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Anatomia osteomioarticular da cabeça e pescoço

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DESCRIÇÃO
Estudo topográfico da anatomia; anatomia dos ossos da região de cabeça e do pescoço;
estrutura articular da região da cabeça e do pescoço; anatomia do sistema muscular da região
da cabeça e do pescoço.
PROPÓSITO
Conhecer a anatomia osteomioarticular das regiões da cabeça e do pescoço para entender sua
estrutura, o que, somado aos conhecimentos de anatomia dos sistemas, fisiologia,
biomecânica, entre outros, formará uma base sólida para sua atuação profissional.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha acesso a um atlas de anatomia humana,
disposto em livro físico ou em ambiente virtual.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os ossos do crânio, da face e da coluna cervical
MÓDULO 2
Reconhecer as articulações da cabeça e do pescoço
MÓDULO 3
Descrever origem, inserção, ação e inervação dos músculos da cabeça, da face e do pescoço
INTRODUÇÃO
Neste tema, estudaremos as estruturas ósseas que compõem a cabeça e o pescoço. Os ossos
da cabeça, que na verdade são os ossos do crânio, são ossos fortes e muito resistentes, pois
protegem o cérebro. Na verdade, estamos falando do encéfalo, que é formado pelo telencéfalo,
diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico. Outros ossos são mais frágeis, mas esses são os que
compõem a face.
Na sequência, veremos a localização e estrutura óssea do pescoço. Para isso, estudaremos a
coluna cervical e as suas sete vértebras altamente especializadas, que têm função de grande
importância ao sustentar a cabeça e proteger a medula espinal. Posteriormente, veremos as
articulações da cabeça e do pescoço e, por fim, toda a estrutura muscular que possibilita os
movimentos nessa região, responsável pela mastigação e por nossas expressões faciais.
MÓDULO 1
 Identificar os ossos do crânio, da face e da coluna cervical
OSTEOLOGIA DA CABEÇA E PESCOÇO
Para iniciarmos o estudo anatômico dos ossos do crânio, da face e da coluna cervical,
precisamos que os conceitos a respeito do tecido ósseo fiquem bem claros. O tecido ósseo é
um tecido biológico, composto por células com diferentes estruturas e, consequentemente,
diferentes funções.
Dessa forma, o tecido ósseo é, na verdade, um tecido conjuntivo, e suas células têm funções
bem delimitadas, como os osteoblastos, que são os responsáveis por sintetizar maior
quantidade de tecido ósseo por meio do depósito de cálcio, colágeno, proteoglicanos e
glicoproteínas, aumentando o tamanho e a densidade dessa estrutura.
Por outro lado, existem outras células que formam a matriz óssea, os osteoclastos. Trata-se
de células especializadas que têm por função reabsorver esse tecido, diminuindo sua
densidade. Como exemplo de ação dos osteoclastos, podemos citar o uso de aparelho
ortodôntico, que é utilizado para corrigir a oclusão dentária.
 SAIBA MAIS
Essa técnica exerce pressão sobre os dentes em determinada direção, como, por exemplo,
forçando em direção ao interior da boca. A parte interna da arcada dentária está sob pressão e,
como essa pressão não cessa, os osteoclastos iniciam um processo de reabsorção óssea,
“cedendo” à pressão exercida. É possível perceber que, durante esse processo, os dentes
ficam instáveis (“moles”), e a gengiva pode ficar avermelhada, demonstrando o aumento do
metabolismo nessa região.
 
Fonte: sujit kantakat/Shutterstock
 Plasticidade do tecido ósseo (Figura 1).
Veja que, agora, há um espaço anterior. Os osteoblastos aumentam a deposição óssea;
dessa forma, os dentes voltam à sua “firmeza” original, mas, desta vez, em nova localização.
Note que a pessoa que está usando o aparelho ortodôntico relata dor, suas gengivas ficam
avermelhadas, e isso é resultado de várias modificações fisiológicas e mecânicas geradas pelo
aparelho, que vão levar aos resultados esperados, demonstrando a plasticidade desse tecido
(Figura 1).
PERCEBA COMO O CORPO HUMANO É DINÂMICO O
TEMPO TODO, MESMO EM ESTRUTURAS QUE
APARENTEMENTE SÃO INERTES, COMO DENTES E
OSSOS.
Para iniciarmos este estudo, pense nos ossos do crânio. Sua arquitetura única visa à proteção
do encéfalo. Por isso mesmo, são ossos muito compactos e fortes. Além disso, seu sistema de
articulações, as suturas, conferem mais estabilidade, gerando uma “junção” firme e estável. Por
outro lado, os ossos que formam a face são menos compactos, um pouco mais frágeis, mas
também têm forma e organização únicas.
 VOCÊ SABIA
A maior parte dos ossos do crânio são considerados ossos chatos, que podem também ser
chamados de planos ou laminares – nenhuma das terminologias está incorreta. Por esse
motivo, esses ossos possuem pouca medula óssea e, assim, pouca medula óssea amarela. A
medula óssea amarela é um tipo de medula encontrada em ossos longos, como o fêmur. Essa
medula é composta por gordura. De forma diferente, os ossos chatos apresentam medula
óssea vermelha, que é importante para a hematopoiese, que é o processo em que há formação
de sangue.
OSSOS DO NEUROCRÂNIO E
VISCEROCRÂNIO
Na face, temos ossos menores e mais frágeis, conhecidos como ossos da face. Na região
anterior, próxima ao nariz, temos os ossos que formam os seios da face, ossos pneumáticos
(Figura 2), responsáveis pela formação do muco que umidifica a cavidade nasal. Como
exemplo, vale lembrar que indivíduos acometidos por sinusite apresentam grande quantidade
de líquidos (muco/inflamação) no interior desses ossos pneumáticos, fato esse que gera as
dores de cabeça típicas da doença, que, em casos mais graves, pode causar infecção e febre.
 
Fonte: Trzmiel/Shutterstock
 Seios paranasais (Figura 2).
 
Fonte: Matis75/Shutterstock
 Neurocrânio e viscerocrânio (Figura 3).
Agora que já conversamos sobre o crânio de forma geral, seguiremos nosso estudo
observando duas regiões anatômicas importantes no crânio, os conceitos de (1)
NEUROCRÂNIO e (2) VISCEROCRÂNIO, que podem ser observados na Figura 3.
Veja que a ideia de neurocrânio remete-nos ao crânio neural, o crânio que protege o encéfalo,
parte do Sistema Nervoso Central (SNC), como visto na Figura 3. Perceba que, na Figura 3, a
região onde não estão alojadas as estruturas do SNC refere-se ao viscerocrânio.
 VOCÊ SABIA
Os ossos do neurocrânio são: osso frontal (ímpar), occipital (ímpar), esfenoide (ímpar), etmoide
(ímpar), temporal (par) e parietal (par). Por outro lado, os ossos que formam o viscerocrânio
são: mandíbula (ímpar), vômer (ímpar), zigomático (par), maxila (par), palatino (par), nasal
(par), lacrimal (par), concha nasal inferior (par) e mais um osso, o temporal (par).
Os ossos ímpares são únicos, os ossos pares aparecem em duplas, um em cada lado do
neurocrânio. Além disso, você deve ter percebido que o osso temporal foi citado novamente, e
isso acontece porque esse osso pertence ao neurocrânio e ao viscerocrânio. Observe que
parte do osso temporal realmente protege o encéfalo. Por esse motivo, ele é considerado um
osso do neurocrânio; entretanto, parte desse osso abriga o meato acústico externo, região em
que o pavilhão auricular externo se encontra alojado, a região do ouvido. Nesse mesmo osso,
encontramos a articulação com a mandíbula.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Osso temporal e meato acústico (Figura 4).
O osso temporal figura tanto como osso do neurocrânio quanto do viscerocrânio. Veja que
esses ossos articulam-se, formando todo este arcabouço (Figura 5).
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Visão geral dos ossos e seus limites (Figura 5).
Em uma visão anterior do crânio (Figura 5), na parte superior, observamos o osso frontal, um
osso do neurocrânio, ímpar, que se articula anterior e inferiormente (na frente e para baixo)
com os ossos nasais, osso maxila e ossos zigomáticos. Observe a Figura 6, porque é
extremamente importante que você os localize.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Visão anterior (Figura 6).
Como identificamos o osso frontal e sua relação com ossos em sentido caudal (descendente),
vamos observar esse mesmo osso em outra perspectiva, agora em visão lateral, pois estamos
estudando o osso frontal e suas relaçõesanatômicas. Na visão lateral, é possível perceber que
o osso frontal se articula com os ossos temporais. É possível observar ainda que o osso frontal
também se articula com o osso esfenoide. Na sequência, podemos ver que esse osso também
se articula com os ossos parietais. Todas essas relações podem ser vistas na Figura 7.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Visão lateral do crânio (Figura 7).
Agora, em uma visão superior, você consegue identificar os dois ossos parietais que se
articulam exatamente no centro do crânio, na área chamada calvária, “o alto da cabeça” (veja
na Figura 8).
 
Fonte: Magic mine/Shutterstock
 Ossos parietais (Figura 8).
Entretanto, quando observamos em uma visão lateral, podemos ver que os parietais se
articulam com os ossos temporais (direito e esquerdo), com o osso esfenoide e com o osso
occipital (Figura 9A). Continuando na visão lateral, vemos o osso esfenoide, sendo importante
lembrar que esse é um osso ímpar (apenas um osso) que perfaz um caminho interno, e vemos
externamente apenas sua asa maior (Figura 9B).
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Articulações dos ossos parietais em visão lateral, destacadas em verde (Figura 9A).

 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Osso esfenoide em seu percurso interno, destacado em amarelo (Figura 9B).
Vamos aproveitar essa visão lateral e estudar os ossos temporais. Esses ossos são muito
interessantes, pois se articulam com o osso esfenoide, o parietal e o occipital, mas também
com o osso zigomático e com a mandíbula. Na articulação com a mandíbula, vemos a única
articulação com movimento real, porém estudaremos este assunto mais à frente na artrologia
da cabeça e do pescoço.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Osso temporal, destacado em vermelho (Figura 10).
Observe que há elementos interessantes para aprendermos. Esses elementos chamam-se
acidentes ósseos e são muito variados. Vejamos esses acidentes ósseos no osso temporal. Na
parte posteroinferior do osso temporal, encontramos o processo mastoide; seguindo em
sentido superior e anterior, encontramos uma espécie de forame, chamado meato acústico;
abaixo e anteriormente, encontramos o processo estiloide do osso temporal e, imediatamente
acima do meato acústico e em sentido anterior, encontramos o processo zigomático do osso
temporal (Figura 10).
Estudamos diversos ossos do crânio até agora. Você já percebeu que são muitos e que todos
são importantes na formação do arcabouço que protege o encéfalo, parte importante do SNC.
Mais à frente, estudaremos a visão posterior do crânio, com o osso occipital (Figura 11). Esse
osso é muito interessante, especialmente pelo motivo de conter o forame magno, local em que
a medula espinal abandona a caixa craniana e projeta-se no sentido caudal para a coluna
vertebral.
Além disso, em visão posterior, podemos observar as linhas nucais superior e inferior, a
protuberância occipital externa e a crista occipital externa, acidentes ósseos importantes para o
estudo dos músculos (miologia).
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Visão posterior (Figura 11).
Progredimos bastante até o momento, e conseguimos fechar o estudo dos ossos do crânio nas
visões anterior, superior, lateral e posterior. Vamos, então, à visão anterior, mas nosso foco
agora é estudar os ossos da face que foram demonstrados inicialmente na Figura 6.
Como ponto de partida, utilizaremos o nariz. Iniciando, vemos o násio, que é considerado a
raiz do nariz, e os ossos nasais direito e esquerdo. Logo ao lado dos ossos nasais, temos os
ossos maxilas, e, ao lado, porém, no interior da órbita (onde ficam os olhos), estão os ossos
lacrimais. Perceba que os ossos nasais são bem pequenos e não perfazem toda a estrutura do
nariz, que é “completado” por cartilagens nasais. Por outro lado, os ossos maxilas projetam-se
inferiormente e se expandem lateralmente até se articularem com os ossos zigomáticos,
formando a famosa “maçã do rosto”.
Agora, vamos nos deter um pouco na abertura piriforme, a abertura do nariz. Veja que
internamente e bem na parte central vemos acima a lâmina do osso etmoide e inferiormente o
vômer. Lateralmente, podemos observar as conchas nasais do osso etmoide (Figura 12).
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Abertura piriforme (Figura 12).
Vejamos, agora, com mais detalhes as órbitas (Figura 13), que são formadas pelos ossos
frontal e esfenoide em sua parte superior e pelos ossos etmoide, esfenoide, lacrimal e frontal
na parede medial. Sua parte inferior (assoalho) é formada pelos ossos maxila, zigomático e
palatino. Por cima, a parede lateral é formada pelos ossos zigomático (processo frontal) e asa
maior do osso esfenoide (ver detalhes na Figura 9).
 
Fonte: Ensine.me
 Órbita (Figura 13).
Após estudarmos a órbita, mas ainda observando a face, vemos dois forames imediatamente
abaixo das órbitas, que são os forames infraorbitais. Veja que imediatamente abaixo da
espinha nasal anterior (na parte inferior da abertura piriforme) podemos identificar a sutura
intermaxilar. Por fim, mais abaixo, encontramos o osso mandíbula. Em sua parte anteroinferior,
vemos os forames mentuais, a protuberância mentual e os tubérculos mentuais. Lateralmente,
é possível identificar a cabeça da mandíbula, incisura da mandíbula e o processo coronoide da
mandíbula (Figura 14).
 
Fonte: VectorMine/Shutterstock
 Mandíbula e seus acidentes ósseos (Figura 14).
Os ossos da face são mais sensíveis e menos densos, ou fortes, quando comparados aos
ossos do crânio. Assim, alguns “formatos” de fratura são comuns em traumas anteriores
(traumatismos anteriores), como é o caso das fraturas de Le Fort (Figura 15).
 
Fonte: Blamb/Shutterstock
 Fraturas de Le Fort (Figura 15).
Em decorrência de trauma, as fraturas podem ser de maior ou menor complexidade, ou seja,
podem afetar áreas maiores ou menores. Na fratura de Le Fort I, observa-se uma fratura
localizada no osso maxila inferior apenas. Na fratura de Le Fort II, ocorre uma fratura que vai
se localizar de forma infraorbital. Por fim, mais grave seria a fratura de Le Fort III, onde a
fratura ocorre na região média da órbita, gerando um deslocamento total da face média do
crânio, situação conhecida como dissociação craniofacial.
Após aprendermos sobre a osteologia da cabeça (crânio e face), daremos sequência
estudando a osteologia do pescoço.
OSTEOLOGIA DO PESCOÇO
Quando estudamos a osteologia do pescoço, é comum que as pessoas pensem única e
exclusivamente nas sete vértebras cervicais, e assim pratica-se um erro muito comum. Na
verdade, ao se estudar a osteologia do pescoço, é preciso perceber as vértebras cervicais e o
osso hioide.
O osso hioide tem por função servir de ancoragem para diversos músculos localizados na
região anterior do pescoço, sendo esses músculos agrupados por região, apresentando o osso
hioide como referência anatômica. Dessa maneira, esses músculos são nomeados como
músculos supra-hióideos e infra-hióideos. Estudaremos estes músculos mais à frente, por ora
nos deteremos no osso hioide, que você pode ver nas Figuras 16A e 16B. Observe que o osso
hioide tem aspecto de ferradura e destacam-se nele os cornos maiores, os cornos menores e o
corpo. Uma curiosidade é que, em anatomia forense, a presença de fratura no osso hioide é
forte indício de estrangulamento.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Osso hioide (Figura 16A).

 
Fonte: SciePro/Shutterstock
 Osso hioide (Figura 16B).
Após entendermos a forma, as partes e a localização do osso hioide, que pode ser visualizado
em uma vista frontal, vamos estudar a região dorsal, ou seja, as vértebras cervicais. Elas são
em número de sete, sendo as menores em relação às demais vértebras de uma mesma
pessoa, localizadas nas regiões torácica e lombar da coluna.
As vértebras cervicais podem ser classificadas em típicas e atípicas. Transferindo essa
informação para o nosso estudo, entendemos que há acidentes ósseos típicos em todas as
vértebras (cervicais, torácicas e lombares), entretanto há vértebrasatípicas, ou seja, diferentes
das demais. Vamos entender melhor este assunto. Veja que toda vértebra possui o forame
vertebral, abertura por onde passa a medula espinal. Outro acidente ósseo típico (que se
encontra em todas as vértebras) é o processo transverso.
Os acidentes ósseos citados anteriormente são típicos, ou seja, são encontrados em todas as
vértebras, porém outras estruturas, como o forame intertransversário (forame encontrado no
processo transverso), só é encontrado nas vértebras cervicais. Nesse forame, passam as
artérias vertebrais, que sobem até o crânio. Agora que já temos uma ideia geral das vértebras,
vamos iniciar nosso estudo propriamente dito sobre essas estruturas. Veja a Figura 17.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Vértebras típica e atípica – Atlas à esquerda, atlas acima e C3 à direita (Figura 17).
As vértebras cervicais podem ser chamadas de C (cervical). Como são sete vértebras, logo
temos C1, C2, C3, C4, C5, C6 e C7. As duas primeiras vértebras são atípicas por terem
características únicas, incluindo nomes, onde C1 é chamada de Atlas, e C2, de Áxis. Antes de
conversarmos sobre atlas e áxis, vale a pena falar sobre as demais vértebras, ou seja, de C3 a
C7.
 SAIBA MAIS
Essas vértebras têm características típicas não somente em relação às cervicais, mas também
em relação a outras vértebras (torácicas e lombares). Essas características típicas, ou comuns
a todas as vértebras, são a presença do corpo vertebral, forame vertebral, processo transverso
e processo espinhoso. Vale chamar a atenção para a C7, porque essa vértebra tem um
processo espinhoso maior do que o das demais vértebras cervicais, sendo conhecida como
vértebra proeminente. Mesmo perante essa característica, a maior parte dos livros clássicos de
anatomia não a classificam como vértebra atípica.
Agora que já fizemos um apanhado, vamos ao estudo de nossas duas vértebras atípicas. Veja
que atlas parece ser uma vértebra frágil – ela tem esse nome em alusão ao personagem da
mitologia grega, Atlas, que sustentava o globo (a cabeça, em nosso caso). Veja a Figura 18:
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Vértebras cervicais (Figura 18).
Na Figura 18, podemos observar alguns acidentes ósseos muito interessantes. À esquerda,
temos a visão anterior. Veja que é facilmente perceptível a presença do unco do corpo
vertebral. Se você observar atentamente esses uncos, verá que são projeções laterais da
vértebra inferior em direção à superior, gerando um encaixe. Desse modo, essas estruturas
ósseas favorecem a estabilidade desse segmento vertebral.
 
Fonte: Lemurik/Shutterstock
 Extensão do pescoço (cervical) (Figura 19).
Claro que outras estruturas, como ligamentos e músculos, também contribuem grandemente
para a estabilidade desse segmento. Ao analisar a figura da direita, observamos os processos
espinhosos dessas vértebras. Perceba a existência de processo espinhoso bífido (dividido em
dois) em algumas dessas vértebras. Essa característica é importante para que haja maior grau
de liberdade no movimento de extensão/hiperextensão do pescoço, que pode ser observado na
Figura 19.
Após a visão geral do segmento cervical, vamos estudar e localizar alguns acidentes ósseos
dessas vértebras, iniciando com C1 e C2 (atlas e áxis, respectivamente), posteriormente
realizando esse mesmo estudo para as vértebras cervicais típicas (C3 a C7). Observando a
vértebra atlas, podemos identificar: tubérculos anterior e posterior, arco anterior e posterior,
face articular (superior e inferior) das massas laterais, fóvea do dente, processo transverso,
forame do processo transverso e forame vertebral. Veja na Figura 20 a vista superior da
vértebra atlas.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Atlas (Figura 20).
No vídeo a seguir, veremos o desenvolvimento dos ossos do crânio de recém-nascidos até a
fase adulta e, ainda, os principais pontos anatômicos das vértebras cervicais.
Dando sequência aos estudos, vejamos áxis, que também pode ser chamada de C2. Essa é a
segunda vértebra atípica, a primeira é atlas. Nessa vértebra, encontramos uma estrutura muito
marcante, o dente do áxis. Essa estrutura é de crucial importância por se articular com atlas de
forma diferente. Nenhuma outra vértebra se articula dessa forma. O dente do áxis ou processo
odontóide se insere no espaço anatômico de atlas, formando uma articulação do tipo trocoide,
na verdade como um pino interno de uma dobradiça. Observe as dobradiças da porta e
perceba que há um pino interno. O dente do áxis faz um trabalho semelhante, favorecendo o
movimento e estabilizando-o ao mesmo tempo.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Vértebra áxis. Do lado esquerdo, uma vista anterior da vértebra; do direito, a vista póstero-
superior (Figura 21).
Encontramos a face articular anterior e posterior do dente do áxis, faces articulares superior e
inferior, corpo vertebral, processo transverso e forame do processo transverso, forame
vertebral e processo espinhoso (Figura 21).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Vértebras cervicais típicas (Figura 22).
Após estudar as duas vértebras atípicas, as demais são estudadas como vértebras típicas.
Veja que as demais vértebras possuem corpo vertebral, processo espinhoso, processo
transverso, forame do processo transverso, forame vertebral, faces articulares superior e
inferior, pedúnculo e lâmina do arco vertebral e unco do corpo (Figura 22).
Vejamos alguns fatos interessantes. Se observarmos as vértebras de forma comparativa,
podemos concluir que as vértebras cervicais não possuem formas de estabilidade como as
outras vértebras, pois:
1
As vértebras cervicais são menores.

2
As torácicas possuem o arcabouço das costelas para estabilizá-las.

3
As lombares são maiores e ladeadas por muito mais músculos.
Sendo assim, essas vértebras possuem “mecanismos” que lhes conferem outras possibilidades
de estabilização; entre eles, podemos destacar o unco do corpo. Note que o unco do corpo
aumenta a superfície de contato com a vértebra imediatamente acima, resultando em melhor
estabilidade entre elas, como vimos anteriormente.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANTO AO ENTENDIMENTO DO CONCEITO DE TÍPICO E ATÍPICO
APLICADO AO ESTUDO DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS, É CORRETA
APENAS A ALTERNATIVA:
A) As vértebras cervicais são todas consideradas atípicas em virtude de seu tamanho diferente
de uma vértebra típica.
B) As vértebras cervicais são todas típicas, uma vez que apenas o tamanho não é um fator
determinante para elucidar quais seriam típicas ou não.
C) Na região cervical, apenas C1 e C2 são vértebras atípicas em virtude de suas formas
únicas.
D) Apenas a vértebra C7 é considerada atípica por ser uma vértebra de maior processo
espinhos, sendo esta a vértebra proeminente.
E) Todas as vértebras cervicais são atípicas em virtude de seu tamanho menor em relação às
demais.
2. NA VISÃO ANTERIOR DO CRÂNIO, QUAL OU QUAIS SÃO OS OSSOS
ÍMPARES?
A) Temporal e frontal.
B) Frontal e mandíbula.
C) Frontal, maxila e mandíbula.
D) Frontal, nasal e mandíbula.
E) Frontal, nasal e lacrimal.
GABARITO
1. Quanto ao entendimento do conceito de típico e atípico aplicado ao estudo das
vértebras cervicais, é correta apenas a alternativa:
A alternativa "C " está correta.
 
A resposta correta é a letra C, uma vez que as duas primeiras vértebras possuem uma
anatomia bem distinta das demais.
2. Na visão anterior do crânio, qual ou quais são os ossos ímpares?
A alternativa "B " está correta.
 
Na visão anterior do crânio, os ossos ímpares vistos são o osso frontal e o osso mandíbula, os
demais citados em outras opções são ossos pares.
MÓDULO 2
 Reconhecer as articulações da cabeça e do pescoço
ARTROLOGIA DA CABEÇA
Após estudarmos e entendermos as estruturas ósseas da cabeça e do pescoço, veremos
agora como esses ossos articulam-se entre si, para que, assim, possam cumprir suas tarefas
anatômicas, biomecânicas e fisiológicas. Observando as Figuras 23 e 24, com imagem do
crânio e da face, podemos observarque não encontramos movimento entre esses ossos, com
exceção da articulação entre osso temporal e mandíbula, que estudaremos mais tarde.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Visão anterior (Figura 23) / Visão lateral do crânio (Figura 24).
Para entendermos melhor o que são as articulações, podemos separá-las em grupos. Por
exemplo, podemos separá-las com base no grau de movimentos que essas articulações
permitem. Assim, teríamos: aquelas que não permitem movimento visualmente perceptível, as
chamadas sinartroses, sendo articulações constituídas por tecido fibroso, e aqui encaixam-se
as articulações do crânio, chamadas de suturas.
Há outras articulações conhecidas como semimóveis, que permitem um grau limitado de
movimentos, sendo estas constituídas por tecido cartilaginoso, chamadas de anfiartroses.
Como exemplo, podemos citar as articulações entre as vértebras, que veremos em breve. Por
fim, para o nosso estudo, temos a ideia de articulações com maior grau de liberdade de
movimento. Essas podem ser exemplificadas pela articulação entre o osso temporal e a
mandíbula. Aqui, temos uma articulação chamada diartrose, também conhecida como
articulação sinovial.
 ATENÇÃO
As articulações sinoviais possuem subtipos e organizações distintas, além de grandes
diferenças entre os graus de liberdade de movimento. Por exemplo: a articulação da mandíbula
tem apenas os movimentos de "abrir e fechar". Por outro lado, o ombro tem muito mais
liberdade de movimentos; sendo assim, podemos concluir que há diferentes tipos de
articulações sinoviais.
Agora que você já compreendeu o que são articulações e suas diferenças, podemos avançar
em nosso estudo sobre as articulações da cabeça e do pescoço. Por exemplo, ao nascer, os
ossos do crânio ainda não estão tão unidos quanto na vida adulta. Dessa forma, se você
observar uma imagem do crânio de um recém-nascido, pode facilmente ver “espaços” entre os
ossos, conforme mostra a Figura 25.
 
Fonte: logika600/Shutterstock
 Crânio de recém-nascido (Figura 25).
Essa organização é fisiologicamente necessária para permitir o crescimento normal do
encéfalo. Observe as regiões chamadas de fontículo, que podem ser observadas tanto na
visão lateral quanto na superior. Na vista superior, vemos o fontículo anterior e o fontículo
posterior.
 VOCÊ SABIA
Você já ouviu falar da “moleira” do bebê, certo? Essas estruturas anatômicas que estamos
estudando são as “moleiras” do bebê. O crescimento do sistema nervoso central ocorre de
forma mais rápida do que nas demais estruturas do organismo. Por esse motivo, é importante
que os ossos do crânio não estejam totalmente unidos tal como vemos na idade adulta.
Na fase adulta, esses ossos já estão formados, e as articulações, “soldadas”, formando as
suturas na região onde ocorre o encontro entre a sutura coronal e a sutura sagital, a chamada
bregma. O encontro entre a sutura sagital e a sutura lambidóidea chama-se lambda, formando
regiões importantes para a localização anatômica de diversas estruturas, inclusive sendo
utilizadas como marcos anatômicos para a realização de delicadas cirurgias do sistema
nervoso central.
Na visão lateral, podemos identificar os fontículos posterolaterais, ou mastoídeo, e anterolateral
ou esfenoidal. Como visto anteriormente, estes têm a mesma função.
Após o crescimento e a maturação do sistema nervoso central, ocorre então o fechamento dos
fontículos e das demais articulações do crânio, gerando os ossos do crânio da vida adulta.
Agora que já entendemos o processo de crescimento maturação e o porquê do fontículos,
podemos avançar no estudo da artrologia.
Como visto anteriormente, as suturas são articulações imóveis, formadas pela união de tecido
fibroso. Nessas articulações, não há movimento perceptível. Isso é importante, pois esse
conjunto de ossos e articulações têm a relevante tarefa de proteger o sistema nervoso central.
Vale, então, identificá-las de maneira adequada. Já fizemos uma prévia disso em nosso estudo
de osteologia do crânio, então, agora, estudaremos de forma mais específica essas
articulações.
Para fins didáticos, estudaremos estas articulações com o recurso da Tabela 1, composta pelos
nomes dos ossos e a sutura que os une. Por exemplo: sutura sagital – ossos parietais ou
sutura coronal – ossos frontal e parietais.
TABELA 1 - OSSOS QUE SE ARTICULAM
FORMAM AS SUTURAS.
Sutura Ossos constituintes
Frontonasal Frontal e nasais
Internasal Nasais
Nasomaxilar Nasal e maxila
Zigomaticomaxilar Zigomático e maxila
Intermaxilar Maxilares
Coronal Frontal e parietais
Esfenofrontal Esfenoide e frontal
Frontozigomática Frontal e zigomático
Temporozigomática Temporal e zigomático
Escamosa Parietal e temporal
Temporomandibular Temporal e mandíbula
Parietomastóidea Parietal e temporal
Lambidóidea Parietais e occipital
Sagital Parietais
� Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Após verificar essas suturas e seus ossos envolvidos, veja, nas Figuras 26A e 26B, suas
localizações anatômicas de forma a associar o conhecimento de seus nomes e sua real
localização anatômica. Aproveite para revisar os ossos e suas localizações.
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Suturas do crânio vista posterior (Figura 26A) / Suturas do crânio vista lateral (Figura 26B).
Você deve ter percebido que apenas uma articulação apareceu em negrito em nossa tabela.
Essa articulação em negrito destaca-se pelo fato de que as demais articulações apresentadas
na tabela são articulações fibrosas e, assim, imóveis. Dessa forma, é fácil perceber que a
articulação destacada em negrito é uma articulação móvel.
Agora, estudaremos mais detalhadamente a articulação temporomandibular ou ATM. Nessa
articulação, temos alguns pontos bem interessantes, porque é a única com movimento real na
face, exercendo importância fundamental na alimentação (mastigação) e na fonação (fala).
 
Fonte: VectorMine/Shutterstock
 Interior da articulação temporomandibular (Figura 27).
Essa articulação é do tipo sinovial e possui movimentos, neste caso abertura, fechamento da
boca e movimentos laterais. A ATM é composta pela conexão entre a parte escamosa do osso
temporal na parte superior e o disco articular, que se localiza na parte interna da cápsula
articular. Esse disco tem a função de separar mecanicamente os ossos envolvidos na
articulação, evitando, assim, atrito e consequente desgaste das estruturas ósseas por atrito
direto (Figura 27).
Na parte inferior da ATM, encontramos a mandíbula, mais precisamente a cabeça da
mandíbula. A cápsula articular envolve e protege as estruturas articulares. Além disso, por ser
uma articulação sinovial, ocorre a secreção de líquido sinovial, secretado por uma membrana
localizada no interior da articulação, que tem por função lubrificá-la.
As estruturas ósseas não se articulam diretamente, ou seja, são recobertas por cartilagem
hialina, que tem por finalidade proteger os ossos. Outras estruturas podem ainda estar
presentes no interior da cápsula articular, como o disco articular presente na articulação da
ATM.
Para que haja estabilidade durante os movimentos, essa articulação é envolvida por ligamentos
que dissipam as forças de carga e estabilizam ainda mais a articulação. Esses são os
temporomandibular, estilomandibular e esfenomandibular.
ARTROLOGIA DO PESCOÇO
Após o estudo das articulações do crânio, seguimos em sentido póstero caudal, para
estudarmos as articulações das vértebras cervicais.
Na região cervical da coluna, temos sete vértebras postas umas sobre as outras, e entre elas
há um disco intervertebral que evita o atrito direto entre as estruturas ósseas. Para dar início ao
nosso estudo de artrologia do pescoço, começaremos pela articulação entre a primeira
vértebra (atlas) e o osso occipital localizado no crânio. O osso occipital repousa sobre o atlas,
de forma que as estruturas neurais que descem do crânio possam converter-se em medula
espinal e, assim, prosseguir em sentido caudalpor dentro do canal medular.
DESSA AFIRMAÇÃO E OBSERVAÇÃO ANATÔMICA,
EMERGE UMA QUESTÃO: COMO ESSA ARTICULAÇÃO
É CAPAZ DE SUSTENTAR O PESO DA CABEÇA?
Existem estruturas anatômicas de grande importância que respondem a essa questão.
Vejamos: em visão anterior do centro para as laterais, ou de medial para lateral, vemos o
ligamento longitudinal anterior, vemos a cápsula da articulação atlantoccipital nas
laterais, a membrana atlantoccipital anterior e, finalmente, a cápsula da articulação
atlantoccipital. Em visão posterior, é possível ainda ver a cápsula articular atlantoccipital, a
membrana atlantoccipital posterior e o ligamento nucal (Figura 28).
 
Fonte: stihii/Shutterstock
 Ligamentos atlanto-occipitais e atlantoaxiais (Figura 28).
Voltaremos a falar dos ligamentos nucal e longitudinal, mas, antes, estudaremos os ligamentos
da articulação atlantoaxial.
Nessa articulação, encontramos uma quantidade maior de ligamentos exercendo melhor
estabilidade sobre as estruturas. Vejamos: na vista anterior, após retirada parcial das vértebras,
podemos ver os ligamentos alares, o ligamento do ápice do áxis, gerando conexão entre atlas
e o dente do áxis. Além desses, vemos ainda o ligamento cruciforme (fascículos longitudinais
superior e inferior e ligamento transverso do atlas).
Esses ligamentos têm por função gerar estabilidade e, para ficar mais claro o que seria a
estabilidade para essa área, devemos entender o conceito de estabilidade ativa e passiva. A
estabilidade passiva é gerada pelos ligamentos, enquanto a estabilidade ativa é gerada pelos
músculos que se localizam naquela região.
 
Fonte: sciencepics/Shutterstock
 Ligamentos longitudinais anterior e posterior, ligamento interespinhal (Figura 29).
Ainda fazendo uso da Figura 29, é possível observar o ligamento longitudinal anterior,
ligamento longitudinal posterior e o ligamento interespinhal. Vale lembrar que esses ligamentos
percorrem toda a coluna vertebral, favorecendo a estabilidade dos segmentos e contribuindo
para a manutenção da anatomia fisiológica dos segmentos.
Após o estudo dos ligamentos mais específicos de atlas e áxis, podemos entender os demais
ligamentos envolvidos. Então, precisamos perceber que há ligamentos que se iniciam na região
occipital e prolongam-se até a região sacrococcígea. Vamos a eles: ligamento longitudinal
anterior, ligamento longitudinal posterior, ligamento amarelo, ligamentos interespinhais,
ligamentos intertransversários, que se estendem de “alto a baixo” na coluna vertebral.
No vídeo a seguir, você compreenderá mais profundamente as articulações do crânio, com
destaque para a ATM, e, posteriormente, as articulações entre as vértebras, inclusive as
possibilidades de movimento.
Para você ter uma ideia, perceba que as vértebras são pequenos ossos que se articulam entre
si, porém não há um “encaixe” mais forte ou profundo. Logo, elas poderiam deslizar entre si
facilmente, o que seria uma condição chamada espondilolistese, que é extremamente danosa,
uma vez que o saco dural (espaço formado pelas vértebras e os ligamentos que estudamos e
onde a medula espinal se aloja) pode ser drasticamente afetado, agredindo a medula espinal.
Com a anatomia normal mantida, o pescoço tem liberdade fisiológica de movimentos muito
boa, facilitando o movimento de extensão, em uma amplitude entre 50° e 70°. Para a flexão,
temos como amplitude normal entre 60° e 90° para rotação lateral, que gira em torno de 60° a
90°. Por fim, no que diz respeito à flexão lateral (direita e esquerda) ou inclinação lateral, o
grau de liberdade gira em torno de 20° a 40° (Figura 30).
 
Fonte: Lemurik/Shutterstock
 Movimentos do pescoço (Figura 30).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A IDEIA DE ESTABILIDADE DEVE SER APLICADA A TODAS AS
ARTICULAÇÕES. DE FORMA GERAL, QUAIS ESTRUTURAS INTERNAS E
EXTERNAS ESTÃO PRESENTES EM UMA ARTICULAÇÃO SINOVIAL?
A) Disco articular (como na ATM), membrana sinovial, líquido sinovial, cápsula articular e
ligamentos como estabilizadores passivos e músculos como estabilizadores ativos.
B) Disco articular (como na ATM), membrana sinovial, cápsula articular e ligamentos como
estabilizadores passivos e músculos como estabilizadores ativos.
C) Cápsula articular e ligamentos como estabilizadores passivos e músculos como
estabilizadores ativos.
D) Ligamentos.
E) Ligamento longitudinal posterior.
2. HÁ DOIS TIPOS DE ESTABILIDADE NAS ARTICULAÇÕES, EM
ESPECIAL, NAS ARTICULAÇÕES DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS. COMO
ESSAS ESTABILIDADES SÃO CHAMADAS E QUAIS ESTRUTURAS
ANATÔMICAS SÃO RESPONSÁVEIS POR ELAS?
A) Estabilidade articular e ligamentar; estruturas responsáveis: cápsula articular e ligamentos,
respectivamente.
B) Estabilidade ligamentar e muscular; estruturas responsáveis: ligamentos e músculos,
respectivamente.
C) Estabilidade discal e ligamentar; estruturas responsáveis: disco articular e ligamentos,
respectivamente.
D) Estabilidade articular e ligamentar; estruturas responsáveis: cartilagem articular e
ligamentos, respectivamente.
E) Estabilidade óssea, uma vez que o osso é a base exclusiva de toda articulação.
GABARITO
1. A ideia de estabilidade deve ser aplicada a todas as articulações. De forma geral,
quais estruturas internas e externas estão presentes em uma articulação sinovial?
A alternativa "A " está correta.
 
Nesta opção, encontram-se todas as estruturas internas e externas necessárias para
estabilidade da articulação estudada neste módulo.
2. Há dois tipos de estabilidade nas articulações, em especial, nas articulações das
vértebras cervicais. Como essas estabilidades são chamadas e quais estruturas
anatômicas são responsáveis por elas?
A alternativa "B " está correta.
 
A estabilidade ligamentar é tida como estabilidade passiva, sendo realizada pelos ligamentos
distribuídos em dada articulação. A estabilidade ativa diz respeito à estabilidade gerada pelos
músculos que ultrapassam dada articulação e chama-se estabilidade ativa pela capacidade de
contração dos músculos.
MÓDULO 3
 Descrever origem, inserção, ação e inervação dos músculos da cabeça, da face e do
pescoço
MÚSCULOS E EXPRESSÃO FACIAL
A expressão facial é algo muito interessante. Por meio dela, você pode expressar seus
sentimentos, sua alegria, seu descontentamento, aborrecimento e as demais emoções. Essa
expressão facial, ou mímica facial, é fruto das ações dos músculos da cabeça e da face. Sim, é
exatamente isso. Todas as nossas expressões faciais de alegria, tristeza, raiva, surpresa,
estranhamento etc. só são possíveis devido às ações musculares.
 
Fonte: Krakenimages.com/Shutterstock
Agora que já estudamos os ossos e as articulações da cabeça e do pescoço, podemos estudar
os músculos da face, da mastigação, além dos músculos do pescoço. Assim, entenderemos
melhor como eles atuam para gerar estabilidade e movimento.
Para isso, é necessário que você entenda um detalhe importante: usualmente, os músculos
“nascem” (origem) em um osso e se fixam (inserção) em outro. Entretanto, para os músculos
da face, isso não ocorre necessariamente dessa forma, ou seja, os músculos têm origem em
ossos, mas se inserem na pele, de forma que, ao se contraírem, gerem movimentos na pele da
face.
Assista ao vídeo a seguir para compreender a relação entre a ação dos músculos e a
expressão facial humana.
Iniciando o nosso estudo, visualizando a parte superior da cabeça, observamos a aponeurose
epicrânica, também conhecida como gálea aponeurótica. Ela é composta por um tecido fibroso
de cor clara, que se localiza entre os ventres dos músculos occipitofrontal (direito e esquerdo),
recobrindo a parte superior do crânio. Você pode ver isso com mais detalhes na Figura 31.
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculos da face (Figura 31).
Como você pôde ver, a aponeurose epicrânica está entre dois músculos, que são os músculos
occipitofrontal, ou epicrânio. Esse músculo tem origem em dois terços laterais da linha nucal
superior do osso occipital, além da parte mastoidea do ossotemporal. Sua inserção é
diretamente na gálea aponeurótica, e não em um osso.
 RELEMBRANDO
Estudamos essa situação ímpar dos músculos da face quando entendemos que eles se
inserem na pele. Dessa forma, estudando o músculo occipitofrontal, percebemos que seu
ventre frontal não possui inserção óssea, mas, sim, inserção no tecido da gálea aponeurótica.
PORÉM, UMA LACUNA AINDA EXISTE, ENTÃO
EMERGE A QUESTÃO: O QUE ACONTECE QUANDO
ESSE MÚSCULO SE CONTRAI? AQUI, TEMOS O
ESTUDO DA AÇÃO DESSES MÚSCULOS (SÃO PARES,
DIREITO E ESQUERDO).
Então, vamos entender: quando os dois músculos se contraem ao mesmo tempo, tracionam
para cima as sobrancelhas e enrugam a testa. Se somente um deles for ativado, apenas uma
das sobrancelhas é elevada. Para findar o estudo de um músculo, precisamos contemplar
quatro aspectos:
ASPECTO 1
Origem
ASPECTO 2
Inserção
ASPECTO 3
Ação
ASPECTO 4
Inervação
 
Fonte: The facial nerve/Shutterstock
 Nervo facial (VII par nervo craniano) (Figura 32).
Já vimos origem, inserção e ação, de modo que nos resta estudar a inervação, ou melhor
dizendo, os nervos que inervam, ou ativam esses músculos. Este aspecto será visto no final do
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javascript:void(0)
estudo dos músculos da face, pois todos eles são inervados pelo nervo facial (VII par de nervo
craniano), Figura 32.
Continuando com o estudo dos músculos da face, vamos ao músculo temporoparietal. Vamos
seguir um padrão, que é o seguinte: apresentaremos o músculo e, na sequência, estudaremos
origem, inserção e ação. Já sabemos que a inervação é feita pelo nervo facial, mas isso só é
assim para os músculos faciais, pois os músculos da mastigação têm outras inervações sobre
as quais conversaremos posteriormente.
O músculo temporoparietal tem origem na fáscia temporal, acima e anteriormente ao pavilhão
auricular externo. Sua inserção é na borda lateral da gálea aponeurótica, e sua ação é elevar o
pavilhão da orelha, manter o couro cabeludo tensionado e tracionar a pele da região temporal
para trás. Quando ocorre ativação conjunta do músculo temporoparietal do occipitofrontal, é
gerada a “cara de medo e espanto” (Figura 33).
 
Fonte: Krakenimages.com/Shutterstock
 “Cara de espanto” (Figura 33).
Vamos aproveitar a localização anatômica, tendo o pavilhão auricular como referência, e
estudar agora os músculos auriculares anterior, superior e posterior, também conhecidos como
músculos extrínsecos da orelha. Sua origem fica na região anterior da fáscia temporal, região
anterior da aponeurose epicrânica, no processo mastoide e na parte do tendão do músculo
esternocleidomastóideo. Sua inserção é na pele e na cartilagem do pavilhão auricular. Esses
músculos têm por função tracionar o pavilhão auricular externo, a orelha, para cima e para
frente, para cima e para trás (Figura 34).
 
Fonte: Richcat/Shutterstock
 Músculos auriculares (Figura 34).
Vejamos, agora, a região ocular. Pense nas pálpebras. Se você imaginou que elas são repletas
de músculos, acertou. Então, podemos dizer músculos das pálpebras.
 
Fonte: DeryaDraws/Shutterstock
 Músculo orbicular do olho (Figura 35).
Vamos dissecar o assunto. Iniciamos com o músculo orbicular do olho, cuja origem é na parte
nasal do osso frontal, no processo frontal da maxila, no ligamento palpebral medial e osso
lacrimal. Sua inserção acontece na pele da região orbital e na rafe palpebral lateral. Dessa
forma, podemos dividir esse músculo em três partes:
Parte orbicular.
Parte palpebral.
Parte lacrimal.
Sua ação é o fechamento ativo dos olhos (Figura 35).
Agora, vamos ao músculo que se localiza imediatamente acima dos olhos, o músculo
corrugador do supercílio. Esse músculo origina-se na extremidade medial do arco superciliar,
tendo sua inserção na pele da parte média do arco orbital. Quando se contrai, traciona a
sobrancelha para baixo e medialmente, gerando aquele "ar" de sofrimento/ frustração (Figura
36).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo corrugador do supercílio. (Figura 36).
Vamos agora ao músculo que fica entre os olhos, um pouco superior em relação àqueles.
Estamos falando do músculo prócero. Esse músculo origina-se na fáscia que reveste o osso
nasal, bem como parte da cartilagem nasal. Sua inserção fica entre as duas sobrancelhas. Ao
se contrair, traciona para baixo o ângulo medial das sobrancelhas. Seria aquele franzir de
sobrancelhas, a “cara de desconfiado” (Figura 37).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo prócero (Figura 37).
Em sentido caudal, vamos ao músculo nasal, que tem origem no osso maxila, tendo sua
inserção na região da fossa do dente incisivo (o dente canino). Assim, esse músculo apresenta
a parte transversal e a parte alar. A parte transversal deprime a parte da cartilagem do nariz,
enquanto a parte alar dilata os orifícios das narinas em ações de inspiração vigorosa (Figura
38).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo nasal (Figura 38).
O músculo depressor do septo tem origem na fossa incisiva da mandíbula e se insere no septo
nasal e na asa do nariz. Como o próprio nome diz, sua ação é "deprimir" e tracionar a asa do
nariz para baixo, lembrando que é um músculo bilateral, ou seja, existe nos dois lados (Figura
39).
 
Fonte: Richcat/Shutterstock
 Músculo depressor do septo nasal (Figura 39).
Agora, vamos trabalhar os músculos que estão próximos da boca, mas, antes, lembre-se de
que as ações musculares geram expressões faciais, como já dissemos no início de nosso
estudo. Os nomes dos músculos orientam sobre suas ações. Veja que os músculos com ação
de levantar, elevar, são músculos que erguem os lábios em ações como o riso, logo seriam
"músculos da alegria". Por outro lado, os músculos com nomes e funções de abaixar ou
deprimir são músculos que geram movimentos em sentindo inferior, como expressão de
tristeza, descontentamento.
Dando sequência, vemos o músculo levantador do lábio superior, que se origina imediatamente
acima do forame infraorbital. Tem sua inserção na pele musculosa do lábio superior, e sua ação
é levantar o lábio superior. Na mesma linha, vemos agora o músculo levantador do lábio e da
asa do nariz. Nesse músculo, que tem sua origem no processo frontal do osso maxila, sua
inserção acontece na cartilagem alar maior e na asa do nariz, e suas ações são a dilatação da
narina e participação na elevação do lábio superior. Outro músculo dessa região é o músculo
levantador do ângulo da boca. Esse músculo tem origem logo abaixo do forame infraorbital e
se insere no ângulo do lábio superior. Sua ação é a elevação do ângulo da boca (Figura 40).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo levantador do ângulo da boca (Figura 40).
Observe que a boca exerce um grande leque de movimentos, seja na fala, seja na expressão
de sentimentos. Vejamos agora o músculo zigomático menor e seu par, o zigomático maior.
Ambos têm origem no osso zigomático e se inserem no lábio superior. Suas ações são, na
verdade, um auxílio na elevação do lábio superior, além de acentuar o sulco nasolabial. Por
fim, traciona lateralmente o ângulo superior da boca, gerando o movimento de riso (Figura 41).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculos zigomáticos maior e menor (Figura 41).
Vejamos agora o músculo risório, com origem na fáscia do músculo masseter (o principal
músculo da mastigação, que estudaremos em breve) e se insere na pele no ângulo da boca.
Quando se contrai, tem por ação a retração do ângulo da boca em direção lateral, o que seria
aquele riso de "canto de boca" (Figura 42).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo risório (Figura 42).
O músculo depressor do lábio inferior tem origem na linha oblíqua da mandíbula e inserção na
pele do lábio inferior. Sua ação é o abaixamento do lábio inferior. O músculo depressor do
ângulo da boca tem origem na linha oblíqua da mandíbula e inserção no ângulo da boca. Sua
ação é tracionar o ângulo da boca em sentido inferior, gerando a expressão de
tristeza/descontentamento (Figura 43).Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo depressor do lábio inferior (Figura 43).
O músculo mentual (também chamado de músculo do mento) tem origem na fossa incisiva da
mandíbula e tem a inserção na pele do queixo, que também pode ser chamado de mento, daí o
nome músculo mentual. Sua ação é elevar a pele do mento (ou queixo) e realizar protusão do
lábio inferior. Já o músculo transverso do mento cruza uma linha imaginária em posição
mediana, imediatamente abaixo do queixo, aproximando-se do músculo depressor do ângulo
da boca. Por esse motivo, nem sempre é facilmente localizado, porque pode se fundir ao
músculo depressor do ângulo da boca (Figura 44).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo mentual (Figura 44).
É interessante pensar em quantos pequenos músculos são necessários para que possamos
nos expressar como fazemos. Vamos continuar mais um pouco, vendo agora o músculo
orbicular da boca. Esse músculo, em especial, possui uma formação ímpar, sendo composto
por várias camadas de fibras musculares que se localizam ao redor da boca. Interessante
percebermos que essas fibras possuem diferentes direções. Dessa forma, suas fibras atuam
em conjunto e promovem o fechamento direto dos lábios (Figura 45).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo orbicular da boca (Figura 45).
Por outro lado, o músculo bucinador tem origem na superfície externa dos processos
alveolares da maxila, acima da mandíbula, percorrendo aproximadamente três dentes molares
e a rafe pterigomandibular (músculo da mastigação, que veremos mais tarde).
Suas fibras superiores e inferiores podem unir-se às fibras musculares contralaterais, e as
fibras da porção central podem fundir-se com as fibras musculares do músculo orbicular da
boca. Com toda esta informação, é fácil entender que sua ação é comprimir a bochecha.
Assim, esse músculo da face tem função auxiliar na mastigação (Figura 46).
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculo bucinador (Figura 46).
Por fim, após vermos todos esses músculos e suas origens, inserções e ações, vale lembrar
que todos são inervados pelo VII par de nervos cranianos, o nervo facial. Agora seria bom você
revisar esses músculos, como visto na Figura 47.
 
Fonte: Tefi/Shutterstock
 Músculos da face (Figura 47).
MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
Após fecharmos o estudo dos músculos da face, chegamos aos músculos da mastigação, que
são os responsáveis pela movimentação da mandíbula, via ATM. Esses músculos são capazes
de gerar muita força.
Na visão lateral, vemos o músculo temporal, e sua origem está na linha temporal inferior. Ele
cobre toda a temporal e projeta-se inferiormente (gerando uma forma de leque), inserindo-se
no processo coronoide da mandíbula. Sua ação é elevar e retrair a mandíbula, além de
participar nos movimentos laterais auxiliando o músculo pterigóideo lateral. Sua inervação é
feita pelos ramos mandibulares do nervo trigêmeo (Figura 48).
 
Fonte: Beate Panosch/Shutterstock
 Nervo trigêmeo (Figura 48).
 VOCÊ SABIA
O músculo pterigóideo lateral é formado por fibras pequenas, ou melhor, curtas e entrelaçadas.
Sua origem é na fossa pterigóidea, no processo pterigóideo. Sua ação é a elevação da
mandíbula e pequenos movimentos laterais. Sua interseção ocorre no ângulo da mandíbula,
sendo inervado pelo nervo pterigóideo medial, um ramo no nervo trigêmeo.
Já o músculo pterigóideo medial tem sua origem na lâmina lateral do processo pterigóideo e
inserção no ângulo da mandíbula de forma interna. Sua ação é a elevação da mandíbula
(fechamento da boca). Sua inervação é realizada pelo nervo pterigóideo medial, também ramos
do nervo trigêmeo (Figura 49).
 
Fonte: MadiGraphic/Shutterstock
 Músculo pterigóideo lateral e medial (Figura 49).
Finalmente, o principal músculo da mastigação: o masseter. É um músculo com altíssima
capacidade de gerar força, apesar de seu tamanho. Sua origem está na margem inferior do
osso zigomático, percorrendo toda sua margem até a sutura zigomático-temporal. Ele ainda se
origina na margem inferior e na face medial do arco zigomático.
 
Fonte: MadiGraphic/Shutterstock
 Músculos da mastigação (Figura 50).
Com toda essa “ancoragem” de origem, podemos perceber que há uma parte mais profunda e
outra mais superficial. Sua inserção ocorre nos dois terços inferiores da face lateral do ramo da
mandíbula. Esse poderoso músculo é inervado pelo nervo massetérico, um ramo mandibular
do nervo trigêmeo (Figura 50).
 ATENÇÃO
Esses músculos são responsáveis pela qualidade de sua mordida, mas aqui cabe uma
observação: os músculos não são a única frente de “combate”, pois os dentes são de extrema
importância, não por cortarem e triturarem o alimento, mas por sua oclusão. O que seria
oclusão? De maneira simples, é como os dentes encaixam-se na arcada dentária, ou seja, se
sua posição é inadequada, eles podem mudar a mordida, sendo então necessário um ajuste
em suas posições por meio do aparelho ortodôntico.
MIOLOGIA DO PESCOÇO
Após o estudo dos músculos da face e mastigação, seguimos em sentido caudal e
estudaremos os músculos do pescoço. Antes, porém, devemos ter uma organização, que é o
entendimento anatômico, em que dividimos os músculos, tendo por base o osso hioide. Assim,
temos os músculos supra-hióideos, que são aqueles que se localizam acima do osso hioide e
se inserem na mandíbula, formando o “assoalho” da boca. Os músculos infra-hióideos são os
que estão abaixo do osso hioide, em direção às clavículas e ao esterno.
Abaixo da mandíbula, não há estrutura óssea, sendo o osso hioide o único osso nessa região.
Por isso, é ele que ancora os músculos hióideos.
Com esse entendimento, vamos iniciar nosso estudo. Veja que a parte superficial é coberta por
uma fina camada muscular, que se estende da mandíbula até as clavículas e o esterno. Esse
músculo chama-se platisma, ou músculo cutâneo do pescoço. A origem está na face inferior
do osso mandíbula e na pele da parte inferior da face e no canto da boca. Sua inserção
espalha-se pela fáscia que cobre as fibras musculares superiores dos músculos peitoral maior
e deltoide.
Esse músculo é inervado pelo ramo cervical do nervo facial, o sétimo par de nervo craniano. Ao
contrair-se, esse músculo traciona o lábio inferior e o ângulo da boca, contribuindo
parcialmente para a abertura da boca e, por fim, traciona a pele que cobre a clavícula (Figura
51).
 
Fonte: SciePro/Shutterstock
 Músculo platisma (Figura 51).
O pequeno músculo digástrico tem sua origem dividida em duas, de acordo com seus ventres.
Dessa forma, o ventre anterior origina-se na fossa digástrica da mandíbula, e o ventre posterior
tem sua origem no processo mastoide. Suas ações são a elevação do osso hioide, mas
também o abaixamento da mandíbula. Em outras palavras, a abertura da boca. Vale entender
que o ventre anterior traciona o osso hioide para a frente e o ventre posterior para trás. Por fim,
esse músculo é inervado pelos nervos facial (ventre posterior) e mandibular (ventre anterior)
(Figura 52).
 SAIBA MAIS
O músculo estilo-hióideo, como o próprio nome já diz, dá uma dica, estilo, de processo
estiloide, lá do osso temporal e o osso hióide. Esse músculo tem origem no processo estiloide
e sua inserção se dá no corpo do osso hióide. Sua ação é a retração do hióide, e é inervado
pelo nervo facial (Figura 52).
Outro músculo dessa região é o músculo milo-hióideo. Este músculo tem origem na linha milo-
hióidea, localizada na mandíbula, enquanto sua inserção ocorre no corpo do osso hioide. Sua
ação ocorre sobre o osso hioide, gerando elevação, mas também na língua, gerando
igualmente elevação. Esse músculo é inervado pelo nervo mandibular, um ramo do nervo
trigêmeo, o quinto par de nervo craniano (Figura 52).
 
Fonte: SciePro/Shutterstock
 Músculos supra e supra-hióideos (Figura 52).
 
Fonte: Anna Bessmertnaya/Shutterstock
 Músculo gênio-hioide (Figura 53).
O próximo é o músculo gênio-hioide, outro músculo responsável pelo "assoalho" da boca. Sua
origem está na espinhamentoniana da mandíbula, e sua inserção fica no corpo do osso hioide.
Sua ação é tracionar o osso hioide e a língua em direção anterior. Sua inervação é por conta
do nervo hipoglosso (Figura 53).
Os demais músculos que têm origem no osso hioide e inserem-se no esterno, na clavícula e
nas áreas correlatas são chamados de músculos infra-hióideos. Na sequência, vemos o
músculo esterno-hióideo, com origem no corpo do osso hioide, inserção na face posterior do
manúbrio do esterno e no quarto medial da clavícula.
 SAIBA MAIS
Esse músculo é inervado por ramos do nervo hipoglosso (alça cervical), e sua função é o
movimento descendente do osso hioide. O músculo esternotireóideo tem origem na cartilagem
tireoide e inserção na face posterior do manúbrio do esterno. Sua ação é tracionar a cartilagem
tireoide em movimento descendente, sendo inervado também pelo nervo hipoglosso, da
mesma forma que o músculo esterno-hióideo (Figura 54).
Continuando, o músculo tireo-hióideo tem sua origem no corno maior do osso hioide, insere-se
na cartilagem tireoide, é inervado pelo nervo hipoglosso e, ao se contrair, gera o movimento de
baixar o osso hioide (Figura 54).
Nosso próximo músculo é o omo-hióideo, com origem no corpo do osso hioide, que se projeta
em direção à borda superior da escápula, onde se insere. É inervado pelos ramos da alça
cervical do nervo hipoglosso, e sua ação é tracionar em direção inferior o osso hioide (Figura
54).
 
Fonte: NelaR/Shutterstock
 Músculos infra-hióideos (Figura 54).
O músculo reto lateral da cabeça com origem no processo jugular do occipital e inserção no
processo transverso de atlas é inervado pelo ramo da alça cervical. Sua ação é a inclinação
homolateral da cabeça, localizando-se abaixo dos músculos superficiais.
Outro músculo do pescoço é o músculo longo da cabeça com origem no processo basilar do
occipital, inserção nos tubérculos anteriores dos processos transversos (da 3ª até a 6ª vértebra
cervical). Sua inervação é feita pelos nervos que emergem de C1, C2 e C3. Ao contrair-se
auxilia a flexão da cabeça.
Já o músculo reto anterior da cabeça tem origem no processo basilar do occipital e inserção no
processo transverso e na superfície anterior do atlas. É inervado pelo ramo da alça cervical (C1
e C2). Ao contrair-se, também auxilia na flexão da cabeça.
Quanto ao músculo longo do pescoço, sua porção superior tem origem nos tubérculos do arco
anterior do atlas, e sua inserção ocorre no tubérculo anterior dos processos transversos de C3
e C5. Sua porção oblíqua tem origem no tubérculo anterior dos processos transversos de C5 e
C6, e sua inserção é única, ocorrendo no corpo vertebral de T1 até T3. É inervado pelos ramos
de C2 a C7, e sua ação é a flexão do pescoço e inclinação homolateral.
Vejamos o músculo esternocleidomastóideo, ou ECOM. Como o nome sugere, tem origem no
processo mastoide e na linha nucal superior, com inserção na face anterior do manúbrio do
esterno e borda anterior cerca de um terço medial na clavícula. Sua inervação ocorre pelos
nervos que emergem de C2, C3, além do nervo acessório, 11º par de nervo craniano (apenas a
parte espinhal).
 ATENÇÃO
Para falar de ação, precisamos fazer algumas ressalvas. Se fixo superiormente, ou seja, no
processo mastóideo, ao contrair-se, realiza função inspiratória, mas, se fixo inferiormente, no
manúbrio do esterno e terço medial da clavícula, ao contrair-se de forma unilateral, gera flexão,
inclinação homolateral e rotação com o rosto, girando para o lado oposto. Contudo, se essa
contração for bilateral, ocorre a flexão da cabeça (Figura 55).
MÚSCULO ESCALENO ANTERIOR
O músculo escaleno anterior tem origem nos tubérculos anteriores dos processos transversos
da 3ª à 6ª vértebras cervicais. Sua inserção é na face superior da 1ª costela, sendo inervado
pelos ramos dos nervos cervicais inferiores. Ao contrair-se, realiza a ação de elevação da
primeira costela e inclinação homolateral do pescoço.
MÚSCULO ESCALENO MÉDIO
O músculo escaleno médio tem origem nos tubérculos anteriores dos processos transversos da
2ª à 7ª vértebras cervicais, e sua inserção na face superior da 1ª costela. É inervado pelos
ramos dos nervos cervicais inferiores e, ao ser ativado (ou contraído), eleva a primeira costela,
além de inclinar o pescoço de forma homolateral.
MÚSCULO ESCALENO POSTERIOR
O músculo escaleno posterior tem origem nos tubérculos posteriores dos processos
transversos da 5ª à 7ª vértebras cervicais. Sua inserção ocorre na borda superior da 2ª costela,
sendo inervado pelos ramos anteriores dos três últimos nervos cervicais. Ao contrair-se, gera a
elevação da segunda costela e inclinação homolateral do pescoço (Figura 55).
O músculo levantador da escápula tem sua origem nas apófises transversas da primeira e
segunda vértebras cervicais (atlas e áxis), tubérculos posteriores dos processos transversos de
C3 e C4. Sua inserção ocorre no ângulo superior e bordo medial da escápula. Ao contrair-se,
realiza a ação de elevar a escápula. Como seu nome indica, é inervado pelos nervos cervicais
C3 e C4 e nervo escapular dorsal (Figura 55).
 
Fonte: Mister_X/Shutterstock
 Músculo ECOM, escalenos e levantador da escápula (Figura 55).
Em uma visão posterior, podemos observar outros músculos. Sei que você pensaria
imediatamente no trapézio, e está certo. Então, vamos a ele!
O músculo trapézio tem origem na linha nucal superior, no ligamento nucal e nos processos
espinhosos da C7 a T12. Sua inserção ocorre na borda posterior da clavícula, acrômio e
espinha da escápula; é inervado pelo nervo acessório, o 11º par de nervos cranianos, e pelo
nervo do trapézio (C3 – C4). Para entender a ação, temos de dividi-la de acordo com o ponto
de fixação, ou ponto fixo.
Então, se fixo na coluna vertebral, ao contrair-se, realiza elevação do ombro, adução das
escápulas, rotação superior das escápulas e depressão de ombro. Por outro lado, se fixo na
escápula, ao contrair-se, inclina a cabeça de forma homolateral, além de rodar a cabeça de
forma contralateral. Caso a contração seja bilateral, ocorre a extensão da cabeça (Figura 56).
 
Fonte: Magic mine/Shutterstock
 Músculo trapézio (Figura 56).
Abaixo do músculo trapézio, há os músculos profundos, que são estudados como parte
integrante do dorso.
Agora que vimos todo os músculos vinculados ao osso hioide, vamos analisar de forma prática
sua função em conjuntos. Observe que os músculos supra-hióideos têm função estrutural de
grande importância, pois são eles que formam o "assoalho" da boca. Esse "assoalho", porém,
tem relevante papel funcional, pois é ele que realiza importantes funções, como também possui
papel auxiliar na mastigação, na deglutição e na fala.
É fácil entender que, por sua posição, podem erguer o osso hioide. Por outro lado, os músculos
infra-hioideos exercem função de baixar o osso hioide, porém eles trabalham em sinergia com
os supra-hioideos modulando suas ações. Assim, também agem de forma indireta sobre a
deglutição, mas igualmente sobre os movimentos da laringe – estrutura predominantemente
cartilaginosa, onde se encontram a epiglote e as pregas vocais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANTO À LOCALIZAÇÃO E FUNÇÃO OS MÚSCULOS DO PESCOÇO
EM VISÃO ANTERIOR, SÃO CLASSIFICADOS EM SUPRA E INFRA-
HIÓIDEOS. DESSA FORMA, QUAL SERIA A FUNÇÃO DOS MÚSCULOS
SUPRA-HIÓIDEOS?
A) Estabilizar as vértebras por sua localização em posição oposta a elas, ou seja, vértebras
são posteriores, e os músculos hióideos, anteriores.
B) Agir diretamente nos grandes movimentos da cabeça.
C) Fechar a boca, elevando a mandíbula.
D) Em conjunto, esses músculos formam o assoalho da boca, auxiliando na deglutição, na
mastigação e na fala.
E) Elevar a escápula.
2. ANDRÉ ESTÁ SENTADO EM UMA CADEIRA NA CANTINA DA
FACULDADE, REUNIDO COM SEUS AMIGOS. VITOR LHES CONTA UMA
PIADA. ANDRÉ ARREGALA OS OLHOS, ERGUE AS SOBRANCELHAS E
SOLTA UMA GRANDE E PROLONGADA GARGALHADA, ENQUANTO
JAQUES APENAS SORRI COM O CANTO DA BOCA. PELA DESCRIÇÃO,QUAIS MÚSCULOS ANDRÉ E JAQUES ATIVARAM NESTE EXEMPLO?
A) André: orbicular do olho, occipitofrontal, masseter, elevador do ângulo da boca, zigomático
maior e menor, elevador da asa do nariz e do ângulo da boca e bucinador. Jaques: risório.
B) André: orbicular do olho, prócero, risório, elevador do ângulo da boca, zigomático maior e
menor, elevador da asa do nariz e do ângulo da boca e bucinador. Jaques: risório.
C) André: orbicular do olho, occipitofrontal, risório, elevador do ângulo da boca, zigomático
maior e menor, elevador da asa do nariz e do ângulo da boca e bucinador. Jaques: risório.
D) André: orbicular do olho, corrugador do supercílio, risório, elevador do ângulo da boca,
zigomático maior e menor, elevador da asa do nariz e do ângulo da boca e bucinador. Jaques:
risório.
E) André: orbicular do nariz, corrugador do supercílio, risório, elevador do ângulo da boca,
zigomático maior e menor, elevador da asa do nariz e do ângulo da boca e bucinador. Jaques:
risório.
GABARITO
1. Quanto à localização e função os músculos do pescoço em visão anterior, são
classificados em supra e infra-hióideos. Dessa forma, qual seria a função dos músculos
supra-hióideos?
A alternativa "D " está correta.
 
Pela origem e inserção desses músculos, eles podem ancorar e estabilizar os movimentos da
deglutição, da mastigação e da fala.
2. André está sentado em uma cadeira na cantina da faculdade, reunido com seus
amigos. Vitor lhes conta uma piada. André arregala os olhos, ergue as sobrancelhas e
solta uma grande e prolongada gargalhada, enquanto Jaques apenas sorri com o canto
da boca. Pela descrição, quais músculos André e Jaques ativaram neste exemplo?
A alternativa "C " está correta.
 
Acompanhe todos os músculos da letra C. Agora, veja que, na letra A, aparece masseter, que é
o músculo da mastigação. Na letra B, aparece prócero, que aproxima as sobrancelhas, e não
as eleva. Na letra D, aparece corrugador do supercílio, que é a expressão de desconfiança e
descontentamento.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, estudamos muitos assuntos interessantes e pudemos observar os ossos em
separado, mas também como eles se articulam entre si para gerar proteção; no caso, o crânio
e a coluna cervical, que protegem o encéfalo e a medula espinal, respectivamente. Vimos
ainda como as articulações permitem movimentos de grande importância, mas entendemos
também que esses movimentos só são possíveis mediante a ação dos músculos. Em suma,
percebemos a beleza e a complexidade fabulosa que é a máquina humana!
Vimos os ossos do crânio e pescoço, como eles se localizam, as relações entre si (como
articulam-se entre si). Foi possível entender essas articulações e suas diferenças, como
também a diferença entre as suturas do crânio e a articulação temporomandibular. Além disso,
foi possível compreender os mecanismos de estabilização dos segmentos estudados.
Por fim, tivemos a oportunidade de estudar os músculos, sua relação anatômica com os ossos
e as articulações por eles ultrapassadas, os movimentos realizados em resposta às suas
ações/contrações, bem como os nervos que ativam esses músculos.
Agora, lembre-se: para ter sucesso em sua profissão, você precisa entender e dominar esses
conceitos, identificar a anatomia dessas estruturas para, então, agir de forma autônoma e
responsável para o melhor proveito de todos.
REFERÊNCIAS
GILROY, A. N.; MACPHERSON, B. R.; ROSS, L. M. Atlas de Anatomia. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
EXPLORE+
O estudo da anatomia é fascinante e ao mesmo tempo extenso. Por isso, existe uma
quantidade enorme de material para se estudar. Algumas boas fontes de pesquisa estão
na Rede de Bibliotecas da Fiocruz, onde se encontra a Biblioteca de Anatomia e
Fisiologia da Fiocruz, que compõe a rede (Biblioteca de Manguinhos), e pode ser de
grande utilidade na complementação de seus estudos.
CONTEUDISTA
Elisaldo Mendes Cordeiro
 CURRÍCULO LATTES
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