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VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA (VMI) Termos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação Mecânica • Drive respiratório: representa o estímulo do centro respiratório, ou seja, o comando cerebral dado para a musculatura respiratória. Reflexos do tronco cerebral. • Trabalho muscular respiratório: gasto energético durante a respiração. Cada movimento respiratório (diafragma, músculos intercostais internos e externos, e acessórios) é gerado um consumo de glicose e oxigênio. Uso intenso da musculatura pode ocasionar metabolismo anaeróbico e fadiga. Termos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação Mecânica • Pressão de pico: ponto mais alto de pressão atingido na via aérea durante o ciclo respiratório. • Pressão de platô: estresse que exerce a parede dos alvéolos. • PEEP: pressão positiva no final da expiração. • Auto-PEEP ou PEEP intrínseca: pressão ou estresse gerados de forma patológica pelo volume de ar aprisionado nos alvéolos. A ocorrência desse fenômeno é observada principalmente em decorrência do tempo expiratório insuficiente para o esvaziamento alveolar. Ocorrência, principalmente, em pacientes com doenças obstrutivas (asma, DPOC). Termos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação Mecânica • PEEP ou PEEP extrínseca: pressão positiva que o ventilador mecânico exerce ao fim da expiração. Tem como funções básicas: expansão alveolar, melhora da troca gasosa, da oxigenação e da pós-carga do ventrículo direito e diminuição do consumo de O2 pelo miocárdio pela redução do fluxo coronariano, diminuindo a demanda celular. Termos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação Mecânica • Relação inspiração/expiração: fração entre os tempos inspiratório e expiratório, durante o ciclo respiratório. • Fração inspirada de oxigênio (FiO2): concentração ou teor de O2 ofertado ao paciente. • Toxicidade relacionada com o oxigênio: efeitos adversos ao uso de altas concentrações de O2 (FiO2 > 0,60 ou 60%). • Sensibilidade: é a força mínima ou “sinalização” que o paciente deve gerar para que o ventilador perceba sua necessidade de respirar. • Volume corrente total: é a quantidade de gás que entra (inspiração) e sai (expiração) dos pulmões a cada ciclo respiratório. • Volume corrente expiratório: expiração a cada ciclo respiratório. • Volume corrente inspiratório: inspiração a cada ciclo respiratório. • Volume-minuto: é a quantidade de gás que circula em um minuto dentro dos pulmões; VC×FR. Termos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação Mecânica • Complacência: forma que o parênquima pulmonar consegue acomodar o volume de ar que entra nos pulmões a cada ciclo respiratório. • Resistência: é a propriedade das vias aéreas em resistir à entrada de ar. • Recrutamento: consiste em aumentar a pressão transpulmonar (pressão controlada e PEEP) de modo breve e controlado, com a finalidade de reabertura de alvéolos previamente colapsados. • PRONA: é o posicionamento de pacientes com hipoxemia grave em decúbito ventral. O objetivo da posição é reduzir a pressão hidrostática no pulmão dorsal e, assim, obter melhora da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2), melhora das trocas gasosas e diminuição da lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica. Termos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação MecânicaTermos em Ventilação Mecânica • Modo ventilatório: é a maneira pela qual serão controlados os ciclos ventilatórios. • Modalidades ventilatórias: é o modo pelo qual os ciclos ventilatórios serão disponibilizados pelo ventilador. • Disparo: é a transição da face expiratória para a fase inspiratória. • Ciclagem: é a passagem da fase inspiratória para a fase expiratória. • Desmame: refere-se ao processo de transição da ventilação artificial para a espontânea nos pacientes que permanecem em VMI por tempo superior a 24 horas. HipoxemiaHipoxemiaHipoxemiaHipoxemia DEFINIÇÃO A ventilação mecânica (VM) ou suporte ventilatório, consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Objetivos • Manutenção das trocas gasosas ���� correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia; • Aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; • Reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; • Diminuir o consumo O2 ���� reduzindo o desconforto respiratório; • Permitir a aplicação de terapêuticas específicas. Tomada de Tomada de Tomada de Tomada de decisão decisão decisão decisão para VMIpara VMIpara VMIpara VMI Parâmetros Normal Indicação de VM Clínicos Fr 12-20 > 35 Capacidade ventilatória VC (mL/Kg) 5 - 8 < 8 CV (mL/Kg) 65 - 75 < 10-15 VEF1 (mL/Kg) 50 - 60 < 10 Volume minuto (L/min) 5 - 6 > 10 Pimax (cmH2O) 80 - 120 < -20 a -30 Espaço morto (%) 25 - 40 > 60 Gasometria Arterial PaCO2 (mm Hg) 35 - 45 50 -55 PaO2 (mm Hg) (FIO2 = 0,21) > 75 < 50 P (A –a) O2 (FIO2 = 1,0) < 30-60 > 350 -450 PaO2/FIO2 > 500 < 200 PrincipaisPrincipaisPrincipaisPrincipais indicaçõesindicaçõesindicaçõesindicações • Reanimação devido à parada cardiorrespiratória; • Hipoventilação e apneia: a elevação na PaCO2 (com acidose respiratória) indica que está ocorrendo hipoventilação alveolar, seja de forma aguda, como em pacientes com lesões no centro respiratório, intoxicação ou abuso de drogas e na embolia pulmonar, ou crônica nos pacientes portadores de doenças com limitação crônica ao fluxo aéreo em fase de agudização e na obesidade mórbida; • Insuficiência respiratória devido a doença pulmonar intrínseca e hipoxemia: diminuição da PaO2 resultado das alterações da ventilação/perfusão. A concentração de hemoglobina (Hb), o débito cardíaco (DC), o conteúdo arterial de oxigênio (CaO2) e as variações do pH sanguíneo são alguns fatores que devem ser considerados quando se avalia o estado de oxigenação arterial e sua influência na oxigenação tecidual; • Falência mecânica do aparelho respiratório: Fraqueza muscular/ Doenças neuromusculares/ Paralisia; • Comando respiratório instável (trauma craniano, acidente vascular cerebral, intoxicação exógena e abuso de drogas); • Prevenção de complicações respiratórias: restabelecimento no pós-operatório de cirurgia de abdome superior, torácica de grande porte, obesidade mórbida; • Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular: um aumento no volume minuto através da elevação da f, é o mecanismo de adaptação transitório que se não for revertido levará à fadiga muscular devido ao aumento da demanda metabólica. PrincipaisPrincipaisPrincipaisPrincipais indicaçõesindicaçõesindicaçõesindicações Contexto histórico da VMContexto histórico da VMContexto histórico da VMContexto histórico da VM • 460 – 370 a.C. – Hipócrates descreveu a função da respiração no “Tratado do Ar” e o tratamento para as situações iminentes de sufocamento por meio da canulação da traqueia. Essa foi provavelmente a primeira citação sobre intubação orotraqueal. • 348 – 322 a.C. – Aristóteles notou que animais colocados dentro de uma caixa hermeticamente vedada morriam. Primeiramente, pensou-se ser por motivos dos animais não conseguirem se resfriar. Conluiu que o ar fresco era essencial à vida. • 1493 – 1541 – Paracelsus usou um fole conectado a um tubo introduzido na boca de um paciente para realizar a assistência ventilatória. A primeira forma de ventilação artificial foi creditada a ele. • 1928 – Drinker e Shaw desenvolveram um Ventilador Mecânico de pressão negativa, onde era possível submeter o paciente a uma ventilação sustentada através da diminuição da pressão atmosférica em torno do paciente. • 1931 – Emerson desenvolveu um Ventilador Mecânico de pressão negativa similarao de Drinker e Shaw que ficou conhecido como IronLung (Pulmão de Aço) e foi comercializado largamente. Pulmões de açoPulmões de açoPulmões de açoPulmões de aço • Epidemia de poliomielite de 1930 a 1960. Em sua forma mais grave, levava ao acometimento bulbar, afetando a função da musculatura respiratória e causando a morte por falência ventilatória. Ventilação por pressão negativa, a mortalidade foi reduzida de 80% para menos de 20%. • Os pulmões de aço envolviam o corpo inteiro do paciente deixando para fora apenas a cabeça, que se mantinha exposta à pressão atmosférica. Aplicação de pressão negativa ao redor do tórax, gerava- se um gradiente de pressão do seu interior até a boca. Pressão positiva e traqueostomiaPressão positiva e traqueostomiaPressão positiva e traqueostomiaPressão positiva e traqueostomia • Dr. Bjorn Ibsen aplicou com sucesso a primeira traqueostomia associada à ventilação com pressão positiva em uma paciente com poliomielite em sua forma bulbar. • Otorrinolaringologista realizou a traqueostomia e Ibsen conseguiu ventilar a paciente com uma bolsa de ressuscitação manual (semelhante ao Ambu®) e um sistema de absorção de CO2 (Sodalime) adaptado ao tubo com balonete (cuff). • 1951 – Dr. Forrest Bird desenvolveu o primeiro Ventilado Mecânico que opera com pressão positiva acionado por imãs. Foi denominado de BirdMark 7. Lesão Pulmonar Induzida pela VM (LPIV)Lesão Pulmonar Induzida pela VM (LPIV)Lesão Pulmonar Induzida pela VM (LPIV)Lesão Pulmonar Induzida pela VM (LPIV) • Em 1967, descreveram a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) padrão sugestivo de aumento da permeabilidade da barreira alveolocapilar com perda da estabilidade dos alvéolos por deficiência do sistema surfactante, levando a colapso pulmonar, perda de complacência do sistema respiratório e hipoxemia. • Autópsia mostrou pulmões pesados, edematosos e hemorrágicos e, à microscopia, hemorragia, atelectasia e presença de membranas hialinas. • Curiosamente, a ventilação mecânica, a mesma técnica capaz de salvar a vida desses pacientes, também é capaz de levar a danos graves pulmonares e até à morte. • Hipótese de que pressões muito altas, por vezes necessárias para ventilar pacientes com SDRA, poderiam danificar o sistema surfactante. • Aplicação de PEEP de 10 cmH2O foi capaz de proteger, pelo menos parcialmente, os pulmões dos efeitos lesivos da ventilação mecânica com pressões inspiratórias excessivas. • Essa publicação foi um marco no campo da ventilação mecânica e responsável pelo reconhecimento da Lesão Pulmonar Induzida pela Ventilação Mecânica (LPIV). PEEP protetoraPEEP protetoraPEEP protetoraPEEP protetora • 1998: técnica ventilatória capaz de reduzir a mortalidade em pacientes com a SDRA. • Fornecer volumes correntes baixos comparados ao padrão da época (6 vs 12 mL/Kg de peso) e PEEP de acordo com a mecânica respiratória de cada paciente (obtida através de uma curva pressão-volume). • Destaque na complacência pulmonar e pressão de distensão. Conceitos Conceitos Conceitos Conceitos –––– Funcionamento de VentiladoresFuncionamento de VentiladoresFuncionamento de VentiladoresFuncionamento de Ventiladores • Máquinas capazes de oferecer gás pressurizado para dentro dos pulmões, de modo a ajudar ou substituir a função muscular respiratória. O gás ofertado é uma composição controlada de oxigênio e nitrogênio, que pode resultar em uma fração inspirada de oxigênio de 21% (igual ao ar ambiente) a 100%. CONCEITOS EM VENTILAÇÃO MECÂNICA VMI PRESSÃO POSITIVA PRESSÃO NEGATIVA VOLUME CORRENTE PEEP RELAÇÃO I:E TEMPO INSP FLUXO VOLUME MINUTO FIO2 Cst Cdin Pplatô Ppico Parâmetros ventilatóriosParâmetros ventilatóriosParâmetros ventilatóriosParâmetros ventilatórios • Volume Corrente (VC); • Pressão Controlada (PC); • Frequência Respiratória (FR); • Sensibilidade a Fluxo (V’) e Pressão (P); • Tempo Inspiratório (Tinsp); • Pressão de Suporte (PS); • PEEP; • Fração Inspirada de O2. Volume correnteVolume correnteVolume correnteVolume corrente • Utilizar sempre peso predito; • VC 6~8ml/Kg • Peso predito • Homens = 50 + 0,91 x (Altura em cm – 152,4) • Mulheres = 45,5 + 0,91 x (Altura em cm – 152,4) • Ex: 45,5 + 0,91 x (170– 152,4) • 45,5 + 0,91 x (17,6) • = 61 kg • 61 x 6 = 366 ml de VC Volume minutoVolume minutoVolume minutoVolume minuto • O volume-minuto (Vmin) corresponde ao “valor total” de ar que circula em um minuto, ou seja, volume corrente (VC) multiplicado pela frequência respiratória (f) medida em um minuto. • Em condições fisiológicas o valor varia entre 5-8 L/minuto. PRESSÃO CONTROLADA (PC)PRESSÃO CONTROLADA (PC)PRESSÃO CONTROLADA (PC)PRESSÃO CONTROLADA (PC) • PC --- 12 ~ 20 cmH2O • Manter pressões que permitam que o VC do paciente seja de 6 à 8 ml/Kg predito. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR)FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR)FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR)FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR) • FR --- 12 ~ 18 irpm • Manter FR que permita que todas os ciclos respiratórios aconteçam de maneira correta. Respeitando o tempo das fases inspiratórias e expiratórias. • Ciclo Respiratório = 60”/ FR • 1. Frequência controlada ou programada • 2. Frequência espontânea • 3. Frequência total SENSIBILIDADESENSIBILIDADESENSIBILIDADESENSIBILIDADE • Sensibilidade à Fluxo (V’) • 2 ~ 5 l/min • Fluxo 3 l/min • Sensibilidade à Pressão (P) • -2 à -3 cmH2O • Pressão -2 cmH2O Relação I:ERelação I:ERelação I:ERelação I:E • A respiração do dia a dia é composta de duas fases, uma inspiratória e outra expiratória, sendo a primeira habitualmente mais curta e a segunda mais longa. TEMPO INSPIRATÓRIO (TEMPO INSPIRATÓRIO (TEMPO INSPIRATÓRIO (TEMPO INSPIRATÓRIO (TinspTinspTinspTinsp)))) • Tinsp --- 0,8” ~ 1,2” • Lembrar que a relação ideal entre a Fase Inspiratória e a Fase Expiratória é de aproximadamente 1:2. • I:E = 1:2 • Logo, devemos levar em consideração a FR e o Tinsp para pensar em todo o ciclo respiratório: • FR = 10 => Ciclo = 60”/10 = 6” • Então, usaríamos um Tinsp de 2” e os 4” restantes serão de Fase Expiratória. Mantendo a relação I:E PRESSÃO DE SUPORTE (PS)PRESSÃO DE SUPORTE (PS)PRESSÃO DE SUPORTE (PS)PRESSÃO DE SUPORTE (PS) • PS --- 8 ~ 20 cmH2O • Manter pressões que permitam que o VC do paciente seja de 6 à 8 ml/Kg predito. Rampa inspiratóriaRampa inspiratóriaRampa inspiratóriaRampa inspiratória • A transição da fase expiratória para a fase inspiratória, logo após o disparo, pressupõe mudança de pressão brusca da PEEP para a pressão inspiratória. Essa mudança brusca, muitas vezes leva ao fenômeno de overshoot de pressão, ou seja, o ventilador erra o alvo de pressão porque é obrigado a fazer a mudança muito rapidamente. • Para evitar o fenômeno de overshoot, alguns ventiladores dispõem de uma ajuste adicional chamado rampa de pressão ou rise time. Esse ajuste permite uma janela de tempo estendida para que a pressão parta da PEEP e atinja a pressão inspiratória, facilitando que os ventiladores atinjam o alvo mais precisamente. A rampa de pressão deve ficar ajustada para a subida mais rápida que evite overshoot de pressão. PEEPPEEPPEEPPEEP • PEEP --- 5 ~ 8 cmH2O • Esses valores de PEEP são os fisiológicos. Tentamos mantê-los para que o paciente não aprisione muito ar nas vias aéreas no final da expiração. • O ajuste da PEEP usualmente se dá com base na oxigenação, assim como o ajuste da FiO2. • Em pacientes hipoxêmicos, como aqueles com síndrome do desconforto respiratório agudo, existem tabelas que ajudam a guiar o ajuste combinado de PEEP e FiO2. FiOFiOFiOFiO2222 • FiO2 --- evitar valores superiores de 60% • Importante lembrar que durante o procedimento de intubação e acoplagem da VM, o paciente deve receber FiO2 de 100% e em seguida os valores devem ser reduzidos, mantendo SpO2 entre 92% e 98%. • Ar ambiente é de 21%. • Manter 100% após intubação por 40 minutos. Abaixar para 40%, esperar 3 minutos e observar saturação de O2. Se Sat02 estiver boa, manter, pode aumentar ou diminuir. • Manterem torno de 30 e 40% e observar saturação. ComplacênciaComplacênciaComplacênciaComplacência • Compreende o resultado da alteração volumétrica determinada por uma alteração de pressão. • Capacidade de acomodação de ar pelos alvéolos. • Complacência estática (Cstat,rs) e dinâmica (Cdyn,rs): ResistênciaResistênciaResistênciaResistência • A elevada resistência das vias aéreas pode ser oriunda de broncoespasmo, edema da mucosa, acúmulo de muco, detritos intraluminais na cânula, compressão extrínseca, ou, combinação desses fatores. A asma é a doença prototípica de resistência elevada. • O diâmetro do tubo endotraqueal pode ser determinante no aumento de resistência das vias aéreas, aumentando o trabalho respiratório quando muito fino. • No paciente em VM as pressões são medidas antes do tubo endotraqueal. Portanto os valores medidos de resistência utilizando-se a pressão inspiratória proximal, referida como pressão na via aérea (equivalente a pressão de pico), é na realidade a soma das resistências do tubo endotraqueal e das vias aéreas do paciente. Ciclo RespiratórioCiclo RespiratórioCiclo RespiratórioCiclo Respiratório Fases do cicloFases do cicloFases do cicloFases do ciclo • 1. Fase Inspiratória: Válvula inspiratória aberta. • 2. Mudança de Fase (CICLAGEM): Transição entre a fase inspiratória e expiratória. • 3. Fase Expiratória: Fechamento da válvula inspiratória e abertura da válvula expiratória. • 4. Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (DISPARO): Término da expiração, abertura da válvula inspiratória e início da fase inspiratória. DISPARO Tempo FR Pressão P Fluxo V’ CICLAGEM Tempo FR Pressão P Volume V Fluxo V’ CICLAGEM EM VMICICLAGEM EM VMICICLAGEM EM VMICICLAGEM EM VMI • Ciclagem: momento onde o fluxo inspiratório se encerra e se permite o início do fluxo expiratório. • Ciclagem a volume: o aparelho cessa a inspiração quando o VC atinge um valor pré- estabelecido. • Ciclagem a pressão: o aparelho cessa a inspiração quando o pico de pressão proximal atinge um valor pré-estabelecido. • Ciclagem a tempo: o aparelho cessa a inspiração após um tempo inspiratório (em segundos) pré-determinado. • Ciclagem a fluxo: o aparelho cessa a inspiração ao atingir um fluxo inspiratório pré- determinado. Ciclos ventilatóriosCiclos ventilatóriosCiclos ventilatóriosCiclos ventilatórios Ciclo Controlado • São iniciados, controlados e finalizados exclusivamente pelo ventilador • Geralmente com um critério de tempo Ciclo assistido-controlado • São iniciados pelo paciente, controlados e finalizados pelo ventilador • O início se dá pelo reconhecimento do esforço inspiratório do paciente pelo ventilador (disparo) Espontâneo • São iniciados, controlados e finalizados pelo paciente • Pode ser parcialmente assistido, quando o ventilador de alguma forma auxilia a inspiração do paciente (Pressão de Suporte) Ciclo controladoCiclo controladoCiclo controladoCiclo controlado • Disparo a tempo; • Janelas Fixas de FR. Indicações de ciclo controladoIndicações de ciclo controladoIndicações de ciclo controladoIndicações de ciclo controlado • Pacientes com mínimo ou nenhum esforço respiratório por disfunção do SNC; • Intoxicação exógena por drogas; • Quando a respiração está suprimida intencionalmente devido a anestesia, sedação ou bloqueio neuromuscular; • Situações nas quais o esforço inspiratório negativo é contraindicado: alguns casos de traumas torácicos graves. • 18 horas de VMI – Modo Controlado: Atrofia Diafragmática. Ciclo assistidoCiclo assistidoCiclo assistidoCiclo assistido----controlado controlado controlado controlado • Esforço Inspiratório: sensibilidade; • Disparo: Pressão ou fluxo. Modos ventilatóriosModos ventilatóriosModos ventilatóriosModos ventilatórios • Há dois modos de ventilar um paciente: pressão e volume. • É a maneira pela qual o ventilador dispensa o ciclo respiratório, ou seja, como o gás é fornecido ao paciente e como ocorre a interrupção da fase inspiratória. • Modo limitado a volume: O ventilador tem como objetivo ofertar o volume desejado (ajustado), não importando a pressão necessária que irá atingir para gerar aquele volume pré-ajustado. Em condições pulmonares adversas (por exemplo, broncoespasmo), as pressões necessárias para atingir o volume determinado serão elevadas, assim como o risco da ocorrência de barotrauma. • Modo limitado a pressão: O ventilador vai ofertar a pressão desejada (ajustada); contudo, o volume dependerá das condições pulmonares do indivíduo. Indivíduos com pulmão normal necessitam de baixos níveis de pressão para insuflar os pulmões. Entretanto, em pacientes com problemas pulmonares, a pressão ofertada pode não ser suficiente para gerar o volume necessário. MODALIDADES VENTILATÓRIASMODALIDADES VENTILATÓRIASMODALIDADES VENTILATÓRIASMODALIDADES VENTILATÓRIAS 1. VMC – Ventilação Mandatória Controlada; 2. A/C – Ventilação Mandatória Assisto-controlada; 3. PSV – Ventilação por Pressão de Suporte; 4. SIMV – Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada. 1. VMC 1. VMC 1. VMC 1. VMC –––– Ventilação Mandatória ControladaVentilação Mandatória ControladaVentilação Mandatória ControladaVentilação Mandatória Controlada • Disparo: Tempo • Ciclagem: • VCV (Volume Control Ventilation) – (V) ou • PCV (Pressure Control Ventilation) – (PC) • Tempo Inspiratório (Tinsp) 1.a. Modo Ventilatório 1.a. Modo Ventilatório 1.a. Modo Ventilatório 1.a. Modo Ventilatório –––– Volume controlada Volume controlada Volume controlada Volume controlada VCMVCMVCMVCM----VCVVCVVCVVCV 1.b. Modo Ventilatório 1.b. Modo Ventilatório 1.b. Modo Ventilatório 1.b. Modo Ventilatório –––– Pressão controlada Pressão controlada Pressão controlada Pressão controlada VCMVCMVCMVCM----PCVPCVPCVPCV 2. A/C 2. A/C 2. A/C 2. A/C –––– Ventilação Mandatória AssistoVentilação Mandatória AssistoVentilação Mandatória AssistoVentilação Mandatória Assisto---- controladacontroladacontroladacontrolada • Caso o paciente apresente esforço e dispare o ciclo respiratório, o ventilador respeita a janela de tempo estabelecida para um novo ciclo respiratório. Caso o paciente não apresente esforço respiratório, o disparo ocorre por tempo. • DISPARO: • TEMPO (FR) • SENSIBILIDADE: FLUXO (V’) OU PRESSÃO (P) • CICLAGEM • VCV (Volume Control Ventilation) – (V) OU • PCV (Pressure Control Ventilation) – (PC) • Tempo Inspiratório (Tinsp) 2.a. A/C 2.a. A/C 2.a. A/C 2.a. A/C ---- VCVVCVVCVVCV 2.b. A/C 2.b. A/C 2.b. A/C 2.b. A/C ---- PCVPCVPCVPCV Disparo por fluxoDisparo por fluxoDisparo por fluxoDisparo por fluxo Curvas inspiratóriasCurvas inspiratóriasCurvas inspiratóriasCurvas inspiratórias 1. Fluxo se mantém em um valor constante durante a inspiração 2. Fluxo inspiratório começa em um valor máximo, e cai linearmente até um valor mais baixo durante a inspiração 3. Fluxo inspiratório começa em um valor baixo, e sobe linearmente até um valor máximo durante a inspiração 4. Fluxo inspiratório aumenta e diminui seguindo uma curva senoidal Volume x pressãoVolume x pressãoVolume x pressãoVolume x pressão • Nenhum estudo, no entanto, evidenciou diferença de oxigenação, trabalho respiratório ou mortalidade. Maior Conforto Para o Paciente 3. Pressão de suporte3. Pressão de suporte3. Pressão de suporte3. Pressão de suporte • Trata-se de um suporte ventilatório parcial que ajuda a ventilação espontânea do paciente por meio de uma pressão positiva pré-determinada e constante durante a inspiração; • 1) a pressão de suporte é um modo estritamente espontâneo, ou seja, todos os ciclos devem ser disparados pelo paciente; e • 2) o tempo inspiratório é variável e controlado pelo paciente. • De maneira geral, o modo pressão de suporte dá mais liberdade ao paciente para determinar a frequência respiratória que deseja e com padrão respiratório que se assemelhe mais ao determinado por seu centro respiratório. 3. PSV 3. PSV 3. PSV 3. PSV –––– Ventilação por Pressão de SuporteVentilação por Pressão de SuporteVentilaçãopor Pressão de SuporteVentilação por Pressão de Suporte • DISPARO: • TEMPO (FR) • SENSIBILIDADE FLUXO (V’) OU PRESSÃO (P) • CICLAGEM: • PSV (Pressure Suport Ventilation) (PS) PSVPSVPSVPSV Disparo Esforço do paciente Eleva a pressão no circuito para um nível pré- determinado O nível de pressão é mantido constante durante toda a inspiração Nesse momento o fluxo inspiratório é interrompido O final da inspiração, ocorre quando o fluxo inspiratório, ao se reduzir, atinge um valor pré-determinado para cada ventilador (25% do pico de fluxo) Válvula expiratória é aberta, iniciando a expiração (ciclagem a fluxo) Parâmetros ajustáveisParâmetros ajustáveisParâmetros ajustáveisParâmetros ajustáveis • Fração inspirada de oxigênio (FIO2) • Disparo com Sensibilidade a Fluxo ou à Pressão • PEEP • Pressão de suporte: VC 6-8 ml/kg. A pressão de suporte determinará o volume corrente entregue ao paciente dependendo de seu esforço, do critério de ciclagem e das propriedades mecânicas do sistema respiratório. • Critério de ciclagem expiratório: 25%. Ajustes comuns variam em torno de 25- 40% do pico de fluxo, sendo que alguns ventiladores ainda mantêm esse critério fixo em 25%. O critério de ciclagem é o ajuste que determina a transição da fase inspiratória para a expiratória. Definido como um percentual do pico de fluxo, o critério de ciclagem afeta diretamente o tempo inspiratório. • Na maioria dos ventiladores, o valor pré- determinado é de 25% do fluxo inspiratório, entretanto, nos ventiladores atuais existe a possibilidade de ajuste. • Quanto maior a porcentagem (30%, 40%, 50%, 60%) mais rápido ocorre o término da inspiração (tempo inspiratório menor). • Quanto menor a porcentagem (20%, 15%, 10%) mais tardiamente ocorre a ciclagem (maior o tempo inspiratório). Indicação PSVIndicação PSVIndicação PSVIndicação PSV • Indicada para pacientes que já resolveram a causa da insuficiência respiratória e estão iniciando o desmame ventilatório. • Devem, na teoria, ter estabilidade cardiovascular (permitido o uso de baixas doses de drogas vasoativas), da mecânica respiratória (melhora da complacência e resistência), da troca gasosa (oxigenação adequada e normocapnia ou retorno aos valores basais em paciente retentores de CO2) e hidroeletrolítica (correção dos distúrbios acidobásicos e normalização dos níveis séricos de cálcio, magnésio, fósforo, sódio e potássio). • Outro fator fundamental é que o paciente ideal deve apresentar drive e estímulo respiratório adequado. • Os valores médios utilizados: 5-20 cmH2O. O nível ideal: deve manter a atividade muscular diafragmática sem causar fadiga, hiperinsuflação pulmonar, assincronia ou aumento do trabalho inspiratório. 4. SIMV 4. SIMV 4. SIMV 4. SIMV –––– Ventilação Mandatória Intermitente Ventilação Mandatória Intermitente Ventilação Mandatória Intermitente Ventilação Mandatória Intermitente SincronizadaSincronizadaSincronizadaSincronizada • DISPARO: • TEMPO (FR) • SENSIBILIDADE: FLUXO (V’) OU PRESSÃO (P) • CICLAGEM: • PSV (Pressure Suport Ventilation) (PS) E VCV (Volume Control Ventilation) – (V) • OU • PCV (Pressure Control Ventilation) – (PC) • Tempo Inspiratório (Tinsp) PARÂMETROS AJUSTÁVEIS Ventilação mandatória intermitente sincronizada SINCRONIZADA A VOLUME CONTROLADA • FR • VC • FLUXO INSP. • SENSIBILIDADE SINCRONIZADA A PRESSÃO CONTROLADA • FR • TEMPO INSP. OU RELAÇÃO I:E • LIMITE DE PRESSÃO INSP. • SENSIBILIDADE VENTILAÇÃO MANDATÓRIA CONTROLADA DISPARO - TEMPO (FR) CICLAGEM - VCV (volume controlado) – V OU - PCV (pressão controlada) PC - tempo inspiratório Tinsp VENTILAÇÃO MANDATÓRIA ASSISTOCONTROLADA DISPARO - TEMPO (FR) - SENSIBILIDADE - FLUXO (V’) OU - PRESSÃO (P) CICLAGEM - VCV (volume controlado) – V OU - PCV (pressão controlada) PC - tempo inspiratório Tinsp VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE SINCRONIZADA DISPARO - TEMPO (FR) - SENSIBILIDADE - FLUXO (V’) OU - PRESSÃO (P) CICLAGEM - PSV (pressão de superte) PS - VCV (volume controlado) – V OU - PSV (pressão de superte) PS - PCV (pressão controlada) PC - tempo inspiratório Tinsp VENTILAÇÃO POR PRESSÃO DE SUPORTE DISPARO - SENSIBILIDADE - FLUXO (V’) OU - PRESSÃO (P) CICLAGEM - PSV (pressão de suporte) PS Volume assistoVolume assistoVolume assistoVolume assisto----controladocontroladocontroladocontrolado Cálculo de Mecânica RespiratóriaCálculo de Mecânica RespiratóriaCálculo de Mecânica RespiratóriaCálculo de Mecânica Respiratória • não existe superioridade entre o modo com o qual se vai ventilar um paciente. No entanto, o modo volume controlado (VCV, do inglês volume-controlled ventilation) é comumente utilizado para o cálculo de dois componentes da mecânica pulmonar: a complacência e a resistência. • Para que o cálculo de resistência esteja correto, é importante que o fluxo se mantenha constante durante a inspiração. O fluxo descendente, presente no modo pressão assisto-controlada, por exemplo, não fornece um cálculo acurado da resistência. • Para obter a pressão de platô, é necessário realizar uma pausa inspiratória, a fim de que não haja fluxo. Quando não há fluxo, a pressão resistiva é zero e resta apenas o componente elástico da equação do movimento. • Com os dados de complacência e resistência em mãos, saberemos com que tipo de sistema respiratório estamos lidando. Alguns resultados, como o aumento da complacência e da resistência no paciente com DPOC ou mesmo a diminuição da complacência em pacientes com fibrose pulmonar, são esperados. • Para calcular a constante de tempo, multiplicamos a complacência (L/cm H2O) pela resistência (cmH2O/L/s). Para que mais de 95% do pulmão sejam esvaziados, é necessário que passem três constantes de tempo. • Para exemplificar, imagine um paciente com complacência de 50 mL/cmH2O ou 0,05 L/cmH2O e resistência de 6 cmH2O/L/s. Sua constante de tempo é 0,3s, conforme detalhado no quadro: • Portanto, para que ao menos 95% do pulmão sejam esvaziados, e importante que o tempo expiratório seja de 0,9s. Caso esse intervalo de tempo não seja respeitado, e possível que o paciente evolua com autoPEEP (ou PEEP intrínseca), uma condição na qual ocorre retenção de volume corrente, gerando assim aumento da pressão intrapulmonar.
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