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FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ANA CLAUDIA SANTOS LEANDRO - 170131483 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2019 FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Trabalho apresentado como requisito parcial para a atribuição de nota na disciplina de Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Educacional da Lapa – FAEL. Orientador: Prof.ª Aide Mara Bachtold Dias ANA CLAUDIA SANTOS LEANDRO - 170131483 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 DESENVOLVIMENTO 5 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 5 2.2 INCLUSÃO NA ESCOLA ESTAGIADA 8 2.3 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE DA TURMA 10 2.4 DESCRIÇÃO DA DOCÊNCIA 12 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 15 4 REFERÊNCIAS 16 ANEXO A – Ficha de Avaliação na Escola-campo 17 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho refere-se ao Relatório de Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Elizabete de Paula Honorato. Este estágio tem por objetivo fundamental inserir o estudante acadêmico no contexto histórico escolar, afim de que se possa vivenciar na prática as disciplinas outrora aprendidas na teoria, tendo uma visão mais ampla de como atuar como futuros pedagogos. “A Educação Fundamental compõe um dos níveis da Educação Básica do Brasil. Abrange crianças a partir de 6 anos de idade e tem como finalidade a formação básica do cidadão. Para isso, segundo o Art.32 da LDB, é necessário: I - O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura da escrita e do cálculo; II – A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III- O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e formação de atitudes e valores; IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Desde de 2006, a duração do Ensino Fundamental, que até então era de 8 anos, passou a ser de 9 anos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB9395/96) foi alterada em seus artigos 29, 30, 32 e 87 através da Lei Ordinária 11.274/2006, e ampliou a duração do Ensino Fundamental para 9 anos, estabelecendo como prazo para implementação da Lei pelos sistemas de ensino, o ano de 2010. Anos Iniciais - Que compreende do 1° ao 5° ano, sendo que a criança no 1° ano aos 6 anos de idade; Para realizar a elaboração deste relatório, foram realizadas observações participantes em uma turma do 5° Ano (crianças de 10 e 11 anos). A proposta pedagógica da escola está pautada no construtivismo de Jean Piaget e nas contribuições do sociointeracionismo de Lev Vigotsky. Foram planejados e aplicados planos de aula com temas e conteúdo diversos, que envolveram, língua portuguesa, história, geografia, matemática e ciências. Todos os alunos demonstraram interesse e participaram ativamente das aulas, houve necessidade de parar alguns momentos para relembrar os combinados, mas a maioria dos objetivos propostos nas aulas foram atingidos. O texto deste relatório está subdividido da seguinte forma: Introdução que nos apresenta de uma forma geral o conteúdo do trabalho; o Desenvolvimento que apresenta a caracterização da Instituição e a observação frente aos processos de inclusão na escola estagiada de acordo com o Projeto Político Pedagógico; a observação participante da turma em sua rotina diária em sala; a descrição da docência onde se encontram os planos de aula e como foram conduzidos e aplicados pelos acadêmicos; as Considerações Finais, onde descrevemos sobre o aprendizado e experiências vividas no estágio e as facilidades e dificuldades encontradas no decorrer desse processo, e as Referências; onde nos embasamos para a realização deste relatório. 2 DESENVOLVIMENTO Neste item do relatório serão descritas todas as etapas cumpridas no Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, articulando-se a descrição das observações feitas na EMEF Elizabete de Paula Honorato e das ações realizadas junto a uma turma de alunos da instituição, com o referencial teórico pertinente a cada situação informada. 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO O Estágio Supervisionado na Educação Infantil, foi realizado na E.M.E.F. Elizabete de Paula Honorato, situada à Rua Aurélio Portilho Castelhanos, nº 124, Jardim Mariana I, telefone (12) 3912-9467. Na escola trabalham 87 pessoas: a diretora, a vice diretora, a orientadora pedagógica, 60 professoras, 2 secretárias, 1 almoxarife, 8 estagiárias e funcionários de empresas terceirizadas, sendo 4 responsáveis pela segurança, 4 cozinheiras e 6 responsáveis pela limpeza. Quanto aos horários de trabalho, a equipe gestora permanece na escola em período integral; as professoras trabalham das 07:00h às 12:15h e as estagiárias podem permanecer na escola das 07:00h as 18:00h. Há na escola 1057, alunos matriculados em 33 turmas sendo 16 turmas no período matutino, 14 no período vespertino e 3 no período noturno (1° ano - crianças de 6 anos, 35 alunos por turma, 2° ano - crianças de 7 anos, 35 alunos por turma, 3° ano – crianças de 8 e 9 anos, 35 alunos por turma, 4° ano - crianças de 9 e 10 anos, 35 alunos por turma, 5° ano - crianças de 10 anos, 35 alunos por turma, 6° ano - crianças de 11 anos, 35 alunos por turma, 7° ano - crianças de 12 anos, 35 alunos por turma, 8° ano - crianças de 13 e 14 anos, 35 alunos por turma, 9° ano - crianças de 14 e 15 anos, 35 alunos por turma, EJA – Adultos de idades variadas, até 50 alunos por turma). Destes 1057 alunos, 30 necessitam de A.E.E. Nos bairros adjacentes há 65 alunos inscritos na escola aguardando abertura de vagas. Para atender aos alunos, a escola é térrea e possui rampas de acesso na entrada, tem 1 secretaria, 15 salas de aula (Todas com projetor, quadro branco e notebook com acesso a internet), sala de recursos, sala de leitura (que pode ser usada também como sala interativa ou biblioteca), sala RI (Reforço Intensivo), laboratório de informática (com 20 computadores e 50 tablets), cozinha, refeitório, pátio coberto, parque (com escorregador, balanço, barras e brinquedos para escalar, gira-gira e gangorra), e quadra de esportes coberta, jardim e horta. Há 6 banheiros masculinos e 6 banheiros femininos, todos eles com acessibilidade para deficientes, não há trocadores e chuveiros. A escola possui três projetos de grande impacto: No período noturno a escola oferece gratuitamente aulas de danças urbanas, capoeira, judô e esportes como futsal basquete e handball, para as pessoas que moram nos bairros da região. A escola forneceo material, apoio e suporte pedagógico necessário para que os alunos escrevam e distribuam o “Bete News” um jornal com edição bimestral com uma tiragem de 2000 exemplares, recheados de fotografias, notícias, informações e curiosidades sobre diversos temas, além de uma tirinha divertida na última página. Tem também a “Pegada Ecológica”, toda sexta feira um grupo de alunos dos anos iniciais vai a uma área externa e aprende na pratica como plantar avaliando o tipo de solo, o clima, as possíveis pragas, a quantidade de insumo e agua necessários para cada vegetal. O intuito é auxiliar nas matérias de ciências e geografia e, por vezes, matemática, mas o aprendizado acaba se estendendo a valores éticos como o respeito à vida, a convivência e ao tempo natural do crescimento. O que possibilitou uma interação entre a teoria e a prática. Além disso, adquirem o hábito da alimentação saudável e desenvolvimento sustentável, pois produzem, na “composteira” da escola, o adubo para a horta e o jardim usando cascas de frutas, por exemplo. As alfaces e couves (entre outros alimentos produzidos) são colhidos e consumidos nos momentos de refeição dos alunos. A agenda escolar é o meio de comunicação usado diariamente para comunicação entre pais e professores. Por meio de reuniões de pais, a escola promove um contato direto entre família e escola, gerando oportunidade da família conhecer mais detalhes do trabalho realizado, desenvolvimento dos seus filhos e suas necessidades. Para a escola são momentos de reafirmar a parceria família- escola, conhecendo um pouco mais sobre cada criança. Além disso, há o conselho participativo bimestral onde pais e professores se reúnem para falar sobre os avanços e também as dificuldades individuais e coletivas de cada turma. Nesta escola o lúdico é muito valorizado, a escola trabalha com o brincar como instrumento pedagógico. O brincar no dia a dia promove o desenvolvimento da criança, pois nesse momento a mesma expressa suas vivências, desejos e opiniões, experimenta o mundo, explora possibilidades de conhecimento e elabora relações sociais, organizando assim suas emoções e desenvolvendo autonomia de suas ações. A escola busca sempre oferecer uma rotina que permita o brincar de forma mais espontânea. “O brincar espontâneo abre a possibilidade de observar e escutar a criança nas suas linguagens expressivas mais autênticas. Esse brincar incentiva a criatividade e constitui um dos meios essenciais de estimular o desenvolvimento infantil e as diversas aprendizagens. Friedmann Adriana (p.47, O brincar na educação infantil). “Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de as crianças, desde muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.” (REFERENCIAL CURRICULAR, 1998, p.22) A avaliação é feita diariamente através da observação que o professor faz do desenvolvimento de seus alunos, os pontos mais significativos dessa observação são registrados e impressos em forma de relatórios entregues bimestralmente aos pais dos alunos, no conselho de classe. Há também avaliações bimestrais, (questões discursivas e de múltipla escolha impressas em uma folha), trabalhos de pesquisa, maquetes, etc. É considerado o fator de evolução do aluno nos quatro bimestres para obter a nota final. Não há retenção por motivo de baixo desempenho, são aplicados trabalhos e avaliações complementares e o aluno passa a frequentar aulas de reforço, caso não atinja o resultado esperado. Só fica retido o aluno que faltar excessivamente ao longo do ano (40% das aulas). “A avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental” (incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) Há bastante incentivo por parte da escola para que mais pais queiram participar do conselho de escola, (O grupo é formado por 56 pessoas), porém os que comparecem as reuniões são participativos, estão sempre dando opiniões e sugestões contribuindo nas decisões juntamente com os professores, funcionários e equipe gestora. As reuniões são sempre pré-agendadas a cada dois meses (já incluídas no calendário escolar) ou podem surgir conforme há necessidade da escola ou dos pais, respeitando o quórum mínimo para acontecer. A escola busca acolher os alunos com deficiência, realizando num primeiro momento a escuta dessas crianças e seus familiares, observando as ações no dia a dia em relação ao social, intelectual e cognitivo, mesmo porque é preciso observar fora do ambiente familiar para levantar dados e auxiliá-lo em sua adaptação a uma nova rotina. As informações fornecidas pela família auxiliam nesse acolhimento, pois dá um direcionamento para preparar a equipe da escola como um todo e principalmente a turma que irá receber esse aluno. 2.2 I N C L U S Ã O N A E S C O L A E S T A G I A D A Na E.M.E.F. Elizabete de Paula Honorato, há 30 alunos inclusos, destes todos apresentaram laudos. Mais 7 alunos estão passando por acompanhamento e avaliação clínica para investigar a possíveis deficiências e dificuldades neuropsicológicas. “Incluir não é simplesmente colocar alunos com deficiência nas classes regulares. Trata-se de um processo – e, por isso mesmo, lento, de caráter contínuo e transformador – que exige planejamento, recursos, sistematização e acompanhamento.” Mori – 2003, p.188 O AEE (Atendimento Educacional Especializado) se inicia quando o professor regente realiza suas observações em formato de relatório e encaminha para a equipe gestora, esta realiza mais observações e agenda uma primeira entrevista com a família, levantando informações importantes sobre o desenvolvimento da criança. Após esse primeiro momento os registros retornam para a professora do AEE que realizará atendimento a criança e se julgar necessário marcará um novo encontro com a família para realizar a anamnese e pedir os laudos médicos. Feito este procedimento e com a autorização dos pais, a criança será matriculada na sala de recursos e terá seus dados lançados no SISTAE e GEDAE. Na entrada da escola há rampas de acesso, as portas são largas em todos os ambientes, bebedouros e pias na altura adequada, há 6 banheiros com barras de apoio e vaso sanitário adaptado, que são suficientes até o presente momento. Além disso a prefeitura oferece transporte gratuito, vans, para levar e buscar as crianças com dificuldades de locomoção. Até o presente momento, não houve matrículas de alunos surdos ou mudos, não há profissionais intérpretes. Dos alunos inclusos, 8 contam com uma estagiária de pedagogia para auxiliá-lo durante as aulas, os demais não necessitam de acompanhamento específico, mas tem à disposição professoras eventuais paraauxiliá-los quando necessário. A equipe pedagógica oferece uma sala de recursos com materiais didáticos específicos, recursos pedagógicos e de acessibilidade para as especificidades de cada aluno. Os alunos têm uma aula semanal nesta sala com a professora especializada em AEE. A mesma fornece também alguns materiais pedagógicos diferenciados para que as estagiárias trabalhem com esses alunos quando julgarem necessário. Todos os alunos inclusos possuem material didático adaptado para as suas necessidades. A relação com os pais dos alunos inclusos se dá por meio de bilhetes na agenda escolar e reuniões com os pais professores e equipe gestora sempre que houver necessidade por parte da família ou escola. A interação dos alunos inclusos com os demais é espontânea e se dá a todo momento, todos participam das mesmas atividades, a intervenção dos educadores só ocorre quando o aluno necessita de apoio e atenção ou quando apresenta alguma dificuldade, somente nos momentos oportunos. A prefeitura fornece material didático específico para cada aluno. A escola busca desenvolver a autonomia de todos os alunos, oferece conteúdo semelhante para todos e vai aprofundando este conteúdo de acordo com a aprendizagem de cada aluno, os alunos trocam conhecimentos entre si e com os professores, o diálogo é sempre presente nas aulas. O processo de avaliação dos alunos inclusos acontece da mesma forma que os demais, porém com o apoio da professora de AEE. 2.3 O B S E R V A Ç Ã O P A R T I C I P A N T E D A T U R M A As aulas do período, acontecem das 13:00h às 17:45h. A Rotina da sala de aula inclui, diariamente, na hora da entrada, momentos de brincadeira, em que a criança escolhe livremente seus brinquedos, podendo inclusive usar brinquedos que traz de casa, chamado o momento “Diversificado”, caso não deseje brincar, pode fazer atividades nas mesas preparadas para trabalhos de arte, matemática e linguagem, onde a criança escolhe a atividade que deseja fazer. Os alunos têm também dois momentos de alimentação, um após a acolhida onde é oferecido um lanche mais leve (frutas, leite ou biscoitos) e uma refeição no meio do período (arroz com feijão ou macarrão, legumes, verduras, carne e suco de frutas). Todos os dias há atividades de linguagem e matemática e a “Hora da História”, leitura de livros infantis. E fazem em cada dia da semana uma atividade dirigida de acordo com o planejamento do professor (um ou dois eixos de acordo com o tempo disponível). Diariamente, também, as crianças participam do “Parque com Intervenção” onde, em um mesmo momento, 4 turmas se dirigem aos parques e as crianças podem escolher livremente onde brincar, tendo como regra brincar somente onde há professoras presentes (podem brincar com alunos de outras turmas na casinha, quadra, balanço, escorregador, etc. a sua livre escolha).Quatro vezes por semana os alunos participam de aulas de música e literatura na sala interativa da escola. As salas estão organizadas com 35 cadeiras e mesas divididas em 5 fileiras de 7 carteiras, à frente da sala está a mesa da professora e um armário com o notebook usado nas aulas, a sala conta também com um projetor e um grande quadro branco, há também um armário no fundo da sala com os livros didáticos e avaliações dos alunos. Cada sala possui um mural interno e um externo para exposições de trabalhos dos alunos. As professoras são receptivas e gentis, transmitem o conteúdo programado com clareza e objetividade, sempre buscando a participação de todos os alunos da turma. Exercem autoridade de maneira firme, porém adequada a faixa etária dos alunos. Todos são tratados com respeito e atenção em sala de aula. E os conflitos que ocorrem eventualmente são solucionados através do diálogo entre professor e alunos, em casos muito extremos os alunos são encaminhados à diretoria da escola, ou os pais são chamados para ficarem cientes da situação. “A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros.” (Referencial Curricular, 1998, p. 43) Trabalha- se o construtivismo na educação, a criança é sujeito da aprendizagem, participa ativamente, é ouvida, sua experiência e algumas preferências são respeitadas. As professoras desenvolvem atividades que estimulem o interesse dos alunos. Dessa forma o conhecimento é construído através das interações da criança com outras pessoas e com o ambiente. Segundo Bettelhein, “Muitas vezes a infância é ainda considerada como a uma preparação a uma determinada vida futura, enquanto, na realidade, cada momento é importante por si só mesmo, e não pelo que acontecerá mais tarde como consequência.” (Como amar uma criança, 1997, p.05) A prefeitura disponibiliza, no início do ano, materiais básicos como cadernos, lápis, borracha, canetinha, giz de cera, régua, apontador, pastas para guardar avaliações, dicionários (um kit para cada aluno). O professor entrega esse material aos alunos e caso eles percam ou gastem o material recebido antes do tempo previsto a reposição é de responsabilidade dos pais dos alunos. As salas de aula têm livros, revistas, jogos e cartazes. Cada professora equipa sua sala com o material que julgar necessário e adequado a faixa etária de seus alunos. O currículo semestral é determinado em HTC, onde é decidido democraticamente e todas as turmas (da mesma faixa etária) trabalham o mesmo conteúdo, porem cada professora desenvolve suas aulas de acordo com o perfil de seus alunos e seu perfil pessoal. As professoras trabalham de modo que seus alunos avaliem seus trabalhos e atitudes e percebam seus erros fazendo a autocorreção; através de trabalhos em grupo, leitura coletiva de textos e reflexão sobre fatos que ocorrem na rotina das crianças. A avaliação é feita por meio da observação e registro do desenvolvimento dos alunos em forma de relatório, avaliações bimestrais, questões dissertativas e de múltipla escolha, pesquisas, redações, produções de texto, atividades orais, produções de teatro, atividades físicas e esportivas e trabalhos em grupo que valem notas de 0 a 10. É considerado o fator de evolução do aluno nos quatro bimestres do ano para se chegar a nota final e não há retenção por motivo de baixo desempenho. São oferecidos atividades e apoio pedagógicos complementares até que o aluno acompanhe o mesmo desempenho dos demais alunos. 2.4 D E S C R I Ç Ã O D A D O C Ê N C I A No dia 26 de setembro 2019, apliquei o plano de aula de Português, “Seres Imaginários” com previsão de duração de 2 horas, com o objetivo geral de elaborar um livro contendoas ilustrações e as descrições dos seres imaginários; mural com exposição para a comunidade escolar. E objetivo específico de compreender sobre as lendas e como surgiram; realizar a leitura a escrita; realizar textos coerentes e coesos; escrever corretamente as palavras recorrentes desses textos; utilizando os sinais de pontuação; Com os alunos sentados em roda, conversamos sobre o tema “Seres Imaginários”, como surgiram as histórias, contos populares de cada região. Depois que ja que já aprendemos bastante sobre os monstros medievais e já descrevemos também alguns monstros de que ouvimos falar atualmente, escrevemos as coisas que achamos mais interessantes sobre os monstros de ontem e de hoje. Convidamos os alunos para a produção de um simples livro. Após, cada um elaborou uma história através de um texto sobre o tema “Seres Imaginários”. Quando terminamos os textos, cada um leu para seus colegas e conversamos de onde tiraram o seu “Ser imaginário”, logo depois confeccionamos um livro contendo todas as histórias. Fizemos também uma atividade com massinha de modelar aonde as crianças exploram, de forma artística, as informações que haviam coletado sobre os diversos seres imaginários. Ao término da nossa elaboração dos textos, pedimos que os alunos retratassem em forma de desenho o “Ser” da história que contou. Fizemos juntos uma exposição de um mural com os desenhos, as esculturas com a massinha de modelar e o livro criado. Os objetivos propostos foram alcançados, no tempo certo de duração da aula. No dia 27 de setembro de 2019, aplicamos o plano de aula do eixo de Geografia; investigando os tipos de solo. Com o objetivo geral de: aprender sobre os diferentes tipos de solo. E como objetivo específico de conhecer tipos variados de solo; compreender sobre suas diferenças e características; identificar onde são encontrados; realizar a interação e trabalho em equipe. Começamos convidando os estudantes a um passeio no jardim da escola e no jardim nos sentamos em roda no chão e conversamos sobre o assunto abordado, após fizemos a leitura do texto: “Se a terra não existisse, a gente pisava onde?”, de Ricardo Azevedo. Ainda na roda de conversa, os alunos observaram e manipularam três tipos de solo que foram coletados e reservados em diferentes recipientes: arenoso, argiloso e orgânico – porém sem identificação. Após o professor explicou os porquês e as característica, assim identificamos juntos com os alunos cada tipo de solo dos que estão nos recipientes. Munidos de lupas, cada um analisou características como cor, textura e capacidade de absorção de água de cada amostra. O cheiro também é um aspecto que foi analisado, assim como a origem do material. Ao término saímos em um passeio pela escola analisando e coletando os diferentes tipos de solo encontrados ali e investigamos se no local encontramos algum tipo de solo igual aos que foram apresentados nos recipientes. De maneira geral o objetivo da aula foi atingido e o tempo de duração foi de 2 horas conforme o previsto. Iniciamos a semana, no 30 de setembro de 2019, aplicando um plano de aula do eixo de Ciências, sobre “As fases da lua”. Com o objetivo geral de aprender sobre as fases da lua. E o objetivo específico: aprender quanto tempo leva para a Lua girar em torno da Terra; compreender como a lua gira ao redor da Terra e declarar múltiplos fatos sobre a lua em relação ao sol, terra e planetas; identificar as fases pelo calendário. Começamos assistindo o vídeo sobre as fases da lua e fomos conversando com os alunos sobre cada uma delas. Pedimos para que os alunos fizessem anotações sobre suas partes favoritas. Ao ficar observando o calendário cada um foi marcando cada fase da lua com uma cor de lápis diferente. Usando desenhos encontrados on-line, cada aluno pintou as fases da lua. Após esse período, discutimos sobre as diferentes formas da lua: nova, crescente, minguante e cheia. Eles ainda podem fazer essas formas de lua com lápis e papel. Com uma lanterna e uma bola de isopor e um lápis espetamos a bola (lua) no lápis e a use para demonstrar as fases lunares. Os alunos trabalharam em grupos para completar suas tarefas. Os objetivos da aula foram alcançados e o tempo utilizado foi o tempo previsto. Dia 01 de outubro de 2019, trabalhamos o eixo de História, com previsão de duração de 2 horas. Com o objetivo geral de: analisar crítica sobre a escravidão. E objetivo específico: perceber informações importantes sobre a escravidão no Brasil; nomear a criatividade, motricidade fina e atenção; realizar a prática da confecção da boneca Abayomi. Com os alunos sentados em suas carteiras organizadas em fileiras, projetamos o texto “Navios Negreiros” no quadro branco e solicitamos que cada aluno leia um parágrafo do texto até que a leitura completa seja concluída. Após a leitura do texto, explicamos o mesmo e esclarecemos as dúvidas dos alunos, temos também um momento onde aqueles alunos que quiserem fazer comentários ou dar opiniões podem se expressar. Exibimos então o vídeo tutorial e distribuímos retalhos de tecidos e tesouras, além de auxiliar os alunos a fazer a sua boneca Abayomi. Ao final cada aluno teve sua boneca que pode dar de presente a um colega ou levou para casa de acordo com sua preferência. Distribuímos uma folha com 5 questões para cada aluno, eles puderam consultar o texto no quadro branco para responder. Ficamos próximas aos alunos para ajudar conforme a necessidade de cada um. (Questões: Onde viviam as pessoas escravizadas? Como essas pessoas eram trazidas para o Brasil? Como retiravam as pessoas do seu país de origem? Por que esses homens, mulheres e crianças eram capturados? De acordo com o vídeo, por que eram feitas as bonecas Abayomi?). O tempo de duração da aula foi de 2 horas também e os objetivos propostos foram alcançados. Finalizei meus planos de aula dia 02 de outubro de 2019, com uma aula do eixo de Matemática, sobre “A matemática no dia a dia”. Com previsão de duração de 120 minutos, tendo como objetivo geral o tratamento da informação e Resolução de situações problema. E objetivo específico: realizar a leitura e interpretação de informações presentes nos meios de comunicação e no comércio; realizar situações problema envolvendo interpretação de tabelas; realizar operações de soma, subtração e divisão; compreender noções do sistema monetário brasileiro (reais, centavos, troco, pagamento, lucro, prejuízo...) Apresentamos a proposta de um lanche coletivo (imaginário) e escolhemos cinco produtos para esse lanche (arroz, feijão, tomate, café e açúcar) mostramos três folhetos de supermercado, lendo, comparando e anotando todos os dados no quadro branco. Somamos o valor dos cinco produtos no “supermercado A”, “no supermercado B” e no “supermercado C”, comparamos os preços para saber qual é o supermercado mais barato e o mais caro, sempre assinalando e anotando os resultados. Calculamos a diferença entre o mais barato e o mais caro e fazemos a seguinte anotação “Comprando no supermercado... economizamos R$...” Enfatizamos qual foi o mais barato e formamos um grupo (3 professoras). Fazemos então a seguinte questão “Se fizermosnossa compra no supermercado mais barato e dividirmos o valor da compra entre os participantes do grupo quanto cada um gastará, no nosso lanche coletivo?” Fizemos o cálculo e registramos as informações no quadro branco. Dividimos os alunos em grupos de 5, distribuímos 3 folhetos para cada grupo e pedimos para que cada grupo refaça o exercício de acordo com os preços dos folhetos que receberam e quantidade de pessoas no seu grupo, escolhendo produtos similares de sua preferência. Os alunos refazem a atividade, em seus cadernos, utilizando o modelo feito no quadro branco como referência. Ficamos a disposição para auxiliar, explicar e tirar dúvidas conforme a necessidade de cada aluno. Ao término da atividade, apagamos o exemplo do quadro e cada grupo escolhe um representante para anotar seus resultados no quadro branco. Após todos os grupos se apresentarem, interpretamos os resultados para ver o que cada grupo comprou, qual mercado escolheu e qual grupo gastou menos. Desenvolvi meus planos com conteúdo alinhado ao currículo feito pela professora regente, participei ativamente das aulas desenvolvidas por ela, dando o apoio solicitado dentro de minhas possibilidades. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos propostos para este Estágio foram alcançados, vivenciei na prática as disciplinas aprendidas na teoria (simultaneamente, o que facilitou o processo), tendo uma visão mais ampla de como atuar como futuro pedagoga. Tive o apoio das professoras, da secretária, que foi muito solicita e nos orientou no início do estágio, e da diretora da escola. Foi necessário providenciar alguns materiais e recursos que foram utilizados nas aulas ministradas. Em alguns momentos, as professoras precisam trabalhar além de suas atribuições e investir recursos financeiros próprios, nada que seja impossível ou caro demais, mas é necessário ter sempre generosidade, empatia, dinamismo, criatividade, profissionalismo e flexibilidade para ser pedagogo. Ser professor nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é ser mediador no processo de ensino aprendizagem, sendo uma referência de comportamento e não detentor do conhecimento, buscando sempre atualizações de acordo com as necessidades dos alunos. É necessário estar atento às mudanças que ocorrem na sociedade atual, pois os alunos nessa faixa etária estão ligados no que acontece ao seu redor e tem dúvidas que vão além do conteúdo estudado, é preciso estar preparado para sanar essas dúvidas de forma didática, sem expor sentimentos ou preferencias pessoais, de forma neutra e imparcial para que o aluno tire conclusões por si só, baseadas em fatos e informações, não em opiniões. O trabalho realizado foi fundamental, na vida pessoal e na vida profissional, já que aprendi na prática como conduzir as aulas, a me relacionar com meus colegas de trabalho, com os alunos e seus familiares e como superar algumas dificuldades presentes no trabalho escolar, respeitando regras e hierarquias no ambiente escolar. Aprendemos que o aluno é o centro do processo de ensino aprendizagem. E aprendemos que a rotina escolar nem sempre acontece conforme o que planejamos, é necessário pensar sempre além dos planos, já que lidamos diariamente com pessoas, que tem emoções, ideias e necessidades que podem mudar ao longo do tempo. 4 REFERÊNCIAS BRASIL - Lei de Diretrizes e Bases, art.29. BRASIL – Matriz Curricular, p.27 BRASIL - Lei nº 12.796, de 2013 BETTELHEIN, Como amar uma criança, 1997, p.05 FRIEDMANN ADRIANA p.47, O brincar na educação infantil MORI – 2003, p.188 REFERENCIAL CURRICULAR, 1998, p.22 REFERENCIAL CURRICULAR - 1998, p. 4
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