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Diagnóstico e Intervenção em Psicologia Diagnóstico Psicológico Psicodiagnóstico: caracterização Psicodiagnóstico: caracterização · Diagnóstico: identificação de uma determinada situação ou problema a partir da análise de indicativos · Psicologia: ciência e profissão dedicadas aos processos mentais e ao comportamento · Psicodiagnóstico: diagnóstico em termos de comportamento e processos mentais COMO FUNCIONA O PSICODIAGNÓSTICO? · A partir de estratégias cientificamente desenvolvidas e reconhecidas pela profissão, o psicólogo levanta elementos que o permitem levantar indicativos para a avaliação de um quadro atual. · IMPORTANTE: avaliação psicológico não é sinônimo de psicometria. · Em uma avaliação psicológica é importante o uso de mais de uma estratégia. Para que ou pra quem o psicólogo faz psicodiagnóstico? · Identificação da condição psíquica e comportamental do sujeito (paciente/cliente) · Identificação, sob demanda, do perfil psicológico mais adequada a uma data situação · Avaliação de capacidades, habilidades, déficit. A Entrevista Psicológica · Uma das principais estratégias de diagnóstico psicológico. · Para Bleger (1998), a entrevista psicológica pode ser definida como "uma relação humana na qual um dos integrantes deve procurar saber o que está acontecendo e deve atuar segundo esse conhecimento“ · A entrevista psicológica pode ser: · Fechada (estruturada) · Aberta (semiestruturada) Objetivos da Entrevista Psicológica · Anamnese: tem por objetivo reconstruir a história do sujeito. · Orientação: julgar suas aptidões para uma aprendizagem. · Seleção: Sondar as aptidões para um emprego. · Entrevista preliminar a uma psicoterapia: indicação e para o tratamento de sujeitos que sofrem distúrbios psíquicos e/ou relacionais. A entrevista e o psicodiagnóstico · A entrevista é uma das principais estratégias do psicodignóstico · Num processo de avaliação psicológica, ela pode vir em qualquer ordem das etapas, e mesmo ser repetidas para esclarecimentos de pontos não elucidados. · A devolutiva de um psicodiagnóstico é feito em forma de entrevista final ou entrevista de devolutiva Etapas do psicodiagnóstico · Conhecer a demanda (encaminhamento, busca espontânea) · Elaborar hipóteses · Traçar estratégias (entrevistas, testes, etc.) · Corrigir e avaliar os instrumentais utilizados · Cruzar os dados · Elaborar psicodiagnóstico · Relatar em forma de laudo, parecer e/ou entrevista devolutiva. Resultados e indicação terapêutica Psicodiagnóstico · Diagnóstico psicológico a partir do uso de estratégias cientificamente desenvolvidas e reconhecidas pela ciência psicológica. · Principais estratégias utilizadas: · Entrevistas · Testes psicológicos Os testes psicológicos · Desenvolvidos ou validados para a realidade brasileira. · Precisam ser revalidados periodicamente. · O psicólogo só pode se valer de testes que constam da lista do SATEPSI-CFP (Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos) IPORTANTE: o uso de testes psicológicos (compra, aplicação, correção, interpretação, devolutiva) é restritivo ao psicólogo. Ainda sobre os testes psicológicos... · Baseiam-se em teorias psicológicas cientificamente reconhecidas, e que deve ser conhecida pelo psicólogo que usará o teste. · IMPORTANTE: o psicólogo deverá ter formação e preparado para utilizar instrumental psicológico, e só utilizará aquilo para que está profissionalmente preparado. Avaliação de inteligência · Diferentes teorias sobre inteligência · Fator G · Inteligências múltiplas · Testes, geralmente, envolvem baterias que avaliam diferentes habilidades/inteligências · Devem ser adaptados ao tipo de público · Exemplos: WISC IV, WAIS III, BETA III Avaliação de Personalidade · Em geral, testes projetivos · Comumente baseados na psicanálise ou teorias psicodinâmicas · Exemplos: Rorschach, palográfico Finalização da etapa diagnóstica · Correção do teste psicológico conforme técnica do próprio instrumental (gabarito, interpretação, contagem, etc.) · Cruzamento dos resultados do teste com dados colhidos em entrevista e/ou observação. · Discussão com outros psicólogos envolvidos no psicodiagnóstico (se for o caso) Divulgação dos resultados (dimensão ética) · Local adequado, que garanta sigilo e conforto · Apresentação dos resultados, com explicação dos seus significados · Escuta atenta das dúvidas e possíveis queixas · Encaminhamentos que se fizerem necessários · Elaboração de parecer ou laudo IMPORTANTE: etapas do psicodiagnóstico podem ser repetidas, se for o caso. Concepções teóricas sobre prioridades e técnicas diagnósticas Diagnóstico em psicanálise · Oriunda da medicina, trabalha com a ideia de identificação preliminar de um problema a ser resolvido. · Sintoma: manifestação do inconsciente; realização de desejo · O sintoma só faz sentido na dinâmica de cada paciente: não existe significado universal · Diagnóstico é feito no início do trabalho, porém pode ser refeito ao longo do processo terapêutico. · Há diversos testes psicológicos fundados na psicanálise, porém o psicanalista não costuma usá-los na clínica. Diagnóstico em Psicoterapia Breve Psicodinâmica · O diagnóstico é fundamental · É em torno do diagnóstico que se dará o trabalho do psicólogo · Psicoterapia breve - trabalho focal a partir do diagnóstico elaborado sempre no início. · É comum o uso de instrumentais na etapa diagnóstica. Diagnóstico em Teorias Cognitivo-Comportamentais · Focadas no sintoma e na solução dos mesmos (comportamentos e pensamentos inadequados) · Para o tratamento focado na solução do sintoma, é preciso identifica-lo. · Diagnóstico é indispensável. · Diagnóstico pode ser feito por outro profissional (médico, psiquiatra) · Comum o uso de manuais diagnóstico · Permitem o uso de instrumentais psicológicos para diagnóstico Diagnósticos em Teorias Humanistas “O terapeuta deve pôr de lado sua preocupação com o diagnóstico e sua perspicácia em diagnosticar, deve descartar sua tendência a fazer avaliações profissionais, deve cessar seus esforços em formular prognósticos acurados, deve abandonar a sutil tentação de guiar o indivíduo ...” (Rogers, 1946/1994,p.32) Paciente, cliente, pessoa... · Na abordagem humanista, o termo paciente é abandonado, pois remente ao modelo médico e coloca o sujeito na condição passiva. · Rogers preferiu o termo “cliente” como referência a quem acessa os serviços, e por fim passou a usar o conceito de “pessoa”, que dá a ideia de totalidade e complexidade. Situação-Problema · Criança (menino) de 9 anos · Aluna de escola particular · Está cursando pela 3ª vez o 2º ano E.F. · Escola chamou os pais para uma conversa e disse que suspeita que a criança possa ter algum déficit cognitivo · Os pais, em princípio, se ofendem com a suspeita da escola e afirmam que o filho é muito inteligente em casa, sabe cantar várias músicas, brinca, tem amigos e consegue jogar jogos eletrônicos. · Por fim, concordam em levar o filho ao psicólogo O psicólogo · A escola indica um psicólogo clínico com experiência em atendimento de crianças e em avaliação psicológica. · O psicólogo é acostumado a trabalhar com psicodiagnóstico e tratamento de demanda escolar. Condutas do psicólogo · O psicólogo, ao receber a demanda, logo entende que precisará fazer um psicodiagnóstico a partir da avaliação da inteligência. · Ele sabe que um psicodiagnóstico deve envolver mais de uma técnica de avaliação, por isso decide pelas seguintes: · Entrevistas com os pais (anamnese) · Entrevista e observação lúdica com a criança · Solicitação de boletim e relatório escolar · Aplicação de bateria de testes padronizados Entrevista · Na entrevista semiestruturada com os pais, pergunta sobre a gestação da criança, o parto, e detalhes da primeira infância. · Também pergunta sobre o comportamento da criança em diferentes situações O psicólogo logo nota que a visão dos pais sobre o único filho é bastante romântica e descolada da realidade, mas aproveita para notar que os pais superprotegem o menino e fazem tudo por ele. Entrevista e observação com a criança · A criança não demonstra agitação e impaciência. Ao contrário, parece pacata se comparada às outras crianças da idade. · Responde as perguntas do psicólogo em poucas palavras. · Na observação lúdica, não se interessa por brinquedos menos formais e demonstra desinteresse por aqueles de raciocínio. Boletim e relatório escolar · Em solicitação direta com a escola, a mesma, sob o consentimento dos pais, divulgou as notas do menino e um relatório sucinto descrevendo o aluno. · No boletim, as notas eram baixas em todas as áreas, incluindo educação física. · No relato, a diretora da escola o define como uma criança quieta, pouco interessada em assuntos escolares, mas que interage com outras crianças. Aplicação de teste psicológico · O psicólogo decide pela aplicação do WISC (Escala Wechsler de Inteligência para Crianças). · Corrigidos os testes, tanto os índices quanto o QI total apontam baixos escores, compatíveis com déficit cognitivo nas diversas áreas avaliadas. Cruzamento de dados · Ao cruzar os dados das entrevistas, relato escolar e notas, observação lúdica e teste psicológico, o psicólogo conclui que há de fato um déficit cognitivo por trás da queixa escolar Devolutiva e encaminhamentos · Com o psicodiagnóstico pronto e parecer elaborado, o psicólogo comunica o resultado aos pais. · O psicólogo faz as devidas orientações aos pais, apresenta-se como psicoterapeuta para o filho, o que inclui orientação continuada para os pais. · Encaminha a criança ao neuropediatra para avaliar se há substrato orgânico para o resultado do psicodiagnóstico. Parte inferior do formulário
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