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Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 − hCuida da causa das doenças, lesões que afetam a raiz dentária e dos tecidos moles do dente, como a polpa, a qual é um tecido vivo. • ENDODONTIA MODERNA − Essa endodontia moderna se baseia em: modelagem de canais, desinfecção e obturação − 1 FASE: da ignorância, chamada de fase romântica – onde não se sabia ao certo o que se estava fazendo − 2 FASE: da sabedoria, chamado de cientifica − A diferença entre essas fases é o conhecimento cientifico da microbiota patogênica envolvida no processo da doença − A teoria da infecção focal nasceu no dia 3 de outubro em 1910 (Canadá) • FOCO INFECCIOSO − É a área confinada do organismo − Contem microrganismos patogênicos − Pode ocorrer em qualquer parte do corpo − Geralmente não causa manifestações clinicas − Podem geral uma infecção focal • INFECÇAO FOCAL − Manifestação generalizada de um quadro infeccioso causada pela disseminação de microrganismos ou seus produtos, a partir de um foco infeccioso. − Efeitos da teoria na odontologia em 1920: Edentulação parcial ou total (preventiva) – pois se achava que um foco infeccioso no dente poderia gerar infecções no corpo todo. − Atualmente: ainda não existe embasamento cientifico solido que comprove estar correta • OBJETIVO DO TRATAMENTO ENDODONTICO − O tratamento endodôntico visa curar ou prevenir as periapicopatias Periodontite apical: inflamação da área adjacente ao ápice radicular Periapicopatias: doença que atinge o entorno do ápice do dente. É inflamação da área adjacente ao ápice radicular decorrente de um processo infeccioso originário do endodonto. Se não tratar, ela pode gerar uma coleção de bactérias e material purulento, gerando abscesso ou cisto e podendo levar a morte • VISAO PANORAMICA − Passos do tratamento: abertura coronária > odontometria > preparo biomecânico > obturação − Porem precisamos saber sobre anatomia interna do dente, soluções de irrigação, instrumentos endodônticos e materiais obturadores. Anatomia das cavidades pulpares − Conhecimento da anatomia interna é fundamental para fazer uma correta interpretação radiográfica − Precisa planejar o tratamento endodôntico: é uma microcirurgia, as vezes simples ou complexo e por isso precisa do planejamento para saber o que fazer − É importante ter uma correta interpretação radiográfica: técnica de Clark, ver o dente de diferentes ângulos − Evitar iatrogenias: por falta de conhecimento e atenção Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 • TOPOGRAFIA − Cavidade pulpar é o espaço e ocupado pela polpa no interior do dente − Formato: Acompanha aproximadamente a forma externa do elemento dental − Limitada em toda a sua extensão da dentina, menos no nível do forame apical − Em dentes jovens, a cavidade pulpar e polpa é mais ampla − Entretanto, devido à continua deposição de dentina secundaria durante a vida, os espaços pulpares tornam-se gradualmente menores − Fatores que podem influir na taxa de calcificação dos dentes são os desgastes (fisio e patológicos), cárie, traumas mecânicos. Características: − A cavidade pulpar em duas porções: canal radicular e câmara pulpar − Corno pulpar (ou divertículos): − Teto pulpar: estrutura voltado para coroa do dente − Assoalho pulpar: − Didaticamente, o canal radicular costuma ser dividido em terços Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 Biologicamente, o canal radicular é subdividido em canal dentinário e canal cementário. Separando essas duas partes existe o limite CDC (canal-dentina-cemento). Radiograficamente, não é possível identificar esse limite com precisão. − Região limite CDC (Canal Dentina Cemento): as radiografias não são confiáveis na determinação deste limite Importância do limite CDC − Delimita o “campo de atuação da endodontia” − Fornece o comprimento em que as limas atuarão no canal principal, esculpindo – o − Determina onde termina o tecido pulpar e onde começa o periodonto − Tratamentos endodônticos que respeitam este limite são mais previsíveis (i.e, maior chance de sucesso) • SISTEMA DE CANAIS RADICULARES O canal principal pode apresentar ramificações ou fusões: − canal colateral: segue do lado − lateral: sai e vai para periodonto, terço cervical ou médio − secundário: terço apical − acessório: sai do secundário e vai para o periodonto − interconduto: vários canais e formando ‘’redes’’, unindo canais − reticulares: canais em forma de redes − recorrente: nasce no principal e morre no principal − delta apical: várias saídas − canal cavo inter-radicular: sai da câmera pulpar e se dirige ao periodonto na região de furca • FORAME APICAL − O forame apical não coincide com o vértice do ápice dental − A distância do forame ao ápice do dente, normalmente, é de cerca de 0,5mm. Esse deslocamento ocorre devido deposição de cemento • VARIAÇAO ANATOMICA − são diferenças morfológicas, não patológicas, entre elementos que compõem um grupo humano − para efeitos práticos, na endodontia, considera como variações morfológicas aquelas que ocorrem em menos de 1% dos casos (coisas que não são doenças, mas não são comuns também) Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 SUPERIORES ▪ Incisivo central superior: − Uma raiz 100% − Um canal 100% − desvio para distal (25%) − formato da câmera pulpar é largo e fino (formato de pá) ▪ Incisivo lateral superior: − desvio para distal (80%) − um canal 87% − dois canais em 3% dos casos. ▪ Canino superior: − desvio para mesial ou distal − desvio para vestibular − A ocorrência de dois canais em caninos superiores é muito rara, sendo considerada uma alteração anatômica ▪ Primeiro pré-molar superior: − uma raiz (35%) − duas raízes (61%) − três raízes (3%) − um canal (8,3%) − dois canais (84,2%) − três canais (7,5%) ▪ Segundo pré-molar superior: − uma raiz (94%) − duas raízes (5%) − um canal (53,7%) − dois canais (46,3%) ▪ Primeiro molar superior: − três raízes (100%) − três canais (30%) − quatro canais (70%) ▪ Segundo molar superior: − Três raízes (100%) − Três canais (50%) − Quatro canais (50%) Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 INFERIORES ▪ Incisivo central interior: − uma raiz (100%) − um canal (73%) − dois canais (26,6%) − Desvio para distal ▪ Incisivo lateral inferior: − Uma raiz (100%) − Um canal (84,6%) − Dois canais (15,4%) − Desvio para distal ▪ Canino inferior: − uma raiz (94%) − duas raízes (6%) − um canal (88,2%) − dois canais (11,8%) ▪ Primeiro pré-molar inferior: − uma raiz (92%) − duas raízes (18%) − um canal (66%) − dois canais (31%) − três canais (2%) ▪ Segundo pré-molar inferior: − Uma raiz (92%) − Duas raízes (8%) − Um canal (89%) − Dois canais (10,7%) ▪ Primeiro molar inferior: − duas raízes (97%) − três raízes (2,5%) − dois canais (8%) − três canais (56%) − quatro canais (36%) Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ▪ Segundo molar inferior: − Duas raízes (98,5%) − Três raízes (1,5%) − Dois canais (16,2%) − Três canais (72,5%) − Quatro canais (11,3%) Abertura Coronária − É a fase operatória inicial do tratamento endodôntico, permitindo o acesso ao interior da cavidade pulpar − Deve-se desgastar o dente para poder ter acesso a cavidade pulpar e assim realizar o tratamento → *OBJETIVO - conseguir acesso ao forame apical - Direto (menor número de curvaturas possíveis); - Amplo (para facilitar a visão, saber o que está fazendo); - Franco (acesso livre de obstáculos) • 3 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS * 1. Acesso direto,amplo e franco aos canais radiculares 2. A inclusão de todos os cornos pulpares, saliências e retenções da câmara pulpar − Precisa remover restos orgânicos da polpa, tecidos − Se tiver retenções ou saliências, terão restos necróticos, podendo alterar a cor do dente 3. A manutenção da integridade da parede vestibular ou assoalho da câmara pulpar − Se desgasta a parede vestibular consegue ver por transparência, afetando a resistência − Não desgastar o assoalho da furca em dentes posteriores − A abertura coronária deve ser tao conservadora quanto possível e tao ampla quanto necessária − “Um bom acesso é sinônimo de sucesso” • INSTRUMENTAL NECESSARIO − Espelho clinico de primeiro plano: a superfície refletiva está na frente do vidro e não atrás (se relar no dente e tocar ponta com ponta). A imagem é mais nítida − Sonda exploratória curva: − Sonda exploratória reta: − Pontas diamantadas para alta-rotaçao: 1012, 1014 e 1016HL (aste longa – alcança a câmara pulpar) ; 3082 (tem ponta inativa) e 4083 − Brocas de gates-Glidden: formato de chama, intermediário longo, ponta inativa e 3 lâminas. Utilizada no interior do canal radicular − Ponta diamantada comum é muito curta e as vezes não consegue atingir a câmara pulpar, principalmente em dentes posteriores. − Broca Endo-Z: tem 6 lâminas e possui a ponta inativa • CUIDADOS PRÉVIOS − Obter uma excelente radiografia de diagnostico, com uso do posicionador − Remover todo o tecido cariado − Remover restaurações insatisfatórias: são restaurações que não estão firmes Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 • FASES DA ABERTURA CORONARIA * ▪ Abordagem − Pegar e olhar o dente e começar o desgaste por determinado ponto − Deve-se determinar o ponto de eleição − Em incisivos e caninos, este ponto localiza-se na superfície lingual ou palatina (lado de dentro – região de singulo) − Em pré-molares e molares, o ponto de eleição se localiza na superfície oclusal − MOLAR SUPERIOR é exceção, DA PONTE DE ESMALTE PARA DISTAL NÃO TEM ABSOLUTAMENTE NADA QUE INTERESSE DO PONTO DE VISTA ENDODONTICO. O ponto de eleição está no centro da fossa mesial − PRÉ-MOLAR INFERIOR: possui duas formas de abertura. Abrir pelo centro da fossa mesial e também pelo centro do dente − MOLAR INFERIOR: segue a regra de abertura pelo centro do dente ▪ Trepanação − É a fase da perfuração do dente − Rompimento do teto da câmara pulpar − Ocorre concomitantemente junto com a fase de contorno − A ponta diamantada esférica deve efetuar movimentos de varredura respeitando a forma de contorno ideal da abertura coronária, até atingir a câmara pulpar − Em DENTES ANTERIORES, a direção de trepanação é perpendicular a face palatina e lingual − Em DENTES POSTERIORES, esta direção e no sentido do longo eixo do dente Kamila Realce Kamila Realce Kamila Realce Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ▪ Forma de contorno − Esta fase permite o acesso a entrada e ao interior dos canais radiculares − Deve ser realizada com pontas diamantadas esféricas (utilizadas nos dentes anteriores) ou tronco- conicas de ponta inativa (usadas para dentes posteriores) − Remover todo teto da câmara pulpar evitando desgaste de parede vestibular da câmara pulpar em dentes anteriores e assoalho da câmara pulpar em dentes multirradiculares − A forma final da cavidade deve ser expulsiva (tudo o que tiver dentro tem que sair), com paredes lisas e sem irregularidades − INCISIVO CENTRAL SUPERIOR é em formato triangular, guarda uma distância da superfície do dente (1mm) − CANINOS é em formato oval − PRÉ-MOLAR SUPERIOR formato elipsoide/oval (sentido vestíbulo-palatino, pois possui 2 canais radiculares) − SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR formato elipsoide/oval pois os canais tem formatos achatados. − MOLARES SUPERIORES o formato triangular arredondado. (desenhe formato de cortorno – cai na prova) − PRÉ MOLAR INFERIOR formato elipsoide no centro do dente, ou faz na mesial − MOLAR INFERIOR formato trapezoidal de ângulos arredondados. (possui 2 canais na distal) ▪ Forma de conveniência − Nesta fase, procura-se obter uma melhor visão do interior da câmara pulpar e um acesso franco e direto aos canais radiculares através dos desgastes compensatórios − Pontas diamantadas 3082 ou 4083 − Broca de Glidden • ERROS FREQUENTES ▪ Em dentes anteriores − Perfurações coronárias por vestibular − Remoção excessiva de estrutura dental, comprometendo os pilares de reforço coronários − Remoção deficiente de teto da câmara pulpar − Falta de desgaste compensatório − Acesso por via incorreta (proximal) ▪ Em dentes posteriores − Perfuração das paredes circundantes − Deformação do assoalho da câmara pulpar − Perfuração do assoalho da câmara pulpar − Abertura coronária insuficiente, expondo apenas os cornos pulpares − Remoção deficiente de teto da câmara pulpar − Falta de desgaste compensatório Base maior do trapézio fica voltada para Mesial Base menor voltada para Distal Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 INSTRUMENTOS ENDODONTICOS • HISTORICO − Pierre Fauchard descreveu o primeiro instrumento endodôntico, confeccionado a partir de uma corda de piano (1746) − Maynard, em q838, desenvolveu − Cada fabricante fazia um instrumento endodôntico da forma que achava melhor − Ingle e Levine, em 1958, estabeleceram normas para a confecção dos instrumentos, que são seguidos até hoje − Atualmente quem dita as normas para confecção de instrumentos endodônticos é a ISSO (International Organization for Standardization) • MORFOLOGIA E CINEMATICA ▪ Matéria-prima empregada na fabricação − Atualmente, a parte metálica dos instrumentos é confeccionada em aço inoxidável, desgastado de modo a obter um formato piramidal de 3 ou 4 lados. − Dependendo o numero de voltar que tiver e do formato de sua secção transversal, o instrumento terá características diferentes ▪ Características gerais ❖ Cabo − servem para facilitar a identificação dos instrumentos. − A cor é mais clara para números menores e as cores escuras em números maiores (que são mais calibrosas) e se repetem em 3 series ❖ Intermediário − fica entre a ponta ativa e o cabo − sendo responsável por variar de tamanho de acordo com o comprimento do instrumento ❖ Lâmina − também chamada de parte ativa − responsável por fazer o corte e desgaste das paredes internas do dente, preparando o canal radicular. ❖ Desenho da lâmina − − é dado a partir da torção ou usinagem do fio de aço com secção quadrangular, triangular ou losangular − Numeração: vai de 6 à 140, expressos em centésimos de milímetros e medidos a partir do diâmetro da base do guia de penetração (chamada de D1 ou D0 ou diâmetro inicial do instrumento) − Instrumento nº15 possui 15 centésimos de milímetros (15/100 = 015mm), ou seja, tem 150 micrometros (µm) Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ❖ Parte ativa − Também chamada de ‘’parte de trabalho’’ − A parte ativa é gerada a partir da torção ou usinagem de uma haste metálica − Espiras podem ser de passo longo ou passo curto − O sentido das hélices é anti-horário, dessa forma, em movimentos de rotação, a dentina excisionanda tende a sair do canal radicular pela porção cervical ▪ Comprimento − exibem comprimentos variáveis, visando atender as diferenças anatômicas características de cada elemento dental − a parte que varia em comprimento nos instrumentos endodônticos manuais é o intermediário − a norma da ISSO recomenda os comprimentos de 21, 25, 28 e 31mm para limas e alargadores − os comprimentos mais utilizados são 21, 25 e 31mm − limas padrao é de 21mm e 16mm de parte ativa, e o intermediário tem 5mm ▪ Guia de penetração − Porção mais piramidal, não tem o iniciodas espiras − Ponta ativa: tende a desgastar dentina e desviar canal − Ponta inativa: tem ângulos mais suaves, arredondados, não desviam canal ▪ Diametro − A ponta do instrumento chamado de D0 (guia de penetração) − D16 − O diâmetro de um instrumento é medido a partir do D0, em centésimos de milímetros, e encontra-se gravado no cabo − Além disso, o código de cores do cabo permite rápida identificação de cada lima − Um milímetro pode ser dividido em 1.000 partes = 1µm − Se dividir esse 1mm em 100 partes, quanto medirá cada parte em µm = 10µm − O D0 de uma lima tiver 20 centésimos de milímetros 20x 1mm/100 = 20 x 10µm = 200µm − Ex prova: lima numero 50 (significa que o D0 tem 50 centesimos de milímetro ou 500µm, quer dizer que a ponta deste instrumento tem 0,5ml) De a medida em milimitros de uma lima numero 30? Series dos intrumentos: − Especial: 06, 08 e 10 − 1 serie: 15, 20, 25, 30, 35, 40 − 2 serie: 45, 50, 55, 60, 70, 80 (a partir do 60, tem aumento de 10% no diâmetro) − 3 serie: 90, 100, 110, 120, 130, 140 − Conforme as limas ficam mais grossa, fica mais fácil passar de um instrumento para o outro (não tinha resistência no canal) ▪ Conicidade − As limas e alargadores possuem uma conicidade padronizada de 2% (0,02) − Para cada milímetro percorrido na parte ativa do instrumento, seu diâmetro aumenta em 20µm − O D1 mede 200µm que é do d0 + os 20µm ganho = 220µm − D7 mede 340µm − A lima 45 tem 450µm no D0. Qual o D11 dessa lima? -> D11 são 11mm x 20µm = 220µm (delta D) e o D11 é 220 + 450 = 670µm − Sempre no D16 tem um aumento de diâmetro (ΔD) de 16x20µm= 320µm Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ▪ Cor de identificação 1 serie − Lima 15 = branca − Lima 20 = amarela − Lima 25 = vermelha − Lima 30 = azul − Lima 35 = verde − Lima 40 = preta 2 serie − Lima 45 = branca − Lima 50 = amarela − Lima 55 = vermelha − Lima 60 = azul − Lima 70 = verde − Lima 80 = preta 3 serie − Lima 90 = branca − Lima 100 = amarela − Lima 110 = vermelha − Lima 120 = azul − Lima 130 = verde − Lima 140 = preta Serie especial − Lima 6 = rosa − Lima 8 = cinza − Lima 10 = roxa Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ▪ Forma especifica Extirpa-nervos − ou chamados de extirpa-polpas − são constituídos por hastes metálicas, cilíndricas, providas de um cabo de plástico colorido ou metal − ele é cheio de farpas: serve para arrancar o tecido mole de dentro da cavidade pulpar − devem ser utilizados apenas em canais relativamente amplos e retos, pois o uso em canais atresiados pode causar a fratura do instrumento 1. introduz no canal 2. rotaciona o instrumento no sentido horário 3. traciona (remove do canal) Alargadores − Instrumentos antigos (não vamos utilizar***) − A parte ativa é uma espiral de secção triangular de passo longo − Destinam-se a ampliar os canais radiculares de forma uniforme e progressiva − As espiras estão quase paralelas ao longo eixo do instrumento − Introduzir no canal radicular − Rotacionar o instrumento no sentido horário (meia volta) − Tracionar 1mm − E repetir a partir do passo 1, até o instrumento não encontrar mais resistência nas paredes dentinarias do canal radicular (até ficar folgado) − Porque dar meia volta e rotacionar? -> rotaciona o instrumento a 120º para que ele possa pegar toda a circunferência do canal, mas como não se tem noção de 120º, da apenas meia volta (180º). A lamina do instrumento fica paralela ao eixo do instrumento, portanto rotacionando fica mais eficiente o corte ▪ Limas tipo K − A parte ativa é uma espiral de secção quadrangular de passo curto − Desempenham papel semelhante aos alargadores, porem também podem ser usados na limagem das paredes dentinarias do canal radicular − Ela sofre mais torções que o alargador, e a lâmina que ela possui é mais perpendicular ao eixo do instrumento 1. Introduzir no canal radicular 2. Rotacionar o instrumento no sentido horário (1/4 volta – é o quanto a lâmina precisa rodar, para exercer sua função) 3. Tracionar exercendo pressão nas paredes laterais ▪ Lima Flexofile − A parte ativa é uma espiral de secção triangular de passo muito curto − Desempenham papel semelhante as limas tipo K, porem são muito mais flexíveis − Podem ser usadas em canais radiculares que apresentam curvaturas mais acentuadas, devido a sua flexibilidade 1. Introduzir no canal radicular 2. Rotacionar o instrumento no sentido horário (1/2 volta) 3. Tracionar exercendo pressão nas paredes laterais do canal radicular 4. Repetir desde o passo 1, até o instrumento não encontrar mais resistência nas paredes dentinarias do canal radicular Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ▪ Limas Hedstroem − A parte ativa é uma espiral de secção cônica − Possuem uma excelente capacidade de corte − Não servem para ampliação inicial dos canais, devendo ser usadas somente após o uso de outras limas − A lâmina do instrumento é quase que perpendicular ao longo eixo dele 1. Introduzir no canal radicular 2. Tracionar exercendo pressão nas paredes laterais do canal radicular 3. Repetir a partir do passo 1, ate que um instrumento mais calibroso dentro do canal radicular Odontometria Radiográfica – limite de instrumentação − A medida do canal, é a identidade desse dente − Etapa operatória realizada durante o tratamento endodôntico com o objetivo de determinar o comprimento real do elemento dental e por consequências o Comprimento Real de Trabalho (CRT- é o principal dado que se tem no início do tratamento) • COMPRIMENTO DE TRABALHO ➢ biopulpectomia − Há vitalidade da polpa − O tratamento endodôntico visa remover a polpa, mantendo a condição de saúde do periápice − Pulpectomia: remoção de toda a polpa de toda a cavidade pulpar ➢ Necropulpectomia − Não há vitalidade pulpar − Visa remover fatores etiológicos (polpa necrosada), promovendo o reparo tecidual do periápice • DETERMINAÇAO DO COMPRIMENTO REAL DE TRABALHO (odontometria) ➢ Sensibilidade tátil digital − Utilizava a sensibilidade tátil − Coloca a lima dentro do canal e quando o paciente fala ‘’AI’’ você recua 1ml ➢ Radiográfico** − Técnica padrão e mais utilizada − Não precisa de tecnologia ➢ Eletrônico − Tem um aparelho onde conecta um plug labial na comissura labial do paciente e um na lima • IMPORTANCIA*** − Visa estabelecer um limite apical, para o ‘’campo de ação da endodontia’’, que deve ficar restrito ao canal dentinário − Convencionou-se este como sendo o limite CDC (é a onde a lima tem que parar) − Intervenções aquém ou além deste limite dificultam o reparo tecidual da região após a instrumentaçao, podendo causar dor pós operatória no paciente − O canal cementário abriga tecido periodontal, não abriga mais a polpa (coto pulpar) − Deve-se trabalhar 1ml AQUÉM do ápice radiográfico, pois anatomicamente na radiografia não se enxerga o limite CDC. Kamila Realce Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 • ODONTOMETRIA – PASSO 1 − Obter a radiografia de diagnostico ou inicial com auxílio de posicionador − Tem que ser uma radiografia quase que perfeita, ou perfeita − Pois precisa medir o dente e enxergar precisamente onde termina a raiz • ODONTOMETRIA – PASSO 2 − Medir o dente na radiografia de diagnostico, desde a borda incisal (ou ponta de cúspide) até o ápice − A essa medida chamamos de Comprimento Aparente do Dente (CAD) – é uma medida aproximada/mais próximo possível do real ▪ MEDIR O DENTE NA RADIOGRAFIA (CAD) − CAD= 26mm -> em incisivos, por exemplo. − Usa a régua milimetrada para medir o dente − É em milímetro(mm) pois a estrutura é pequena e cada milímetro que deixa pra trás é uma ‘’mansão’’ pra bactéria• ODONTOMETRIA- PASSO 3 − Diminuir 3mm desta medida do CAD e transferir este comprimento para uma lima de pequeno calibre, marcando com um cursor de silicone − Este é o Comprimento Provisório de Trabalho (CPT) − CPT = CAD -3 − Encaixa a lima na canaleta que tem na régua milimetrada Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 • ODONTOMETRIA- PASSO 4 − Colocar o instrumento no interior do canal radicular, de modo que o cursor toque a borda incisal ou a cúspide do dente − O toque do stop (borracha amarela da lima) na borda incisal tem que se levemente − Dentes anteriores: referência na borda incisal − Dentes posteriores: ponta de cúspide • DETERMINAR O COMPRIMENTO REAL DO DENTE (CRD) – (ODONTOMETRIA – MÉTODO DE INGLE) PASSO 5 I. Introduzir uma lima no canal II. Radiografar e avaliar − A radiografia já é o inicio para determinar o CRD − CRD: desde a borda incisal até a ponta da raiz • ODONTOMETRIA – PASSO 6 III. Na radiografia, medir a diferença entre a ponta do instrumento e o ápice radicular IV. Somar a medida do instrumento inserido − A ponta do instrumento tem que ficar 3mm AQUÉM do ápice, significando que a radiografia foi perfeita − CRD = CRI -> significa que a sua radiografia inicial está superestimada, e o dente mede menos do que foi previsto (radiografia esta alongada) – quando coincide com o ápice do dente − CRD= CRI -ab (quando ultrapassa é porque a radiografia está alongada, subestimou a medida da raiz – o dente mede menos do que o esperado) – − CRD= CRI +ab (quando fica tudo certo, fica os 3mm que deveria ficar de espaço) • ODONTOMETRIA – PASSO 7 − Realizar nova tomada radiografia − Medir a distancia da ponta do instrumento até o ápice, se a distancia da ponta da lima ao ápice for maior que 1mm devemos ajustar a lima e radiografar novamente − • INSTRUMENTO APICAL INICIAL (IAI) − Será o primeiro instrumento que irá prender-se (ajustar-se) as paredes dentinárias no CRT − Normalmente utiliza-se uma Lima 15 − Se a lima ficar justa próximo ao ápice do dente, deve-se utilizar ela − Se o CRD for 26mm, o CRT sera 25mm, ajusta-se o stop de borracha na posição do comprimento de trabalho − Se o comprimento ficar muito longe do ápice, deve-se repetir a partir do passo 5 (que é radiografar com um novo instrumento) • ODONTOMETRIA – PASSO 8 − Diminua 1mm do CRD − Este é o CT e aposto isso ajustar o cursor (stop) no CRT para começar a instrumentaçao − Caso o instrumento na segunda radiografia, deve-se voltar no passo 5 − Depois de determinado corretamente o CT, anote a medida de cada canal na ficha do paciente, pois estes dados serão usados posteriormente. E é este Rx que deve ser arquivado no prontuário do paciente Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 Instrumentaçao dos Canais Radiculares • TEMPO GASTO NO TRATAMENTO ENDODONTICO − Preparo inicial 13% − Abertura/odontoma 13% − Preparo biomecânico 37% − Obturação 30% − Preparo final 7% • CINEMATICA − Movimento de cateterismo: faz mov. De ¼ de volta pra direita, ¼ volta pra esquerda, introduz a lima dentro do canal com esse movimento e retira a lima (chamado de exploratório – pois não tem a medida). − Movimento de alargamento: movimento exploratório pra entrar e puxa. Faz esse movimento ate o stop encostar na borda (realizado a partir do momento q já tem a medida real de trabalho) − Movimento de limagem: lima travada (stop nem mexe), significa raspar dentro do canal. Precisa respeitar o comprimento real de trabalho − Movimento de alargamento e limagem: faz tudo junto, cateterismo pra entrar e já vai raspando dentro do canal. Também precisa respeitar o stop encostando na borda incisal. • TÉCNICAS DE PREPARO − Clássica ou convencional: depois que tem a odontometria, é pegar a lima inicial. − Técnica escalonada (step-back) − Técnica de Goerig (step-down): fazer o preparo do terço cervical e médio − Técnica mista invertida: associação das três técnicas acima − Stop/Tope de borracha: determina qual o comprimento de trabalho que se esta alcançando dentro do canal − No prontuário precisa conter o CRT e o Instrumento Memória (ultimo instrumento da técnica classica) − Escalonamento regressivo: vai da ponta da raiz e sobe em direção a coroa. Vai pré determinar onde vai entrar com o instrumento. Movimento de alargamento, com lima 35 ate o CRT-1. Logo após, irriga e aspira, volta para com o instrumento memoria (lima 30) la no CRT. Irriga e aspira, pega uma lima 40, e vai CRT-2. Irriga e aspira, vai com o instrumento memoria (lima 30) no CRT, para garantir que não sobrou raspas de dentina no canal, e que não irá entupir. Irriga e aspira, pula mais um calibre (lima 45) e vai no CRT-3. Entra com a Gates numero 2, irriga e aspira (lima 30). Introduz a gates 3 Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 • TESTE DO BATENTE APICAL − O IM (instrumento memoria) tem que chegar no comprimento real de trabalho folgado − O IM no comprimento real de trabalho sob leve pressão não pode passar TÉCNICA DE GOERIG − Preconiza o preparo tipo step-down (coroa pra baixo) − Faz o escalonamento do tipo progressivo: tem como objetivo alargar primeiro terço médio e cervical, pra depois fazer a odontometria • TÉCNICA COROA-ÁPICE − Assegura melhor sensibilidade tátil junto ao terço apical e as curvaturas do canal − Irrigação mais efetiva − Minimiza o risco de extrusão de microorganismos e produtos irritantes para a região periapcal − Possibilita uma odontometria mais estável − Essa técnica preconiza Limas Hedstroem 1. Primeiramente faz exploração com uma lima fina 2. Limagem com a Lima H-15 (passa para a próxima lima, após o canal ficar mais passivo/folgado) 3. Lima H-20 4. Lima H-15 • TÉCNICA HÍBRIDA − É a técnica de goerig > técnica convencional > − Radiografia inicial para fazer diagnostico − Aspecto morfologioco: ver tamanho da câmara pulpar, espessura apical, curvatura radical − Comprimento Aparente do Dente (CAD) ▪ Abertura coronária 1. Trepanação (broca esférica) 2. Forma de contorno 3. Localização dos canais com a sonda exploratória ✓ Detalhes da Técnica ▪ Preparo dos terços médio e cervical: − Estabelecer CPT da primeira fase − O limite de trabalho deverá ser equivalente ao comprimento de 2/3 do dente. Limiar o preparo dos terços médio e cervical a parte retilínea do canal − Realizar o pré-alargamento com limas nos 2/3 do comprimento obtido pela radiografia inicial. Limas tipos K 10, 15, 20 e 25 − Manter a desobstrução dos canais entre os limites do terço médio e apical utilizando a Lima K10 ou K15. − Utilizar ampla irrigação durante todo preparo dos canais com agentes químicos apropriados ▪ Preparo terço apical: − Estabelecer nesta etapa o comprimento real de trabalho (odontometria) − Realizar o preparo do ombro ou parada apical − Complementar o preparo apical pela técnica de recuo ou step-back − Utilizar ampla irrigação a cada troca de instrumento para evitar o acumulo de raspas de dentina − Preparar o Batente Apical (ombro) − Promover a intrumentaçao de recuo (Step-Back) − OBS: fazer a recapitulação com o IAI até o comprimento real de trabalho para manter a desobstrução do canal. Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 OBTURAÇAO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES − É a vedação do canal, para que ele não fique vazio − É a fotografia do tratamento, visualiza na radiografia − Quando está radiopaco uniformemente, significa que esta bem preenchido − Além do canal ter radiopacidade, garantindo uma boa condensação, ele deve estar no limite adequado − Definição: Preenchimento permanente da porção modelada do SCR com um material inert e/ou anti-séptico, que sele o mais hermético possível, não interferindo e se possível estimulando o processo de reparo apical eperiapical − Ingle (1994): Cerca de 60% dos insucessos endodônticos canais mal obturados − Afirmaçao de SACHS: o mais importante no tratamento do SCR é o que • MOMENTO DA OBTURAÇAO − *Ausência de sensibilidade dolorosa − *SCR limpo e modelado − *Canal seco − Ausência de fístula, pois se tiver é sinal que o processo infeccioso não regrediu − Selamento coronário confiável • OBJETIVOS − Funçao Antimicrobiana − Espaço vazio − biológica • MATERIAIS OBTURADORES ▪ Cones de guta-percha − De origem vegetal − são materiais em estado sólido − Composição: guta-percha, oxido de zinco, sulfato de metais (radiopacidade), ceras, corantes e óleo de cravo − Cones de prata: Boa radiopacidade, fácil colocação, difícil remoção, sofre corrosão Propriedades − Adaptação as paredes dos canais radiculares − Possibilidade de amolecimento e plastificaçao por meio de calor ou solventes químicos − Boa tolerância tecidual − Radiopacidade − Estabilidade físico-quimica − Facilidade de remoção Tipo Alfa () − Forma mais pura − Menor ponto de fusão (consegue amolecer ela em temperatura menor) − Mais propriedade adesiva Tipo Beta () − Mais rígida − Industrializada − Menos aderente − Maior ponto de fusão (demora para plastificar/amolecer) − Compactada Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 Guta percha acessory Tamanho / conicidade − FF (fine-fine): 0,025 − FM (fine-medium): 0,041 − M (médium): 0,054 ▪ Cimentos obturadores − Matérias em estado plástico − 1925 Rickert: propôs o uso dos cimentos em conjunto com os cones de guta-percha − 1999 Estrela: cimentos amplamente utilizados – serve para união dos cones de guta-percha entre eles e desses com as paredes dentinárias − A ideia do cimento é funcionar como se fosse uma cola Cimentos endodônticos o Óxido de zinco/eugenol: fill call, endomethasone N − Íons Zn: efeito antibacterianos − Eugenol: antibacteriano, efeito anestésico, anti-inflamatório, citotóxico − Endofill: cimento de grossman – tempo de trabalho de 24h − Quanto mais liquido deixar o cimento, mais toxico ele sera − Endomethasone N: só compra o pó (possui dexametasona incorporada, garantindo o controle) e o liquido de eugenol compra separado. A proporção é 2 partes de pó / 3 a 6 gotas de liquido – com consistência de vaselina sólida. Tem um efeito antimicrobiano. − Característica: ação anti-inflamatória, viscosidade ‘’pobre’’, presa = 115min (2h), cimento mumificador o Hidróxido de cálcio: sealapex e ‘’Sealer 26’’ ▪ sealapex − Ele é pasta/pasta − Presa: 2h a 24 − Radiopacidade ‘’pobre’’ − Viscosidade e escoamento satisfatório − Solubilidade alta ▪ Sealer 26 − Composição: pó (hidróxido de cálcio e oxido de bismuto) e liquido (resina epóxica bisfenol) − 3 partes de pó / 1 de resina − Tempo de presa: 48 a 60h no SCR – 122h − Radiopacidade boa − Viscosidade e escoamento satisfatório − Bom selamento apical − Insolúvel − Não reabsorvível − Consistência deve ser fio e o fio com altura de 2cm da placa − Mistura lisa e homogênea Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 o Resinosos: ‘’Sealer 26’’, AH Plus, Sealer plus ▪ AH PLUS − Pasta/pasta − Presa 8h em 37 − Radiopacidade otima − Viscosidade e escoamento ótimo − Bom selamento apical − Biocompativel − Não reabsorvível ▪ Sealer Plus − Surge como uma alternativa ao AH PLUS − Vem em uma seringa o Cimento a base de MTA − Pasta/pasta − Pontas aplicadoras − Escoamento excelente − Tempo de trabalho 30min − Tempo de presa 120min − Alta Radiopacidade − Baixa solubilidade Propriedades ideais − Ser de fácil inserção e remoção do canal radicular − Ter bom tempo de trabalho − Promover o selamento tridimensional − Estabilidade dimensional (quando bem manipulado não deve contrair ou expandir) − Bom escoamento (para colocar dentro do canal) − Radiopacidade − Não pode manchar a estrutura dentária − Adesividade às paredes do canal − Insolúvel − Impermeável no canal − Biocompatível − Atividade antimicrobiana A escolha do tipo de cimento depende se o dente esta Biopulpectomia ou Necropulpectomia − Se tem uma polpa viva, exposta e estéril, não precisa utilizar um cimento com propriedades antimicrobianas, pois já esta estéril. O melhor é usar apenas um cimento selante como AH plus, Sealer plus, selapex... − Necrose pulpar: faz sentido precisar usar cimento com propriedades antimicrobianas, como cimento com oxido de zinco e eugenol, mas essa propriedade do cimento não deve ser a principal na escolha, porque o que realmente limpa o canal e mata as bactérias ou as retira é uma boa instrumentação Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 TÉCNICAS DE OBTURAÇAO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES − Anatomia: um único dente pode se apresentar diferente tipos de ramificações em cada individuo − Infecção − Sobreobturaçao: Estravazamento de material plástico (cimentou ou quando plastifica a guta-percha) − Sobreextensao: Selamento inadequado da região foraminal e é quando acontece a ultrapassagem de cone de guta-percha • CONDENSAÇAO LATERAL ATIVA − Quanto mais guta-percha colocar melhor vai ser o vedamento − Deve-se irrigar o canal constantemente, e a última irrigação é em abundancia e antes de obturar o canal deve ser seco com os cones de papel absorvente (é escolhido de acordo com o instrumento memoria) − Todos os cones devem ser descontaminados por pelo menos 1minuto na solução de hipoclorito de sódio (pH alcalino, é bactericida, ação rápida, não irritante, etc.) ▪ Passos: 1. Determina o instrumento memoria 2. Precisa ter um cone principal compatível com o calibre do instrumento memoria (conicidade 02) 3. Régua calibradora (pega o cone e confere na régua) – a ponta que passar do cone é so cortar com uma lamina de bisturi 4. Prova do cone (cronometria) – coloca o cone no canal e leva o paciente para radiografar, para ver se o cone está bem adaptado e se chegou no cumprimento ideal 5. Manipulação do cimento obturador: Endomethasone N e Endofill 6. Lambuza o cone principal para levar esse cimento até o canal que será obturado, com movimentos de vai e vem Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 7. Condensação lateral: − Utiliza os cones acessórios (escolhe de acordo com o calibre do canal) − Dependendo da quantidade de cimento levado com o cone principal já é suficiente − Escolher espaçador digital e colocar no canal (com movimento de cateterismo) até chegar próximo do eixo apical. − Com a outra mão tira o espaçador com movimento de cateterismo, e a onde estava esse espaçador coloca-se um cone acessório 8. Corte dos cones: feito com instrumento quente (limite do corte: 2 a 3mm abaixo da linha cemento-esmalte) 9. Condensação vertical: realizada com instrumento frio 10. Limpeza final da cavidade de acesso: bolinha de algodão com álcool • TÉCNICA DE TERMO-PLASTIFICAÇAO MECANICA DA GUTA-PERCH − Guta-percha é plastificada dentro do canal radicular por meio de um ‘’instrumento rotatorio’’, através do atrito/calor − Usava o compactador a 1mm do CRT, utilizando apenas o cone principal – pois o problema disso tinha pouco controle da massa obturadora dentro do canal. (plastifica todo conteúdo e a chance de expulsar o material fora o ápice era maior) ▪ Os compactadores (guta-condensor): − são disponibilizados em duas medidas de comprimento − 21mm: só tem uma listra colorida na aste − 25mm: Possuem 3 riscos coloridos – corresponde a mesma cor aos cabos das limas − A medida é desde o cabo até a ponta − Conicidade 0,2 (a cada milimitro ele engrossa 0,2milimetros de diâmetro) − O desenho é de uma Lima Heddson invertida ▪ Vantagens − Diminuição do tempo operatório− Obturar reabsorções internas, canais laterais, intercondutos − Recondensar canais insatisfatoriamente obturados (condensa sem tirar tudo do canal e refazer tudo de novo) − Obturar canais volumosos Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 Técnica hibrida de Tagger − Condensação lateral ativa do 1/3 apical e depois utilizar condensadores 1. Seleção do condensador (escolhe de acordo com instrumento memoria – precisa o condensador que seja no mínimo 2calibres acime do instrumento memoria) 2. Estabelecer a profundidade de penetração do condensador: terço médio – CRT -5 (distancia limite) 3. Verificar a direção de rotação do micro-motor: tem que estar sempre para direita (sentido horário), pois a ideia é que faça a compactação e o motor seja jogado para fora do canal 4. Introduzir o condensador no interior do canal radicular até encontrar resistência 5. Acionar com movimentos curtos de vai e vem com amplitude de aprox. 2mm: isso para entrar no canal 6. Permanecer no máximo por 10 segundos: pois se ficar mais tempo que isso pode causar uma lesão no periodonto 7. Retirada do condensador de dentro do canal radicular de forma lenta 8. Condensação vertical da guta-percha plastificada ▪ Contratempos da técnica − Fratura do compactador: como é de aço inox e não faz curva, não pode fazer movimento de pendulo, apenas movimentos de entra e sai − Aparecimento de falhas na guta-percha plastificada observada na radiografia − A guta-percha fira em torno do condensador e não penetra no canal − Falhas na obturação da região apical − Sobreobturaçao: quando não tem uma boa adaptação do cone principal • CONE ÚNICO − Precisa de cones de conicidade maior que 0,2 − Não utiliza cones acessórios − Já tem os 3-4mm obturados com um cone só − Utiliza como cone principal o FM e M − Pre-requisito para fazer essa técnica? Precisa de espaço, quando tiver um canal bem instrumentado e o cone precisa ficar bem justo. Porém não pode utilizar cone único quando se tem muito espaço em volta, ai precisa fazer condensação lateral − Utiliza cimento de bom selamento apical (AH Plus e Sealer 26) Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 Soluções irrigadoras em Endodontia • PREPARO BIOMECANICO − Realizado por meio de instrumentos que atuam mecanicamente, removendo restos pulpares, excisionando a dentina e esculpindo o canal radicular − Soluções irrigadoras que tem ação física e química sobre: remanescentes pulpares, dentina radicular e microrganismos − A instrumentação junto com a solução irrigadora se torna o preparo biomecanico − O principal objetivo da instrumentação é facilitar a efetiva irrigaçao, desinfecção e obturação do sistema de canais radiculares. − O endodontista atua em um sistema de canais radiculares − A anatomia dental é altamente complexa, que inclui Macroanatomia (visível a olho nu) e Microanatomia (invisivel a olho nu) • COMPLEXIDADE DA ANATOMIA DENTAL − Solução irrigadora que atua na regiao ampla de um canal, pois a instrumentaçao sozinha nao conseguira fazer total ação em todas as áreas − Alguns canais possuem um achatamento bastante evidente (incisivos e caninos inferiores) − Áreas em cor verde são as partes que ficaram sem instrumentação, assim pode ficar restos pulpares, ou pré- dentina (precisa ser removida, pois possui alto conteúdo orgânico que acaba servindo de substrato) − O platô de dentina deve ser removido para poder visualizar a região de istmo (que contem restos pulpares e raspas de dentina que devem ser removidas) − Tecnica diafazinaçao dental: mostra a anatomia do dente − A solução irrigadora precisa passar pelos túbulos dentinarios e inativar as bacterias • SOLUÇOES IRRIGADORAS – propriedades desejáveis − Dissolver tecido organico: precisa ter uma ação proteolítica − Promover a movimentação hidráulica de debris (raspas/fragmentos) − Remover a smear layer ( − Apresentar ação lubrificante − Ter baixa tensão superficial − Desinfetar e desodorizar o sistema de canais radiculares − Neutralizar toxinas bacterianas − Nao enfraquecer a estrutura dentaria Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ➢ Classificação ▪ Compostos halogenados: Hipoclorido de sódio − Potente bactericida − Solvente tecidual − Baixa tensal superficial: por si só, devido a reação de saponificaçao − Ação desodorizante − Ação clareadora − Liquido de Dakin: NaOCl a 0,5% + acido bórico - pH final da soluçao de 7,2 − Solução de Milton: NaOCl a 1,0% + 16% de cloreto de sódio − Licor de Labarraque ou Agua Sanitaria: NaOCl a 2,0% a 2,5% − Soda clorada: NaOCl 4% a 6% − Ação bactericida: concentração tem POUCA importância − Solvência tecidual: concentração tem MUITA importância Clorexidina − a − ▪ Quelantes − EDTA − É toda substancia orgânica capaz de formar ligação reversível com um íon metálico, e assim formando o quelato − Ex: hemoglobina, clorofila, tetraciclina, ácido cítrico, EDTA (Acido Etilenodiamino Tetra – Acético) , e este ultimo é o que utilizamos na endodontia para fazer a irrigação − É um ácido fraco − Age atuando na cavidade pulpar ‘’sequestrando’’ (quelando) o cálcio da hidroxiapatita e assim causa a desmineralização da camada superficial das paredes dentinárias do canal e desintegrando a smear layer completamente − Hipoclorito de sódio não possui ação total sobre a smear layer, pois ele só atua em matéria orgânica e não em hidroxiapatita dos restos de dentina que é inorgânica. Na smear layer, para removê-la completamente, somente o EDTA. POR QUE DEVE REMOVER A SMEAR LAYER? − A smear layer é composta de parte orgânica com polpa, fibras nervosas, vasos, colágeno, líquido tissular (proveniente de tecidos), e bactérias, e isso tudo já será removido com hipoclorito de sódio. − Mas, a smear layer é composta também por parte inorgânica formada por restos de dentina, que é constituída majoritariamente por hidroxiapatita (cristais), e é exatamente isso que o hipoclorito de sódio não remove. − Devemos remover a smear layer porque ela pode voltar a ancorar bactérias novamente após feito o procedimento de endodontia; ela pode servir de substrato para o desenvolvimento bacteriano; pode servir de via de contaminação coroa- ápice; e porque ela obstrui os canalículos/ túbulos dentinários e com isso impede a ação das soluções irrigadoras e a penetração do cimento obturador de canal. − Mas se fizer a irrigação apenas com o EDTA, vai sobrar restos orgânicos como restos pulpares, colágeno, bactérias e proteínas principal,ente, entao também não é benéfica a limpeza somente com o EDTA. − Faz-se entao a associação: Hipoclorito (matéria orgânica) + EDTA (matéria inorgânica) − Hipoclorito de sódio é utilizado durante todo o procedimento de instrumentação − EDTA é utilizado após terminar a instrumentação, por cerca de 3min apenas, para não degradar muito a dentina. Kamila Realce Endodontia Kamila Kosinski Julião – Odontologia UFMS 2022 ▪ Tensoativos ▪ Peróxidos ▪ Ácidos ▪ Outras soluções ▪ Misturas e associações • INSTRUMENTOS DE IRRIGAÇÃO − Seringa com agulha fina para irrigar até o ápice (não passar dele) − Seringa para sugar a solução − Passo a passo − Nunca fazer pressão forte no embolo da seringa e não esguichar solução, ir apenas gotejando − Não travar a ponta da agulha no canal − Tentar chegar com a agulha a 2mm aquém do CRT, garantindo assim que o liquido chegará ate o ápice, sem que passe dele. • L • L • L • L • L • L • L • L • L • L • L •
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