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02 - Deus, a origem do trabalho

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DEUS, A ORIGEM DO TRABALHO 
Gênesis 1.26-31 
Há algum tempo, o governo federal procurava estimular o desempenho profissional em 
nosso país, premiando anualmente os profissionais que mais se destacaram em suas 
atividades com o prêmio “Operário Padrão”. Embora tais pessoas fossem tomadas como 
exemplo, há um modelo que supera a todos. 
I. TRABALHO: IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM 
Sempre que vamos estudar algo relativo ao ser humano, devemos olhar para sua origem 
em Deus. Não há como entender o homem sem relacioná-lo àquele de quem ele é 
reflexo, imagem e semelhança. 
O trabalho, como foi visto na lição 1 não é uma mera imposição da queda. Na verdade, 
ele já existia no paraíso, e é parte integrante da imagem e semelhança de Deus no 
homem. E interessante reconhecer que pensamos no trabalho como se fosse uma 
realidade meramente humana e não divina. Obviamente, 
Deus não está obrigado ao trabalho, como aconteceu ao homem por causa de sua 
queda. Contudo, Deus trabalha constantemente. Nosso Senhor afirmou esse princípio, 
quando disse aos judeus: 
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). 
O trabalho refletido nos atos de Deus ensina alguns princípios importantes. Percebemos 
que exige organização. Deus é um ser perfeitamente organizado, alcançando objetivos 
definidos com cada ação. 
Tal princípio é visto tanto na ordem da criação, na função de cada criatura, como nos 
acontecimentos que ele determina em nossas vidas. Faz parte da organização, o 
planejamento. 
Embora seja difícil falar de uma época na qual não havia ainda nada criado, as 
Escrituras afirmam que houve um “antes” da existência dos seres criados. 
O ser de Deus não necessita de “tentativa” ou “teste”. Sendo todo sábio, determinou 
“antes” de criar tudo quais seriam as leis que governariam a existência (Pv 3.19,20), 
assim os padrões que regem a lógica, as leis universais corno “a não contradição” e 
“causa e efeito”. 
Outro elemento que caracteriza o trabalho é a hierarquia. Embora iguais em glória e 
poder, as Escrituras apresentam o trabalho cooperativo das pessoas da Trindade, às 
vezes expressando também uma ideia parecida com nosso conceito de hierarquia: o 
Pai envia seu Filho (Jo 6.57; 17.8; 20.21; G1 4.4) e o Espírito (Jo 14.16,25; G1 4.6), 
Cristo envia o Espírito (Jo 16.7), e o Espírito vem voluntariamente (Jo 16.7,13). 
Por fim, também é necessário falarmos de poder e capacidade para o trabalho, sendo 
Deus Todo-Poderoso para executar todas as coisas. 
No caso do ser humano caído, vemos a necessidade do preparo, treinamento, estudo e 
conhecimento. Até aqui, tudo o que vimos são reflexos da atividade de Deus a partir do 
próprio ser de Deus. Agora, veremos reflexos de seu trabalho a partir de tudo o que ele 
criou. 
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II. TRABALHO: UM PRINCÍPIO CRIACIONAL 
Toda criação reflete o ser de Deus (Rm 1.20), e o homem com especialidade, por ter 
sido criado como imagem de Deus, vivo, consciente, como a mais esplêndida de todas 
as criaturas. Toda existência discursa sobre as perfeições gloriosas de Deus (SI 19.1-
4). 
Por causa disso, os princípios observados no ser divino quanto à sua obra são 
claramente visíveis na criação: organização, planejamento, hierarquia e preparo. Em 
tudo o que é vivo, mesmo no reino animal e no vegetal (este, em parte) se observam 
esses princípios. 
O trabalho é algo que caracteriza tudo o que existe. A visão bíblica correta reconhece 
que o trabalho é relativo a toda criação, visível e invisível, não apenas ao ser humano. 
Observando o registro bíblico, percebemos que os seres espirituais invisíveis aos 
nossos olhos, trabalham. 
Querubins têm as suas atividades constantes diante do trono do Senhor (Ez 1 e 10; Ap 
4.6-11). Coube a querubins guardarem a entrada do jardim do Eden, após a expulsão 
do homem (Gn 3.24). Serafins juntam-se aos querubins no serviço da corte celestial (Is 
6.2,3). 
Os anjos têm suas funções definidas nas Escrituras: 
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que 
hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14). 
Tal definição é realmente relevante. O termo no grego traduzido como “ministradores” 
tem a mesma raiz de nossa palavra “liturgia”. 
O exercício pleno das capacidades angelicais é um tipo de culto. O trabalho deles é 
obedecer ordens que partem do trono de Deus, enviados para serviço dos eleitos. Por 
toda Escritura vemos o exército angelical executando seu trabalho. 
Eles também cultuam a Deus ativamente diante do trono, junto com os querubins e os 
eleitos que já estão na glória, contudo apenas espiritualmente, no estado intermediário 
(Ap 5.11-14; 7.9-12). 
Reconhecendo como um princípio bíblico que o exercício de nosso trabalho é uma 
expressão de culto, assim como o dos anjos, certamente nossa visão na área 
profissional assumirá uma nova dimensão. 
Por mais espantoso que possa parecer, até mesmo os demônios têm suas funções. O 
pacto firmado entre Deus e Adão antes da queda previa um diabo. Sendo o homem 
perfeito e vivendo num paraíso, não havia causas internas ou externas a ele que 
pudessem prová-lo. 
Qual seria a validade ou a utilidade de uma ordem para não comer do fruto da árvore 
do conhecimento do bem e do mal, se não houvesse jamais a possibilidade de 
desobediência? Adão e Eva só poderiam ser tentados por um elemento estranho ao 
Éden, um ser caído que voluntariamente quisesse promover a desobediência. 
Vemos Deus permitir o serviço do diabo na provação de Jó (Jó 1.12) e enviar um 
demônio para ser espírito enganador na boca dos profetas de Acabe (lRs 22.19,23). 
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Mesmo o exercício do mal, por causa do propósito soberano do Senhor, resulta na glória 
de Deus, como a parceria Judas/Satanás bem ilustra (Jo 13.27,31; cf. At 2.23). 
Será, então, que podemos dizer que o trabalho é algo relativo apenas aos seres morais? 
Será que as criaturas que não têm autoconsciência não trabalham? 
É interessante notar que o ato criador de Deus não privilegiou ou promoveu apenas o 
aspecto estético, mas principalmente o funcional. 
Por isso, não há na criação algo que seja apenas aparente com o fim de embelezar. 
Tudo que existe tem sua função específica. Na narrativa da criação, nos três primeiros 
dias, Deus cria os 'b ambientes: luz e trevas, céu e águas, terra no meio das águas. 
 À terra é dada uma ordem produtiva: 
“E disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que 
deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra” (Gn 
1.11). 
No quarto dia, são criados os astros e estrelas para regrarem luz e calor, bem como 
para estabelecerem dias e épocas, ou seja, a medida de tempo. 
Até aqui ainda não havia vida animal e humana. A partir de então, uma vez que o habitat 
está preparado para todos os seres viventes, o Criador dá ordem para que existam: no 
quarto dia, animais que rastejam, aves e animais marinhos; no sexto, todos os 
mamíferos, répteis e animais domésticos e, por fim, o homem. Deus assim abençoa a 
toda criação ordenando que se multipliquem e encham a terra (Gn 1.22,28). 
Os animais têm suas funções naturais compondo uma ordem de equilíbrio criacional. 
Na verdade, cada animal tem um papel importante e insubstituível no delicado equilíbrio 
ecológico da perfeição original (e ainda hoje) da criação, provendo absoluto bem-estar 
geral, em especial, do homem. 
Aqueles que exercem trabalho para o ser humano, são ferramentas vivas para facilitar 
ou multiplicar o cumprimento das responsabilidades do homem, especialmente após a 
queda. É por isso que vemos a preocupação de Deusem regulamentar, através de leis, 
o trato e manuseio desses animais. Assim, vemos a ordem: 
“Não atarás a boca ao boi quando debulha” (Dt 25.4). 
Além disso, os animais utilitários também “santificavam” o dia de sábado (Êx 23.12; Dt 
5.14). 
Até mesmo o solo haveria de descansar do extenuante trabalho de nutrir as plantações 
(Êx 23.10,11). Depois de considerar todos esses fatores, fica evidente que o trabalho é 
essencial a tudo o que existe. 
CONCLUSÃO 
Todo trabalho se origina em Deus. Ele é nosso exemplo profissional acima de qualquer 
outro ser. Como seres humanos caídos, não desfrutamos mais da perfeição funcional 
original. Tudo o que fazemos é imperfeito e sempre poderia ser melhor de alguma forma. 
Por isso, é indispensável nos mirarmos no exemplo de Deus, prezando pela máxima 
eficiência, através da organização, estruturação, planejamento, e melhor preparo, no 
exercício de nossas responsabilidades. 
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O exercício de nosso trabalho, feito sinceramente para Deus, é também uma forma de 
adoração, bem como, excelente exemplo. 
DESAFIO 
Avalie qual tem sido sua experiência no trabalho, e considere se você tem prazer na 
realização de sua função, por ser feita como adoração a Deus. 
 
AUTOR: JAIR DE ALMEIDA

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