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Engenharia de Materiais Aparecido Edilson Morcelli Adaptada por Aparecido E. Morcelli e Mauro N. Takeda (setembro/2012) APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Engenharia de Mate- riais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autô- nomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................5 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ........................................................................................................7 1.1 Classificação dos Materiais ........................................................................................................................................ 10 1.2 Ligação Iônica e a ligação Secundária ou de Van der Waals ........................................................................ 11 1.3 A Estrutura Cristalina ................................................................................................................................................... 12 1.4 Exercícios Resolvidos ................................................................................................................................................... 14 1.5 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................... 16 1.6 Atividades Propostas ................................................................................................................................................... 16 2 ESTRUTURAS METÁLICAS ............................................................................................................. 17 2.1 Estruturas Cerâmicas ................................................................................................................................................... 18 2.2 Estruturas Poliméricas ................................................................................................................................................. 19 2.3 Estruturas Semicondutoras ...................................................................................................................................... 20 2.4 Exercícios Resolvidos ................................................................................................................................................... 22 2.5 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................... 24 2.6 Atividades Propostas ................................................................................................................................................... 24 3 ESTUDO DA REDE CRISTALINA ................................................................................................. 27 3.1 Direções e Planos Cristalográficos ......................................................................................................................... 28 3.2 O Ângulo entre as Direções e os Índices de Miller .......................................................................................... 30 3.3 Difração de Raios X ...................................................................................................................................................... 32 3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão e Varredura ....................................................................................... 33 3.5 Defeitos Pontuais e Difusão no Estado Sólido ................................................................................................... 35 3.6 Diagramas de Fases e o Desenvolvimento de Microestruturas ................................................................. 37 3.7 Exercícios Resolvidos ................................................................................................................................................... 38 3.8 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................... 40 3.9 Atividades Propostas ................................................................................................................................................... 41 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 43 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 45 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 53 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Esta apostila destina-se a você, estudante de graduação para os cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção ou afins, para acompanhamento do conteúdo de Engenharia de Materiais, nos cursos a distância. Com o intuito de simplificar a exposição dos tópicos abordados, procurou-se, através de uma lin- guagem simples, expor o conteúdo de forma sucinta e objetiva, com a dedução de parte das equações expostas no texto. Neste curso, será abordado o estudo dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos, bem como os materiais compósitos. Você terá a oportunidade de aprimorar os seus conhecimentos no mundo dos materiais, que o cerca no dia a dia. Muitos dos materiais utilizados atualmente em veículos automotores, utensílios domésticos, fazem parte dessa gama enorme de novos materiais e suas aplicações. Você tam- bém vai reconhecer a importância da nanotecnologia na produção de equipamentos em escalas cada vez menores, na ordem de 10-9 do metro, com a mesma eficiência, porém consumindo menor quantida- de de matéria-prima. Para complementar a teoria, são propostas atividades com grau de dificuldade gradativo. Além desta apostila, você terá como materiais de estudo as aulas web, material de apoio e aula ao vivo. Serão utilizadas para avaliação as atividades, podendo ser atribuída uma nota ou não, e a prova presencial. Esperamos que você, aluno(a), tenha facilidade na compreensão do texto apresentado, bem como na realização das atividades propostas. Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 CONCEITOS FUNDAMENTAIS1 A grande variedade de materiais disponí- veis aos engenheiros pode ser dividida em cinco grandes categorias: metais, cerâmicas e vidros, polímeros, compósitos e semicondutores. As três primeiras categorias podem ser associadas a tipos distintos de ligação atômica. Os compósitos en- volvem combinações de dois ou mais materiais, como, por exemplo, metais e cerâmicas. Você pode observar que os metais, as ce- râmicas e vidros, os polímeros e os compósitos compreendem os materiais estruturais. Os semi- condutores compreendem uma categoria sepa- rada de materiais eletrônicos, distinta porsua ex- clusiva condutividade elétrica intermediária. Agora, vamos entender as várias proprie- dades desses materiais. Nesse caso, é preciso que você e eu examinemos a estrutura desses mate- riais em escala microscópica ou atômica. Você já deve ter ouvido falar em nanotec- nologia, para a produção de dispositivos cada vez menores. Para eu e você podermos enxergar o mundo microscópico, necessitamos de equipa- mentos de observação. O microscópio eletrônico é um equipamento utilizado atualmente para enxergar os materiais e estudar o seu comporta- mento. Vamos fazer uma análise compreendendo a ductilidade relativa de certas ligas metálicas. A ductilidade da liga metálica está associada à “ar- quitetura” em escala atômica. Você e eu, agora, temos a certeza de que, quando as propriedades dos materiais são com- preendidas, o material apropriado para determi- nada aplicação pode ser processado e seleciona- do. A seleção de materiais é feita em dois níveis: �� Primeiro nível: existe a competição en- tre as diversas categorias de materiais; �� Segundo nível: existe a competição dentro da categoria mais apropriada para o material específico ideal. Para ilustrar a você o que eu estou falando, vamos analisar a micrografia obtida da superfície de fratura de um material metálico. Nesse caso, trata-se de um ferro fundido nodular. A microgra- fia foi obtida por Microscopia Eletrônica de Var- redura, comumente conhecida como MEV. Veja a micrografia e seus detalhes da superfície: DicionárioDicionário Ductilidade: deformação permanente anteceden- do a ruptura. Alguns materiais apresentam alta ductilidade. Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Figura 1 – Micrografia obtida por MEV. Você notou pelo contraste que existem re- giões claras, com a existência de alvéolos, indi- cando que a fratura ocorreu por sobrecarga. As esferas em contraste escuro são de carbono ou grafita, indicando a forma de resfriamento do material. Nós vamos falar um pouco mais sobre a análise de materiais nos próximos capítulos. λ hvm =⋅ A imagem é obtida por MEV, através da ima- gem de elétrons secundários. Calma! Eu vou falar mais sobre essa técnica nos próximos capítulos. Você notou que o aumento obtido corres- ponde a 420x. Agora, veja essa mesma superfície de fratura com um aumento de aproximadamen- te 1300x. AtençãoAtenção A imagem obtida por MEV é através da interação do feixe de elétrons com o material. Nessa técnica, é importante perceber que os elétrons se compor- tam como onda. Você viu, em Física I, a dualidade onda-partícula proposta por De Broglie. Fonte: O autor. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Figura 2 – Micrografia obtida por MEV. Agora, você e eu podemos “adentrar” à su- perfície de fratura e observar com grande profun- didade de foco e resolução a superfície de fratura e as esferas escuras dentro dos alvéolos. Você já tinha imaginado visualizar a superfície de um me- tal e encontrar tantos detalhes? Não! No nosso curso, vamos investigar os mate- riais através de técnicas de observação e de rea- lização de ensaios e testes para observar o seu comportamento mecânico e termomecânico. Para você e eu entendermos as propriedades ou características observáveis dos materiais da enge- nharia, é necessário entender a sua estrutura em uma escala atômica e/ou microscópica. Qualquer engenheiro responsável por selecionar vários metais para aplicações de projeto precisa estar ciente de que algumas ligas são relativamente dúcteis, enquanto outras são relativamente frá- geis. Observamos que as ligas de alumínio são ti- picamente dúcteis, enquanto as de magnésio são normalmente frágeis. Essa diferença fundamental se relaciona diretamente com suas diversas estru- turas cristalinas. Por enquanto, você deve saber apenas que a estrutura do alumínio segue um arranjo cúbico e a liga de magnésio segue um ar- ranjo hexagonal. Vamos, agora, visualizar um corpo de prova metálico submetido ao ensaio de tração. Fonte: O autor. Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 Figura 3 – Corpo de prova após o ensaio de tração. Você está observando que o material está rompido. Nas pontas próximas do rompimento, observamos uma redução da área. Esse fenômeno ocorre porque o material sofre inicialmente uma deformação elástica, posteriormente uma deformação plástica e, no estágio final, há a ruptura na região em que houve a redução da área ou, simplesmente, a estricção. Saiba maisSaiba mais Elasticidade: tensão máxima que ainda provoca de- formação elástica. Dureza: resistência à penetração. Uma base para a classificação dos mate- riais da engenharia é a ligação atômica. Embora a identidade química de cada átomo seja deter- minada pelo número de prótons e nêutrons den- tro de seu núcleo, a natureza da ligação atômica é determinada pelo comportamento dos elétrons que orbitam o núcleo. Vamos classificar os materiais da engenharia que admitem um tipo de ligação em particular ou uma combinação de tipos para cada categoria. Os metais envolvem a ligação metálica. As cerâmicas e vidros envolvem a ligação iônica, mas normal- mente em conjunto com uma forte característica covalente. Os polímeros normalmente envolvem ligações covalentes fortes ao longo de cadeias po- liméricas, mas possuem ligações secundárias mais fracas entre cadeias adjacentes. A ligação secun- dária atua como um elo fraco na estrutura, geran- do resistências e pontos de fusão tipicamente bai- xos. Os semicondutores são predominantemente covalentes por natureza, com alguns compostos semicondutores tendo uma característica iônica significativa. Essas quatro categorias de materiais da engenharia são, portanto, os tipos fundamen- tais. Os compósitos são combinações dos três pri- meiros tipos fundamentais e possuem caracterís- ticas de ligação apropriadas aos seus elementos constituintes. 1.1 Classificação dos Materiais Região de ruptura do corpo de prova. Fonte: O autor. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 1.2 Ligação Iônica e a ligação Secundária ou de Van der Waals A ligação iônica é o resultado da atração coulombiana entre espécies químicas com cargas opostas. A força de atração coulombiana segue a seguinte relação: 2a KFc −= Sendo: �� cF a força de atração coulombiana en- tre dois íons de cargas opostas; �� a a distância de separação entre os centros dos íons; �� K dado por: ( )( )qZqZkK 210= . A energia de ligação E está relacionada à força de ligação, por meio da expressão diferen- cial: dEF da = Você poderá visualizar no gráfico que a curva de ligação líquida é a derivada da curva da energia de ligação. Figura 4 – Gráfico da curva de ligação líquida. Fonte: Shackelford (2011, p. 24). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 A inclinação na curva de energia em um mí- nimo é igual a zero, ou seja: 0 0 a a dEF da = = = A ligação conhecida como secundária ou ligação de van der Waals ocorre com energias de ligação substancialmente menores, sem a trans- ferência ou o compartilhamento de elétrons. Você pode observar que o mecanismo da ligação secundária ou de van der Waals é seme- lhante à ligação iônica, ou seja, a atração de cargas opostas. A principal diferença é que nenhum elé- tron é transferido. A atração depende de distribui- ções assimétricas de cargas positivas e negativas dentro de cada átomo ou unidade molecular que está sendo ligada. Essa assimetria de carga é de- nominada dipolo. A ligação secundária ou de van der Waals pode ser de dois tipos, dependendo de os dipolos serem temporários ou permanentes. Saiba maisSaiba mais Johannes Diderick van der Waals (1837-1923), físico holandês, melhorou as equações de estado para os gases, levando em consideração o efeito das forças secundárias. Sua brilhante pesquisa foi publicadainicialmente como uma dissertação de tese, que surgiu de seus estudos de física em tempo parcial. A estrutura cristalina tem como caracterís- tica central sua forma regular e repetitiva. Para quantificar essa repetição, temos de determinar qual unidade estrutural é repetida. Vamos, agora, analisar a geometria de uma célula unitária. Figura 5 – Geometria de célula unitária. Fonte: Shackelford (2011, p. 45). Você deve observar que o tamanho das arestas da célula unitária e os ângulos entre os ei- xos cristalográficos são chamados constantes de rede ou parâmetros de rede. A principal caracte- rística da célula unitária é que ela contém uma descrição completa da estrutura como um todo, pois a estrutura completa pode ser gerada pelo empilhamento repetitivo de células unitárias ad- jacentes, face a face, por todo o espaço tridimen- sional. Você vai perceber que a descrição das es- truturas cristalinas por meio de células unitárias tem uma vantagem importante. Todas as estrutu- ras possíveis se reduzem a um pequeno número de geometrias básicas de célula unitária. Existem somente sete formas exclusivas de célula unitária que podem ser empilhadas para preencher o es- paço tridimensional. Vamos, agora, analisar o sistema cúbico: 1.3 A Estrutura Cristalina DicionárioDicionário Célula unitária: o menor volume que, por repetição no espaço, reproduz o reticulado cristalino. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Figura 6 – Sistema cúbico. No sistema cúbico, os comprimentos axiais são a=b=c e os ângulos correspondem a 90º. A rede cúbica simples se torna a estrutura cristalina cúbica simples quando um átomo é colocado em cada ponto da rede. Você pode observar, a partir da figura a se- guir, que os átomos estão colocados em cada vér- tice do sistema cúbico. Figura 7 – Sistema cúbico. Fonte: Shackelford (2011, p. 47). A forma geral da curva da energia de liga- ção e a terminologia associada às ligações cova- lentes e também iônicas estão representadas na figura a seguir. Você pode verificar a energia de ligação em relação ao comprimento de ligação. Essa é uma forma comum para descrever a curva de energia de ligação. Figura 8 – Energia de ligação em função do comprimento de ligação a. Fonte: Shackelford (2011, p. 31). Fonte: Shackelford (2011, p. 46). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 1. Calcule a força de atração coulombiana entre Na+ e Cl− no NaCl . Dados: 0,098Nar nm= e 0,181Clr nm= Resolução: A força coulombiana é dada por: 2c KF a = − Sendo ( )( )0 1 2K k Z q Z q= , temos: ( )( )0 1 2 2 2c k Z q Z qKF a a = − = ( )( ) ( ) 9 19 19 0 1 2 22 2 9 9 10 1,6 10 1 1,6 10 0,278 10 c k Z q Z qKF a a − − − ⋅ × × ×− × × = − = = × ( ) 9 19 19 9 29 9 10 1,6 10 1 1,6 10 2,98 10 0,278 10 cF N − − − − ⋅ × × ×− × × = = × × 2. Dado o potencial 6 12 A RK KE a a = − + , onde AK e RK são constantes para atração e repulsão, respectivamente, e sendo: 78 610,37 10AK J m −= × ⋅ e 135 1216,16 10RK J m −= × ⋅ , calcu- le a energia de ligação e o comprimento da ligação para o argônio. 1.4 Exercícios Resolvidos Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Resolução: O comprimento da ligação (em equilíbrio) ocorre em 0 7 13 0 0 6 120 A R a a K KdE da a a= = = − Isolando-se 1 1 135 126 6 9 0 78 6 16,16 102 2 0,382 10 0,382 10,37 10 R A K J ma m m nm K J m − − − × ⋅ = = × = × = × ⋅ Agora, você deve observar a energia de ligação dada por ( )0E a . Para o potencial dado pela equação: 6 12 A RK KE a a = − + , teremos: ( ) ( ) ( )6 12 0,382 0,382 0,382 A RK KE nm nm nm = − + ( ) ( ) ( ) 78 6 135 12 6 12 10,37 10 16,16 100,382 0,382 0,382 J m J mE nm nm nm − −× ⋅ × ⋅ = − + ( ) ( ) ( ) 78 6 135 12 21 6 12 10,37 10 16,16 100,382 1,66 10 . 0,382 0,382 J m J mE nm J nm nm − − −× ⋅ × ⋅= − + = − × Para um mol de argônio (Ar), teremos: 21 24 31,66 10 / 0,602 10 0,999 10ligação ligações JE J ligações mol mol −= − × × × = − × O valor obtido corresponde à energia de ligação, que, em módulo, será dada por: 30,999 10ligação JE mol = × Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Neste capítulo, você aprendeu a visualizar no microscópio a fratura de um material, sobre a influên- cia da estrutura cristalina do material e seu comportamento macroscópico, sobre a relação da força cou- lombiana dada por 2c KF a = − na ligação iônica e na ligação secundária ou de van der Waals e a repre- sentar a energia de ligação E, que está relacionada à força de ligação, por meio da expressão diferencial: dEF da = . 1.5 Resumo do Capítulo 1.6 Atividades Propostas 1. Calcule o número de átomos contidos em um cilindro de de profundidade e diâmetro de: a) Magnésio. Dados: 31,74Mg g cm ρ = e Massa atômica 24,31 . . .Mg u m a= 2. Utilizando a densidade do MgO, 33,60MgO g cm ρ = , calcule a massa de um tijolo de MgO refratário (resistente à temperatura), com dimensões 50 mm x 100 mm x 200 mm. 3. Calcule as dimensões de um cubo que contém 1 mol de cobre. Dados: 63,55 /massa atômica Cu g mol= e 38,93 /g cmρ = . Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Agora, você vai analisar comigo uma estru- tura cúbica de corpo centrado (ccc). Nessa estru- tura, existe um átomo no centro da célula unitária e um oitavo de átomo em cada um dos oito can- tos da célula unitária. Você pode verificar que cada átomo de canto é compartilhado por oito células unitárias adjacentes. Assim, existem dois átomos em cada célula unitária ccc. Para você entender melhor o que eu estou dizendo, utilizei bolas de isopor para representar a estrutura ccc. A quanti- dade de átomos por célula unitária será dada por: 11 8 2 8 + × = Figura 9 – Estrutura ccc. Figura 10 – Estrutura ccc. Fonte: Shackelford (2011, p. 48). O Fator de Empacotamento Atômico (FEA) para essa estrutura é 0,68 e representa a fração do volume da célula unitária ocupada pelos dois átomos. Os metais típicos com essa estrutura in- cluem o Ferro alfa ( Feα ), Vanádio (V), Cromo (Cr), Molibdênio (Mo) e Tungstênio (W). Agora, veja uma estrutura cúbica de face centrada (cfc). Nessa estrutura, existe meio átomo no centro de cada face da célula unitária e um oi- tavo de átomo em cada canto da célula unitária, com um total de quatro átomos em cada célula unitária cfc. A quantidade de átomos por célula unitária será dada por: 1 16 8 4 2 8 × + × = Figura 11 – Estrutura cfc. Figura 12 – Estrutura cfc. Fonte: Shackelford (2011, p. 48). ESTRUTURAS METÁLICAS2 Átomo no centro Átomo que compartilha as outras células unitárias Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 O FEA para essa estrutura é 0,74. Um FEA de 0,74 é o valor mais alto possível para preencher o espaço empilhando as esferas rígidas de mes- mo tamanho. Por esse motivo, a estrutura cfc, às vezes, é denominada cúbica compacta. Os metais típicos com estrutura cfc incluem: Ferro gama ( Feγ ), Alumínio (Al), Níquel (Ni), Cobre (Cu), Pra- ta (Ag), Platina (Pt) e Ouro (Au). Quanto à estrutura hexagonal compacta (hc), você vai poder observar que existem dois átomos associados a cada ponto da rede de Bra- vais, um átomo centralizado dentro da célula uni- tária e diversos átomos fracionados nos cantos da célula unitária. A quantidade de átomos por célu- la unitária será dada por: 1 11 4 4 2 6 12 + × + × = Figura 13 – Estrutura hc. Figura 14 – Estrutura hc. Fonte: Shackelford (2011, p. 49). Os metais típicos com a estrutura hc in- cluem o Berílio (Be), Magnésio (Mg), Titânio alfa (Tiα ), Zinco (Zn) e Zircônio (Zr). A grande variedade de composições quími- cas das cerâmicas é refletida em suas estruturas cristalinas. Muitas dessas estruturas cerâmicastambém descrevem compostos intermetálicos. Vamos definir o Fator de Empacotamento Iô- nico (FEI) para essas estruturas. O FEI é a fração do volume de célula unitária ocupada pelos diversos cátions e ânions. Para as estruturas cerâmicas, va- mos começar com as cerâmicas de fórmula química mais simples: MX, onde M é um elemento metálico e X é não metálico. A estrutura do cloreto de césio (CsCl) é semelhante a uma estrutura ccc, porém existem dois íons, um Cs+ e um Cl− por célula unitária. 2.1 Estruturas Cerâmicas Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Figura 15 – Célula unitária do cloreto de césio, mostrando as posições dos íons e os dois íons por ponto de rede. Fonte: Shackelford (2011, p. 45). 2.2 Estruturas Poliméricas Você vai notar agora que, diferentemente do empilhamento de átomos ou íons individuais nos metais e cerâmicas, os polímeros são defini- dos pela estrutura do tipo cadeia das moléculas poliméricas longas. O arranjo dessas moléculas longas em um padrão regular e repetitivo é difícil. Como resultado, a maioria dos plásticos comer- ciais é, em grande parte, não cristalina. Naquelas regiões da microestrutura que são cristalinas, a estrutura tende a ser muito complexa. Vamos observar a célula unitária triclínica para o poli-hexametileno adipamida ou náilon 66. Figura 16 – Célula unitária do poli-hexame- tileno adipamida ou náilon 66. Fonte: Shackelford (2011, p. 59). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 Os semicondutores elementares, tais como o Silício (Si), Germânio (Ge) e Estanho (Sn) cinza, compartilham a estrutura cúbica do diamante. Essa estrutura é montada sobre uma rede de Bra- vais cfc, com dois átomos associados a cada pon- to da rede e oito átomos por célula unitária. Uma característica crucial dessa estrutura é que ela acomoda a configuração de ligação tetraédrica desses elementos, que estão dispostos na tabela periódica do grupo IV A. Você pode observar essa estrutura no es- quema a seguir, que representa uma estrutura da célula unitária cúbica do diamante. Você pode notar as posições dos átomos. Observe que exis- tem dois átomos por ponto da rede, sendo que cada átomo é coordenado tetraedricamente. 2.3 Estruturas Semicondutoras Figura 17 – Estrutura da célula unitária cúbica do diamante. Fonte: Shackelford (2011, p. 59). Agora, vamos analisar o empacotamento real dos átomos representados como esferas rígi- das associadas à célula unitária (SHACKELFORD, 2011). A quantidade de átomos por célula unitária será dada por: Átomo/célula unitária: 1 14 6 8 8 2 8 + × + × = Saiba maisSaiba mais Cúbico tipo diamante: a estrutura cúbica do diamante. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Figura 18 – Empacotamento real dos átomos. Fonte: Shackelford (2011, p. 59). É importante notarmos a relação entre o ta- manho da célula unitária (tamanho da aresta) e o raio atômico para as estruturas metálicas comuns. Você deverá anotar essas relações para podermos realizar os exercícios que se seguem no texto. Para ajudar você, coloquei esses dados na forma de tabela. Veja: Estrutura cristalina Relação entre o tamanho da aresta (a) e o raio atômico (r) Cúbica de corpo centrado (ccc) 4 3 ra = Cúbica de face centrada (cfc) 4 2 ra = Hexagonal compacta (hc) 2a r= Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 1. Mostre que uma rede quadrada de base centrada pode ser transformada em uma rede quadra- da simples. Esboce essa equivalência. Resolução: 2. Sabe-se que o cobre (Cu) é um metal cfc. Dado o raio do átomo de cobre 0,128átomoCur nm= , determine: a) O parâmetro de rede a (aresta). b) A densidade da célula unitária, contendo quatro átomos. Resolução: a) Cálculo da aresta a. Antes de iniciarmos a resolução, você deve analisar que a estrutura que o cobre possui é cfc e a equação é dada por: 2 4ra = Como o problema nos fornece o raio do átomo de cobre 0,128átomoCur nm= , temos: 4 4 0,128 0,362 2 2 átomora nm⋅= = = 2.4 Exercícios Resolvidos Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 b) A densidade da célula unitária: A densidade é dada pela relação: massa volume ρ = ( ) 37 3 23 4 63,55 10 6,023 100,362 massa átomos g nm volume átomos cmnm ρ = = × × × ( ) 37 3 23 3 4 63,55 10 8,93 6,023 100,362 átomos g nm g átomos cm cmnm ρ = × × ≅ × 3. Calcule o FEI do MgO. Dados: nmrátomoMg 078,0= e nmr Oátomo 132,0= . Lembre-se de que a estrutura é similar à do NaCl. A rede de Bravais cfc será: Fonte: Shackelford (2011, p. 51). Resolução: Dado 0,420a nm= , temos: ( )33 30, 420 0,0741celulaunitariaV a nm nm= = = Como existem quatro íons para o Mg e quatro íons para o O por célula unitária, o volume iônico total será: ( ) ( )3 33 34 4 164 4 0,078 0,132 3 3 3 r r nm nmππ π × + × = + ( ) ( )3 3 316 0,078 0,132 0,0465 3 nm nm nmπ + = Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 O FEI será: 3 3 0,0465 0,627 0,0741 nmFEI nm = = 4. Calcule a densidade do MgO, sabendo que 0,420a nm= e o volume de célula unitária cor- responde a 30,0741V nm= . Dados: massa molecular atômica 24,31Mg g= e 16,00O g= . Resolução: A densidade é dada por: ( ) ( ) ( ) 323 7 3 4 24,31 4 16,00 / 6,023 10 10 0,0741 g g nm nm cm ρ + × = × ( ) ( ) ( ) 323 7 3 3 4 24,31 4 16,00 / 6,023 10 10 3,61 0,0741 g g nm g nm cm cm ρ + × = × = 2.5 Resumo do Capítulo 2.6 Atividades Propostas Neste capítulo, você aprendeu o conceito estrutural da matéria. Agora, você entende melhor como a célula unitária é formada, pois foram expostas, através de figuras, a posição dos átomos na célula unitá- ria e a sua forma estrutural: a estrutura cúbica de corpo centrado (ccc), a estrutura cúbica de face centra- da (cfc) e a estrutura hexagonal compacta (hc). Aprendemos a calcular o Fator de Empacotamento Atômico (FEA) para as estruturas dadas, bem como o Fator de Empacotamento Iônico (FEI). 1. Calcule a densidade do Feα , sabendo-se que é um metal com estrutura ccc. Dados: massa atômica de 55,85 . . .Fe u m aα = e 0,124Fer nm= . 4 3 a r= ⋅ Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 2. Calcule o FEI do CaO. Dados: 0,106Car nm= e 0,132Or nm= . Lembre-se: 2 2Ca Oa r r= + . 3. Calcule a densidade do CaO. Dados: nma 476,0= e Ca=40,08 u.m.a. O=16,00 u.m.a. 4. Quantas células unitárias estão contidas em 1 kg de polietileno comercial, 50% cristalino e o restante amorfo. Ele possui uma densidade global de 0,940 Mg/cm3. Lembre-se: você deve observar que as células unitárias estão presentes somente na parte cristalina. 5. Calcule a densidade do germânio (Ge). Dados: 0,122Ger nm= e 72,59 . . .Ge u m a= Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Existem algumas regras básicas para des- crever a geometria ao redor de uma célula uni- tária. Essas regras e as notações associadas são utilizadas uniformemente pelos cristalógrafos, geólogos, físicos, químicos, cientistas de mate- riais, engenheiros de materiais e outros que preci- sam lidar com materiais cristalinos. Você, agora, vai entender o mundo dos cris- tais. Vamos descrever as posições na rede cristalina expressas como frações ou múltiplos de dimensões da célula unitária. Um aspecto da natureza da estru- tura cristalina é que uma dada posição da rede, em uma determinada célula unitária, é estruturalmen- te equivalente à mesma posição em qualquer ou- tra célula unitária da mesma estrutura. Agora, você pode observar na figura a notação utilizada para as posições na rede cristalina. ESTUDO DA REDE CRISTALINA3 Figura 19 – Posições na redecristalina. Fonte: Shackelford (2011, p. 62). As posições equivalentes são conectadas por translações na rede cristalina, consistindo em múltiplos inteiros ao longo de direções paralelas aos eixos cristalográficos. Caro(a) aluno(a)! Veja com detalhes a figura a seguir: Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Figura 20 – Posições equivalentes. Fonte: Shackelford (2011, p. 63). Para descrevermos as direções na rede cris- talina, devemos estar atentos ao fato de que essas direções são expressas como conjuntos de intei- ros, identificando-se as menores posições inteiras interceptadas pela linha que parte da origem dos eixos cristalográficos. Na notação para distinguir uma direção daquela de uma posição, os inteiros de direção são delimitados por colchetes, sendo o seu uso muito importante para a designação pa- drão para as direções específicas da rede. Na figura a seguir, você pode observar a no- tação para a direção na rede. Note que as direções 3.1 Direções e Planos Cristalográficos Figura 21 – Notação para direção na rede. Fonte: Shackelford (2011, p. 63). [uvw] paralelas compartilham a mesma notação, pois somente a origem é deslocada. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 O uso dos colchetes é importante e é a de- signação padrão para as direções específicas na rede. Você deve observar que a linha da origem dos eixos cristalográficos, passando pela posição no centro do corpo 1 1 1 2 2 2 , pode ser estendida para interceptar a posição 111 do canto da célula unitária. Note que a extensão adicional da linha leva à interceptação de outros conjuntos de intei- ros, como, por exemplo, 222 e 333, sendo o con- junto 111 o menor. Como resultado, essa direção é referenciada como [ ]111 . Quando uma direção se move por um eixo negativo, a notação preci- sa indicar esse movimento. Por exemplo, a barra acima do número inteiro final na direção 111 designa que a linha da origem passou pela posi- ção 1 1 -1. Você deve observar que as direções [ ]111 e são estruturalmente muito semelhantes. Ambas são diagonais do corpo através de células unitárias idênticas. A direção 111 se tornaria a direção [ ]111 se fizéssemos uma escolha dife- rente de orientação de eixos cristalográficos. Esse conjunto de direções, que são estruturalmente equivalentes, é chamado família de direções e é representado pelos sinais < >. Um exemplo das diagonais de corpo no sistema cúbico é: [ ]111 111 , 111 , 111 , 111 111 , 111 , 111 , 1 11 = Vamos agora visualizar a família de direções 111 , representando todas as diagonais do cor- po para células unitárias adjacentes no sistema cúbico. Figura 22 – Família de direções 111 . Fonte: Shackelford (2011, p. 63). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 Os ângulos podem ser determinados pela visualização cuidadosa e por cálculos trigono- métricos. No sistema cúbico, o ângulo pode ser determinado pelo cálculo simples de um pro- duto escalar de dois vetores. Vamos analisar as direções: [ ]uvw e [ ]' ' 'u v w , com os vetores D ua vb wc= + + e ' ' ' 'D u a v b w c= + + . Po- demos determinar o ângulo δ entre essas duas direções: 3.2 O Ângulo entre as Direções e os Índices de Miller ' ' cosD D D D⋅ = ⋅ ou 2 2 2 2 2 2 ' ' ' 'cos ' ' ' ' D D uu vv ww D D u v w u v w δ ⋅ + += = + + + + Lembre-se de que essa relação é válida so- mente para o sistema cúbico. Os planos são expressos como um conjunto de números inteiros, conhecidos como índices de Miller. A obtenção desses números inteiros é um processo mais elaborado do que o que foi exigido para as direções. Os números representam o in- verso das interceptações axiais. Figura 23 – Índices de Miller. Fonte: Shackelford (2011, p. 64). Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Você deve observar que os parênteses ser- vem como notação padrão para representar os planos cristalográficos. O plano (210) indicado na figura intercepta o eixo a em a 2 1 , o eixo b em b e é paralelo ao eixo c, interceptando-o em ∞ . Os inversos das interceptações axiais são 1 1 1, ,1 1 2 ∞ . Esses inversos das interceptações geram os intei- ros 2, 1, 0, levando à notação do plano (210). A notação geral para os índices de Miller é (hkl), que pode ser usada para qualquer um dos sete sistemas cristalinos. Como o sistema hexa- gonal pode ser representado por quatro eixos, um conjunto de quatro dígitos dos índices de Miller-Bravais (hkil) pode ser definido. Pode-se mostrar que h k i+ = − para qualquer plano no sistema hexagonal, o que também permite que qualquer plano do sistema hexagonal seja desig- nado pelos índices de Miller-Bravais (hkil) ou pe- los índices de Miller (hkl). Da mesma forma que as direções equivalentes, podemos agrupar planos estruturalmente equivalentes como uma família de planos com índices de Miller ou Miller-Bravais entre chaves: { }hkl ou { }hkil . Vamos analisar as faces de uma célula unitá- ria no sistema cúbico, pertencente à família {100}, com: { } ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )100 100 , 010 , 001 , 100 , 010 , 001= Figura 24 – Faces de uma célula unitária no sistema cúbico. Fonte: Shackelford (2011, p. 65). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Você sabe como a estrutura do material é determinada? Através da utilização da difração de raios X, é possível medir a estrutura cristalina dos materiais de engenharia. Ela pode ser utilizada para determinar a estrutura de um novo material ou a estrutura conhecida de um material comum pode ser usada como fonte de identificação quí- mica. A difração de raios X é o resultado da radia- ção espalhada por um conjunto regular de cen- tros de difusão, cujo espaçamento é da mesma ordem de grandeza do comprimento de onda da radiação. Observa-se que os tamanhos de átomos e íons são da ordem de 0,1 nm, de modo que po- demos pensar nas estruturas cristalinas como re- des de difração em uma escala subnanométrica. A parte do espectro eletromagnético com um com- primento de onda nesse intervalo é a radiação X. Dadas essas características, a difração de raios X é capaz de caracterizar a estrutura cristalina. Você deve observar que, para os raios X, os átomos são centros de espalhamento, sendo que o mecanismo específico de espalhamento é a in- teração de um fóton de radiação eletromagnética com um elétron orbital no átomo. Um cristal atua como uma grade de difração tridimensional. Para que haja a difração, os feixes de raios X espalha- dos por planos cristalinos adjacentes devem estar em fase. A diferença de caminho entre os feixes de raios X adjacentes é algum número inteiro n, de comprimento de onda da radiação λ . A rela- ção que demonstra essa condição é a equação de Bragg: θλ dsenn 2= Nessa equação, você deve observar que λ é o comprimento de onda dos raios X, d corres- ponde ao espaçamento entre planos cristalinos adjacentes e θ é o ângulo de espalhamento. 3.3 Difração de Raios X Figura 25 – Equação de Bragg. Fonte: Shackelford (2011, p. 70). Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 A magnitude do espaçamento interplanar é uma função direta dos índices de Miller para o plano. Para o sistema cúbico, a relação é muito simples. O espaçamento entre planos hkl adja- centes é dado pela equação: 2 2 2hkl ad h k l = + + Você deve lembrar que a é o parâmetro de rede, ou seja,o tamanho da aresta da célula uni- tária. Agora, veja como fica a fórmula para um sis- tema hexagonal: ( ) 2 2 2 2 2 4 3 hkl ad ah hk k l c = + + + Nessa equação, você deve lembrar-se dos parâmetros de rede a e c para o sistema hexago- nal. Para ilustrar o texto, temos as imagens de um difratômetro de raios X e uma ampola de raios X. Figura 26 – Difratômetro e ampola de raios X. 3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão e Varredura Você já deve ter tido a oportunidade de visualizar alguma estrutura utilizando uma lupa convencional. Você deve ter notado que muitos dos detalhes que você não conseguia enxergar sem a lupa são enxergados com certa nitidez e detalhes. Imagine o mesmo ocorrendo com o es- tudo dos materiais. Para esses estudos, utilizamos microscópios ópticos e também eletrônicos. Os microscópios ópticos e eletrônicos são ferramen- tas poderosas para observar a ordem e a desor- dem estrutural do material. O microscópio eletrô- nico de transmissão usa o contraste de difração para obter imagens com alta ampliação, como, por exemplo, 100.000 vezes de aumento, os de- feitos como discordâncias no material. O micros- cópio eletrônico de varredura produz imagens de aparência tridimensional de características microestruturais, como as superfícies de fraturas. Analisando a emissão de raios X característica, a composição química microestrutural pode ser es- tudada. Fonte: O autor. Anteparo de W para a produção de raios X Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 Figura 27 – Microscópio eletrônico de varredura CamSam série 4. Fonte: O autor. Para ilustrar a utilização da microscopia ele- trônica no estudo da superfície de fratura, obser- ve as imagens relativas à fratura de um parafuso e aos respectivos elementos químicos presentes no material analisado. Figura 28 – Fratura de um parafuso. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 Figura 29 – Elementos químicos presentes no parafuso. A imagem ilustra a superfície de fratura de um material metálico. Analisando a superfície, você nota a presença de alvéolos indicando que o mate- rial sofreu uma sobrecarga para romper-se. Com a análise de raios X característicos, é possível saber os elementos químicos presentes no material, através da microanálise por energia dispersiva de raios X. Você pode observar a presença dos seguintes ele- mentos químicos: Oxigênio (O), Ferro (Fe), Zinco (Zn), Alumínio (Al), Silício (Si), Cromo (Cr) e Manga- nês (Mn). 3.5 Defeitos Pontuais e Difusão no Estado Sólido Você já observou o que ocorre quando uma gota de tinta cai em um frasco contendo água. A gota se espalha até que toda a água fique colo- rida por igual. Essa é uma demonstração simples da difusão, ou seja, o movimento das moléculas de uma região de maior concentração para uma de menor concentração. Em temperaturas sufi- cientes, átomos e moléculas podem ser bastante móveis em líquidos e sólidos. A difusão por um mecanismo de intersticia- lidade pode ser visto na figura seguinte, em que efetivamente a natureza de caminhos aleatórios da migração atômica é observada. Figura 30 – Difusão por mecanismo de intersticialidade. Fonte: Shackelford (2011, p. 107). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 Você deve observar que essa aleatoriedade não impede o fluxo líquido de material quando existe uma variação geral na composição quími- ca. O tratamento matemático formal desse flu- xo difusional começa com uma expressão conhe- cida como primeira lei de Fick: x cDJ x ∂ ∂ −= A variável xJ é o fluxo ou taxa de fluxo das espécies em difusão na direção de x, devido a um gradiente de concentração ∂ ∂ x c , e D é o coe- ficiente de proporcionalidade ou coeficiente de difusão, também conhecido como difusividade. Figura 31 – Fluxo de átomos. Fonte: Shackelford (2011, p. 108). Agora, vamos analisar o gradiente de con- centração em um ponto específico ao longo do caminho de difusão, que muda com o tempo t. Essa situação é representada pela equação dife- rencial, conhecida como segunda lei de Fick: ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ x cD xt c xx Para facilitar, podemos admitir D indepen- dente de c, o que nos fornece uma equação sim- plificada da segunda lei de Fick: 2 2 x cD t c xx ∂ ∂ = ∂ ∂ Saiba maisSaiba mais Adolf Eugen Fick (1829-1901) foi um grande fisio- logista alemão. Seu trabalho na escola mecanistica da fisiologia foi tão excelente que serviu como guia para as ciências físicas. Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Uma fase é uma porção química e estrutu- ralmente homogênea da microestrutura. Uma mi- croestrutura monofásica pode ser policristalina, mas cada grão cristalino difere apenas na orienta- ção cristalina e não na composição química. Veja, agora, a microestrutura monofásica do molibdênio comercialmente puro, observada por microscopia óptica, após preparo da amostra da superfície, com aumento de 200 vezes. Nota-se a presença de muitos grãos nessa microestrutura e cada grão tem a mesma composição uniforme. Figura 32 – Microestrutura monofásica do molibdê- nio comercialmente puro. Fonte: Metals Handbook (1972, p. 196). Qualquer aumento na temperatura mudará o estado da microestrutura. As variáveis de esta- do importantes, sobre as quais o engenheiro de materiais tem controle no estabelecimento da microestrutura, são: temperatura, pressão e com- posição. A relação geral entre a microestrutura e essas variáveis de estado é dada pela regra de fa- ses de Gibbs: 1F C P= − + Na qual F é o número de graus de liberdade, C é o número de componentes e P é o número de fases. Um diagrama de fases é qualquer represen- tação gráfica das variáveis de estado associadas à microestrutura por meio da regra de fases de Gibbs. Por uma questão prática, os diagramas de fases mais usados pelos engenheiros de materiais são os diagramas binários, que representam siste- mas de dois componentes (C=2), e os diagramas ternários, que representam sistemas de três com- ponentes, ou seja, C=3 na regra de fases de Gibbs. 3.6 Diagramas de Fases e o Desenvolvimento de Microestruturas Figura 33 – Diagrama de fases. Fonte: Shackelford (2011, p. 197). Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 O esquema representa o diagrama de fases de um componente para o ferro puro. Você pode analisar no diagrama uma projeção da informa- ção do diagrama de fases em 1 atm, que gera uma escala de temperatura. Observe que, até 910 °C, temos o Feα ou ferrita; a partir de 910 °C até 1394 °C, temos a formação do Feγ ou austenita; entre 1394 °C e 1538 °C, observamos a formação do Feδ; e acima da temperatura de 1538 °C, o ferro encontra-se na fase líquida. Você poderá encontrar diversos diagramas de fases para a maioria dos materiais conhecidos, através da consulta ao Metals Handbook que se encontra na referência. 3.7 Exercícios Resolvidos 1. Os três primeiros picos obtidos por difração de raios X do alumínio em pó são: (111), (200) e (220). Sabendo-se que o parâmetro a=0,404nm, determine o valor de d para cada plano. Resolução: Inicialmente, vamos utilizar a equação 2 2 2hkl ad h k l = + + , pois o alumínio é de estrutura cúbica. Para o plano (111), temos: 111 2 2 2 0, 404 1 1 1 nmd = + + 111 2 2 2 0, 404 0,404 0,234 31 1 1 nmd nm= = = + + Para o plano (200), temos: 200 2 2 2 0, 404 2 0 0 nmd = + + 200 2 2 2 0, 404 0,404 0,202 22 0 0 nmd nm= = = + + Para o plano (220), temos: 220 2 2 2 0, 404 2 2 0 nmd = + + Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 220 2 2 2 0, 404 0,404 0,143 82 2 0 nmd nm= = = + + 2. Sabendo que a fonte de raios X do cobre possui 0,1542nmλ = (radiação CuKα ), utilizada para a difração do alumínio, determine o ângulo θ para o plano111 0, 234d nm= . Resolução: Você vai utilizar a lei de Bragg θλ dsenn 2= . Lembre-se de que o problema fornece o valor de lambda e de d. Vamos isolar o valor de θ : d sen 2 λθ = Para calcularmos o valor de θ , temos que usar a relação da trigonometria, ou seja: d arsen 2 λθ = 0,1542 2 0,234 nmarsen nm θ = × 0,1542 19,2º 2 0,234 nmarsen nm θ = = × Como o difratograma apresenta a relação entre a intensidade e o ângulo em ( )θ2 , para o ângulo 19,2ºθ = , o valor de ( )1112 38,5ºθ = . 3. Superfícies de aço podem ser endurecidas pela carbonetação. Durante um tratamento desse tipo a 1000 °C, existe uma queda na concentração de carbono de 5% para 4% at de carbono, entre 1 e 2 mm da superfície de aço. Estime o fluxo de átomos de carbono no aço nessa região próxima à superfície. Dados: densidade do 3(1000º ) 7,63 gFe C cm γ = e 2 112,98 10CemFe mD s −= × Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 Resolução: 23 22 3 3 6,023 107,63 8,23 10 55,85 g átomos átomos cm g cm ρ ×= × = × 29 48, 23 10 c átomos x m ∂ = − × ∂ Agora, vamos utilizar a equação de Fick dada por: 3.8 Resumo do Capítulo No presente capítulo, você aprendeu a descrever os planos cristalográficos e como estão dispostos os parâmetros de rede do material. Verificou que existe uma grande gama de materiais metálicos, cerâ- micos e poliméricos, e que, para o estudo da cristalografia do material, utiliza-se a difração de raios X, utilizando-se a equação: θλ dsenn 2= , sendo possível determinar os planos de difração do material a partir do difratograma dado. Também viu o tratamento matemático formal do fluxo difusional utilizando a primeira lei de Fick: x cDJ x ∂ ∂ −= 5% 4% 1% 1 2 c at at at x mm mm mm ∂ − = = − ∂ − ( )22 3 36 3 0,01 8,23 10 / 1010 1 átomos cmc c cm mm x x mm m m ×∂ ∆ = = − × × ∂ ∆ x cJ D x ∂ = − ∂ 2 11 29 42,98 10 8,23 10x c m átomosJ D x s m − ∂ = − = − × − × ∂ 19 22, 45 10 .x c átomosJ D x m s ∂ = − = × ∂ Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 1. Sabendo que fonte de raios X do cobre possui 0,1542nmλ = (radiação CuKα ), utilizada para a difração do alumínio, determine o ângulo θ para o plano 200 0, 202d nm= . 2. Sabendo que fonte de raios X do cobre possui 0,1542nmλ = (radiação CuKα ), utilizada para a difração do alumínio, determine o ângulo θ para o plano 220 0,143d nm= . 3. Calcule os ângulos, no sistema cúbico, entre as seguintes direções: Use a equação: 2 2 2 2 2 2 ' ' ' 'cos ' ' ' ' D D uu vv ww D D u v w u v w δ ⋅ + += = + + + + a) [ ]100 e [ ]110 . b) [ ]100 e [ ]111 . 4. A superfície de aço pode ser endurecida pela carbonetação. Durante um tratamento desse tipo a 1100 °C, estime o fluxo de átomos de carbono no aço nessa região próxima à superfície. Dados: 2 117,92 10CnoFe mD sα −= × e 29 48, 23 10 c átomos x m ∂ = − × ∂ . 5. A 200 °C, uma liga de solda Pb-Sn 50:50 existe como duas fases: um sólido rico em chumbo e um líquido rico em estanho. Calcule os graus de liberdade a uma pressão constante de 1 atm para: a) Uma solução sólida de monofásico do Sn dissolvida no solvente Pb. b) Pb puro abaixo de seu ponto de fusão. c) Pb puro em seu ponto de fusão. 3.9 Atividades Propostas E N G E N H A R IA /2 0 1 0 6 0 1 W W W.B R A S I L E N G E N H A R I A.CO M.B R A importância das normas técnicas na engenharia mas Técnicas nos currículos das escolas de engenharia, diz Katty: “Existe uma por- ção de coisas que não se ensina nas esco- las de engenharia, inclusive, como negociar um contrato ou como administrar pessoas. Acrescente-se a essa lista, a falta de conhe- cimento sobre as normas técnicas indus- triais. Embora as normas técnicas tendam a desempenhar um papel preponderante no desenvolvimento de novos produtos, os engenheiros recém-formados muitas vezes são surpreendidos com o alcance e formato que as mesmas apresentam. Para familiari- zar os estudantes com o assunto e ajudar os engenheiros a fazer bom uso das normas existentes o IEEE está buscando meios de incorporar o conhecimento das normas téc- nicas aos currículos das escolas de engenha- ria, tecnologia e computação”. Esse objetivo foi detalhado numa pro- posição aprovada em junho (2009) pela diretoria do IEEE. O documento enfatiza a importância da inclusão nos programas aca- dêmicos das Normas Técnicas relativas às áreas de interesse do IEEE. “Para motivar as universidades e escolas até o ponto de dedi- carem atenção às normas técnicas é neces- sário incentivá-las através de um processo de credenciamento – que é um dos objetivos fundamentais da elaboração do documento”, diz Steve Mills, membro senior do IEEE e pre- sidente do Comitê de Ensino de Normas do IEEE. A proposta é o resultado de dois anos de trabalho de seu grupo, um comitê con- junto entre a Associação de Normas do IEEE e a Diretoria de Atividades Educacionais do IEEE. “Este documento será compartilhado com entidades de credenciamento como a Abet nos Estados Unidos, JABEE no Japão, e ABEEK da Coreia. Com a ajuda de voluntários do IEEE, como o representante do IEEE na diretoria da Abet, iremos utilizar a proposta para encorajar a discussão e o exame dos re- quisitos para o credenciamento em relação às normas”, continua Mills. Várias associações de engenharia e de nor- mas técnicas serão consultadas para revisar e opinar sobre a proposta do IEEE, incluindo a VDE, a Associação Alemã de Tecnologia Elétri- ca, Eletrônica e de Informação; e o Instituto Britânico de Engenharia e Tecnologia (IET). O problema Em algum momento de suas carreiras, os engenheiros serão requisitados para projetar algum equipamento, escrever um programa ou melhorar um sistema, utilizando uma nor- ma técnica industrial. “Infelizmente muitos en- genheiros e estudantes de computação nunca viram uma norma técnica na escola”, informa o sócio Fellow do IEEE, Moshe Kam, vice-presi- dente do Comitê de Ensino de Normas. “Hoje em dia os estudantes de engenha- ria têm possibilidades de se formar em di- ferentes especialidades, em várias partes do mundo, sem nunca terem visto uma norma técnica e, em muitos casos, sequer terem ouvido falar delas”, diz Kam. “Mesmo os que estão cursando o último ano da faculdade, é pouco provável que saibam fazer uso ade- quado das normas técnicas em seus traba- lhos de final de curso.” “O IEEE pensa que esta situação deve mudar”, ele continua. “Os estudantes devem ser familiarizados com as normas técnicas, não só com as normas do IEEE, mas com as normas técnicas em geral e com o processo de normatização. Nosso projeto apresenta recomendações sobre os modos pelos quais os professores podem introduzir as normas técnicas – especialmente no trabalho de fim de curso, que é uma exigência quase que universal nas escolas de engenharia”. As recomendações incluem: 1) Indicação de que determinado processo ou dispositivo discutido em classe está co- berto por uma norma técnica, com citação da norma correspondente. Este objetivo T CNICAS D IV IS Õ É S Instituto de Engenharia, dentro da sua política Por Miracyr Assis Marcato* O de apoio e divulgação do uso das normas técnicas na engenharia, fortalecendo o elo entre a ciência e a experiência, realizou em sua sede, no dia 25 de agosto passa- do, através de seu Departamento de Enge- nharia de Energia e Telecomunicações, uma palestra sobre o tema, proferida pelo engº José Sebastião Viel, superintendente do Co- mitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (Cobei). O Instituto, que já mantém convênios de cola- boração com distintas entidades do gênero, entre as quais a American Society of Civil Engineers (Asce), promoveu a palestra com o apoio institucional do Institute of Electri- cal and Electronic Engineers - Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos – IEEE ou I3E (como é habitualmente conhecido) –, que é uma entidade com mais de 390 000 sócios em 160 países– agrupados em dez regiões (o Brasil pertence à 9ª região) –, de- dicada a promover o avanço da inovação e da excelência tecnológicas nos campos da eletricidade, eletrônica, computação e ci- ências afins como: micro e nanotecnologia, ultrassonografia, bioengenharia, robótica etc. sendo hoje a maior associação técnico- profissional de todo o mundo. O IEEE publica um terço de toda a li- teratura técnica universal nos campos da engenharia elétrica, ciência da computação e eletrônica e ocupa a liderança no desen- volvimento das normas que dão suporte técnico à maioria dos modernos produtos e serviços de telecomunicações, tecnologia da informação e geração de energia. Além disso, o IEEE tem procurado incentivar o en- sino das normas técnicas nas Escolas, como escreve Katty Kowalenko, editora do IEEE - The Institute Newspaper, que, por opor- tuno, transcrevemos a seguir. Sob o título O IEEE defende a introdução das Nor- E N G E N H A R IA /2 0 1 0 6 0 1 WWW.BRASILENGENHARIA.COM.BR T CNICAS D IV IS Õ É S namento, ainda que somente de caráter geral. Não deveríamos deixar os estudantes com a errônea impressão de que eles poderão pro- jetar novos produtos e programas num am- biente livre de restrições, requisitos de com- patibilidade e regras”, diz ele, acrescentando que, fornecendo conhecimento das normas técnicas se poderá melhorar a preparação dos estudantes para um competente desempenho no mercado de trabalho. 4) Uso e referência regular às normas técni- cas em grandes projetos ou empreendimen- tos maiores. Especificamente, a relevância e aplicabilidade das normas deverão fazer parte dos relatórios de andamento e finais dos principais projetos de fim de curso. Uma pesquisa de normas no campo de aplicabi- lidade do projeto é tão importante como a pesquisa da literatura naquele domínio. “Não estamos pretendendo que as normas técnicas sejam ensinadas indiscriminadamen- te, porque tal esforço seria difícil e provavel- mente absorveria demasiado tempo” reconhe- ce Kam. “Ainda assim, deveremos familiarizar os nossos estudantes com uma noção sobre as normas técnicas e fornecer-lhes algum trei- pode também ser alcançado com a utilização de livros- texto que resenhem e incluam a referência às normas técni- cas em suas explanações. 2) Introdução indireta de uma norma técnica pela inclusão de um resumo dos aspectos principais de suas especifica- ções nas notas de classe, tra- balhos de casa, laboratórios ou projetos. 3) Uso extensivo de uma norma publicada ou de parte importante da mesma nas aulas, trabalhos de casa, laboratórios ou projetos do estudante, durante o último ou penúltimo anos do curso. * Miracyr Assis Marcato é engenheiro eletricista, con- sultor, membro do Conselho Deliberativo e diretor do Departamento de Engenharia de Energia e Telecomuni- cações do Instituto de Engenharia – Membro da CIGRÉ e Senior Life Member do IEEE E-mail: energo@terra.com.br Material antirradar e blindagem eletromagnética estratégia de defesa marítima ou aérea de qualquer país é fortemente basea- da no uso de dispositivos que possibilitam a detecção de um alvo. Contudo, o que acon- teceria se houvesse uma forma de “enga- nar” os dispositivos? Buscando dificultar ou minimizar a detecção ou visualização ótica, acústica ou por meio de radar, foram criadas técnicas apropriadas de camuflagem, que in- cluem o emprego de materiais absorventes, mais conhecidos como materiais antirradar. O avião invisível foi inventado pelos Estados Unidos em 1958 e, desde então, recebe contí- nuos aperfeiçoamentos dos americanos e de outros países desenvolvidos que têm interesse em ampliar sua capacidade bélica de defesa e ataque. O Brasil trabalha nesta área há muitos anos nos âmbitos da Aeronáutica (CTA/ITA, em São José dos Campos/SP) e da Marinha (IPqM, Ilha do Governador, Rio de Janeiro/RJ, existindo intercâmbio em engenharia de materiais com a Universidade Federal do Rio de Janeiro). Em linguagem simplificada, as radiações eletromagnéticas (EM) do radar emitidas por uma fonte só enxergam o alvo (um avião, um navio etc.) quando este está “de frente” para a direção de onde vêm as ondas. Ao atingirem o alvo, as ondas são refletidas de volta para a fonte e o objeto é detectado. Se o alvo for mui- to delgado, como uma chapa fina, e estiver de perfil, o radar verá apenas uma pequena tira correspondente à espessura da chapa; a maior parte da radiação passará direto e se perderá no infinito, na “escuridão eletromagnética”. Agora, se a referida tira do perfil da chapa estiver re- coberta por uma película absorvedora de radar, a radiação incidente nesta superfície poderá ser completamente aniquilada e a fonte das ondas não receberá nenhum sinal em retorno. Os dois princípios básicos de camuflagem antirradar são: um recobrimento absorvedor de radar (RAM = Radar Absorbing Material, uma tarefa dos engenheiros de materiais) e o projeto e construção de aviões e navios com um mínimo de “superfície de frente para o radar” ou Seção Reta Radar (RCS = Radar Cross-Section). Corpos delgados e superfícies suficientemente inclinadas em relação à di- reção das ondas do radar incidente ajudam a alcançar tal configuração. A tecnologia global neste contexto é conhecida como Stealth Te- chnology ou Tecnologia de Camuflagem con- tra radiações eletromagnéticas (micro-ondas incluindo as ondas de radar, infravermelho e outros comprimentos de onda) e contra as ondas sonoras usadas num sonar submarino. Para que seja invisível a radares, toda a su- perfície do navio que permanece exposta acima da água deve ser revestida com o material. A radiação incidente do radar ao alcançar a su- perfície de um alvo pode ser absorvido/aniqui- lado de três maneiras distintas: 1) por interação magnética com o material absorvedor pelo qual a energia da radiação é dissipada nesse material absorvedor sob forma de calor e não retorna à fonte emissora; 2) pela interação die- létrica semelhante àquela que acontece quan- do um alimento é aquecido pela energia de micro-ondas, num forno micro-ondas domés- tico, onde a energia de micro-ondas é liberada em forma de calor e não retorna mais à fonte emissora; 3) pela condução de corrente elétrica no material absorvedor em direção à estrutura do navio, por exemplo, em que a energia da onda eletromagnética do radar é consumida na geração da referida corrente elétrica no ma- terial e não mais volta à fonte emissora. O fenômeno real é bem mais comple- xo do que esta explicação simplificada e os materiais absorvedores costumam ser híbri- dos ou mistos, conjugando as três formas de dissipação da energia do radar neles. Eles devem ainda ser o mais leve possível, bem aderente à estrutura militar a ser protegida, possuir resistência mecânica para resistir ao esmagamento e ter estabilidade química/ele- troquímica no ambiente onde trabalha. Por Tsuneharu Ogasawara* A * Tsuneharu Ogasawara é engenheiro industrial meta- lúrgico, pós-doutorado pelo Rutgers – The State Uni- versity of New Jersey (USA), coordenador do Curso de Engenharia de Materiais da Escola Politécnica da Univer- sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) E-mail: ogasawat@metalmat.ufrj.br LOGO METALAB Análise de Materiais Ltda. Centro Tecnológico de Engenharia de Materiais Desde 1999 Novos Materiais de Engenharia - Propriedades e Aplicações Industriais - Júlio F. Baumgarten, Mestre Eng. de Materiais & Processos Avançados 1. Introdução aos Novos Materiais de Engenharia Desde os primórdios, os homens se preocupam com a evolução dos materiais, quer seja através o uso de materiais naturais, como pedras, madeiras, ossos de animais, etc., quer seja desenvolvendo novos materiais através do uso de tecnologia. Um aspecto importante, é que o “Domínio da Área de Materiais” sempre representou domínio de um Povo sobre o outro, isto é, aquele que possuía as Melhores Armas era o Vencedor! A comprovação da importância dos Materiaissobre a Humanidade está inclusive na forma de separar as diferentes “Eras da Humanidade” onde encontramos a Idade do Cobre (6.000 AC), Idade do Bronze (5.000 AC), Idade do Ferro (4.000 AC), sendo que os mais importantes desenvolvimentos tecnológicos ocorreram a partir do ano 1.700 DC. Descoberta dos Metais ao longo do Tempo A partir de 1.750 houve um aumento significativo na descoberta dos (novos) elementos químicos. http://4.bp.blogspot.com/-el1Gf71_ar8/TufTrtmB_WI/AAAAAAAAACk/Rm-dA5IRIk0/s1600/1.png “O domínio e o conhecimento dos materiais sempre representou poder para o Homem” MATERIAIS DE ENGENHARIA Baixo Carbono Alto Carbono AÇOS Baixa Liga Média Liga Alta Liga FERROSOS Cinzento Nodular FERRO FUND. Branco METÁLICOS Maleável Vermicular Alumínio CRISTALINO Cobre Ñ FERROSOS Níquel Zinco Titânio SÓLIDOS Polímeros de Engenharia MATERIAIS LÍQUIDOS Ñ. METÁLICOS Cerâmica Avançada Vidros Cristal GASOSOS Cermets COMPÓSITOS Matriz Metálica Glass Cerâmica Avançada Plásticos de Engenharia Polímeros ORGÂNICOS Elastômeros Madeiras AMORFO Vidros INORGÂNICOS Metal Amorfo Cerâmica Avançada 2. Classificação dos Materiais Classes dos Materiais de Engenharia Os Materiais de Engenharia estão separados em 4 Classes, como função de sua Natureza Físico – química e Microestrutura. Num Projeto podemos utilizar: - Metais e Ligas - Polímeros de Engenharia - Cerâmica Avançada - Materiais Compósitos Os Materiais Compósitos são ainda classificados em função da sua Matriz Estrutural em: CMM, CMP e CMC. http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ficheiro:Classoficacao_de_materiais_pt.svg&page=1 Evolução dos Materiais ao longo do Tempo EXEMPLO DE COMPÓSITOS - FIBRA DE CARBONO Extra - 300 Bordo de Ataque da Asa Caracterização dos Novos Materiais Em qualquer Projeto onde se utilizam Novos Materiais, a principal preocupação será garantir as Propriedades deste. Num Projeto devemos ter cuidados com: - Microestrutura do Material - Processamento - Condição de Aplicação - Propriedades Intrínsecas * Para avaliar o Componente, analisamos suas características. http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ficheiro:Materials_science_tetrahedron_-_pt-br.svg&page=1 “UMA PROPRIEDADE É UMA QUALIDADE QUE O MATERIAL APRESENTA QUANDO SOLICITADO, INDEPENDENTE DAS CONDIÇÕES EM QUE O MESMO ESTEJA , ISTO É , A PROPRIEDADE É UMA QUALIDADE INTRÍNSECA DO MATERIAL” 3. Definição de Propriedade dos Materiais Classificação das Propriedades dos Materiais - Tração - Torção Estática - Compressão - Cizalhamento - Flexão RESIST. MECÂNICA - Fadiga (esforço cíclico) Dinâmica - Tenacidade ( resist. ao impacto) - Fluência (escoamento a quente) - Resistência Mecânica ( Creep) - Capacidade de Absorção de Calor PROP. TÉRMICAS - Condutibilidade Térmica - Dilatação Térmica - Resistência ao Calor - Condutibilidade Luminosa PROP. ÓTICAS - Refração - Difração - Resistência à Oxidação PROP. QUÍMICAS - Reação com outros materiais - Resistência à Corrosão - Ferromagnetismo PROP. MAGNÉTICAS - Paramagnetismo - Diamagnetismo - Condutividade PROP. ELÉTRICAS - Semicondutividade - Isolamento - Estanqueidade - Densidade ( Peso Específico ) - Resis. ao Desgaste ( Tribologia ) PROP. FUNCIONAIS - Acabamento Superficial - Amortecimento de Vibrações - Elasticidade - Permeabilidade ( Tubulações / Tanques ) - Cor e Tonalidade Classificação das Propriedades dos Materiais Atender com Segurança as condições de serviço, com o menor custo, levando em conta as propriedades mecânicas, resistência à corrosão, facilidade de fabricação e manutenção. Portanto, a primeira etapa para a escolha de um Novo Material, é uma Avaliação Criteriosa dos seguintes parâmetros de seleção: - Propriedades Mecânicas - Condições de Serviço - Disponibilidade no Mercado - Custo (material & fabricação) - Segurança e Meio Ambiente 4. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE NOVOS MATERIAIS - Limite de Resistência - Limite de Escoamento - Alongamento - Limite de Fadiga - Tenacidade à Fratura - Dureza (superfície & núcleo) - Resistência ao Desgaste - Resistência à Corrosão Propriedades Mecânicas dos Materiais Condições de Serviço dos Componentes - Temperatura de Operação - Fluido de Serviço: . composição química . concentração . pH . impurezas . sólidos em suspensão . ponto de fulgor . toxidez , etc. - Pressão de Operação - Velocidade do Fluido - Nível e Natureza de Tensões no material 5. O ESTADO DA ARTE DOS MATERIAIS DE ENGENHARIA Atualmente, o desenvolvimento de Novos Materiais está voltado para a obtenção de Produtos cada vez mais resistentes, econômicos e menos poluentes. Os principais objetivos nas pesquisas dos Novos Materiais são: - Metais: Ligas com maior Resistência Específica e Tenacidade. - Polímeros: Blendas com melhor Desempenho Mecânico e Térmico, com menores custos de processamento. - Cerâmicos: Melhoria na Tenacidade e Aumento da Resistência Mecânica, com menores custos de processamento. - Compósitos: Materiais mais Resistentes Mecanicamente e Termicamente, com menores custos de processamento. 5.1 - O ESTADO DA ARTE DOS MATERIAIS METÁLICOS Com o desenvolvimento de Novos Materiais Metálicos, o mercado mundial tem a oferecer: - Aços: Materiais Microligados, Chapas de Ultraplasticidade, Ligas de Soldabilidade Melhorada, Superligas (Ultraresistência). - Alumínio: Ligas especiais, principalmente contendo Lítio, Titânio e Vanádio, Ligas para Tratamentos Térmicos T6, Ligas com Forjamento Melhorado (rodas & componentes aeronáuticos). - Magnésio: Ligas Especiais de Elevada Tenacidade e Resistência Mecânica (componentes esportivos & aeronáuticos). - Inoxidáveis: Ligas P.H. (precipitating hardening), Ligas Biocompatíveis, Ligas de alta Resistência ao Desgaste. - Ligas Refratárias: Hastelloy, Monel, Inconel. Ligas Metálicas Especiais ESTRUTURA DO CHASSI DO FORD GT ESTRUTURA FORD GT - SUPER CAR 2012 5.2 - O ESTADO DA ARTE DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS Com o desenvolvimento de Novos Materiais Poliméricos, o mercado mundial tem a oferecer: - Polímeros de Alto Desempenho: Poliimidas, Polisulfonas, Polieterimida, Polietersulfona, Polietér-eter-cetona, Poliacrilato, Fluorpolímeros, Polímero de Cristal Líquido, Polisulfeto de Fenileno, Poliftalamida, Poliamida 12.6, Náilon de Alta Temperatura, Policetona e outros. - Polímeros de Engenharia: Policarbonato, Blendas de Polisulfona, Polietileno Tereftalato, Polibutileno Tereftalato, Polióxido de Fenileno, Poliacetal, Poliamida 6.6, Polietileno de Ultra-alta Densidade, Polimetilmetacrilato e outros. Blendas Poliméricas Especiais 5.3 - O ESTADO DA ARTE DOS MATERIAIS CERÂMICOS Com o desenvolvimento de Novos Materiais Cerâmicos (Al2O3 / ZrO2 / SiC / Si3N4), o mercado mundial tem a oferecer: - Componentes para Alta Temperatura: Turbinas, rotores, suportes para fornos, tubeiras de foguetes, anéis de vedação, ponteiras de solda, tubos queimadores para fornos, suporte para catalizadores, molas para altas temperaturas, etc.. - Componentes para Alta Resistência ao Desgaste: Rolamentos, fieiras de trefilação, ferramentas de usinagem, peças de motores de combustão, placas de desgaste, selos mecânicos, próteses, equipamentos esportivos, ferramentas de perfuração, equipamentos bélicos, etc.. MateriaisCerâmicos Especiais 5.4 - O ESTADO DA ARTE DOS MATERIAIS COMPÓSITOS Com o desenvolvimento de Novos Materiais Compósitos (CMM / CMC / CMP), o mercado mundial tem a oferecer: - Indústria de Transporte: Componentes aeronáuticos (aeronaves e helicópteros), indústria automotiva, indústria de ônibus e veículos rodoviários, indústria ferroviária, indústria naval e de submarinos, componentes de motores e turbinas, etc.. - Outras Aplicações: Fórmula 1, indústria de materiais esportivos, indústria bélica (armas, roupas e equipamentos), indústria aeroespacial & satélites, construção civil, indústria química, indústria de máquinas e equipamentos, indústria eólica, materiais ortopédicos, etc.. Materiais Compósitos Especiais 6. Propriedades a serem Controladas nos Novos Materiais Para a garantia da qualidade na aplicação dos Novos Materiais destinados ao mercado mundial, as Normas Internacionais especificam uma série de requisitos (propriedades) que deverão ser atendidas pelos Componentes. - Composição Química do Material - Macroestrutura do Material - Microestrutura (com tratamento) - Dureza (superfície e núcleo) - Microdureza das Fases - Propriedades Mecânicas Monotônicas - Propriedades Mecânicas Dinâmicas Metalografia Quantitativa Digital 6.1 - Ensaios para Análise de Novos Materiais A partir dos Testes Especificados em Normas, são realizados os seguintes Ensaios Técnicos objetivando o Controle do Processo de Fabricação. - Espectrometria de Emissão Ótica (Análise Química) - Macrografia Digital da Microestrutura da Matéria Prima - Metalografia Quantitativa Digital para determinação da Matriz, Tamanho de Grão, Nível de Inclusões Não Metálicas, Porosidades, Wiskers, etc.. - Ensaios de Dureza Brinell HBW / Rockwell C / Shore A - D - Ensaios de Microdureza Vickers ou Knoop (fases e camadas superficiais) - Ensaio de Tração (Tensão de Ruptura, Lim. Escoamento, Alongamento) - Ensaio de Impacto Charpy (Sub-zero -18C / -73C / -101C) Ensaio de Microdureza Vickers Metalografia Quantitativa Espectrometria de Emissão Ótica Ensaio de Impacto Charpy Digital Laboratórios de Ensaios Ensaio de Prova de Carga em Super - Porcas Laboratórios de Ensaios Dispositivo de Compressão - ASTM A 194M : 12 Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Carga 100 Toneladas 65 Toneladas 20 segundos Laboratórios de Ensaios 6.2 - Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) MEV – Hitachi TM 3000 É o mais avançado equipamento utilizado na pesquisa de materiais. Um feixe elétrons primários “varre” a superfície da amostra, retirando elétrons secundários que serão capturados por um detector especial que processa o sinal eletrônico e gera a imagem observada no sistema. Normalmente se utiliza ampliação entre 50 x a 30.000 x de aumento. Sua principal vantagem é a elevada profundidade de foco, permitindo análise de superfícies de fratura. Laboratórios de Ensaios 6.3 - Microanálise Química (EDS) EDS – Quantax 70 É um equipamento fundamental utilizado na pesquisa dos novos materiais. A microanálise química permite determinar a composi- ção de fases existentes no material, avaliando a concentração dos elementos químicos entre o Boro (B) e Urânio (U). Está acoplado junto ao Microscópio Eletrônico de Varredura permitindo realizar o mapeamento e o line - scanning dos elementos presentes no material. 7. Análise Conclusiva Com o exposto, concluímos que os Novos Materiais de Engenharia são de fundamental importância para o dia-a-dia da humanidade, sendo que podemos afirmar que o Status Atual da Tecnologia está baseado no Desenvolvimento dos Materiais oferecidos para o Mercado Mundial. O Desenvolvimento dos Novos Materiais garantem: - Fabricação de Equipamentos e Máquinas com maior desempenho - Desenvolvimento de Sistemas Eletrônicos mais velozes - Sistemas de menor consumo de energia - Componentes com Vida útil maior e maior Segurança - Produtos cada vez mais baratos - Sistemas mais Ecológicos (menor agressão ao meio ambiente) METALAB Análise de Materiais Ltda. Centro Tecnológico de Engenharia de Materiais Joinville / SC - Fone: (47) 3205 6700 Júlio F. Baumgarten, Mestre Eng. de Materiais & Processos Avançados Para Download da Palestra: www.metalab.com.br/downloads/ Novos Materiais de Engenharia - Propriedades e Aplicações Industriais - Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 Espera-se que, com esta apostila, você, aluno(a), se envolva na disciplina, entenda e consiga definir os conceitos básicos da ciência dos materiais, sua classificação e estrutura, além de definir e identificar os materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos, bem como a sua utilização e comportamento mecânico e termomecânico. Você irá desenvolver o raciocínio lógico e saberá utilizar e aplicar as equações perti- nentes aos vários assuntos abordados e estudados na presente apostila, no âmbito profissional e, conse- quentemente, na sociedade em que se encontra inserido(a). CONSIDERAÇÕES FINAIS4 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 45 Olá, aluno(a)! Para a resolução dos exercícios, não se esqueça de realizar uma revisão da teoria. Você poderá utili- zar a sua calculadora científica para facilitar os cálculos. CAPÍTULO 1 1. Vamos calcular o número de átomos de magnésio. O volume será dado por base x altura átomos de Mg. 2. Para calcular a massa, você deve lembrar a relação V m =ρ . O problema nos fornece a densidade MgO, ou seja: RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 46 3. Você possui os dados: A dimensão será dada por: densidade atômicamassaensão =dim CAPÍTULO 2 1. Para calcular a densidade do , sabendo-se que é um metal com estrutura ccc: Dados: massa atômica de e . Para o , temos: , portanto: A densidade é dada por: Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 47 2. Vamos calcular o FEI do CaO: Dados: e Lembre-se: O volume unitário da célula será dado por: O FEI será dado por: 3. Você deve analisar os dados fornecidos no exercício. Os dados fornecidos são: e Ca=40,08 u.m.a. O=16,00 u.m.a. O volume da célula unitária é dada por: A densidade será dada pela relação: Aparecido Edilson Morcelli Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 48 Portanto: 4. Para calcular quantas células unitárias estão contidas em 1 kg de polietileno comercial, 50% cristalino e o restante amorfo, sabendo que ele possui uma densidade global de 0,940 Mg/cm3, você deve observar que as células unitárias estão presentes somente na parte cristalina. O volume da fase cristalina será dado por: O número de células unitárias será: 5. Para você calcular a densidade do germânio (Ge), vamos utilizar os dados: e Para o germânio, o valor de a será dado por: O volume é calculado utilizando a relação: Engenharia de Materiais Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 49 A densidade será: CAPÍTULO 3 1. O problema nos fornece a fonte de raios X do cobre, que possui (radiação CuKα ), e o plano . Vamos utilizar a equação de Bragg dada por: θλ dsenn 2= Agora, você vai isolar a variável θ e a equação se torna equivalente: d sen 2 λθ = d arsen 2 λθ = Vamos substituir o valor das variáveis dadas no problema: Portanto: e o valor de 2. Você deve seguir o mesmo procedimento do exercício anterior. A fonte de raios X do cobre possui (radiação CuKα ) e foi utilizada para a difração do alumínio. Vamos determinar o ângulo θ para
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