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A FUNCIONALIDADE DOS NEUROTRANSMISSORES NO TRANSTORNO DEPRESSIVO SEROTONINA E NORADRENALINA UNIDADE: UPE – CAMPUS GARANHUNS CURSO: BACHARELADO EM PSICOLOGIA COMPONENTE CURRICULAR: F ISIOLOGIA DOS SISTEMAS DOCENTE: SINARA MÔNICA VITALINO DE ALMEIDA DISCENTE: VIVIAN ARAÚJO FREITAS O QUE É A DEPRESSÃO? A depressão é um distúrbio de humor caracterizado por uma sensação persistente de tristeza ou perda de interesse que caracteriza a depressão pode levar a uma variedade de sintomas físicos e comportamentais, como: alterações no sono, apetite, nível de energia, concentração, comportamento diário ou autoestima, além de ser associada a pensamentos, planos ou tentativas suicidas. As causas de tal distúrbio são variadas e podem vir de uma combinação de origens biológicas, psicológicas e sociais de angústia. Tais fatores podem causar mudanças na função cerebral, incluindo alteração na atividade de determinados circuitos neuronais no cérebro, esses são os neurotransmissores. A QUÍMICA NA DEPRESSÃO Quando uma pessoa está deprimida, é porque as regiões do cérebro que lidam com emoções negativas estão sofrendo alterações químicas que desencadeiam uma dificuldade de lidar com todos esses sentimentos negativos. O cérebro usa os neurotransmissores, substâncias produzidas pelos neurônios, para enviar informações para outras células. Os principais neurotransmissores envolvidos na depressão são a serotonina e a noradrenalina. Quando há um desequilíbrio na produção delas, a doença se instala. COMO FUNCIONAM OS NEUROTRANSMISSORES. Os impulsos nervosos ao passarem de um neurônio para outro,através do axônio, precisam atravessar a fenda sináptica (espaço entre neurônios). Para isso, precisam de uma “ponte”, função daqueles que chamamos de neurotransmissores. Esses, são substâncias produzidas pelos neurônios. Essas substâncias são liberadas quando o axônio de um neurônio pré-sináptico é excitado. Estas substâncias, então viajam pelas sinapse até a célula alvo, a inibindo ou a excitando. A disfunção na quantidade produzida e utilizada de neurotransmissores está intimamente ligada a depressão. SEROTONINA NORADRENALINA A hipótese das monoaminas diz que a redução de monoaminas (noradrenalina, serotonina e dopamina) na fenda sináptica é responsável por desencadear sintomas de depressão. Desse modo, acredita-se que pacientes deprimidos possuem uma diminuição desses neurotransmissores. Nessa apresentação estudaremos o funcionamento dos neurotrasmissores Noradrenalina e Serotonina. A SEROTONINA O hormônio Serotonina (5-hidroxitriptamina ou 5-HT) faz parte do grupo monoamina neurotransmissora e é produzida em dois locais principais em nosso organismo: no Sistema Nervoso Central (SNC), pelos neurônios serotoninérgicos dos núcleos da rafe, e no trato gastrointestinal, pelas células enterocromafins (células de Kulchitsky). A serotonina também se encontra em vários cogumelos e plantas, incluindo frutas e vegetais. Acredita-se que ela realiza o papel ,no sistema nervoso central, de neurotransmissor na inibição da ira, agressão, temperatura corporal, humor, sono, vômito e apetite. Estas inibições estão diretamente relacionadas com os sintomas da depressão. Seu local de armazenamento principal são as plaquetas na circulação sanguínea. Sua produção se dá principalmente pela manhã e na presença de luz solar, que, ao penetrar pela retina, estimula a liberação de serotonina. ESTRUTURA QUÍMICA DA SEROTONINA Como a maioria dos hormônios produzidos em nosso organismo ela necessita de um substrato para ser produzida. O substrato necessário para produção da serotonina é o aminoácido triptofano. Obtido por meio da alimentação, encontrado em alimentos como: chocolate preto, vinho tinto, banana, abacaxi, cereais integrais, castanha do Pará, leite, tomate, e carnes magras. Além de se ter o substrato para a produção, estímulos internos ou externos podem alterar a produção. Nas mulheres, os hormônios produzidos pelos ovários (estrogênio e progesterona) alteram a produção da serotonina, e, assim, alterações em tais hormônios podem afetar a síntese serotoninérgica. ATUAÇÃO DA SEROTONINA E SEUS RECEPTORES Após ser produzida, tanto no SNC ou seja no trato gastrointestinal, a serotonina é liberada e atua em seus receptores, os receptores de 5–HT. Cerca de 7 famílias de receptores 5-HT1, 5-HT2, 5-HT3, 5-HT4, 5-HT5, 5-HT6 e 5-HT7. Além das 7 famílias, muitas possuem subtipos de receptores, o que gera ao final um número ainda maior de receptores nos quais a serotonina atua. Com exceção do 5-HT3, que é um receptor ionotrópico, ou seja, ligado a um canal iônico, os demais são receptores metabotrópicos, associados à proteína G. Cada um desses receptores é expresso em um determinado local, e atuam de formas distintas. As principais ações da serotonina em nosso organismo são inibitórias. Muitos dos receptores quando estão ativos provocam efeitos maléficos ao nosso organismo, por exemplo, quadros de ansiedade e depressão. FUNÇÕES DOS RECEPTORES -O receptor 5-HT1 é acoplado a proteína Gi, ou seja, têm caráter inibitório. -O receptor 5-HT2 é acoplado a proteína Gq, e é relacionados ao comportamento, envolvidos na termorregulação, controle do sono e fome, humor e aprendizado -O subtipo 5-HT 2A, é acoplado à proteína G, está presente na musculatura lisa, plaquetas e córtex cerebral. E é envolvido na contração do músculo liso traqueal. -O subtipo 5-HT 2C, é acoplado à proteína G, possui ação reguladora do humor, ansiedade, alimentação, e comportamento reprodutivo. Além de regular a liberação de dopamina no SNC. -O receptor 5-HT 3, é acoplado a um canal iônico, permitindo despolarização e excitação neuronal. Controlam a atividade emética (controle do vômito). -O receptor 5-HT4, é acoplado à proteína G. É relacionado ao aumento do peristaltismo, contração da musculatura lisa vesical, e a contração dos átrios. É relacionado, também, à memória e a aprendizagem. Além de ter relação na redução da atividade do sistema de recompensa. -O receptor 5-HT 6, é acoplado à proteína G. É envolvido no controle da cognição, peso corporal, alimentação, ansiedade, memória, convulsões e estado afetivo. COMO A AÇÃO DE ALGUNS RECEPTORES PODEM INFLUENCIAR NOS TRATAMENTOS FARMATOLÓGICOS Dentre todas as famílias de receptores da serotonina, alguns possuem uma considerável importância, e atuam inclusive como alvos farmacológicos. Por exemplo: os receptores da família 5-HT 2A por estarem presentes também no córtex cerebral, podem ser utilizados para tratamento de sintomas depressivos, ansiedade e pânico, onde realiza- se o bloqueio de tais receptores, por meio de antagonistas (nefazodona e mirtazapina); Já o subtipo, 5-HT 2C, por regular a liberação de dopamina no SNC controla a liberação de substâncias agonistas (por exemplo, Lorcaserina) o que incentiva o aumento de ansiedade e depressão. Além disso, quando se utilizam substâncias antagonistas (como amitriptilina, clozapina e risperidona), percebe-se benefícios no tratamento de depressivos. Os receptores 5-HT4, por se relacionar à redução da atividade do sistema de recompensa, seu bloqueio pode ser utilizado para redução do alcoolismo e do uso de drogas, que influênciam no estado depressivo. COMO A FALTA DE SEROTONINA AFETA O ESTADO DEPRESSIVO Quando há queda das concentrações de serotonina observamos sintomas como: mau humor, sonolência ao longo do dia, diminuição do desejo sexual, aumento do desejo de ingerir alimentos (polifagia) levando ao aumento de peso, distúrbios de memória, aprendizado e concentração, e intensa irritabilidade. Além do aumento da tristeza e isolamento social e perda do ânimo, o que varia em intensidade, e pode chegar a depressão. Esses são sinais e sintomas que devem alertar quanto à necessidade de aumentar os níveis de serotonina, seja pela alimentação, por atividade física, ou ainda por uso de medicamentos que promovam esseaumento. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina são muito utilizados, pois inibem a recaptação da serotonina, mantendo-a na fenda e com isso aumentando sua atuação. A NORADRENALINA A noradrenalina faz parte de um grupo de hormônios amina sintetizados a partir do aminoácido tirosina. É produzida pela medula suprarrenal e atua em situações de estresse de curta duração. Também é sintetizada no sistema nervoso e, nesse caso, atua como um neurotransmissor, exercendo papel excitatório no sistema nervoso autônomo. Os neurônios pós- ganglionares da divisão simpática são responsáveis por produzir noradrenalina. Quando em déficit, ela parece estar associada ao problema da depressão. Um dos efeitos mais conhecidos da noradrenalina é o de provocação aumento da pressão arterial. A noradrenalina também possui efeito inotrópico positivo, ou seja, ela possui a capacidade de aumentar a força de contração do coração. A noradrenalina é também relacionada com nossa capacidade de ficar em alerta e ter uma boa memória. O substrato necessário para produção da Noradrenalina é o aminoácido tirosina. Obtido por meio da alimentação, encontrado em alimentos como: Ovos, Peixes , carnes, nozes, castanhas, Abacate, Ervilhas, feijão, Centeio e cevada. Por também fazer parte das monoaminas (junto com a serotonina e a dopamina), seu déficit influência na ocorrência da depressão. A noradrenalina é importante na capacidade do corpo de reconhecer e responder ao estresse. A diminuição dos níveis de noradrenalina freqüentemente sofrem de instabilidade emocional. Por esse motivo, alguns pacientes apresentam melhora significativa dos sintomas de depressão quando os níveis de norepinefrina aumentam. A QUÍMICA DA NORADRENALINA ATUAÇÃO DA NORADRENALINA E SEUS RECEPTORES Os receptores adrenérgicos ou adrenorreceptores pertencem à classe de receptores ligados à proteína G e que são alvos das catecolaminas (como a noradrenalina). Após ser produzida, tanto pela medula suprarrenal quanto pelo sistema nervoso, a noradrenalina é liberada e atua em seus receptores, que são: α1, α2 e β1. -O receptor α1 atuna na vasoconstrição, no aumento da resistência periférica, e da pressão arterial, dilatação da pupílarela e rexamento da musculatura lisa, secreção salivar e glicogenólise. -O receptor α2 atua na inibição da liberação de noradrenalina e na inibição da liberação de insulina. -O receptor β1 atua na taquicardia, no aumento da lipóllise, no aumento da contratilidade do miocárdio e no relaxamento muscular. TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS LIGADOS COM A RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA Através dos Inibidores de recaptação de noradrenalina (tais quais bupropiona ,desvenlafaxina, duloxetina, levomilnaciprano, venlafaxina e vortioxetina). Que são um tipo de fármaco que atua como um inibidor da recaptação da noradrenalina, bloqueando a ação do transportador de norepinefrina. Isso, por sua vez, leva ao aumento das concentrações extracelulares de norepinefrina e, portanto, aumentam a neurotransmissão adrenérgica. Os IRNs são comumente usados como antidepressivos para o tratamento de transtorno depressivo maior. É importante mencionar que os NRIs sem propriedades combinadas de inibidor de recaptação de dopamina (DRI) não são significativamente recompensadores e, portanto, o potencial de abuso é considerados como significativamente menor. No entanto, a norepinefrina pode agir sinergicamente com a dopamina quando as ações nos dois neurotransmissores são combinadas. A IMPORTÂNCIA DE SABER QUE OS NEUROTRANSMISSORES DESREGULADOS CAUSAM A DEPRESSÃO. Tal importância está principalmente no fato de se dar uma explicação biológica para o problema. Através da explicação da falha de tais neurotransmissores podemos provar que a depressão é um disturbio mental real, é uma doença. Saber que a depressão tem uma origem biológica ajuda tanto o deprimido quanto sua família e amigos a ter mais empatia em relação a doença. O paciente não adquire tanta culpa, e os entes queridos são capazes de ver a depressão numa perspectiva mais solidária.E compreender que ela é uma doença. O entendimento biológico da doença é importante também na hora de buscar ajuda, partindo do pensamento que: se é uma doença ela precisa ser tratada como tal. Mas acima de tudo, tal importância está na ajuda que tal conhecimento trás para o tratamento do paciente. POR FIM A depressão é uma doença grave por afetar todas as áreas da vida do indivíduo que sofre diversas alterações que levam ao comprometimento do cotidiano.A depressão pode ocorrer por algumas causas como: genética , eventos vitais, e a bioquímica cerebral. O tratamento para a depressão geralmente é medicamentoso (por exemplo, aumentando as concentrações de serotonina e na recaptação da noradrenalina) e psicoterápico. A fim de prevenir a depressão, é importante que tenha-se uma alimentação saudável e variada (consumir fontes de triptofano, por exemplo), prática de atividade física, ter uma boa rotina de sono, controlar as atividades estressantes, ter momentos felizes realizando atividades prazerosas. Obrigada pela atenção!
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