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A História do Apóstolo Paulo

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A História do Apóstolo Paulo: Quem foi Paulo de Tarso?
Paulo de Tarso, o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do cristianismo. Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo, autor de treze epístolas presentes na Bíblia.
Biografia do apóstolo Paulo
Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega. Tarso era uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos 11:1; Filipenses 3:5; Atos 23:6).
A infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate entre os estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua infância longe de Tarso. Na verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida do apóstolo Paulo.
Embora não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, sabe-se com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei, Gamaliel, neto de Hillel. Paulo conhecia profundamente a cultura grega. Ele também falava o aramaico, era herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito observador da Lei e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos (Gálatas 1:14; Filipenses 3:5,6). Considerando todos estes aspectos, pode-se afirmar que sua família possuía alguns recursos e desfrutava de posição proeminente na sociedade.
O apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser cidadão romano de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica que sua cidadania foi herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo menos dois terços da população do Império Romano não possuía cidadania romana. Não se sabe ao certo como o pai do apóstolo conseguiu tal cidadania. Algumas pessoas importantes e abastadas conseguiam comprar a cidadania (Atos 22:28). Outras, conseguiam tal cidadania ao prestar algum relevante ao governo romano. A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os quais podemos citar:
· A garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação.
· Imunidade legal dos açoites antes da condenação.
· Não poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.
Paulo de Tarso, o perseguidor
O livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7:58). Após esse episódio da morte de Estêvão, Paulo de Tarso assumiu uma posição importante na perseguição aos cristãos. Ele recebeu autoridade oficial para liderar as perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, ele dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10).
O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus (Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e preservando a pureza da Lei.
A conversão de Paulo de Tarso
As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que algumas experiências ao longo de sua vida devem tê-lo preparado previamente para aquele momento. A experiência do martírio de Estêvão e sua campanha de casa em casa para perseguir os cristãos podem ser exemplos disto (Atos 8:1-3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11).
O que se sabe realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco com o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas no curso da História.
3. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
4. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. (Atos 9:3-6).
Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa de Cristo.
Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a legalidade de seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15; Gálatas 1:15 7). Considerando que Paulo de Tarso não estava entre os discípulos, ele não havia sido um dos dose discípulos de Jesus; além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar:
Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do apóstolo Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu novo relacionamento com Cristo (Gálatas 2:20).
De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo lugar em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1,2).
Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal selvagem, tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão, sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.
O início do ministério do apóstolo Paulo
Após o encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi ali, naquela mesma cidade, que Paulo começou sua obra evangelística.
Não há informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na Arábia (Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida (2 Coríntios 11:32,33).
Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavamtodos receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo.
Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo acabou deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais apóstolos, e também antes de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela região já ouviam as boas-novas sobre Paulo.
E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo;
Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía. (Gálatas 1:22,23)
O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia.
Logo depois o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele passou um período de silêncio de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam conhecidos como o sendo o período silencioso do ministério do apóstolo Paulo, é provável que ele tenha fundado algumas igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que as igrejas mencionadas em Atos 15:41, tenham sido fundadas por Paulo durante esse mesmo período.
É certo que Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava desempenhando, solicitou a presença do apóstolo em Antioquia na posição de um obreiro auxiliar. O objetivo era que Paulo o ajudasse numa promissora missão evangelística entre os gentios. Após cerca de um ano, ocorreu um período de grande fome. Então os crentes de Antioquia providenciaram contribuições para servir de auxilio aos cristãos da Judéia. Essas contribuições foram levadas por Paulo e Silas. Havendo completado sua missão, Paulo e Silas regressaram a Antioquia.
Esse período em Antioquia foi essencial no ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que sua missão de levar o Evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os chamara. Só então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. (Atos 13:2,3)
As viagens missionárias do apóstolo Paulo
O trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos. Esse trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais de sua época. Isso fazia parte de seu planejamento missionário. Quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o núcleo de uma nova comunidade local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais. A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser resumida da seguinte forma:
1. Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas regiões circunvizinhas.
2. Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios.
3. Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação.
4. Ele percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava tais particularidades em sua mensagem evangélica.
5. Ele mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de sua confiança.
6. Ele estava atento as desigualdades presentes na sociedade de sua época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus. Além disso, ele solicitava que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres.
Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.
Primeira viagem missionária
A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:1-14:28). Não se sabe exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios.
Basicamente a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos missionários principais. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, o apóstolo Paulo assumiu a liderança da missão.
Segunda viagem missionária
A segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por todas as cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). No entanto, ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem missionária, Paulo e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou consigo Silas, também chamado de Silvano.
A data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa segunda viagem cobriu um território bem maior do que a primeira, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto.
O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em outra ocasião (Atos 18:20,21).
Terceira viagem missionária
A terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:23-21:16. Essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3).
É provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia tenha sido fundada durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita à cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveu 1 Coríntios.
Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo Paulo passou pela terceira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade, provavelmente ele escreveu a Epístola aos Romanos (cf. Romanos 15:22-25).
O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o apóstolo Paulo.
O debate do apóstolo Paulo com Pedro
Em um determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões a respeito da Lei e dos costumes judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus insistiam que os gentios deveriam observar a Lei Mosaica. Eles queriamque os crentes gentios se enquadrassem nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão. Para eles, só assim poderia haver igualdade na comunidade cristã.
O apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira natureza do Evangelho da graça. Por isso ele se posicionou claramente contra essa situação. Diante dessas circunstâncias, o apóstolo Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14). Pedro havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a escrever uma epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com grande ênfase o tema da salvação pela graça mediante a fé.
Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.
Prisões e morte do apóstolo Paulo
Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o apóstolo Paulo sofreu. Essa discussão de dá, principalmente pelo fato de o livro de Atos não descrever toda a história do apóstolo Paulo. Além disso, provavelmente o apóstolo Paulo foi preso algumas vezes por um período muito curto de tempo, como por exemplo, em Filipos (Atos 16:23).
Ao falar sobre suas próprias prisões, o apóstolo Paulo escreve o seguinte:
São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. (2 Coríntios 11:23)
Considerando apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabe-se que ele foi preso em Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido para Cesareia. Nessa cidade Felix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo na prisão por dois anos (Atos 23-26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus, para que por eles ele fosse julgado.
Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável a sua pessoa, então na qualidade de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de um discurso perante o rei Agripa e Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível tempestade, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta.
Finalmente o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele passou dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para ensinar sobre o Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a história descrita no livro de Atos dos Apóstolos. O restante da vida de Paulo precisa ser contado utilizando-se os registros de outras fontes.
Por isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento sobre a biografia do apóstolo Paulo, parte das Epístolas Pastorais. Essas epístolas parecem sugerir que o apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma relatada em Atos por volta de 63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto, ele teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até a Espanha.
O martírio em Roma
Depois, novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Dessa última vez ele acabou executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). Tudo isso indica que as Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente (cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do apóstolo Paulo a Espanha.
A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que mais defina a biografia do apóstolo Paulo seja exatamente esse:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Timóteo 4:7,8) 
Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo
· Romanos
· I Coríntios
· II Coríntios
· Gálatas
· Efésios
· Filipenses
· Colossenses
· I Tessalonicenses
· II Tessalonicenses
· I Timóteo
· II Timóteo
· Tito
· Filémon
Quem foram os 12 apóstolos de Jesus?
A Bíblia responde á pergunta sobre quem foram os 12 apóstolos de Jesus em três passagens diferentes: Mateus 10:2-4, Marcos 3:16-19 e Lucas 6:13-16. Utilizando como base o texto do Evangelho de Mateus, temos os seguintes nomes:
1. Simão, chamado Pedro (o apóstolo Pedro).
2. André (irmão de Pedro).
3. Tiago, filho de Zebedeu.
4. João, irmão de Tiago (o apóstolo João).
5. Filipe (não confundir com o Filipe evangelista citado no livro de Atos).
6. Bartolomeu (também chamado de Natanael).
7. Tomé (também chamado de Dídimo).
8. Mateus, o publicano (também chamado de Levi).
9. Tiago, filho de Alfeu.
10. Judas, também chamado Lebeu (ou Judas Tadeu).
11. Simão, o zelote.
12. Judas Iscariotes (aquele que traiu Jesus).
Comparando os três textos presentes nos Evangelhos, podemos notar que existem pequenas diferenças nos nomes listados. Por exemplo: Tadeu também é chamado de Judas, filho de Tiago ou Lebel. Outro exemplo é o nome de Simão, o zelote, que também é chamado de Simão, o cananeu.
A Bíblia também descreve que Jesus tinha outros discípulos (Lucas 10; 19:7), porém os 12 apóstolos foram chamados de uma forma especial para serem os companheiros mais próximos de Jesus durante seu ministério. Eles também foram designados para liderar a missão de anunciar o Evangelho de Cristo, exercendo o apostolado na estruturação da Igreja Cristã. Claro, nesse ponto a exceção foi Judas Iscariotes.
Quem substituiu Judas Iscariotes no grupo dos 12 apóstolos?
Também vale dizer que após Judas Iscariotes trair Jesus, mais tarde os apóstolos se reuniram, oraram a Deus e escolheram Matias para fazer parte do grupo dos Doze. Essa reunião foi registrada por Lucas no primeiro capítulo do livro de Atos dos Apóstolos.
Alguns intérpretes da Bíblia acreditam que o apóstolo Paulo, por escolha de Deus, tenha sido quem realmente substituiu Judas Iscariotes. Nesse caso, Paulo então passaria a pertencer ao seleto grupo dos 12 apóstolos de Jesus, e invalidaria a escolha do apóstolo Matias.
A verdade sobre isso é que não existe qualquer referência bíblica que sustente essa posição. O que existe na Bíblia é a confirmação do apostolado de Paulo, mas não a invalidez do apostolado de Matias. Definitivamente Paulo não tomou o lugar de Matias (Romanos 1:1; 1 Coríntios 1:1; 9:1; 15:8; Gálatas 2:7).
Quem eram os fariseus, os saduceus, os essênios e os zelotes?
Quem eram esses grupos que surgiram na população judaica?
1. FARISEUS 
2. SADUCEUS
Os Saduceus quem eram?
A origem deste movimento esta ligada a nobreza leiga e sacerdotal. Eles pertenciam na época de Jesus as camadas sociais dos anciãos do Sinédrio e aos chefes dos Sacerdotes ligados ao Templo de Jerusalém.
Tinham características de serem conservadores. Na época de Jesus eram colaboradores com o Império Romano, para permanecerem em seus cargos e aceitavam a política da convivência imposta pelos conquistadores romanos.
Os Saduceus e suas atitudes políticas.
Conseguiram manipular o povo e exerce autoridade sobre ele. Eram arrogantes em suas atitudes e durões com os pequenos. Usavam uma política de conciliação, desde que não prejudicasse e mudasse suas vidas.
A ideologia dos Saduceus.
Teologicamente, aceitavam somente a Torá, escrita desprezando a lei oral. Negavam a ressurreição da carne enfrentando a Jesus (Mateus 22,23-33), nem acreditavam em anjos e espíritos (Atos dos Apóstolos 23,8). Tiveram um papel importante na condenação de Jesus (Mateus 26,57-66). Depois da destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C desapareceram do cenário.
Saduceu. Esse era o nome do agrupamento político, econômico e social da Palestina- na definição do historiadorromano Flávio Josefo no ano 30 d.C, quando um homem considerado “sem eira, nem beira” apareceu contradizendo tudo o que se praticava na época pelos poderosos.
Foram exatamente os integrantes do partido dos saduceus os responsáveis diretos pelas acusações, prisão, tortura, condenação e assassinato de Jesus, o filho de Maria e José, o carpinteiro de Nazaré, um povoado pequeno e pobre localizado na região da Galiléia.
Para assassinar Jesus, houve uma espécie de acórdão político proposto por Caifás, o sumo sacerdote e chefe do Sinédrio (o Supremo Tribunal da época), ao governo local, que estava sob o comando de Pôncio Pilatos e de Herodes Antipas, o rei dos judeus.
Na época, o Grande Sinédrio de Jerusalém era um tribunal formado por 71 homens ricos e considerados sábios, que interpretavam e aplicavam a lei. O sumo sacerdote ocupava um cargo de confiança no governo romano. Devia obediência e fidelidade a Roma, mesmo sendo ele um judeu.
Naquele tempo, a Palestina vivia intenso período de efervescência política e religiosa. Além dos saduceus, existiam outros grupos religiosos que atuavam politicamente.
Eles não se opuseram à condenação de Jesus. Assim como os saduceus, fariseus, herodianos, sicários e escribas não viam Jesus com bons olhos, como pode ser observado nos evangelhos e em outros livros considerados não sagrados (apócrifos). Na língua hebraica falada no primeiro século, o nome de Jesus aparece como Ieshuá Ben Yosef. Significa Jesus filho de José.
Crime para abafar movimento
Mas qual foi o motivo para a cruel eliminação de Jesus? Para os agentes políticos que detinham o poder econômico, Jesus representava um perigo e seu movimento, que tinha mensagem de amor e paz, precisava ser abafado.
Jesus poderia, no entendimento deles, se tornar o rei dos Judeus. Afinal de contas, ele pertencia à linhagem familiar do rei Davi.
Poderia, inclusive, mudar o contexto político, religioso e social da época, estruturado em torno de Roma, a Capital do Império, do Templo de Jerusalém, e da Fortaleza Antônia, que abrigava o Palácio do rei Herodes, e o Pretório, a residência do governador (ou prefeito) Pôncio Pilatos.
Teólogos, historiadores, padres, pastores e religiosos mais dedicados ao estudo das escrituras sagradas sabem que Jesus de Nazaré foi assassinado por motivações político-partidárias e religiosas.
Jesus foi apenas mais uma vítima do governo romano, que tentou abafar um movimento supostamente subversivo. No entanto, a morte só fortaleceu o movimento que resultou na maior religião da Terra, o cristianismo.
A verdade é que lideranças de grupos políticos e religiosos convergentes foram responsáveis pelo assassinato do filho do carpinteiro de Nazaré, cuja proposta contradizia governo e oposição, na época do imperador Tibério.
Esta reportagem não leva em consideração o poder divino de Jesus. Mas apenas o homem de Nazaré, que desafiou a autoridade do sumo sacerdote Caifás e do governo romano numa época de tensa agitação política.
O Correio ouviu o teólogo e historiador Vanderlan Paulo de Oliveira Pereira, o frade franciscano Antônio Ribeiro, conhecido como Frei Anastácio, e o professor do curso de Ciências da Religião da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Severino Celestino da Silva.
Templo é do ano 950 a.C
O Templo de Jerusalém foi construído pelo rei Salomão 950 anos antes de Jesus nascer. Foi destruído pelos babilônicos no ano 587 a.C e começou a ser reconstruído no ano 530 a.C. O auge da reconstrução, segundo o teólogo Vanderlan Paulo, se deu nos anos 40, no governo de Herodes Magno, que deixou a obra pronta.
O templo de Herodes tinha duas grandes esculturas do imperador Júlio César e da deusa Roma. As duas imagens tiveram o consentimento dos sacerdotes, o que contrariava a lei de Moisés que proibia a idolatria. Mesmo assim, eles acusaram Jesus de descumprir e legislação vigente.
Vanderlan Paulo disse que o templo foi pensado, inicialmente, como um grande centro comercial, que reservava lugar para orações. Era uma espécie de shopping da época. O Templo tinha várias divisões. No sentido de dentro para fora, existia o Santo dos Santos, o lugar mais puro e sagrado do Templo, da cidade de Jerusalém e de toda a Palestina.
Lá, somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano. Portanto, ele seria a pessoa mais pura. Depois do Santo dos Santos, havia o átrio dos sacerdotes, onde era permitida somente a presença deles e dos homens influentes. “Mais para fora do Templo, havia um lugar reservado às mulheres. Elas não podiam adentrar ao local reservado aos homens e, muito menos, ao Santo dos Santos. Eram consideradas impuras por supostamente serem inferiores aos homens e por causa da menstruação, que era símbolo de sujeira e impureza”, disse o teólogo Vanderlan Paulo.
Sinédrio aplicava as leis
O sumo sacerdote Caifás, responsável direto pela morte de Jesus, foi nomeado pelos romanos para o cargo de administrador do Templo de Jerusalém, que foi reconstruído por Herodes “O Grande”. Por isso, chamavam de “O templo de Herodes”. Ele foi considerado o “novo Salomão”.
Caifás, como sumo sacerdote, comandava o Sinédrio na época de Jesus. Ele pertencia ao grupo político dos Saduceus. O Sinédrio era a Suprema Corte que interpretava e aplicava as leis judaicas. Também exercia funções políticas e legislativas.
Partidos existentes antes e depois do nascimento de Jesus
Macabeus
Formavam grupo com integrantes do exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes da Terra de Israel. Criaram a dinastia dos hasmoneus e governaram entre 164 e 37 a.C.
Assideus
Seita político-religiosa que existiu muito tempo antes de Jesus, provavelmente no ano 180 a.C.
Fariseus
Surgiram a partir da desintegração dos assideus. Acreditavam na vinda do Messias, na ressurreição dos mortos, no juízo final e nos anjos. O Messias, segundo eles, poderia vir mais rápido à medida que seus seguidores pagassem o dízimo para manter as sinagogas e vivessem de acordo com a Torá, a Lei de Moisés, formada pelos cinco primeiros livros do Antigo Testamento.
Herodianos
Grupo político de apoio ao governo de Herodes Antipas, filho de Herodes “O Grande”, responsável pela matança dos inocentes quando ouviu falar que o rei dos judeus havia nascido na Galiléia. Foi Herodes, O Grande, quem cometeu o primeiro atentado contra Jesus. Antipas foi o mandante da morte de João Batista, filho de Zacarias e Isabel e primo de Jesus. Como governante da Judéia, Antipas era chamado “Rei dos Judeus”.
Sicários
Tinham ideais revolucionários. Portavam adagas (espécies de punhais). O pensamento deles era no sentido de atacar romanos que massacravam o povo.
Saduceus
O nome vem de Sadoc. Significa sacerdotes de Sadoc, um dos primeiros sacerdotes do rei Davi. Os saduceus eram aliados do governo romano. Defendiam os interesses do imperador Tibério, do governador Pôncio Pilatos e do rei Herodes Antipas. Foram eles os principais responsáveis pelo assassinato de Jesus. O partido dos Saduceus indicava o sumo sacerdote e, consequentemente, presidente do Sinédrio.
Escribas
Tinham o mesmo perfil dos fariseus. Eram honestos, que se aprofundavam no estudo e no ensinamento da Torá. Se davam bem com os saduceus e com os essênios, eram bem sucedidos financeiramente e exerciam influência perante o povo.
Semelhança entre Roma e o Brasil
Opressão. Imperador nomeou governantes da palestina; Portugal criou capitanias e as entrego a apadrinhados
A política no tempo de Jesus Cristo, na concepção da palavra, girava em torno do Império Romano, independente de quem fosse o imperador.
O professor do curso de Ciências das Religiões, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Severino Celestino da Silva, disse que o governo de Roma dominava e oprimia em todos os recantos do território do Império, com homens de confiança nomeados para os governos locais.
Era como o Brasil sob o domínio português. Durante mais de 300 anos, o rei de Portugal nomeou os governadores-gerais do Brasil, dividiu o território em Capitanias Hereditárias e as entregou a pessoas de confiança,que dominavam e reprimiam qualquer tentativa de levante popular contra a Coroa Portuguesa.
O elo direto entre o imperador romano e a Palestina era o sumo sacerdote, que comandava o Templo de Jerusalém. No Templo, se praticava culto a Javé, o Deus dos hebreus, ao mesmo tempo em que a corrupção corria solta.
A perseguição a Jesus começou logo que ele nasceu. Herodes, "O Grande", era o rei da Judéia. Quando soube que um menino poderia ameaçar politicamente o seu reino, no futuro, não pensou duas vezes. Mandou matar todos os meninos com até dois anos.
Achava ele que tinha matado o filho do carpinteiro, que ainda mamava nos seios abençoados da Virgem Maria. Herodes, "O Grande", morreu e foi substituído por Herodes Antipas, seu filho, tão perverso quanto ele. Antipas mandou matar João Batista para satisfazer seus desejos sexuais com a filha de uma cunhada sua.
Obediência
Na época de Jesus, o sumo sacerdote era Caifás. Nomeado para o posto diretamente pelo imperador, ele atendia as determinações do chefe.
Ditadores sanguinários
Os imperadores romanos eram ditadores sanguinários. O Brasil e a América Latina sabem bem o que é isso. Em mais de 500 anos de história, quase todos os países de línguas espanhola e portuguesa tiveram ditadores como os romanos.
Enquanto Vanderlan Paulo classifica os saduceus, fariseus, escribas, herodianos e sicários como integrantes de agrupamentos políticos, partidários e religiosos, Severino Celestino diz que eles apenas integravam seitas religiosas, como acontece hoje, no Brasil, onde existe uma Igreja organizada e forte, algumas que surgiram a partir dela, mas que se firmaram como organizações também fortes, e outras centenas que não passam de seitas sem qualquer influência direta na maioria da população.
Segundo Celestino, Jesus tinha o pensamento dos essênios. Defendia a pureza da Torá. Segundo ele, na concepção romana, o assassinato de Jesus foi, realmente, político. Ele explica:
O fato de Jesus ter entrado na cidade de Jerusalém com uma multidão gritando o seu nome e dizendo "hosana, hosana", que significa “nos salva, nos salva” foi visto como uma ameaça para o governo de Roma.
Pela popularidade e pregações de paz feitas por Jesus, o povo viu nele um redentor, uma pessoa que podia tirar a população do julgo romano naquele momento turbulento, o que só poderia acontecer por meios políticos e violentos.
Mas essa não era a ideia de Jesus, embora os evangelhos o apresentem como uma pessoa corajosa, que não se intimidava com ameaças, que contrariava o governo, a oposição e a própria legislação vigente, interpretada ao pé da letra pelos chamados doutores da lei.
O povo se identificou com ele, que, mesmo sendo pacífico, teve momentos de fúria, ao ponto de ter entrado no Templo e revirado tudo, chamando a todos de ladrões e salteadores. O episódio demonstrou que Jesus não compactuava com a corrupção praticada no Templo, em nome de Deus.
Desentendimentos com sacerdotes
Antes de entrar em Jerusalém, saudado como o salvador, Jesus tinha se desentendido várias vezes com os sacerdotes, mesmo sugerindo que se desse a Roma o que era de Roma, em alusão ao pagamento de impostos.
Ao mesmo tempo em que Jesus desafiava as autoridades judaicas, representava um perigo para o governo do imperador Tibério, do governador Pôncio Pilatos e do rei Herodes Antipas.
Hoje. O Brasil tem inúmeros exemplos de assassinatos de pessoas que, como Jesus, representavam ameaças para determinados governos, grupos políticos ou econômicos, políticos locais e coronéis, principalmente no Nordeste.
Na Paraíba, basta lembrar os desaparecimentos dos camponeses Nego Fuba e Pedro Fazendeiro, em João Pessoa, no ano 1964; os assassinatos do também camponês João Pedro Teixeira, em 1962; e da camponesa Margarida Maria Alves, em 1983, respectivamente em Sapé e Alagoa Grande, entre tantos outros, apenas nos últimos 55 anos.
No Brasil, assim como aconteceu em Roma, são incontáveis os casos semelhantes de tortura, assassinatos, prisões injustas e desaparecimentos desde que os colonizadores portugueses colocaram os pés na Terra de Santa Cruz, uma alusão à cruz do Calvário.
Talvez o que mais aproxima o Brasil de Roma antiga seja o extermínio dos índios e o tráfico de negros (comprados na África) para serem escravos de portugueses brasileiros brancos, uma chaga que ficará para sempre na história da humanidade.
Jesus abominava a corrupção e não aceitava que o povo continuasse oprimido pelo governo romano, com apoio dos líderes políticos e religiosos de seu País.
Manifestação em Jerusalém
O fato de Jesus ter entrado em Jerusalém, montado em um jumento, foi visto como uma ameaça para Roma. Pôncio Pilatos (governador da Judéia), segundo o professor Severino Celestino, pensou que Jesus fosse um revolucionário que estava ameaçando o poderio romano. "Até porque ele tinha formado um grupo de seguidores que se assemelhava a um grupo político. Além do mais, Jesus foi ovacionado pelo povo que pedia que o salvasse. Isso tudo chamou muito a atenção do governo”, declarou Celestino.
Foi naquela semana, após a entrada em Jerusalém, que Jesus foi preso, torturado, julgado às pressas, condenado e assassinado numa cruz.
Tudo isso aconteceu entre uma quarta-feira e uma sexta-feira. O fato de Pilatos ter lavado as mãos foi um sinal de posicionamento político em relação a Jesus. Foi uma omissão. "Se ele quisesse, não teria mandado executar a pena”, disse Celestino.
Como foi a trama contra Jesus
Primeiro, Jesus foi traído por um dos seus amigos e seguidores: Judas Iscariotes. Corrupto, Iscariotes recebeu propina (palavra muito em voga hoje no Brasil por causa do escândalo da Petrobras) para entregar Jesus aos seus algozes. Quem prendeu Jesus foram soldados romanos comandados pessoalmente por Caifás, o "homem de Deus" no Templo.
Sobre Jesus recaíam acusações diversas. Era acusado de blasfemar, de insuflar a população, de descumprir leis judaicas, de ser contra Roma. Por isso, Caifás, que era subserviente ao governo romano, o enviou para ser julgado por Pilatos, no Palácio de Herodes. Mas as acusações, no entendimento de Pilatos, não tinham consistência.
No entanto, o sumo sacerdote e os outros sacerdotes começaram a insuflar a população contra Jesus e a exigir uma posição de Pilatos, que ainda deu a oportunidade das pessoas escolherem entre o filho de Maria (um sangue inocente, nas palavras de Pilatos na Bíblia) e um homicida chamado Barrabás (o nome dele em hebraico é Ieshuá Bar Abba, que significa Jesus filho do pai). Quem matou Jesus foi o governo romano, mas ele foi entregue por judeus da alta cúpula dos Saduceus, conforme Celestino.
Convivência entre fariseus e cristãos
Entre os anos 50 a.C e 100 d.C, a população da Palestina vivenciou intensa agitação política e religiosa. Queria se livrar do julgo romano e esperava a vinda do Messias. Achavam que o ele viria para salvá-lo de tanta opressão. Na época, política e religião estavam atreladas, como estiveram na Europa da Idade Média e no Brasil do pós-descobrimento.
Os anos 70 d.C foram decisivos na elaboração dos evangelhos que estão hoje na Bíblia. No mesmo período em que os textos eram escritos, o Templo voltou a ser destruído.
A perseguição aos palestinos se intensificou. Os cristãos não escaparam. Muitos foram aprisionados, torturados e assassinados, como havia acontecido com Jesus.
Foi quando o imperador Nero mandou atear fogo em Roma e colocou a culpa nos cristãos. Com a destruição do Templo, as sinagogas se fortaleceram, bem como o movimento farisaico.
Os fariseus frequentavam o Templo, mas preferiam as sinagogas. Entre os anos 70 e os anos 90 d.C, eles e os cristãos conviveram pacificamente, dividindo os mesmos espaços nas sinagogas. Tinham tudo em comum: acreditavam na ressurreição, se aprofundavam nos ensinamentos da Torá (os cinco livros do antigo testamento, também chamados de Pentateuco) e tinham certeza da chegada do reino de Deus.
Por que se separaram?
Porque os cristãos não aceitaram participar das guerras judaicas contra os romanos quejá não suportavam mais tanta dominação e se rebelaram. No ano 90 d.C, o Concílio Judaico de Jâmnia decidiu amaldiçoar os hereges e expulsar os cristãos das sinagogas.
Cada grupo foi para um lado. Conta o teólogo Vanderlan Paulo que “os autores dos evangelhos escreveram nos textos (que hoje servem de base para a fé cristã) os sentimentos da iniciante comunidade cristã em relação aos judeus e atribuíram as palavras a Jesus, que tinha morrido 40 a 50 anos antes. É por isso que os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas apresentam palavras idênticas atribuídas a Jesus em relação aos fariseus.
Mateus 23:13
“Ai de vós, doutores da Lei e fariseus, hipócritas! Vocês fecham o reino dos céus para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar aqueles que desejam. Ai de vós doutores da lei e fariseus hipócritas. Vocês exploram as viúvas e roubam suas casas e para disfarçar, fazem longas orações. Por isso, vocês vão receber uma condenação mais severa”.
Marcos 12:40
“Tenham cuidado com os doutores da lei. Eles fazem questão da andar com roupas compridas e gostam de ser cumprimentados nas praças públicas. Gostam dos primeiros lugares nas sinagogas e dos pontos de honra nos banquetes. No entanto, exploram as viúvas e roubam suas casas e para disfarçar, fazem longas orações. Sem dúvida, estes homens sofrerão condenação mais severa!”
Lucas 20:47.
“Tenham cuidado com os doutores da lei. Eles fazem questão de andar com roupas compridas e gostam de ser cumprimentados nas praças públicas. Gostam dos primeiros lugares nas sinagogas e dos pontos de honra nos banquetes. No entanto, exploram as viúvas e roubam suas casas e para disfarçar, fazem longas orações. Sem dúvida, estes homens sofrerão condenação mais severa!”
Frei Anastácio: Jesus desbancava os adversários um a um
Frei Anastácio concorda com Vanderlan Paulo em relação à atuação política dos fariseus, herodianos, sicários, saduceus e escribas e na participação de pessoas ligadas a esses grupos nas acusações, prisão, condenação e morte de Jesus. Segundo o sacerdote, “a morte de Jesus foi um assassinato político”.
“Ele foi levado de um lado para outro e Pilatos lavou as mãos porque viu que ele não tinha culpa”, disse Frei Anastácio. Segundo ele, Jesus representava um perigo para Roma e para os mandatários do Templo.
“Jesus tinha um projeto de igualdade e união. A mensagem dele objetivava acabar com a hipocrisia e ele sempre se deparou com os inimigos políticos do seu projeto, a exemplo dos escribas e fariseus, que queriam pegá-lo em contradição”, declarou.
BIBLIOGRAFIA
https://correiodaparaiba.com.br/geral/saduceus-comandados-pelo-sumo-sacerdote-mataram-jesus-na-cruz/
SADUCEUS COMANDADOS PELO SUMO SACERDOTE MATARAM JESUS NA CRUZ
Adelson Barbosa dos Santos / 27 de março de 2016
Étienne NODET, Essai sur les origines du Judaïsme: de Josué aux Pharisiens. Editions du Cerf, Paris 1992; Anthony J. 
SALDARINI, Pharisees, scribes and Sadducees in Palestinian society: a sociological approach. William B. Eerdmans, Cambridge 2001; Francisco VARO, Rabí Jesús de Nazaret (B.A.C., Madrid, 2005) 91-97.

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