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Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez Morfofisiologia da contração muscular HISTOLOGIA As células musculares têm origem mesodérmica, e sua diferenciação ocorre pela síntese de proteínas filamentosas, concomitantemente ao alongamento das células. Distinguem-se 3 tipos de tecidos musculares: músculo estriado esquelético, musculo estriado cardíaco e o musculo liso. O estriado esquelético é formado por feixes de células cilíndricas longas e multinucleadas, que apresentam estrias transversais. Essas células, ou fibras, tem contração rápida e vigorosa e estão sujeitas ao controle voluntário. O estriado cardíaco, cujas células também apresentam estrias transversais, é formado por células alongadas e ramificadas, que se unem por meio de discos intercalares (exclusivas dele). A contração é involuntária, vigorosa e rítmica. O músculo liso é formado por aglomerados de células fusiformes que não tem estrias transversais. O processo de contração é lento e não está sujeito ao controle voluntário. A membrana celular é chamada sarcolema, o citosol de sarcoplasma e o retículo liso de retículo sarcoplasmático. -> Músculo esquelético = Contém filamentos, as miofibrilas. O diâmetro varia de 10 a 100 micrometros. Essas fibras se originam no embrião pela fusão de células alongadas, os mioblastos. Nas fibras musculares esqueléticas os numerosos núcleos se localizam na periferia das fibras, nas proximidades do sarcolema. Essa localização ajuda a distinguir o esqueletico do cardíaco , ambos com estriações transversais, uma vez que, no cardiaco os núcleos são centrais. Obs: As variações no diâmetro das fibras musculares esqueleticas dependendem de fatores como - musculo considerado, idade,sexo, estado de nutrição e treinamento físico. Sabe-se que o exercício aumenta a musculatura e diminui a quantidade d etecido adiposo. Esse aumento da musculatura por meio de exercicio se deve a formação de novas miofibrilas, com aumento diâmetro das fibras musculares. Esse processo, caracterizado pelo aumento de volume em células, chama-se hipertrofia. # Organização do músculo esquelético = Em um músculo, como o bíceps ou o deltoide, por exemplo, as fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes, sendo esses envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo chamada epimísio, que recobre o músculo inteiro. Do epimísio partem finos septos de Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez tecido conjuntivo que constituem o perimísio e se dirigem para o interior do músculo, separando os feixes. Cada fibra muscular, individualmente, é envolvida pelo endomísio, que é formado pela lâmina basal da fibra muscular, associada a fibras reticulares, apresenta escassa população celular constituída por algumas células do conjuntivo, principalmente fibroblastos. O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, possibilitando que a força de contração gerada por cada fibra individualmente atue sobre o músculo inteiro. Este papel do conjuntivo tem grande significado funcional porque na maioria das vezes as fibras não se estendem de uma extremidade do músculo até a outra. Além disso, a força da contração do músculo pode ser regulada pela variação do número de fibras estimuladas pelos nervos. É ainda por meio do tecido conjuntivo que a força de contração do músculo se transmite a outras estruturas, como tendões e ossos. Os vasos sanguíneos penetram o músculo através dos septos de tecido conjuntivo e formam extensa rede de capilares que correm entre as fibras musculares. O tecido conjuntivo do músculo contém, ainda, vasos linfáticos e nervos. Alguns músculos se afilam nas extremidades, observando-se uma transição gradual de músculo para tendão. Nessa região, as fibras de colágeno do tendão inserem-se em dobras complexas do sarcolema. - Organização das fibras musculares esqueléticas = Ao serem observadas microscopicamente mostram estriações tranversais, pela alternância de faixas claras e escuras. A faixa escura é banda A, a clara a banda I. No centro de cada banda I nota-se uma linha transversal escura, a linha Z. A estriação da miofibrila se deve á repetição de unidades iguais, chamadas sarcômeros. Cada sarcômero, é formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z sucessivas e contém uma banda A separando duas semibandas I. A banda A apresenta uma zona mais clara no seu centro, a banda H. A disposição dos sarcômeros coincide nas várias miofibrilas da fibra muscular,e as bandas formam um sistema de estriações transversai,paralelas que é característica das fibras musculares estriadas. Cada fibra muscular contém feixes cilíndricos de filamentos, as miofibrilas,, que são paralelas ao eixo maior da fibra muscular e consistem no arranjo repetitivo de sarcômeros. O microscopio revela a existência de filamentos finos de actina e filamentos grossos de miosina dispostos longitudinalmente nas miofibrilas e organizados em distribuição simétrica e paralela. Essa organização dos filamentos miofibrilares é mantida por diversas proteínas,como,por exemplo, filamentos intermediários de desmina, que ligam as miofibrilas umas ás outras. O conjunto de miofibrilas é preso á membrana plasmática da célula muscular por meio de diversas proteínas que têm afinidade pelo miofilamentos e por proteínas da M.P. Umas dessas proteinas, chamadas distrofina, liga os filamentos de actina Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez a proteínas do sarcolema. Obs: A distrofia muscular de Duchenne é uma miopatia hereditária,que causa lesões progressivas das fibras musculares e, frequentemente leva á morte prematura. A distrofina é inexistente ou defeituosa. Da linha Z, partem filamentos (finos) de actina até a borda externa da banda H. Os filamentos (grossos) de miosina ocupam a região central do sarcômero. Como resultado dessa disposição, a banda I é formada por filamentos finos e grossos, e a banda H, somente pelos grossos. As miofibrilas do musculo estriado contem 4 proteínas prinipais: miosina, actina, tropomiosina e troponina. A miosina e actina juntas representam 55% do total das proteínas do músculo estriado. A actina representa sob a forma de polímeros longos(actina F- filamentosa) formados por duas cadeias de monômeros globulatres(actina G) torcidas uma sobre a outra, em hélice dupla. A proteína alongada do citoesqueleto, nebulina, se estende ao longo do comprimento do filamento fino e participa da regulação do comprimento desse mesmo filamento. A tropomiosina é uma molécula longa e fina, constituída por 2 cadeias polipeptídicas uma enrolada na outra para formar filamentos que se localizam ao longo do sulco existente entre os dois filamentos de actina F. A troponina é um complexo de três subunidades: TnT, que se liga á TnC, que tem grande afinidade pelo Ca+, e TnI, que cobre o sítio ativo da actina, no qual ocorre a interação da actina com a miosina. Cada molécula de tropomiosina tem um local especifico qem que se prende um complexo ( três subunidades) de troponina. A molécula de miosina é grande, tem forma de bastão, sendo formada por dois peptídeos enrolados em hélice. Em uma das suas extremidades apresenta uma saliência globular ou cabeça, que contêm locais específicos para combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica. Quando submetida a ligeira proteólise a molécula de miosina pode ser dividida em: meromiosina leve( maior parte- bastão) e meromiosina pesada (contém a cabeça). As moléculas de miosina são dispostas nos filamentos grossos de tal maneira que suas partes em bastão se sobrepõem, e as cabeças fiam para fora. A parte central do sarcômero, que corresponde a banda H, representa uma região de sobreposição da miosina constituída somente da parte em bastão. No centro da banda H, encontra-se a linha M, que corresponde ligações laterais entre filamentos grossos adjacentes. A principal proteína dessa linha é a creatinoquinase, que catalisaa transferência de um grupo fostato da fosfocreatina para Adenosina difosfato (adp), fornecendo a Adenosina trifosfato (atp) para as contrações musculares. A microscopia eletrônica mostra pontes transversais entre os filamentos finos e grossos. Essas pontes são formadas pela cabeça da miosina mais um pequeno segmento da parte alongada(bastão) da molécula. A atividade ATPásica observada nas cabeças da miosina participa diretamente na transdução da energia química do ATP em Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez energia mecânica, durante a contração muscular. # Retículo sarcoplasmático e sistema de túbulos transversais =. O retículo sarcoplásmatico armazena e regula o fluxo de íons Ca+. Esse retículo é uma rede de cisternas do R.E.L, que envolve grupos de miofilamentos, separando-os em feixes cílindricos.A despolarização iniciada na superfície teria de se difundir através da espessura da fibra para efetuar a liberação de Ca+ nas cisternas profundas do retículo sarco. Nas fibras musculares mais calibrosas isso levar a uma onda de contração lenta,de tal maneira que as miofibrilas preriféricas iriam contrair-se antes das situadas mais profundamente.O sistema de túbulos transversais ou sistema T é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular esquelética. Esse sistema é constituído por uma rede de invaginações tubulares da memb plasmática da fibra muscular, cujos ramos irão envolver as junções das bandas A e I de cada sarcômero. Em cada lado de cada túbulo T existe uma expansão ou cisterna terminal do ret sarcoplasm, este complexo (túbulo+ expansões) é conhecido como tríade. Nela, a despolarização dos túbulos, derivados do sarcolema, é transmitida ao ret sarcoplasmatico. # Mecanismo Acoplamento Excitação- Contração : O sarcômero em repouso consiste em filamentos de actina e miosina que não se encostam. Porém existe um local na actina que exerce atração forte pela miosina, chamado de sítio de ligação. No entanto, existe um complexo protéico -troponina-tropomiosina, que fica no meio impedindo o sítio de ligação entre as duas proteínas. A contração só ocorre se o complexo sair do caminho, e isso só vai acontecer se a troponina se ligar a uma molécula Ca+, e quando isso acontece o complexo muda sua conformação saindo do meio do caminho,expondo o sítio de ligação entre actina miosina. Porém o Ca+ nem sempre está disponível no sarcoplasma da fibra muscular, ele fica armazenado em cisternas chamadas de retículo sarcoplasmático e as saídas dessas cisternas são bloqueadas por proteínas que são sensíveis a voltagem, ou seja quando atingem certa voltagem elas mudam sua conformação e permitem a saída do Ca+ de dentro do reticulo sarcoplasmatico para o sarcoplasma (citoplasma da celula muscular). Para que haja Ca+ disponível no sarcoplasma, essas protéinas do retículo precisam receber um estímulo elétrico,por isso o músculo para contrair precisam primeiro receber um estímulo do neurônio motor. Então quando esse estímulos passam para o músculos e chegam até essas proteínas do retículo sarco, elas mudam sua conformação e permitem a saída de Ca+ para o sarcoplasma da fibra muscular, aí sim o Ca+ fica disponível pra se ligar a troponina e permitir o deslocamento do complexo e a exposição do sitio de ligação entre actina e miosina. No entanto, a Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez miosina só se liga a actina se ela estiver num estado energizado. A cabeça da miosina existe uma região especifica capaz de realizar a hidrolise de Atp, e consequentemente usar essa energia, e a miosina consegue armazenar essa energia mesmo antrs de sua ligação com a actina. Agora sim a miosina finalmente se liga a actina,usando essa energia para mudar a sua conformação, pra fletir a sua cabeça, e com isso traciona os filamentos de actina na direção no centro do sarcômero, de forma que os filamentos de actina deslizam sobre os de miosina permitindo a aproximação das linhas Z e com isso o encurtamento do sarcômero. Depois disso acontecer, outra molécula de ATP se liga a cabeça da miosina fazendo com que ela volte a sua conformação original , e esse ciclo continua enquanto houver Ca+ disponivel no sarcoplasma. Durante a contração cada sarcômero,e a fibra muscular inteira sofrem encurtamento. Não existindo ATP o complexo actina miosina torna-se estável, o que explica a rigidez muscular que ocorre logo após a morte. Uma única contração é resultado de milhares de ciclos de formação e destruição de pontes de actina-miosina. # Unidade Motora, Placa Motora e Junção Neuromuscular: O neurônio responsável por inervar o músculo é chamado neurônio motor,ele que parte do corno anterior da médula espinal e vai até o musculo. Um único neurônio motor é capaz de inervar várias fibras musculares. A unidade motora nada mais é que um único neurônio motor + todas as fibras musculares inervadas por ele , e a inervação do neurônio motor faz com que todas as fibras musculares inervadas por ele se contraiam simultaneamente. Quando um neurônio motor entra num músculo esquelético ele se ramifica em terminais axonais que vão até o sarcolema (memb da cél musc), esses terminais não fazem contato direto com os sarcolemas, o processo de comunicação vai acontecer através de um espaço que existe entre essas duas estruturas, chamdo fenda sináptica, onde ocorre o processo de sinapse neuromuscular. A região do sarcolema que recebe o estímulo do neurônio motor é chamada de placa motora, nessa região existe uma depressão e também a prresença de pregas. E chamamos de junção neuromuscular a região onde o terminal axonal faz contato com a placa motora. Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez # Inervação (SINAPSE NEUROMUSCULAR): A contração das fibras musculares esqueléticas é comandada por nervos motores (SNC) que se ramificam no tecido conjuntivo do perimisio, em que cada nervo origina numerosos ramos. No local de contato com a fibra muscular, o ramo final do nervo perde sua bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de uma depressão da superficie da fibra muscular. Essa estrutura chama-se placa motora ou junção mioneural. Nesse local, o axônio é recoberto por uma delgada camada de citoplasma das células de Schwann. O terminal axônico apresenta numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas com o neurotransmissor Ach. Na junção, o sarcolema forma as dobras juncionais. O sarcolema abaixo dessas dobras contém núcleos da fibra muscular, numerosas mitocôndrias,ribossomos e grânulos de glicogênio. INÍCIO : Quando o impulso nervoso ou P. ação percorre o neurônio motor e chega nos seu terminais axonais, os canais de Ca+ que são voltagens dependentes, se abrem permitindo a sua entrada para dentro do neurônio motor ( porque o Ca+ está em maior quantidade no meio extracelular) que estimula a migração das vesículas que armazenam Ach, para a membrana pre sinaptica se fundem a ela permitindo a liberação da Ach para fenda sinaptica. A ach então, vai se ligar ao receptores colinergicos que Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez estão na memb pós sinaptica, ai esses receptores se abrem permitindo a entrada de Na+ e saída de k+ da fibra muscular. O Na+ entra em proporções muito maiores e vão estimular despolarização, ou seja a propagação do P. ação, e ele ao atingir o retículo sarco permite a mudança da conformação das sua proteínas e a saída de Ca+ de dentro do retículo para o sarcoplasma da fibra muscular. Enquanto houver Ach na fenda sinaptica a fibra muscular vai continuar sendo estimulada, então o excesso de Ach é hidrolisado pela colinesterase. Quando a despolarização termina,o Ca+ é transportado ativamente de volta para as cisternas do retículo sarco ,e a fibra muscular relaxa. obs: A Miastenia é uma doença autoimune caracterizada por fraqueza muscular progressiva,deve-se á redução da quantidade e eficiência de receptores para Ach. Fontes de Energiadurante a Contração: 1. ATP= As células musculares convertem energia quimica em mecânica e ele é a fonte de energia para que isso ocorra. 2 . Creatinofosfato= As células musculares contêm ela que é usada para converter ADP em ATP, e assim reabastecer o estoque dele durante a contração muscular. O seu estoque representa a fonte imediata de alta energia para reabastecer o suprimento de ATP no musculo esqueletico, especialmente durante exercício intenso. A enzima creatinofosfocinase (CPK) catalisa a reção: ADP+ creatinofosfato -> ATP+ creatina. O estoque de fosfato criado, entranto, é de apenas cerca de 5x o estoque de ATP e por isso, não pode sustentar períodos prolongados de contração. A fadiga do músculo durante o exercício intenso está associada a depleção do estoque de creatinafosfato. Porem, como a reação exposta acima é reversível, a célula muscular reabastece o estoque de creatinofosfato, durante a recuperação da fadiga utilizando ATP sintetizado por fosforilação oxidativa. 3. Carboidratos= As células musculares contêm glicogênio, que pode ser metabolizado, durante a contração muscular, para fornecer glicose para a fosforilação oxidativa e glicólise, ambas gerando ATP para repor o estoque de ATP. 4. Ácidos Graxos e Triglicerídeos= Representam fonte importante de energia para as células musculares durante exercicio prolongado (conversão em acetil-coa). FERMENTAÇÃO LÁTICA Processo metabólico no qual carboidrato e compostos relacionados são parcialmente oxidados, resultando em liberação de energia e compostos orgânicos, principalmente ácido láctico, sem qualquer aceptor de elétrons externo. Tem a principal função de promover a perpertuação da via glicolítica na ausência de oxigênio por intermédio da regeneração de NAD+, ou quando o consumo dele está muito elevado e essa quantidade não é o suficiente pra suprir a necessidade de energia e é necessário gerar energia de outra forma sem o oxigênio. Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez - Tipos de Fermentação HOMOLÁTICA: O único produto obtido é o ácido láctico. As bactérias homolacticas, conseguem extrair duas vezes mais energia que as hetetolacticas HETEROLÁTICA: Ocorre a formação de outros produtos, para além do ácido láctico, como o dióxido de carbono ou o etanol - Microrganismos Fermentadores = O grupo das bactérias ácido-lácticas é composto por 12 gêneros de bactérias gram-positivas, entre elas o Lactobacillus. As algas e fungos são também capazes de sintetizar ácido lático, produção comparável à das bactérias homofermentativas. Sua utilização é preferível que das bact. Homoferment. Porque o tempo gasto na fermentação é menor e a separação do produto, mais simples. - Fases: Fase 1 : Glicólise = Ocorre em dois estágios. O primeiro trata-se de um estágio preparatório, em que a glicose é fosforilada e clivada para gerar 2 moléculas de triose fosfato. Este processo consome 2ATP, como uma forma de investimento energético. No segundo estágio duas moléculas de trioses fosfato são convertidas a piruvato, com a concomitante geração de 4ATP. (* Consume NADH e gera NAD+ * Quem faz acontecer essa reação de conversão é a Lactato Des. , reduzindo o piruvato) Fase 2 : Fermentação Láctica = Após a glicólise, a redução do piruvato é catalisada pela enzima lactato-desidrogenase. O equilíbrio global dessa reação favorece a formação de lactato. Microrganismos fermentadores regeneram continuamente o NAD+ pela transferência dos elétrons do NADH para formar um produto final reduzido,como o lactato e o etanol. Conclui-se então que se não tiver O2 na mesma concentração que tenho piruvato ele vai ser convertido em ácido latico. Se tiver, vai transformar em Acetil Coa - Aplicação industrial da fermentação Láctica: Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez Alguns alimentos podem se deteriorar pelo crescimento e ação de bactérias ácido-lácticas. No entanto, a importância deste grupo de microrganismos consiste em sua grande utilização na indústria alimentar. Muitos alimentos devem sua produção e suas características às atividades fermentativas dos microrganismos em questão. Queijos maturados, conservas, chucrute e linguiças fermentadas são alimentos que possuem uma vida de prateleira consideravelmente maior que a matéria-prima da qual eles foram feitos. - Nos músculos: A fermentação lática nas células musculares é um processo que ocorre de forma alternativa, frente a situações em que o organismo não realiza respiração aeróbia. Considerado um artifício metabólico de curto prazo, ativado quando o organismo é submetido a um intenso esforço físico em condições de baixa oxigenação muscular. -> Ácido Lático x Lactato = São substâncias diferentes. O ácido lático é formado durante a glicólise anaerobia que rapidamente libera o íon H+. O composto remanescentes se liga ao íon Na ou K com carga positiva para formar um sal ácido denominado Lactato. Em condições fisiólogicas, a maior parte do ácido lático se associa e se apresenta como lactato. ● CICLO DE CORI (Lactato no Fígado - Adaptações do músculo na ausência de O2) Conversão da glicose em lactato, produzido em tecidos musculares durante um período de privação de oxigênio, seguida da conversão do lactato em glicose, no fígado. O ciclo de Cori é uma cooperação metabólica entre músculos e fígado. Com um trabalho muscular intenso, o músculo usa o glicogênio de reserva como fonte de energia, via glicólise. Ao contrário do que muitos pensam não é o acúmulo de lactato no músculo que causa dor e fadiga muscular. Os músculos são capazes de manter a carga de trabalho na presença de lactato se o pH for mantido constante. Para obtenção de energia sob a forma de trifosfato de adenosina (ATP), a glicose é convertida a piruvato através da glicólise. Durante o metabolismo aeróbio normal, o piruvato é então oxidado pelo oxigénio molecular a CO2 e H2O.Durante um curto período de intenso esforço físico, a distribuição de oxigênio aos tecidos musculares pode não ser suficiente para oxidar totalmente o piruvato. Nestes casos, a glicose é convertida a piruvato e depois a lactato, através da via da fermentação láctica, obtendo os músculos ATP, sem recorrer ao oxigênio. Este lactato acumula-se no tecido muscular e difunde-se posteriormente para a corrente sanguínea. Quando o esforço físico termina, o lactato é convertido a glicose através da gliconeogênese, no fígado. O indívíduo continua a ter uma respiração acelerada por algum tempo: o O2 extra consumido neste período promove a fosforilação oxidativa no fígado e, consequentemente, uma produção Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez elevada de ATP. O ATP é necessário para a gliconeogênese, formando-se então a glicose a partir do lactato, e esta glicose é transportada de volta aos músculos para armazenamento sob a forma de glicogênio. O ciclo evita que o lactato se acumule na corrente sanguínea, mas, por ser um sal, o lactato não poderia provocar acidose. Embora o sangue se comporte como uma solução tampão, o seu pH poderia diminuir (tornar-se-ia mais ácido) com um excesso de hidrogênio, que também é liberado pela dissociação do ácido lático. O ciclo é muito importante para manter a glicemia constante durante o período de elevada atividade física. A importância do ciclo baseia-se na prevenção da acidose láctica no músculo sob condições anaeróbias. No entanto, normalmente, antes disso acontecer o ácido láctico é transferida para fora dos músculos e ao fígado.O ciclo é também importante para a produção de ATP, a fonte de energia, durante a atividade muscular. O ciclo de Cori funciona de forma mais eficiente quando a atividade muscular cessou. Isso permite que o débito de oxigênio a ser reembolsado de tal forma que o ciclo de Krebs e da cadeia de transporte de elétrons possa produzir energia com a máxima eficiência. A droga metformina pode precipitar acidose láctica em pacientes com insuficiência renal, porque metformina inibe o ciclode Cori. Normalmente, o excesso de lactato, afastada pelos rins, mas em doentes com insuficiência renal, os rins não podem lidar com o excesso de ácido láctico. ●FADIGA = É definida como a incapacidade de se manter o rendimento durante o exercício físico intenso ou prolongado. Seria a inabilidade do músculo esquelético de gerar elevados níveis de força muscular ou mantê-los durante um determinado tempo. Assim, fadiga é qualquer redução na habilidade do sistema neuromuscular de gerar força. Esta situação é corriqueira em esportes de resistência bem como em atividades de maior intensidade. O controle neural do movimento envolve uma cadeia de processos fisiológicos que abrange desde o controle cortical no cérebro até o comando periférico da musculatura esquelética. A fadiga muscular, uma vez instaurada, demonstra que pode ter havido uma falha em qualquer um dos níveis do trajeto desde o sistema nervoso central até a periferia, representada pela mecânica da contração muscular. Situações típicas de fadiga muscular ocorrem diariamente, por exemplo, um campeão mundial de natação que liderava todo o percurso da prova entra em fadiga muscular aguda e perde a medalha de ouro nos metros finais daquela prova. Por incrível que pareça, existem pontos positivos e negativos em relação a fadiga muscular. Por exemplo, a fadiga é um mecanismo de defesa do corpo que pode proteger o atleta. Um indivíduo fadigado está próximo da exaustão e, consequentemente, com mais chances de sofrer lesões, já que vai perdendo sua propriocepção e diminuindo sua coordenação motora. Sentindo-se fadigado, a pessoa interrompe o esforço físico antes de se machucar e acaba se protegendo. Contudo, há o lado negativo da fadiga muscular, o indivíduo perde performance e deixa de executar o esforço físico desejado. Isso pode significar que um obeso não consiga completar sua caminhada ou que um atleta de elite perca uma prova por conta do esgotamento físico. Existe um interesse direto por parte de empresas que patrocinam grandes ídolos do esporte, no sentido de investir em mecanismos que possam desacelerar o processo de Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez fadiga em atletas, para que os mesmos tenham melhor rendimento em suas competições. Ademais, mesmo no âmbito da estética e da saúde, muitos são os estudiosos que tentam desvendar os reais fatores causadores da fadiga muscular para impedir ou retardar a ação dos mesmos. Tipos de Fadiga Muscular : É preciso considerar que a fadiga muscular depende diretamente do tipo de trabalho que está sendo realizado, bem como da duração e da intensidade do exercício, além do tipo de fibras musculares que foram recrutadas para aquela tarefa. O estado de condicionamento físico do indivíduo e as condições do meio ambiente no qual ele se encontra durante a execução do exercício também são fundamentais para ditar a forma como a fadiga muscular irá se instaurar. Ela pode ocorrer basicamente de duas formas: Central : neurônios motores proximais em sua maioria no cérebro; Periférica: neurônios periféricos, as fibras musculares e as unidades motoras. Tanto a fadiga central como a periférica (ou ambas) pode incapacitar o indivíduo a continuar na execução de um determinado exercício físico. Fadiga Muscular Central ocorre quando os níveis de excitamento do sistema nervoso central estão baixos. É causada pela inibição dos impulsos nervosos em determinado grupo muscular fatigado. Ainda não se conhece o mecanismo exato desse tipo de fadiga, mas parece que a inibição pode ocorrer em qualquer parte do trajeto do impulso nervoso, desde o cérebro até os neurônios espinhais. Existem alguns fatores que já estão sendo apontados pela literatura científica como prováveis razões da fadiga central: Desidratação; Diminuição dos estoques de glicose no sangue; Falha na atuação de determinados neurotransmissores; Alteração plasmática da concentração de aminoácidos de cadeia ramificada e triptofano. A desidratação parece exercer um importante papel na fadiga muscular central. Desidratado o indivíduo reduz o seu tempo de performance durante o exercício, aumenta a sua temperatura corporal interna, aumenta a frequência cardíaca e ainda perde mais água em forma de transpiração na tentativa de regular a temperatura interna. O suor em excesso reduz o volume sanguíneo o que leva a um suprimento inadequado de oxigênio aos tecidos musculares e acelera o estado de fadiga. Outro fator causador de fadiga central é a redução dos estoques sanguíneos de glicose. O sistema nervoso central funciona quase que exclusivamente à base de açúcar. Em estado de esforço intenso aumenta a taxa de desidratação e com isso o risco de hipertermia é maior, levando a diminuição do fluxo de sangue para o fígado, limitando a quebra do glicogênio ali estocado e impedindo a elevação dos níveis de glicose. Sem glicose o sistema nervoso central entra em colapso e não consegue enviar corretamente o impulso nervoso para as fibras musculares dos músculos exigidos em determinado exercício físico. A fadiga também pode ser ocasionada por deficiência na atuação de certos neurotransmissores. Um dos primeiros neurotransmissores a serem relacionados à fadiga muscular foi a dopamina. Ainda não se sabe exatamente como a dopamina influencia no aparecimento da fadiga muscular, mas já é certo que sua diminuição durante o exercício reduz a coordenação motora, com perda da motivação. A acetilcolina é outro neurotransmissor relacionado com a produção de força e com a fadiga central, pois a diminuição da colina durante o exercício, principal percussor da Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez acetilcolina, leva a diminuição da velocidade de transmissão dos impulsos nervosos nos músculos esqueléticos. O aminoácido triptofano também está ligado ao processo de fadiga. Necessário para que haja a síntese do neurotransmissor serotonina no cérebro, o triptofano é um aminoácido que circula na corrente sanguínea ligado à albumina. Contudo, há uma pequena proporção que circula livremente no sangue, e essa forma livre do triptofano pode contribuir para a fadiga central, por ser um antecessor do neurotransmissor serotonina. Em um estado de fadiga, os níveis de serotonina aumentam, o que inibe as sinapses. Esse aumento da serotonina acima do normal prejudica a função do sistema nervoso central, prejudicando também a termorregulação e o desempenho motor. A serotonina também influencia na melhora do sono, no relaxamento e no aumento na fadiga. Logo, uma grande liberação de serotonina durante o exercício físico seria prejudicial à performance do indivíduo. Assim como o triptofano, outro aminoácido tem mostrado ser importante na regulação do mecanismo de fadiga. Os BCAA (branchedchain aminoácidos) são aminoácidos de cadeia ramificada formados a partir da junção de leucina, isoleucina e valina, considerados essenciais, pois não são sintetizados pelo nosso organismo. Os BCAAs competem com o triptofano pelo transportador na barreira hematoencefálica. Logo, aumentar a concentração de BCAAs no sangue através de suplementação, resultando na diminuição da síntese e na liberação de serotonina, consequentemente, prevenindo a ocorrência de fadiga central. Fadiga Muscular Periférica ocorre por uma falha de um ou mais mecanismos na unidade motora, ou seja, nos neurônios motores, nos nervos periféricos, nas ligações neuromusculares ou nas fibras musculares. As principais razões causadoras da fadiga periférica são: déficit energético, alteração na concentração de íons de Ca, alterações de pH e quantidade de lactato. O déficit energético é um grande facilitador da fadiga muscular periférica. A diminuição de fosfatocreatina no músculo, componente energético fundamental para os exercícios de alta intensidade e curta duração, faz com que o músculo entre em fadiga. Essa é uma das hipóteses mais aceitas para explicar a fadiga periférica: a deficiência de energia para o trabalho muscular conhecida como “hipóteseda Depleção de Glicogênio”. A depleção de glicogênio muscular está relacionada a fadiga muscular, já que com pouca quantidade de glicogênio o musculo seria incapaz de manter uma taxa suficiente de ressentisse de ATP .Outro mecanismo intracelular responsável pela fadiga é a diminuição da libertação de Ca2+ e, consequentemente, o decréscimo da concentração intracelular ou mioplasmática de Ca2+. Parece estar claro que durante o exercício intenso e de curta duração, reduções na libertação de Ca2+ comprometem a tensão desenvolvida pelas fibras musculares causando fadiga muscular. Um terceiro fator responsável pela fadiga muscular periférica seria o aumento da acidez muscular como consequência do aumento da produção de ácido lático. Essa acidose metabólica é produzida especialmente em exercícios de curta duração e alta intensidade. A maioria dos efeitos do ácido láctico no desenvolvimento da fadiga muscular resulta do aumento da concentração de íons de H+ e consequente diminuição do pH, decorrente da rápida dissociação do ácido láctico. O acúmulo de prótons e alterações do pH no músculo durante Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez esforço de alta intensidade e curta duração podem ser responsáveis pela produção de fadiga periférica. No entanto, essa associação entre ácido lático, íons de H+ e a alteração dos demais agentes participantes da contração muscular têm sido questionadas (Brooks, 2001), especialmente porque esses estudos não foram conduzidos em temperaturas semelhantes ás observadas in vivo (Westerblad, 2003). Fadiga Muscular e Ácido Lático Ácido Lático: Falamos agora de um tema controverso. Por muito tempo pensou-se que o acúmulo de ácido lático era o responsável pela fadiga muscular aguda e crônica. Entendia-se que o ácido lático teria a mesma denominação que lactato e que este seria o responsável direto pela acidose ocorrida nos músculos quando expostos a exercícios de alta intensidade, porém, outros trabalhos mostraram que não é bem isso o que ocorre. O processo de utilização da glucose na fibra muscular para a produção de energia (ATP) está dividido em duas fases, uma rápida, que se traduz por um saldo de apenas duas moléculas de ATP e que produz duas moléculas de ácido pirúvico, e uma outra mais lenta que ocorre dentro da mitocôndria porque a entrada dessas moléculas de ácido pirúvico é mais lenta do que a sua produção, na presença obrigatória de oxigénio, e produz uma determinada quantidade de moléculas de ATP. O primeiro passo constitui um modo de disponibilização rápida de energia em esforços de elevada intensidade, mas é autolimitado, uma vez que o acúmulo de ácido pirúvico inibe o processo de degradação da glucose. Quando acontece uma situação assim, e na necessidade de manter a produção de energia, as moléculas de ácido pirúvico que “aguardam” entrada para a mitocôndria são convertidas numa outra molécula que consegue ser eliminada para fora da fibra muscular, o ácido lático. A produção de ácido lático é uma consequência natural do metabolismo energético durante a realização de esforços intensos. Constitui, assim, uma via de manutenção da utilização da glucose em esforços de alta intensidade e, ao mesmo tempo, uma via de Quando o esforço intenso termina, cessa a produção de ácido lático, cujos valores demoram cerca de 20 a 30 minutos a reduzir para metade, e assim sucessivamente, tornando o processo passivo de eliminação demasiado lento.No entanto, existe um tipo de fibra muscular que reutiliza o ácido lático para o reconverter em ácido pirúvico e assim disponibilizar substrato para a produção de energia, desde que a intensidade do esforço seja relativamente baixa (30 a 35% no máximo). Este é um processo ativo mais eficiente e eficaz de eliminação do ácido láctico após a realização de esforços intensos. Por muito tempo afirmou-se que a dor muscular tardia era causada pelo acúmulo de ácido lático. Isso não é verdade. A fadiga muscular é um processo multifatorial, que tem a ver, como já vimos, com deficiências na produção energética, alterações que ocorrem nas fibrilas da contração muscular, alterações do equilíbrio ácido-base na fibra muscular e não propriamente com o acúmulo de ácido lático.Naturalmente, quanto mais intenso e prolongado o exercício maior a probabilidade de fadiga e a Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez medição dos valores do ácido láctico pode servir para a sua monitorização. Já a dor muscular durante e após o esforço está relacionada com processos de destruição e inflamação da fibra muscular e não é causada pelo ácido lático. Sintomas. A fadiga muscular central e periférica em geral leva o indivíduo a apresentar vários desconfortos. Alguns sinais e sintomas desse quadro geral podem ser sentidos pelo atleta/aluno ou observados pelo professor de Educação Física, tais como cansaço geral constante, baixo rendimento durante seus treinamentos e aumento do índice de lesões. A passagem do ácido lático da fibra muscular para a corrente sanguínea provoca alterações no equilíbrio ácido-base, inicialmente compensadas por mecanismos tampão fisiológicos, mas que com a sua acumulação acabam por ser suplantados, acidificando o sangue para valores fora do normal. Esta acidose provoca um conjunto de sinais e de sintomas, como por exemplo, queda da pressão arterial, tonturas, náuseas e, inclusive, vômitos e incontinência de esfíncteres com perdas involuntárias de urina ou fezes. Esses efeitos podem ser tão sérios e prejudiciais que parte do treino dos atletas de alta competição de modalidades com elevada produção de ácido láctico passa pelo aumento da tolerância física e psíquica aos efeitos nocivos do ácido lático.
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