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BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Maria Cristina Elias Esper Stival BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEM PO INTEGRAL 44 48 6 BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Maria Cristina Elias Esper Stival IESDE BRASIL S/A Curitiba 2016 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br © 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Produção Capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Shutterstock CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ S877b Stival, Maria Cristina Elias Esper Bases históricas e legais da educação em tempo integral / Maria Cristina Elias Esper Stival. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016. 78 p. : il. ; 21 cm. ISBN 978-85-387-5419-0 1. Educação - Brasil. I. Título. 16-29923 CDD: 370.981 CDU: 37(81) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Apresentação Este guia de estudo apresenta o resgate histórico da política educacional acerca da Educação Integral, fruto dos avanços significativos representados por educadores que marcaram a construção de escolas que atendessem às necessi- dades e expectativas dos estudantes na formação plena e humana. Tal processo educacional será demonstrado por toda trajetória histórica e le- gal, que consolidou a dinamicidade de repensar a estrutura física e pedagógica da escola integral no território brasileiro. Os profissionais da educação são sujeitos na construção da escola repleta de direitos para se garantir uma educação de qualidade em nosso país. Bons estudos! Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Maria Cristina Elias Esper Stival Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Graduada em Pedagogia pela PUCPR. Pedagoga na rede estadual e municipal de Curitiba. Professora do curso de Pedagogia. Trabalha com a formação dos profis- sionais da educação no IESDE. Sobre a autora Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Aula 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS 9 PARTE 1 | FUNÇÃO DA ESCOLA 11 PARTE 2 | TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 13 PARTE 3 | CONTEMPORANEIDADE 17 Aula 2 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA 21 PARTE 1 | GRÉCIA – RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO INTEGRAL 23 PARTE 2 | PAIDEIA E FORMAÇÃO INTEGRAL 25 PARTE 3 | ESPAÇOS EDUCATIVOS 27 Aula 3 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO 29 PARTE 1 | FORMAÇÃO HUMANA 31 PARTE 2 | VISÃO DE HOMEM 34 PARTE 3 | VISÃO DE SOCIEDADE 37 Sumário Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Aula 4 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 41 PARTE 1 | CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO (BA) – 1950 43 PARTE 2 | CIEPS E PROFIC – (RJ E SP) 1980/1990 46 PARTE 3 | ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL (ETI-SP) – A PARTIR DE 2006 49 Aula 5 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 51 PARTE 1 | PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 53 PARTE 2 | PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (PDDE) 58 PARTE 3 | FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (FUNDEB) 61 Aula 6 AVANÇOS E RETROCESSOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 65 PARTE 1 | ORDENAMENTO JURÍDICO 67 PARTE 2 | DIREITO À EDUCAÇÃO 72 PARTE 3 | DIREITO À APRENDIZAGEM 75 Sumário Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Refletir sobre a função da escola, algumas tendências pedagógicas e a educação na contemporaneidade. Objetivo: CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS Aula 1 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 11 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS Pa rt e1 FUNÇÃO DA ESCOLA A implementação de políticas públicas destinadas aos estudantes da classe popular deve levar em consideração as rápidas transforma- ções econômicas e tecnológicas do mercado de trabalho que acabam gerando, na maioria das vezes, violências e conflitos dentro e fora do universo escolar. A escola integral deve repensar sua função social e histórica, bem como sua relação com os diversos problemas sociais, como falta de perspectivas de emprego por parte dos adolescentes inseridos numa sociedade capitalista, cujo modelo econômico excludente, fundamen- tado no pensamento neoliberal, desencadeia aumento da criminali- dade. Pensando nos problemas apontados, o aspecto da violência não pode ser analisado como fenômeno isolado. É parte de um processo mais amplo da sociedade, com causas complexas da estrutura econô- mica (MARX, 1984) e cultural que influenciaram a história dos povos. Outro fator relevante discutido é a formação contínua dos profes- sores, que tem por finalidade permitir ao docente repensar suas prá- ticas e saberes por meio das situações cotidianas do contexto escolar. Para isso, é preciso entender que a escola integral deve apresentar elementos importantes para a prática social de cada estudante, no qual entenderá a verdadeira função da escola e sua intencionalidade nos conteúdos trabalhados e não apenas preparando-o para o mercado de trabalho. O entendimento desse contexto torna-se, portanto, im- prescindível à formulação de políticas públicas educacionais efetivas, de alto impacto, buscando-se entender as hipóteses do problema e propondo ações concretas de modo a solucioná-lo ou atenuá-lo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL12 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICASPa rt e 1 Extra O artigo analisa a correlação entre os objetivos arrolados pela política educacional e os dados da experiência concreta, a fim de com- preender os avanços, desafios e limites da proposição de uma educa- ção pública de melhor qualidade, a partir da Escola de Tempo Integral. Vamos ler o artigo disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid= S0104-40362011000300003&script=sci_arttext>. Atividade A Lei 9.394/96 apresenta um significativo avanço no que se refere à estrutura organizacional do ensino, tendo a educação básica sua fi- nalidade. Na sua opinião, apresente aspectos das mudanças no campo educacional e a finalidade da escola. Referência MARX, Karl. O Capital. crítica da Economia Política. São Paulo: Abril Cultural, v. 1. Tomo II, 1984. Resolução da atividade É preciso entender que a escola integral deve apresentar elemen- tos importantes para a prática social de cada estudante, no qual enten- derá a verdadeirafunção da escola e sua intencionalidade nos conteú- dos trabalhados. O entendimento desse contexto torna-se, portanto, imprescindível à formulação de políticas públicas educacionais efeti- vas, de alto impacto, buscando-se entender as hipóteses do problema e propondo ações concretas de modo a solucioná-lo ou atenuá-lo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 13 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS Pa rt e2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS A formulação de políticas públicas efetivas requer entendimento dos contextos social, econômico e político atuais. É preciso contextua- lizar as questões educacionais existentes que mascaram a realidade no ensino público, que merece grande preocupação por parte dos profis- sionais da educação e dos governantes, principalmente com relação à baixa qualidade no ensino e à ineficiência da educação, necessitando de amplo debate das questões enfrentadas no cotidiano das escolas e que geram implicações na prática pedagógica. Reconhecemos os altos índices de repetência e evasão escolar, contratação de funcionários sem abertura de concurso público, fi- nanciamento total da educação pública em todos os níveis, baixa ca- pacidade de gestão, salas de aula lotadas, insuficiente capacidade e formação continuada dos nossos profissionais, equipe pedagógica des- preparada para a função, falta de material pedagógico, autoritarismo na gestão da escola e na implantação das mudanças educacionais, bai- xos salários – obrigando jornada de trabalho maior e não contemplan- do as necessidades dos professores, reforçando o trabalho individual. Nesse contexto, o que se pode perceber é que a escola integral, o professor e o sistema educativo como um todo, não se colocam mais no centro como agência socializadora, como agentes de mudança. A própria cultura escolar é vista como mais uma forma de conhecimen- to, concorrendo com outros meios e tecnologias de produção e de transmissão do saber. Assim, é preciso destacar que as novas tecno- logias e metodologias, incorporadas ao saber docente, modificaram o papel tradicional do professor, que vê a necessidade de sua prática pedagógica ser sempre (re)avaliada e atualizada. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL14 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICASPa rt e 2 Para o educador Paulo Freire, ninguém democratiza a escola so- zinho, mas sim com a participação de todos os envolvidos nela. Sendo assim, a reformulação curricular ocorre com envolvimento de todos e há oportunidade para que se diga, com diálogo aberto e corajoso, como quer que a escola seja. Ele evidencia, ainda, não concordar com o autoritarismo, da mesma forma que rejeita a licenciosidade, a ma- nipulação, o espontaneísmo e a omissão. Na sua obra Pedagogia da Autonomia: [...] o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca. (FREIRE, 1996, p. 66). Em outra obra de Freire, A Pedagogia do Oprimido (1970), há um método de libertação popular, que tem como característica central a dialogicidade da relação educando-educador, mediada pelo conheci- mento que ambos possuem e problematizam, afirmando liberdades de outros. O que nos humaniza é a compreensão e criação de nossa historicidade na busca de uma luta incansável por uma sociedade mais justa e democrática. Extra A publicação “Tendências para Educação Integral” é resultado de vários colóquios realizados nesses dois últimos anos e da pesqui- sa “Perspectivas da Educação Integral”, realizada com 16 iniciati- vas nesse campo (municipais, estaduais ou de organizações sociais). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 15 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS Pa rt e2 Tal publicação, de 2011, é uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Recomendamos a leitura: <www.unicef.org/brazil/pt/br_tend_educ_integ.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2015. Atividade Tendências pedagógicas brasileiras Tendências liberais Tradicional Renovadora progressiva Renovadora não diretiva (Escola Nova) Tecnicista Libertadora Libertária “Crítico-social dos conteúdos” ou “Histórico-crítica” Tendências progressitas Analise o esquema e descreva as tendências pedagógicas brasileiras. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL16 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICASPa rt e 2 Referências FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. ______. A Educação na Cidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995. ______. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. Resolução da atividade É importante descrever nessa atividade a dinâmica da sala de aula que o professor deve adotar de acordo com cada tendência, seja liberal, com uma postura mais autoritária e na progressista, e como deverá interagir com o estudante. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 17 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS Pa rt e3 CONTEMPORANEIDADE Os profissionais da educação apresentam dificuldades aparentes no seu trabalho pedagógico e também para entender os problemas gerados no âmbito da estrutura social. Dessa forma, compete exclusivamente a eles a tarefa de resolver tais problemas. A complexidade e amplitu- de nos diversos assuntos relacionados às situações socioeducacionais, ambientais, à diversidade, violência, sexualidade e gênero na educa- ção na sociedade contemporânea, desencadeiam nas escolas situações corriqueiras que refletem nesse espaço a resolução dos fatos. Ao refletir sobre a situação atual da escola brasileira, exige-se remeter ao tema da formação continuada de profissionais que atuam na Educação Básica, com base no conhecimento construído por meio da articulação entre teoria e prática. O momento histórico apresenta e impõe novas formas de redefinir as práticas pedagógicas e concepções da escola brasileira. Atualmente, existe um clima pedagógico e cultural em que determinadas situações cotidianas do contexto escolar vêm se consolidando, nas situações de “naturalização” por parte dos profissionais da educação. Os problemas educacionais da sociedade contemporânea, pelo modo como interferem em todas as dimensões fundamentais da vida humana, exigem particularmente dos professores uma abordagem me- todológica que contemple instrumentos, que elucide uma postura crí- tica e interveniente e converta as responsabilidades do presente num modo de olhar e programar o futuro, a partir de uma compreensão do mundo com todos os seus encantos e desencantos, crises e violências, na compreensão das contradições existentes na sociedade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL18 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICASPa rt e 3 A escola integral é um espaço para subsidiar a prática educativa. É uma produção queauxilia os temas contemporâneos que pairam sobre nossa ação escolar e precisam ser analisados, bem como re- fletidos para as necessárias intervenções e superações no contexto educacional. [...] a Educação Integral constitui ação estratégica para garantir proteção e desenvolvimento integral às crianças e aos adolescentes que vivem na contempo- raneidade marcada por intensas transformações: no acesso e na produção de conhecimentos, nas relações sociais entre diferentes gerações e culturas, nas for- mas de comunicação, na maior exposição aos efeitos das mudanças em nível local, regional e internacional. (MEC, 2009, p. 18). Assim, percebe-se que a escola integral apresenta momentos ri- cos de conhecimentos para a sociedade contemporânea, mediante aos movimentos culturais e artísticos que são específicos de cada cultura. Extra Leia o artigo de Maria Izabel Noronha: “APEOESP vai à Justiça con- tra ensino médio em tempo integral”. É importante para a compren- são de alguns aspectos sobre a questão da educação integral e sua im- plantação. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/ apeoesp-e-contra-ensino-medio-em-tempo-integral>. Acesso em: 4 nov. 2015. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 19 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS Pa rt e3 Atividade A escola integral expressa na sua dinamicidade os princípios que fundamentam e organizam toda a prática pedagógica por meio das quais são subsidiadas decisões, condução das ações, dos programas de- senvolvidos na escola integral, os impactos dos problemas existentes no contexto social. Reflita sobre essa informação num pequeno texto. Referência DUARTE, Ana Carolina Soares; FANK, Elisane; CARVALHO, Paulla Helena Silva de. Os Desafios Educacionais Contemporâneos e os Conteúdos Escolares: reflexos na organização da proposta pedagógica curricular e a especificidade da escola pública. 2008. Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo. php?conteudo=44>. Acesso em: 4 nov. 2015. Resolução da atividade Ao discutir os desafios contemporâneos na escola, devemos ter clareza de que a intencionalidade de seu surgimento é responsabi- lização da escola, no sentido de se organizar para reparar males da sociedade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL20 CONTEXTUALIZAÇÃO A PARTIR DAS MATRIZES IDEOLÓGICASPa rt e 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Discutir sobre a relação da Grécia com a Educação Integral, a Paideia e espaços educativos. Objetivo: EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA Aula 2 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 23 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA Pa rt e1 GRÉCIA – RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO INTEGRAL A Grécia do século V a.C. não possuía um Estado unificado, mas era formada por cidades-estados independentes, as chamadas pólis. Estas eram certas extensões territoriais, com bases religiosas cujas cerimônias do culto buscavam responder aos desafios colocados pela evolução dos acontecimentos históricos. Foram o berço da política, da democracia e das ciências no Ocidente. Assim, transformaram a ma- temática herdada dos orientais em aritmética, geometria, harmonia e lapidaram o conceito de razão como um pensar metódico, sistemático, regido por regras e também leis universais. A Grécia foi o berço das primeiras teorias educacionais. Mesmo reconhecendo seu valor, os povos da Antiguidade Oriental não dispu- nham de uma reflexão voltada à educação, pelo fato de que o saber e essa prática encontravam-se vinculados às tradições religiosas recebi- das dos ancestrais. É por volta do século VI a. C. que começam a tomar formas as primeiras ideias sobre as quais se assentaria o pensamento ocidental. Ao tratar da educação integral, a infância era pouco valorizada em toda a cultura grega, vista como idade de passagem ameaçada por doenças incertas no futuro. A criança controlada pelo “medo do pai” que poderia vir a reconhecê-la ou abandoná-la, é alvo de poucos investimentos afetivos (CAMBI, 1999). Assim, a família se constitui no primeiro espaço de socialização de indivíduo, na qual adquiriu regras de comportamento, assimilou sistemas de valores e concepções do mundo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL24 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGAPa rt e 1 Nela, as mulheres exercem um papel secundário e submisso ao homem. Sua vida se desenvolve no interior do òikos (casa), onde fiam e tecem, organizando a vida da casa entre nascimentos, casamen- tos e mortes, porém sobre a chancela e olhares atentos do homem. Portanto, suas funções públicas se resumem nas participações em fu- nerais para lamento e choro dos mortos, para a partida e retorno do guerreiro como portadora do Kanòun (cesto sacrificial) nos sacrifícios e nas festividades dançando ou integrando ao coro (CAMBI, 1999). Extra Recomendamos a leitura do artigo “Paideia: educação, socie- dade e política na Grécia Antiga”, de Renato Gross. Disponível em: <www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n1/PAIDEIA_ EDUCACAO,-SOCIEDADE-E-POLITICA-NA-GRECIA-ANTIGA.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade Assista ao vídeo “Grécia e Educação”, produzido por alunos de pedagogia da Unesp e faça um fichamento com as principais ideias nele contidas. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=iCaap-6clJM>. Acesso em: 21 jan. 2016. Referência CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999. Resolução da atividade Resposta pessoal. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 25 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA Pa rt e2 PAIDEIA E FORMAÇÃO INTEGRAL A educação grega estava centrada na formação integral corpo- -espírito, embora fosse toda voltada às questões do preparo militar ou esportivo, mais para o debate intelectual, conforme a época ou o lugar. E mesmo que a ampliação da oferta escolar representasse uma “democratização” da cultura, a educação ainda permanecia elitizada, atendendo jovens e famílias tradicionais da antiga nobreza ou perten- centes a famílias de comerciantes com boas condições financeiras. Para Coelho, a ênfase dada à formação integral deu origem a um conceito complexo pela definição, ou seja, a palavra Paideia, que tem como origem a educação dos meninos (pais, paidos, criança), por volta do século V a.C. Nesta conjuntura, há dois pontos que precisam ser res- saltados: o primeiro, de que o período constitui a insti- tuição pública de ensino – a escola – como lócus privi- legiado desse trabalho educativo; o segundo, de que é evidente que essa completude contém elementos pro- postos anteriormente, desde a Paideia, mas também descarta, ou pelo menos olvida outros que o pensamen- to anarquista, construído ao longo dos séculos 18, 19 e 20, vai trazer à tona relevantes como, por exemplo, a dimensão estética dessa formação completa. (COELHO, 2009, p. 86). Tal abordagem surgia pela necessidade de elaborar teoricamente o ideal da formação, não do herói, mas de fato do cidadão, que deixa de ser o depositório do saber da comunidade para ser tornar aqueleEste material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL26 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGAPa rt e 2 que elabora a cultura da cada cidade. Portanto, percebe-se que a ên- fase no passado foi transferida para o futuro, ao se tratar da educação integral, que pela sua complexidade necessita de uma formação plena e humana com conhecimentos apreendidos por todos como direito à educação. Extra Recomendamos a leitura do artigo “A educação em Plutarco”, de Maria Aparecida de Oliveira Silva. Disponível em: <www.usc.br/biblio- teca/mimesis/mimesis_v35_n1_2014_art_01.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade Leia o artigo “A Paideia como formação integral do homem”, de José Carlos Paraguaio, e elabore um fichamento com as principais ideias nele contidas. Disponível em: <www.mastereducacional.com/arquivos/PAIDEIA. pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016. Referência COELHO, L. M. C. C. (Org.). Educação Integral em Tempo Integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis: DP et al., FAPERJ, 2009. Resolução da atividade Resposta pessoal. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 27 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA Pa rt e3 ESPAÇOS EDUCATIVOS Estudamos no passado uma educação voltada aos princípios aris- tocráticos da qual se incumbia a família. No final do século VI a.C., já terminando o período arcaico, surgem novas estruturas de escolas como espaços educativos. Mesmo que o Estado demonstrasse interesse pelo estudo ofertado, o ensino não se tornou obrigatório nem gratuito, então era prioridade da iniciativa particular. Aos 7 anos de idade se iniciava a educação, sendo que crianças do sexo feminino permaneciam no gineceu, local da casa em que as mulheres se dedicavam aos afazeres domésticos, menos importantes das atividades desempenhadas pela criança do sexo masculino. Assim, o menino deveria se desligar da autoridade materna para iniciar o pro- cesso de alfabetização e educação física e musical. Nesse processo, era sempre acompanhado por um escravo, conhecido como pedagogo. A palavra paidagogos significa literalmente “aquele que conduz a criança”. Os espaços educativos utilizados eram locais para práticas de exercícios físicos, com orientação para fortalecer o corpo e ao mesmo tempo o aprendizado do domínio sobre si mesmo, já que a prática da educação física não estava atrelada à mera destreza corporal, mas também vinha acompanhada pela orientação moral e estética. Para educação musical, a criança teria que aprender lira ou outros instrumentos, como a flauta. Era preciso explorar o canto e a decla- mação de poesias, geralmente acompanhada por instrumentos musi- cais. Esse tipo de formação integral se expressa na frase de Platão: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL28 EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGAPa rt e 3 “Eles [os mestres de música] familiarizaram as almas dos meninos com o ritmo e a harmonia, de modo que possam crescer em gentileza, em graça e harmonia e tornarem-se úteis em palavras e ações”. Extra Recomendamos a leitura do artigo “Pedagogia em espaços não escolares: Qual é o papel do pedagogo?”, de Giani Peres Pirozzi. Disponível em: <http://educareceunsp.net/revista/artigos/no2/arti- go_4.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade Assista aos vídeos com os professores Leonardo Castro, Mônica Menezes e Adriana Assumpção, do curso de Pedagogia à distância da UERJ e comente como podem ser feitas práticas educativas em con- textos não escolares. Parte 1: <www.youtube.com/watch?v=6ZdJOF1VuJs>. Acesso em: 21 jan. 2016. Parte 2: <www.youtube.com/watch?v=MvEqCGZd8x4>. Acesso em: 21 jan. 2016. Referências CAMBI, Franco. Histórica da Pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999. PLATÃO. A República. Tradução de: PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. Resolução da atividade Resposta pessoal. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Discutir sobre a formação humana, visão do homem e da sociedade oriundas da Revolução Francesa. Objetivo: SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO Aula 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 31 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO P ar te1 FORMAÇÃO HUMANA O século XVIII, entendido como século do triunfo burguês, apre- sentou muitos desafios para a educação. Tratava-se de educar as mas- sas populacionais que aportaram nas cidades em vista da expansão das fábricas, privilegiando os ideais de liberdade e direito a todas as pes- soas. Podemos considerar proposta ousada pela Revolução Francesa, pelo fato de contemplar a educação como direito de todos e dever do Estado. A França era governada por monarquia absoluta, que se mantinha no poder apesar do descontentamento dos grandes comerciantes e de alguns elementos da nobreza. Logo, a vontade popular era ignorada e o povo era tratado com desprezo pelos governantes. Tal contexto é fruto do final do século XVIII, mais especificamente 1789, com a Revolução Francesa. Para Cambi (1999), as estruturas que se difundiram entre a Revolução e a Restauração são as que virão a marcar a época contemporânea: [...] desde 1789 até 1848, depois até 1917 e até pós 1945, a história dos últimos dois séculos é marcada jus- tamente pelas tensões revolucionárias, pelas rupturas que elas implicam e pelas exigências que manifestam. E um movimento vasto e profundo, que atingem áreas geográficas, povos e culturas que se rediscutem, ope- ram rupturas com as tradições, tendem a renovação radical; e são movimentos orientados de maneira diver- sa, ora político, ora social, ora tecnológico, ou entrela- çados entre si, mas que caracterizam em profundidade as sociedades contemporâneas. (CAMBI, 1999, p. 378). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL32 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETOP ar te 1 A sociedade contemporânea demonstra uma época em que as massas assumem o papel de protagonistas da história, mostrando suas características. Por outro lado, surgem também mecanismos para seu controle, desde as ideologias até o controle do seu tempo ocioso. Portanto, a escola pública aparece como instrumento primordial para o desenvolvimento educativo das sociedades. A época contemporânea é a época da industrialização, dos direitos, das massas e da demo- cracia, tudo isso reflete diretamente na pedagogia contemporânea, fazendo com que esta tenha maior ligação na relação educação-socie- dade, acentuando o processo de emancipação das classes populares e das mulheres, junto à expansão da instrução escolar. Extra Atualmente, muito se ouve falar em democratização da escola pública, tendo em vista a universalização da instrução. Entretanto, esses discursos tiveram na história um ponto alto com a Revolução Francesa no final do século XVIII. Assista ao vídeo que apresenta uma reflexão sobre a educa- ção e a Revolução Francesa, disponível em: <www.youtube.com/ watch?v=Zq7OXpV0SM8>. Atividade Nesse período tivemos as contribuiçõesde Condorcet, que dividiu o ensino em cinco graus de instrução com as seguintes designações: “1.° Escolas primárias; 2.° Escolas secundárias; 3.° Institutos; 4.° Liceus; 5.° Sociedade nacional das ciências e artes” (CONDORCET, 2010, p. 25). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 33 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO P ar te1 Somente o último grau de instrução não seria gratuito: “en estos cua- tro grados de instrucción, la enseñanza será totalmente gratuita” (CONDORCET, 1997, p. 272). Pesquise sobre a vida de Condorcet e faça relação com as escolas brasileiras de educação integral. Referência CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de: LORENCINI, Álvaro. São Paulo: Unesp, 1999. Resolução da atividade Uma fonte de pesquisa pode ser o artigo “Na Revolução Francesa, os princípios democráticos da escola pública, laica e gratuita: o re- latório de Condorcet”, de Carlota Boto, disponível em: <www.scielo. br/scielo.php?pid=S0101-73302003000300002&script=sci_arttext>. Acesso em: 21 jan. 2016. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL34 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETOP ar te 2 VISÃO DE HOMEM Após ensinamentos cívicos orais e patrióticos, um novo tipo de instituição educacional ocorreu no fim do século XVIII, motivado prin- cipalmente pela Revolução Francesa: educação com objetivos nacio- nalistas. Tal fato resultou numa divergência da educação promovida pelas democracias absolutistas no aspecto ideológico, se a outra era uma educação voltada para o desenvolvimento intelectual do edu- cando, esta se tornou extremamente cívica e patriótica e era exigida como um dos direitos do homem e do cidadão. As características principais e básicas da educação nacionalista podem ser relacionadas da seguinte forma: • a obrigatoriedade da frequência no ensino primário que, por sua vez, era gratuito e oferecido a todas as crianças; • a educação passaria a ser controlada pelo Estado, não se ad- mitindo nenhuma interferência da igreja substituindo o ensi- no religioso; • a educação visaria os princípios democráticos e de liberdade; • uma educação como proposta para o exercício da cidadania; • o ensino secundário era gratuito. Desse modo, o sistema educacional conseguiu reproduzir, por meio das relações de dominação, ou seja, a estrutura de classes, a ideologia da classe dominante. Diante disso, vale retomar um pouco a reflexão sobre o papel do professor na sociedade atual: o sistema educacional está formando o professor para exercer efetivamente a função de educador? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 35 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO P ar te2 Partindo do pressuposto de a escola ser agência socializadora, o professor pode ainda comprometer-se com a educação emancipadora, ou seja, tornar-se sujeito de crítica e transformação, visto que a socie- dade atual minimiza os problemas da profissão, a desqualifica não dá respaldo para efetiva atuação do professor como educador. Extra Em Toulouse, na França, crianças são eleitas e desenvolvem pro- jetos em conselho mirim. Vale a pena conhecer o referido projeto. Disponível em: <http://educacaointegral.org.br/experiencias internacionais/em-toulouse-na-franca-criancas-sao-eleitas-desenvolvem -projetos-em-conselho-mirim/>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade Podemos utilizar aulas expositivas, dialogadas, exploratórias, práticas na educação integral, dependendo do que formos abordar. Lembramos que as diferentes formas podem ser usadas simultanea- mente. Com a definição da metodologia de trabalho, devemos esta- belecer os recursos necessários à execução desta. Antes de falarmos sobre recursos didáticos, precisamos definir os tipos de aula apresen- tados. Escolha um tipo de aula e explore seu encaminhamento. Referência CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de: LORENCINI, Álvaro. São Paulo: Unesp, 1999. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL36 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETOP ar te 2 Resolução da atividade Essa pesquisa deverá ser pessoal, deixamos um exemplo de que rumo pode ser tomado. Aula exploratória: Os alunos são convidados a explorar determi- nado assunto mediante análise dos porquês que envolvem a situação. Diferentemente das aulas dialogadas, nesse formato os estudantes são desafiados a questionar uns aos outros e a levantar diferentes as- pectos relacionados aos temas. Nesse contexto, podem ser realizadas análises não somente de conteúdos específicos do curso, mas também de livros, filmes, poemas, objetos, experiências práticas etc. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 37 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO P ar te3 VISÃO DE SOCIEDADE A França era governada por monarquia absoluta, que se mantinha no poder apesar do descontentamento dos grandes comerciantes e de alguns elementos da nobreza. A vontade popular era ignorada e o povo era tratado com desprezo pelos governantes. Nesse contexto, havia basicamente quatro classes sociais: nobres, clero, grandes comercian- tes e o povo. Os nobres não pagavam nenhum imposto e ocupavam cargos de destaque na direção do Estado. Mesmo sendo privilegiados, havia a intencionalidade de aumentar ainda mais o poder. Já o clero era for- mado por elementos vindos da nobreza e do povo. Aqueles que vinham da nobreza usufruíam de grandes prestígios e possuíam muitos bens. Temos então uma realidade dividida, a parte pobre, vinda do povo, insatisfeita, sobretudo calada e obediente frente às ordens es- tabelecidas pelos poderosos. Os grandes comerciantes estavam descontentes com os pesados impostos que pagavam e com a impossibilidade de desfrutarem dos privilégios da nobreza. O povo, formado por trabalhadores da cidade e camponeses, reclamava do excessivo preço dos impostos e da ausência total de justiça. Em todas as classes sociais era um número significati- vo de pessoas descontentes. Para os filhos das classes trabalhadoras, a escola representava uma ruptura no que refere aos valores e saberes de sua prática, que são desprezados, ignorados e desconstruídos na sua inserção cultural, ou seja, necessitavam aprender novos padrões ou modelos de cultura. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL38 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETOP ar te 3 […] no funcionamento de uma instituição escolar que, sem dúvida, nunca exerceu um papel tão importante e para uma parcela tão importante da sociedade como hoje, essa contradição tem a ver com uma ordem so- cial que tende cada vez mais a dar tudo a todo mun- do, especialmente em matéria de consumo de bens materiais ou simbólicas, ou mesmo políticas, mas sob as espécies fictícias da aparência do simulacro ou da imitação, como se fosse esse oúnico meio de reserva para uns a posse real e legítima desses bens exclusivos. (BOURDIEU, 1998, p. 225). Dentro dessa lógica, é evidente que para alunos filhos das classes dominantes, alcançar o sucesso escolar torna-se bem mais fácil do que para aqueles que precisam desaprender uma cultura para aprender um novo jeito de pensar, falar, movimentar-se, enfim, enxergar o mundo e inserir-se nesse processo para se tornar um sujeito ativo na sociedade. Extra Escolas de Saint-Étienne usam soluções democráticas para desen- volver novas práticas em ambientes como biblioteca, pátio e refei- tório. Recomendamos a leitura do artigo disponível em: <http:// porvir.org/cidade-francesa-repensa-espacos-para-melhorar-educacao/>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade A educação infantil vem se consolidando nesses últimos anos, fru- to de trabalho educativo nas instituições, sejam elas creches, pré-es- cola ou até mesmo escolas. A criança pequena deve ser acolhida no espaço que não é mais sua casa, porém as instituições devem propor- cionar segurança e prazer nas atividades realizadas. Como a educação integral poderá destacar tais ideias na educação infantil? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 39 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO P ar te3 Referências BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C. A Reprodução. Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975. BOURDIEU, P. A Escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, Afrânio (Orgs). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998. Resolução da atividade Na sua reflexão, é importante destacar de que forma se desper- taria o interesse de todos os colegas para empregar tais práticas com as crianças da educação infantil. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL40 SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETOP ar te 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Discutir sobre a experiência do Centro Educacional Carneiro Ribeiro de 1950, os CIEPS e PROFIC de 1980 e 1990, e as escolas em tempo integral a partir de 2006. Objetivo: EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 4 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 43 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS Pa rt e1 CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO (BA) – 1950 A escola-parque, ou Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador, Bahia, alcançou repercussão no Brasil e em diversos outros países. Podemos considerar o conjunto escolar pela arrojada concep- ção pedagógica, embora construída e inaugurada em 1950, sendo um marco importante na vida educacional brasileira, não só por sua ins- talação, em 1949, mas por ser uma proposta inovadora para os novos rumos escolares. De acordo com Coelho: Retrocedendo, então, até a segunda metade do sécu- lo 20, lembramos novamente Anísio Teixeira e sua luta em prol dessa educação, experimentada no já citado Centro Educacional Carneiro Ribeiro, germe das es- colas-classe/escolas-parque também construídas no Distrito Federal. Como vimos, a proposta de Anísio Teixeira fundava-se em uma concepção de educação que a incluía como possibilidade real de alavancar o progresso e o desenvolvimento científico e tecnológico no País. (2009, p. 91). A concepção pedagógica do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – com a escola-parque e as escolas-classe – significou a mais avançada instituição escolar capaz de realmente preparar estudantes para prá- tica social, para uma sociedade em mudança. Educadores de outros países e de todo Brasil continuam visitando o CECR, observando seu funcionamento e analisando o trabalho pedagógico desenvolvido. Especialistas na área de educação têm oferecido depoimentos mais significativos sobre a estrutura e o funcionamento do Centro Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL44 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICASPa rt e 1 Educacional Carneiro Ribeiro, que já tem servido de modelo e inspira- ção para muitas outras escolas no Brasil pelos aspectos relacionados à proposta pedagógica, concebida na perspectiva inovadora de Anísio Teixeira. A partir de 2000 iniciaram-se recuperações do Centro de Educação Carneiro Ribeiro, escola-parque idealizada por Anísio Teixeira. A esco- la é parceira com algumas ONGs, com a criação de cinco centros de aprendizagem e produção, que contam com programas de aceleração de aprendizagem, desenvolvimento de habilidades mentais, experi- mentação científica, integração da informática com as comunicações, inteligências múltiplas e consultoria com educadores que trabalharam com Anísio Teixeira, incluindo sua filha Anna Christina. Extra Assista ao vídeo “Escola-Parque: 62 anos de Educação em Tempo Integral”, disponível em: <www.youtube.com/watch?v=mFzEbCQYgfo>. Aproveite e explore o canal do YouTube da escola. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividades Vamos ler atentamente a matéria “Sonho de Brizola, escola de turno integral fracassa no RJ e RS”, disponível em: <http://noticias. terra.com.br/educacao/sonho-de-brizola-escola-de-turno-integral- fracassa-no-rj-e-rs,819842ba7d2da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD. html>. Acesso em: 21 jan. 2016. Agora faça um levantamento dos problemas vivenciados nos CIEPS do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 45 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS Pa rt e1 Referência COELHO, Ligia Martha Coimbra da Costa. História(s) da Educação Integral. In: Aberto, v. 22, p. 83-96, 2009. Resolução da atividade Faça um fichamento dos problemas elencados na matéria e apro- veite para refletir sobre os problemas que a Educação Integral ainda enfrenta no país. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL46 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICASPa rt e 2 CIEPS E PROFIC – (RJ E SP) 1980/1990 Os CIEPs foram criados na década de 1980 por Darcy Ribeiro, quando era Secretário da Educação no Rio de Janeiro, no governo de Leonel Brizola. O intuito era oportunizar aos alunos uma educação ple- na, envolvendo esportes, assistência médica, alimentos e atividades culturais variadas em instituições colocadas fora da rede educacional regular. As escolas deveriam seguir um projeto arquitetônico. Em São Paulo foi implementado, entre os anos de 1986 e 1993, o programa público intitulado Profic (Programa de Formação Integral da Criança), que procurou estender o tempo de permanência das crianças pobres na escola e expandir as condições para seu melhor desempenho na aprendizagem. A avaliação do Profic – Programa de Formação Integral da Criança – apresentou dificuldades. Em primeirolu- gar, salta aos olhos a inexistência de dados quantita- tivos gerais e sistematizados, bem como a pouca re- presentatividade dos dados parciais produzidos. Isso se deve ao fato de o Programa, a partir do seu segundo ano de existência, nunca ter sido uma atividade con- siderada como substantiva nas ações da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Acresça-se a isso o fato de que, pelas suas próprias características for- mais e de execução, cada unidade do Programa acabou por adquirir um modo particular de atuação, o que, de certa maneira, chocou-se com a cultura vigente na Secretaria de homogeneização das atividades no inte- rior da rede de ensino. (GIOVANA; SOUZA, 1999, p. 71). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 47 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS Pa rt e2 Percebe-se que as diferentes concepções e práticas educativas, no programa da educação integral, podem estar respaldadas em co- notações equivocadas de educação sem aprofundamento das reais ne- cessidades de formação humana dos estudantes, há necessidade de atividades que pudessem despertar um novo olhar para a sociedade. Portanto, o foco em analisar tais questões para promover a melhoria da qualidade de ensino, deve ser meta das políticas públicas educa- cionais no Brasil. Extra Recomendamos a leitura do artigo “Escolas na Vitrine: centros integrados de educação pública (1983-1987)”, de Ana Chrystina Venancio Mignot, disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pi- d=S0103-40142001000200005&script=sci_arttext>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade Profic – Programa de Formação Integral da Criança na rede es- tadual de ensino em São Paulo. Além de um mapeamento amplo das escolas que implantaram o programa, de 1986 até o primeiro semestre de 1988, realizou-se também um estudo em profundidade em duas dessas escolas. Os resultados indicam que o Profic assumiu caracterís- ticas centralistas, tanto em sua formulação quanto na implantação; que o índice de adesão das escolas da rede foi baixo; que o processo de implantação foi precário, criando vários problemas para as escolas que o adotaram. Quais seriam os problemas? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL48 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICASPa rt e 2 Referência GIOVANNI, Geraldo di; SOUZA, Aparecida Neri de. Criança na escola? Programa de Formação Integral da Criança. Educação & Sociedade, ano XX, n. 67, Ago. 1999. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/es/v20n67/v20n67a03.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2015. Resolução da atividade Há ainda a característica de atendimento assistencialista, o que impossibilita efetivar práticas voltadas à formação humana dos estu- dantes inseridos nessa unidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 49 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS Pa rt e3 ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL (ETI-SP) – A PARTIR DE 2006 As escolas de tempo integral de São Paulo têm como objetivo do trabalho com a Prática Pedagógica, propiciar a potencialização da aprendizagem dos estudantes, em consonância com o binômio quali- dade/intensidade do tempo (BRASIL, 2009, p. 29). Para isso, não basta apenas oferecer atividades de acompanhamento ou reforço escolar, mas sim integrá-las considerando o desenvolvimento de competências cognitivas básicas, relacionadas à expressão oral, leitura e produção escrita, bem como à capacidade de decisão e às habilidades de comu- nicação e interação social (CENPEC, 2002, p. 65). Sendo implementada, a Resolução SE 2, de 18 de janeiro de 2013 (DOE de 19-01-2-13, p. 20) dispõe sobre a reorganização curricular do ensino fundamental, na Escola de Tempo Integral (ETI), e dá providên- cias correlatas: O Secretário da Educação, considerando: a necessidade de ajustes na organização curricular do ensino funda- mental das escolas participantes do Projeto Escola de Tempo Integral, instituído pela Resolução SE 89, de 9 de dezembro de 2005, com vistas ao melhor atendimento à especificidade didático-pedagógica que as caracteriza; o contínuo aperfeiçoamento da organização curricular vigente nessas unidades, flexibilizando-a com alterna- tivas que promovam soluções singulares e otimizem os avanços já conquistados;a necessidade de viabilizar con- dições para a inserção futura das ETIs no Programa de Ensino Integral, instituído pela Lei Complementar 1.164, de 4.1.2012, alterada pela Lei Complementar 1.191, de 28-12-2012. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL50 EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL – INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICASPa rt e 3 A organização curricular tem como premissa a ação-reflexão nova ação consciente, sendo: AÇÃO – vivência prática da modalidade ou prática corporal escolhida; REFLEXÃO – atividades, questionamentos e pesquisas que ampliem o conhecimento dos estudantes e possibili- tem a compreensão da dinâmica histórica dessas práticas corporais e sua significação na sociedade contemporânea. Extra Faça a leitura da Resolução SE 2, de 18 de janeiro de 2013 (DOE de 19-01-2-13 p. 20). Dispõe sobre a reorganização curricular do ensino fundamental na Escola de Tempo Integral (ETI), e dá providências cor- relatas. Disponível em: <www.dersv.com/RES_SE_2_ETI_18-01-2013. pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade O trabalho com as práticas do acompanhamento pedagógico con- sidera que a aprendizagem acontece por meio de relações dos estu- dantes com o meio, com objetos de conhecimento, sempre mediadas pelas interações sociais. Quais atividades podemos desenvolver na es- cola de educação integral? Referências Resolução SE 2, de 18 de janeiro de 2013. Dispõe sobre a reorganização curricular do Ensino Fundamental, na Escola de Tempo Integral (ETI), e dá providências correlatas. Diário Oficial do Estado, 19 de jan. 2013. p. 200. CENPEC. Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária: Guia de Ações Complementares à Escola para Crianças e Adolescentes. 3. ed. São Paulo: Cenpec/Unicef, 2002. Resolução da atividade Sistema de escrita alfabético, oralidade, leitura, escrita e análise linguística e enfatizar o eixo da leitura e trabalho com a literatura. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Discutir sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), Plano de Desenvolvimento da Educação (PDDE), e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEB). Objetivo: PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Aula 5 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 53 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO A Educação Integral está presente nos planos de educação, nos âmbitos federal, estadual e municipal. O Plano Nacional da Educação (PNE) (2014-2014), aprovado pela Lei Federal 13.005/2014, trata da ampliação da educação em tempo integral na Meta 6: Meta 6 – Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públi- cas, de forma a atender, pelo menos,25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica. E com as respectivas estratégias: 6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de edu- cação básica pública, em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidis- ciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de pro- fessores em uma única escola; 6.2) instituir, em regime de colaboração, programa de construção de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo inte- gral, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em situação de vulnerabilidade social; 6.3) institucionalizar e manter, em regime de colabora- ção, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL54 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 1 espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditó- rios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipa- mentos, bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral; 6.4) fomentar a articulação da escola com os diferen- tes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários; 6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à amplia- ção da jornada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da rede pública de educação básica por parte das entidades privadas de serviço social vinculadas ao sistema sindical, de forma concomitante e em articula- ção com a rede pública de ensino; 6.6) orientar a aplicação da gratuidade de que trata o art. 13 da Lei n.º 12.101, de 27 de novembro de 2009, em atividades de ampliação da jornada escolar de alu- nos (as) das escolas da rede pública de educação bá- sica, de forma concomitante e em articulação com a rede pública de ensino; 6.7) atender às escolas do campo e de comunidades in- dígenas e quilombolas na oferta de educação em tem- po integral, com base em consulta prévia e informada, considerando-se as peculiaridades locais; 6.8) garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 55 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar ofertado em salas de re- cursos multifuncionais da própria escola ou em institui- ções especializadas; 6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de perma- nência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais. O PNE aprovado pelo Congresso Nacional, por meio da Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001, aponta que: “ampliar, progressivamente a jornada escolar visando expandir a escola de tempo integral, que abranja um período de pelo menos sete horas diárias, com previsão de professores e funcionários em número suficiente.” Com a duração de dez anos os estados, o Distrito Federal e os municípios devem elaborar planos decenais correspondentes para ade- quação às especificidades locais e a cada circunstância, para garantir a efetivação de políticas educacionais, mantendo a continuidade das propostas independente do plano de governo vigente em cada período. Com essa mudança, prevê-se que a política de financiamento educa- cional brasileira se ampliará. A partir da homologação da Lei Federal 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE), fica estabele- cido que todos os estados e municípios brasileiros têm o prazo de um ano para elaborarem seus Planos Municipais de Educação, e os que já possuíam teriam que adequá-los em consonância ao PNE. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL56 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 1 Extra A implantação da educação integral, meta 6 do Plano Nacional de Educação, vai além de manter os alunos na escola por mais tempo na escola. Assista a reportagem “O que é educação integral, meta 6 do Plano Nacional de Educação”, do Jornal Futura – Canal Futura. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=1pGWqxF9H4c>. Acesso em: 21 jan. 2016. Atividade As metas e estratégias estabelecidas pelos planos municipais de educação, quando estiverem em consonância com as metas e estraté- gias dos planos estaduais e nacionais, farão com que os planos cum- pram seu papel de articuladores dos sistemas municipais, estaduais e nacionais, como consta na meta 6: “oferecer educação em tempo in- tegral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica”. Aponte algumas dificuldades que os municípios enfrentam ou en- frentaram para cumprir a referida meta. Referências BRASIL. Conferência Nacional de Educação (Conae). Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: o plano nacional de educação, diretrizes e estratégias. Documento final. 2010. ______. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001 (PNE). Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2001. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 20 jul. 2015. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 57 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 ______. Lei Federal n. 13.005/2014. Plano Nacional de Educação (2014-2024). Brasília, 2014. Disponível em: <www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/ Lei/L13005.htm>. Acesso em: 2 ago. 2015. Resolução da atividade Algumas possíveis dificuldades serão a construção de novos pré- dios de escolas e recursos humanos que dominem a dinamicidade de uma educação íntegra. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL58 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 2 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (PDDE) O Plano de Ações Articuladas (PAR) é o conjunto de ações, apoiado técnica e financeiramente pelo Ministério da Educação, que visa ao cumprimento das metas do Compromisso Todos pela Educação, sendo base para o termo de convênio ou cooperação firmado entre o MEC e o ente apoiado para atender às Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. O PAR configura-se como planejamento dinâmico da educa- ção dos Municípios, Estados e Distrito Federal em caráter plurianual, com duração prevista inicialmenteaté 2011. Outro aspecto relevante do PAR é seu processo de elaboração, ou seja, um processo plural, democrático e participativo, que conta com gestores, representantes da sociedade civil e educadores locais. Extraído do Manual técnico operacional do módulo de monitoramento do plano de ações articuladas (PAR, 2009, p. 3). A partir da adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, como já dito, que é um programa do MEC iniciado em 2007 e conta com a conjugação dos esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, atua-se em regime de colaboração, das fa- mílias e da comunidade, em proveito da melhoria da qualidade da educação básica. A abrangência do programa seria com todas as se- cretarias municipais e estaduais de educação que tenham aderido ao Compromisso Todos pela Educação e que tenham realizado o Plano de Ações Articuladas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 59 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e2 No entanto, a composição global do PDE agregou, já na origem, outras 29 ações que, no processo de execu- ção do plano, foram ampliando-se de tal modo que, em março de 2009, o site do MEC estampa, no âmbito do PDE, 41 ações. Na verdade, o denominado PDE aparece como um grande guarda-chuva que abriga praticamen- te todos os programas em desenvolvimento pelo MEC. (SAVIANI, 2009, p. 5). Percebe-se que as ações viabilizadas passam pelo processo de ampliação de praticamente todos os programas em desenvolvimento pelo MEC. Nesse sentido, o Estado do Paraná abre a possibilidade de ampliar uma discussão com o governo federal, visando captação de recursos financeiros para o desenvolvimento da educação pública. Extra O Decreto 6.094/2007, trata sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Recomendamos a leitura do Decreto na íntegra. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/ d6094.htm>. Acesso em: 21 jan. 2016. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL60 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 2 Atividade Você acredita que há diferença de aprendizagem entre os estu- dantes do ensino regular de quatro horas e os estudantes que estudam na educação integral? Dê sua opinião. Referências BRASIL. Decreto n. 6.094/2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. 2007. SAVIANI, Dermeval. PDE — Plano de Desenvolvimento da Educação. Campinas: Autores Associados, 2009. v. 1, 110 p. Resolução da atividade Resposta pessoal. Entretanto, ressaltamos que, para garantir a melhoria do dados estatísticos, é preciso rever novas práticas educativas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 61 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e3 FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (FUNDEB) A escola em tempo integral cria condições para maior convivência entre as pessoas e oportuniza atitudes mais humanas. Embora com inúmeros desafios e recursos financeiros, pressupõe-se que no projeto de escola de educação integral haja uma alternativa efetiva para o complexo compromisso com o processo de formação plena dos estu- dantes da educação básica. A partir da Lei do FUNDEB, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, distribuem-se recursos para estudantes matriculados na educação básica em tempo integral e (re)coloca-se essa temática nas arenas de discussões das instâncias subnacionais. No entanto, a ausência de uma legislação detalhada sobre educação em tempo integral, poderá contribuir para que crianças e jovens se constituam foco de multiplicidade de experiências práticas na área, as quais poderão colocar em risco o futuro da educação em tempo integral no país. O montante de recursos, conforme a escala de implantação gra- dual do Fundo, prevista pelo governo federal, também indica aumento significativo. A Emenda 53/2006, ao instituir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), representou um avanço em termos da imple- mentação progressiva do direito à educação, pois incluiu o atendimento Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL62 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 3 à educação infantil e ao ensino médio entre suas metas, mas é pre- ciso que haja controle rigoroso para que os recursos sejam aplicados, conforme o que se estabelece na legislação, em especial, no que diz respeito à valorização do magistério. Consta no artigo que: Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os estados, o Distrito Federal e os mu- nicípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas constituições ou leis orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferên- cias constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. A partir da análise dos resultados apresentadas, alguns pontos re- levantes puderam ser levantados ao que diz respeito à escola para uma Educação Integral, são eles: a necessidade da criação de políticas públicas no âmbito dos governos e o cumprimento verdadeiro do que consta na Legislação vigente. Extra Recomendamos a leitura do artigo “Dossiê o valor do tempo em educação: jornadas escolares ampliadas, educação integral e ou- tras experiências sobre o uso e o significado do tempo educativo escolar”, de Janaína S. S. Menezes. Disponível em: <www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602012000300010>. Acesso em: 21 jan. 2016. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 63 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e3 Atividade A Lei 11.494/2007, que trata sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), prevê que os recursos do Fundo destinam-se a financiar a educação básica nas suas etapas: creche; pré-escola; ensino fundamental; ensino médio e as modalidades: educação de jovens e adultos, educação especial, educação indígena e educação profissional. Podemos considerar que após a homologação da referida lei, obtivemos avanços educacionais, no que tange à valorização dos profissionais da educação? Referências BRASIL. Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pelaUnião Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2007. _______. Decreto, n. 6.253, de 13 de novembro de 2007, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB, regulamenta a Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 nov. 2007. _______. Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei n. 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis n os 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun. 2007. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL64 PNE, FUNDEB E PDDE – PERSPECTIVAS E RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 3 Resolução da atividade Resposta pessoal. Porém, destacamos que podemos notar, pelos programas oriundos do Governo Federal, que se tem contribuído com a melhoria da escola e também com o entendimento de cada município na sua arrecadação disponibilizar 25% ou até mais para a educação. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Discutir sobre o ordenamento jurídico e o direito à aprendizagem na educação em tempo integral. Objetivo: AVANÇOS E RETROCESSOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Aula 6 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 67 AVANÇOS E RETROCESSOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 ORDENAMENTO JURÍDICO A gestão democrática na educação, princípio e diretriz política já consolidada na legislação brasileira, ainda é um desafio, um processo a ser aprimorado pelos sistemas e instituições de educação e ensino na perspectiva da formação humana para a cidadania. Nesse cenário, a efetivação do estado democrático de direito pressupõe a garantia da apropriação dos conhecimentos sistematizados e acumulados histori- camente, mediante o acesso à educação. A Constituição Federal de 1988 destaca a cidadania e a dignidade humana como fundamentos do Estado Democrático de Direito, confor- me enunciado no Artigo 1.º: Art. 1.º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político (BRASIL, 1988). Esse entendimento decorre do contido na Constituição Federal do Brasil de 1988, que assevera o caráter democrático da educação, bem como a responsabilidade do Poder Público em relação à sua oferta: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL68 AVANÇOS E RETROCESSOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 1 desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exer- cício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguin- tes princípios: I – igualdade de condições para o acesso, inclusão, per- manência e sucesso na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV – respeito à liberdade e aos direitos; V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII – valorização do profissional da educação escolar; VIII – gestão democrática do ensino público, na forma da legislação e normas dos sistemas de ensino; IX – garantia de padrão de qualidade; X – valorização da experiência extraescolar; XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. (BRASIL, 1988). O disposto nesses artigos consolida a gestão democrática da edu- cação como princípio constitucional e marco democrático do território brasileiro, sendo sua regulamentação responsabilidade dos sistemas de ensino, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394/96: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática de ensino público na educação Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 69 AVANÇOS E RETROCESSOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 básica, de acordo com as suas peculiaridades e confor- me os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elabo- ração do projeto político pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares e equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e adminis- trativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. (BRASIL, 1996). No Parecer CNE/CEB 7/2010, as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica (2010) apontam a gestão democrática como fundamento a ser observado na organização curricular das insti- tuições de educação e ensino, destacando que: Na instituição escolar a gestão democrática é aquela que tem, nas instâncias colegiadas, o espaço em que são tomadas as decisões que orientam o conjunto das atividades escolares: aprova o projeto político peda- gógico, regimento escolar, os planos da escola (peda- gógicos e administrativos), as regras de convivência. (BRASIL, 2010, p. 56). Assim, a construção de um projeto democrático para escola inte- gral no território brasileiro requer o envolvimento e abertura de deba- tes públicos, conduzidos pelos gestores nas instituições de educação e ensino, tendo como base os princípios democráticos para uma edu- cação de qualidade, que promova apropriação do conhecimento por todos os educandos, na perspectiva da formação integral do ser humano. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br BASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALBASES HISTÓRICAS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL70 AVANÇOS E RETROCESSOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALP ar te 1 Extra Recomendamos a leitura do texto “Políticas educacionais, ordena- mento legislativo e a educação integral e(m) tempo integral: aproxima- ções Iniciais”, da autora Sheila Cristina Monteiro Matos. Disponível em: <www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2010/Politicas_Publicas_e_ Gestao_Educacional/Trabalho/08_33_20_POLITICAS_EDUCACIONAIS,_ ORDENAMENTO_LEGISLATIVO_E_A_EDUCACAO_INTEGRAL_E(M)_TEMPO_ INTEGRAL_APROXIMACOES_INICIAIS.PDF>. Acesso em: 21 jan. 2016.
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