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Isabela Alves - @vetgram.i Objetivos: o Relembra a anatomia do SNC; o Analisar os neurotransmissores e receptores; o Entender como os principais fármacos e as ações terapêuticas influenciam no funcionamento do organismo. Sistema nervoso Divide-se anatomicamente e fisiologicamente em: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). O SNC engloba as funções do Encéfalo e Medula Espinhal. O SNC é responsável por receber e transmitir informações para todo o organismo. Podemos defini-lo como a central de comando que coordena as atividades do corpo. PSIU: Os fármacos com ação no sistema nervoso central (SNC) apresentam grande importância no tratamento de diversos distúrbios psiquiátricos (depressão, ansiedade, etc.). Características farmacológicas do SNC Os fármacos que atuam no sistema nervoso central (SNC) possuem grande valor na terapêutica, pois podem exercer efeitos psicológicos e fisiológicos específicos. Ex.: Alívio da dor, reduzir a temperatura corporal, suprimir o movimento desordenado, induz o sono ou o despertar, reduz o apetite ou a tendência ao vômito. Os fármacos de ação seletiva podem ser usados para tratar diversos distúrbios psicológicos sem alterar o estado de consciência do indivíduo. Muitos desses fármacos assemelham- se no sentido de levarem ao uso compulsivo, a dependência física e a efeitos colaterais tóxicos. Estes riscos para a saúde dos indivíduos são impulsionados pelo uso indiscriminado, pela prescrição irracional e automedicação. Essa dependência em fármacos que causam bem estar acontece principalmente em gatos. Fármacos de ação seletiva Também conhecidos como estimulantes respiratórios, os analépticos são fármacos que possuem atividade estimulante seletiva sobre os centros bulbares, ou seja, sobre o centro respiratório e, ação secundária sobre o centro vasomotor, Isabela Alves - @vetgram.i importante na regulação da frequência cardíaca. Neurotransmissores São moléculas sinalizadoras sintetizadas nos neurônios que são utilizadas para transmitir uma informação fisiológica a outro neurônio, glândula ou músculo. Aplicação intramuscular. Atuam estimulando ou inibindo uma transmissão nervosa após ativação de um receptor específico em outro neurônio. O efeito dos psicotrópicos está relacionado a alterações nessa neurotransmissão. Os neurotransmissores pré-sinápticos sintetizam os neurotransmissores e os armazenam em vesículas nas terminações sinápticas. Após um estímulo, o potencial de ação é deflagrado e ocorre a exocitose dos neurotransmissores. A parte elétrica fica com os neurônios. A parte química fica com os neurotransmissores. No neurônio pós-sináptico, os neurotransmissores ativam canais iônicos regulados por ligante ou receptores acoplados à proteína G. O seu efeito pode ser abreviado pela recaptação, por uma proteína transportadora presente na membrana do neurônio pré-sináptico, ou inativação enzimática na própria fenda sináptica. Pode ocorrer também, captação e degradação por uma célula glial adjacente. É importante ressaltar que o efeito de qualquer neurotransmissor é devido a liberação local, pois eles não podem atravessar a barreira hematoencefálica. Isabela Alves - @vetgram.i Principais neurotransmissores do SNC GABA – principal neurotransmissor inibitório no SNC, ativa os receptores resultando em hiperpolarização. GABA é inibidor pré-sináptico de grande importância na regulação da função neural. GLUTAMATO – principal neurotransmissor excitatório do SNC, partindo desde a ativação mínima para manter aberta uma via de transmissão até a excitação persistente que culmina num processo patológico. ACETILCOLINA – manutenção do alerta e vigília, facilita a excitabilidade do córtex cerebral e modula o processamento sensorial, e participa dos mecanismos de memória e aprendizagem. DOPAMINA – essencial para o controle motor voluntário, participa em processos que a motivação forma parte essencial do comportamento, além de contribuir para manter a atenção, avaliação correta da realidade, e controle do pensamento. SEROTONINA – principal neurotransmissor inibitório seletivo de receptação. Sintetizada no SNC e no TGI dos animais, influencia na inibição da ira, agressão, temperatura corporal, humor, sono, vômito e apetite. NORADRENALINA – influencia também o sistema de alerta e vigília, mantendo os processos de atenção, participa de respostas emocionais aversivas (raiva, agressão) e gratificantes (afeto) e no controle da fome e saciedade. Muito relacionado em pacientes obesos. Vias de neurotransmissores 1. Abundantes (vários neurônios distribuídos no SNC): GABA (gabaérgicos) e GLUTAMATO (glutamatérgicos). 2. Concentrados em vias neuronais (constitui conjunto de neurônios específicos): • Acetilcolina (colinérgicas); • Noradrenalina (noragrenérgicas); • Dopamina (dopaminérgicas); • Serotonina (serotoninérgicas). PSIU: Os principais alvos dos psicotrópicos são: (1) receptores específicos de neurotransmissores; (2) transportadores de membrana; (3) enzimas, inibindo a degradação e aumentando a concentração de neurotransmissores. Fármacos antidepressivos As principais classes de fármacos antidepressivos são: Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO); Antidepressivos tricíclicos (ADT); Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Isabela Alves - @vetgram.i Inibidores da monoamino- oxidase (IMAO) – humanos A enzima monoamino-oxidase (MAO) está localizada na membrana mitocondrial externa e é expressa na maioria dos tecidos corporais, aparecendo em altos níveis no fígado. Existem duas isoformas da MAO, sendo que a MAO-A catalisa a degradação da serotonina (5-HT) e noradrenalina (NA), enquanto a MAO- B apresenta maior seletividade por benzilaminas e 2-feniletilaminas. O efeito farmacológico dos IMAO está relacionado com o aumento da capacidade de armazenamento e liberação dos neurotransmissores 5- TH e NA pelos neurônios no SNC. O principal efeito adverso observado é a hipotensão, levando a diminuição do tônus simpático e consequente redução da pressão arterial sistêmica, mesmo efeito observado da clonidina. Diversos efeitos adversos comuns que podem aparecer com o uso dos IMAO são tremores, insônia, ganho de peso decorrente do aumento de apetite e efeitos anticolinérgicos (boca seca, visão embaçada, retenção urinária, etc.). Antidepressivos tricíclicos (ADT) São fármacos amplamente utilizados para tratar desvios de comportamentos em gatos, principalmente. Exemplo: Amitriptina, Clomipramina e Doxepina. Essa classe atua inibindo a recaptação de noradrenalina e serotonina pelas terminações nervosas e bloqueando os receptores de glutamato e canais de sódio. O tratamento terapêutico com tal classe de fármacos não é recomendado em casos agudos, pois esses fármacos apresentam efeito clínico tardio e devem ser administradas durante 30 dias, no mínimo. Ainda, podem ser observados alguns efeitos colaterais como sonolência, aumento de peso e até mesmo redução do ‘grooming”. Apresentam como principais efeitos adversos o aumento da frequência cardíaca, midríase, redução da produção de lágrimas, retenção urinária e constipação. Obs.: Seu uso deve ser feito somente quando necessário e sob orientação profissional. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) Agem de modo a inibir a recaptação pré-sináptica de serotonina e noradrenalina, como consequência elevam a concentração de serotonina e bloqueiam os receptores de acetilcolina, dopamina e noradrenalina. Exemplo: Fluoxetina, Paroxetina, Fluvoxamina, Sertralina e Citalopram. Embora atuempreferencialmente sobre os receptores serotoninérgicos, os ISRS apresentam em suas estruturas químicas grupamentos fenoxila ou fenila, os quais permitem uma interação molecular junto aos receptores colinérgicos, adrenérgicos e histaminérgicos. Isabela Alves - @vetgram.i Efeitos colaterais atrelados à ação antagonista: inibição da ingesta de alimentos e eventuais episódios de vômito. Outras indicações, também ocorrem para os ISRS, incluindo o tratamento da ansiedade generalizada, síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo e desordens alimentares. Fármacos Antipsicóticos São classificados em: Antipsicóticos típicos: são os principais fármacos introduzidos na terapêutica, são antagonistas de alta afinidade de receptores D2 de Dopamina; Antipsicóticos atípicos: diferem farmacologicamente dos típicos pela sua baixa afinidade pelos receptores dopaminérgicos D2 e pela alta afinidade por receptores de outras vias neuronais, como os serotoninérgicos, histamínicos, adrenérgicos e colinérgicos. Antipsicóticos típicos Apesar da melhora relativa dos sintomas, especialmente os positivos, o bloqueio de receptores dopaminérgicos também induz vários efeitos adversos, como: ➢ Acatisia (inquietude interna, irritabilidade ou disforia que podem ser intensas); ➢ Discinesia tardia (movimentos involuntários repetitivos); ➢ Sintomas extrapiramidais (EPS) (controle de tônus e da postura); ➢ Rigidez e tremores. Além disso, os antipsicóticos típicos em geral exercem pouco efeito sobre os sintomas negativos e cognitivos. Os representantes mais importantes desse grupo são o haloperidol e a clorpromazina. Antipsicóticos atípicos Surgiu na busca de fármacos com menos efeitos extrapiramidais (discinesia tardia) e que sejam eficazes no tratamento dos sintomas negativos (isolamento social) da esquizofrenia quando comparados aos antipsicóticos típicos (ou primeira geração). Os antipsicóticos possuem afinidade tanto com os receptores dopaminérgicos (D2) quanto com os receptores serotoninérgicos (5-HT). Os mais conhecidos são clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e o aripiprazol.
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