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Intoxicações INTOXICAÇÕES Abordagem geral: · Suporte clínico: as prioridades são via aérea e circulação. · Descontaminação: ↓ absorção da toxina. · Intoxicação oral: · Lavagem gástrica: após uma hora não tem mais porque fazer, o sucesso da lavagem vai diminuindo conforme o tempo passa. · Carvão ativado: 1g por kg peso. Funciona como se fosse uma esponja, faz adsorção da toxina e impede que ela seja absorvida. · Vômito: hoje em dia essa conduta é abolida. · Intoxicação cutânea: lavar exaustivamente com água... · Antídoto: · Se existir... a maioria não tem. INTOXICAÇÕES POR ACETAMINOFENO · Dose máxima diária: 4 gramas. · 90% glicuronídeos e sulfatados URINA. · 10% PURO NA URINA; CITOCROMO P450 NAPQI inativado pelo glutation no fígado URINA · O risco de intoxicação existe quando o paciente ingere uma dose excessivamente alta do medicamento. A dose máxima permitida é de 4 gramas ao dia, mas a intoxicação geralmente ocorre 12-14 gramas. Tem que ser dose cavalar. · O que ocorrer é que quando a dose é alta, a via principal de metabolização fica saturada e será desviada para via do citocromo P450. Assim, forma-se muito NAPQI e não há quantidade suficiente de glutation para inativar tudo que foi formado. O acúmulo desse composto que causa a intoxicação e agressões hepática/renal. · Quando o paciente ingere junto álcool, a atividade da via enzimática do NAPQI aumenta e a toxicidade também. · Clínica: O CULPADO É O NAPQI · 24h: sintomas gerais inespecíficos; · 24-48h: hepatotoxicidade (insuficiência hepática) ou insuficiência renal (necrose tubular); · 1-2 semanas: recuperação. · Tratamento: · Suporte clínico: em geral não há comprometimento circulatório e ventilatório. · Controlar hipoglicemia e coagulopatia; · Se grave: avaliar transplante hepático. · Descontaminação: carvão ativado nas primeiras 2-4 horas. · Antídoto: N ACETILCISTEÍNA nas primeiras 24 horas. INTOXICAÇÃO DIGITÁLICA · Vínculo cerebral: ICC em tratamento + Náuseas e vômitos + ECG alterado (BAVT). · Mecanismo de ação: inibição da bomba de Na+/K+ ATPase no coração. · ↑ força de contração e hipercalemia: com a bomba inibida, há acúmulo de Na dentro do miócito e K+ no sangue. Esse acúmulo estimula um outro canal iônico que é trocador de sódio por cálcio. No final das contas, entra muito cálcio no miócito cardíaco. Miócito cardíaco é músculo e cálcio é tudo que o músculo precisa para contrair. Por isso que digitálico aumenta a contratilidade tão bem. o Alteração elétrica: o problema do digitálico é que a dose terapêutica do digital é muito próxima de sua dose tóxica, o que induz manifestações patológicas no organismo. A modificação eletrolítica no miócito cardíaco é muito grande e altera o comportamento elétrico do coração. O resultado é indução de arritmias. · Quadro clínico: · Náusea, vômitos, dor abdominal. Ana Lino clinica médica · Alteração visual: borramento, cromatopsia (alteração da percepção da cor, a mais comum é a xantocropsia). · Período amarelo de Van Gogh: predomínio da cor amarela porque é o que ele via. Acredita-se que ele tenha tido intoxicação digitálica por chá de dedaleira. · Principais alterações elétricas: em tese pode induzir qualquer arritmia cardíaca. · ↓ Condução nó átrio-ventricular. · ↑ automatismo atrial/ventricular. · Extrassístole ventricular: alteração mais comum e mais precoce. · Taquicardia ventricular bidirecional: quase patognomônico de intoxicação digitálica. · Taquicardia atrial com BAV: quase patognomônico de intoxicação digitálica. · BAV 2º grau Mobitz I: BAVs são comuns, com exceção do Mobitz II. · Fibrilação atrial: rara. · Flutter atrial: raríssima. · Impregnação digitálica: efeito em paciente utilizando dose terapêutica do digital. Nesse caso, aparece um infraST com aspecto de pá de pedreiro. · Fatores que aumentam o risco de intoxicação: · Insuficiência renal; · Doenças cardíacas; · Alteração eletrolítica: hipocalemia, hipomagnesemia, hipercalcemia; · Drogas: amiodarona, BCC, Ciclosporina, Diurético. · Idade avançada. · Tratamento: · Suporte clínico: · Correção eletrolítica: potássio. · Cuidado: arritmia (fenitoína – diminui a meia vida do digital). · Descontaminação: carvão ativado nas primeiras 2-4 horas. · Antídoto: ANTICORPO ANTI-FAB em casos de arritmia e hipercalemia. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO · Sistema Nervoso Periférico: · Sistema Nervoso Somático: voluntário. · Funções motoras voluntárias... · Neurotransmissor: acetil-colina. · Receptor: nicotínico no MÚSCULO. · Sistema Nervoso Autônomo: involuntário. · Funções vegetativas... · Neurotransmissor e receptor: DEPEDE se é simpático ou parassimpático. · Parassimpático: DESCANSAR OU DIGERIR... · Neurotransmissor: acetil-colina · Receptor: muscarínico nos ÓRGÃOS efetores. · Síndrome colinérgica: Miose, estimula salivação, reduz FC, contrai brônquios, estimula a atividade do estômago e do pâncreas, estimula a vesícula biliar e contra a bexiga. · Simpático: LUTA OU FUGA... · Neurotransmissor: catecolamina. · Receptor: adrenérgico nos ÓRGÃOS efetores. · Midríase, inibe salivação, relaxa brônquios, acelera FC, inibe atividade do estômago e pâncreas, estimula liberação de glicose pelo fígado, estimula produção de adrenalina e noradrenalina e relaxa a bexiga. SÍNDROME COLINÉRGICA · Excesso desorganizado de acetil-colina. · Quadro clínico: · Receptor nicotínico (junção neuromuscular): miofasciculação e fraqueza. · Receptor muscarínico (órgãos): miose, broncoconstrição, incontinência urinária, diminuição FC, salivação e demais clínica PS. · Fisiopatologia: · Dando um agonista da acetil-colina? Raro... · Inibindo a degradação da acetil-colina? SIM!!! · A acetilcolinesterase degrada a acetil-colina. Uma inibição da acetilcolinesterase é a grande causa para iniciar um quadro de síndrome colinérgica. · Inibidores da acetilcolinesterase: · Reversíveis: carbamatos como pesticidas (chumbinho), neostigmina (reverte bloqueio neuromuscular) e rivastigmina. · Irreversíveis: organofosforados como pesticidas e gás sarin (arma biológica). · Tratamento: · Antídoto: · Para clínica muscarínica: ATROPINA. · Para clínica nicotínica: PRALIDOXIMA. INTOXICAÇÃO POR BENZODIAEPÍNICO · Efeito sedativo. · Comprometimento de via aérea por relaxamento das estruturas. · Depressão do SNC. · Antídoto: FLUMAZENIL. INTOXICAÇÃO POR OPIOIDE · Quadro clínico: atuação em vários receptores. · Efeito analgésico. · Depressão respiratória: centro respiratório bulbar tem uma percepção reduzida ao CO2. · Constipação/anorexia. · Miose. · Supressão do reflexo da tosse. · Náusea, vômito e prurido. · Tratamento: · Suporte clínico: via aérea (depressão respiratória) – IOT? · Descontaminação: se for IV ou intratecal não tem opção. Se fosse VO tem carvão ativado. · Antídoto: NALOXONE. INTOXICAÇÃO POR TRICÍCLICO · Depressão: faltam SEROTONINA, noradrenalina e dopamina. · Amitriptilina, nortriptilina, imipramina tentar inibir a receptação dos neurotransmissores. · ISRS: inibem a receptação só da serotonina. · Tricíclico: inibe a receptação de serotonina, noradrenalina e dopamina. · Efeito colateral: · Bloqueio muscarínico: síndrome anticolinérgica. · Alteração neurológica: convulsão, sedação, coma · Bloquei alfa-adrenérgico: hipotensão · Bloqueio canal na cardiacao: aumenta fc, altera conducao DROGA CARACTERÍSTICAS ANTÍDOTO Acetaminofeno Lesão hepática N-acetilcisteína Bloqueador Bradiarritmia, redução da contratilidade cardíaca Glucagon Intoxicação digitálica Náuseas e vômitos, taquicardia atrial com BAV, taquicardia bidirecional Anticorpo anti-Fab Antidepressivos tricíclicos Neuro: sedação, convulsão Cardíaca: aumenta Fc, diminui PA, altera condução (alarga Qt e QRS) Anticolinérgica: midríase, retenção Bicarbonato de sódio urinária, boca seca, e diminuição da motilidade intestinal Opioides Constipação, analgesia, depressão respiratória Naloxone Benzodiaepínicos Depressão do SNC Flumazenil Organofosforados e carbamatos Síndrome colinérgca Muscarínica: salivação, lacrimejamento, miose, diminuição da FC, broncoespasmo e micção. Nicotínica:fraqueza, fasciculações Atropina Pralidoxima
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