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Isabela Trarbach Gomes Odontologia Restauradora Clínica Restaurações Diretas de Resina Composta em Dentes Posteriores INDICAÇÕES: ➢ Restauração ou substituição de restaurações oclusais e/ou proximais de tamanho pequeno a médio. Quando a restauração necessária se estende mais de 1/3 da distância intercuspidea ou se houver envolvimento de cúspides já é indicado a realização de restaurações indiretas ➢ Estética VANTAGENS ➢ É necessário menor desgaste de estrutura dental sadia ➢ Estética ➢ Reforço da estrutura dental remanescente ➢ Facilidade de reparo ➢ Menor custo quando comparado com as restaurações indiretas LIMITAÇÕES ➢ Algumas resinas apresentam baixa resistência ao desgaste e fraturas marginais ➢ Dificuldade técnica na obtenção de contornos satisfatórios ➢ Dificuldade no estabelecimento do ponto de contato ➢ Diferença entre o coeficiente de expansão térmica ➢ Contração de polimerização OBSERVAÇÕES: ➢ Esteja atento quando existe um dente antagonista com restauração de cerâmica, porque devido a maior dureza a restauração de cerâmica pode acabar desgastando as restaurações de resina. ➢ Quando a extensão da área restaurada é maior do que metade da distância intercuspidea é mais indicado realizar restauração indireta. ➢ Quando há envolvimento de uma ou mais cúspides no preparo também é indicado realizar restauração indireta. ➢ Quando há impossibilidade de usar o dique de borracha deve-se ter maior cuidado para controlar a umidade. Resinas microparticuladas não podem ser usadas em restaurações de dentes posteriores porque não apresentam resistência satisfatória A contração de polimerização é uma característica inerente ao material resinoso que gera tensão nas paredes da cavidade. A tensão pode ser controlada já a contração de polimerização não. Isabela Trarbach Gomes ➢ A ausência de esmalte cervical principalmente nas proximais deve nos atentar ao maior risco de infiltração marginal. PROTOCOLO CLÍNICO 1. Profilaxia 2. Seleção de cor: Não seve ser feito o isolamento absoluto antes dessa etapa. 1º matiz: deve-se ir a cervical do canino com um croma intermediário. Lembrando que o campo precisa estar limpo e com iluminação natural. 2º croma: consiste na intensidade da cor sendo que um mesmo dente pode ter mais de um croma, mas para dentes posteriores é usada uma cor só quanto ao croma. 3. Seleção de resina composta A primeira escolha para a restauração em dentes posteriores seriam as resinas nanoparticuladas ou nanohíbridas. As nanoparticuladas possuem melhor qualidade de polimento quando comparadas as microhíbridas que são as resinas de segunda escolha. A terceira escolha são as resinas híbridas. Em restaurações posteriores acertar espessuras de camadas e translucidez se mostra fundamental. Dentre esses tipos de resina é preciso escolher a classificação da resina, como resina para esmalte, resina de corpo e de efeito. CAVIDADE RASA CAVIDADE MÉDIA CAVIDADE PROFUNDA Uso de resina com maior translucides (esmalte - E) Resina de translucides intermediária (corpo - B) Resina de maior opacidade (dentina- D) _ Resina de maior translucidez (esmalte - E) Resina de translucidez intermediária (corpo - B) _ _ Resina de maior translucidez (esmalte- E) OBSERVAÇÃO: A resina do tipo Z350 tem três tipos de classificações de resina: dentina, corpo e esmalte, sendo que a resina de dentina é muito opaca, devendo ser utilizada como opacificador e não para todo o corpo da restauração. As resinas de outras marcas possuem apenas os tipos: dentina e esmalte, sem a classificada como de corpo. A vantagem das nanoparticuladas em comparação comas microhíbridas não está na resistência e sim na qualidade de polimento A resina de corpo da Z350 tem opacidade semelhante à da resina de dentina de outras marcas Isabela Trarbach Gomes Resinas translúcidas: incisal, translucent, I, clear, T, E, WE... Resinas de corpo: body, B Resinas opacas: opaco, dentin, O, UO, universal opaque 4. Verificar os contatos oclusais Deve ser realizado antes do isolamento absoluto e serve para não atingir as regiões oclusal durante o preparo cavitário por ser uma área mais susceptível a fraturas. Lembrar de limpar as marcações depois do contato para não manchar a resina. Podemos memorizar os contatos ou anotar se necessário. 5. Anestesia 6. Isolamento 7. Preparo cavitário O preparo se restringe à remoção do tecido cariado e o acesso a cavidade deve ser com ponta diamantada esférica em alta rotação de tamanho de acordo com a cavidade, em seguida deve ser realizada a remoção de tecido cariado com brocas esféricas multilaminadas. CLASSE II: Lembrar que nesse preparo cavitário é necessário que os dentes adjacentes sejam protegidos. O preparo pode ser realizado: de forma direta, pelo slot vertical ou pelo slot horizontal. 8. Limpeza do campo operatório Limpeza com água corrente para remover os restos necróticos. 9. Proteção pulpar quando necessária 10. Condicionamento ácido Após proteger os dentes adjacentes (principalmente em classe 2), a aplicação deve ser iniciada nas bordas do esmalte e em seguida na dentina. Logo depois deve ser contado 15 segundos e na sequência deve ser feita a irrigação por 30 segundos. A secagem da cavidade deve ser feita com filtro de papel. FORMA DIRETA •Na ausência de contato proximal SLOT VERTICAL •via crista marginal •quando a lesão é restrita a face proximal em dentes com ponto de contato SLOT HORIZONTAL •via face lingual/palatina •quando a lesão é restrita a face proximal em dentes com pontos de contato Isabela Trarbach Gomes Após a aplicação do adesivo deve-se aguardar alguns segundos para que e penetre nos túbulos dentinários, e então seja feita a volatilização do solvente com a seringa tríplice. OBS: O solvente auxilia o adesivo a penetrar no substrato por isso não pode ser jogado ar na região antes de esperar alguns segundos. 11. Seleção adaptação e estabilização da matriz Sua função é estabelecer o ponto de contato. O ponto de contato é na verdade uma faceta de contato, que tem como funções: ➢ Evitar a impactação alimentar. ➢ Proteger a área de Col – é a gengiva que se localiza na papila, e não possuem queratinização sendo mais susceptíveis a inflamação. Porta matriz universal, também conhecida como matriz de tofflemire. Quanto às matrizes pode ser usada matriz metálica reta, a pré contornada e as seccionadas pré-contornadas (mais usadas). A matriz pré-contornada seccionada é mais usada do que a matriz reta metálica porque a face proximal não é reta, ela tem uma convexidade e desenho. Com ela é possível alcançar um ponto de contato em formato de superfície de contato e localizada em uma região média. Quando se uma matriz reta o ponto de contato fica mais próximo da oclusal e o contorno da superfície oclusal fica mais plano. A matriz reta será usada apenas em casos de cavidades muito extensas onde a adaptação da matriz pré-contornada metálica não fica satisfatória. 12. Seleção e adaptação de cunhas Existem diferentes cores que deveriam indicar uma espessura, mas não há uma padronização. Quando as cunhas são muito volumosas basta individualizá-las de acordo com a necessidade. A adaptação da cunha deve ter base voltada para a gengiva e posicionamento como a papila. ATENÇÃO! Em classe 2 o condicionamento ácido deve ser feito antes da colocação da matriz porque haverá melhor alcance das margens e infiltração do sistema adesivo no substrato. E em casos de classe 2 que se estendem muito para região cervical (alto risco de infiltração marginal) o dique de borracha não alcança a região e a colocação da matriz antes do condicionamento facilita o processo porque veda a caixa proximal de contaminaçãopor funcionar como um isolamento. Pré-molares e molares pequenos Molares Cavidade com extensão subgengival Isabela Trarbach Gomes Funções das cunhas: ➢ Preservar o espaço da papila ➢ Mantém a matriz intimamente ajustada a parede do dente ➢ Compensa a espessura da matriz por levar um ligeiro espessamento interdental Os principais problemas envolvendo colocação e remoção das cunhas são: dor e sangramento. Existem cunhas de borracha (ex: palodent) que machucam menos a região interproximal e protegem a área de col. Além disso, oferecem ponto de contato mais apertado. 13. Restauração BASES E FORRAMENTOS: ➢ Resina flow ➢ Resina bulk fill FUNÇÃO DESSA ETAPA: ➢ Absorver as tensões geradas pela contração de polimerização da resina composta. ➢ Reduzir a microinfiltração marginal. ➢ Melhorar a adaptação da resina às paredes da cavidade, porque ela se modela melhor no fundo da cavidade e reduz a propensão a bolhas. ➢ Reduzir a sensibilidade pós-operatória. ➢ Reduzir a incidência de cárie secundária. Isso é muito controverso porque as resinas fluidas devido a menor quantidade de carga têm maior contração de polimerização. As resinas bulk fill têm menor contração de polimerização podendo ser usada nos casos de forramento. RESINAS BULK FILL: TÉCINA BULK AND BODY: Existem 2 tipos: fluidas e condensáveis. Utiliza 4 mm de resina bulk fill, e depois a restauração é finalizada com resina nanoparticulada ou nanohíbrida, porque as resinas bulk fill são mais translúcidas. Essa translucidez permite maior passagem de luz e faz com que ocorra melhor polimerização. 14. Inserção da resina composta Deve ser feita aplicação de múltiplas camadas de compósito em diferentes tonalidades e opacidades. Os incrementos devem ter forma esférica durante a inserção e devem tomar formato de cone ao serem colocados na cavidade. Ordem: matriz → cunha → anel de separação Isabela Trarbach Gomes Os incrementos devem ser pequenos, até 2 mm, para garantir uma polimerização adequada. CONSEQUÊNCIAS DA CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO: ➢ Deflexão das cúspides ➢ Desunião da interface adesiva ➢ Micro rachaduras no esmalte ➢ Microinfiltração marginal ➢ Sensibilidade pós-operatória ➢ Cárie secundária TÁTICAS PARA MINIMIZAR A TENSÃO DURANTE A CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO: ➢ Técnica de inserção incremental: incrementos em apenas 2 paredes com incrementos de até 2 mm. ➢ Diminuição do volume de material restaurador pela aplicação de inserts (bolinhas pré- polimerizadas). ➢ Prorrogação dos procedimentos de acabamento: evitar de fazer acabamento e polimento na mesma sessão. ➢ Prorrogar fase pré-gel (fase de liberação de tensão): polimerizar os incrementos por tempo menor e depois o restante do tempo indicado para aquela resina. ➢ Controle da intensidade de luz fotoativadora. ➢ Restaurações indiretas de resina: resina é feita no modelo de gesso e fotopolimerizada fora da boca. INSERÇÃO DA RESINA COMPOSTA: ➢ Técnica de inserção em incremento único (bulk fill) ➢ Técnica de inserção incremental oblíqua FATOR DE CONFIGURAÇÃO CAVITÁRIA: Mais de um incremento pode ser feito de vez desde que eles não encostem um no outro para reduzir o fator de contração cavitaria. Esse fator é reduzido encostando em um menor número de cavidades possível. FATOR C = superfícies de união da cavidade e da resina superfícies da resina livres do contato com a cavidade Isabela Trarbach Gomes Ex: fator c = 5/1= 5 A superfície livre é correspondente a face oclusal. O fator c é minimizado colocando incrementos em apenas 2 paredes. Inserção da resina composta – caixa proximal: O primeiro incremento fica na parede vestibular e gengival, e o segundo é colocado sobre o primeiro. Na classe 2 primeiro é feita a caixa proximal transformando o preparo em classe 1 para em seguida seguir com a restauração. No final pode ser usado um selante caso haja presença de gaps. 15. Remoção do isolamento 16. Ajuste oclusal 17. Acabamento e polimento Pode ser realizada com pasta de polimento e as borrachas, e por fim deve ser usado os discos de feltro. REPAROS EM RESTAURAÇÕES DE RESINA COMPOSTA: Aproximadamente 50% das RRC são substituídas após 7 anos. Quando uma restauração é substituída, uma quantidade significativa de estrutura dental sadia é removida e o preparo é aumentado. Tratamentos alternativos como reparo ou reanatomização aumentam a longevidade das restaurações a um menor custo quando comparado com a substituição das restaurações, além de serem ações mais conservadoras. O selamento de defeitos marginais melhora significativamente a longevidade das restaurações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do aperfeiçoamento dos materiais restauradores, da evolução dos preparos cavitários e das técnicas restauradoras, as restaurações quer sejam elas de amálgama ou resina composta, devem ter indicações precisas, respeitando suas limitações. Além disto, é fundamental a conscientização do paciente e o controle clínico das restaurações executadas.
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