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A Formação do Protestantismo de missão no Brasil – Evangelizar e Educar Luis de Souza Cardoso Doutorando – Núcleo História e Educação Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP O binômio “evangelizar e educar” caracteriza a estratégia missionária dos protestantes que se instalaram no Brasil durante o século XIX. Esta empresa missionária, particularmente pelos missionários norte americanos, tinha no seu escopo um sentido civilizador, pautado da ideologia do “Destino Manifesto” e com fortes traços culturais do American way of life. Propomos nesta comunicação, efetuar uma aproximação ao assunto, à luz do conceito de “processo civilizador” na obra de Norbert Elias. O assunto desta comunicação faz parte de um contexto de pesquisa sobre as escolas paroquiais na história do protestantismo brasileiro. INTRODUÇÃO: Desde a primeira década do século XIX os protestantes, de diversas tradições, chegaram e se estabeleceram no Brasil. Embora estes não tenham sido os primeiros protestantes que chegaram no Brasil, uma vez que já nos séculos XVI e XVII, de formas pontuais aqui estiveram protestantes oriundos da França (Huguenotes) e da Holanda (Reformados). A partir do século XIX, porém, alcançariam uma permanência definitiva em terras brasileiras. Apesar de minoritários sua chegada causou algum nível de impacto na sociedade brasileira da época. Ao menos no que se refere à hegemonia Católica Romana, tanto na religião como na educação, temos a partir daí um componente novo no campo. Nas localidades onde se instalavam as missões protestantes, estes logo abriam suas escolas e colégios, com métodos e práticas inovadoras, consideradas modernas, diante do fraco alcance das iniciativas governamentais, deficientes na área, ou da conduta conservadora da educação católica. Os protestantes de missão1 se instalaram no Brasil com clara intenção de ganhar espaço, fazer prosélitos e influenciar a sociedade. É sobre o empreendimento do protestantismo de missão que vamos direcionar o foco do nosso trabalho, com ênfase no caso das escolas paroquiais fundadas pelos metodistas. Nessa comunicação, porém, vamos nos limitar a dois objetivos: ao esboço de algumas hipóteses de trabalho e ao exercício de olhar para este processo de implantação do protestantismo no Brasil, com suas características evangelizantes e educacionais, como parte de um processo civilizador, buscando para isso apoio interpretativo no referencial teórico elaborado por Norbert Elias (1994). CARACTERÍSTICAS DA MISSÃO PROTESTANTE: De modo geral o protestantismo de missão, ou, os protestantismos2 que se instalaram no Brasil a partir do século XIX, majoritariamente originários dos Estados Unidos da América, vieram imbuídos de um projeto evangelizador, expansionista e civilizador. Há diversos indícios que nos levam a considerar que o projeto missionário guardava relação com a ideologia expansionista norte americana, 1 Nos estudos sobre protestantismo no Brasil tem sido utilizada uma tipologia que subdivide o campo em dois grandes grupos: “protestantes de imigração” (os luteranos alemães são o grupo mais representativo) e “protestantes de missão” (metodistas, presbiterianos, batistas, etc.), que para vieram com o objetivo de implantar suas respectivas igrejas e escolas. 2 Tem sido comum entre os estudiosos do assunto a designação no plural, devido a diversidade de tradições protestantes que aqui chegaram, com peculiaridades históricas próprias, origens distintas, filosofia e os aspectos teológicos diferenciados, desses grupos. 2 do “Destino Manifesto”3, e carregava subjacente à pregação religiosa e ao ensino secular os traços culturais do American way of life (Mendonça, 1984: 95 – Bonino, 1995: 11-25). Nesse contexto uma primeira hipótese que levantamos é de que a característica geral das missões protestantes, quer por seu aspecto evangelizador, quer educacional, lhe confere alguns traços de um processo civilizador. Conforme Elias (1994: 23) o “conceito de civilização expressa a consciência que o Ocidente tem de si mesmo” e como “se julga superior a sociedades mais antigas ou a sociedades contemporâneas ‘mais primitivas’”. Além disso, “o conceito de civilização inclui a função de dar expressão a uma tendência continuamente expansionista de grupos colonizadores”. Nessa direção aponta Mendonça (1984: 43) que “o protestantismo americano é um protestantismo de povoamento, isto é, ele se foi formando à medida que protestantes europeus passavam para as possessões inglesas à busca de novas condições de vida”. Este “protestantismo de povoamento” que dá origem, ou, que tem origem na ideologia expansionista do “Destino Manifesto”, foi o que chegou no Brasil no século XIX. Eleição divina e conquistas são caracteres impressos na “alma” do povo norte americano desde muito tempo; são o que Reily (1984: 19) chama de “auto-imagem religiosa do povo americano”, ao que acrescentamos, auto-imagem religiosa e geopolítica; Duncan A. Reily (1984: 19) descreve: Como Deus, por Moisés, libertou os israelitas da escravidão no Egito, pela travessia maravilhosa do Mar Vermelho, os puritanos se libertaram da opressão dos soberanos ingleses Tiago I e Carlos I, atravessando o Atlântico no pequeno navio Mayflower. Deus estabelecera seu pacto com o povo liberto, no Sinai; paralelamente, os puritanos, antes de pôr os pés em terra seca na América, firmaram o Mayflower Pact. Explicitaram que haviam encetado sua viagem de colonização “para a glória de Deus, avanço da fé cristã e honra do nosso rei e país... solene e mutuamente, na presença de Deus, e cada um na presença dos demais, compactuamos e nos combinamos em um corpo político civil.” Finalmente, como Josué havia conquistado a terra da promissão, os americanos viam como seu “destino manifesto” conquistar o continente de Oceano a Oceano, espalhando os benefícios de uma civilização republicana e protestante por toda a parte. Este convicção de ser “povo escolhido por Deus”, o qual tem sobre seus ombros a tarefa de alcançar as “nações pagãs” com a sua ética, fé religiosa, cultura e civilização, como expressam constantemente as poesias dos hinários protestantes, foi um fator de considerável força propulsora ao projeto missionário, encetado pelos norte americanos no Brasil e por todo o Continente Americano. De acordo com Mendonça (1984: 57): Pelo menos no século XIX, o melhor e mais eficiente condutor da ideologia do “Destino Manifesto” foi a religião americana, ou melhor dizendo, o protestantismo americano com sua vasta empresa educacional e religiosa, que preparou e abriu caminho para o seu expansionismo político e econômico. No caso do Brasil, se no campo religioso seu sucesso foi quase nulo, na educação e na cultura geral, para não dizer no político e econômico, a influência americana não pode deixar de ser sentida, embora não logo após a implantação do protestantismo, mas ao longo de cento e tantos anos de sua chegada. Junto com a evangelização a educação da escola protestante formou o conjunto de aspectos que consideramos essenciais para compreendermos a penetração, expansão e consolidação do projeto missionário dos protestantes no Brasil. Sobre a escola protestante voltaremos a tratar com mais detalhes logo adiante. Os indícios presentes nos relatos e correspondências de missionários protestantes que vieram ao Brasil, apontam para a existência de uma autoconvicção de que eram portadores de civilização 3 O expansionismo interno do século XIX e o processo de povoamento do oeste tiveram por fundamento as idéias conhecidas como “Destino Manifesto”. Enraizado no senso comum e na religião o Destino Manifesto resumia o sonho missionário de estender o princípio da União até o Pacífico, por meio da ocupação de todo o continente pelo povo americano. 3 superior em relação ao atraso do povo destas terras. O atraso principal era religioso, porém com esse, apareciam outros tantos aspectos para os quais os protestantes eram portadores das soluções,por meio de suas práticas educativas. Citaremos a seguir, dentre tantos, três exemplos reveladores dessa cosmovisão: 1. A carta do Rev. Boy, Capelão Inglês trabalhando entre os marinheiros, no Rio de Janeiro, em 1819: Os católicos romanos aqui em todo o seu culto são ainda mais insensatos que os chineses, dos quais, ou de outros como eles, parecem ter imitado o absurdo costume de soltar toda espécie de fogos de artifício no seu culto. O espetáculo das suas ridículas cerimônias – ou melhor, a forma vergonhosa na qual nossa pura e santa religião se exibe aqui, (...) torna este lugar, no meu modo de pensar, num dos mais miseráveis do mundo. (Reily, 1984:35) 2. A carta-relatório, do missionário metodista, Justin Spaulding, enviada para a Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal, em 1o de setembro de 1836, onde, a partir de sua observação da cultura local, ele indaga: “Por que não se cultivam aqui as artes e ciências como na Inglaterra e na América do Norte?” (Reily, 1984:84) 3. A carta de James C. Fletcher, sem data, publicada em The American and Foreing Christian Union, VII, 54-55 (fevereiro, 1854): “Semanalmente, jovens católicos romanos visitam minha casa, e eu me esforço por influenciá-los através do diálogo, pois seus olhos já estão abertos para perceber o vazio de sua própria Igreja.” (Reily, 1984:75) Insensatez, miséria religiosa e cultural, ausência das artes e da ciência, obscuridade e vazio, ignorância, eram algumas características comuns pelas quais os missionários interpretavam o povo, seus costumes e cultura local. Obviamente na visão deles, sua própria religião e cultura “superior” ofereciam exatamente o contrário, por isso podiam ser considerados “avançados” e aptos para civilizar o povo destas terras. Não cabe aqui qualquer julgamento ao mérito dessa postura, simplesmente uma constatação, a qual deve ser mais bem estudada e adensada por exemplos tomados de um recorte temporal mais amplo, uma vez que os três exemplos citados localizam-se no início das missões protestantes no Brasil. Contudo, estas pistas que seguimos parecem indicar a existência de uma “auto-imagem do povo americano”, para mencionar a expressão utilizada por Reily, a qual pode estar enraizada na idéia anglo-saxônica de civilização, herdada pelos colonizadores da América do Norte. Conforme Elias (1994: 23-24) o conceito de civilização para ingleses e franceses, “resume em uma única palavra seu orgulho pela importância de suas nações para o progresso do Ocidente e da humanidade”. Isso nos leva a uma segunda hipótese: os missionários protestantes norte americanos eram portadores de uma postura e convicação de superioridade religiosa e cultural, que pode ser deliberadamente estratégica ou reflexo de sua constituição cultural como nação; de qualquer modo esta postura ideológica teve profundo impacto na formação do protestantismo no Brasil e repercutiu por meio da educação, até mesmo depois de ter sido confrontada pelas ideologias nacionalistas que redundaram nos processos de autonomia das missões e no conseqüente surgimento das Igrejas nacionais. Mas, ainda nesse ponto podemos perguntar se a percepção dos missionários em relação ao Brasil, é apenas de um atraso sócio-religioso, ou poderia ser uma visão antagônica e radical na linha da barbárie? De acordo com Elias (1994: 62) “Duas idéias se fundem no conceito de civilização. Por um lado, ela constitui um contraconceito geral a outro estágio de sociedade, a barbárie”. AS ESCOLAS PROTESTANTES: Como já mencionamos, evangelização e educação caracterizaram a estratégia missionária dos protestantes em seu estabelecimento no Brasil. Mendonça (1984: 54) assinala que dois componentes foram fundamentais no surgimento da “civilização cristã” norte americana: a “desinstitucionalização eclesiástica, (contra o ‘stablishment’)” e o “tripé religião-moralidade-educação”, sendo que este “cumpria o seu papel normativo e civilizador”. Não foi difícil instalar-se, num contexto em que havia carência de estabelecimentos educacionais e setores liberais da sociedade brasileira ávidos por novidades que representassem avanços em relação à prática educativa conservadora das escolas católicas. 4 De acordo com Mesquida (1994: 133) a educação protestante instalada no Brasil caracterizou- se por fatores que a tornaram atrativas, especialmente às elites liberais, tais como: localização das escolas em função da classe social a ser influenciada; aparência estética dos edifícios construídos, de estrutura sólida e imponente; ambiente interno das escolas com nova concepção pedagógica – ausência de estrado nas salas, aproximando alunos e mestre, carteiras individuais, auditórios para programas coletivos, material didático, laboratórios, equipamento musical, etc.; além do conteúdo identificado com valores liberais, da cultura e do modo de vida norte americano. E conclui: Era nesse novo espaço sócio-cultural atraente, sedutor, que se materializavam, pela prática educativa, a história, o modo de vida (o american way of life) e a concepção de mundo do país de origem dos missionários. A educação liberal praticada pelas escolas protestantes, de forma crescente ao longo do século XIX e boa parte do século XX, obteve guarida, facilidades e incentivo na cortesia interessada das elites liberais brasileiras, particularmente com o apoio da Maçonaria. O alvo dos protestantes chegou a ser conhecido no lema que corria informalmente: “para cada igreja uma escola”; mas, o inverso também era verdadeiro, ou seja, que existisse em cada escola uma igreja. As correspondências enviadas desde os primeiros missionários que faziam a prospecção do campo, referem-se às oportunidades existentes e aos objetivos da evangelização e educação, conjuntamente. Esse epistolário disponível é revelador de tal intencionalidade, como, por exemplo, podemos constatar em trechos dos metodistas, Pitts (Reily, 1984: 81) e Spaulding (Reily, 1984: 83): Estou nesta cidade já há duas semanas, e lamento que minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do evangelho está aberta neste vasto império. Os privilégios religiosos permitidos pelo governo do Brasil são muito mais tolerantes do que eu esperava achar em um país católico... (Pitts, 1835)4 Sob a recomendação e pedido de alguns dos meus amigos aqui, abri uma escola diária... Geralmente crê-se que o estabelecimento de escola de aprendizagem sobre princípios largos e liberais será um dos meios mais diretos de acesso ao povo deste país. (Spaulding, 1836)5 Por meio das escolas-igrejas os protestantes divulgavam o seu pensamento e cosmovisão, mas também imprimiam um modus vivendi, baseado em hábitos, condutas sociais e valores, geralmente tematizados na perspectiva religiosa, como por exemplo: o combate ao uso do álcool e do tabaco, bem como da prática dos jogos de azar; as regras de higiene; as regras restritivas de certos divertimentos; os modos de administrar as finanças e o patrimônio, orientados ao trabalho intenso, à poupança e à acumulação; os modos de trajar, falar e comportar-se em público; a exigência da leitura e o estímulo à intelecção; tudo isso baseado no “modo americano de vida” (american way of life). Para vários pesquisadores, como por exemplo, Mendonça (1984: 94), é aceitável a idéia de que “o protestantismo constituía um ‘modo de vida’ e aceita-lo nos seus princípios de crença implicava em mudança de padrões de cultura”. É muito provável que não seja conveniente fazer uma analogia tão precisa e direta, entre esse modus vivendi proposto pelos missionários protestantes, o qual envolvia um certo nível de “etiquetas”, e o modo de vida da “sociedade de corte” estudada por Elias. Contudo, se naquela “sociedade de corte” era necessário o cultivo de determinadas etiquetas para que alguém fosse considerado “civilizado” e, portanto, pudesse acessá-la, para a tão sonhada “civilização cristã” (Mendonça, 1984: 101) as condições objetivas de sua realização envolviam a vivência de comportamentos, como os4 Trecho da carta de Fountain E. Pitts, datada do Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1835. Pitts foi o primeiro missionário metodista enviado ao Brasil pela Igreja Metodista Episcopal (EUA), com a incumbência de também fazer prospecção nas outras duas grandes cidades da costa ocidental da América do Sul, Montevidéu e Buenos Aires. 5 Trecho da carta de Justin Spauldign, primeiro missionário metodista residente no Brasil, escrita ao secretário correspondente da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal (EUA), datada do Rio de Janeiro, 1º de setembro de 1836. Spaulding formou uma pequena igreja e uma escola no Rio de Janeiro; ao final de 1838 sua missão contava com apenas 11 membros, provavelmente todos estrangeiros. 5 citados anteriormente, que, para os missionários deveriam ser transmitidos por meio da igreja e da escola. AS ESCOLAS PAROQUIAIS: No caso dos metodistas estes utilizaram três instrumentos de intervenção pedagógica: as escolas paroquiais; as escolas dominicais; e os colégios. As primeiras alcançavam os grupos médios e periféricos da sociedade; as segundas dedicavam-se à instrução religiosa nas igrejas; os terceiros alcançavam as elites (Mesquida, 1994: 138-139). Nossa proposta temática de pesquisa é as “escolas paroquiais”6. Tais escolas não foram ainda suficientemente investigadas. Como já assinalara Mendonça (1984: 97) “permanecem ainda misteriosas quanto aos seus objetivos principais, métodos, currículos, professores, etc.” Essas escolas, embora periféricas, também tiveram uma importância fundamental no desenvolvimento do projeto missionário, dentro desses aspectos civilizatórios. Um dos maiores problemas para os missionários protestantes transmitirem sua religião estava no analfabetismo. O protestantismo é uma religião do livro, ou seja, tudo gira muito em torno da leitura da Bíblia, do hinário, da literatura doutrinária e devocional. Portanto, era necessário ensinar o povo a ler (Mendonça, 1984:101). É possível que tenham sido as escolas paroquiais, mais do que os colégios, o “carro chefe” da expansão protestante entre as camadas mais populares da sociedade brasileira. Sem ignorar o leque mais amplo do protestantismo no Brasil, deveremos nos dedicar particularmente na analise do caso das “escolas paroquiais” metodistas. Sobre essas há vestígios de uma primeira experiência já em 1836, quando da primeira fase missionária dessa denominação no Brasil (1835-1841). Contudo, é a partir da década de 1870 que podemos estabelecer um ciclo mais longo de implantação e funcionamento das “escolas paroquiais”, o qual alcança um ápice após a primeira guerra mundial e vai declinando lentamente até por volta dos anos 60. Quais as razões dos missionários metodistas implantarem tais escolas? Que relação tinha o projeto destas “escolas paroquiais” com os colégios fundados pelos metodistas? Em que se diferenciavam? Constituía-se num projeto educacional mais voltado às camadas inferiores da sociedade? Em que medida podemos inferir que se tratava de um programa educacional popular? Alguma delas cresceu e seguiu rumos próprios? Qual a relação delas com as igrejas locais a que estavam vinculadas? Que métodos pedagógicos utilizavam? Que perfis tinham os educadores e educadoras que nelas trabalhavam? Teriam elas alcançado êxito nos seus objetivos, ou não? Ou melhor, chegaram a causar algum impacto de influência social e cultural? Como se desenvolveram, qual foi seu ápice – se é possível identificar – e por que razões esse projeto das “escolas paroquiais” declinou? Desapareceram as “escolas paroquiais” do cenário metodista atual? Há espaços para esse tipo de experiência ainda? Que ruptura ou continuidade histórica há entre “escolas paroquiais” e os atuais projetos educacionais metodistas? Que aspectos são similares à história de outros grupos protestantes no Brasil? São questões que nos instigam na pesquisa e abordagem que se pretende ao tema. Esperamos assim contribuir para avançar o capítulo dos estudos sobre educação e protestantismo no Brasil, o qual tem sido ainda muito pouco explorado. Referencial bibliográfico 6 Tanto entre protestantes de imigração como de missão foi característica a implantação de escolas junto com as capelas e templos; em muitos casos houve a abertura de escolas antes mesmo que as salas de cultos nas paróquias. Daí decorre a nomenclatura corrente de “escolas paroquiais” para designar estas instituições de educação fundadas pelos pioneiros do protestantismo no Brasil. 6 BONINO, José Míguez. Rostros del protestantismo latinoamericano. Buenos Aires: Nueva Creación, 1995. ELIAS, Norbert. O processo civilizador - A história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1984. MESQUIDA, Peri. Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil. São Bernardo do Campo/Juiz de Fora: Editeo/Editora da UFJF, 1994. REILY, Duncan Alexander. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984.
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