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Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Neuroplasticidade: Capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional. Adaptação de circuitos e funções: Memória Aprendizado Lesões neuronais/axiais Objetivo: adaptação a lesões ou situações novas do dia a dia. Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Organização do Neurônio: Corpo ou Soma: Dendritos: Relacionado à Input (entrada de informações) Axonio: Relacionado à Output (saída de informações) Quando você pega o axônio e corta o mesmo, temos a presença dos microtúbulos. Vocês conhecem o potencial de ação como sendo uma neurotransmissão aferente ou eferente. Mas é muito importante salientar que os microtúbulos podem conduzir informações contra o sentido natural do neurônio. Ou seja, se o neurônio é eferente, ele pode chegar no final e receber uma informação e, por microtúbulos, essa informação pode ser devolvida ao Soma. Mais para frente veremos a importância do microtúbulo para a plasticidade. Histologia do Neurônio: Temos as células da Glia abaixo Oligodendrócitos: Produtoras de Mielina no SNC. Células Ependimárias: Produtoras de Líquor, que impermeabilizam os ventrículos cerebrais. Células de Schwann: Produtoras de Mielina no SNP. Micróglia: Função fagocítica e sinalização para que macrofágos migrem e atravessem a barreira hematoencefálica e ajudem na limpeza do sistema nervoso. Astrócitos: Sustentação aos neurônios, fazem parte da barreira hematoencefálica e absorvem nutrientes que vão para outras células da glia inclusive. Embriogênese: Indução: diferenciação da ectoderma Proliferação Migração Agregação (partes funcionais) Diferenciação (NT e conexões) Axônios e sinaptogênese Morte neural (apoptose) e refinamento sináptico Inibição do desenvolvimento A neuroplasticidade funciona a partir de forças naturais do sistema nervoso em prol do crescimento e outros processos relacionados com a inibição desse processo. Então, temos aqui, essas duas forças atuando como uma briga a medida com que os anos vão passando. A inibição de fatores de crescimento neuronal vão tornando o cérebro cada vez menos plástico. Fatores Neurotróficos: Rita Montalcini e Victor Hambúrguer Fator neutrófico: NGF (fator de crescimento neuronal) BDNF (Brain Derived) Neutrofinas GDNF (Glia Derived) Estes são fatores que juntos estimulam o crescimento neuronal Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Fator Neutrófico (FNT): Produzido na função muscular Internalizado no terminal do axônio Transporte retrógrado por microtúbulos Modificação do Soma Aqui vem a importancia dos microtúbulos. Quando dispomos o músculo à uma atividade repetitiva, ou seja, você vai aprender a tocar piano. Acaba que este é um movimento muito complexo, pois não é só motor, você precisa saber as notas, saber o lúdico, ter atenção musical e etc. Mas, simplificando para entendermos o raciocínio, um exercício muscular repetitivo assim como jogar tênis ou futebol na medida que você repete e o músculo funciona com um movimento ele produz o fator neurotrófico da função neurotrófico da função muscular. E no terminal do axônio, ou seja, onde ele termina jogando acetilcolina na fenda sináptica e é lá que o fator neurotrófico é internalizado. Ou seja, ele sai do músculo, cai na fenda, da fenda volta, vai para dentro do neurônio e é transportado retrógramente até o Soma, até o corpo neuronal através desses microtúbulos. E aí o fator neurotrófico modifica o corpo neuronal com organelas e sínteses completamente diferentes, uma função modificada do Soma. Neuroplasticidae: Lesão neuronal: cicatrização feita por neurônios da glia (áreas de gliose) - Morte celular - Neurônio viável - Regeneração possível Curiosidade: O arsenal biológico diz até onde o seu cérebro é capaz de chegar. Talvez essa questão seja uma resposta em prol do Dom que a pessoa tem de exercer alguma coisa, por exemplo, jogar futebol como o Messi. O seu cérebro tem uma aptidão, quem determina isso é a neuroplasticidade e os estímulos. Portando, não é quanto mais se treina as pessoas conseguem chegar, há o estímulo e a questão biológica daquele cérebro. Embriogênese SNC: Especificidade neuronal: isso por si é inibitório Programas genéticos: apoptose e neuronios que se conectam mais ou menos que também podem limitar a neuroplasticidade Fatores epigenéticos: muito estudado no autismo, pois há a questão genética mas parece que há uma importância epigenética muito grande. Ou seja, como fatores do ambiente podem modificar o funcionamento do DNA e da sua expressão através de proteínas. Neuroplasticidade: pode se dar em 4 níveis: Axônica Sináptica Dendrítica Somática Axônica periférica: Corpo neuronal (soma) viável Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Degeneração do coto distal a lesão Proliferação das células de Schwann E mielina estimulando o crescimento do axônio do coto proximal Pode ou não encontrar seu alvo Muito mais facilitada a nível periférico do que a nível central. Se você corta o neurônio e a parte distal fica degenerada ou começa a degenerar, ao degenerar o coto distal ele prolifera/sintetiza proteínas e sinalizadores para o corpo proximal iniciar um crescimento e tentar encontrar esse coto distal. Nas lesões de nervos periféricos, muito frequentemente de plexo, hoje é quase que uma especialidade cirúrgica que é a reconstituição do SNP. Ou seja, suturar nervos, reconstruir plexos é um estimulo muito grande. Então, você une os tubos e aí o neurônio aumenta a chance de regenerar/crescer e encontrar o coto distal. Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Brotamento Regenerativo: Perda do neurônio pós sináptico Um neurônio pré sináptico pode crescer inervando o pós sináptico do outro. Brotamento Colateral: Neurônios vizinhos emitem brotos e encontram o coto distal do neurônio lesado - pré sináptico Perda do neurônio pré sináptico e aí, o que resta, passa inervar/fazer-sinápse com o neurônio que ficou órfão do neurônio pré sináptico. Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Axônica Central: Corpo neuronal (soma) viável Coto proximal depende de sinalização do coto distal Coto distal degenera lentamente Oligodendrócitos produzem a mielina Astrócitos (fibrosos e protoplasmaticos) Regulação iônica Pés vasculares (BHE) Absorvem neurotransmissores Trabalham a "cicatrização" (gliose) impedindo a regeneração Quando temos uma lesão os astrócitos entram cicatrizando muito mais rápido do que a velocidade de crescimento do coto proximal. Por isso que a neuroplasticidade é muito mais complexa a nível central do que periférica. Basta analisar o desafio que é pacientes com lesões medulares. É um prognóstico completamente diferente de pacientes que fazem lesão de nervo periférico. Não há cirurgia com que se faça unir cotos de neurônio central. Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF No córtex: Neurônios vizinhos assumem a função da aferência perdida. Ex: amputação Ou seja, o cérebro é plástico. Outras áreas podem assumir funções e o paciente se reabilitar. Ou seja, quando o paciente faz a barba ou passa a mão no rosto por exemplo, ele tem a percepção de que tá se encostando no braço que ele perdeu. Neuroplasticidade do Soma Neurogênese no adulto: Camada celular em contato com ventrículos cerebrais: -LCR -Camada granular do hipocampo Estímulo cognitivo Atividade física Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Os neurônios se proliferam no adulto estimulados pelo líquor. Portanto, quanto mais Mediais em contato o Ventrículo Cerebral maior a capacidade daquele neurônio se renovar. Aí entra a importância do Hipocampo. O hipocampo é a nossa área da memória, ela está em contato com o ventrículo lateral (dito novideo, fiquei em duvida de lateral com cerebral) a todo o tempo. Ela é banhada por líquor. Então a nossa memória é fruto de uma renovação de clones neuronais estimuladas pelo líquor. Neuroplasticidade Denrítica: -Terminal (ponta dos galhos) - Sistema de memória Neuroplasticidade dendrítica está relacionada com a memória. Ela é muito mais distal (pontas dos galhos). Neuroplasticidade Sináptica: Habituação (Kandell) Sensibilização Recuperação de eficácia sináptica Hipereficácia sináptica Hipersensibilização de denervação -Parkinson Recrutamento de sinapses latente Kandell fez um experimento com lesmas. Na habituação a lesma tinha agressão e ela reagia, porém a medida que esse estímulo ia se mantendo e ela percebia que não era um estímulo nocivo ela parava de reagir. Por outro lado, o mais importante está na questão da sensibilização que é muito comum na questão da enxaqueca que é uma neuroplasticidade sináptica, é que ele dava um estímulo inocente e inóculo e em seguida dava um estímulo doloroso. Então, a lesma reagia soltando uma tinta. Só que chegava a um determinado estágio do experimento que Kandell parava de dar o estímulo doloroso e dava somente o inóculo, e aí a lesma reagia mesmo não sendo um estímulo doloroso. Ou seja, ela sensibilizou aquela via. Recuperação da eficacia sináptica é quando você tem um edema cerebral e, aí aquele edema cede e o neurônio volta a funcionar. Hipereficácia sináptica é quando você tem dois neurônios chegando numa via, você perde 1 e o que restou fica hipereficaz para dar conta do recado. Ex: paciente com paralisia infantil (poliomielite), com potenciais grande, quando um neurônio assume a função do outro e aí ele ganha função motora durante um tempo por conta dessa hipereficácia de um dos neurônios. Hipersensibilização de denervação, muito comum em Parkinson, é quando você tem 2 neurônios chegando numa sinapse de um 3º neurônio e aí você tem a degeneração desses neurônios, no caso do Parkinson, dopaminérgicos. Esse neurônio pré sináptico que era para receber 2 neurônios e passa a receber 1 só, o neurônio pós sináptico aumenta o número de receptores e, o pouco de neurotransmissores que esse 2º (que restou) fabrica da conta de se ligar a mais regiões. Isso explica o por que de alguns pacientes ficarem assintomáticos, quando se trata do Parkinson, até perder 70% da via. Aula 1 Neuroanatomia/Neurofisiologia Humberto Azzi 3P - Medicina FCMS/JF Lesão: Localização Extensão e gravidade Forma de instalação Etiologia (causa) O prognóstico é depende desses fatores. Indivíduo: Idade Repertório (reserva) Ambiente de estímulo (se é muito ou pouco estimulado) Genética Tratamento: Intervenção precoce Tratamento correto Aspectos psíquicos e emocionais O tratamento correto, por exemplo, a questão da fisioterapia do paciente com AVC com objetivo de promover estímulo neurotrófico, que sobe para os microtúbulos e muda a função neuronal. E, sem duvida nenhuma, aspectos psíquicos e emocionais dos pacientes. Os pacientes que entram no tratamento estimulados, convictos e empenhados têm mais neuroplasticidade aumentando sua condição de melhorar seu quadro. É uma diferença imensa, você tem obviamente questões emocionais e psíquicas que facilitam a reabilitação. É muito instintivo a gente ver isso no nosso dia a dia.
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