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Estratégia de Saúde da Família Família = unidade social básica e universal. “Conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência que residem na mesma unidade domiciliar. Inclui empregados domésticos que residem no domicílio, pensionistas e agregados”. Séc XVIII ao XX: relação baseada em papéis, o homem era o chefe da família = provedor. A mulher era a chefe da casa = cuidadora. Tendências familiares atuais Tamanho menor, menor estáveis, tempo de convivência diminuído e mudanças nos papéis parentais. “Indivíduos ligados por fortes vínculos emocionais, com o sentido de posse e inclinação a participar das vidas uns dos outros”. Família = mosaico 1. Nucleares: casal casado com seus filhos biológicos – moram juntos. 2. Extensas: membros que moram longe ou em outro país – avós, tios, primos. 3. Adotivas: adoção. 4. Casais sem filhos 5. Monoparentais chefiados por pai ou mãe: pai ou mãe solteiros. 6. Casais homossexuais com ou sem criança 7. Reconstituídas: 2° ou 3° relacionamento 8. Por associação: membros de fora da família. Teoria Geral dos Sistemas Um sistema pode ser definido como um complexo de elementos de interação mútua. “A família pode ser considerada um sistema aberto, devido aos movimentos de seus membros em uma interação uns com os outros e com sistemas extrafamiliares (meio ambiente e comunidade)”. Um Sistema é mais que a soma entre as partes – “Móbile” Observando-se um móbile: ele é composto de várias peças que se movem, umas mais do que outras. Colocando-se a mão em uma peça, imediatamente influenciamos os movimentos de todas as outras, e após algum tempo, o móbile retorna seu movimento balanceado, mas não necessariamente na mesma direção de antes de ser tocado. Feed-back: a família, segundo o modelo sistêmico, pode ser encarada como um circuito, dado que cada pessoa é afetado pelo comportamento de cada uma das outras pessoas. Pode-se dizer que a família corresponde a um todo complexo e integrado, dentro do qual os membros são interdependentes e exercem influências recíprocas uns nos outros = retroalimentação. Visão Sistêmica de Famílias Sistema familiar: Suprassistema: família como um todo, dentro de uma região e cultura. Subsistemas familiares: unidades menores dentro do sistema. O indivíduo pertence a diferentes susbsistemas e em cada um tem diferentes funções e níveis de poder. Cada subsistema tem funções específicas e faz exigências particulares a seus membros. 1. Conjugal: casal – tem tarefas ou funções específicas e vitais para o funcionamento familiar. 2. Parental: paternidade ou maternidade – tarefas de criação e socialização dos filhos. 3. Fraterno: irmandade – aprendem a negociar, cooperar e competir. Contexto de Proteção Familiar Amparo, acolhimento, identificação social, socialização, flexibilidade, papéis sociais definidos, expressão do afeto positivo e subsistência. Contexto de Risco Familiar Abandono, rigidez, desorganização familiar, abuso e violência, dificuldades financeiras. Definindo Ciclo Vital Familiar Mudanças nos diversos papéis familiares e nas regras internas. “É um conjunto de etapas ou fases definidas sob alguns critérios pelos quais as famílias passam, desde o início da sua constituição em uma geração até a morte do ou dos indivíduos que a iniciaram”. 1. Fase de aquisição: permeia-se por um processo de construção – unindo-se, construindo a vida a dois e vivendo a paternidade. 2. Fase adolescente: aumentar a flexibilidade dos limites da família – conflito e questionamento, ambivalência comportamental e rigidez ou permissividade. 3. Fase madura: aceitar múltiplas saídas e entradas no sistema familiar – saída de casa e/ou casamento dos filhos, inclusão da terceira geração e parentes por afinidades, ressignificação da relação conjugal. 4. Fase última: aceitar a mudança de papéis das gerações, chega à quarta geração – perda de amigos e viuvez, aproximação da finitude pessoal como fechamento de um ciclo, abandono ou proteção do idoso. Ciclo Vital: conceito integrador das fases ou das etapas dos indivíduos que constituem uma família. Evidencia a trama relacional dos mesmo através do tempo, conectando as distintas gerações que as compõe. Instrumentos de Avaliação e Intervenção Familiar Utilizados para desenvolver ações em saúde sob perspectiva da família, meio eficiente de conhecer as famílias no seu modo de viver e experiências do processo saúde/doença. Modelo Calgary 1. Estrutural: interna, externa e contexto. 2. Desenvolvimento: estágios do ciclo vital e tarefas de desenvolvimento e vínculos. 3. Funcional: instrumental e expressiva. Estrutural: Interna: genograma Externa: ecomapa Contexto: visita domiciliar e entrevista. Desenvolvimento: transformação progressiva da história familiar durante as fases do ciclo de vida. Funcional: Instrumental: atividades da vida cotidiana. Expressivo: estilos de comunicação, solução de problemas, papéis, crenças, regras e alianças. Categorias de Intervenção Cognitivo: novas ideias, informações e opiniões. Afetivo: valorizando as tentativas da família de solucionar seus problemas. Comportamental: novas formas de interação e comportamentos intrafamiliares. Instrumentos de Avaliação Familiar Genograma Ecomapa Genograma: instrumento gráfico, de coleta, armazenamento e processamento de informações de estrutura e funcionamento de uma família. Permite um grande número de dados sobre a família, incluindo seu passado hereditário e o risco que oferece aos membros atuais. Elaborar na UBS ou na visita domiciliar com agendamento. Profissional de nível superior. Revisão periódica familiar. Arquivado no prontuário familiar. Abrande 3 gerações. Símbolos de identificação padronizado. Ecomapa: complemento do genograma, diagrama das relações entre a família e a comunidade, instrumento que avalia os apoios e os suportes disponíveis e sua utilização pela família = rede social. A família em avaliação deve ser isolada com um círculo. Legendas indicam os vínculos positivos e negativos. ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA Atenção Básica / Atenção Primária em Saúde Conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Práticas de cuidado e gestão participativas, sob forma de trabalho em equipe dirigidas a população de territórios delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas. Fundamentos e Diretrizes da Atenção Primária Acesso universal e contínuo: porta de entrada preferencial da rede de atenção. Acolhimento e vínculo. Integração de ações programáticas e demanda espontânea. Longitudinalidade do cuidado. Processo de trabalho centrado em procedimentos profissionais deslocando-se para um processo centrado no usuário. Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e sua capacidade na construção de cuidado à saúde. Estratégia Saúde da Família Definida pelo Ministério da Saúde como a estratégia preferencial para a organização e fortalecimento da APS no país. Considera as pessoas como um todo, levando em conta suas condições de trabalho, de moradia, duas relações com a família e a comunidade. Equipe ESF Deve ser multi e interdisciplinar. Reunir-se semanalmente ou quinzenalmente = planejamento conjunto. Médico clínico geral Enfermeiro Auxiliar ou técnico de enfermagem Agentes comunitários de saúde O ideal é atender 3 mil pessoas e no máximo 4 mil pessoas por equipe. Cada agente comunitário pode atender no máximo 750 pessoas. Na equipe de saúde bucal são presentes cirurgião dentista, auxiliar de saúde bucal e/ou técnico em saúdebucal. Outros Profissionais da ESF A partir de 2008: NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família permitindo os seguintes profissionais: Arte educador, assistente social, profissional/professor de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional, sanitarista e médicos: acupunturista, ginecologista e/ou obstetra, homeopata, pediatra, psiquiatra, geriatra, internista (clínica médica), do trabalho e veterinário. Atribuições Específicas do Enfermeiro da ESF 1. Assistência integral aos indivíduos e às famílias em todas as fases do desenvolvimento humano. 2. Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações – protocolos. 3. Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos agentes comunitários. 4. Realizar atividades de educação permanente dos agentes comunitários, da equipe de enfermagem, ACD e THD. 5. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Visita Domiciliar “Conjunto de ações de saúde voltadas para o atendimento, tanto educativo quanto assistencial. Uma atividade com o intuito de subsidiar a intervenção no processo saúde-doença de indivíduos ou no planejamento de ações visando à promoção de saúde da coletividade”. A visita deve ser encarada de forma profissional e não social. É necessário estabelecer confiança entre os membros da equipe e da saúde e os da família. Devemos desenvolver habilidade de: Observação Entrevista Postura ética para a escuta da história ou relato oral. Facilidades Ação sigilosa e menor formal, maior liberdade para expor os mais variados problemas, propicia a corresponsabilidade do indivíduo ou da família com os cuidados em saúde. Dificuldades Método dispendioso = custo de pessoal, de locomoção e de preparo profissional. Gasto de tempo maior do profissional na realização da visita. Afazeres domésticos, horários incompatíveis, moradores/animais hostis podem impedir ou dificultar a realização da visita domiciliar. Etapas: Planejamento Execução Registro de dados Avaliação do processo Planejamento: elaborar impresso específico: 1. Motivo 2. Objetivo: realizar leitura prévia do prontuário e preencher os dados de identificação da família. Horário: deve ser discutido com a família. Execução: ordem da menor para a maior duração, uniforme e crachá, expressar-se com clareza. Evitar excessos: formalidade/intimidade. Realizar a observação sistematizada da dinâmica da família. Explicar o motivo das anotações e garantir sigilo. Registro de dados / avaliação: Relatório: informações colhidas, observações feitas e intervenções realizadas. Prontuário: compartilhar as informações e dar continuidade da assistência à família. Avalia: se os objetivos foram atingidos e se a família solucionou o problema. A visita domiciliar é atividade meio de todos os profissionais da ESF. A construção de vínculo com as famílias é gradual. Fundamental desprender-se dos estereótipos e analisar criticamente concepções, valores e atitudes. Política Nacional de Humanização Inovar práticas gerenciais e produção de cuidados. Atenção e cuidado integral, resolutivo e humanizado. Espaços de trabalho em local de realização profissional. Acolhimento Acolhimento com classificação de risco Clínica ampliada Equipe de referência e apoio matricial Projeto terapêutico singular Ambiência Visita aberta e direito a acompanhante Acolhimento – relações humanas e postura ética: deve ser praticado pelo conjunto dos profissionais e dos setores da instituição de saúde. Escuta qualificada e atenção ao grau de sofrimento físico e psíquico do usuário. Responsabilização pelo cuidado ao usuário. Acolhimento com classificação de risco: prioridade pela gravidade e não pela ordem de chegada. Melhor controle de fluxo de clientes. Redução do tempo de espera pelo atendimento. Melhor satisfação do usuário e de profissionais. Protocolo de Manchester O sistema de Manchester é utilizado nos hospitais de vários países da Europa (anos 90) e no Brasil há menos de dez anos. Idealizado para aplicação em serviços de urgência e emergência. Central de acolhimento: atende o usuário imediatamente, orienta sobre o serviço e esclarece dúvidas em geral. Consultório de Enfermagem: realiza a classificação de risco = avaliação da queixa principal.
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