foi eleito juntamente com o Presidente. 
� Separação dos poderes – é a separação da estrutura 
consagrada no artigo 2º da Constituição Federal. Os 
poderes da República são independentes (Teoria da 
Separação dos Poderes) e harmônicos (Teoria dos 
Freios e Contrapesos norte-americana, que prega 
controles recíprocos de um poder por outro). 
� Direitos e garantias fundamentais – os direitos 
individuais são espécie do gênero direito e garantias 
fundamentais. 
38
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Como os direitos fundamentais são classificados? 
Os direitos fundamentais podem ser de cinco espécies: 
1. direitos e garantias individuais e coletivos (art. 5º); 
2. direitos sociais (arts. 6º a 11); 
3. direitos de nacionalidade (art. 12); 
4. direitos políticos (art. 14); e 
5. relacionados com a criação, organização e participação 
em partidos políticos (art. 17).
Os direitos e garantias fundamentais são cláusulas 
pétreas. Cite um exemplo de cláusula pétrea. Use a 
Constituição e descreva uma situação concreta, até 
mesmo da área em que você atua. Use o espaço a 
seguir para registrar suas considerações. 
Vamos a diante? Agora vamos analisar como nasce uma emenda 
constitucional. Você sabe? 
39
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Você viu o que significa uma emenda constitucional: trata-se de 
manifestações do poder constituinte derivado, que, como tal, 
está limitado, condicionado e subordinado às regras da própria 
Constituição Federal. Você se lembra, não é? Bem, agora veja 
como nasce uma emenda constitucional. Analise como se dá esse 
processo. 
Iniciativa
A iniciativa de uma proposta de emenda constitucional (PEC) 
pode ser de iniciativa do Presidente da República, ou de um terço 
dos Deputados Federais, ou de mais da metade das Assembleias 
Legislativas, ou de um terço dos Senadores da República.
Art. 60, § 5º: a matéria constante em proposta de 
emenda constitucional rejeitada só pode ser objeto 
de deliberação na próxima sessão legislativa, sem 
exceção.
 
É importante que você perceba, neste contexto, que as leis não 
podem nascer de uma vontade ou de um interesse individual, 
portanto é necessário que se exerça um controle efetivo, com o 
intuito de garantir os princípios e preceitos constitucionais e as 
garantias individuais e coletivas, ou seja, os direitos e deveres do 
cidadão e das instituições para a manutenção do equilíbrio social, 
exercido por meio do contrato social. Você concorda? 
Então, vejamos, agora, o que significa o controle de 
constitucionalidade. 
As Assembleias 
Legislativas são os 
poderes legislativos dos 
Estados-Membros. As 
Câmaras de Vereadores 
são os poderes legislativos 
dos municípios. Ambas 
as casas legislativas têm 
por função a edição de leis 
estaduais e municipais.
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
SEÇÃO 7 - O controle da constitucionalidade
O controle da constitucionalidade consiste no exame de leis com 
o fim de excluir aquelas leis que são contrárias ao disposto na 
Constituição Federal de 1988. O controle pode ser preventivo ou 
repressivo. 
a) Controle da constitucionalidade preventivo é aquele 
feito pelo Poder Legislativo e Executivo em não editar 
e não aplicar as leis claramente inconstitucionais. Já 
imaginou se fosse editada uma lei de cortar as mãos de 
todo ladrão?? Tal lei seria claramente inconstitucional, 
pois são proibidas pela Constituição Federal as torturas 
e as penas degradantes.
b) Controle da constitucionalidade repressivo é aquele 
feito pelo Poder Judiciário. Pode ser por defesa 
(difuso), aquele discutido em processo judicial, 
e o feito por ação, neste caso, por ação direta de 
inconstitucionalidade.
Assim temos:
 
Figura 1. 3 - Controle de constitucionalidade.
Fonte: Elaboração do autor. 
O controle da constitucionalidade é aplicável 
nos sistemas jurídicos que se caracterizam pela 
supremacia das normas constitucionais, como o Brasil. 
Logo, no mínimo, deve ser para uma Constituição 
rígida ou semirrígida. Nos países onde a Constituição 
é flexível e não escrita, como a Inglaterra, não há que 
se falar em controle de constitucionalidade, já que não 
existe hierarquia entre a Constituição eas leis. 
41
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Perceba que uma das formas do controle da constitucionalidade 
realizado pelo Poder Judiciário é a ação direta de 
inconstitucionalidade, que consiste numa ação que pode 
ser proposta no Supremo Tribunal Federal para a obtenção 
de declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou 
de ato administrativo normativo. Com a ação direta de 
inconstitucionalidade, busca-se retirar de vigência uma lei 
inconstitucional. Só pode ser proposta no Poder Judiciário por 
algumas autoridades, como o procurador-geral da República 
ou partido político, entre outros, conforme o artigo 103 da 
Constituição Federal.
Qual a sua impressão sobre a matéria até aqui? Está conseguindo 
acompanhar? Não se esqueça de marcar as partes mais 
importantes, fazer anotações dos pontos-chaves: isto ajudará você 
a compreender melhor os conteúdos mais complexos.
SEÇÃO 8 - Os direitos e os deveres individuais
O artigo 5º da Constituição Federal arrola os direitos e deveres 
individuais e coletivos. Os direitos são as faculdades atribuídas 
aos indivíduos, e as garantias são as disposições que asseguram 
tais direitos.
A Constituição Federal de 1988 classifica os direitos e as 
garantias como sendo os referentes à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, conforme se vê do artigo 
5º: 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Veja que a Constituição buscou garantir uma igualdade jurídica. 
Dessa forma, clama-se pela igualdade substancial (iguais 
oportunidades para todos, a serem propiciadas pelo Estado), a 
qual significa, em síntese, tratar de maneira igual os iguais e de 
maneira desigual os desiguais, na medida de sua desigualdade. 
A aparente quebra do princípio da isonomia (igualdade das 
partes) no ordenamento jurídico (por exemplo: vagas reservadas 
para deficientes físicos nos estacionamentos de veículos) obedece 
exatamente ao princípio da igualdade real e proporcional, que 
impõe tratamento desigual aos desiguais, justamente para que, 
supridas as diferenças, se atinja a igualdade substancial. O 
artigo 5º possui vários incisos. Observe, em destaque, alguns em 
especial.
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição;
Homens e mulheres são tratados com igualdade, mas por 
natureza são desiguais. Assim, a legislação deve adequar tais 
diferenças naturais para estabelecer a igualdade material. Veja um 
exemplo:
O prazo de licença maternidade de 120 dias e 
licença paternidade de cinco dias. O que no primeiro 
momento parece um tratamento desigual, na verdade 
se dá devido à natureza de cada um. As mulheres, por 
natureza, dedicam-se mais ao recém-nascido, que 
carece mais da mãe.
 
O próximo inciso obriga o respeito à lei. As pessoas estão 
obrigadas a fazer ou deixar de fazer alguma coisa somente por 
meio de leis estabelecidas pelo legislador.
43
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei;
Isto significa que qualquer ordem do Poder Estatal em suas 
funções executivas, por meio de decretos, de portarias ou de 
qualquer forma de direito administrativo, só terá valor se estiver 
amparada e de acordo com a lei. Tem-se por lei, a regra, o 
modelo, o paradigma, a convenção para servir como um padrão 
de comportamento.
III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante;
O dispositivo tem endereço certo: as autoridades públicas e 
seus agentes. A Lei nº 9.455/1997 define os crimes de tortura. 
Qualquer prática de tortura é crime e deve ser punida pelo Poder 
Judiciário. 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato;
 
Exteriorizar o pensamento por meio de palavras, imagens, 
símbolos, gestos, fotografias e desenhos é garantido pela 
Constituição Federal. Porém não é admitido o anonimato. A 
livre manifestação do pensamento não é um direito absoluto, 
pois é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, 
além da indenização por dano material, moral ou à imagem 
(art. 5º, V, CF). Desta forma, a manifestação do pensamento 
não pode violar a lei, como por exemplo, o ato obsceno (como se 
apresentar nu na praça pública ou numa janela, ou urinar na via 
pública), que não pode ser considerado como livre manifestação 
do pensamento, pois é crime previsto no artigo 233 do Código 
Penal.
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VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na 
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
A inviolabilidade da liberdade de consciência e crença 
também não é absoluta. Tal liberdade não pode violar outros 
direitos fundamentais como a vida, eis que, sob o manto de 
inviolabilidade de crença, não há como legitimar sacrifícios 
humanos (por exemplo) em adoração a deuses.
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação;
As pessoas possuem intimidade, honra e vida privada, que são 
invioláveis e asseguradas pela Constituição Federal. Constituem 
crimes a divulgação de segredo (artigo 153 do Código Penal) e 
a violação da honra (calúnia, difamação e injúria), artigo 138 do 
Código Penal.
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial;
Conforme a Constituição Federal dispõe, a casa é asilo inviolável 
do indivíduo, e ninguém pode penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de prisão de flagrante delito ou desastre, 
para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial. 
Portanto, há duas situações distintas para violação da casa: 
durante a noite e durante o dia.
Durante a noite, somente se pode entrar no domicílio 
alheio em quatro hipóteses: com consentimento do 
morador; em caso de flagrante delito; desastre; e, para 
prestar socorro.
Durante o dia, cinco são as hipóteses: consentimento 
do morador; flagrante delito; desastre; para prestar 
socorro; mediante mandado judicial de prisão ou de 
busca e apreensão.
45
Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Havendo mandado de prisão, a captura, no interior da casa, 
somente pode ser efetuada durante o dia (do amanhecer até 
o anoitecer), dispensando-se, nesse caso, o consentimento do 
morador. Durante a noite, na oposição do morador ou da pessoa 
a ser presa, o executor do mandado de prisão não poderá invadir 
a casa, devendo aguardar até o amanhecer, e, então, arrombar 
a porta e cumprir o mandado. A violação do domicílio à noite, 
para cumprir o mandado, sujeita o violador a crime de abuso 
de autoridade, consistente em “executar medida privativa de 
liberdade individual sem as formalidades legais ou com abuso de 
poder” (Lei nº 4898/65, art. 4º, a). 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal;
Sigilo é o segredo. Assim, ninguém pode abrir a correspondência 
para conhecer o seu conteúdo. A inviolabilidade do sigilo impede 
que o receptor o divulgue, ocasionando dano a outrem. Constitui 
crime previsto nos artigos 151 e 152 do Código Penal violar 
correspondência alheia.
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidasas qualificações profissionais que a lei 
estabelecer; 
Quer dizer que qualquer pessoa pode exercer a profissão que 
quiser. Porém a liberdade profissional está limitada aos requisitos 
que a lei ordinária estabelecer. 
Advocacia, medicina e policia, cujas profissões exigem 
cursos de capacitação, provas, concursos, etc.
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O artigo 47 da Lei de Contravenções Penais trata do exercício 
ilegal de profissão ou atividade que consiste em exercer, realizar, 
desempenhar ato próprio de profissão, ou atividade econômica 
ou anunciar, dar notícias, publicar, revelar tal mister, sem ter a 
devida qualificação profissional. 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado;
A criação de associações independe de autorização do Poder 
Público, e o texto constitucional assegura a não interferência do 
Estado. Assim, não pode haver obrigatoriedade de associação. 
A pessoa é livre em associar-se ou não a alguma entidade, clube, 
associação, igreja, etc.
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Todos têm direito de receber informações dos órgãos públicos, 
quer sejam de interesse particular, quer sejam de interesse 
coletivo. O prazo de resposta da administração pública é de 15 
dias contados do registro do pedido no órgão expedidor, nos 
termos da Lei Federal nº 9.051, de 18 de maio de 1995, que 
dispõe sobre a expedição de certidões para a defesa de direitos e 
esclarecimentos. Contudo há informações de caráter reservado 
que não podem ser divulgadas a terceiros, como por exemplo, o 
CPF, o número de carteira de identidade, etc.
 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos 
em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) 
a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
É assegurado a todos o direito de petição, que é o direito 
de demandar, de apresentar sua pretensão à administração 
pública. A administração não pode recusar o fornecimento 
de informações, salvo se forem consideradas sigilosas por lei 
ordinária. A Lei Federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1999, 
dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados, e 
estabelece no § 1º do artigo 23: 
Os documentos cuja divulgação ponha em risco 
a segurança da sociedade e do Estado, bem como 
aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das 
pessoas são originariamente sigilosos.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito;
Basta qualquer indivíduo invocar uma lesão ou ameaça para 
contar com o pronunciamento do Judiciário, o qual, por sua vez, 
garante sempre o acesso à justiça. Nenhuma norma jurídica pode 
impedir a pessoa de ter acesso ao Poder Judiciário para resolver 
seus conflitos, isto é, seus litígios.
 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada;
� Direito adquirido é o direito de qualquer natureza 
que já se incorporou ao patrimônio da pessoa. O 
que foi realizado de acordo com a lei antiga não será 
modificado pela lei nova. 
� Ato jurídico perfeito é a manifestação da vontade 
do agente segundo as prescrições de direito. A lei 
também assegura, em sua plenitude, o ato jurídico 
perfeito, ou seja, a lei nova não pode atingir 
situações já consolidadas sob o império da lei antiga, 
resguardando-se o ato jurídico perfeito. 
� Coisa julgada é a situação decorrente da sentença 
judicial contra a qual não caiba recurso. Não se 
permite, portanto, que a lei nova venha interferir no 
direito adquirido, no ato jurídico perfeito e na coisa 
julgada.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal; 
O princípio da legalidade já existia no artigo 1º do Código 
Penal, que foi elevado à categoria constitucional e quer dizer que 
somente existe crime se houver previsão legal anterior à conduta 
criminosa. 
Só existe crime de furto, porque já existe lei anterior 
fazendo a previsão. E, ainda, somente existe 
cominação de pena, porque já tem previsão legal.
 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
A lei só pode retroagir para beneficiar o réu. Tal preceito já vinha 
definido no artigo 2º do Código Penal. Por exemplo, se alguém 
foi preso por crime de sedução (artigo 217 do Código Penal) 
deverá ser posto em liberdade a partir da Lei nº 11.106, de 28 
de março de 2005, que revogou o artigo 217 do Código Penal, 
deixando de considerar a sedução como crime. Aquele que tinha 
praticado o crime de sedução deixa de ser criminoso, pois a lei 
nova retroage no tempo para abranger as situações passadas.
 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos 
direitos e liberdades fundamentais;
A Lei nº 8.081/90 estabeleceu os crimes e as penas aplicáveis 
aos atos discriminatórios ou de preconceito de raça, cor, religião, 
etnia ou procedência nacional praticados pelos meios de 
comunicação ou por publicação de qualquer natureza.
 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
A Lei nº 7.716/89, alterada pela Lei nº 9.459/97, estabelece 
os crimes resultantes de raça ou cor, constituindo tal crime 
inafiançável e imprescritível. Inafiançável quer dizer que se 
a pessoa for presa em flagrante não poderá pagar fiança para 
responder pelo crime em liberdade. Imprescritível quer dizer que 
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
A pena de morte 
só é permitida pela 
Constituição Federal, em 
caso de guerra declarada, 
e sua execução será feita 
por fuzilamento, conforme 
o Código Penal Militar.
o crime jamais será prescrito. Podem passar 20, 30 ou 40 anos 
da prática delituosa, que o criminoso estará sujeito a responder 
a processo de crime de racismo e à cominação das penas. Por 
exemplo, supondo que alguém pratique crime de racismo e 
resolva passar 20 anos (escondido) no país vizinho do Uruguai 
para fugir do processo criminal. Ora, mesmo passado tanto 
tempo, quando pisar no Brasil estará sujeito às penas de crime de 
racismo, pois tal crime é imprescritível.
 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, 
entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
 
XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de 
guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter 
perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
Pena é uma sanção aplicada pelo Estado ao infrator penal como 
retribuição de seu ato ilícito e para prevenir a prática de novos 
delitos. Também serve como aviso às pessoas para não praticarem 
infrações penais, pois estarão sujeitas às penas previstas nas 
leis penais. A Constituição Federal prevê penas permitidas e 
proibidas.
 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, 
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do 
apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e 
moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam 
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
50
Universidade do Sul de Santa Catarina
A pena poderá ser cumprida na penitenciária, ou na colônia 
agrícola, industrial ou semelhante, ou em casa de albergue, 
conforme o condenado e a natureza do crime praticado. Ao preso 
deve ser garantida a sua integridade física e moral.Afinal, o 
preso mantém todos os direitos, exceto a liberdade. As mulheres 
não cumprem pena privativa de liberdade junto com homens. 
Para as mulheres, há condições especiais, conforme a Lei de 
Execuções Penais.
 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente;
O presente inciso trata do princípio do juiz natural, quer 
dizer que só pode exercer a jurisdição aquele órgão a que a 
Constituição atribui o Poder Jurisdicional. Só da Constituição 
Federal de 1988 pode emanar o Poder Jurisdicional (de julgar), 
de modo que não é dado ao legislador ordinário criar juízes ou 
tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, da Constituição Federal).
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem 
o devido processo legal;
Processo legal é o instrumento de que se serve o Estado para, no 
exercício da sua função jurisdicional, com participação das partes 
e obedecendo ao estabelecido na legislação processual, resolver os 
conflitos, solucionando-os.
O processo, como conhecemos atualmente, teve sua origem na 
arbitragem compulsória do período clássico do Império Romano, 
em que o Pretor escolhia o árbitro para dar solução aos conflitos 
(litígios).
O processo será penal ou civil, conforme a pretensão sobre a qual 
incide, uma vez que o Processo penal é aquele em que existe 
uma pretensão punitiva do Estado. E civil é o processo que não 
é penal (ou seja, o resto) e por meio do qual se resolvem conflitos 
do Direito Privado, Direito Constitucional, Administrativo, 
Tributário, Trabalhista. Disciplinando um e outro processo, 
temos respectivamente o Direito Processual Civil e o Direito 
Processual Penal.
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Artigo 9º da Lei nº 
9.099/99, e artigo 36, 
in fine, do Código de 
Processo Civil.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
A ampla defesa se caracteriza principalmente pela oportunidade 
do acusado, ou do litigante, de apresentar a sua defesa, por si 
ou por seu procurador constituído (artigo 133 da Constituição 
Federal e artigo 38 do Código de Processo Civil) de solicitar 
qualquer meio de prova, de ser ouvido, de ter vistas ao processo 
antes da decisão final da autoridade judiciária, de participar de 
todos os atos: mediante perguntas às testemunhas, de quesitos na 
perícia, enfim, de estar presente no processo.
Por sua vez, o contraditório tem por escopo a oportunidade do 
acusado, ou do litigante, em rebater as alegações da acusação, ou 
da parte contrária, de apresentar todos os elementos probatórios, 
manifestar-se e ser ouvido sobre todos os elementos que 
constituem a acusação e/ou processo, antes da decisão final da 
autoridade judiciária.
Os princípios do contraditório e da ampla defesa são garantias 
constitucionais aos acusados em geral e aos litigantes em processo 
judicial e administrativo.
Por tudo isso, a ampla defesa e o contraditório são aplicados em 
todos os processos judiciais e administrativos. Cabe lembrar que 
no inquérito policial (art. 5º, CPP), no inquérito policial militar 
(art. 9º do Código de Processo Penal Militar) e na prisão em 
flagrante (art. 301 do CPP e art.243, do Código de Processo 
Penal Militar), não há contraditório e ampla defesa, pois tais 
procedimentos administrativos visam a colher indícios de prova, 
para possibilitar o exercício da ação penal pelo Ministério 
Público. 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por 
meios ilícitos;
A regra é a da inadmissibilidade das provas ilícitas ou das 
ilegítimas, sob pena de infirmar de nulidade o processo. São 
consideradas provas ilícitas, por exemplo, obter confissão de 
crime com o uso da tortura ou interceptação telefônica sem 
autorização judicial.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
Até o trânsito em julgado, o acusado é considerado inocente. Isto 
é, o acusado de um crime deve ser considerado inocente até que 
a sentença condenatória transite em julgado (ou seja, até que não 
caiba mais discussão da causa por meio recurso).
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido à 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
A Constituição Federal proíbe a identificação datiloscópica 
(que consiste em borrar os dedos com tinta escura e colocar as 
digitais em papéis como forma de identificação), desde que a 
pessoa esteja identificada para os efeitos da vida civil, por meio 
de carteira de identidade, CIC, carteira do trabalho entre outros 
documentos de identidade. A Lei nº 10.054, de 07 de dezembro 
de 2000, que dispõe sobre a identificação criminal, prevê as 
hipóteses de identificação datiloscópica (criminal), por exemplo, 
quando houver fundada suspeita de falsificação ou adulteração 
do documento de identidade, ou houver registro de extrativo do 
documento de identidade.
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei;
Prisão é a privação da liberdade de locomoção determinada por 
ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante 
delito.
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Noções de Direito Constitucional, Penal e Administrativo
Unidade 1
Conheça as espécies de prisão.
a) Prisão-pena ou prisão penal – é a decorrente do 
trânsito em julgado da sentença condenatória em que 
se impôs pena privativa de liberdade. Tem finalidade 
repressiva. A prisão-pena é, em regra, executada na 
penitenciária, ou colônia agrícola ou industrial, ou 
casa de albergue, conforme a natureza do crime e a 
quantidade da pena aplicada.
b) Prisão sem pena ou prisão processual – é a prisão 
cautelar, também conhecida como prisão provisória, 
que possui a seguinte classificação: prisão em flagrante 
(arts. 301 a 310 do Código de Processo Penal - CPP); 
prisão preventiva (arts. 311 a 316 do CPP); prisão 
resultante da pronúncia (arts. 282 e 408, § 1º, do 
CPP); prisão resultante de sentença penal condenatória 
não transitada em julgado (arts. 393, I, do CPP); 
prisão temporária (Lei nº 7.960, de 21 de dezembro 
de 1989). A prisão processual, em regra, é executada 
nas cadeias públicas (também chamadas de presídios) 
e nas delegacias de polícia (estas últimas, quando não 
existem vagas nas cadeias públicas). Cabe lembrar, 
ainda, que algumas pessoas têm prisões especiais e que 
ficam em salas separadas ou em quartéis.
c) Prisão civil – é a decretada em casos de devedor de 
alimentos e depositário infiel (art. 5º, LXVII, da 
Constituição Federal de 1988).
d) Prisão disciplinar – permitida pela Constituição para 
o caso de transgressões militares e crimes militares 
(art. 5º, LXI, da Constituição Federal de 1988).
e) Prisão administrativa – é aquela decretada pela 
autoridade administrativa. Essa modalidade foi 
abolida pela nova ordem constitucional. A partir da 
promulgação da Constituição Federal de 1988, deixou 
de ser permitida, em nosso sistema jurídico, a prisão 
administrativa (CF 1988, art. 5º, LXI) – (Diário 
da Justiça da União de 31-3-1989, p. 4329 – RHC 
66.730-9, DF, 2ª T, 2-2-1989).
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f) Prisão para averiguações – é a privação momentânea 
da liberdade fora das hipóteses de flagrante e sem 
ordem escrita da autoridade competente, com a 
finalidade de investigação. Tal prisão é ilegal, pois 
além de ser inconstitucional, configura crime de 
abuso de autoridade, nos termos do art. 3º da Lei nº 
4.898/65.
 “É ilegal e inconstitucional a prisão para averiguações, 
constituindo abuso de autoridade, por mais que se 
queira justificar a sua aplicabilidade na repressão 
preventiva ao crime (RT 425/325).” 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre 
serão comunicados imediatamente ao juiz competente

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