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Sumário 1- IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS MANUAIS 3 2- CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS 6 3- SEQUÊNCIA DOS INSTRUMENTOS 7 4- INSTRUMENTAIS PARA EXAME CLÍNICO 8 5- INSTRUMENTOS MANUAIS DE CORTE E INSTRUMENTOS RESTAURADORES 10 6- INSTRUMENTAIS PARA PROCEDIMENTOS DIVERSOS E CONTROLE DE UMIDADE 13 7- PEÇAS DE MÃO DENTAIS E ACESSÓRIOS 19 7.1. EVOLUÇÃO DOS INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS 19 7.2. PEÇAS DE MÃO DENTAIS 20 8- INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS DE CORTE 23 8.1 BROCAS DENTAIS 24 8.2 INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS DIAMANTADOS 26 8.3 INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS DE ACABAMENTO 26 8.4 INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS ABRASIVOS 27 8.5 INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS DE USO LABORATORIAL 28 8.6 INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS ESPECÍFICOS PARA AS DIVERSAS ESPECIALIDADES 29 8.6.1 Brocas cirúrgicas 29 8.6.2 Brocas usadas em endodontia 29 9- EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS DE USO DIVERSO 30 9.1 MICROMOTORES 30 9.2 ULTRASSOM 30 9.3 NEGATOSCÓPIO 31 9.4 ASPIRADOR CIRÚRGICO PORTÁTIL 31 9.5 SELADORAS 31 10- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS PARA PERIODONTIA 32 11- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE DENTÍSTICA (RESTAURAÇÃO) 36 12- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE ENDODONTIA 42 12.1.1 Anestesia e Controle da Dor 42 12.1.2 Isolamento e Desinfecção do Campo Operatório 42 12.1.3 Preparo de Acesso 42 12.1.4 Debridamento e Modelagem do Canal 42 1 Curso Técnico em Saúde Bucal 12.1.5 Obturação 43 13- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE ORTODONTIA 45 14- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS PARA CIRURGIA ORAL BÁSICA 48 15- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS PARA PRÓTESE DENTÁRIA 52 16- MATERIAIS ODONTOLÓGICOS UTILIZADOS NAS DIVERSAS ESPECIALIDADES DA ODONTOLOGIA 54 17- SUBSTÂNCIAS EVIDENCIADORAS DE PLACA BACTERIANA 61 18- PASTAS PROFILÁTICAS E FLÚOR 64 2 Curso Técnico em Saúde Bucal 1- IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS MANUAIS Atualmente, uma grande variedade de instrumentos dentários é utilizada em odontologia. Neste capítulo, serão descritos o desenho e a finalidade dos instrumentos dentários mais frequentemente utilizados pelos dentistas em procedimentos gerais de restauração. Os fabricantes de materiais odontológicos produzem grande variedade de instrumentos com o propósito de atender às preferências pessoais dos dentistas. À medida que estes instrumentos forem apresentados, neste capítulo, o estudante aprenderá que cada um deles é designado para uma área dental específica, para um tipo específico de material e para as necessidades específicas do dentista. Cada tipo de instrumento dentário tem um propósito específico em um procedimento dentário. O conhecimento de cada instrumento é responsabilidade do assistente odontológico ao preparar a bandeja a ser usada em um procedimento. O assistente colocará os instrumentos na bandeja numa precisa ordem de uso e espera-se deste auxiliar que só retire desta ordem o instrumento solicitado para entregá-lo ao dentista. Os instrumentos são feitos de aço inoxidável, aço carbono, plástico ou de metal especializado. Por suportarem uso constante, eles devem ser capazes de resistir a procedimentos de esterilização. A identificação dos instrumentos é feita pelo seu número, desenho ou pela formula dos instrumentos de Black. 3 Curso Técnico em Saúde Bucal Número dos Instrumentos O fabricante de instrumentos dentários designa um número para a maioria dos instrumentos. Este número obedece a uma representação universal para cada instrumento. O dentista costuma referir-se a alicates ou fórceps somente pelos números e não pelos nomes. Ao estudar os instrumentos acessórios, como alicates ortodônticos e fórceps cirúrgicos, é vantajoso aprender o número e o nome. Desenho dos Instrumentos Os instrumentos manuais são projetados com três partes específicas: cabo ou empunhadura, haste e ponta funcional. Cabo A porção do cabo do instrumento é a parte que o operador segura diretamente. Os cabos costumam ser manufaturados em vários formatos e tamanhos: alguns são redondos e outros são hexagonais. Eles podem ser lisos ou estriados para proporcionar uma pegada mais firme. Os instrumentos atuais são projetados para ter um cabo com circunferência maior, bem como com um acolchoamento, os quais proporcionam uma pegada mais firme. Como se pode ver em instrumentos destinados à escrita, os modernos acolchoamentos proporcionam ao operador um maior controle do instrumento, causam menos fadiga aos dedos e músculos da mão. Haste 4 Curso Técnico em Saúde Bucal A haste é a parte onde o cabo se prende à ponta funcional do instrumento. As curvas ou os ângulos da haste são projetados para que os instrumentos possam alcançar áreas dentais específicas. Por exemplo, instrumentos utilizados em um pequeno espaço interproximal apresentam mais angulações em suas hastes, enquanto instrumentos utilizados nas superfícies dentárias vestibulares ou linguais apresentam uma haste reta. A grossura e a resistência da haste comandam a quantidade de pressão que pode ser aplicada ao instrumento sem quebrá-lo. Ponta Funcional A ponta funcional de um instrumento refere-se à parte que apresenta uma função específica. Esta parte final pode ter uma ponta aguda, uma lâmina ou uma ponta cega. Se esta parte final for cega, sua área de atuação pode ser lisa ou em forma serrilhada. Os instrumentos manuais podem ter ponta simples ou ponta dupla. Os instrumentos de ponta dupla apresentam uma haste com pontas funcionais em ambos os lados da haste. Muitas vezes, os instrumentos de ponta dupla são imagens espelhadas (ângulos inversos) umas das outras, o que permite uma adaptação a todas as superfícies do dente. Tais instrumentos são referidos como instrumentos de esquerda e de direita. Fórmula dos Instrumentos de Black G. V. Black desempenhou um papel significativo no desenvolvimento de muitos dos aspectos da odontologia praticada atualmente. Ele esquematizou uma fórmula que descreve as angulações e as dimensões das pontas funcionais de um instrumento manual. Os instrumentos manuais de corte e os instrumentos de descamação apresentam três grupos de números que identificam a largura da lâmina, seu comprimento e seu ângulo. 5 Curso Técnico em Saúde Bucal 2- CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS Os instrumentos usados em procedimentos de restauração dentária são classificados em quatro categorias: para exames, de manuais cortantes, restauradores e acessórios. Ao adquirir o conhecimento dos instrumentos pela sua classificação, ficará mais fácil memorizar seus nomes, usos e as sequências usadas em diferentes procedimentos: • Os instrumentos para exames permitem ao operador examinar com segurança o estado de saúde da cavidade oral. • Os instrumentos manuais cortantes permitem ao operador remover manualmente as lesões de cárie, alisar, retocar e preparar a estrutura de um dente para sua restauração final. • Os instrumentos restauradores permitem ao operador “restaurar” um dente ao colocar, calcar e esculpir um material dentário na anatomia original da estrutura do dente. • Os instrumentos acessórios são vários instrumentos e itens utilizados para completar os procedimentos. Abaixo temos imagem de um instrumento de cada grupo, porém no próximo capítulo estudaremos todos os instrumentais de cada grupo detalhadamente. 6 Curso Técnico em Saúde Bucal 7 Curso Técnico em Saúde Bucal 3- SEQUÊNCIA DOS INSTRUMENTOS Uma bandeja para procedimentos é preparada da esquerda para a direita. Sua sequência é baseada em como os instrumentos serão transferidos e usados no decorrer do procedimento dentário. Não se esqueça de que o assistente usa a mão esquerda ao transferir os instrumentos. Portanto, os instrumentos usados mais frequentemente deveriam ser colocados mais perto do dentista para uma pronta disponibilidade. Novamente, o arranjo básico será o primeiro a ser colocado na bandeja, seguido pelos instrumentos adicionais destinados ao exame, depois pelos instrumentos manuais cortantes e, finalmente, pelos instrumentos restauradores. Quaisquer itens acessórios serão acrescentados à bandeja ou colocados de maneira organizadae sequencial Composição de bandeja mostrando a sequência apropriada dos instrumentos. 1, Instrumentos para exames. 2, Instrumentos manuais de corte. 3, Instrumentos restauradores. 4, Instrumentos acessórios. 8 Curso Técnico em Saúde Bucal 4- INSTRUMENTAIS PARA EXAME CLÍNICO Os instrumentos destinados aos exames costumam ser os mais utilizados da bandeja. Eles podem ser usados em procedimentos que vão desde a verificação de um problema específico, um exame oral geral, a avaliação de um dente restaurado. Abaixo imagens de cada instrumental e sua função. Instrumentos para exames. (De Boyd LRB: Dental Instruments: a pocket guide, ed 4,St Louis, 2012, Saunders.) O espelho oral, o explorador e as pinças de algodão devem ser colocados na bandeja para todos os procedimentos. Estes instrumentos são referidos como instrumentos básicos. 9 Curso Técnico em Saúde Bucal Quando a bandeja for preparada da esquerda para a direita, o espelho oral, o explorador e as pinças de algodão serão os três primeiros instrumentos colocados. O espelho e o explorador devem ser transferidos simultaneamente, usando-se as duas mãos. É melhor posicionar na bandeja o explorador em primeiro lugar e o espelho em segundo lugar. Esta acomodação previne o cruzamento das duas mãos ao transferir os dois instrumentos para o dentista. 10 Curso Técnico em Saúde Bucal 5- INSTRUMENTOS MANUAIS DE CORTE E INSTRUMENTOS RESTAURADORES Os instrumentos manuais de corte representam o próximo grupo de instrumentos colocados na organização da bandeja após os instrumentos para exames orais. Estes instrumentos capacitam o dentista a remover estruturas dentais cariadas, alisar paredes cavitárias e preparar o assoalho, o bisel ou as ranhuras de retenção para manter o material de reparação dentro do dente. Os dentistas terão uma preferência específica quanto aos instrumentos que desejam incluir nesta seção. Eles usarão uma combinação de instrumentos rotatórios e de instrumentos manuais de corte que podem se revezar durante um procedimento 11 Curso Técnico em Saúde Bucal 12 Curso Técnico em Saúde Bucal Os instrumentos restauradores são utilizados basicamente para colocar, condensar/calcar e esculpir os materiais de restauração dental até que reflitam a anatomia normal do dente. A maioria dos dentistas utiliza estes instrumentos em uma sequência específica. Os instrumentos selecionados para o conjunto da bandeja variam com as preferências de cada um. Abaixo os principais instrumentos restauradores e suas funções. 13 Curso Técnico em Saúde Bucal 14 Curso Técnico em Saúde Bucal 6- INSTRUMENTAIS PARA PROCEDIMENTOS DIVERSOS E CONTROLE DE UMIDADE Os itens acessórios não fazem parte necessariamente dos instrumentos básicos da bandeja, podem ser retirados do armário ou do estojo para serem usados em qualquer procedimento. Lembre-se que ao utilizar itens adicionais em um procedimento, as diretrizes de controle de infecção relativas à desinfecção ou à esterilização do item devem ser seguidas antes de guardá-los no armário. Abaixo alguns dos instrumentais utilizados de forma acessória em procedimentos restauradores e em isolamento absoluto. Quando estiver dando assistência em um procedimento odontológico, uma das responsabilidades do auxiliar de saúde bucal é manter o controle de umidade. O auxiliar 15 Curso Técnico em Saúde Bucal mantém o campo operatório livre de excesso de água, saliva, sangue, fragmentos de dentes e excesso de materiais dentários. Sistemas de Aspiração Oral O termo aspiração oral descreve o processo de remoção do excesso de fluidos e detritos da boca. O uso de um aspirador completa este processo antes, durante e após o procedimento odontológico. Os dois tipos de aspiradores mais usados em procedimentos odontológicos são o sugador de saliva e o aspirador de grandes volumes de saliva (HVE). O sugador de saliva é um pequeno aspirador oral em forma de canudo, que é usado durante procedimentos dentais menos invasivos. A função principal do sugador de saliva é remover líquidos da boca; ele não é poderoso o suficiente para remover os resíduos sólidos. Indicações para usar o sugador de saliva incluem: • Procedimentos preventivos, como profilaxia, aplicação de selante e tratamentos com flúor • Controle da saliva e da umidade acumuladas debaixo do lençol de borracha • Cimentação de coroas e próteses fixas • Procedimentos de colagem ortodôntica O sugador de saliva é feito de material plástico macio, em formato de tubo, que pode ser conformado, facilitando o posicionamento na cavidade oral. O sugador pode ajudar durante os procedimentos (1) em varreduras repetidas na boca para remover fluidos, ou (2) pelo posicionamento da ponta de sucção na boca durante o procedimento. Para posicionar o sugador de saliva em uma posição estável, dobre o tubo no formato de bengala. Este formato permite que o sugador de saliva seja posicionado debaixo da língua, onde a maioria do fluido se acumula. Assim que inserir o sugador de saliva, posicione um rolete de algodão, que funciona como uma proteção, para que os tecidos da mucosa não sejam traumatizados. Quando posicionar o sugador de saliva em um procedimento, posicione no lado oposto ao qual o dentista está trabalhando a fim de reduzir o número de itens no campo operatório. 16 Curso Técnico em Saúde Bucal O HVE é usado para remover saliva, sangue, água e detritos durante um procedimento dentário. O sistema HVE, também chamado de aspirador oral, funciona com um princípio de vácuo semelhante ao de um aspirador doméstico. Ele é capaz sugar água e detritos por causa do grande volume de ar que se movimenta dentro da mangueira a vácuo em baixa pressão para criar uma forte sucção. O HVE possui três propósitos principais: • Manter a boca sem saliva, sangue, água e detritos. • Afastar a língua e a bochecha para fora do campo operatório. • Reduzir o aerossol bacteriológico causado pela velocidade da caneta rotatória. As pontas de sucção do sistema HVE têm diferentes formatos para acomodação para diferentes tipos de procedimentos. Pontas de sucção para operações são grandes em circunferência e desenhadas com uma forma reta ou com um leve ângulo que se encontra no meio da cânula. Cada abertura tem um chanfrado (possui um ângulo na superfície que se encontra com outro ângulo) na ponta de trabalho para que a ponta seja posicionada em uma área paralela para melhor sucção. Em sua maioria, as pontas de HVE são feitas com um plástico resistente, as quais são descartadas após um único uso, ou feitas de aço inoxidável, que devem ser esterilizadas antes de serem reutilizadas. Pontas de sucção cirúrgicas são muito menores em circunferência. Esse desenho é fundamental para o posicionamento dentro do campo cirúrgico, que normalmente possui tamanho e visibilidade mais limitados. A preocupação em um procedimento cirúrgico é remover sangue, tecidos e detritos mais do que uma grande quantidade de água e fluidos. As pontas são feitas de aço inoxidável e são parte da montagem dos instrumentos. 17 Curso Técnico em Saúde Bucal Pontas HVE Pontas cirúrgicas Segurando o Aspirador O HVE pode ser segurado na forma digitopalmar ou como caneta (Fig. 20-5). Qualquer um dos métodos fornece ao auxiliar o controle da ponta, o que é necessário para o conforto e a segurança do paciente. Posicionando o Aspirador Dependendo da resistência do tecido a ser retraído na área que será tratada, você pode alternar as formas de posicionamento da ponta aspiradora. Quando um dentista destro for auxiliado, o assistente deve segurar o aspirador com a mão direita. Quando o dentista for canhoto, o auxiliar deve segurar o aspirador com a mão esquerda. A mão que não está segurando o sugador fica livre para usar a seringa ar-água ou ajudar na transferência de instrumentos que o dentista necessita. 18 Curso Técnico em Saúde Bucal Como ASB ou TSB, você necessita compreender sua função de posicionar e operar o sistema de aspiração oral. A cronometragem quandoo aspirador for usado, quando o HVE é posicionado e quando o sistema de sucção é retirado da boca é muito importante para que a execução do procedimento seja efetiva e eficiente. Instruções específicas para o posicionamento do HVE incluem o seguinte: • Posicione o aspirador antes de o dentista posicionar a peça de mão e o espelho bucal. • Posicione a ponta de sucção na superfície do dente a ser operado, mais próximo a você. • Posicione o bizel da ponta de sucção de maneira que fique paralelo à superfície do dente. • Mantenha a borda da ponta de sucção, mesmo com ou ligeiramente para além da superfície oclusal ou incisal. Isolamento do campo operatório Além do correto posicionamento do sugador, o controle de umidade na cavidade oral é feito através do isolamento do campo operatório, que pode ser relativo ou absoluto. A função do isolamento do campo operatório é: ● Controlar a umidade durante os procedimentos clínicos. Esta umidade pode ser proveniente, por exemplo, dos fluidos do sulco gengival, saliva e sangramento gengival; ● Retração e acesso. Os detalhes dos procedimentos restauradores são dificilmente controlados se não houver uma retração gengival apropriada e um afastamento das estruturas presentes na cavidade bucal que permita o acesso ao tratamento; ● Proteção do paciente e operador. No caso do paciente, o isolamento pode evitar danos acidentais aos tecidos moles da cavidade bucal, a aspiração de pequenos instrumentos ou produtos provenientes dos procedimentos restauradores além de diminuir a contaminação. Esta última característica é também favorável ao profissional O isolamento relativo é o mais simples e o mais utilizado, especialmente em serviços públicos. Este tipo de isolamento deve ser utilizado principalmente quando houver 19 Curso Técnico em Saúde Bucal impraticabilidade do uso do isolamento absoluto. Além disso, também pode ser empregado em procedimentos de curta duração como exame clínico, aplicação tópica de flúor, polimento dental e aplicação de selante; bem como moldagens, realização de restaurações provisórias e cimentação de provisórios. Os materiais utilizados neste tipo de isolamento são: Rolos de algodão; Gaze; Cânula para aspiração; Prendedor de rolo de algodão; Afastador; Pinça; Sonda e Espelho. O isolamento absoluto é um meio intrabucal utilizado para isolar um ou mais dentes, proporcionando campo operatório limpo, seco e ideal, possibilitando a visibilidade máxima da área ser tratada, protegendo os lábios, a língua e as bochechas do paciente e eliminando a presença de umidade. Para isso, são utilizados os seguintes itens: Dique de borracha; Arco porta-dique; Perfurador de borracha; Pinça porta-grampos e Grampos. 20 Curso Técnico em Saúde Bucal 7- PEÇAS DE MÃO DENTAIS E ACESSÓRIOS Se você compreende o conceito de ferramenta elétrica doméstica, em que uma broca é usada para delinear ou finalizar um pedaço de madeira, então você compreenderá a utilização das peças de mão dentais e sua inserção em instrumentos rotatórios. Rotação é a parte ou um dispositivo que rotaciona ao redor de um eixo. Quando acoplados à peça de mão específica, os instrumentos rotatórios operam em diferentes velocidades para se adequarem a várias funções: corte, polimento e acabamento de estruturas dentárias no processo de restauração. 7.1. Evolução dos Instrumentos Rotatórios Os instrumentos rotatórios foram introduzidos na odontologia em 1940 para complementar o uso de instrumentos manuais em procedimentos de corte, acabamento e polimento na dentística operatória. Um significativo avanço no design e na criação de instrumentos rotatórios de uso odontológico foi a adição da eletricidade como fonte de energia para tais instrumentos. A primeira peça de mão dental era operada por uma longa correia que percorria uma série de roldanas e voltava para o motor, continuamente movimentando os instrumentos rotatórios acoplados. De 1940 a 1950, o desenvolvimento das brocas diamantadas e a invenção das brocas de carboneto de tungstênio melhoraram significativamente a maneira pela qual os dentistas poderiam cortar e remover estruturas duras do dente. Estudos adicionais sobre as brocas diamantadas e de carboneto de tungstênio mostraram que esses materiais funcionam melhor em velocidades mais rápidas. A turbina de alta rotação com refrigeração de água e ar foi introduzida na odontologia em 1950. 21 Curso Técnico em Saúde Bucal 7.2. Peças de Mão Dentais As peças de mão dentais são os instrumentos mais frequentemente utilizados na dentística restauradora. Os tipos mais comuns de peças de mão são a baixa rotação e a alta rotação. O equipo odontológico proporciona a força elétrica necessária à rotação da broca, que completa o efetivo corte ou o polimento de estruturas dentárias e das restaurações. Peça de Mão de Baixa Rotação A peça de mão de baixa rotação, frequentemente referida como peça reta devido ao seu design, é uma das peças de mão mais versáteis usadas pela equipe odontológica. As velocidades disponíveis variam de 10.000 a 30.000 rotações por minuto (rpm). O instrumento rotatório (broca) pode ser posicionado para operar com movimentos para frente e para trás. Para adaptar a peça de mão de baixa rotação aos procedimentos clínicos e laboratoriais, uma variedade de acessórios ou capas, que se encaixam nas peças de mão, pode ser usada. � Peça Reta A peça reta desliza e se adapta à peça de mão de baixa rotação. A peça reta é mais frequentemente utilizada em procedimentos laboratoriais para ajustar próteses em acrílico ou provisórias realizadas fora da boca. � Contra-ângulo O contra-ângulo desliza e se encaixa diretamente na baixa rotação. O ângulo nesta peça é destinado a permitir que o profissional possa ter acesso intraoral com maior adaptação às superfícies dentárias. Esta peça apreende os instrumentos rotatórios do tipo trava, instrumentos endodônticos, taças para profilaxia e mandris. Usos da Peça de Mão de Baixa Rotação: 22 Curso Técnico em Saúde Bucal � Clínico • Remoção de tecido cariado amolecido e refinamento do preparo de uma cavidade • Acabamento e polimento para restaurações • Polimento coronário e remoção de pigmentações • Ajustes em porcelana • Tratamento de canal radicular � Laboratorial • Corte e contorno de coroas provisórias • Corte e alívio de próteses totais e próteses parciais removíveis • Corte e contorno de aparelhos ortodônticos Peça de Mão de Alta Rotação O dentista usa a peça de mão de alta rotação em todos os procedimentos restauradores. Em contraste com a peça de mão de baixa rotação, a de alta rotação não possui peças a serem adaptadas. O único item adicional é o instrumento rotatório (broca). A peça de mão de alta rotação funciona a partir da pressão do ar e atinge a velocidade de 450.000 rpm. O dentista usa a peça de mão de alta rotação para remover uma estrutura dentária doente ou substituir uma restauração deficiente. As modificações finais e o preparo do dente são então realizados com a peça de mão de baixa rotação e com instrumentos manuais. A grande velocidade de uma broca ou pedra acoplada à caneta de alta rotação pode gerar calor friccional no dente, podendo causar dano pulpar. Para proteger a polpa deste dano, as peças de mão de alta rotação são fabricadas com um sistema de irrigação com água, de modo que o dente e a broca recebam constantemente um spray de água enquanto operam. O spray de água também ajuda a 23 Curso Técnico em Saúde Bucal remover resíduos provenientes do preparo cavitário e possibilita uma melhor visualização do campo operatório. As brocas para a peça de mão de alta rotação possuem um sistema de apreensão diferente daquele das brocas para a peça de mão de baixa rotação. As peças de mão de alta rotação funcionam com brocas apreendidas por fricção. Muitos modelos de peças de mão de alta rotação estão disponíveis no mercado e o método de inserção e de remoção das brocas varia de acordo com o fabricante. Independentementedo fabricante, todas as peças de mão de alta rotação utilizam o método de apreensão por fricção para fixar brocas, pedras e dispositivos para polimento. Algumas peças de mão de alta rotação mais antigas exigem o uso de saca-broca. Para outras, com um botão para liberação dos instrumentos rotatórios na cabeça da caneta (push bottom), o saca-broca não é necessário. Usos da Peça de Mão de Alta Rotação: • Remoção da lesão de cárie • Remoção de restaurações antigas ou deficientes • Redução da porção da coroa do dente durante o preparo de uma coroa ou de uma ponte • Preparo de retenções para uma restauração nova • Acabamento e polimento de restaurações • Secção de um dente durante cirurgia 24 Curso Técnico em Saúde Bucal Kit com peças de mão de alta e baixa rotação 8- INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS DE CORTE Os instrumentos rotatórios de corte são acessórios necessários para o uso com uma peça de mão. Centenas de tipos de instrumentos rotatórios estão disponíveis e cada um é designado para um uso específico. Assim como os instrumentos manuais, os dentistas possuem suas preferências e usarão apenas poucos instrumentos rotatórios em muitos procedimentos. Os instrumentos rotatórios têm três partes básicas: haste, pescoço e cabeça (ponta ativa). 25 Curso Técnico em Saúde Bucal Partes da broca e tipos de haste. A, Broca para peça reta (uso laboratorial). B, Tipo trava. C, Presa por fricção. Tipos de Haste A haste de uma broca é a porção que se conecta à peça de mão. O comprimento da haste varia de acordo com a função específica da broca e a peça de mão na qual será conectada. Os instrumentos rotatórios são fabricados em três estilos básicos: 1. Broca para peça reta. Uma haste longa e reta é usada acoplada à peça reta conectada à baixa rotação. Este tipo de haste se fixa por meio de um mecanismo presente na peça reta. 2. Tipo trava. Possui um pequeno encaixe na porção final que se liga mecanicamente ao contra-ângulo conectado à peça de mão de baixa rotação. 3. Presa por fricção. É pequena e lisa e não tem retenções na porção final. A haste é fixada à peça de mão de alta rotação por meio da criação de fricção que prende a haste inteira. Pescoço O pescoço do instrumento rotatório é uma porção estreita que conecta a haste à cabeça. Cabeça A cabeça do instrumento rotatório é a porção que realiza o corte, o polimento ou o acabamento. A cabeça é fabricada em uma grande variedade de tamanhos, formas e materiais. 8.1 Brocas dentais 26 Curso Técnico em Saúde Bucal O termo broca é aplicado a todos os instrumentos rotatórios que possuem uma cabeça que possibilite corte. As lâminas formam as superfícies de corte. As brocas são necessárias na dentística restauradora nos seguintes procedimentos: • Preparo do dente • Remoção da lesão de cárie • Finalização das paredes da cavidade • Finalização das superfícies da restauração • Remoção de restaurações antigas • Finalização dos preparos coronários • Separação de coroas e pontes • Ajuste e correção de restaurações provisórias em resina acrílica As brocas inicialmente eram feitas de aço, mas os dentistas perceberam que a utilização desse tipo de broca se desgastava muito rapidamente quando usadas no esmalte. Desde o final de 1940, materiais de carboneto de tungstênio substituíram o aço para o preparo da cavidade. O carboneto de tungstênio é mais rígido e mais resistente que o aço e permanece afiado por mais tempo. Formatos das Brocas Quando se fala sobre o “formato” de uma broca, você se refere ao contorno ou design da cabeça da mesma. As brocas são fabricadas em uma variedade de formas e cada forma está disponível em diferentes tamanhos. A broca receberá um nome, um número de série relativo ao seu formato e a sua indicação de uso. Os formatos de brocas mais comuns são os seguintes: Esféricas – utilizadas para a remoção de dentina cariada, confecção de retenções e acesso em cavidades de dentes anteriores. Cilíndricas – utilizadas na confecção de paredes circundantes paralelas e avivamento de ângulos. Esse tipo de broca tem corte na extremidade e nas partes laterais da ponta ativa. Tronco-cônicas- utilizadas para dar forma e contorno em cavidades com paredes circundantes expulsivas. Indicadas também para determinar retenções nas caixas proximais, em cavidades para amalgama. Cone invertido- utilizadas especialmente para determinar retenções adicionais e planificar paredes pulpares. Roda – utilizada para determinar retenções, especialmente em cavidades de classe V. 27 Curso Técnico em Saúde Bucal Imagem comparativa dos formatos das pontas das brocas Diferentes tipos de brocas dentais 8.2 Instrumentos Rotatórios Diamantados Muitos dentistas incluem um instrumento rotatório diamantado no seu kit para procedimentos restauradores. Isso ocorre porque a capacidade de corte de uma superfície de diamante diminui o tempo para a realização do preparo e aumenta a produtividade. 28 Curso Técnico em Saúde Bucal As brocas diamantadas possuem uma base de metal com partículas de diamantes envolvidas nesta base. Um material de ligação metálica mantém as partículas na base. O design ou a forma das brocas diamantadas varia de acordo com a necessidade do dentista. As brocas diamantadas são fabricadas em uma variedade de classificação de granulação (aspereza) para possibilitar a seleção do grão adequado e a velocidade de corte para cada fase da dentística restauradora. Para identificar as diversas rugosidades, alguns fabricantes usam uma designação com letra no final do número da broca para indicar a taxa de rugosidade e de corte. Outros inserem uma codificação com cor na broca. Com o uso e a esterilização frequentes, entretanto, ocorre o desprendimento das partículas de diamante, diminuindo a eficiência de corte do diamante. 8.3 Instrumentos Rotatórios de Acabamento Uma broca de acabamento é similar, no que se refere à aparência, a uma broca de corte, exceto no número de lâminas, ou sulcos, que é maior na extremidade de trabalho de uma broca de acabamento. Quanto maior número de superfícies de corte na cabeça da broca, maior será a capacidade de polimento e de acabamento. Os designs das brocas de acabamento se assemelham àqueles das brocas de carboneto. As brocas de acabamento mais comumente utilizadas são a esférica, a cônica e a em forma de chama. 8.4 Instrumentos Rotatórios Abrasivos Os instrumentos rotatórios abrasivos são os mais variáveis dos instrumentos rotatórios. Muitos tipos de materiais abrasivos são aplicados a diferentes formas para criar uma superfície de trabalho flexível que possa se adaptar ao contorno do dente ou da 29 Curso Técnico em Saúde Bucal restauração. Os materiais abrasivos são feitos em uma diversidade de formas, desde discos e pedras a pontas e tiras. Discos e rodas abrasivos são fornecidos separadamente e não estão ligados a uma haste. Assim, um mandril (uma haste de metal na qual o disco de papel ou outros materiais abrasivos são montados) é usado para acoplar esses materiais abrasivos à peça de mão. Os mandris são fabricados com diferentes tipos de haste de modo que possam ser utilizados em baixa rotação e em alta rotação. 30 Curso Técnico em Saúde Bucal 8.5 Instrumentos Rotatórios de uso Laboratorial As brocas de uso laboratorial são facilmente distinguíveis daquelas de uso clínico por causa do seu tamanho. As brocas de uso laboratorial possuem uma haste mais longa e uma cabeça maior que as brocas utilizadas intraoralmente. As brocas são usadas conectadas à peça reta de baixa rotação para as funções de corte e polimento de acrílico. As brocas para acrílico são as brocas mais comumente utilizadas em laboratório. Assim como para outros tipos de broca, a cabeça da broca para acrílico apresenta várias formas para emprego em casos específicos 8.6 Instrumentos rotatórios específicos para as diversas especialidades São brocas utilizadas normalmente para um determinado tipo de procedimento, como cirurgias, endodontias e etc. 31 CursoTécnico em Saúde Bucal 8.6.1 Brocas cirúrgicas Broca zecrya- utilizada em cirurgia para realização de odontosecção (cortar o dente). Brocas 701 e 06 – utilizadas para osteotomia e ostectomia (desgastar e cortar osso) 8.6.2 Brocas usadas em endodontia Broca endo-z: Indicada para o preparo da câmara pulpar durante a cirurgia de acesso. Brocas de Gates-Glidden: Possui ponta ativa com formato de chama e diâmetros que obedecem uma ordem ascendente, com a numeração de 1 a 6, tendo um comprimento total de 32mm e podendo penetrar até 19mm no interior do canal, quando isso é possível e desejável. O número do instrumento está indicado no instrumento por meio de sulcos na sua base. A Broca Gates-Glidden #1 apresenta 1 sulco, a #2, possui 2 sulcos e, assim por diante, até a #6 que apresenta 6 sulcos. 9- EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS DE USO DIVERSO 32 Curso Técnico em Saúde Bucal 9.1 Micromotores Os micromotores são utilizados em laboratórios para realizar diversos procedimentos, especialmente os relacionados a próteses dentárias. Estes equipamentos funcionam e são semelhantes a canetas de baixa rotação, com a diferença que são movidos pela eletricidade, e não pela força do ar. Eles podem girar tanto no sentido horário, quanto anti-horário. 9.2 Ultrassom A peça de mão ultrassônica utiliza energia radiante mecânica de vibrações da água e do som para promover o efeito pulsátil na superfície do dente. A peça de mão ultrasssônica é usada principalmente para raspagem e alisamento radicular. O dentista irá utilizá-la para a remoção de materiais adesivos das superfícies dentárias após o término do tratamento ortodôntico. A peça de mão ultrassônica é conectada ao equipo odontológico e é ativado por eletricidade. A conexão ao equipo é feita de forma similar àquelas dos instrumentos manuais rotatórios. Uma ponta específica é selecionada de acordo com a superfície e o local de uso. Quando ativados, o ultrassom libera um spray de água pulsátil que provoca a remoção do cálculo, da pigmentação ou do material adesivo mais facilmente. 9.3 Negatoscópio 33 Curso Técnico em Saúde Bucal A função do negatoscópio é permitir a visualização das radiografias pelo profissional, através do uso deste equipamento é possível observar com mais detalhes os detalhes radiográficos. Os negatoscópios podem ser encontrados em diversos tamanhos e formatos. 9.4 Aspirador cirúrgico portátil O Aspirador Cirúrgico é um aparelho que visa aspirar secreções e fluidos corporais durante os procedimentos cirúrgicos. Ele é utilizado quando não se tem sistema a vácuo de alta potência instalado no consultório. 9.5 Seladoras A seladora é usada para selar embalagens em papel grau cirúrgico, especificas para esterilização em autoclaves a vapor. Funciona com sistema elétrico bivolt, podendo ser alimentado em 110 ou 220 volts. 10- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS PARA PERIODONTIA O periodonto consiste de estruturas que circundam e suportam os dentes, incluindo gengiva e osso. Didaticamente é dividido em periodonto de proteção e de sustentação. Denomina-se periodonto de sustentação, as estruturas vinculadas à articulação dento-alveolar; e de periodonto de proteção à mucosa gengival. Esses tecidos podem ser 34 Curso Técnico em Saúde Bucal acometidos por inflamação, que chamamos de doença periodontal / periodontite. Essa inflamação é comumente causada pelo acúmulo de cálculo supra e sub gengival. Para diagnóstico e remoção de cálculos são utilizados alguns instrumentais manuais. Abaixo veremos cada instrumento utilizado nesta especialidade e sua função. Sonda WHO (OMS): utilizada para realizar a sondagem inicial e verificar a existência de alterações periodontiais. Possui uma esfera na ponta, e marcações milimetradas. Sonda milimetrada de Williams: nível de inserção periodontal, quantidade de gengiva ao redor do dente, profundidade da bolsa periodontal, determinar a característica da superfície do dente. Possui marcações na sua ponta que determinam a profundidade da bolsa. 35 Curso Técnico em Saúde Bucal Sonda exploradora Nabers: determina característica da superfície radicular e áreas de furca. Também possue marcações na ponta, po´rem o formato da sua ponta é mais angulado que as outras duas anteriores. Cureta Gracey 5/6: raspagem e alisamento sub e supra gengival, de todas as faces de dentes anteriores e pre molares. Cureta Gracey 7/8: raspagem e alisamento sub e supra gengival, das faces vestibular e lingual dos molares. 36 Curso Técnico em Saúde Bucal Cureta Gracey 11/12: raspagem e alisamento sub e supra gengival, da face mesial de dentes posteriores. Cureta Gracey 13/14: raspagem e alisamento sub e supra gengival, da face distal de dentes posteriores. Foice: raspagem supra gengival todas as faces dos dentes anteriores, facilidade de acesso nas faces interproximais e remoça de depósitos de grandes calculos. 37 Curso Técnico em Saúde Bucal Cureta Mccall 13/14: raspagem e alisamento sub e supra gengival de todas as faces de dentes anteriores e pre molares. Gengivótomo de Kirkland: Utilizado em cirurgias periodontais, como gengivectomias por exemplo. 38 Curso Técnico em Saúde Bucal 11- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE DENTÍSTICA (RESTAURAÇÃO) São instrumentais utilizados em restaurações de resina e amálgama. Existe uma grande variedade no mercado, no entanto, nesta apostila veremos apenas os mais utilizados. AFASTADORES (EXPANDEX): São produtos esterilizáveis nas versões transparente, branco, azul e rosa, fabricados em matérias-primas bastante flexíveis que possibilitam encaixe perfeito na boca do paciente, colocando em evidência os dentes, com facilidade. Muito uteis para fotografar procedimentos e para clareamentos. ESCAVADOR OU COLHER DE DENTINA: O escavador é utilizado para escavar material cariado visando avaliar o grau de dano causado pela cárie. HOLLEMBACK: O Hollemback é apropriado para fazer inserção de material pastoso, como curativos e resinas, na cavidade do dente. 39 Curso Técnico em Saúde Bucal CARPULE: O carpule é uma seringa apropriada para fazer a administração de anestésicos no paciente. BANDEJAS METÁLICAS: As bandejas metálicas são fabricadas em aço inox, apropriadas para a colocação dos instrumentos que serão utilizados durante uma sessão de atendimento a um paciente. Possuem tamanhos variados e podem possuir ou não divisórias para separar os materiais nelas colocados. CORTANTES: Os cortantes são instrumentos de ponta afiada, indicados para fazer acabamentos nas paredes das cavidades que serão restauradas. 40 Curso Técnico em Saúde Bucal APLICADOR DE CIMENTO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO: O aplicador é usado para colocar Hidróxido de Cálcio na cavidade do dente, de maneira fácil e eficiente. CALCADORES: Os calcadores são utilizados no preenchimento das cavidades dentárias com amalgama. 41 Curso Técnico em Saúde Bucal BRUNIDORES: Após o término da escultura, remove-se os excessos com uma bolinha de algodão umedecida para então iniciar-se uma cuidadosa brunidura. A escolha do brunidor a ser utilizado vai depender da anatomia da superfície oclusal. As principais características da brunidura são: proporcionam uma superfície mais lisa; facilitam o polimento; reduzem a porosidade nas margens; reduzem a infiltração marginal; reduzem o conteúdo de mercúrio nas margens e na superfície; reduzem a emissão de vapores do mercúrio residual e aumentam a dureza das margens. 42 Curso Técnico em Saúde Bucal ESPÁTULA PARA RESINA: Utilizada para colocação de resina composta na cavidade. Normalmente possuem ponta dourada, devido ao material utilizado na sua confecção, que facilita o descolamento da resina da espátula. PORTA AMALGAMA: Após a trituração, o amálgama é colocado em um recipiente que facilita a sua preensão, denominado de porta amálgama, que pode ser de metal ou plástico. Com o porta amálgama abastecido deposita-se uma pequena porção do material no interior da cavidade. AMALGAMADOR: Utilizado para fazera mistura dos materiais no interior da cápsula de amálgama. 43 Curso Técnico em Saúde Bucal FOTOPOLIMERIZADOR: Promove o endurecimento da resina. PORTA MATRIZ: Utilizado para prender uma matriz metaliza ou de poliéster. 44 Curso Técnico em Saúde Bucal PLACA DE VIDRO: Serve para manipular materiais. ESPATULA 07 E 24: Utilizadas também na manipulação de materiais. 45 Curso Técnico em Saúde Bucal 12- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE ENDODONTIA O tratamento de canal envolve etapas específicas de tratamento. 12.1.1 Anestesia e Controle da Dor As técnicas anestésicas de escolha para o tratamento endodôntico são de infiltração para os dentes superiores e de bloqueio do nervo para os dentes inferiores. Um agente anestésico local é administrado em qualquer tempo enquanto permanecer a vitalidade do dente a ser tratado. Caso o dente seja não vital, o endodontista pode aconselhar o paciente de que um agente anestésico local não é necessário. Depois da remoção da polpa, um agente anestésico local pode ou não ser administrado durante as visitas posteriores, dependendo da preferência do paciente. Tecidos inflamados e infectados são difíceis de anestesiar. Como o procedimento de tratamento endodôntico geralmente envolve a polpa e o tecido periapical inflamados, ou ambos, a obtenção de um nível adequado de anestesia pode ser um problema. Pode ser necessário injetar uma solução anestésica local adicional diretamente sobre a polpa. Além da anestesia local, a sedação por inalação pode ser utilizada em pacientes que são extremamente apreensivos. 12.1.2 Isolamento e Desinfecção do Campo Operatório O padrão de atendimento estabelecido pela American Dental Association (ADA) para o tratamento endodôntico exige a utilização de um lençol de borracha. Uma vez que o lençol de borracha é colocado, é necessário desinfectar o dente, o grampo dental para o lençol e ao redor do material do lençol de borracha com a utilização de uma solução de iodo ou uma solução de hipoclorito de sódio. 12.1.3 Preparo de Acesso Durante o preparo de acesso, o dentista usará uma peça de mão de alta rotação com uma broca esférica para criar uma abertura na porção da coroa do dente de modo que a instrumentação possa ser usada para alcançar os canais radiculares. 46 Curso Técnico em Saúde Bucal O acesso é feito através das superfícies oclusais dos dentes posteriores e das superfícies linguais dos dentes anteriores. 12.1.4 Debridamento e Modelagem do Canal Os objetivos do debridamento e da modelagem do canal pulpar são (1) remover bactéria, tecido necrótico e detritos orgânicos do canal radicular e (2) alisar e modelar o canal de modo que o material de preenchimento possa ficar completamente adaptado às paredes do canal. 12.1.5 Obturação O canal agora está pronto para a obturação ou para ser preenchido pelo endodontista. O objetivo é colocar um selador fluido firmemente no canal do ápice para a coroa, a fim de impedir a reentrada de microrganismos. Caso o dente tenha mais do que um canal, cada canal é obturado individualmente, cada canal exigindo um bem ajustado e selado cone de guta-percha. A seguir, algumas imagens dos instrumentais usados nas etapas do tratamento. 47 Curso Técnico em Saúde Bucal 48 Curso Técnico em Saúde Bucal 13- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE ORTODONTIA O ortodontista necessita usar instrumentos altamente especializados. A seguir veremos alguns destes instrumentais utilizados no tratamento ortodôntico. 49 Curso Técnico em Saúde Bucal 50 Curso Técnico em Saúde Bucal Alicate de corte, utilixado para cortar fios. Alicate 139, utilizado para dobrar fios. 14- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS PARA CIRURGIA ORAL BÁSICA 51 Curso Técnico em Saúde Bucal As cirurgias orais são realizadas através da utilização de diversos instrumentais, que devem ser conhecidos pelo TSB, a fim de facilitar a instrumentação adequada do Cirurgião-dentista. Nas cirurgias de exodontias, pode-se optar por realizar Técnica I (apenas fórceps), Técnica II (utilização de alavancas + fórceps opcional) e Técnica III (associação de odontosecção e/ou osteotomia) A seguir, temos os principais instrumentais utilizados neste tipo de procedimento e suas respectivas funções. Os fórceps normalmente são confeccionados em aço inoxidável, para suportarem severos processos de desinfecção e esterilização e estes variam de acordo com o tipo de dente que vai ser extraído, dispondo de diversos modelos e tamanhos, podendo ser adulto ou infantil. Principais modelos de fórceps: Fórceps 150 - Incisivos, caninos e pré-molares superiores; Fórceps 18R - Molares superiores do lado direito; Fórceps 18L - Molares superiores do lado esquerdo; Fórceps 151 - Incisivos, caninos e pré-molares inferiores; Fórceps 17 - Molares inferiores; Fórceps 16 - Molares inferiores com extensa destruição coronária. Fórceps nº 69: Raízes inferiores e superiores; Outros modelos: Fórceps nº 1: Incisivos e caninos superiores; Fórceps nº 65: Incisivos e raízes superiores; Fórceps nº 68: Raízes inferiores; Fórceps nº 99A: Pré-molares, caninos e incisivos superiores; Fórceps nº 101: Pré-molares superiores; Fórceps nº 203: Pré-molares,anteriores e raízes inferiores; Fórceps nº 213: Pré-molares e caninos superiores; Fórceps nº 23: Molares inferiores; 52 Curso Técnico em Saúde Bucal http://odontoup.com.br/tecnicas-de-exodontia-tecnica-i/ Fórceps nº 32: Molares e pré-molares superiores; Fórceps nº 53L: Molares superiores do lado esquerdo; Fórceps nº 53R: Molares superiores do lado direito; Fórceps nº 210H: Terceiros molares superiores; Fórceps nº 222: Terceiros molares inferiores. As alavancas dentais são um dos mais importantes instrumentos usados em cirurgia oral possuindo funções primordiais na exodontia: Esses instrumentos são utilizados para luxar dentes, isto é, para soltar os dentes do osso circunvizinho, isso permite que o procedimento se torne mais fácil. A expansão do osso alveolar também é outra função desses instrumentais, auxiliando remoção do dente que possui alguma obstrução ou limitação para sair. As alavancas são projetadas para facilitar a remoção de raízes fraturadas ou seccionadas cirurgicamente dos seus alvéolos. Jogo de Alavancas tipo Seldin: A alavanca reta sem lâmina é usada para deslocar raízes dos alvéolos e é também usada para luxar dentes que estão separados. A alavanca de forma triangular é mais usada quando raiz fraturada permanece no alvéolo dentário e o alvéolo adjacente está vazio. A ponta da alavanca de forma triangular é colocada dentro do alvéolo vazio com a haste repousando na cortical óssea e depois usada em movimentos de rotação no seu longo eixo (sarilho), com a ponta encaixada no cemento da raíz do dente que permanece no alvéolo. Lâmina e cabo para bisturi: A mais utilizada para cirurgia oral é a lâmina 15, utilizada para fazer incisões em torno dos dentes e através do muco-periósteo. A Lâmina de bisturi é montada cuidadosamente no cabo com o porta agulha para evitar acidentes e cortes dos dedos do cirurgião. Quando se usa o Bisturi para fazer uma incisão, o cirurgião deverá segurá-lo como se empunhasse uma caneta, para obter o controle máximo da lâmina durante a incisão. Pinça Hemostática: Os instrumentos hemostáticos mais utilizados na cirurgia oral são os curvos, porém pode ser utilizados os retos. Possui uma ponta ativa longa e delicada, usada para apreender os tecidos, e um cabo que permite o 53 Curso Técnico em Saúde Bucal travamento, isso permite que o cirurgião aperte o hemostático no vaso e mesmo depois de solta-lo, o vaso permanecerá preso aos tecidos. Além do uso como instrumento para controle do sangramento, o hemostático é especialmente útil em cirurgia oral para remover tecidos de granulação dos alvéolos dentários, bem como apreender ápices radiculares, cálculo, fragmentos de restauração de amálgama e quaisquer outras pequenas partículas que tenham caído dentro da boca ou na área da ferida. Tesoura de Metzenbaum: Possuiponta cega usada para dissecar e divulcionar tecidos moles, mas pode ser usada também para cortá-lo. Essas tesouras não devem ser usadas para cortar fios de sutura, pois os fios podem cegar as bordas das lâminas e fazer com que sejam menos eficientes para cortar tecidos. Destaca Periósteo de Molt nº 9: Possui 2 extremidades, uma ponte aguda e fina, usada para destacar as papilas dentárias entre os dentes, outra mais larga e plana, usada para descolamento de tecido do osso. Usado em dois movimentos: movimento de alavanca, para elevar os tecidos moles (usado quando de destaca a papila dentária entre os dentes), o segundo movimento é o de empurrar, no qual o final largo do instrumento é deslizado por baixo do retalho, separando o periósteo do osso subjacente (movimento mais eficiente e resulta numa reflexão mais completa do periósteo). Porta Agulha: O porta agulha é um instrumento com um cabo que permite travamento e uma ponta ativa curta e grossa. Para uso intra-oral, é frequente recomendado um porta-agulha de 6 polegadas (15cm), sua ponta ativa é mais curta e mais forte que a do hemostático com ranhuras com linhas cruzadas para permitir a apreensão da agulha e do material de sutura. Lima Para Osso: Possui duas extremidades sendo uma pequena e outra grande, ao pode ser utilizada para remoção de grandes quantidades de osso, sendo útil apenas para o alisamento final. Só removem osso quando se realiza movimentos de puxar. 54 Curso Técnico em Saúde Bucal Cureta de Lucca: Ou cureta periapical, são instrumentos angulados e com extremidades duplas, usadas para remover tecido mole de defeitos ósseo (granulomas de pequenos cistos oriundos de lesão periapicais, mas ela são também utilizadas para remoção de grandes quantidades de tecido de granulação). Pinça Goiva: Possui lâminas cortantes que são unidas pelos cabos, cortando ou removendo partículas de osso. Existem dois desenho principais de Pinça Goiva: uma que corta lateralmente e outra que corta lateralmente e na extremidade final (pinça Goiva de Blumenthal). Utilizada para remoção de osso, arestas cortantes de osso, podem remover grandes quantidades de osso aplicando múltiplas quantidades de cortes. Fio de sutura agulhado: Utilizado para suturar os tecidos após o procedimento cirúrgico. Existem fios de sutura absorvíeis e não absorvíeis. O fio de sutura é usado em conjunto com um porta agulha. Afastador de Minnesota: utilizados para afastar bochechas, o primeiro é duplamente angulado, pode retrair bochechas e retalho mucoperiosteal simultaneamente. 15- INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS PARA PRÓTESE DENTÁRIA 55 Curso Técnico em Saúde Bucal A confecção de uma prótese exige várias etapas, que necessitam de materiais e instrumentais específicos para cada uma delas. Na rotina clinica muitos dos instrumentais utilizados em próteses são comuns a outras especialidades, portanto, veremos aqui apenas aqueles específicos para procedimentos protéticos. As moldeiras são usadas para se inserir o material de moldagem para ser levado a boca. Existem moldeiras para pacientes dentados e moldeiras para pacientes desdentados, além das infantis. O material de confecção das moldeiras também é variável, sendo que o metal o alumínio e o plástico são os mais usados. Na foto acima temos na sequência, moldeira para dentados, moldeira para desdentados e moldeira infantil. Para manipular o material de moldagem ou o gesso usamos a cuba de plástico e uma espátula, como mostra a figura abaixo. Outro instrumental comumente utilizado é a espátula lecron, que pode ser usada para cortar materiais e desgastar cera. 56 Curso Técnico em Saúde Bucal Outro tipo de espátula utilizada em prótese é a espátula para gesso, que como o próprio nome sugere, serve para manipular o gesso. As espátulas número 7 e 31 servem para manipular diversos matérias, como resinas por exemplo. Para a confecção de próteses utiliza-se ainda uma lamparina a álcool, que tem a função de fornecer calor para manipulação de ceras e etc. 57 Curso Técnico em Saúde Bucal 16- MATERIAIS ODONTOLÓGICOS UTILIZADOS NAS DIVERSAS ESPECIALIDADES DA ODONTOLOGIA PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS DENTÁRIOS Tensão: É a reação interna de um corpo, igual em intensidade e com direção contrária a força externa aplicada. Resistência: Mede a tensão necessária para causar fratura ou deformação plástica de um material. Flexibilidade: É a deformação experimentada por um material no seu limite proporcional, por ação de pequenas tensões. Resiliência: É a resistência de um material a deformação permanente. A dentina é muito resiliente, quando não suporta mais, fratura. Fadiga: É uma injúria, fratura, progressiva sob cargas repetidas. A seguir veremos os principais materiais utilizados em odontologia, a forma de manipulação, porém, não será estudada nesta disciplina, mas em disciplina posterior a esta. � Ionômero de vidro Na busca de um material que apresentasse as características do Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol, a resistência do Cimento de Fosfato de Zinco, a estética e a capacidade anticariogênica do Silicato e a adesividade do Cimento Policarboxilato, surgiu um novo material chamado Ionômero de Vidro. Tipo I - Cimentação Tipo II - Restauração Tipo III - Forração (selante) 58 Curso Técnico em Saúde Bucal � Óxido de zinco e eugenol O cimento de Óxido de Zinco e Eugenol (ZOE) é utilizado principalmente para restaurações intermediárias e temporárias, por causa das suas propriedades físicas e biológicas; Baixa resistência: possibilita a remoção de restaurações temporárias sem causar injurias ao material dental. Efeito sedativo e propriedades biológicas, que ajudam a recuperar a polpa injuriada, fazem com que este seja um cimento ideal para restaurações intermediárias (a restauração definitiva é realizada depois da recuperação pulpar). � Fosfato de zinco Substância formada pela reação entre o pó de fosfato de zinco e o líquido de ácido fosfórico, pode ser usado tanto como base, ou como agente cimentante. É o mais antigo dos agentes cimentantes, portanto é o agente com mais longo tempo de vida clínica. Serve como padrão para que novos sistemas sejam comparados. 59 Curso Técnico em Saúde Bucal � Hidróxido de cálcio Material de proteção pulpar, sendo o mais utilizado para forramento de cavidades. O forramento não possui uma resistência mecânica suficiente ou uma capacidade de isolamento térmico, no entanto pode neutralizar ácidos que migram para a polpa, além de induzir a formação de dentina reparadora. Apresenta-se nas formas de: - Pó de hidróxido de cálcio; - Pasta de hidróxido de cálcio; - Cimento de hidróxido de cálcio. � Anestésiscos � � Resinas � Amálgama � Verniz cavitário O verniz cavitário tem o objetivo de isolar os túbulos dentinários expostos durante o preparo cavitário. Para se conseguir uma camada uniforme e contínua sobre todas as paredes do preparo cavitário, deve-se aplicar idealmente 02 camadas. É contra-indicado quando materiais adesivos, como CIV e resina composta, são utilizados como materiais restauradores. É indicado sob restauração de amálgama. 60 Curso Técnico em Saúde Bucal � Adesivo dentinário É utilizado para promover a união da resina ao esmalte dentário. Existem no mercado uma infinidade de marcas e tipos. Podem se apresentar com o primer e bond separadamente, ou juntos, que é o mais comum. � Alginato O material de moldagem alginato foi desenvolvido a partir da observação de um químico escocês sobre algas marrons. Então estas algas produziam um extrato mucoso que foi chamada de algin. Depois de vários estudos químicos, esta substância foi sendo aprimorada até chagarmos ao pó de alginato utilizado atualmente. Dessa forma é correto denominar o alginato como um hidrocolóide irreversível pois ocorre uma reação química onde o material não pode reverter ao seu estado inicial (pré-presa), que é o pó. A reação química pode ser chamada então de processo de geleificação. É largamenteutilizado pelos dentistas pela sua facilidade de manipulação e baixo custo. 61 Curso Técnico em Saúde Bucal � Gesso odontológico É usado na odontologia para obtenção de modelos de estudo das estruturas orais e maxilo-faciais e como importante auxiliar nas fases laboratoriais para construção de próteses. A gipsita é um mineral encontrado em várias partes do mundo. É também obtida como subproduto de alguns processos químicos. Quimicamente, este mineral, usado para fins odontológicos, é basicamente um sulfato de cálcio diidratado (CaSO4 – 2H2O). Vários tipos de gesso são utilizados na odontologia; Gesso Comum (Tipo I): Estes materiais são compostos de gesso Paris, ao qual foram adicionados modificadores para regular o tempo de presa e a expansão de presa. Gesso Comum (Tipo II): Usado principalmente para preencher a mufla na construção de uma dentadura, quando a expansão de presa não é crítica e a resistência é adequada. Gesso-Pedra (Tipo III): Indicado para a construção de modelos, na confecção de próteses totais que se ajustam aos tecidos moles, pois apresentam uma resistência adequada para este propósito e é fácil remover a prótese após sua conclusão. Gesso-Pedra de Alta Resistência (Tipo IV): Os principais requisitos de um troquel são resistência, dureza e um mínimo de expansão de presa. A dureza deste gesso aumenta mais rapidamente que a resistência à compressão, uma vez que a secagem da superfície é mais rápida. Esta é uma vantagem pois a superfície resiste mais a abrasão enquanto o corpo do troquel é menos sujeito a uma fratura acidental. Gesso-Pedra, Alta Resistência, Alta Expansão (Tipo V): Tem uma resistência à compressão superior à do gesso tipo IV. Este aumento é conseguido pela diminuição da relação água:pó. A razão para aumento da expansão de presa é que certas ligas novas, com a 62 Curso Técnico em Saúde Bucal base de metal, apresentam uma grande contração de solidificação diferente das ligas de metais nobres. � Material obturador temporário (cavitec ou coltosol) Fácil manipulação. Adere-se ao instrumento e às paredes do dente tendo rápido endurecimento na temperatura bucal. Possui presa química através da salivação. Quanto maior a taxa de salivação maior a velocidade do endurecimento do produto Cavitec. Selamento hermético perimetral, impedindo as infiltrações marginais. Discreto desgaste oclusal. Muito utilizado na endodontia. � Fios de sutura Os fios de sutura são materiais utilizados para selar vasos sanguíneos e aproximar tecidos. Surgiram e foram desenvolvidos ao longo dos séculos, em função da necessidade de 63 Curso Técnico em Saúde Bucal controlar hemorragias e também de favorecer a cicatrização de ferimentos ou incisões por primeira intenção. Os fios de sutura estão divididos em dois grandes grupos: Absorvíveis: são aqueles que perdem gradualmente sua resistência à tração até serem fagocitados ou hidrolisados. Eles podem ser de origem animal (catgut simples e cromado) ou sintéticos multi ou monofilamentares (poliglactina, poliglecaprone e polidioxanona). Não absorvíveis: são aqueles que se mantêm no tecido onde foram implantados. Podem ser de origem animal (seda), mineral (aço), vegetal (algodão ou linho) ou sintéticos (poliamida, poliéster, polipropileno). As características e as propriedades, tanto dos fios absorvíveis quanto dos não absorvíveis, são definidas por órgãos oficiais e associações normalizadoras. 64 Curso Técnico em Saúde Bucal 17- SUBSTÂNCIAS EVIDENCIADORAS DE PLACA BACTERIANA A placa bacteriana é, de certa forma, invisível e quase 100% dos pacientes não conseguem saber se estão removendo completamente tudo que é necessário na limpeza diária ou se precisam melhorar a limpeza para poder remover com eficiência as bactérias causadoras de problemas como a cárie, a gengivite ou diversos outros problemas bucais. Para que essa placa bacteriana possa ser vista melhor foi criado um produto que tem um nome bem sugestivo, o evidenciador de placa. 65 Curso Técnico em Saúde Bucal Podemos chamar o evidenciador de placa bacteriana como um tipo de corante que marca, colorindo, a placa bacteriana. Esse produto pode ser em forma de um líquido ou pastilha, normalmente utilizado para os cuidados com crianças quando o educador tem a intenção de mostrar para a criança que o dente não está sendo bem limpo e logo depois, ensinar como escovar e como remover toda a placa bacteriana de forma mais eficiente. Como funciona o evidenciador de placa: – O paciente faz uso do evidenciador de placa bacteriana, seja na forma de comprimido mastigável ou na forma de líquido. – A boca vai ficar, de forma geral, manchada de vermelho ou algum tom próximo do vermelho. – Nos locais do dente que existe um acúmulo maior de placa bacteriana, as manchas serão mais fortes e marcadas. – Esses locais, terão que ser submetidos ao tratamento de raspagem dental ou se for um caso mais simples, somente com um bom hábito de limpeza, será resolvido. – Um fator muito importante no uso do evidenciador de placa bacteriana é o fato da possibilidade do aprendizado. Quando utilizamos o evidenciador de placa, temos que ter em 66 Curso Técnico em Saúde Bucal mente, que o fator principal é educar, ensinar para o paciente o que está sendo feito de errado e novas técnicas de limpeza dental. A partir do momento que o paciente entende tudo que precisa sobre a técnica de higiene dental e sobre a placa bacteriana, ele poderá entender melhor a quantidade de sujeira que gruda no dente caso ele não tenha a preocupação necessária com os cuidados diários de limpeza dental. O evidenciador de placa bacteriana é muito útil na prática da odontologia e por apresentar um custo baixo, fica fácil de ser trabalhado em grandes programas de promoção de saúde bucal, seja de forma pública ou privada. 67 Curso Técnico em Saúde Bucal A prevenção é o grande fator atual para promoção de saúde bucal de baixo custo e com fortes resultados na qualidade de vida do paciente. Sejamos mais preventivos e menos curativos. 18- PASTAS PROFILÁTICAS E FLÚOR A pasta profilática foi desenvolvida especialmente para procedimentos de limpeza, remoção de detritos, manchas, placas bacterianas, polimento e como parte do tratamento profissional de profilaxia de cáries e doenças periodontais. Também pode ser utilizada como pasta de polimento inicial para restauração de resina composta ou de provisório de resina acrílica. A aplicação da pasta profilática pode ser feita através da escova de Robinson ou também com taças de borracha para profilaxia. Ela pode ser utilizada em adultos e crianças. A pasta profilática tem consistência adequada para ser colocada diretamente sobre os dentes, sem que escorra para a cavidade bucal. Não há necessidade, mas pode utilizar o flúor junto à pasta. O uso do flúor não interfere no desempenho da pasta, uma vez que a mesma é fluoretada. 68 Curso Técnico em Saúde Bucal 69 Curso Técnico em Saúde Bucal A cárie dentária é causada por bactérias produtoras de ácido que se acumulam ao redor dos dentes e gengivas, num filme pegajoso e transparente chamado de "placa dentária". Sem uma boa higiene bucal diária e consultas regulares com o dentista, os dentes ficam mais vulneráveis à cárie dentária. Escovar os dentes duas vezes ao dia e limpar entre os dentes com fio dental ou outro tipo de limpador interdental pode ajudar a remover a placa dentária. Exames regulares e limpezas profissionais também são importantes para manter os dentes saudáveis. Outra chave para a boa saúde bucal é o flúor, um mineral que ajuda a prevenir a cárie dentária e pode reparar os dentes nos estágios bem iniciais e microscópicos da doença. O flúor pode ser ministrado de duas maneiras: tópica ou sistêmica. O flúor tópico é aplicado diretamente no esmalte dentário. Alguns exemplos são os cremes dentais e as soluções para bochechos, bem como os tratamentos feitos no consultório odontológico. 70 Curso Técnico em Saúde Bucal O flúor sistêmico é aqueleque é ingerido. Exemplos incluem a água fluoretada e suplementos com flúor. A redução máxima da cárie dentária é alcançada quando o flúor é recebido tanto por via tópica quanto sistêmica. Os produtos com flúor usados no consultório apresentam uma concentração muito mais alta do que os cremes dentais ou enxaguatórios bucais que podem ser adquiridos em lojas ou farmácias. Os tratamentos profissionais com flúor geralmente requerem apenas alguns minutos. O flúor pode estar na forma de uma solução, gel, espuma ou verniz. Tipicamente, é aplicado com um cotonete ou escova, ou é usado na forma de bochecho ou colocado em uma moldeira que é mantida na boca por alguns minutos. 71 Curso Técnico em Saúde Bucal Após o tratamento, o paciente deve ser orientado para não enxaguar a boca, comer ou beber por pelo menos 30 minutos, para permitir que os dentes absorvam o flúor para ajudar a reparar áreas em que há ocorrências de cárie dentária microscópica. Dependendo do estado de saúde bucal, os tratamentos com flúor podem ser recomendados a cada três, seis ou 12 meses. O dentista também pode recomendar medidas preventivas adicionais caso o paciente apresente risco moderado a alto para desenvolvimento de cárie dentária. Essas medidas podem incluir produtos terapêuticos de venda livre ou sob prescrição como soluções ou géis fluoretados para bochecho, ou soluções antibacterianas para bochecho. IDENTIFICAÇÃO DE AUTORIA José Almir Feitosa de Lima. Bacharel em Ciências Econômicas pelas Faculdades Integradas de Patos (UNIFIP - 2010). Bacharel em Odontologia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG – 2016). Especialista em saúde coletiva e comunitária pela Universidade Cândido Mendes (UCAM – 2017). Especialista em Odontologia Legal pela UNYLEYA (2020). Possui atuação na área clínica e docente, é professor do curso técnico em saúde bucal, técnico em prótese dentária e técnico em radiologia do instituto tecnológico da paraíba desde 2016, onde também atuou como supervisor técnico pedagógico. Artigos publicados. LIMA, José Almir Feitosa de. Avaliação do Conhecimento dos Cirurgiões-Dentistas Sobre a Importância do Prontuário Odontológico Para Fins Forenses. Revista Uningá, v. 53, p. 33-38, 2017. LIMA, José Almir Feitosa de. Relação de risco entre obesidade e a doença periodontal: revisão de literatura. REVISTA COOPEX, v. 7, p. 1, 2016. LIMA, José Almir Feitosa de. A importância do ACS na prevenção de doenças bucais em portadores de próteses removíveis: revisão de literatura. REVISTA COOPEX, v. 9, p. 1, 2018. Contatos: Tel.: (83) 999146965 E-mail: dr.almirfeitosa@gmail.com 72 Curso Técnico em Saúde Bucal http://lattes.cnpq.br/5788773086235500 http://lattes.cnpq.br/5788773086235500 http://lattes.cnpq.br/5788773086235500 mailto:dr.almirfeitosa@gmail.com http://lattes.cnpq.br/5788773086235500 FONTES CONSULTADAS AMORIM, V.R; LEANDRO, V.S; MEDEIROS, M.G.F. Gerenciamento de fios cirúrgicos na farmácia do centro cirúrgico do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí. Boletim Informativo Geum, v.5,n.3, p.63-71, jul./set. 2014. BARATIERI, L. N. (org.) Odontologia Restauradora: fundamentos e possibilidades. 1 ed. Rio de Janeiro: Santos, 2001. BISHARA, Samir Ortodontia. Cap. 09. p. 98-106; 163-165; Cap. 20 p. 327-329; Cap. 21 p. 378. Editora Santos. 1ª Edição. 2004 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. e-SUS Atenção Básica : Sistema com Coleta de Dados Simplificada : CDS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. BUSATO, A.L.S. et al. Dentística: Restaurações em dentes posteriores. São Paulo, Editora Artes Médicas, 1996. 301p. CARREIRO, A.F.P.; et al. Protocolo clínico para confecção de próteses removíveis. EDUFRN, Natal, RN. 2016. 216 p. CARVALHO, C. A., MELHADO, R. D. M., SHIMIZU, M. T. et al. Estudo comparativo da ação bacteriana in vitro de materiais restauradores e forradores — cimentos de ionômero de vidro, resinas e compômeros. Rev. Odontol. UNESP, v. 27, n. 1, p. 241-249, 1998. 73 Curso Técnico em Saúde Bucal http://lattes.cnpq.br/5788773086235500 MACHADO, W. A. S., ANDRADE JR, A. C. C., SERGIO, P. P. Análise'in situ' da formação de placa bacteriana em diferentes materiais restauradores. RBO, v. 54, n. 6, p. 362-367, nov. /dez. 1997. 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