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Principio da Dignidade da Pessoa Humana no Processo Penal

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Prévia do material em texto

JORGE MIRANDA 
M;\RCO ANTONIO MARQUES DA SILVA 
('11111tl~ ilil\'III I 
'T1~'f ADO Luso-lBRASlillEliRO 
]DlA D liGl\JliD AD 1E lHfU~lVIAl\TA 
------------------------~-~E-·· 
,\dl'\\"'r '"'~h·u 
A"''landnt o,,~,, 1\-dro (;n.'('O 
t\lt,1utth'\' n~,,,ll,tn Ctl\'llm 
.\~\l\Udl'\' ,ki.m l°hmun 
'''"' l\.lht-1 d,,. H. Clmmrho nm,r1,, 
.\na MariM (~. 1-lnqut'r Sc"rlenlnl 
Andl\'hl Sonn K.,1e,r, Gomes 
Antonio Chimllo Mm·la de Ollwlna 
Antunlo C'orr&l Mt',Ytr 
•\ntt\nlo l-'\-mh,1 C.h,do 
•\ntnnh, Rum ,hmlor 
•\nlonlo Rum Neto 
.\nlunlo ScaNtk.'t 1-r numd,-s 
.-\ult\l,IO SlhM lli11s 
Urmanto P. de 1 .. Rodrl)l11,•s Guerm 
CaN 1'trcsa Martin, Rmnar 
Cario., Alht-rto C. dr Almdd11 Olhcln, 
C'arlo'.'!1 l\du.-nto NIC1llrtli Cmnlllo 
O.rios l\hhiu di Slh1, \'ello.,'O 
C.rles Rrnalo dr An,,-do l<'rrn.-ln, 
(:'llroUrna ,\h-rs dl' Sour.a 1.1nm 
_ .. -.. ~,j,~_i!Íi.1do Bllnddm de l\Mlu 
. : Chffillamo JofRt S.nto.s 
·•.> t'NIMlll Crm Santt\., 
r ; Oaudio Jost UllJ\~hu 1\-ttlnt 
; .Ç __ r1...R!~~~ M_.~·on 
• _ , ) )"ahudll ~~•nnnlr.llto \'o.,hldu 
l>•nltl I.'°" Bh1lskl •· 
·,. 1-:.aUllrdo ,~. "'!S'Yrn1 Cnai Pinlo 
t.auardo Auiu'IIO M~ hn~rt Anhnw ... 
tlolsa tk- Sou.\11,Arntdll 
Enriq~ Rkanto tr,Hmdo\\skl 
aimtSto 'l'tlnahlÍÍf: :. _ 
Eu"Uo Juf Porto Olh elna 
1-'ábio R1mamill tki~;na 
1-\ihln lllhoa Codhn 
1-'1\tlmu Nnn,·y Amlrl~hl 
1-\•rnnmlo Cnp,•1. 
l•'llh 111 Piuu••,1111 
tnmd\l'O N\'/l'li 
(;utwrto Pu,so, d,• Frl'itns 
Gltnmr F,•rn•h-11 l\kuclcs 
lll•m·lttm! N,•hun Culunclrn 
llnmínlu .\lhl'rlo l\l11n111es Porto 
ln~ ... l,ohluhn Mntns 
htt'S Mu~lrn Snnlos 
h,·s Gnuclrn dn Slhn l\lnrtln-. 
Jmm•s ,\lhet·lo Sl11nu 
,lm1m•s d,• Cmnnr,-:o Pl1 nll'111l11 
,h1)·mc \Vuhm·r ele Frdtns 
Jui\o Grmullno Muclns 
,lnf")ll' l\llrmul11 
,lm,,t llmnliio P. t\lndmdo Co~1111 
Jo"'t ,k l•'urlu Co,111 
,lo,r lMmmlo d,• Souzn Plnwntl'I 
,lu,,,t Jum1uim Gmm·s C11n11lllh11 
J1M\ l.uho Moullnhn 
,lo"t Muni Guvliiu cll' Ahnl'icln 
Jo.-.é Mcnnlo i\ulinl 
l.ul1. .\lherlo lltl\ lcl .\rm~ju 
l.ul1. 1\nlnnlo IUnnllo Nmlt's 
l.níz l·hhlo Hor~c,; l>'lh-:,,o 
l.1111. Rudrigul's Wumhi,•r 
Mmmd Ak,•u Affunsu F,•1-rdru 
Mnnul'I Cnrlns l.01>es 1•urto 
l\lt11·,·l'lo Fi~ul'lrt.•do 
Mul'\·cln Gmnl's Soclrr 
M11rrn ,\uhmlo Mnn1m•., dn Sll\'U 
Mul"t'o Aurélio l\Mlo 
:\lurh1 IM,•1111 lli11i1 
l\ll~ud lkalc .hínlor 
Nl'l"111 Nu,11r 
Nd,1111 Nl'I")' Junior 
Nuno Pl'i,11111 cio ,\marul 
O:rn11lrl11 lknrh111c l>ut·k i\l11rc1m•,; 
l1utrlda Sllll'l'hi lll-11111 
Paulo ,\f1111\11 (~urrldo ck 1•1111111 
1•1111111 ,\lpoim 
Puulo llmufim 
P1111l11 ele Harrc" Cnrrnlhn 
Paulo d,• Sousn t\ll'lldl·s 
P:111111 I•: Snuln l\lalor Uori,:cs 
Paulo llnmlllon Si<iul'iru .Ir. 
11:mlo Okro 
Pedro l.11i1. lfü-nrdn Gai,:li11rcli 
Pl·clro 111111111 Tl.'i\l'iru Mnnu, 
Pclrn l\lonll'iro F,·rnandc., 
Mknrclo ,\hcs fünto 
l~k11rclo llu"nn Sn)'l'g 
l~ohcrlu Rodri~u,·s Camilo 
Mobl'rln ela Slhu Olhcirn 
Hoh,•rln F,•t-rcira da Silrn 
Rnh,•rto Nm,,inkis l\lal' Crnl'IH·n 
Roqm• ,\nlonio Cnrraua 
Sil,ia Piml'lltcl 
'forc,n Arruda ,\h'im W11mhicr 
\ 'alfria I>. Sl'urunn' l•: Coularl 
\'kenk G rcrn Filho 
\'iclul St•1-ra1111 Nunc, Junior 
\'lndlmir Halko 
\\'ngm•r H11lcrn 
\\'illi, S:mliai,:n c;ucrra Filho 
QUARTIER LATIN 
► 
Ü PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA 
HUMANA NO PROCESSO PENAL 
SUMÁRlO : 1. Introdução. 2. A dignidade da pessoa humana como valor constirucional. 3. Repressão criminal 
e a dignidade do acusado (limite à atu2ção x dever de eficicncia). 4. Conformação do processo aos prinópios 
constirucionais. 5. Dignidade da pessoa humana como o valor unificante dos prinópios processuais. 6. O aprimo-
ramento do processo penal segundo o princípio da dignidade da pessoa humana. 7. Conclusão. 
José Eduardo de Souza Pimentel m 
Promotor de justiça do Estado de São Paulo 
M estre em direito promsual penal pda PUO'SP 
Professor Uni't•ersitario 
-
h Ili ( ) t'~II I it'h 111 \ 1 llt ,1 m •'-111 l 1'\ 1'1 ',\I ,.._ 111 IMfll l'- 1 I• l l 1'1 M l '•'•11 l'I 11" 1 
1. 1 N UU lUll{.'ÁO 
N,i 111111111'111 ,1 1
,, tr,1.:1tlc\ li~ 1 ,>1 wt· IIHO 11 11 11wio j11 ddiP, dr q11e pri 11d pi1,11 l'o11,1 tit t1 ri,ll iai~ ¼ 1 ,o 11111 q11I', 1 IIIIHI Lll ', , 11111101 \IL\11 \ ll lllllll\'\l ll l"l l ll t:t l. 111
:
1
~ 1 () pi i,11 ipin il., dignid.ulr d., IH'~~n:i lu111u11111, molhido por divcn,au 1ultur;Lll 01.'.idc11t:li4, dcntr• , 
1 
' ' I I' ' C •I~ !jll'i° pn1111g1w·,11 l ' li h1wuk i1.1, ,., ,•,111111 Ili' w11i, "q11c q ~1111rm e, u'., ltl.c~n10 cmpo, 111111:'. :., pcna:rui;fü, l ri 111i11:il :.1~ ~ til n,·11r:1, d,· lrgit i11 111,·1\11 l ' li111i111, ilo, :11 m, r11t ,·n 1c11tc l'• ,111 rad11 (1r'.11H, d~vc1 n ,,e~ t1111~·,l 1ada11 no prritc'l~o pc,;,:t :t\ 
t ) i·:1111.l ,1 q11r t:I' i11ici11 h1111c:1 :1 ti11pcrn,·1\o du ti.11pos1a_:111t111t ,1111a pe~a .1dca l1 i n,·1l:1 de un, protCNH11 , d i,·icntr par;, 11 11 pli,·11,·1tn dn din:it,, 11111 tcri:d e , IIJ :I c1111 liµ, lll':1~·;\o prc11f'1J.<1e, ao m:\xin10, o prind pio ,. Pc.:u~I 
-.011, 1i 1111·ionnl c 111 1·:.111d11, 
l'nip,ir, 11111 11 11 lilhl' de inwstig:i,·ílo do a imc, nova dd iniç:lo doi; papéis do promotor de jllHtiça e d . . 
1. 1 . 1 . 1 . () JU11 dinnt r da Pnli,·ia J11diri :\ria, rn111 vista ao orl a cc1111en1 ~1 t atj ga~anr,ai. < ," . 1rnpu~a.do yuc decorrem d:. int:111).?.fwl di).?.11id11dr cb pcs~o:1 1111111111 111 sobre a 11u:il rcc:11 a suspeita da pra11c:1 dcl1 t1va. 1 
2. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO VALOR CONSTITUCIONAL 
/\ l'omtit11i,·ão é 11111 sistc111a rn111posto de rcgr:1s e princípios jurí<licos. 
As rq,er:1~, cstnhdcridas cm tcrmns prcrisos, conferem segmança à aplicação do Direito, m;u, nao Ri!o s11fü·icnrcs p:1rn :1 soh,~·:io de todos os conllitos de interesses de uma sociedade pluralista. Haveriam de ser prcvisr:1s :\ cx:111st:io para aharrar o conjunto dos problemas pot.sívà,. 
Os prind pios :do o pensamento diretor de um sistema normativo. Constituem-se cm orientações de r:1r:\ tcr µ,ern l, dns qunis se extrai a racionalidade íntima elas normas sistémicas. Formam a ba~e de uma Cn11stitui,·ão1 de 11111a lei n11 de uma instituição jurídica. 
Nn p11ssmlo, os prind pios eram considerados fontes subsidi:írias de interpretação. Atualmente, os prin-n pins foram pnsitivados, figuram cm lugares de destaque nas Constituições e são reconhecidos como 05 n1,1is elevados valores do consenso social. São o fundamento das Constituições e a chave de interpretação d:1s normas qlll: deles ,b:nrrcm. 
P:111\0 l3onavides, citando Riccardo Guastini , identifica seis significados atuais para o vocábulo "princí-pios'' ': (:1) s:10 normas (011 <lisposições equivalentes) com alto grau de generalidade; (b) são normas com alto µ,r:\ll de i11dctcnnina~·ão, sem a qual não seria possível aplicá-las aos casos concretos; (e) são normas de l':1dtn pro~ram:\rico; (d) são normas de hierarquia muito elevada; (e) são normas de função importante ou fündamcnt:1I no sistema político ou jurídico quando considerado como unidade; (n são normas dirigidas :1os or~1os incumbidos de dizer que normas são aplicáveis ao caso concreto. 
A 11orm;1tivid:1dc, como se constata, está presente cm todas as acepções e é considerada, atualmente, a ,·ac1l.'tcrística mais importante dos princípios. 
Rc~ras e princípios são normas, portanto, e, como tais, formadas por expressões de mandamento, per-missão e proibi1;:io. São, contudo, de diferentes espécies. Enquanto as regras valem ou não valem para dctcnninadas siruaçõcs f:íticas, conforme a enumeração das hipóteses e cláusulas de exceção, os princípios se rcbcion:1111 ao c iso concreto cm ra·tão dt seu valor. 
Disso decorre que não h:\ regra mais importante que outra. No conflito de regras, declaram-se nulas as que não se aplicam ao caso cm an(1lisc. Jà no campo dos princípios, uns prevalecem sobre outros cm função do valor preponderante, isto é, do peso que possut m. 
l~ de Oworkin :1 rnnstatação de que somente as regras apontam resultados. Os princípios incl inam-se para :1 dcl'isfo dl· forma não conclusiva e, se não prevalecem, continuam intactos2• 
I\ONA\. 11)1!, 1'.111111. (111111 d,• <1111•1111 rn11,11111rn111.,/ 10 t•< I. , it•v., ,1(11,il . L' ., mµ I. \ ,) o 1•,1111,l' M,,lheirm, 2000, 1'· 2lO-!l l IIONA\. lllí~. 1',11 110 l 11,111 ti,• i/11 ,•1111 ' !111111111111111.1/ 10 cd., fl'V., ,ll u,1I. t• ,11n p l. s.,11 l' ,1ulo· M,1lhc1ros, 2000, p. i~•l 
< 
6 
7 
a 
Josc EouARoo rn Souz..., P,MrNrfl - 6 39 
determinados estruturantes, que delineia ·d . . b
 . . 
. cípios, C ·th 3 . • • m a 
1 eia as1ca da ordem consti rucio nal. 
. pnn . d s por ano t1 o , o pnnc1p10 do E t d d 
dº • 
f-J:t Jos, ci ta O s ª 
0 e 1re1to, o princípio democd tico e o 
.. c;,xefl, p b]icano. 
~.10 . repu ºfi . . . 
. -íp10 e intens1 1cam os pnnap1os estrutu 
s- . . 
,r1fl l. etistem qu . r
antes. ao os valores, como a dignidade da pes-
f Qllrros ºb dade e a igualdade. Apresentam-se na 
e · • - . . 
n a h er . . onstttu
1çao para que outros preceitos const1ru-
h\lJl'lªº ' ' . }acionam se1a
m realizados O vai h 
• 
•0,1 quais se re ' . 
· or preenc e, complementa e esclarece o conteud
o 
' · aos C d t , . 1 -: onll1s, tin1cional. on uz o m erprete a so uçao do c
aso concreto. 
o trra cons . . , . . 
J.1 reE>· hierarquia norm~uva, os pnncipios, qurusque~ que sej
am, estão no topo. Afinal, são eles os valores 
r,fo ordem constituci_onal, fun~amentam ª 
4
orgaruzação do poder. E ntre si, os princípios são gradu
ados 
que, na com a djmensao valora tiva que contem e conform
e o prestígio que a jurisprudência lhes confere. 
acord0 . - b il · fi 
· · 
de C cin11çoes portuguesa. e ras eira incam no va
lor dignidade da pessoa humana o fundam ento 
As ons . -i F . 
. . . . 
. d suas ordens normativas · azem isso, tal como a
contece nas Const.1tu1ções italiana (a.rt. 3°), 
prirn~•r(~ .. r.\.1.), espanhola (art. 10.1), tcheca (preâmbulo) 
ou russa (art. 21), para situar o homem como 
.1 rna "-' o· · 5 ,ue o e o fim do ire1to . 
0 centr Estado liberal-democrático burguês, a proteção à ru
grudade da pessoa se voltava a garantir o indiví-
No tra O abuso e o arbítrio do poder público. No
 confronto com o Estado, o preceito assegurava ao 
duo con · · l d lib d d ( u r · 
· • · · 
. divíduo uma esfera ~nt~~ ve e er a e rvesentluhk
ett ) propna da condição humana. 
10 
A acepção d ássi~a iluminista deu lugar, no Estado Democrá
tico de Direito, a conceito mrus abrangente 
fu ional da dignidade da pessoa humana, que compreen
de a segurança da vida individual e social, a 
e nc_oJ·urídica a salvaguarda da identidade e da nature
za humana a limitação do poder do Estado e o 
roteça , . . . , 6 
' 
p · da integndade corporal do md1V1duo . respeito 
Como valor, entretanto, o conceito de "dignidade da pes
soa humana" não é preciso, nem definitivo. H á 
consenso acerca de um conteúdo mínimo, o de que a dign
idade da pessoa humana decorre da autodetermi-
na ão consciente e responsável da própria vida e da pret
ensão ao respeito por parte das demais pessoas. 
f Ja-se, ainda, que rureito personalíssimos, como o da in
timidade, honra, imagem , dentre outros, seria m 
conseqüência imediata desse instituto
7
• 
Modernamente, admite-se que o princípio da dignidade
 da pessoa humana também (e especi,tlmente) 
consiste numa "referência constitucional unificadora de t
odos os drreitos fundamentrus"
8, que os intensifi -
ca ao situar o homem como sujeito de direitos e não obje
to das relações de poder. O fundam ento repele o 
"predomínio de concepções transpessoalistas de Estado e
 Nação em detrimento da liberdade individual'"'. 
Sob esse viés, a evolução do conceito de dignidade da pe
ssoa humana coincide com a percepção de que 
direitos fundamentais não se apresentam, apenas, como l
imitadores do poder oficial. Para a doutrina m o-
derna, a Constituição tem eficácia imeruata frente aos po
deres públicos e meruata frente aos particularcs
10
• 
Como norma reguladora da convivência social, da qual e
manam direitos e obrigações, conseqüê ncia direta 
CANOTILHO, J. J. Gomes. Dire,co const11uoonal. s•. ed., 2•. rc imp.
, Co imbra · Coimbr;1, 1992, p. 186. 
Na Constituição lusilana, o artigo 1
11 - que inaugura o cap1lulo dos "princípios fundamen1
.11sN - dispõe q ue "Por1ug.1I ~ 11111,1 Rcpublic,1 
soberana, baseada nc1 dignidade da pe ssoa humana 
e na vonlade popular e empenhada na co nslruçiio d
e uma soc1cd ,1dc livre , 111st,1 
e sol,dáriaN. Na Constiluição brasileira, o valo r em 
estudo lambém aparece no primeiro do s d1spo~11,vo
~. ini1 i.rndo o c-,1p11Ulo J o~ 
"princípios fundame n1c1isw. D iz o art. 1
11 q ue "A República Federativa do Brasil, formad.i p
e l.i uniJ o 111d 1sso lúvel dos C, tado~ e 
Municípios e do Distnto Federa l, co nstitui-se em Es
1ado Democrálico de Direito e tem co mo fund ,tme
nto s: 1 - .i so bcr,m ,., ; li - ., 
cidadania; Ili - a dignidade da pessoa humana; IV -
os valores sociais do trabalho e d a livre inic ialiv.1; V
 - o µl ur,tltsmu pultl1u1·. 
NOBRE JÚNIO R, Edilson Pereira. O direito brasileiro 
e o princípio da dignidade da pesso.i human.i. Re"'
'•' dt• /n1orr11.1( .it• / q;,,/.1111 .,. 
Jan./mar. 2000. Dispon ível em www.se nado.gov.br.
 Acesso em 9 Mar. 2008 . 
9 
10 
BARTOLOMEI, Franco. /.;J dignitA uma na come conce
tlo e valore constituzionale. To r,no : G. Giappichc lli 
Edito r<', 1 L)'l7. p . 8 7. 
MO RAES, Alexandre de. Dinmos humanos fundamen
tais. Coleçi\o Temas Jurt'dicos, s•. ed ., São P.iulo : Atl,1s, .1001, p . 60. 
CANOTILHO, J. J. Gomes e MOREIRA, Vita l. Constiw ,ção d
,1 República Portugue,., Anot.,da. J •. ed . rev. Coimbr,
1: Co ,mh r,1 [ d ilo , .,, 
l 993, p. 58-5 9 . 
MO RAES, Alexandre de . O,re,tos humJnos fundamen
tdts. Coleç;Jo Te mas Ju1íd1cos. s•. ed ., SJo P.1111.,- At l," , ,lOO l . µ . 60. 
Como deixa claro, a liás, o a rt igo 18. 1. (Fo rça Juríd
ica) da Co nslilu ição l'orlugues,t, ,1~sm1 1ed ig1do : '"
O , µrcce11os con~l1 liu ,o n,11, 
respe1tanies aos d ireitos, libe rdades e garanlias são 
di,ectamcnle apltcávc1s e vrncul.im ,1s c nud.uic~ p
uhlic.,s 1: priv c1d,ts . • 
f,1(1 () H - llol ••ltlt"'1fi~f>f lt• l"t\ <IJl\lf111.IANIU-ll lf'l'fllf\V1f'I N.\I 
, 1 1) :t , Con"<tituiçftn é, inequivocamente, fonte de obrigação dos parf 1 d11 1 ~r 111, , lk,111,u,11 111, < e ► rt.: 1 º· ,1 • • , • 1CU a-
i 1 1 1 .11 , I rcr r,dith ll w rno urn pnuJ da onJem social, que e protegida frente a tod n ., ,, ,tr< i t , ·11 pu , 1l ,111 •1.1P t o1n l , d d ' bl' 11 os 
1 1 • 1 1. ,no ac;<,11 nto e or cm pu 1ca . ,, , "I•' d1 fr,;,1 é ,1c;1;u1nid,1 pc ,1 ( , , ct1v1c ,11 < • lo , . 
. 1 • 1, 1. ·,,f,1tfe da 1,essoa humana também fundamenta a ordem política e a ",r ,1 .. t:1111 (, , () rnm p1<1 ( ,1 ( lj(fl ' 1 ' ., • • ' pa7, 
11
, 
1 1 1 , 1 r111,11 ·lo de "crir com cfic1enc1a c,cu sistema de segurança pública par ~, ,, ,., " 1111111,1• ,111 ',«: ,1tc1 ,1 n 1 ,..,.,, ,.. , a a 
pn v1·11<,fü1 e ,1 rC' prcqqfü1 l ri111 i11al. . . . 
.. r ~ 1 1 ·1, ll'i cliunidadc humana i;e bifurca. Sob um aspecto, lcg1t1ma o aparato repr r~1•,;c;1• , ,111 , 110, , , p11nL p , , r- • . . cs-'- 1 1 1 1·1,""'·11c eh a,·1o oficial cstahclecsda para o controle do cnme. c:111 , ,...,,, , ,,utn,, r~lll 1c e< e o '" , • ., , 
hlu '-<', 1.,,,:io, do prindpin d;i dignidade do acu'lado e, cm conseqüência do reconhecimento desse 
,1111111 , dr 11111 nucle,, de dircifoc; infringível pela perc;ecução penal. 
] • Rl:PRFSSÃO CRIMINAL E A DIGNIDADE 00 ACUSADO 
(1 IMI r ~ À ATUAÇÃO X DEVER DE EFICltNCIA) 
/\ pnite~ao cios direi to«: i, vida, à 'laúde, à segurança ou ao patrimônio, bens jurídicos destacados no texto 
1 rn,c: titt1c irm:tl, encu11 tra c.ua ju<iLificação na digrúdade da pessoa humana. Ao Estado incumbe não apenas se 
ahcitl'r d<' pr,itruLr determinados atoc. que atentem contra seus cidadãos, como também atuar para que a pessoa 
c:!lh .,11;1 i;nbern 11ia 11ao i;cja atingida por agressões de terceiros. Deve prover, desse modo, a segurança públican. 
/\ c;e~11 rn 11~·a pt'sblirn decorre da operacionalização do aparato repressivo do Estado, constituído da 
fJ1111, i;1, do Minii;tério Público,do Poder Judiciário e do Sistema Penitenciário. Os componentes desse 
c;1i; tc 111:1 in tervêm 1111 c;m:iedade aplicando as leis penal, processual penal e de execução. 
Mir l'ui_K ohi;erva que, ao longo do tempo, o Direito Penal tem sido utilizado com fins muito diversos. No 
l•:c;tado tcorr{i tico, a pena c;c juc;tificava como exigência de justiça análoga ao castigo divino. No Estado abso-
11110, a pcnn era instrumento (quase ilimitado) de submissão dos súditos. No Estado liberal clássico - que 
wrrec,ponde ao Estado de Direito - o Direito Penal, sob a inspiração de princípios abstratos e ideais (como a 
no~:111 de J11r;tiça), on1pou-c;e mais da Limitação jurídica do poder punitivo do que da prevenção de delitos'\ 
/\ preocupação m m a prevenção especial surgiu com o Estado social, que é intervencionista e influi na 
din:11nirn c;oc.ial. Esse modelo não se omite na luta contra a delinqüência. 
/\ ~upcração dos c,ic,temas políticos totalitários fez surgir no pós-guerra o Estado Democrático de Direi-
to, que, '\crn abandonar seui; deveres para com a sociedade, isto é, sem deixar de ser social, reforça seus 
lirnitec, ju ríd icos no c;cntido dcmocrático"'S. 
De'>c.e rnodo, continua Mir Puig, o Direito Penal se apresenta mais complexo: enquanto o Direito penal 
de um t!.tado i.ocíal deverá se legitimar como um sistema de proteção efetiva dos cidadãos, o que lhe 
atrihui a mic;c.ao de prevenção na medida (e só na medida) do necessário para aquela proteção, no Estado 
Dernocrátirn clc Direito o Direito Penal deverá se submeter a outra série de limites, em parte herdados da 
11 MOl<ll I IJ, )r,,,qu/n C,,,rd,, /,1r,ro11•r(ln111ud1u,1/ IÍI' ln1 dn1·r hns fundament,1/es. Valencia: Tirant to Blanch, 1994, p. 195-197. 
1 / r 1,rno NJ1l1111,1, ,,I,:,~. " C on,11111,çJ,, ri,, r sp,111h,1, no art 10. 1., dSs1m redigido: "La diginidad de la persona, los derechos ,n11iolables 
q111• 11• ~111 1nhl'r(•nl!•\, el hhrt• dc~rrnllo de 1,, pcrsonJlidad, el respelo a la ley y a los derec hos de los demás son íundamenlo dei 
1,rd(•n p111/t1(" y dC' l,1 pdl •,m ,.,1•. 
1 1 "Ar, J,;t,1110 incuml.11• nao ,1pcni1~ ·r~•ldr' os d11e11os e liberdades íundamen1a1s mas também 'garanlir a sua eíec1111ação'. Daqui iesuha 
, , .iÍ,1\l,1m1•nl1> d1• um,, conr 1•1x;Jo pur,imenle íorm,11, ou liberal, dos direitos íundament<11s, que os res1ring1SSe às liberdades pessoais, 
, 1111\ , . políl11 d \, 1• q111• rt·d1111w• 1·\l,1\ " meros d1rci1os a \1mples abs1cnções do Es1ado. Com efe110, por um lado, importa defendei os 
,,,,,.111,\ d1• hlwrd,uh· n,,o </1 pN.inlc o rs1ado mas ldmh<!m perante 1erceiros, sucedendo que, muilas vezes, é aquele quem está em , ''"''"l""' 11!• ,,., v111,111111 1x•1Jntl' o<; wg11nckx; por um lado, d11c11os íundamenta1s ~o 1ambém direitos positivos, de carácter econ6m1co, 
n 1,11 ,. 111h111,1I, t,(•nd1, 411c c·m rcl,içJo ,, mui1os deles é sohre o Es1ado que 1mpende o encargo de sua sa1isfaç:lo" (CANOTILHO, J. J. 
'•'""' , , M( Jl<I IRA Vi1,tl r ,,,,H,tw~,111 ria R1·puhl,c J l'ortugucsa Anotdda . 31• ed. rev. Coimbra: Coimbra Editora, 1993, p. &5). 
1" Mil( 1'1 JI( , , '>,1nf1,1w, 11 m tc•m,, clP dcrcc ho penJI cn la [uropd ac1ual. ln: SÁNCHEZ, J. M. Silva (coord.). Fundamentos de un mtema 
• ,,,,,,,, .,, ,/,,/ rJ,,,,,(/,11 /lf•11,,/ R,1rrelr,n,1 Jo,é M,llla Bosch íd11or S.A., 1995 , p. 25-31. 
1 ', MIi' l'I JI<, ',,1nll,1v,o ri ~t\ll'fn,1 d1· dl'rrrhn p<mJI cn la EurnpJ aciu.il ln: SÁNCHE7, J. M. Silva (coord.). Fundamentos de un s1stemJ 
1 "'"!'''" 1/, I rf,,,,,, /,r, 111·ntl H,m l'lcm,1 )o\é M,1rft1 Bo'>Ch [d11or S.A., 1995, p. 29. 
Jo sE Eou-v:oo Df Sov1A PMN1l\ - 641 
. J do Estado de Direito e reforçados pela necessidade de se impregnar com conteúdo demo-
d·çno libera · · 1 d - li · d N E d D · . d D' . cf.l J • fu ão do D1rc1 to pena pnssa a ser a e prevençao m1ta a. o ➔ sta1;; o emocr.mco e tre1to 
cr.itic0 • A_ º;onicnte a eficácia da prevenção (principio da máxima utilidade possível) como mmbém a 
itll~ort~ 
11
~:s custos (forma menos gravosa possível)16• Desse modo, o Estado Democr.ítico de Direito 
Jirn1raçao Direito penal esteja a serviço da comunidade e o condiciona a princípios como o d,1 dignidade 
. e que o d . . d .d 
e,x_1g soa huniana17, igt1alda e e part1c1pação o c1 adão. 
d:t pes . entendimento parece compartilhar J. Wolter, para quem a tarefa principal do Oireiro Penal e do 
Desse " . • · b . do Direito Penal consiste em proporcionar uma concordância pr.itica e cm harmonizar - so o 
sis_re~ª. da dignidade humana - a proteção dos bens jurídicos da vitima do fato, incluída n comunidade. 
pnnci~:: ão dos direitos fundamentais do autor, conforme a garantia de conteúdo essencial do artigo 19. 
~ a_rr 
2 
çda Constituição alemã, assim como do princípio da proporcional.idade"18• 
111d so E~tado deve assegt1rar a liberdade (do imputado) e a segt1ra11ça (da sociedade). Esses objetivos sr,o de 
O odo indissociáveis que, sob o título "Direitos, liberdades e garantias", a Constituição dn República 
tal rn · 27° 1 " d · di · · lib d d · .. esa Proclama no artigo , , que to os tem re1to a er a e e a se011rança . Portugu ' . . . . . o · 
José Joaquim Go~e~ Canotilho_e Vital Moreira, ~m coment~o ao artigo 27° d~1 CRP, ~t.r:1,a.m _que o 
. . , segurança significa, essencialmente, a garantia de e..xercicio seguro e tranqüilo dos dire1tos. liberto 
d1re1to a . . . _ 
de ameaças ou agressõe~. Observ~m. qu~, ~tualment~, ess~ ~e1_to comporta duas dimensot:s: (a) uma nega-
·va estritamente associada ao d1re1to a liberdade, isto e, direito de defesa perante agressões dos poderes 
;úblicos e (b) uma positiva, que se traduz em direito positivo à proteção através dos poderes públicos 
contra as agressões ou ameaças de outrem 
19
• 
Eduardo José Olrnedo, refletindo sobre a Constinúção argentina, também ressalt.1 a existência dt: um 
direito constitucional à segurança, que emana do art. 7° da Convenção Americana de Direitos Hum:rnos e 
do art. 90 do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, divisando, a partir dessa premissa. a fümli-
dade social da codificação processual penal20• 
Modernamente, aliás, se afirma que existe no Estado Democrático de Direito uma obrigação consrin1-
cíonal implícita de criminalizar condutas que atentem contra bens e valores fundamentais de tLma l.'.omu-
nidade. Parte-se do pressuposto que, ao fixar tais valores, a Constituição Federal define quais os bens 
jurídicos são merecedores da proteção penal, para orientar a produção legislatiV'a, a atividade do juiz e o 
trabalho do intérprete. 
O princípio da dignidade da pessoa humana determina, então, a criação de mec:inismos jurídicos que 
garantam a defesa de todo o sistema de direitos e liberdades, face à sua eventual agressão por parte de 
outros cidadãos ou de grupos de cidadãos11• O Direito Penal, como instrumento de maior gr~w,d.tdt!. é o 
16 
17 
16 
19 
20 
21 
MIR PUIG, Santiago. fl sistema de derecho penal en la Europa actu,,I. ln: SANCHEZ, 1. 1\.I. Silva (coord.l. Fundamt'ntt., , dt' un ,Nt'fl1,1 
europeo dei deredw penal. Barcelona: José Marfa Bosch Editor S.A., 1995, p. 25-J 1. 
J. Woher chega a dizer que "el Estado no puede, pues, para repnm1r hechos pun1bles, fom1ul.1r nom,as de comport.,m1ento 1uncii.-1>-
penales, otorgar causas de jus1ificaci6n o provocar un componamiento jurídico-pen.1lmente relevante, a costa de una 111rr,1Cc1,,n de 
la dignidad humana", notando que esse princípio constilui-se em cláusula pétrea na Const1tu1çJo alem.\. Sustent.i que ., inobser. ;inci., 
a tal reslrição esvaziaria por completo a legitimidade do Direito Penal (WOLTER, Jürgen. Derechos humanos \ prote, c1ôn de b1l"nes 
jurídicos en un sistema europeo dei derecho penal. ln: SÁNCHEZ, J. M. Silva (coord.). Fund,m1ento.< de un ,1,wm,1 euwp,'<.> d.-1 
derecho penal. Barcelona: José Marfa Bosch Editor S.A., 1995. p. 40). 
Tradução livre do autor. No original: "Ahora dirijamos sin embargo nueslra atención ,1 la tdrea principal dei Derecho penal ) dei 
sis1ema dei Derecho penal. Esta consiste en proporcionar unaconcord.incia prãctica y en ,irmoniz.u - 'ba jo' l,1 g,,r.mti.1 de d1g111d,,d 
humana - la prolección de los bienes jurídicos de la víctima Dei hecho, inclu1da la comunidad, )' la prolecciôn de lo$ dt>rec hos 
fundamentales dei aulor, conforme la garantía dei con1enido essencial dei aniculo 19, inciso 2° de 1.i Le) Fund;mient.il, ,b l u~mo d..-1 
pr1ncip10 de proporc1onalidad" (WOLTER, Jürgen. Derechos humanos y protecciôn de bienes jurídicos em un s1stem.1 europ.:-o dei 
deretho penal. ln: SÁNCHEZ, J. M. Silva (coord.). fundamentos de un sistemJ europeo dei derecho p t>nJI. B.ircclon,,· ln, ,' i\l.m.1 
Bosch Editor S.A., 1995, p. 5 1 ). 
CANOTILHO, J. J. Gomes e MOREIRA, Vi1al. Constituição da República Porlllguesa AnotJd., . 3•. ed. re\ . Coimbra: Co1mbr,, Editor., 
1993, p. 184. 
OLMEDO, Eduardo José. Los jueces. el Min,sterio Fiscal )' la acru,1c,ón policial. Buenos Aires: L.1 Ley, ~O0J, p. 84. 
Cf. José Miguel Sardinha, reportando-se ao art. 9º, alfnea f, da Cons1ituiçilo da Repúblic.i Portugues.1 (SARDINH •\ , lo,tl \\1~ut•I. l 1 
rerro11smo e a rest11ção dos d,reitos fundamentais em processo penJI. Coimbra: Coimbra Ednor.,, 1989, p. ~51. 
642 - Ü PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO P[NAL 
último recurso e, por isso, reservado à proteção dos bens essenciais21. Uma vez violado o estan.iro r . 
afi · · · epress1v 
entretanto o Estado deve responder à infração, não para mnar ª propna autondade, mas para 0, , . · assegu.r. 
o direito público subjetivo à convivência pacífica dos membros de sua comurudade. E o dever de ar 
· · h l balm ·d d >J proteção repousa, pois, na proteção penal da dignidade umana g o ente cons1 era a· . 
Se assim é, não há como renunciar a um p_r~cesso penal cuja_~orma e ~itos pr~pici~m: adequada ªPllração 
do delito a identificação de seu autor e a afençao de sua culpabilidade, Visando a aplicaçao da pena24 I , . . . . . · sso há 
de ser concretizado contudo de modo a preservar a digrudade da pessoa humana md1V1dualmente .d , , cons1 e-
rada O que se faz no processo penal moderno, pela concessão ao imputado de instmmentos eficazes 
, 1 • • para se 
opor à pretensão punitiva eventualmente tnJUSta. 
A dignidade da pessoa humana, que, de um lado, justifica a intervenção, de outro se constin.ii no Ünii 
dessa mesma intervenção, a partir da definição dos fatos puníveis. Porém, uma vez que as condutas cr~ ~ 
nosas tenham sido definidas, a persecução penal há de ser eficiente. Seria impensável supor que O Estado 
definisse como crimes os comportamentos que põem em perigo os mais preciosos bens jurídicos e fosse 
displicente, em seguida, acolhendo um processo criminal iníquo, que não servisse de instrumento de 
apuração e aplicação do Direito Penal. 
A punição dos culpados de crimes interessa à comunidade, mas não pode ser realizada a qualquer preço. O 
imputado conserva a dignidade proclamada constitucionalmente e esse status traduz-se em claro limite à ação 
estatal, conformando o processo. O Estado concede ao imputado armas eficazes para, em teórica condição de 
igualdade, resistir a uma acusação injusta. Essa dinâmica se institui no processo penal, pela estipulação de 
funções definidas de quem nele atuam Guiz, promotor, acusado e defensor) e dos ônus e prerrogativas das partes 
e do julgador. E o processo deve ser, ao mesmo tempo, eficiente para a comunidade e garantista para o acusado. 
4. CONFORMAÇÃO DO PROCESSO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
Da Constituição da República extraem-se princípios informativos do processo penal, fruto de longo 
percurso histórico da definição dos limites do Estado no exercício do jus punimdi. Os princípios são 
explícitos ou implícitos. Os primeiros aparecem, especialmente, no artigo 5.0 da CF, enquanto os últimos 
são extraídos da interpretação sistemática dos dispositivos constitucionais25• São eles: 
4.1. PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
Esses princípios estão explícitos no artigo 5.0 , inciso LV, da Constituição da República. 
Pelo contraditório se assegura a bilateralidade do processo, a sua dialética, consagrada no brocardo 
romano audiatur et altera pars. Os atos processuais são realizados de modo que as partes deles possam 
participar, em igualdade de condições, ou que, pelo menos, possam impugná-los26• 
2 2 Cf. Marco Antonio Marques da Silva, escrevendo sobre "fins da pena no Estado Democrático de Direito" (SILVA, Marco Anlonio 
Marques da. Juuados especiais cnmmais. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 17-3 1 ). 
2 3 SARDINHA, José Miguel. Op. cit., p. 28. 
2 4 Por isso, anota José Luís Sa i d: "que si la misión final dei derecho penal es garantizar la paz pública, sancionando las conductas 
absolutamente in1olerables para la existencia y desarrollo de las personas y de la comunidad, si se pretende operar como estabilizador 
con1ra1ráfico de las motivaciones disvaliosas, deberá entonces hacerce efectivo, sancionando las conductas que más afec1an a la 
comunidad". ("Sobre la facu ltad de las prov1nc1as para reglar el principio de oportunidade en la persecución penJI", La Ley, 7 nov. 
1997. Apud: OLMEDO, Eduardo José. Los ;ueces. el Ministerio foc.il y la actuación policial. Buenos Aires: La Ley, 2003, p. 134). 
2 5 Nelson Nery Junior afirma que "bastaria a norma constitucional haver adotado o princípio do due process of filw p.irJ que d,ií 
decorressem todas as conseqüências processuais que garantiriam aos li1igantes o direito a um processo e J uma sentença 1us1a•. 
Discorre o autor que o devido processo legal é o princípio genérico, do qual derivam os demais princípios consti tucionais do 
processo, que daquele são espécies (NERY JUNIOR, Nelson. Pnncíp,os do processo civil na Consriwição Federal. 6•. ed. rev., dmpl. 
e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000 (Coleção estudos de direito de processo Enrico Tul lio Liebman; v. 21 ). P· 40l. 
2 6 O processo penal moderno prevê diligências, especialmenle na fase de investigação, que são realizadas sem o conhecimento do imputado, 
como é o caso da interceptação 1elefônica ou da infihração de agentes. Nesse caso, para que se atenda ao princípio constitucional, impôe-
se que o processo ofereça ao acusado, no momento posterior ao da ob1enção da prova, a possibilidade concreta de criticar a form~ d~ ladJ 
nJ colheita desses elementos e a oportunidade de requerer e apresen1ar a contraprova. A essa faculdade se dá o nome de con1radi16no d,iericlo. 
lrnr l i!i lAllllt li ti :-,, Ili/A l 11Mf IH II • (,4'J 
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.11l' tl''.1 k l'<l lft' il csip,l' lh' l:l leque :I pcll \' •111 an11mtol'l:1 lCIICl'CV:t U faro ,-ri,n i110H() C Nlll \11 Ó l\ ' llll lll â m ·tall 
,c'l''''': 11 1 ,i1ti :,l' :1rcim11dn a mera rl'produ,;nn do 1ipo pc11al. A dc111'111ria (011 quci,w-rrí1111.:) Jr·li,níta, 
ltl'II~, I 1 . 1 . • , . j' . 1 1 • <"11t'1•1 • .
1111
cn·to, 11 :11n l ltll < 11 l'll~111 \'11° Jlll'ISl ,c,ona .... ) C6diJ.<o de Pnircsso Penal c 111 VÍ.l(Or dctcrrn111a 
1 ,•:l~O 
I l\11' . é , t> 'I j' , j ' JI 
1
1,11 ,11 dc111111ci:i, n 1111ii t no u I rco rnt rquc a prova que pretende produzir no <.' llfi,o da i11s1ru~·;10 . 
• 1·1>il1 
11 l •r· ct111• ·clle-"e ·ttl ·t ·tr " I 1 • 1 • · 1 • ·1 q111' ' ·ir:wno reh'l l :,, ' ..., •' . . (: S, l () nao somente () CO II 1ec1me11 to 11rel'ltl() l ;I 111 qnll"a~ : o, 
('tllll ,1 1 ' • 
1•:11t,ll1• ,hct1l lhe é indicado o camrnho que ser;\ trilhado no processo parn a l'.0111prova,·ào do foto irnpu 
,·1111111 ;;::í 
11 
po~sibilidude cf~tiva que tem de rontrariar os termos da :u:usa,·ão, de rnnheccr a prova e 
t,1dii, , . . :1 cont raprova. Pr1rn isso, prevê-se o emprcp;o da defesa térn ira, excr( ida por advop;ado, i:0111 o que 
1'(ld11 711 . lfl . d . f' ., t . r. . . J• 1 . 1 1 p . ·erro eqt11 mo e or~ ,lS en rc as partes.,·.s~cs I ngrcurcntcs somac os ~ 1>rev1sno e e ,·ccu nm < n. 
,rt:Stlllll: l 
1 
~l' I __ · .1 Jwodvel, são manifestaçc1cs consagradas da ampla defesa. 
1 
•• ,,·11> uc~1; 
1 tl . ' 
4.2. PRINCÍPIO ACUSATÓRIO, DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL 
Nos primórdios do processo que se espraiou pela Europa Continental, até mesmo por influência da Jnqui-
.. ro cnc:tnipada pela Igreja, ao jujz que o conduzia recaía a responsabilidade pelo resultado da persecução penal. 
SIÇ•
1 sem dúvida, sua preocupação mais relevante. Nesse sistema, denominado inquisitivo, o acusado não 
Essa era, . . . . . . 
. h oz ou direitos que pudessem se contrapor ao inexorável destino traçado pelo 1>ersecuho mnunrs. 
nn a v r 
A Revolução Francesa e os princípios humanitários proclamados por Cesare Bonesana, o Marqués de 
Bcccaria, levaram à substituição desse sistema pelo procedimento acusatório. Neste, as funções persecutó-
rias 00 juiz são transferidas ao Mi.n'.stério ~ú~lico (ou querelante), que se apresenta como titular da ação 
1 No outro pólo está o réu, SUJetto de d!íe1tos processuais e não mais objeto das investigações. Estabe-
pcn:t . 
lecc-sc, então, um processo de partes, erigido sobre o pressuposto da paridade de armas, das quais a acusa-
ção e a defesa podem se utiliz~r para fazer_valer a~ suas razões a um juiz eqüidistante, previamente investido 
da função judicante e, conceitualmente, 11nparc1al. 
Sem sombra de dúvida, a atual Constituição da República instituiu, em sua expressá.o máxima, o processo 
penal de modelo acusatório. Em seu núcleo imutável (não sujeito a emendas - cf artigo 60, § 4°), dentre as 
garantias processuais ali previstas, estão a ampla defesa e o contraditório. O contraditório, expressão da bilate-
ralidade do processo (audiatur et altera pars), é o que caracteriza fundamentalmente o processo de partes. 
Mas não é só. Prevê a Constituição o Ministério Público autônomo e dotado das mesmas garantias da 
magistratura, para se desincumbir, com exclusividade, da promoção da ação penal pública (artigo 129, 
inciso I, CF). 
Isso indica que, no processo penal brasileiro, as funções de acusar e julgar, não obstante afetas ao Estado, 
são exercidas por órgãos distintos e independentes, traço distintivo entre os modelos inquisitivo e acusató-
rio, e que, afinal, consolida o atributo da imparcialidade do julgador. 
4.3. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
O artigo 5.0 , inciso LX, da Constituição Federal refere-se ao princípio da publicidade, ao definir que "a 
lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem". 
Vicente Greco Filho afirma que essa regra, embora não explícita na Constituição revogada, já estava 
incorporada ao processo brasileiro e enfatiza a relevância do instituto, compreendendo-o como a "garantia 
das outras garantias"28. 
27 
28 
Basta ver que o rol de testemunhas deve ser apresentado com a denúncia (art. 41 ). O Código de Processo Penal, tratando da instruçào 
do processo, cogitou tão-somente da oitiva de testemunhas e da possibilidade que têm as partes de juntar, a qualquer tempo, os seus 
documentos (art. 394 a 405). 
GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 2'. ed. São Paulo: Saraiva, 1993, p. 56. 
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~verdade processualmente válida"n 
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h' ót 1 . . c!l tanto uma 1p ese e ara cm que o JUIZ se curva d"iant d d d e a1 A • fi · • · da ! lá, entre • ' _ . _ e a ver a e ,orm . mc;u aenaa 
a condcnaçao conduz à absolv1çao do acusado (artigo 386 · · VI CPP) · · Vl1 para . _ , maso , e ao transito em pro . pcditivo da mstauraçao de novo processo ainda que SUIJ·am d d lJC . tir.ido ,rn ' provas con u entes contra e e- . jll ::,· 
4
_6• PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE 
O princípio da ~~ri~at?ricd~de. (da indisponjb~dad~ ou da legalidade) decorre da idéia de que o cri.me 
. 
1 
· ntercsses sociais mdisponiveis e que ª pena e medida que se impõe para restabelecer a ordem n1ridica v,o a, . JS N a1 d' d J - -Afln~da pelo delito ·• outras P avras, iante ~ um ~at~ de aparente tipicidade e antijuridicidade, surge, 
ra 
O 
Estado, o poder-~ev~r. de processar e punir O cnmmoso. 
pa Decorrência desse ~nncipio, as normas que regem a aruação dos órgãos de persemção penal não lhes 
e ·am discricionanedade3". Impunha-lhes que agissem com o mesmo ng· or diante de toda e qualquer conicn - . . 
rácica criminosa. Nao haVJa espaço para ª verifi~ção da conveniência e oportunidade na repressão dos deli-
p independente de como se apresentassem as Cll'cunstâncias fáticas ou as condições pessoais dos agentes. 
cos,A mitigação do princípio da indisponibilidade surgiu no nosso direito com o preceito contido no artigo 
8 inciso 1, da Constituição da República
37
, que prevê a criação dos juizados especiais, competentes para ! ~onciliação, o julgamento e a execução de infrações penais de menor potencial ofensivo, instiruindo um 
de comemo, onde tem lugar a transação penal. 
tJfO(O . . . . . . O dispositivo const1tuc1onal fo1 regulamentado pela Lei n.º 9.099/95, que instituiu, entre nós, os 
juizados especiais criminais e trouxe, inclusive para além dos limites desse órgão, a oportunidade regrada, 
abrindo-se o caminho para soluções de consenso no processo penal3s. 
4.7. PRINcf PIO 00 PRIVILtGIO CONTRA A AUTO-INCRIMINAÇÃO 
A Constituição Federal assegura o direito ao silêncio no seu artigo 5.0 , inciso LXIII e, por isso, nenhum 
rejuíw poderá advir ao acusado que optar pelo seu exercício. 
p o acusado deve ser informado de que possui a faculdade de calar-se, sob pena de nulidade do interroga-
tório e dos atos dele decorrentes (figure-se a hipótese do sacrifício da autodefesa). Não haverá nulidade, 
entretanto, se o réu negar os fatos imputados, até porque, neste caso, não ocorrerá prejuízo efetivo à sua defesa. 
art 28), mas ainda fa1endo concessões ao princípio dispos111vo lcf. art. 386, me \rW !CINTRA, Antônio Carlos de Arau10: 
GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, CAndido R. Teonil geri// do processo 8a. ed rev. e atual. 5.)() Paulo: Rev,Sla dos Tnbuna1s, 
1991, p. 641 
33 [xpress.'lo que se encontra em FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES FILHO Anton,o Magalh.ies; GRINOVER, Ada Pellegnni -\, 
nulidades no proc.esso penal 41. ed rev. ampl. e atual. com nova 1umprudêocia em face da Con"ençào Americana sobre Direitos 
Humanos. Sao Paulo: Malheiros, 1995, p. 11 4 
34 CINTRA, Antônio Carlos de Ar.1u10; GRINOVER, Ada Pellegnni, DtNAMARCO, O nd1do R. Op cit . p. 64. 
35 A propósito, acentuam Anton,o Carlos de Araú10 Cintra, Ada Pellegrin, Gnno\er e C~nd1do Rangel Dinamarco que ·o carater 
público das normas penais materiais e ., necessidade de assegurar a convivência dos indivíduos na sociedade acarretam a 
consequência de que o JUS puniendi se1a necessariamente exercido: nec delicta maneanr impunita. O Estado n.lo tem apenas o 
dirello, mas sobretudo o dever de punir" 1/d , lbid , p. 60). 
Jb Marco Antonio Marques da Silva anota que até o advento da lei n.0 9.099/95 vigorava plenamente no Bras,I, sem exceçAo, o 
princípio da legalidade, •sendo obrigatória a propositura da aç~o penal• (SILVA, Marco Antonio Marques da. Juizados especw, 
criminais. Sao Paulo: Saraiva, 1997, p. 61). 
17 Cláudio José Pereira, em estudo sobre o princípio da oponunidade no processo penal, afirma que nosso sistema Já reconhece a 
•presença aluante• de tal princípio, dentro de uma forma regulada por lei, "adequada aos casos onde a relevância social a exige• 
(PEREIRA, Cláudio José. Principio da oportunidade e 1ustiça penal negoc,ada. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 72). 
18 Antonio Scarance Fernandes ainda acrescenta: ·serviram como parâmetros para o Pro1eto M,chel Temer, no d1re1to comparado, a l ei 
11aliana n • 689, de 14 de novembro de 1961 , intitulada 'Modificações ao sistema penal. Descnminalizaç.\o', o novo Código de 
Processo l'enal da Itália e o Código de Processo Penal Ponuguês, de 17 de fevereiro de 1987. Nos anigos 77 e seguintes da Lei 
11aliana n • 689/81, permite-se ao juiz, a pedido do acusado e após manifestaçao favorável do Ministério Público, que aplique a 
5al1(,A0 e, em seguida, declare extinta a punib1l1dacle do réu, com o registro da pena exclusivamente para o efeito de impedir um novo 
benefício• !FERNANDES, Antonio Scarance. O consenso na 1ustiça penal brasilelfa. Disponível em <http://direitoprocessual.org.br/ 
enc1doped1a/consenso.pdf> . Acesso em 3 set. 2003, p. 5). 
646 · Ü l'Rlr-.Cll'K) DA OICNIDAOl 0A l'ESSO~ 1 IU'-\ANA NCl PRCXJS..'-0 f'f", Al 
4.8. PRINC(PIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL 
4.8.1. PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
Extrai-se do artigo 5.0 , caput, da Constituição da República, 0 princípio da igualdade das pan 
Processo. Partes e procuradores <levem ter oportunidades equivalentes de fuzcr valer, cm J'uízo as cs no , suas raz.õ Advertem contudo Antõnio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cànd"d R cs. , , , o ·1n 1 Dinamarro que,no processo penal, 0 princípio da igualdade é atenuado pelo favor rei, "postulado 6' . ?e _ 1 - . as,c0 pelo qual o interesse do acusado goza de prev,uente proteçao, no contraste com a pretensão punitiva"l? 
De fato O acusado tem, na fase processual, maiores possibilidades que a acusação. Enquanto b · ' . . - so re csr recai O ônus de prova do fato criminoso e de sua autoria, aquele basta colocar em dúvida a tese a .. ª , . 'cusatona para lograr a solução absolutona. 
A vantagem dofavor rei é o que compensa, na verdade, o desequilibrio inicial da relação processual N . . . ~ . . . ' · O lllteto da ação penal, a acusação está_ instrumen~1~ da ~ los ele~1entos co~dos ~o mquérito policial ou cm procedi-
mento administrativo conduzido pelas propnas maos, mwtos dos quais colludos sem o conhecimento do · 
tado, e elegeu a estratégia da persecução. Essa situação a coloca em inequívoca proeminência, que, t:~:-
esvazia-se com o oferecimento da denúncia e o requerimento de prova formulado no pórtico da ação penal O 
favor rei anula a primazia da acusação e restabelece, no curso do processo, o balanceamento das forças. 
4.8.2. PRINcf PIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
A motivação das decisões judiciais era exigida por normas infraconstitucionais, dada a sua função de 
garantia das partes, ao lhes permitir a impugnação que visa à reforma. 
Modernamente tem-se entendido que, pela motivação, afere-se até mesmo a imparcialidade do juiz, a 
legalidade e justiça de suas decisões. 
Bem por isso, diversas constituições (como a belga, a italiana, a grega e algumas latino-americanas) 
elevaram o princípio ao diploma constitucional. Na vigente Constituição pátria, a exigência de que os atos 
judiciais sejam motivados está estampada no artigo 93, inciso IX. 
4.8.3. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE IURISDIÇÃO 
O princípio do duplo grau de jurisdição refere-se à possibilidade de que uma decisão judicial seja 
revista por uma instância superior, de forma que equívocos e injustiças possam ser corrigidos. 
Há um fundamento de natureza política na adoção do princípio, que é o de submeter a controle interno (do 
Poder) o juiz, cuja legitimidade não se extrai das urnas, mas da aprovação em concurso de provas e títulos. 
O princípio tem assento constitucional. As normas que organizam o Poder Judiciário atribuem compe-
tência recursai a vários de seus órgãos e preconizam até mesmo um terceiro ou quarto grau de jurisdição 
quando definem as funções dos tribunais superiores. 
5. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO O VALOR UNIFICANTE DOS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS 
O Supremo Tribunal Federal tem invocado, cada vez mais, o princípio da dignidade da pessoa humana 
ao se pronunciar sobre o processo penal. 
Assim é que, em 30.9.2003, no julgamento do habeas corpus 82.969-4 - PR, relatado pelo ministro 
Gilmar Mendes, a Corte Constitucional afamou que "a mera instauração de inquérito, quando evidente a 
atípicidade da conduta, constitui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao 
princípio da dignidade humana"4º. 
J 9 CINTRA, António Carlos de AraúJo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINi\MARCO, Cindido R. fror/J !:f'rJ/ do procc<,o A• ed rc\ e 
aiu.il Sào Paulo. Revista dos Tnbun a1s, 1991, p. 54 . 
4 O ronte: w\w , .st1.gov.br. Acesso em 9 Mar. 08 
lrnr f 11t11,1{1)1J 1>1 Sow,. P 1M11111 11 - 647 
. era de persccu~·ão penal por crime de desobedi ~ ,· _ . 
O cn~o . , 1 , t . d · d' • Cncia praticado por gerente de banco que não 
l irido integra mcn e or cm JU ac1aJ de penhora de v·tl d . . 
! .(i,1 cun I . .i. clcfü:icntc redação do m_ d d C ' or cpos1tado em determinada conta cor-~ ,,z ·10 u ,l an a o onst·uad · 
,01c cn1 r, ,, . .. , t . ,- d d. · · ' 0 esse motivo, o STF reputou <le "despropor-r1 . , d. nrantc ,1 manu ençao o procc imcnto cr· . 1 . . , . . . 
•,onahd,1 e g . _ 1 cl·t ordem const'1ruc· I" •mina . diante do pnnc1p10 da d1gn1dadc humana, 1 t,ulo csscncuu • - 1ona . 
,, )t)Sttl 1 • 1 ,. - d . 
1 se do 1utgac o a 1çao e que o princípio da ct· 'd d Colhe-. 1 b' ' igna a e da pessoa humana "profüc a utilização ou . ·i o do ser 1umano cm o ~cto de degrad- - d 
r,,nsfonnaç, , , 
6
. . ' ,tçao os processos e ações estatais". Scgtindo Gilmar 
1 • ue nesse ponto se ,tp 1a em Gtinter Dü · " E 
~ tendes, q . . 'd . . _ ng, 0 ' stado está vinculado ao dever de respeito e 
_ do 1nd1v1 uo contra exposição a ofensas e h ·th - ,. . . 
liro1cçi
10 
• d , . -.:- . d' . . umt açoes . Para o m1111stro relator, decorre dessa . uc ,1 negativa e protcç,10 JU 1c1aJ ao pacie t fi . e . 
11rc1111ssa q ' d . , . d d' 'd n e con tgurana o 1enmento do princípio da proteção .. 1 fc riva e o pnnc1p10 a 1gni ade da pesso h . . ·ud1c1a e . . . . ª umana e, por isso, a ordem de habem corpm fot 
1 d'd't com o reconhecimento da at1p1c1dade da condut d concc 1 • a o gerente. 
N Outro caso, de 4.5.2004, a Corte afirmou a pr'im · d · , • d d' • um . _ . . . azia o pnnc1p10 a 1gn1dade da pessoa huma-
n:t. ''dada a sua co
nd1
çao ~~ pnn~ pio fundament~l da República (art. 1°, inciso III, da CF/88)", reputan-
f•c'aenre para perm1t1r que idoso octogenário portad d d . • • d • ,,. do-o su 1 - . ,
11 
- • ' or e oenças cronicas, cumprisse em om1c1 10 
na por atentado Violento ao pudor , Extra1-sc do J'ulgado q : d· I d · · C I A . ~ua pc · . , ue e ,l avra o ministro ar os yrcs 
· . que "a dignidade da pessoa humana foi elevada pela Magna Ca t d 1988 , d' - d · í · Bntto, , . ., .. , r a e a con 1çao e pnnc pio 
ti.ind:unental da R~publica _e que, de c~ns,equência, assume "o papel inspi rador não só do legislador ordi-
nário, como mmb_e~ do aplicador do Dtr~i~o, que nunca deve perder de vista seus parâmetros, sob pena de 
desrespeitar o propno Ordenamento Jund1co que legitima sua an,ação""2. 
Também o miniStro Celso de MeUo recorreu, em março de 2005, ao princípio da dignidade da pessoa 
humana para co~cedcr habeas corpus a acusa~o de homicídio qualificado e quadrilha armada preso caute-
larmentc por m:us de quatro anos sem que avesse ocorrido O julgamento. 
A prisão processual prolongada, de acordo com o relator, "ofende, de modo frontal, o posruJado da dignidade 
da pessoa human~, que repr~senta - c0t~siderada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1 º, ID) -
significativo vetor 1nterp~etaavo, verdaderro valor-fonte ~ue confonna e inspira todo ordenamento constin1cio-
n:il vigente em nosso Pais e que traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, 
a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo"43_ 
Mais recentemente, o STF reafirmou, pela caneta de Gilmar Mendes, que "o direito de defesa consti -
tui pedra angular do sistema de proteção dos direitos individuais e materiafüa uma das expressões do 
princípio da dignidade da pessoa humana". Para esse ministro, o postulado faz com que a essência dos 
direitos argüidos na impetração (na hipótese, a prerrogativa da intimação pessoal do defensor público) 
assuma "a máxima efetividade na ordem constituciona1"44• 
Como se vê, nos casos julgados em 2004 e 2005, o princípio da dignidade da pessoa humana foi evidenciado 
pelo que ele essencialmente é de acordo com o literal sentido do te.xto constirucionaJ: fündamcnto da República. 
A primazia desse instituto estabeleceu, então, soluções favoráveis aos imputados, diante de peculiaridades de 
seus processos: (a) afirmou a possibilidade da prisão domiciliar do condenado por crime hediondo, porque ele 
era idoso e portador de doença crônica; e (b) determinou a soltura do preso por excesso de prazo. 
A dignidade da pessoa humana serviu, então, de ferramenta para a solução dos conflitos de direitos, que 
são inevitáveis no processo penal. Como instrumento à disposição do interprete, cabe salientar, como foz 
Gilmar Mendes45, que há inequívoca relação desse instituto com o princípio da proporcionalidade46• 
41 
42 
43 
44 
45 
46 
O HC, no cnt,rnto, foi indeferido por fa lta de comprovaçao das condições de saúde do preso (nota do autor).HC 83 158·6 SP, Rei. Min. Carlos Britto, 1ulgamento em 4.5.04, DJ de 4.6.04. Fonte: www.stf.gnv.br. Acesso em '} M.ir. 01). 
HC 85.237-8 l)F, Rei. Min. Celso de Mello, julgamento cm 17.3.05, DJ de 29.4.05. Fonte: www.stf.gov.br. Acesso cm ') M.ir. 011 
HC 89.176-4 PR, Rei. Min. Gilmar Me ncles, julgamento cm 22.8.06, DI de 22-9-06. Fonte: www.stf.gov.br ALcsso em 'J M,11 011. 
HC 82.969-4 PR, Rei. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30.9.03, DJ de 17-10-0J . Fonte: www.s11.gov.l~r. A~esso r,n <J M,11. 00. 
O r d · 1·d d ·,nstrumento de 1pcrfeiço,1mento do controle de cons11tuc1nnahd.1dl·, pcrmll indo ,1 princ pio a proporc1on,1 1 a e surge como • . . 
d d d 1 ~ f' 1·,-'•dn d íl intcrvençJo est,11,11 e o meio clc,to para ,11 111g1-la, torn;indo pn,,iv,•1 " comprovaçao d a equa a re açao entre d ,na " " ~ , , 
(t48 . () l'ION( li•~ l IJ'\ l li( ,Nll)AIJI 1 )A l'I W lA 111 JMANA N< 1 l 'WI X I W l l'I NAI 
Os demais exemplos ck111omtr:1m que, nílo ohstnntc a nossa Constituiçao tenha exrre11i:~m1c111c pn \! 
. . • 1 d -1, d' nidade da pessoa h111m1na vcrn Rerido rc 1 1~1" diversos pnncíp1os processu:11s, o pm,tu a O u,t ig ' . u,n ICt 1do , , ,,
111
, · d · · · · · n1es1·no 'tpto a ;1mpliá-lm,. a fonte . e tais pnnc1p10s e, por 1sc;o , • 
O fenômeno é curioso e merece toda II atenção. 
Note-se que, no primeiro cm,o, o julgador ei,~:í co~v~ncido ~de _que, como ).{Uardiãt, da UÍK11icl:1dc da 
1 d tr·tncar ação penal que considera 1nJUStà. Cogitou de ciue se deparava C1Jm a ,,1. pessoa rnmana, evc , , , , . . " ip,,, 
d d d d - se prendeu ,1 este argumento, pois, como se sabe, a dcsobcdiêricia e . a e a con uta, mas nao , • . . • 1m,t11u; . N- b rtou a persecução por ofensa:\ legalidade. Como se percebe, no JUigado l jUC bellcfiic· cnmc. ao a o . , . . , . , . . ""1 0 
d b Prl·nclp'io da dignidade da pessoa humana perm1t1u a Corte Corn,tlluc1un•tl cnv,, 1 gerente o anco, o ' ' .!rrt ar 
pela prova cm julgamento de hnbens rorpus. . . . . 
No último dos casos mencionados, o postulado da dignidade da pessoa humana mtens,ficou O dircitr, de 
1 d ,fc,sa Aqtii O principio surge para tornar efetiva a ampla defesa, clarificar seu conteúdo, c"tabclcccn·1 amp a e e , . . , , . uo que a obrigatoriedade da intimação pessoal do defensor publico para os atos do processo é uma de ~uas vertente, . 
Nesse último caso, 0 Tribunal serviu-se do prindpio da dignidade da pessoa humana ptLra intcnqificar 
e determinar O conceito de direito fundamental. A jurisprudência poderá cristalizar esse entendimento e a 
obrigatoriedade da intimação pessoal estará definitivamente incorporada ao conceito de ampla defesa. 
6. Q AIPRIMORAMENTO DO PROCESSO PENAL SEGUNDO O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA 
A incidência cada vez mais sentida do princípio da dignidade da pessoa humana sobre o processo penal 
é o que, hoje, determina o seu aprimoramento. 
Se no passado os princípios tradicionais (da ampla defesa e do contraditório, acusatório, da pubUciclade, 
da presunção da inocência, da verdade, etc.) moldaram-lhe ~ rito, agora é o princípio da dignidade da 
pessoa humana que nos dirige à modernização do processo. E ele quem determina que incorporemos ao 
processo penal soluções inovadoras para otimizá-lo como instrumento da apuração e punição dos fatos 
delituosos e como anteparo do imputado. 
Com efeito, a proteção do acusado diante da intervenção estatal decorre do reconhecimento de que ele 
é sujeito de direitos próprios de sua condição humana, intocados pela suspeita de que foi autor de um 
delito. A persecução torna-se, então, limitada. Contém-se dentro de limites previamente estabelecidos cm 
lei, proporcionais, em regra, à gravidade objetiva do fato criminoso. 
Qtando os direitos da ampla defesa e do contraditório foram definitivamente assimilados pelo processo 
penal, este se tomou acusatório, modelo cuja essência é por todos conhecida: a acusação e o julgamento são 
funções de personagens distintos. O sistema acusatório se expandiu no mundo ocidental, com variantes. No 
panorama brasileiro, por exemplo, a fase de investigação não acolhe o contraditório. É exercida pela Polícia 
Judiciária, através do inquérito policial, peça administrativa na qual se consignam diligências realizadas ao talan-
te do delegado de polícia, que é bacharel em Ciências Jurídicas e servidor de carreira com previsão constitucional. 
Não há por que se insurgir contra a fase inquisitiva. De fato, muitas vezes o sigilo é necessário à 
investigação criminal. O criminoso não avisa a Polícia que pretende praticar o ilícito e a Polícia não precisa 
dizer para o suspeito como tenciona reconstituir o delito47• 
denomin.ido "controle do excesso•. A análise incide na relaçi\o triangular que se estabelece entre o fim, o meio e a si1uaçao íá11cd 
Para o aprofundamento no assunto, cí. PIMENTEL, José Eduardo de Souza. Processo penal garantista e repressão ao crime organuado 
A leg11imidade constitucional dos novos meios de investigaçao e prova diante do crime organizado. Dissertaç:lo de mes1rado. PUC/ 
SP, 2006. Disponível para download em http://biblio.pucsp.br. 
4 7 Alonso Martinez explica, na Exposição de Motivos da lei espanhola, que o segredo é uma forma de compensar a dianteira ou vant.tgem 
que - presumidamente - o au1or do delito possa ter tomado. O segredo interno serviria, assim, para equilibrar as forças enue o ESlado e o 
delinquente (Apud: LOPES IÚNIOR, Aury. Direito de defesa e acesso do advogado aos autos do inquérito policial: dcsconslruindo o 
discurso autornáno. ln· BONATO, Gilson (org.). Processo penal: leituras constituc1ona1s. Rio de Janeiro: Lumen júris, 2003, p. 59). 
Jos( EoUAAIX) Dr SouZA PIMlNTTL • 649 
lo 10 prinnpio do contraclir6rio e da •unpla d e rn1Cll ' , , , , , ' ' c,csa SC dá o· ' B • , () ,11c11' 1 ,olici:,1 , que e inqu1s1t1vo, nào llc JJrcsta • no 1rc1to ras1Je1ro1 pela regra de r1nto 1 • para nada alé d fi . • 11 ,,,ql' . •,.., (ou cxccpc1onalmentc do querelante) E . ' m e ormar o convenamento do tJl 1 • 111~11, , · xige-se enc d • 11 111,,or' e : c•i·,m rc11roduziclos cm J uíí'.O ªJ)Ós ins..,, d ' ao, que os epo1mentos tomados na ,,,, t1W ~ J' • 1 ' u,ura a a ação a) d'• ' I' • 1i11'111·' ·I • d . . ' pen , em au 1enaa perante as partes . e 111 lesse 111oc o, que o promotor e Justiça é O d . . . · "'~ +iro, t . . . ' estmatáno do in é . li . J l:ic,1 L' 1 . r..,11,os exercidos 11clos Juízes durant . . qu nto po eia e que o controle . . e os , , , · , , e a investig - é • 111tt: e I d d · açao, meramente burocrático 10 ,r,•1 _ lclincílda, ma a apta a para atender à cxi ; . d. · ' . 111çno t . gcnc1a a ampla defi d d' ó . -t\ , til . • ·• do princípio da dignidade da h csa e o contra 1t no, nao . ,c1dcnc1,1 pessoa umana. 
/1
11 
• d d' 'd d ... ~1s1c . ,, prinCÍf)IO a 1gn1 a e da pessoa huma é ,.. ..,1 .. ro, ' na valor q l'fi d' ·, (,'ot1W • ) uma força candente que d . uc amp I ica os ttames Jª consagra-. 1w cot11( con uz o 1ntérp t , · Func•0 . • 'á re e a mcessante busca pela solução que lo!-• d 1 5 garantias processuais J. consagradas Ba t 1 ' 1 tel1 a a ' ' • s a ver pe os ex, 1 'á · d • , li ,r !I • - • al - cmp os J cita os que ao mvoca-11,c 1~ rtr Constíruc1on,u arga a proteçao ao indivíduo. ' 
1i1, ,, 
0 
00 0 princípio da dignidade da pessoa human • !)esse 1110 ' • b ' ª se opoc ao controle puramente burocrático 1) Jcr Judiciário possa exercer so re o trabalho da Polícia Jud' 'ár• R 1 . d . . _ 0 OCI • I . 1c1 ia. epe e, am a, a mvesttgaçao ~,1c . é aquela que se caracten1,a pe a prática de atos d , . . . ,ssiv,1, 1sto ' • . esneccssanos - considerado o fato investiga-c,.,cc, ,.em sobre o suspeito. que rcc .. 
110 ~ . so que, atualmente, está consolidado o entendimento d . . 'd d . . . . . . É par 15 . . d . . . , . e que a at1v1 a e de Polícia Judmana e tiv·uncnte subordina a ao Mm1sténo Publico ou ao Pod J d' •, , E' . _ . , J 1,e ser c,e ' _ U .d . . er u 1c1ar10. o que d1spoem, alias, as e , ·rn:1s das Naçoes nt as para a admm,stração da Justiça p. ai ( d Mall ) 8 5 m1n1 ' . . . cn regrase . orca 4 • regritr~las qual dos órgãos é o mais md,cado, pela ótica da dignidade da pessoa humana para dirigir a 1 .. I' ' . ção po iet.t . ,01•csng:1 • . . . 
É o Minisréno Publico. 
J 
·r.ca-sc Considerem-se. as duas soluções encampadas pelo mundo oci'dental U - 1\A: • • • ustlll • · . . _ . . . , . ma, poe o lvurusteno Publico no comando d_as m~esti_gaçoes po~ciais. A outra, atribui ao juiz instrutor, que dirige a Polícia, a 
orientação do trabalh~ invcst1gat1vo, cu~pnndo ao MP, neste caso, a fiscalização das ações levadas e efeito. 
A Irália, sob ~. r~gi~e de n~vo có_di_go d~ ~roc~~so penal (vigente a partir de 22 de setembro de 1989), 
prevê a figura do g1~1~ 1ce_P,er /e :n~agm, p~el~mma~ · N~sse _ordenamento, a fase de investigação preliminar 
é conduzida pelo Mimsteno Publico._ ~o JUIZ da m:estigaçao, como garantidor dos direitos do averiguado, . be controlar as ações do MP. É O JUIZ quem decide nessa fase sobre as medidas restritivas da liberdade lJ 1 . . . d pessoal e resolve questões ~~ atl~as a ~n~ecipação a prova. Ao juiz não é dada a função de investigar e recolher O material probatono. E um JUIZ sem caderno processuar 
Na Espanha, as regras da Ley de Enjuiciamiento Criminal (LECrim) acolhem a segunda orientação. A fase U1iàal do procedimento, de investigação, está a cargo do juiz instrutor, diretor das atividades policiais. Reserva-se 30 MP a inspeção das ações que são levadas a efeito. No entanto, para o procedimento ditado pela Ley 
Orgánica dei Tribunal dei Jurado, a fase instrutória é antecipada e o juiz já não pode dirigir a investigação. Nesse caso, 0 MP pode decidir pela impunidade de detemunadas pessoas de acordo com os elementos colhidosSO. 
is Con1orme o inciso 2 do anigo 2° da pane A (p11ncípios gerais do processo), · la policia y los func1onarios que ac1ucn em tareas de 1nvcstigación em un proced1rn1en10 pen,,I debcrán depender funcionalmente dei Ministerio Fiscal o de los lueces y Tribunales•. D11poníwl cm <hllp://www.lidh.org/PRIVADAS/reglasdemallorra.htm>. Acesso em 9 Mar. 08. 
iq B[RTOLINO, Pedro J. li I1Ie1 de f;M,intfas t'n e/ Código Proc:esdl Penal de /,1 ProvfnCld de Buenos A,res. Buenos Aires: Depalma, 2000. 
1> 14-25 
íO Tercs.i Armcn1,1 Deu revela su.i preornpaçJo com .i soluç:lo es1abelec1da pel,1 Ley Orgánica dei Tnbun,11 dei lurado, mormente no que d11 rcspcno ao poder de arqu1vamen10 do Ministério Público. E Jdvene: "la eslructura 1ripart1ta dei prmcip,o acusatorio vuelve a encontrar d1f1cuh.ides cm 1.i si1Uaci6n dei fiscal como 'p,ute imparcial' que instruye y puede lleg.,r a decidir sobre el 1u1c10 de acusas16n. No de1,, de ser cierto que con esle esquema puedem evit,irse mvestig,mones 1njus11ficadas, pero el prec10 en t~rm1nos de tred1bilidad dei ~rstem,1, espetiJlmcnte cm cuanto a la actuac16n imparci,11 dei MF, puede resultar excessivamente alto" (ARMENTA D[U, Tere~d f/ 1 ,1ca/ /nsuuctor ; (1 Nect•çano( Cuadernos de Derecho Público, n. 16, 2002, p. 191-222. Disponível em <hllp:// M,wcc1,1meric,1'>.org/doc/documen10s/,1rmenta-íisc.il-mstructor2.pdf>. Acesso cm 9 Mar. 2008, P· 10). 
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,1 11 .:1N'lt'lll'l 11c11s•111í1 i,1 dcstk 1 ~OH. /\ 1mr11r de cnrílo, o 
M 1111srério Públi,·o ºl' 
•11111,·:1 11 11 e t , " , • " • • • • • , • • ·• cnc,ir-
1 .. 1 : 1 1,, 'll'tlN'''"'lt> t' IH lll'lllll> ,1
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l'l'~,I 1 () l'Xt'll e IC l • • • • , • • ' • • , • • ... l~lr ,lS 
pullku:, ilki ias 1• dur ill fc io ,11 , pron•i.:.11. /\ 1c!cm1111 pn1res~11n_l dt· J:111c1rn dt: 1 ~l)J !1rc
t<:n1~rn ntrihuir :to MP 
.,:. 11111,.0,.11 ,I<' inve:.rig.,\·:tc> 1, :111 jui, .
,s d1•1·1s11es :,,obr<' dirc11os fundnment:11s. l•.sse ol~1ctivo manteve-se 
it1.illl'1.1tln 1111~ :, rdimnn k,14i:-l:,riv;1 dt' 2·1 de 11).{•>i.lt> de 199J, que n:prl'SCtlrll
ll, seg-undu a doutrina, fl'lro-
1·c:.sn e111 difl\'11t1 no 1n11ddc1 :111l<.'íiM'
1
• 
o l'odiw> Tipo do ln:.1i111111 lht•ro-:11neric:1 1111 dl' Dirriro Pennl n11torg-nu ao Minisrcrio Público, n., 
,· r.ipi, d:1 invl'sli).{:t\·~o prdirni1111r, :,s fo11\·iks i11wsli).{:lliv:1 r rcq11en:111c e :ios j11 i1es, o poder de comrol:,r os 
li,nirt':. d:i :itllll\':tc i mini,1a i:1 I, q11.11 1< ln L'SS:1 :11 ivid:Hk p,1c em risco direitos ind ivid11:1 is. No curso da invcs-
1 igil\'íltl, os j11/it·:. ~no drnmudos p:1ra os aros que i111pliq11c111 decisfo e :111toriz:1~·:H1. Ek·s se mnnifcst:un 
sobre 
,1 pl'rl inénr i:1 e vi11hi lid:ulc dai. medidas de rocr,·:w e sob s11:i pn:sidcn
cia se prod111e111 :ts prov:is considc,~i-
d:1:. ddiniriva~ e qul' 11no p11dc111 ser repe1idas~·
1
• 
Nn si~1e111:1 propnsro pcln rnrniss:to de jurisras Ct1l·arregad:1 de elaborar o Corpus lurú de disposiçôcs 
penais p:,rn a prorc,·:ío dos inrcresses financeiros da Unifü1 Européia, est:i previsto um Ministério Püblirn 
a C11rgo de quc111 cst:\ o inicio das investig:1,·ôes e sua dirc(:io - e a intervcn(:io de um juiz de liherd:idt·s 
("j 11gi: ,b lihcrt éi,
11
) na fose insrn11ôri:t e quando da formula\·iio do juízo sobre :1 arnsa~·iio. 
Fi11aln1t·ntc, nn Corte Penal lnrcrnacional, de :icurdo l·orn o Estatuto dc Roma (ER), a invesrig;i,·fo é 
:11rih11íd:1 ao Mini:Hcrio Público (:u·t. 15 e seguintes do ER), sendo mínimas as fut1\'Ões judiciais nesta t:,sl'. 
No e11111n10, a dtris:lo sobre n início da :t\·íln penal é subonlinada :\ :111torizaçfo de um órgfo d:1 Corte, a Sal:t 
de Q 1cs111e~ Prcl iminan·,. 
Co11s1i111i-se, desrarre, i11eq111 voc:1 rcnd~ncia - sentida até mesmo nos ordenamentos jurídicos que prc-
vêt:111 o juizado dr inslni\·:to atribuir ao MinistérioPüblico a direção das investigações e reservar ao juiz 
11m:1 fiinç:ln passiva, nitidamente gnranrist:1 dos direitos individuais do imputado. 
O j11i1 é rh:11nadn a intervir, no curso das invcscigaçôes, quando são necess:írias medidas cautelares, par., 
decidir sohrt conflitos entre sujeitos proressuais e, cm especial, para que sob a sua direção se produza :i 
:1 111ecipaçao da prova. 
'• 1 •1J111,/ 1111-l I C 11 INO. 1',•dro 1 // 1111•1 d,· 11,1,.11111., , 1•11 ,•/ ( 11</,1111 /'11" ,,,,,/ l','11.1/ d,• /.1 111,1111111,1 ri,• /l11e11m \,rc•,. ll11t•nn, 1\ 11,,,. 01•p.1hn., 
.'000, I' 21, 
,.' 1\1-lMINI/\ 1)11 /, ll'ft•,.1 ()/1 11/ p. Ih Ili. 
'• 1 l),,vnlwu "' ,to J1111 111,1,ulor .1 ch•c 1,.,0 ,oh11• ,, I""~º prt'V('1111v,1. M,11, l,lírlt•, rnm ,1 1 ,,1 11, ', 1 h, dl' 1 ~ de• 111 nh<1 d1• ~OtlO, rt' l,>11
1111 
" ., 11,11.tnll.1 cl,• fl"'"lfl\,ln cl,• mo, ~n, 1,1. d,·IPruulu"' ., 11111 d1v1'"º cio 11111 ,n,11u1nr ., 1 o mp,•ll'nrr,1 
p ,ir., ,1 ,1,t,.1)o dP meclrct.,, 
pm .11,v.1, d1• lillt'rd.tdc• 
'• 4 Ili 1-l I C 11 INC l l1, •d111 I // 1e1,·1 ti,• 11,11,11111.1, ,•11 ,•/ < 111/,1111 l'rt~ , ·,.1/ l',•11,1/ d,• /,1 1•,.,1 m< 1,1 d,• 1111, ,1111, \ ir,•, llurno< 1111,,,: D,•11,11111.1 J tMMl 
l' Ili CI 
58 
i9 
60 
61 
I< ,,.,r Eo11N11>0 nr 50uZA PL'-1.!N'l[I • 651 
. deferem ao juiz de instrução a direç
ão do trabalh li . 
q11c . . . 
, o po c1aJ garant · 'd 
-ci:n1.i
5 . f:isnndo o JUIZ instrntor da funçã
o de J. ulgar O 
" , em a mtegn ade do 
r •1' ' no a• ' 
processo" E 5 b . 
l ' 1i:tisílro_ 1c se tras
ladarem as funções instrutórias ao ó
 _ e: . · 
0 re esse meca111smo que 
j •l11 • n"º ' . . 
rgao OrtcJal da acusaç-
111"' e. cc' 11 rc ~-do MP. Fora disso, isto é, em sistemas com
o O 58 
ao ou se propugna a 
1., 11 d -~ 
nosso em que f: d • . _ 
. 
• , • 1 ·i t1idit e . . ,J - à semelhança do proc
esso inglês e americano_ d' ' _ 
ª ase e mvestJgaçao e 
.• ,r.1/\ ·,ice polic1, d' a~ o da Poücia pelo J. 
uiz. O J. uiz aq . d a iscussao torn
a-se estéril. Neles não 
ll11e a ,rcç 
, u1, esempenha , ·d fu -
. 
,i(f•. hin1cnro ,'. d' 'duo59_60_61 e, dess
e modo aquel . . nJ
t1 a nçao garannsta, uma 
rr•111_ '.~Jflln1 pro-111 ivt 
' a que mais bem atende ao pr
incípio da dignidade 
l,>1~ .,.:-
' no sus1en1a Fabrício O. Guarig
l,a que como con"'" ê . 
do conlr~ • 
. d ' ·-"u n
cra necessária da adnrão d 1 
.,enll d à separação defin11
1va a função requerente da ,_ 
d . - , o proc
esso pena de modelo 
E"' , 1s.1n o 
.-~~soa o Juiz deve se e d 
u«illl''º . bl'co órgao natural p
ara exercer a prete~ punitiva O 
. ' · ncomen ar d inves11g
açao preparatori.i 
J' 10 pu ' , 
· autor se insurge comr 
• 1 
y;, r111n1<1er . roduzida perante 
o juiz de instrução, apontando que
 •r 1 
. ª a acusaçao 1onnu ada pelo MP 
sobre 
!IJ'e p1oba1orrJb:16rios que él no ha
 recog,do, carecrendo de toda po
s:~ul;ad a~1~c1al que el fisca l deba
 acusar sobre la base de 
l;r11en1os p
ro . s'ón de roles imperante
 pues 'el fisc I d be ' ' a e
 seleccrón con relac16n a ellos; 'Ru
.ilmente 
e I es la ,nver 
1 · ª , que e ría imestigar sól 
ed 1 1 • 
. .l,n1<1b e d be ·a controlar la rnve
st1gación la real z 1 
, o pu e conrro ar o que el J
uez investiga: 
1n.iu · 10 e n 
' 1 ª persona mente• (GUARIGll 
é<Je, que 5
0 stigacrón preparatória· el prin 
• d A, 
Fabnc,o O. Facuhades drscrecron. a
les dei 
1 • birro I' ,nve · 
c,p,o e oportun,dad ln- MAIER J 
I B J ( 
n1•1erro pu Aires· Ad-ho
c 2000 p 85) 
. . ' , u 'º . . comp.J. [/ \ lm1<teno Pub
hco en 
r111 <''º penal. Buenos • . , .'
 . . 
el pr()( doutnnánas sobr
e a 1mparc1al1dade da acusação 
,n d 
mande<tações T 
A O 
e, em ma,s 1ntensame n1e sobre a fig
ura do magr<trado e no 
A< do de instrução. 
,ere<a rmenta eu enfa11za es
s 
;~ . bilo do 1uiza I 
d F 1977 
ª preocupação ao se referir às conclusões d
a denominada 
arll li hé" estabe ecr a na
 rança, em . para um diagn
óstico sobr 1 . 
•(or11i<1ôíl ruc ' (
 . 1 
e a ust,ça naquele país. Discorre a 
autor.i sobre ·el 
1 gro para las gar
antas const11uc1ona es dei crud
adano sub I l'b 
daderO pe 
1 .6 d I 
d h yace e
n e equ, 1 no a lograr entre l.i in
<1rucc1on \ l,1 
, er mo en la protecc,
 n e os erec os dei acus.ido 
d 1 
<il<rón, as1 co 
• e manera que e órgano acus,1d
or no pueda Jdoptar detenni-
ae~JS ,ned1das que arro1en una car~
a excessiva de parc,al,dad y se pon
ga de relieve 1.i falt.i de distJncram
ento ps,cológrco de qu1en 
n,w d do la rnvest1gac1
6n deben luego sostener la acus
 ·6 E 
habiendo con uci . 
. . ac, n. n caso co
ntrario, los rasgos 1nqu1s1torros se
 trasl.idan 
d el n
esgo de arbrtranedades en la 1m
 est1gac16n y pel,gro de rnvasión 
indeb d d I d d • ( R
 
atarrean o 
, d 
I a e J " a priva a A MENTA 
DEU, 
ri 1 ,sCiJ/ Jnstructo
r , Fs Necesarto Cua ernos de
 Derecho Público n 16 7002 191 
, 22 0 1 
h / 
Teresa. 
' · • • • P · - . rsp
om, e em < ttp·/ 
mpncas.org/doc/documentos/arm
enta-fiscal-instructor2.pdf>. Aces
so em 9 Mar 2oo8 t 6)
 
" """ cera 
, p. . 
Eduardo José Olme~o-observa que
 multas leg,sla~ões atribuem. imp
,ar~1al1dade ao Mrn1sterro Público
. Entende. porem, que não e 
v,a,el exigir imparcialidade do #acu
sador. A atuaça~ do Min1s1érro P
ublico deve se caracterizar pela obJ
el1v1dade, m,11< adequ.ida a 
quem e parte no procl'SSO. As Reg
ras de Mallorc~ _(Anexo, 
11em l 3, b) reclamam ob1et1v1dade 
à a1uaçJo mrnr<ter1.il e 1al atrrburo
. 
aliado ao dever de lealdade, se apr
esenta como suric,ente p,1ra que o
 MP concentre os seus es1orços ™ busca d
e todos o• elerllt'nto< 
de convicção que conduzam ao re
sultado JUSto do processo (OlME
DO, Eduardo Jose. Lo< /Ut'<I'• ,./ 
\lmNenn F,,c,1/ 1 /,, JduJnon 
I 
t Buenos Aires: la l ey, 2003, p. 1
03-104). 
Po /Cid. . . M
 
• • 
Registre-se que, no sem1náno '.nt1~ula
do Propostas par~ um nov~ Brasi
l , realizado no auditorro do Super
ior Trrhun,,1 de 1u,t1çJ nos dias 
79 e 30 de maio
 de 2003, for divulgado um antep
ro1eto de le, para a instituição, em
 nos,;o proce,so penal do 1u,udo
 de in,tniç ão. 
Õ ,mteproJeto, da lavra do ministro José Arnaldo da Fon
seca, pressupõe, conforme se lê na
 bpo<,çJo de moii,c" 0 ,,crbr,mo
 de um 
paragrafo ao artigo 98 da Constituiç
ão Federal, p.ira per~itir a adoção
 do juizado de rnstruç,'lo em cert.is 
rn1r JÇôe-. penJis JS "de maior 
potencial ofensivo• (trata-se da PEC 
27/2004,_ de 7 de ma,o ~e 2004). 
~ anteprojeto atnbu1 ao \l1n1steno P1
.1hl1co a d,reç,,o da apt.irJÇdC'I 
preliminar, cabendo ao JUIZ, no cas
o de urgenc,a e para evitar o pere
cimento da pro,a pr.111< ar ,uos de
 1n,tru~,lo pre, IJ. [qabelece--.e 
pra,o para a fase investigatória, f
indo o qual se alvitra a possibi
lid,1dc de o 1u1z a,,umrr ,1 dire~
lo do ,nquerrro por perrodo 
determinado, visando .) sua conclu
sJo. Ao termo fina l, somente re<l
,,rá ,w ,\1,nrstt'rro Publ1Co oreret.N de
nunc,,1 ou promover o seu 
arqurvamenlo, mecanismo concebid
o para evitar que a ,nvesrig.,ç~o 
<e e-renda por tl'mpo rnde11nrdo. 
-\ in1ewa do anteproieto pode 
ser consuhada no site do Conselho 
de lustiça Federal (<www.cjf.gov.b
r>l ou 11<1 Rc,,q,1 d.1 ['(.ol,1 P.iulrS
!a d,1 1.1,,g,stratura, .ino -1, n" 2, 
rulJdez. de 2003, p. 27-52, onde f
igura com as cons1der,1çõc, e ,ug
e,tl\e, d .. Rog!!rro L.rnn.i Tutc1 
Para Adaulo Suannes, o processo pen
al moderno é o garante d,1 libcrd,1
de cio 1mp1.11ado e de -cu N,1do d<· 1
nocenc1a, ·,11é o momento em 
que o Estado demonstre, pelo órgJo
 incumbido disso, J net t's,,d,,dC' d
e u•rnw-se JL1uel,1 l1benJ,1de, Sl'JJ
 pt!l,1 ocorrência de 1ato grave 
enseJador de provimento cautelar a ser
 solicitado ao JUIZ, que o Jprec1.ir,1
. '>CJa t-'111, " tJ da comprO\<)\ Jo c.1b
.1I dos faros e <oa au1oriJ" Sob 
essa 61ica. observa que o JUIZ crim
inal moderno é o gar.intidor dt>s dr
re110, cons11tucion,m do acus.1do, 
estando comprometido com a 
regularidade formal do processo (e 
as formalidades do prou:s:.o cons
tlluo:rn-se em sal\ ~su.irdas

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