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Medula Espinal - Neuroanatomia

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2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
CURSO DE EXTENSÃO DE NEUROANATOMIA 
AULA 3 
Medula Espinal
 INTRODUÇÃO 
• Medula primitiva, SN segmentar. 
• Forma cilíndrica, discretamente achatada no sentido 
antero-posterior. 
• Duas dilatações (intumescências cervical e lombar) e 
um estreitamento da região caudal, chamado de 
cone medular. 
• O cone medular é fixa ao sacro pelo filamento 
terminal da medula, que é a continuação da pia-
máter na sua região caudal. 
• Apresenta sulcos e fissura. 
• Cinzenta com formato H e central em relação a 
substância branca. 
• Órgão do SNC localizado no interior do canal 
vertebral. 
• Originada da medula primitiva. 
• Estende-se do forame magno do osso occipital até 
L2 (2ªvertebra lombar). 
 
 
 
 VÉRTEBRAS E SEGMENTOS MEDULARES 
• Possui 31 segmentos, que à medida que o 
desenvolvimento embriológico ocorre, não se 
relacionam com as vértebras de mesmo número. 
Então, na porção cervical temos 8 segmentos com 7 
vertebras, 12 segmentos torácicos 12 vertebras, 5 
segmentos lombares 5 vertebral, 5 segmentos 
sacrais 5 vertebras, 1 segmento coccígeo e 3 
vertebras. 
• Vértebras de C2 a T10: Soma-se 2 para obter o 
segmento medular correspondente. 
• Vértebras T11 e T12: 5 segmentos medulares 
lombares. 
• Vértebra L1: 5 segmentos medulares sacrais. 
• Vértebra L2: 1 segmento medular coccígeo. 
• Plexo braquial: 5 segmentos (C5, C6, C7, C8 e T1). 
Inervam membros superiores. 
• Fratura completa de C2 vértebra e transecção do 
segmento C4: Chance de tetraplegia. 
• Plexo lombossacral: 8 segmentos (L2, L3, L4, L5, S1, 
S2, S3, S4). Inervam membros inferiores. 
• Fratura e transecção de medula na altura de T10 
vértebra: Lesão de segmento T12, acima do plexo 
lombossacral, resultando em paraplegia. 
• Lesão abaixo do L2: Compromete ramos do cone 
medular, chamada de cauda equina. 
 
 
 SULCOS E FISSURAS 
• Fissura mediana anterior; 
• Sulcos laterais anteriores: Saem as fibras nervosas 
motoras. 
• Sulco mediano posterior; 
• Sulcos laterais posterior: Entram fibras nervosas 
sensitivas. 
• Sulcos intermédios posteriores: Separam o 
fascículo grácil do fascículo cuneiforme. 
• Substância cinzenta: Colunas anteriores, laterais e 
posteriores. 
• Substância branca: Funículo anterior (fissura 
mediana anterior e sulco lateral anterior), lateral 
(sulco lateral anterior e sulco lateral posterior) e 
posterior (entre o sulco mediano posterior e o sulco 
lateral posterior). 
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• Nervos espinais: Mistos compostos por fibras 
sensitivas e motoras. O corpo fica nos gânglios 
espinais. 
 
 SUBSTÂNCIA CINZENTA 
• Corpos de neurônios, neuroglia e fibras nervosas 
amielínicas. 
• Possui a forma de H ou de borboboleta. 
• Seus neurônios não se distribuem de maneira 
uniforme, mas organizam-se em grupos bem 
definidos formando colunas longitudinais. 
 
SUBDVISÃO 
• Duas linhas que tangenciam os contornos anterior e 
posterior do ramo horizontal do H. 
• Coluna anterior: Cabeça anterior e base voltando 
para a substância cinzenta intermédia. Está presente 
por toda extensão da medula. 
→ Grupo medial: Existem em toda a extensão da 
medula e relacionam-se com a inervação da 
musculatura relacionada ao esqueleto axial. 
→ Grupo lateral: Aparecem mais nas regiões dos 
plexos (braquial e lombossocral) e inervam a 
musculatura dos esqueletos apendiculares. 
• Intermédia: Subdividida por duas linhas verticais em 
substância intermédia central e laterais. As 
substâncias cinzentas laterais são localizadas apenas 
nos segmentos torácicos e lombares, e estão 
relacionadas ao SNA. 
• Coluna posterior: Ápice, pescoço e base voltada 
para substância cinzenta intermédia. Está presente 
por toda extensão da medula. 
→ Substância Gelatinosa: É o ápice, possui uma 
organização complexa e recebe fibras sensitivas, 
as quais entram pelo sulco lateral posterior, 
sendo considerado o portão da dor. É composta 
por células neuroglias e pequenos neurônios. 
→ Núcleo torácico: Encontra-se presente na região 
torácica e lombar alta e está relacionado com a 
propriocepção inconsciente. Contém neurônios 
de projeção cujos axônios vão até o cerebelo. 
 
 
 
 
 SUBSTÂNCIA BRANCA 
• Conjunto de fibras nervosas mielínicas, organizadas 
formando tractos e fascículos, e neuroglia. 
 
SUBDIVISÃO 
• Funículos anteriores; 
• Funículos laterais; 
• Funículos posteriores. 
 
 
VIAS DESCENDENTES 
• Formadas por fibras originárias do córtex cerebral ou 
de áreas do tronco encefálico, que fazem sinapses 
com neurônio medulares. 
• Podem se conectar com neurônio pré-ganglionares 
do SNA (vias descendentes viscerais) ou com 
neurônios da coluna posterior, participando a 
regulação dos impulsos sensoriais no SNC. 
• A parte mais importante é a que se conecta direta ou 
indiretamente com neurônios motores somáticos, 
compondo as vias motores descendentes somáticas, 
formando as vias piramidais e vias extrapiramidais. 
LÂMINAS DE REXED 
A substância cinzenta foi estudada e dividida por 
Rexed em lâminas numeradas de I a X. 
• I a IV temos a área receptora das fibras 
exteroceptivas (sensitivas); 
• V a VI a área de informações proprioceptivas; 
• VII a X área de informações motoras. 
 
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VIAS PIRAMIDAIS 
• Tracto corticoespinal anterior: Também 
denominado como anterior piramidal direto. Se 
localiza no funículo anterior e costume ter a medula 
torácica média como o local de seu término. 
• Tracto corticoespinal lateral: É denominado de 
piramidal cruzado, localizado no funículo lateral. 
• Originam-se no giro pré-central do lobo frontal e 
conduzem impulsos aos neurônios das colunas 
anteriores. 
→ Toda área do nosso corpo que tem uma 
representatividade motora, possui uma área de 
representação no giro pré-central. O tamanho da 
sua área equivale a sua importância mortora. 
• Até o bulbo formam um tracto só, chamado de 
córticoespinal. 
• Na parte inferior do bulbo, fibras do tracto córtico 
espinal direito cruzam para o lado esquerdo e fibras 
do tracto córtico espinal esquerdo cruzam para o 
lado direito. É um cruzamento obliquo, chamado 
de decussação das pirâmides. 
• Na decussação das pirâmides, cerca de 75 a 90% de 
suas fibras cruzam para o lado oposto, enquanto de 
10 a 25% permanecem do mesmo lado originando 
os dois tractos. O tracto cruzado é o córtico espinal 
lateral e o tracto direto é o córtico espinal anterior. 
 
 
VIAS EXTRAPIRAMIDAIS 
• Tecto-espinal (olivo-espinal): Originado do tecto 
do mesencéfalo (colículos superiores). 
• Vestíbulo-espinal: Originado dos núcleos 
vestibulares (área vestibular do IV ventrículo). 
• Rubro-espinal: Originado do núcleo rubro 
(mesencéfalo). 
• Retículo-espinal: Formação reticular (regiões de 
órgãos do tronco encefálico). 
• São importantes na manutenção do equilíbrio e 
postura, podendo em alguns casos controlar a 
motricidade voluntária de algumas áreas. 
 
 
 
VIAS ASCENDENTES 
• Suas fibras penetram pelos sulcos laterais 
posteriores trazendo impulsos sensitivos de várias 
regiões do corpo. 
• As fibras das raízes dorsais ao penetrarem na 
substância cinzenta podem seguir os seguintes 
trajetos: 
→ Sinapse com neurônios nas colunas anteriores; 
→ Sinapse com neurônios internunciais; 
→ Sinapse com neurônios cordonais de 
associação (permanece na medula); 
→ Sinapse com neurônios pré-ganglionares do 
SNA; 
→ Sinapse com neurônios cordonais de projeção 
(outros órgãos do SNC). 
• São ramos ascendentesde fibras da raiz dorsal, 
formando o fascículo do funículo posterior ou 
axônios de neurônios cordonais de projeção 
situados na coluna posterior. 
 
 
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• Funículo posterior: Entre o sulco mediano posterior 
e o sulco lateral posterior. Possui um fascículo 
medial, chamado de Grácil, e um lateral chamado de 
Cuneiforme, os quais encontram-se separados pelo 
septo intermédio posterior. Ambos terminam em 
regiões do bulbo, denominadas núcleo cuneiforme e 
núcleo grácil. 
→ Fascículo Cuneiforme: Lateral, composto por 
raízes torácicas altas e cervicais. 
→ Fascículo Grácil: Medial, composto por fibras 
que penetram a medula pelas raízes coccígea, 
sacrais, lombares e torácicas baixas. 
→ Ações: Propriocepção consciente (sentido de 
posição e movimento – cinestesia); tato epicrítico 
(discriminativo); sensibilidade vibratória e 
estereognosia (tato grosseiro). 
• Funículo anterior: Localiza-se o tracto espino-
talâmico anterior. 
→ Tracto Espino-talâmico Anterior: Se inicia na 
medula e termina no tálamo. É constituído por 
neurônios cordonais de projeção, estes axônios 
cruzam o plano mediano fletindo-se 
cranialmente e constituindo este tracto, sendo 
assim uma via cruzada. 
→ Ação: Condução do impulso de tato protopático 
(trato grosseiro) e pressão. 
• Funículo lateral: Composto pelos tracto espino-
talâmico lateral, espino-cerebelar anterior e o 
espino-cerebelar 
→ Tracto Espino-talâmico Lateral: Constituído por 
neurônios cordonais de projeção situados na 
coluna posterior, os quais cruzam o plano 
mediano na comissura branca, conduzindo 
informações de temperatura e dor, terminando 
no tálamo. 
→ Tracto Espino-cerebelar Anterior e Posterior: 
Constituídos por neurônios cordonais de 
projeção, os quais chegam ao cerebelo pelo 
mesmo lado ou pelo oposto, conduzindo 
impulsos de propriocepção inconscientes. 
 
 VASCULARIZAÇÃO 
• Ricamente vascularizadas por 3 artérias principais e 
várias secundárias. As artérias espinais estão 
dispostas longitudinalmente por toda medula. 
• Artéria espinal anterior: Tronco único formado 
pela confluência de 2 ramos recorrentes da artéria 
vertebral (ramos da primeira porção da artéria 
subclávia, são ascendentes pelos canais transversos 
dos processos transversos das vertebras, emitem 
ramos descendente). Dispõe-se superficialmente ao 
longo da fissura mediana anterior até o cone 
medular. Emite as artérias sulcais que penetram o 
tecido nervoso perpendicularmente pelo fundo da 
fissura mediana anterior. Irrigam as colunas 
anteriores e os funículos anteriores e laterais da 
medula. 
• Artérias espinais posteriores: Emergem da artéria 
vertebral correspondente, dirigem-se dorsalmente 
contornando o bulbo. Percorrem longitudinalmente 
a medula medialmente às radículas das raízes 
dorsais dos nervos espinhais. Irrigam as colunas 
posteriores e os funículos posteriores da medula. 
• Artérias radiculares: Derivam dos ramos espinais 
das artérias segmentares do pescoço e do tronco 
(tireóideas inferiores, intercostais, lombares e 
sacrais). Penetram nos forames intervertebrais com 
os nervos espinais. Originam as artérias radiculares 
anteriores e posteriores que acompanham as raízes 
correspondentes dos nervos espinais. As artérias 
radiculares anteriores anastomosam-se com a 
espinal anterior e as posteriores com as espinais 
posteriores. Por serem muito pequenas, pouco 
contribuem para a irrigação efetiva da medula. 
 
 
 
 LESÕES MOTORAS E SENSITIVAS 
ALTERAÇÕES DA MOTRICIDADE 
• Podem estar relacionadas a alterações da 
motricidade voluntária, do tônus ou dos reflexos. 
• Tônus: Estado de relativa tensão em que se encontra 
um músculo normal em repouso. 
→ Hipertônico; 
→ Hipotônico; 
→ Atônico. 
• Reflexos: 
→ Hiperreflexia; 
→ Hiporreflexia; 
→ Arreflexia. 
 
TIPOS DE PARALISIA 
• Flácidas: Paralisias com hiporreflexia e hipotonia, 
consequência de lesões dos neurônios motores da 
coluna anterior. São consideradas Síndromes dos 
Neurônios Motores Inferiores ou Periféricos. 
• Espáticas: Paralisia com hiperreflexia ou hipertonia, 
devido a lesões nas áreas motoras do córtex cerebral 
ou das vias motoras descendentes (tracto 
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corticoespinais). São consideradas Síndromes do 
Neurônio Motor Superior ou Central. 
 
ALTERAÇÕES DE SENSIBILIDADE 
• Anestesia: Supressão de uma ou mais modalidades 
sensitivas; 
• Hipoestesia: Diminuição da sensibilidade; 
• Hiperestesia: Aumento da sensibilidade; 
• Parestesia: Aparecimento espontâneo de sensações 
mal definidas como o formigamento da área 
corporal; 
• Algias: Qualquer tipo de dor. 
 
LESÕES MEDULARES 
• Coluna Anteriores: Ocasiona uma Síndrome do 
Neurônio Motor Inferior no território muscular 
correspondente à área medular comprometida 
(paralisias com hiporreflexia e hipotonia). 
→ Ex: Poliomelite. 
• Tabes Dorsalis: Comprometimento de raízes dorsais 
de fibras que compõem os fascículos Grácil e 
Cuneiforme. Produzem perda de propriocepção 
consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e 
estereognosia. 
• Hemissecção Medular: Síndrome Brown-Séquard, 
os sintomas aparecem abaixo do nível da lesão com 
manifestações homolaterais ou heterolaterais, 
dependendo de as vias cruzarem ou não na região 
medular. 
→ Sintomas homolaterais: 
▪ Paralisia espástica e aparecimento do Sinal de 
Babinski (secção do tracto corticoespinal 
lateral). 
▪ Perda de propriocepção consciente, tato 
epicrítico, estereognosia e sensibilidade 
(secção dos fascículos do funículo posterior). 
→ Sintomas heterolaterais: 
▪ Perda de sensibilidade térmica e dolorosa a 
partir de um ou dois somitos abaixo da lesão 
(secção do tracto espino-talâmico lateral). 
▪ Diminuição do tato protopático e pressão 
(secção do tracto espino-talâmico anterior).

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