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SAÚDE COLETIVA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA ESTRATÉGIAS E AÇÕES DE SAÚDE VOLTADAS PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Pessoa em situação de rua: “grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”. Fatores de risco que ampliam sua vulnerabilidade: o Dificuldade de adesão a tratamento de saúde. o Preconceito. o Invisibilidade social. o Dificuldade de acesso a políticas públicas. o Alimentação incerta. o Violências. o Pouca disponibilidade de água potável. o Privação de sono. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a fome (MDS), essa população é composta predominantemente: o Homens (82%), negros e pardos (67%) e que exercem alguma atividade remunerada (70%). o Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua identificou a grande maioria de meninos/adolescentes (71,8%), enquanto 28,2% são meninas/adolescentes em situação de rua. Entre os principais motivos que os levaram à situação de rua estão o alcoolismo/drogas, o desemprego e os conflitos familiares. Dados do Ministério da Saúde apontam que os problemas de saúde mais recorrentes entre essa população em situação de rua são: o Problemas nos pés. o Infestações. o IST/ HIV/ Aids. o Gravidez de alto risco. o Doenças crônicas. o Consumo de álcool e drogas. o Saúde bucal. o Tuberculose. Principais causas de internação: o Uso de substâncias psicoativas (álcool, crack e outras drogas). o Problemas respiratórios. o Causas externas (acidentes e violência). Política Nacional para a população em Situação de Rua: Assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas, o que inclui a de saúde. Decreto N° 7.053 de 23 de dezembro de 2009. Art. 5º são princípios da Política Nacional para a população em Situação de Rua, além da igualdade e equidade: o I- Respeito à dignidade da pessoa humana. o II- Direito à convivência familiar e comunitária. SAÚDE COLETIVA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA o III- Valorização e respeito à vida e à cidadania. o IV- Atendimento humanizado e universalizado. o V- Respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência. Objetivos PNPSR: o Assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas. o Garantir a formação e capacitação permanente de profissionais e gestores. o Instituir a contagem oficial da população e situação de rua. o Produzir, sistematizar e disseminar dados e indicadores. o Desenvolver ações educativas permanente. o Incentivar a pesquisa, produção e divulgação de conhecimentos. o Acesso a insumos estratégicos. o Canais de comunicação para o recebimento de denúncias de violência contra a população em situação de rua. o Articulação entre o Sistema Único de Assistência Social o Sistema Único de Saúde. o Serviços de acolhimento temporários. o Centros de referência especializados para atendimento da população em situação de rua. o Implementar ações de segurança alimentar e nutricional. o Disponibilizar programas de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua. o Centros de defesa dos direitos humanos. o Benefícios previdenciários e assistenciais. Portaria MS GM n° 940, de 28 de abril de 2011, dispensa aos ciganos, nômades e moradores de rua a exigência de apresentar o endereço do domicílio permanente para aquisição do cartão do SUS. Sobre esse assunto é importante ressaltar que qualquer pessoa tem o direito de ser atendido nas unidades de saúde, independentemente de apresentação de documentação. Consultório na Rua: Os consultórios na Rua foram instituídos em 2011, pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), como uma modalidade de equipes que realizam busca ativa e qualificada de pessoas que vivem em situação de rua. o As equipes são formadas por, no mínimo, quatro profissionais e podem ser compostas por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, médicos, agentes sociais, técnicos ou auxiliares de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de educação física ou profissional com formação em arte e educação. o As equipes realizam as atividades deforma itinerante e, quando necessário, utilizam as instalações das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território, desenvolvendo ações em parceria com as equipes dessas unidades. O território de atuação das equipes é dividido a partir de um censo da população de rua e cadastro das pessoas localizadas nestes espaços. Modalidades: o Modalidade I: Mínimo de quatro profissionais, excetuando-se o médico, sendo dois profissionais de nível superior e dois profissionais de nível médio. o Modalidade II: No mínimo seis profissionais, excetuando-se o médico, sendo três profissionais de nível superior e três profissionais de nível médio. o Modalidade III: Modalidade II acrescida de um profissional médico. SAÚDE COLETIVA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Havia 152 equipes em 105 municípios, aquém do contingente elegível de 307 equipes em 262 municípios. “O tempo na rua é diferente, é o tempo da sobrevivência. A pessoa acorda para arrumar uma forma de comer naquele dia. Para ela, ter um compromisso de ir a uma unidade de saúde não é algo simples. Prescrever uma medicação após as refeições, por exemplo, para alguém que não sabe nem se comerá naquele dia é complicado. Por isso, o cuidado de saúde para essa população demanda um olhar específico, que leva em conta a situação de vida daquele usuário”. Além dos consultórios de rua, da rede do SUS são portas de entrada para atendimento da população em situação de rua: o Unidades Básicas de Saúde. o Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). o Unidade de Pronto Atendimento. o Hospitais (emergências). o Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Centro de referência especializado para população em situação de rua (centro POP) – Campina Grande, Paraíba: o Armazenamento de pertencer. o Higiene pessoal. o Alimentação. o Emissão de documentos. A partir de 2013 (resolução n°2 da comissão intergestores tripartite, de 27 de fevereiro de 2013), foram desenvolvidas diversas ações, entre as quais destacam-se: o Implantação de Consultórios na Rua. o Implantação do comitê técnico de saúde da população em situação de Rua. o Instituição de comitês técnicos de saúde da população em situação de rua nos estados e municípios. o Participação do Ministério da Saúde no Comité Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP Rua). o Instrução Operacional Conjunta MS/MDS para tuberculose. o Oficinas de Sensibilização para os trabalhadores que atuam com a População em Situação de rua. o Capacitação regional de Lideranças da População em situação de rua. Plano Operativo de Ações para a Saúde da População em Situação de Rua, objetivos: o Garantir o acesso da População em Situação de rua às ações e aos serviços de saúde. o Reduzir os riscos à saúde decorrentes dos processos de trabalho na rua e das condições de vida. o Melhorar os indicadores de saúde e da qualidade de vida da população em situação de rua. Estratégias para promoção dasaúde da população em situação de rua: o Eixo 1: Inclusão da população em situação de rua no escopo das redes de atenção à saúde. o Eixo 2: Promoção e vigilância em saúde. o Eixo 3: Educação permanente em saúde na abordagem da saúde da população em situação de rua. o Eixo 4: Fortalecimento da participação e do controle social. o Eixo 5: Monitoramento e avaliação das ações de saúde para a população em situação de rua. Campanha Política de Equidade para tratar bem de todos: Saúde da população em situação de rua: SAÚDE COLETIVA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA o Sensibilizar os profissionais de saúde para o acesso e atendimento da população em situação de rua nos serviços de saúde. o Diminuir o preconceito da sociedade em relação às pessoas em situação de rua, contribuindo no acolhimento dessa população pelos serviços de saúde. o Empoderar as pessoas com situação de rua quanto aos seus direitos de cidadãs.