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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E FISIOLOGIA DISCIPLINA: DBF0027 - FISIOLOGIA PARA NUTRIÇÃO Prof.: Dr. Acácio Salvador Véras e Silva WAYLLA CAROLINE SENA MACHADO RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA SOBRE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL POR BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA TERESINA – PI DEZEMBRO – 2020 WAYLLA CAROLINE SENA MACHADO RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA SOBRE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL POR BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA Relatório apresentado à disciplina de Fisiologia para Nutrição como requisito parcial para obtenção de nota. TERESINA - PI DEZEMBRO - 2020 1. INTRODUÇÃO O interesse pela composição corporal tem crescido, uma vez que é um dos pilares de desordens metabólicas e doenças cardiovasculares, que tem crescido com assustadora velocidade nos últimos anos. Segundo Gonçalves e Mourão (2008), a composição corporal é definida como a relação entre os variados compostos corporais, normalmente as percentagens de gordura e massa magra, e a massa total do corpo. Existem diversas formas de fazer essa avaliação; as mais precisas costumam ser bastante onerosas, contudo, há as formas indiretas de obtenção desses valores, como, por exemplo, a antropometria, pesagem hidrostática e a bioimpedância. (EICKEMBERG, 2011, GONÇALVES; MOURÃO, 2008) A bioimpedância elétrica (BIA) é um método que avalia a quantidade de água total no organismo, através da aplicação de uma corrente elétrica, partindo do princípio que somente substâncias ionizadas podem conduzir a corrente. Existem algumas restrições e orientações específicas quanto ao seu uso (pessoas com marcapasso e gestantes, por exemplo, não devem ser submetidos a essa forma de avaliação), contudo, trata-se de um método relativamente barato, não invasivo, seguro, rápido e com relativa precisão. (EICKEMBERG, 2011, GONÇALVES; MOURÃO, 2008) A técnica da bioimpedância elétrica tradicional é baseada no modelo de um condutor cilíndrico, semelhante ao corpo humano. A BIA fundamenta-se no princípio de que os tecidos corporais oferecem diferentes oposições à passagem da corrente elétrica, a depender de sua composição. Essa oposição é chamada de impedância. Os tecidos gordurosos possuem maior oposição, sendo pobres em íons e água, ao passo que a massa magra, sendo rica nestes compostos, oferece pouca resistência. (EICKEMBERG, 2011) Há alguns métodos de realização de bioimpedância: um deles, desenvolvido em 1990, avalia os segmentos superiores e inferiores do corpo; em 2004, a BIA segmentar foi desenvolvida, analisando isoladamente a massa dos membros e do tronco. Contudo, no mercado, existe um aparelho de bioimpedância disponível para aquisição popular, conhecido como balança de bioimpedância, de uso e explicações bem simples. (EICKEMBERG, 2011) O objetivo das práticas aqui descritas é demonstrar a avaliação da composição corporal através da bioimpedância, bem como estudar de que forma essa composição pode ser alterada. 2. METODOLOGIA Devido ao ensino remoto, a prática se deu por meio da explicação técnica da bioimpedância, como é realizada, princípios físicos, aspectos fisiológicos que influem na composição. Ao final da aula, foi fornecido um resultado de bioimpedância de uma pessoa, para análise e estudo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não tendo sido possível a realização de uma prática efetiva, foi fornecido o resultado de uma bioimpedância feita anteriormente, em uma paciente do sexo feminino, com 20 anos, 1,66m de altura e 68,5kg. Tabela 1.0 Composição da água corporal Água corporal total 26,1L Água intracelular 16,0 L Água extracelular 10,1 L Para pessoas do sexo feminino, é normal possuir menos água por quilograma de massa corporal em relação ao sexo masculino, pois têm mais tecido adiposo. Gotas de gordura no tecido adiposo ocupam a maior parte do volume celular, substituindo a água. O fator idade também influencia o conteúdo de água corporal: quanto mais velha a pessoa, menos água irá possuir. Uma vez que o organismo depende da água para executar suas funções fisiológicas, uma baixa de água significa déficit nessas funções. Por exemplo, a constipação, um problema típico de jovens mulheres, muitas vezes, decorre da falta de água no organismo. (SILVERTHORN, 2017, FERNANDES; BLASI, 2010) 2.0 Análise músculo-gordura Achado Ideal Peso total 68,5kg 50,3kg – 68,1kg Massa muscular 18,5kg 22,6kg – 27,6kg Massa magra 33,5kg 39kg – 47,4 kg Massa de gordura 32,8kg 12kg – 19kg Como já mencionado anteriormente, em mulheres, a quantidade de gordura tende a ser maior que em homens. Para uma mulher de 68,5 kg, o ideal seria um valor entre 12 kg e 19 kg de gordura corporal, contudo, verifica-se, na tabela, um valor muito além disso. Além de ser um fator de risco para problemas como síndrome metabólica e problemas cardíacos, por exemplo, o acúmulo de gordura faz com que os indivíduos se tornem mais passivos e desinteressados quando o assunto é corpo ou exercícios, devido à baixa autoestima, o que mostra um impacto não somente na saúde física, mas, também, no âmbito psicológico. (JUNIOR, SILVEIRA, 2017) A massa magra e massa muscular esquelética, ao contrário, se encontram em valores baixos, o que pode estar relacionado ao baixo nível de água corporal. O IMC encontra-se no limiar do aceitável, o que já poderia indicar algum desequilíbrio na composição corporal, embora seja errado tirar conclusões baseadas unicamente nesse valor; porém, verifica-se um elevadíssimo percentual de gordura corporal. Esse excesso é entendido como uma doença crônico-degenerativa associada ao aumento na morbidade e mortalidade de adultos, uma vez que consiste num fator desencadeante de muitas disfunções fisiológicas que levam a doenças cardiovasculares, diabetes, e até mesmo câncer. (JUNIOR, SILVEIRA, 2017) Tabela 3.0 Análise da Composição Corporal Achado Ideal Proteína 7kg 8,1kg – 10kg Minerais 2,63kg 2,79 – 3,41kg Massa de gordura 32,8kg 12kg – 19kg Massa livre de gordura 35,7kg 41,1kg – 50,2kg Conteúdo mineral ósseo 2,21kg 2,3kg – 2,81kg O resultado da composição corporal geral engloba todos esses aspectos citados anteriormente: baixa taxa de proteínas, minerais e pouca massa livre de gordura. Sendo assim, propõe-se um programa que busca, essencialmente, reduzir a massa de gordura e aumentar a massa magra, por meio de uma dieta e exercícios físicos. O acompanhamento nutricional é de suma importância para uma redução adequada e estável do percentual de gordura. Dietas feitas sem a supervisão e avaliação de um nutricionista podem comprometer a saúde. Aqui, será proposto um programa de emagrecimento que vise eliminar 30% do excesso de gordura por meio de alterações na alimentação e o restante por meio de exercícios físicos. (VARGAS; PESSOA; ROSA, 2018) Tendo como base o metabolismo basal de 1141 kcal da paciente, propõe-se uma dieta pobre em carboidratos e com alto teor de proteína, de até 1000 kcal diárias. Havendo uma grande restrição de carboidratos, há uma maior oxidação lipídica, promovendo um efeito de saciedade e um aumento do gasto energético, o que deve contribuir para redução da massa de gordura. Ainda, sugere-se praticar dança aeróbica, por pelo menos uma hora, diariamente. Além de promover gasto calórico, essa atividade contribui para o crescimento da massa muscular, além de consumir um número elevado de calorias em pouco tempo; ao final de uma hora de prática, podem ser consumidas até 700kcal. Assim, progressivamente, a massa magra irá tomando o lugar da gordura, até atingir níveis saudáveis. (VARGAS; PESSOA; ROSA, 2018) 4. CONCLUSÃO Não foi possível demonstrar a execução de uma bioimpedância elétrica, contudo, foi realizada uma avaliação corporal e, através da literatura, estudou-se os valores obtidos, os impactos de cada varável na saúde e foram mencionadas e exemplificadas algumas formas de modificação da composição corporal. No que tange o curso de Nutrição,a composição corporal é um fator-chave para a identificação e tratamento de uma série de condições, auxiliando na montagem e acompanhamento de planos alimentares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EICKEMBERG, Michaela et al. Bioimpedância elétrica e sua aplicação em avaliação nutricional. Rev. Nutr., Campinas, v. 24, n. 6, p. 873-882, Dec. 2011. FERNANDES, Elenise Stuker; BLASI, Tereza Cristina. Constipação intestinal relacionada com ingestão hídrica em mulheres. Disc. Scientia, Santa Maria, v. 11, n. 1, p. 53-60, 2010. JUNIOR, Antonio Carlos Generoso; SILVEIRA, Jacqueline Queiroz. A influência do acompanhamento nutricional para a redução de gordura corporal e aumento de massa magra em mulheres praticantes de treinamento funcional. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 11. n. 64. p.485-493. Jul/Ago. 2017. ISSN 1981-9927 MOURÃO, Paulo Jorge Martins; GONCALVES, Francisco José Miranda. A Avaliação da Composição Corporal: A Medição de Pregas Adiposas como Técnica para a Avaliação da Composição Corporal. Motri, Santa Maria da Feira, v. 4, n. 4, p. 13-21, dez., 2008. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7.ed. São Paulo, Manole, 2017. VARGAS, Ana Júlia; PESSOA, Letícia de Souza; ROSA, Roseane Leandra da. Jejum intermitente e dieta low carb na composição corporal e no comportamento alimentar de mulheres praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 12. n. 72. p.483-490. Jul./Ago. 2018. ISSN 1981-9927.
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