Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clara Miotto Cárie dentária: Doença açúcar-biofilme-dependente que leva a um desequilíbrio mineral entre o fluido do biofilme e consequentemente a perda de mineral dos dentes. É necessária a presença de açúcar e biofilme para ocorrer o desequilíbrio e ocasionar a carie. Doença complexa e multifatorial, que envolve os fatores de risco genético, ambientais e comportamentais. Fatores essenciais: Hospedeiro susceptível, microbiota(necessária) e dieta cariogênica (determinante) Fatores modificadores: Saliva, flúor, higiene bucal, tempo, fatores ambientais (acesso à água fluoretada) e componentes genéticos. Microorganismos específicos: - Cariogênicos • Steptococcus mutans: invasor primário (inicia a lesão de cárie); • Lactobacilos casei: atinge cavidades já existentes (sulcos e fissuras); • Actinomyces: cárie radicular de progressão lenta. CÁRIE MICRORGANISMOS ESPECÍFICOS HOSPEDEIRO (dente) DIETA (açúcar) TEMPO DIAGNÓSTICO DE CÁRIE Clara Miotto - “Amigos” • Steptococcus do grupo oralis, sanguinis e mitis. Desequilíbrio do processo dinâmico entre períodos de DES e REmineralização → Cárie. É um processo contínuo na cavidade oral. • Desmineralização: perda de minerais do dente quando há a queda do pH em presença da placa e liberação de cálcio e fosfato para o meio. • Remineralização: Na presença de flúor, há uma remineralização (diminui o pH crítico de desmineralização do esmalte). Reposição dos minerais perdidos quando há a neutralização do pH ácido na presença de flúor e voltam para estrutura dentária. Quando o processo de DES é maior que a RE (perda maior que o ganho de minerais), tem-se o início da lesão de cárie. A cárie não é mais considerada uma doença transmissível, pois, os microrganismos envolvidos são habitantes comuns da boca de todas as pessoas, eles vivem em equilíbrio entre eles. Contudo quando há um alto consumo de açúcar, há um desesquilibrio na comunidade microbiana porque os MO cariogênicos vão produzir muitos ácidos e levar à morte do MO “amigos” por não sobreviverem em meio ácido, assim havendo a seleção de MO cariogênicos. Ou seja, o grande vilão no processo de desenvolvimento de cárie não é o mutans, é o açúcar. Portanto, o controle da ingestão de açúcar é necessário. CONSUMO DE AÇÚCAR DESEQUILÍBRIO NA COMUNIDADE MICROBIANA SELEÇÃO DE MICRORGANISMOS CARIOGÊNICOS FATORES NECESSÁRIOS - Acúmulo de bactérias sobre as superfícies dentárias. FATORES DETERMINANTES - O acúmulo de bacterias em exposição à açúcares da dieta varias vezes ao dia e por vários dias. Clara Miotto O acúmulo de bactérias sobre as superfícies dentárias é o fator necessário para o desenvolvimento de lesões de cárie nos dentes, mas não é suficiente, sendo necessário sua exposição à açucares da dieta várias vezes ao dia, por vários dias para que as lesões sejam visíveis. Portanto, a Cárie é uma doença biofilme dependente: Depende de uma dieta rica em carboidratos, que leva ao crescimento microbiano e consequentemente à diminuição do pH, desmineralizando a estrutura dentária. Lesão: Sinal da doença, significa que a lesão já está ocorrendo ou já ocorreu. Como detectar a cárie? O que suar? Está ativa ou não? Definição de diagnóstico: Conhecimento ou determinação de uma doença pelos seus sintomas e sinais, mediante uso de exames diversos (clínicos ‘primordial e se sobrepõe aos demais exames’, radiográficos, laboratoriais). Mudança de paradigma: Antes a filosofia era baseada em odontologia operatória/cirúrgica, que tratava a cavidade e não a doença cárie. A atual filosofia é a odontologia preventiva. Tratar a doença como um todo, e não apenas suas consequências. Caracteristicas clínicas das lesões de cárie: - Quanto à quantidade de tecido envolvido 1. Pré-clínica (microscópica): Não visível a olho nu; 2. Clínica: carie incipiente/ cárie de esmalte; 3. Cavitaria (cavitadas os cárie oculta): já chegou em dentina; 4. De grande destruição. FERRAMENTAS P/ DIAGNÓSTICO ANAMNESE EXAME FÍSICO EXMAES COMPLEMENTARES Clara Miotto Cárie incipiente (Mancha branca) Macha branca: • Ativa: rugosa e opaca (secar o dente antes para visualizar e diferenciar da paralisada) • Paralisada: lisa e brilhante Outros tipos de mancha branca: • Hipoplasia do esmalte: Alterações originadas em consequência de injurias na formação do esmalte, podendo ser sistêmicas (flúor, tetraciclina, infecções sistêmicas virais ou bacterianas, desnutrição, alterações metabólicas) ou locais (traumas mecânicos) - Defeito na quantidade de esmalte: Hipoplasia - Defeito na qualidade de esmalte: Hipomineralização • Diagnóstico diferencial: Hipoplasia local (formas variadas e definidas (qualquer região dos dentes), esmalte quebradiço. Local (um dente só- dente que foi afetado pela injúria) • Fluorose: Tipo de hipoplasia do esmalte ocasionada pela ingestão crônica e excessiva de flúor durante o período de formação dentária, principalmente durante os primeiros 5 anos de vida. Varia de grau 1 (leve) ao 5 (grave). É uma hipoplasia sistêmica. Caracteristicas: dentes homólogos afetados, estrias as redor de cúspides e bordas incisais, cor opaca branco giz ou marrom, esmalte poroso. Fase cavitaria (cavitadas ou cárie oculta) Quando houve a evolução da cárie incipiente e começa atingir a dentina. Esmalte sem suporte de dentina fratura. Na carie oculta: • O esmalte se remineraliza; • A inspeção visual é dificultada; • Há a progressão da lesão em dentina; e • É possível identificar através de exame radiográfico. - Quanto à localização 1. Cárie de sulcos, fóssulas e fissuras (classe I); 2. Carie de superfície lisa (classe II, classe III, IV e V; 3. Carie de superfície radicular (classe II e V). Clara Miotto Cárie de sulcos fóssulas e fissuras: Maior prevalência das lesões de cárie nas superfícies oclusais (maior retenção de placa), está presente na palatina de dentes antero- superiores (região de cíngulo), oclusal de molares e pré-molares, vestibular dos molares onde há o sulco vestibular. Maior progressão em profundidade do que em extensão, pois segue a direção dos prismas dentinários. Cárie de superfície lisa: Menor progressão em profundidade do que em extensão (mais ampla do que profunda) Cárie de superfície radicular: Mais comum em idosos devido a exposição pela recessão gengival. Superfície radicular é mais rugosa que a superfície de esmalte. Apresentam baixo fluxo salivar, diminuição da destreza manual e dificuldade de higienização. Quanto ao desenvolvimento 1. Primária: se origina no dente pela primeira vez; 2. Secundária: ocorre nas margens da restauração (ao redor). Sinônimos: cárie recorrente ou recidivante. Quanto à progressão 1. Cárie ativa: Aguda ou crônica (paciente com alto risco e atividade de cárie – doença em evolução) 2. Estacionária ou inativa (paciente com baixo risco de cárie – doença paralisada). ATIVIDADE DE CÁRIE X RISCO DE CÁRIE • Atividade ou incidência de cárie – Velocidade com que a dentição é destruída pela cárie. Pode ser alta sem nenhuma lesão cariosa registrada. É necessário um período para lesão cariosa ocorrer, ou seja, é difícil visualizar quando está muito no início. Clara Miotto • Risco de cárie – Descreve até que ponto uma pessoa, em determinada época, corre o risco de desenvolver lesões cariosas. Classificado em alto ou baixo risco. (Avaliação baseada na história do paciente, no estado atual e nos exames complementares). 1. CÁRIE ATIVA a) Cárie ativa aguda: Caracteriza-se pela evolução rápida, coloração amarelo-clara, úmida e de consistência amolecida (altamente desmineralizada). O paciente geralmente refere a sensibilidade dolorosa. Geralmente há uma mancha branca (halo) ativa nas margens da avaliaçãob) Cárie ativa crônica: caracteriza-se pela evolução lenta e coloração que varia do marrom-claro ao preto. Apresenta consistência firme, borrachoide e de remoção mais difícil em relação à cárie aguda. O paciente geralmente não acusa sintomatologia dolorosa. As margens são bem definidas e não apresenta mancha branca nas margens da cavitação. *** Quando se encontra endurecida, não é mais cárie e sim, dentina reacionária. CÁRIE ATIVA EVOLUÇÃO COLORAÇÃO DA DENTINA CONSISTÊNCIA SINTOMA MANCHA BRANCA AGUDA Rápida Amarelo claro Amolecida Dor Presença CRÔNICA Lenta Amarelo escuro Consistente Não dói Ausência 2. ESTACIONÁRIA OU INATIVA • Caracterizada por apresentar superfície dura e coloração pigmentada. • Reestabelecimento do equilíbrio do processo de DES e REmineralização (doença foi paralisada – sequela/cicatriz). Conseguiu paralisar essa lesão através do controle do biofilme e da dieta (consumo de açúcar). • É importante avaliar a atividade e o risco de cárie do paciente. • Solicitar diário de dieta – Descrição detalhada do que se ingeriu (inclusive medicamentos), hora e porções, durante 5-7 dias; Clara Miotto Análise da saliva (fluxo salivar, capacidade tampão, viscosidade). EXAME CLÍNICO • Profilaxia (observar antes de há placa sobre o dente ou sobre a lesão – geralmente é porque está ativa); • Bom espelho; • Iluminação; • Secagem (diferenciar se a mancha branca está ativa ou paralisada). ➔ CAMPO SECO, LIMPO E BEM ILUMINADO. O que procurar? • Quantidade de restaurações presentes e as margens dessas restaurações; • Controle de placa/sangramento (observar se há sangramento): Acúmulo de placa devido higiene ineficiente (inflamação gengival); • Dentes em infra-oclusão (mais susceptível a desenvolver cárie): Dentes parcialmente irrompidos “mudar a posição da escova”); • Respirador bucal; • Presença de lesões cariosas; • Aspecto das lesões. Inspeção visual: Observar cor, textura, localização (superfície lisa ou oclusal) • Dentes úmidos pela saliva; • Após leve jato de ar; • Após secagem prolongada. Observar: • Cor da lesão; • Textura (mesmo secando, se continuar úmida, suspeito que a lesão está ativa); • Localização (superfície lisa ou oclusal). Exame tátil: Não há diferenças estaticamente significativas entre exame visual realizado com ou sem o auxílio de sonda. Sonda exploradora Clara Miotto • Sem exercer muita pressão. Não muito indicada hoje em dia. • Desencadeia a formação de cavidades (transfere microrganismos cariogenicos de uma superfície infectada para outra não infectada). • Retenção: Caracteristicas da sonda – sonda de ponta aguda ou romba, pressão leve, morfologia da superfície. • A visualização direta nem sempre é possível. Lesões interproximais: inspeção através de fio dental, separação interdental temporária com borracha ortodôntica (48hrs). Visualização com aumentos: fotografias, lupas, análise na tela do computador. Exame radiográfico (complementar) • Radiografias interproximais • Radiografias periapicais - Investigar o envolvimento dentinário - Cuidado com a sobreposição de estruturas, esmalte vestibular e lingual (dificulta diagnóstico) Radiografia Bitewing Vantagens: • Documentação permanente; • Permite o acompanhamento de evolução da cárie; • Facilidade de técnica. Desvantagens: • Radiação; • Distorção da imagem; • Sebreposição de estrutura. Tipos: Convencional e digital. Na digital o tempo de exposição é menor, pode haver manipulação da imagem e permite a subtração da imagem. DIAGNÓSTICO X DETECÇÃO O detector de cárie ideal deveria capturar o processo contínuo de cárie desde os estágios iniciais até o sinal clínico (mancha branca ou cavitação). Fatores de risco • Perfil socio-econômico-cultural; • Dieta (frequencia e tipo); Clara Miotto • Hábitos parafuncionais; • Estilo de vida; • Higiene oral; • Fluxo salivar; • Exposição ao flúor. Presença de lesões • Mancha branca - Placa bacteriana (se tiver é ativa); - Sangramento gengival; - Opacidade da mancha (opaca é ativa); - Distância da gengiva; - Sítios localizados ou generalizados? • Microcavidades - Retenção de placa (se tem é ativa) - Profundidade; - Mancha branca ao redor? - Pigmentação azul acizentada? • Sulcos pigmentados - Retenção de placa; - Profundidade; - Bordas: mancha branca? (se tem, não é sulco pigmentado); - Pigmentação escura; - Aspecto azul acizentado abaixo? • Cavitação - Retenção de placa; - Profundidade; - Bordas: mancha branca? - Consistência do tecido (pode utilizar sonda – se tiver mais cortiça ou endurecido, pode estar paralisada). Objetivo do tratamento restaurador: (em relação à oclusão) • Reconstruir anatomia oclusal perdida • Obter restaurações em harmonia com o sistema estomatognático FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO EM DENTÍSTICA Clara Miotto Oclusão: Relacionamento estático e dinâmico das superfícies oclusais dos dentes em harmonia com as demais estruturas do sistema estomatognático. “Relação dos dentes ocluídos em posição estática e dinâmica”. Posições • Relação cêntrica (RC); • Máxima intercuspidação habitual (MIH); • Relação de oclusão cêntrica (ORC); • Dimensão vertical de repouso (DVR); • Dimensão vertical de oclusão (DVO); • Espaço funcional livre (EFL). MIH (MAXÍMA INTERCUSPIDAÇÃO HABITUAL) • Posição mais fechada entre a mandíbula e a maxila estando os dentes em seu maior engrenamento. • Depende de contatos oclusais. • É uma posição guiada pelos dentes. Estabilidade oclusal mantida pelos dentes. RC (RELAÇÃO CÊNTRICA) • Independe de contatos oclusais. Posição guiada pelos côndilos. Não é determinada por dentes, mas pela cavidade articular (ATM). Os côndilos ficam mais superior e anterior na cavidade articular. • Praticamente imutável. • É quando não tem estabilidade oclusal. ORC (OCLUSÃO DE RELAÇÃO CÊNTRICA) • RC = MIH MOVIMENTOS LATERALIDADE TRABALHO DESOCLUSÃO PELO CANINO DESOCLUSÃO EM GRUPO BALANCEIO PROTRUSÃO GUIA ANTERIOR Clara Miotto • É quando a relação cêntrica (RC) coincide com a máxima intercuspidação habitual (MIH). • Não existe contato prematura quando é manipulado em RC e MIH. DIMENSÃO VERTICAL (DVR e DVO) • Distância entre pontos localizados na parte superior e inferior da face do paciente. • Distância do mento à base no nariz. • DVR: Dimensão vertical de repouso → mantida pelo tônus muscular e ligamentos. Paciente relaxado, sem fechar os dentes. • DVO: Dimensão vertical de oclusão → mantida pelos dentes em oclusão. ESPAÇO FUNCIONAL LIVRE EFL = DVR - DVO 3mm = 5cm - DVO Confortável → faz a DVR e diminui 3mm (EFL) e então teremos o DVO do paciente. • Para verificar invasão desse espaço, realiza-se testes fonéticos com sons sibilantes; • Palavras com S, F • Se houver contato dentário, indica invasão do EFL MOVIMENTOS Lateralidade • Desoclusão pelo canino: é quando joga a mandíbula para o lado e desoclui canino contra canino. Realiza desoclusão dos posteriores tanto do lado de trabalho como o de balanceio “Fisiologicamente mais correta”. • Desoclusão em grupo (função em grupo): Conjunto de dentes de molar até canino tocam-se simultaneamente desocluindo o lado de balanceio. A medida que o movimento aumenta, vai Clara Miotto desocluindo também o lado de trabalho. É um deslize com menor proteção dos dentes posteriores porque fica mais tempo em contato no movimento. Protrusão • É quando joga o queixo para frente, a mandíbula vai para região anterior desocluindo os dentes posteriores. • Guia anterior: à medida que vai deslizando os inferiores na região paliativa dos superiores, vai desocluir os dentes posteriores, até chegar na posição topo a topo. POSICIONAMENTODOS DENTES • Os dentes ficam posicionados no espaço neutro (EFL): Os dentes ficam em posição de repouso, de estabilidade com a língua, lábios e bochechas. • Estabilizados por forças musculares, contato proximal e contato oclusal. • Qualquer desequilíbrio pode levar a movimentação dentária. • Contato com o antagonista e com dentes adjacentes (mantém os dentes em posição). • Plano oclusal: Plano traçado entre bordas incisais dos anteriores e pontas de cúspide. PLANO OCLUSAL: Plano traçado entre as pontas incisais dos dentes anteriores, passando pelas pontas de cúspides dos posteriores. É curvo. O plano oclusaç pode ser observado através de visão axial (de lado) e podemos visualizar um plano oclusal que passa de anterior para posterior – Curva de Spee. E quando é observado em visão frontal, de um lado ao outro, é visualizado um plano oclusal curvo – Curva de Wilson – Faz essa curva porque os dentes superiores são ligeiramente vestibularizados e os inferiores ligeiramente linguarizados. SUPERFÍCIE OCLUSAL: A superfície oclusal dos dentes é composta por cúspides, reentrâncias e sulcos. • Mesa oclusal: quando demarca ponta de cúspide dos dentes e traça uma linha por vestibular e lingual, o que está no meio disso é a mesa oclusal. Todos os contatos de uma restauração devem estar direcionados na região oclusal. Vertentes internas e externas. Clara Miotto RELACIONAMENTO DENTÁRIO ENTRE ARCADAS: A arcada superior é ligeiramente maior em relação a inferior. Dentes superiores ligeiramente vestibularizados e inferiores ligeiramente linguarizados, para abraçar a arcada a inferior. O contrário disso, o paciente possui mordida cruzada. RELAÇÃO VESTIBULO-LINGUAL Correta → superiores vestibularizados em relação aos inferiores Incorreta → mordida cruzada (inferiores mais vestibularizados que os superiores) Dentes superiores: Cúspide de contenção cêntrica → lingual dos superiores Dentes inferiores: Cúspide de contenção cêntrica → vestibular dos inferiores • Cúspides cêntricas: Responsáveis pela sustentação da dimensão vertical de oclusão. Contato importante durante a mastigação, pois contactam vertentes internas e externas. São amplas e arredondadas. (VIPS- vestibular do interior, palatina do superior) • Cúspides Não-Cêntricas: servem para direcionar o bolo alimentar durante o movimento. Pequeno significado funcional, pois contactam em pequena porção das vertentes internas. Ajuda a manter a estabilidade à mandíbula. São pontiagudas (só auxiliam no movimento mastigatório). Minimiza o impacto no tecido e ajuda a manter o bolo alimentar na mesa oclusal. Clara Miotto RELAÇÃO OCLUSAL ENTRE DENTES SUPERIORES Classificação de Angle: • Classe I: 1º molar inferior localizado ligeiramente mesial em relação ao 1º molar superior. “Padrão normal”. • Classe II: 1º inferior localizado distal em relação ao posicionamento do 1º molar superior em classe I. “Dentuça – retrognata” • Classe III: 1º molar inferior localizado mesial em relação ao posicionamento de 1º molar superior em classe I. “Prognata” RELAÇÃO OCLUSAL ENTRE OS DENTES ANTERIORES • Inferiores ocluem na fossa palatina dos superiores; • Ocluem a mais ou menos 4mm das bordas incisais dos superiores; • Com contato leve ou podem não apresentar contatos; • Dentes ligeiramente vestibularizados; • Ajudam a guiar os movimentos mandibulares. Antes de se realizar qualquer procedimento restaurador é importante avaliar quais dentes são utilizados nos movimentos a fim de se mantê- los. INTERFERÊNCIA OCLUSAL Clara Miotto São contatos que produzem: • Desvios durante o fechamento para a posição de MIH ou ORC • Impedem o suave deslize mandibular nos movimentos laterais e protrusivos Também chamado de contato prematuro Pode ser: • Interferência fisiológica: não promove alterações nas estruturas do sistema estomatognático. Ex.: quando muda de MIH para RC que dá o contato prematuro. • Interferência patológica: Quando altera estruturas do sistema estomatognático. Geralmente quando tem contato prematuro, o ligamento periodontal fica espesso. Situações: • Contato que desvia a mandíbula de RC para MIH; • Contato prematuro sem desvio; • Contato prematuro em lateralidade; • Contato prematuro em protrusão. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS DE UM CONTATO PATOGÊNICO • Sindrome da dor e disfunção miofascial (dor na ATM, na musculatura); • Bruxismo; • Mobilidade dentária; • Migração patológica dental; • Diastemas em expansão; • Facetas de desgaste; • Fratura de raízes, coroas e restaurações; • Reabsorção radicular; • Pulpite; • Necrose pulpar. OCLUSÃO IDEAL • ORC (Qunado RC = MIH); • Maior número de contatos posteriores de forma homogênea e simultânea; • Contato leve nos dentes anteriores; Clara Miotto • Forças dirigidas ao longo do eixo do dente; • Guia canina; • Guia anterior; • Adequada DVO. APLICAÇÃO CLÍNICA DOS PRINCÍPIOS OCLUSAIS EM DENTÍSTICA Antes da restauração: • Observar e tentar imitar anatomia oclusal; • Verificar contatos prematuros (RC e guias). Fazer memorização de contatos oclusais; • Sendo o contato patogênico → ajuste oclusal; • Sendo o contato fisiológico → sem ajuste oclusal; • Demarcar contatos em RC e MIH e procurar fugir deles durante o preparo. Obs.: O carbono tem dois lados, um pra MIH e o outro para movimentos de lateralidade. Os pontos devem coincidir. Após a restauração: • Verificar se os contatos em RC e MIH continuam os mesmos; • Consultar os movimentos (trabalho e balanceios); • Evitar estabelecer contato na interface dente/restauração; • Sei se tem interferência oclusal? O que riscou da MIH pro ponto da lateralidade é a interferência. • 1º ajustar em MIH • 2º ajustar nos movimentos de trabalho e balanceio • Fazer isso para verificar se houve interferência nos movimentos de lateralidade Ajuste em lateralidade • Só deve ser realizado após ajuste em RC e MIH; • Utilizar um lado da fita para demarcação de contatos cêntricos (RC e MIH); • Inverter o lado da fita e realizar movimentos laterais; • Onde houver coincidência das fitas, não desgastar (onde marcou só com vermelho, tem que desgastar) Clara Miotto • O contato fora da coincidência equivale a contrato prematuro e deve ser desgastado; • Usar tiras de poliéster no lado contralateral.
Compartilhar