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Bruna Oliveira - 144 
FARMACODERMIAS 
• Qualquer efeito indesejável na estrutura ou na função 
da pele, dos anexos cutâneos ou mucosas causada 
por medicamentos. 
• 2% são graves 
• Erupções exantematosas e urticariformes são as 
mais comuns. 
Patogênese 
• A conversão de drogas em produtos quimicamente 
reativos é um pré-requisito para muitas RAD 
idiossincráticas. 
• O processo de detoxificação da droga é realizada em 
duas fases: 
1. Oxidação, redução ou hidrólise (citocromo p450) 
2. Conjugação (glutatione S-transferase, N-acetil-
transferase) 
• Paciente que tiver problemas nos órgãos que 
detoxificam e excretam (fígado, rim) tem mais 
probabilidade de desenvolver uma farmacodermia. 
• O metabolismo das drogas pode levar a formação de 
metabólitos reativos instáveis, e se houver desequilíbrio 
na taxa de formação e detoxificação, tais substâncias 
se ligarão a macromoléculas das células, levando a: 
✓ Morte celular; 
✓ Mutações por interações com ac. Nucleicos; 
✓ Formação de haptenos (menor unidade capaz 
de causar uma reação imunológica) 
• Principais: Ampicilina, Penicilina G, cefalosporina 
• Sulfas dão muitas reações 
 
 
• Mecanismos imunológicos são imprevisíveis e os não 
imunológicos são, as vezes, previsíveis. As 
idiossincráticas são IMPREVISÍVEIS e não tem uma 
justificativa. 
• Classificação de Gell e Coombs classifica os 
mecanismos imunológicos em 4 tipos. 
 
Características clínicas 
• Anamnese: perguntar se tomou algum remédio 
(estabelecer etiologia e cronologia). Maioria não 
aparece logo após tomar, demora 7 a 21d do início do 
medicamento. A reexposição diminui esse tempo. 
• Mais comuns: 
1. Exantema induzido por drogas 45 a 75% 
2. Urticária / Angioedema 20 – 25% 
3. Eritema pigmentar fixo 10% 
4. Eritema multiforme (polimorfo) 5-6% 
5. Outras erupções < 5% 
 
 
• Descobrir que tipo de lesão surgiu primeiro, se 
acometeu mucosa, onde começou e se espalhou, se 
houve reação sistêmica etc 
Rash / Erupção Exantemática 
• Mais comum 
• Hipersensibilidade IV ou I 
• Classicamente a erupção começa em 7 a 14d do inicio 
da droga, mas a reexposição diminui esse tempo. 
• Maior incidência: penicilina, sulfas, cefalosporinas, 
anticonvulsivantes 
• Máculas eritematosas, simétricas em tronco e MMSS, 
tornando-se confluentes. Podem ser morbiliformes. 
• Tende a poupar mucosas, palmas e plantas (sinal de 
menos gravidade). 
• Placas irregulares e polimorfas. 
• Prurido e febre baixa podem estar presentes. 
• Desaparece espontaneamente em 1 a 2s. 
• Diagnósticos Diferenciais: VIROSES (pensar nos outros 
sintomas associados: mialgia, astenia, odinofagia...). 
• Eosinofilia favorecem hipótese medicamentosa 
(adultos – drogas ; Crianças – viral) 
 Bruna Oliveira - 144 
• Tratamento: interrupção da droga, suporte e CE tópico 
/ anti-histamínico (prurido). 
Urticária, Angioedema e anafilaxia 
• Placas inchadas (aspecto de casca de laranja) que 
mudam de lugar sem deixar manchas. Vão clareando 
pelo centro. Muito pruriginosas. 
• IgE mediada – prescrição de 
anti-histamínico 
• Urtica – acomete derme 
superficial (suspende o 
medicamento) 
• Angioedema – mais profundo, 
acomete o subcutâneo (boca, 
olhos, GLOTE) (faz uma terapia 
com corticoide ou adrenalina) 
• Anafilaxia 
• Diversas causas que podem 
não ser o medicamento, tipo 
infecções, corantes, comidas 
etc 
Fototoxicidade 
• Reações comuns e previsíveis. 
• Interação de RUV e metabólitos do fármaco na pele – 
formação de espécies reativas de oxigênio. 
• Aparência de queimadura solar exagerada. 
• Limitada as áreas 
expostas, seguidas 
de 
hiperpigmentação. 
• Tetraciclinas, AINEs, 
fluoroquinolonas, 
ainda amiodarona, 
psoralenos e 
fenotiazinas 
• Descontinuar ou 
reduzir a dose do 
agente, reduzir a 
exposição solar. 
Fotoalergia 
• Hipersensibildade de base celular a um alérgeno 
ativado ou produzido pelo efeito RUV sobre um 
medicamentoso ou metabólico. 
• Idiossincráticas 
• São de natureza mais crônicas 
• Pode aparecer em qualquer parte do corpo 
• Bastante pruriginosa 
• Tiazídicos, antibióticos, sulfonamidas, antidepressivos 
tricíclicos, antimaláricos e AINES 
• Tratamento: suspensão da droga; Corticoesteróides 
tópicos e protetores solares. 
Vasculite 
• Púrpura palpável 
• Vasculite leucocitoclástica: 
pequenos vasos 
• Medicamentos (10%) 
• Deflagrada pelo depósito de 
imunocomplexos em vênulas pós-
capilares, normalmente em MMII 
(gravidade) 
• Geralmente sem acometimento 
sistêmico. 
• Penicilinas, AINEs, cefalosporinas, PTU, tiazídicos, 
furosemida, alopurinol, fenitoína, fluoroquinolonas, 
agentes biológicos 
• Tratamento: Afastar drogas e corticoestereoide se 
envolvimento sistêmico significativo 
PEGA – Pustulose Exantemática 
Generalizada Aguda 
• Erupção medicamentosa febril aguda. 
• Numerosas pequenas pústulas estéreis, não 
foliculares, que 
surgem em 
grandes áreas 
de eritema 
edematoso. 
• PUS = NEUTRÓFILO 
(não é sinônimo 
de infecção 
bacteriana). 
• Início rápido: 3 a 
7d. 
• Mais de 90% 
induzidos por 
medicações. 
• ATBs são os principais envolvidos (beta-lactâmicos, 
macrolídeos), bloqueadores dos canais de Ca, 
antimaláricos, paracetamol. 
• Tratamento: remoção da droga (trocar a classe), 
antipiréticos, CE sistêmico (grave). 
Erupções Acneiformes 
• Halogenoderma: 
✓ Bromoderma (brometo de ipratropio) 
✓ Iododerma (iodeto de potássio, amiodarona, 
expectorantes, contrastes iodados) 
✓ Fluoroderma (dentifrícios) 
• Reações acneiformes 
• CE tópicos ou sistêmicos 
• Casos graves – ciclosporinas 
Erupção fixa por medicamentos 
• Início 1-2s nas 24h subsequentes 
• Eritema pigmentar fixo 
• Uma ou mais placas eritematosas e edematosas 
arredondadas, nitidamente demarcadas, ás vezes com 
tonalidade acinzentada ou violácea, bolha central ou 
epiderme destacada 
• Qualquer parte do corpo, como lábios, face, mãos, pés 
e genitália 
• As lesões desaparecem deixando pigmentação pós-
inflamatória. 
• Sulfonamidas, AINEs, barbitúricos, tetraciclinas, 
carbamazepinas, SMX-TMP, dipirona, acetaminofeno. 
• Não necessita de tratamento, exceto suspensão da 
droga. 
 Bruna Oliveira - 144 
Reação a Drogas com Eosinofilia e 
Sintomas Sistêmicos (DRESS) 
• 2 a 6s após início da medicação (mais comum 4s). 
• Pode ser chamada “Síndrome Sulfona” caso seja 
causada por sulfas. 
• Febre (85%) e erupção cutânea (75%). 
• Erupção mobiliforme, torna-se edematosa, com 
acentuação folicular (vesículas, bolhas, pústulas). 
• Face, parte superior do tronco e membros. 
• Sintomas sistêmicos: linfonodomegalias, artralgia, 
hepatite, nefrite, miocardite, pneumonite. 
• Eosinofilia + linfocitose atípica + elevação de enzimas 
hepáticas (esses dois últimos não são obrigatórios). 
• Pedir USG abominal 
(hepatomegalia), Rx 
de tórax, 
eletrocardiograma, 
enzimas hepáticas. 
• Necessita de 
internamento e 
corticoterapia 
sistêmica (quadro 
de inflamação 
generalizdaa). 
Espectro Eritema Multiforme – SSJ - 
NET 
Eritema Multiforme 
• Mais comum em adulto jovem. 
• H > M 
• Manifestação mucocutânea de uma reação 
imunológica direcionada à pele que ocorre normalmente 
no estabelecimento de uma infecção. 
• 2 formas: minor e major. 
• Comum na infecção por herpes e por medicamentos e 
doenças sistêmicas 
• Características clínicas: 
✓ LESÃO EM ALVO < 3cm, forma arredondada, 
regular, pelo menos 3 zonas distintas (em íris). 
✓ Distribuição preferencial em extremidade e 
face. 
✓ Envolvimento 
mucoso intenso 
(vesicobolhosas) e 
sintomas sistêmicos na 
forma maior (febre, 
astenia, artralgias, 
artrite). 
✓ Início abrupto 
em 24 a 72h. 
✓ Prurido e 
ardência 
✓ Cada lesão dura 6-7d e o episódio dura 2s 
✓ Recorrem (HSV) 
✓ Alvo atípico: pode estar migrando para 
síndrome de steve jonhson. 
• Tratamento: 
1. Fase aguda: 
✓ Antissépticos, anti-histamínicos, 
anestésicos; 
✓ Se HSV for precipitante – terapia 
específica; 
✓ Casos brancos: anti-histamínicos 3 a 4d; 
✓ Casos graves: corticoide sistêmico (0,5 – 1 
mg/kg/dia)2. Tratamento profilático da doença recorrente: HSV 
– tratamento supressivo (6m de aciclovir 400 a 
1000 mg/dia) 
Síndrome de Stevens-Johnson e Necrólise Epidérmica 
Tóxica 
• Reações raras, potencialmente fatais, sensibilidade 
microcutânea, eritema e esfoliação intensa. 
• Pródromos com sintomas de VAS, febre e pele 
dolorosa. 
• Rash escalartiniforme. 
• SSJ: desprendimento epidérmico < 10%; Sobreposição 
SSJ-NET 10 a 30%; NET > 30% 
• AINEs, ATB (aminopenicilinas, cefalosporinas, quinolonas, 
tetraciclinas), antiepiléticos. 
• Mortalidade de 1 a 5% para SSJ e 25 – 30% para NET. 
• Prognóstico depende da identificação e suspensão do 
mecicamento. 
• Iniciais: febre, ardor ocular, odinofagia (precedendo 1 -
3d). 
• Iniciam-se no tronco, espalhando-se para pescoço, 
face e parte próximas de MMSS. 
• 2 ou mais mucosas acometidas > 90% 
• Máculas eritemato-acizentadas ou purpúricas de 
formas irregulares, com tendência a coalescer. 
• Nikolsky + 
• Pode haver bolhas 
flácidas 
• Avaliar extensão 
da necrólise – 
fator 
prognóstico 
principal 
• As medições 
devem incluir a 
epiderme 
destacada e destacável, mas não as puramente 
eritematosas. 
 
 
• As cicatrização das áreas destacadas pela 
reepitelização começa em alguns dias e completa-se 
em 3s. 
• Tratamento: 
✓ Remoção do medicamento causador; 
✓ Cuidado das feridas; 
✓ Hidratação (considerar como um grande 
queimado) – avaliar pela urina; 
✓ Suporte nutricional (nutrição parenteral se 
lesões extensas e dolorosas em cav. Oral ou 
esofágica); 
✓ Evitar manipulação; 
✓ Prevenção de ulcera de estresse com IBP e 
prevenção de eventos trombóticos; 
 Bruna Oliveira - 144 
✓ Gaze vaselina em áreas de desnudamento, 
curativos de silicone, curativos não aderentes; 
✓ Pomada antibiótica oftálmica, colírio 
antibiótico; 
✓ ATB tópico em orifícios (reduzir proliferação 
bacteriana); 
✓ Se maceração anogenital ou interdigital – sol 
nitrato de prata 0,5%. 
✓ NÃO usar ATB profilaticamente, apenas se a 
infecção se instalar. 
✓ Não há consenso sobre corticoterapia e não 
deve-se usar 48h após o início do quadro 
(compromete cicatrização e contribui para um 
estado de imunossupressão). 
✓ Plasmaferese em casos isolados; 
✓ Imunossupressõres: sem estudos 
✓ Infliximab (imunomodulador): sucesso em 
alguns casos; 
✓ Imunoglobulinas IV reduzem mortalidade. 
 
 
 
 
Referência: Aula de Jéssica Guido 2020.1 
 
Em pacientes com farmacodermia, evitar ao máximo 
administrar mais medicamentos. O ATB sistêmico vai 
ser feito apenas se houver uma infecção deflagrada.

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