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Avanços na Pedagogia 
Fatos históricos, em distintos tempos, dentro e fora do Brasil, relatam como o pedagogo nasceu na escola, o que não pode criar uma visão simplista, de senso comum, de que aos pedagogos só resta esse espaço escolar, como lugar de inserção profissional. “O pedagogo deve ser um profissional mutante, sempre capaz de enxergar formas de atuação, as mais diversas, conforme o contexto em que está inserido” (SANTOS, 2016, p.64). 
Para iniciar é importante diferenciarmos:
Para iniciar é importante diferenciarmos:
[...] práticas de educação ‘não formal’ (enquanto sinônimo de educação não escolar) e práticas de educação formal (como sinônimo de educação escolar), além da (de)marcação de lugares sociais, escamoteia e legitima processos de ensino e aprendizagem marcados pela presença de relações poder-saber. Se, no espaço da escola, esta relação se explicita por meio da presença e do papel do professor, do currículo escolar, por exemplo, no campo social, embora mais diluída, ela também se manifesta através da presença de marcadores específicos tais como metas, metodologias, técnicas, processos de avaliação e acompanhamento, impacto social, etc. (MOURA e ZUCHETI,2006, p.231)
Libâneo (2001) afirma que vivemos “uma ampliação do conceito de educação e a diversificação das atividades educativas, levando, por consequência, a uma diversificação da ação pedagógica na sociedade”. Para o autor, essa sociedade pedagógica apresenta-se de formas diferenciadas, seja na mídia, veiculando mensagens educativas, nos jornais, pela produção de material informativo, ou mesmo nas empresas, orientando estágios e formando continuamente os profissionais. 
Também na esfera do serviço público as práticas pedagógicas vão se afirmando em projetos culturais, nos programas sociais de medicina preventiva, de orientação sexual, de recreação, em presídios onde normalmente é ofertada a EJA (Educação de Jovens e Adultos) e em hospitais, espaço não formal onde os estudantes são atendidos com educação formal e base curricular. 
A Pedagogia e a profissão do pedagogo estão, portanto, de modo muito abrangente, fora e dentro da escola, atendendo aos anseios da sociedade civil. Ela costuma se ocupar da educação intencional, “seja em um espaço formal ou em espaço informal, tendo como proposta investigar fatores que colaborem com a (re)construção do conhecimento humano produzido no contexto social” (Santos, 2016, P. 66).
No século XXI, o pedagogo também passa a ser integrante “das equipes multidisciplinares que idealizam e colocam em prática projetos que buscam estimular os membros das comunidades nas quais se encontram as ONGs” (Santos, 2016, P. 67). Isso vai exigir uma formação de pedagogo, que saiba trabalhar com equipes de profissionais de muitas áreas distintas da sua formação e atuação, sabendo agir em grupo e liderar grupos, assim como raciocinar em campos que não sejam a sala de aula, somente.
Figura 1: Trabalho do pedagogo Fonte: Freepik 
O Pedagogo Social pode ser um dos caminhos para ampliação do trabalho do pedagogo fora da escola. 
Segundo, Moura e Zucheti (2006, p.233) já existem experiências mais consolidadas: 
[...] especialmente, nas experiências europeias, embora reconhecendo que, no âmbito da América Latina, a Pedagogia Social já está consolidada em diversos países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile. Da revisão sobre a sua origem é possível afirmar que, de 1915 a 1960, a Pedagogia Social se caracterizava mais como uma prática de voluntariado sob a inspiração da Igreja para responder aos graves problemas sociais que surgiam no pós-guerra. Formalmente, ela se instala como disciplina em torno de 1960, quando as Universidades Complutense e de Barcelona a introduzem no currículo dos cursos de Pedagogia, mesmo que em caráter optativo. Simultaneamente, sob a influência de experiências francesas, surge no contexto espanhol a figura do educador social, enquanto educador especializado. Apenas em 1991, a Federação de Associações de Educadores Especializados pressionou o Ministério da Educação para formalizar a titulação de Bacharel em Educação Social. 
O imenso avanço tecnológico, científico e da área de informação, coloca os profissionais e a educação, diante do computador, o que consolida a atuação do pedagogo na Educação a Distância (EaD). Esse pedagogo precisa lidar com modelos pedagógicos diferenciados, apropriados às tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), “numa reação comunicativa renovada e reflexiva com os demais sujeitos. Neste paradigma, a prática pedagógica considera o processo e as ações mais significativas que o produto deles resultantes” (BEHAR, 2009, p.16). 
A formação atual desse profissional precisa ser conectada com essa realidade. É necessário estar preparado para lidar com as TICs e desenvolver, na sua formação inicial em pedagogia, ações de inclusão sociodigital, “com foco na pesquisa, na integração e na leitura crítica das mídias, visando promover a autonomia, a criatividade e a autoria no trabalho com as TICs” (SANTOS, 2016, p.77). 
Já temos, desde a existência da atual LDB (Lei de Diretrizes e Bases), muitas vivências positivas. Um ponto positivo, nesta história, foi a idealização e criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB) pelo Governo Federal brasileiro (Ministério da Educação), em 2005, levando formação em pedagogia, para muitas pessoas que atuam na área de educação, no Brasil (OTSUKA et al., 2011).
O pedagogo deve ser preparado para trabalhar em empresas, esta é uma atual possibilidade. “A sociedade do conhecimento traz em seu bojo novas tendências e revela novos espaços educativos, espaços estes em que o papel do educador se amplia e ultrapassa os limites da educação formal” (SANTOS, 2016, P. 68).
Já não é mais suficiente saber administrar processos e pessoas. É preciso também assumir novas posturas de líder educador, de líder servidor que extrapola o mero gerenciamento. Se entendermos que as organizações são compostas por pessoas, que lhe trazem vida e dinamicidade, e que a necessidade de mudança é sentida no dia a dia da empresa, percebemos que se faz necessário trabalhar as pessoas e, principalmente, sua cultura. Os processos educativos precisam ser internalizados e as mudanças que deles decorrem são lentas, o que evidencia cada vez mais a crescente necessidade da presença do educador/pedagogo no ambiente laboral. (SANTA HELENA, 2012, p.112)
A educação e os educadores, a pedagogia e os pedagogos, são atuantes multifacetados e podem dialogar com outros profissionais, carregando seus saberes pedagógicos e sempre abertos ao diálogo com os demais saberes. 
Uma das grandes áreas de possibilidade atuação do pedagogo, e de necessidade, é a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sendo uma modalidade educacional muitas vezes “esquecida”, deixada em segundo plano pela sociedade, torna-se imprescindível ressaltar que os ganhos, com uma oferta de qualidade à todos que da EJA precisam, são imensuráveis. Vejamos a seguir:
Educação de Jovens e Adultos 
A Educação de Jovens e Adultos, hoje conhecida como EJA, surgiu desde a década de 1930, mas foi nos anos de 1940 e 1950 que se intensificou devido as campanhas de alfabetização.
Freire e Carneiro (2015) pontuam que no final da década de 1950, Paulo Freire iniciou a sistematização de seu método de ensino para a alfabetização de adultos. Suas primeiras experiências ocorreram em Angicos, Rio Grande do Norte.
Como funcionava esse método de Paulo Freire?
Esse método era encarregado de estimular a compreensão da escrita a partir do conhecimento do aluno e da conscientização da população no que diz respeito a realidade brasileira de forma dialógica. Paulo freire buscar considerar com esse seu método que a educação, para que pudesse assumir seu caráter transformador e emancipador, necessitava considerar e respeitar as pessoas, suas culturas e seu modo de vida.
Todavia, o Ensino de Jovens e Adultos só veio a ser definido com a Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº9394 de 1996, sendo definido como a educação que é destinadaas pessoas que não tiveram acesso ou não puderam continuar seus estudos no ensino fundamental e médio na idade regular, essa educação é gratuita. 
Freire e Carneiro (2015) aponta pontos importantes na implementação do EJA, sendo eles: 
	Decreto 2208 de 1997 que foi estabelecido que os sistemas de ensino assegurariam oportunidades educacionais apropriadas para jovens e adultos, o poder público deveria viabilizar a permanecem do trabalhador na escola e no ambiente de trabalho; 
	Em 2004 o decreto acima mencionado foi substituído pelo Decreto 5154 de 2004, surgindo para regular a educação profissional e estabelecer a integração entre educação profissional e educação básica; 
	A publicação da Portaria 2080 de 2005 trouxe a obrigação da implementação de cursos profissionais na modalidade EJA nos centros federais de educação tecnológica; 
	O Decreto 5840 de 2006, revogou o 5478, alterando o nome para Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, incluindo o ensino fundamental; 
	Por fim, a emenda nº59 de 2009 trouxe a obrigatoriedade escolar na faixa considerada regular, dos quatro a dezessete anos de idade, assegurando a oferta gratuita para aqueles que não tiverem acesso na idade própria. 
É importante o pedagogo saber que a maioria dos estudantes do EJA tem que conciliar estudos com trabalho e ainda, muitos sentem-se responsabilizados pelas condições sociais em que se encontram. Assim, Moura (1999) diz que a Educação de Jovens e Adultos não deve ser realizada de forma improvisada, mas baseada em um planejamento coeso, de acordo com a realidade do aluno.
A Lei das Diretrizes e Bases traz a orientação de que as instituições devem assegurar o direito de estudar aos jovens e adultos, devendo levar em consideração as suas características condições de vida e de trabalho. Desta forma, o professor deve estar atento a flexibilização na organização da carga horária, levando em que os alunos devem se adaptar pois necessitam trabalhar.
Figura 2: Educação de Idosos Fonte: Freepik 
É importante que o professor conheça seus alunos para que assim possam planejar a melhor maneira deles aprenderem, devendo saber seus interesses, sua condição de vida e de trabalho; é necessário conhecer a sua realidade pessoas e profissional.
A arte de ensinar vem mudando; não que o professor deva abandonar os conteúdos, mas sim, ele deve desses conteúdos se utilizar para que o aluno desenvolva suas habilidades e possa alcançar as competências exigidas do novo profissional. 
Iniciamos o capítulo diferenciando práticas de educação “não formal” (enquanto sinônimo de educação não escolar) e práticas de educação formal (como sinônimo de educação escolar). Em seguida tratamos da ampliação do conceito de educação e a diversificação das atividades educativas, levando, por consequência, à uma diversificação da ação pedagógica na sociedade. E que o imenso avanço tecnológico, científico e da área de informação, coloca os profissionais e a educação, diante do computador, o que consolida a atuação do pedagogo na Educação a Distância (EaD). Por fim, tratamos da Educação para Jovens e Adolescentes e sua importância com novos métodos de ensino para esse público que teve que se distanciar dos estudos e desejam voltar, mas que também precisam também trabalhar.
Psicopedagogia: um campo profissional escolar e clínico 
Nos caminhos da procura das diferenças entre a Pedagogia e a Psicopedagogia, será possível encontrar os campos em que ambas são essenciais, uma para o exercício da outra. A Pedagogia sempre esteve às voltas com as dificuldades de aprendizagem dos alunos, e a Psicopedagogia surgiu como uma possibilidade de tratamento clínico e terapêutico, focado nas dores dos que não conseguem aprender. Vamos aprender sobre esse tema?
Para iniciarmos, precisamos entender o que vem a ser a Psicopedagogia: 
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda - o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e evoluiu devido a existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindo- se assim, em uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto, vemos que a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprender, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecêlas, tratá-las e a preveni-las. (BOSSA, 2007, p. 24) 
É importante frisar que a Pedagogia na educação formal e em diversas outras instituições, precisa atuar para que a relação entre o ensinar e o aprender seja possível. Desta forma, torna-se possível um encontro eficaz e satisfatório entre o pedagogo e o psicopedagogo, pois ambos se encontram irmanados em prol do mesmo objetivo. 
Desta forma, de que maneira atua o Psicopedagogo?
No primeiro nível o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu trabalho incide nas questões didáticometodológicas, bem como na formação e orientação de professores, além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados. Para tanto cria-se plano diagnóstico da realidade institucional, e elaboram-se planos de intervenção baseados nesses diagnósticos a partir do qual se procura avaliar os currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos. No terceiro nível o objetivo é eliminar transtornos já instalados em um procedimento clínico com todas as suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que ao eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de outros. (BOSSA, 2007, p. 25)
Dentro da instituição, ele se torna Psicopedagogo institucional e executa a psicopedagogia institucional. Esse profissional pode atuar na clínica psicopedagógica também, além de instituições escolares, como podemos ver a seguir:
A Psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos, e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatam o prazer de aprender em sua totalidade. Incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do aluno. (BOSSA, 2007, p. 67)
A Pedagogia é um antigo fazer profissional relacionado à educação, e a psicopedagogia vai surgir na Europa no século XIX, tempos em que a Psicologia e também a Psicanálise de Freud viviam dias de muito desenvolvimento de seus conceitos e campos de atuação. Aqui no Brasil ela vai surgir com mais força no final do século XX, sendo que na década de 1970 já surgiram alguns cursos de especialização e aperfeiçoamento em Psicopedagogia. 
Figura 3: Psicopedagogia Fonte: Freepik 
A Psicopedagogia aparece como uma parceira para as dificuldades que ocupam as mentes de professores, crianças e pais, apoiando com reflexões sérias os problemas e dificuldades da aprendizagem, com um olhar mais clínico do que pedagógico. Nesse sentido:
[...] o Psicopedagogo busca não só compreender o porquê de o sujeito não aprender algumas coisas, mas o que ele pode aprender e como. A busca desse conhecimento inicia-se no processo diagnostico, momento em que a ênfase é a leitura da realidade daquele sujeito, para então proceder a intervenção que é o próprio tratamento ou o encaminhamento. (BOSSA 2007, p.94.)
Ele também é um profissional capacitado para facilitar o entendimento dos adultos (professores e pais) quanto ao sofrimento das crianças, sendo que todos juntos poderão superar as dificuldades e buscar o sucesso no ato educativo. 
Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no sentido de alertá-la para o papel que lhe compete,seja redimensionando o processo de aquisição e incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, seja reestruturando a atuação da própria instituição junto a alunos e professores e seja encaminhado a alunos e outros professores” (BOSSA, 2007, p.67).
A atuação do psicopedagogo no Brasil se deu na reeducação, quando havia o entendimento de que a educação escolar falhou, não teve o efeito esperado. Como o processo de aprendizagem era avaliado somente em função das defasagens observáveis, as metas eram condicionadas a resolver tais defasagens. Estudava-se a criança que não conseguia aprender, não interessando a aprendizagem e suas inter-relações. A perspectiva era homogeneizar as diferenças, fazer igual para todos levando em conta elementos hoje superados, como escalas de desenvolvimento que serviam para comparar padrões de comportamento, aprendizagem e para uniformizar as diferenças.
Na busca do profissional brasileiro pela sua identidade, [...]nasceu [esse] reeducador e, ao longo do tempo, [ele] ampliou o seu compromisso, assumindo a responsabilidade em relação à diminuição dos problemas de aprendizagem nas escolas e, consequentemente, à redução dos altos índices de fracasso escolar. (SILVA, 2012, p.24)
Conheça um pouco do pensamento psicopedagógico vendo o vídeo da reconhecida psicopedagoga brasileira, Dra. Nadia Bossa e Neurocientista, Doutora em Psicologia, com especialização em Neuropsicologia e em Psicopedagogia, e Mestre em Psicologia e Educação. Link: https://bit.ly/2xn5Tlo.
Com o passar do tempo, a ação do psicopedagogo começou a se voltar para o sujeito que não aprende, significando que a sua não aprendizagem era repleta de significados importantes e que deveriam ser desvelados. O sujeito aprendente e sua não aprendizagem revela a:
[...] singularidade do sujeito ou grupo, buscando o sentido particular de suas características e suas alterações, segundo as circunstâncias da sua própria história e do seu mundo sociocultural, e está sustentada nas áreas de conhecimento da psicanálise e da psicologia genética. (SILVA, 2012, p.43) 
Figura 4: Psicopedagogo com crianças em desenvolvimento Fonte: Freepik 
A Psicopedagogia é reconhecida pelo seu caráter interdisciplinar, ao ponto de ter o seu objeto de estudo associado a estes saberes de outras áreas do conhecimento que lhes dão suporte teórico. A Psicopedagogia:
Como área de aplicação, antecede o status de área de estudos, a qual tem procurado sistematizar um corpo teórico próprio, definir o seu objeto de estudo, delimitar o seu campo de atuação; para isso recorre à psicologia, psicanálise, linguística, fonoaudiologia, medicina e pedagogia. (BOSSA, 2007, p.23) 
De onde é originada a multidimensionalidade do objeto de estudo da psicopedagogia? 
É decorrente de sua própria natureza, implicando que os sujeitos todos relacionados ao acesso do conhecimento são frutos da atuação do pedagogo, quem transmite e quem processa o conhecimento:
[...] uma vez que essa ciência, estuda e trabalha com o processo de aprendizagem a partir da reflexão sobre os fatores que o influenciam de modo a facilitá-lo, bem como sobre aqueles que dificultam sua evolução, criando as dificuldades de aprendizagem, ou seja, intervém nas dimensões constitutivas do processo de aprendizagem, ou seja, intervém nas dimensões constitutivas do processo de aprendizagem. Também atua como agente da transmissão e com o sujeito do conhecimento. (SILVA, 2012, p.44)
Sobre a atuação do psicopedagogo na escola é possível afirmar que esse profissional reconhece o papel fundamental da escola com relação ao acesso da criança ao conhecimento. É na escola que os conhecimentos são socializados, o desenvolvimento no cognitivo deve ser estimulado e onde a criança obtém as regras de convivência em grupo. Bossa (2007, p.89) compreende que “pensar a escola, à luz da psicopedagogia, significa analisar um processo, que inclui questões metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende.” 
Desta forma, a Psicopedagogia oferece às crianças e aos educadores/pedagogos que atuam em sala de aula “um espaço em que possam desenvolver um nível de autonomia, na busca do conhecimento, por meio de uma postura crítica em relação à estrutura da escola e da sociedade que ela representa.” (SILVA, 2012, p. 72).
Como eu ensino a aprender? Conheça um pouco do pensamento psicopedagógico sobre a escola, assistindo ao vídeo da reconhecida psicopedagoga brasileira, Dra. Nadia Bossa, Neurocientista, Doutora em Psicologia, com especialização em Neuropsicologia e em Psicopedagogia, e Mestre em Psicologia e Educação. Veja no seguinte link: https://bit.ly/2WG7Xzs. 
O psicopedagogo na escola ou atuando em diálogo com ela, pode contribuir para equilibrar o processo de ensino e aprendizagem. Isso decorre do fato da psicopedagogia ser:
[...] um processo que implica pôr em ações diferentes sistemas que intervém em todo o sujeito: a rede de relações e códigos culturais e de linguagem que, desde antes do nascimento, têm lugar em cada ser humano à medida que ele incorpora a sociedade. (BOSSA, 2007, p. 51) 
Figura 5: Atuação do psicopedagogo Fonte: Pixabay 
O agir do psicopedagogo, dentro da escola, [...] convoca todos a refletirem sobre a sua atividade a reconhecerem-se como autores, a desfrutarem o que têm para dar. Alguém que ajuda o sujeito a descobrir que ele pensa, embora permaneça muito sepultado, no fundo de cada aluno e de cada professor. Alguém que permita ao professor ou à professora recordarse de quando era menino ou menina. Alguém que permita a cada habitante da escola sentir alegria de aprender para além das exigências de currículos e notas. (FERNÀNDEZ, 2001, P. 35).
O que se pode esperar do encontro do pedagogo com o psicopedagogo, na escola ou em outros espaços? Nas instituições escolares, cabe ao psicopedagogo o pensamento prévio, preventivo, que se prepara para as diversas realidade que podem surgir a partir da vida de seus alunos.
Ele também pode (e deve!) atuar na integração entre aluno, escola e família, a fim de que as barreiras de aprendizagem sejam identificadas e sandas de forma colaborativa.
Pedagogos e psicopedagogos podem pensar, sentir e agir em prol do sucesso das aprendizagens das crianças. O que se pode esperar é que reflitam juntos nas mais perfeitas relações e jeitos de fazer o melhor acontecer durante o processo ensinoaprendizagem. E que os modos ultrapassados, insípidos, não criativos, punitivos, de vigilância sejam superados.
A Psicanálise possibilita aos pedagogos e psicopedagogos melhor compreensão sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente e, por isso, vem ocupando cada vez mais espaço dentro dos cursos de formação desses profissionais, bem como no âmbito educacional e nos processos educativos. Conheça um pouco mais sobre “Psicanálise e Educação” na entrevista do Prof. Dr. Leandro de Lajonquière, da USP, no seguinte link: https://bit.ly/2QNJnJ9. 
Abordamos que a Psicopedagogia se ocupa com o estudo das características da aprendizagem humana: como aprender, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. O psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a frequência dos problemas de aprendizagem, diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados, eliminar transtornos já instalados em um procedimento clínico com todas as suas implicações. A Psicopedagogia aparece como uma parceira para as dificuldades que ocupam as mentes de professores, crianças e pais, apoiando com reflexões sérias os problemas e dificuldades da aprendizagem, com um olhar mais clínico do que pedagógico.
Papel do pedagogo na gestão escolar 
Neste capítulo estudaremos sobre o papel do pedagogo na gestão escolar, a partir das teorias administrativas que ensinam ao pedagogo-gestor, as principais tendências da gestão escolar e sobre o exercício de liderança. Vamos lá!
Um dos espaços de atuaçãodo Pedagogo é a Gestão escolar. Cabe ao Pedagogo que opta em ser Gestor Escolar conhecer as diversas teorias administrativas e as concepções difundidas por elas, pois a escola é uma organização que carrega as suas singularidades e requer uma administração escolar consistente, atenta e que ouça os que atuam naquele espaço. Nenhum gestor escolar administra uma instituição localizada em uma ilha deserta. As instituições escolares são interdependentes de múltiplas influências da sociedade, das políticas públicas governamentais, dos determinantes econômicos do país. Cabe ao estudante de Pedagogia, interessado em saber sobre a gestão Escolar, conhecer o conceito de administração Escolar e de Gestão Escolar.
que as teorias administrativas ensinam ao Pedagogo-Gestor Escolar? 
A gestão escolar, no Brasil, viveu uma evolução histórica, ao longo de sua existência. Ser um Gestor escolar é administrar de forma coerente, para isso é necessário conceber as melhores formas de administração, no âmbito da educação. Por um longo tempo, a administração escolar permaneceu de forma bastante análoga “à da administração de empresas, o que não contribuiu muito para que a escola cumprisse com o seu papel e objetivos pedagógicos, nem atendesse às necessidades educacionais de sua clientela”. (ANDRIOLLO, 2008, p. 15)
O gestor escolar lidera e influência, com o seu modo de administração escolar, múltiplas atividades e profissionais que trabalham na escola e também na comunidade local, tocada pelo trabalho daquela instituição. Ele precisará entender que sozinho não vai muito longe, pois o autoritarismo já está superado, as modernas formas de administração escolar necessitam que o gestor escolar coexista com uma equipe gestora. 
O gestor escolar é sujeito que administra as relações humanas que acontecem na instituição. Ele precisa ser um profissional hábil no gerenciamento de inúmeras situações dentro desse espaço, envolvendo pessoas, recursos financeiros e materiais. Desde o começo de sua estruturação como espaço público ou privado para o cumprimento da missão educativa, a instituição social necessita de uma administração para garantir as condições de convivência e de ambiente, bem como as ferramentas necessárias ao bom funcionamento. A administração da escola, como entidade facilitadora e organizadora, exerce grande influência e liderança sobre todas as atividades desenvolvidas no espaço. (ABBUD, 2013, P.3).
Figura 6: Gestor escolar Fonte: Pixabay 
A Teoria Geral da administração forneceu fundamentos básicos para os gestores escolares e suas administrações. É necessário lembrar que as organizações escolares são feitas por diferentes atores, produtores de diversificados modos de agir e pensar. E como devem agir, tais relações humanas, essas intensidades de diferentes seres humanos, nas organizações escolares? Devem “ser especialmente permeadas pela cooperação, que constitui fatos fundamental no trabalho coletivo, possibilitando que a escola alcance plenamente seus objetivos” (ABBUD, 2013, p.3).
As principais teorias administrativas são: 
 Fonte: ABBUD, 2013, CHIAVENATO, I (1993) E GIBSON, J. et all (2000) 
As três tendências principais na Gestão Escolar 
Abbud (2013) afirma que a grande influência das teorias da administração na gestão escolar pode ser visualizada em três tendências presentes nas gestões escolares. São elas as tendências: conservadora, democrática e gerencial. 
Abbud (2013) afirma que a grande influência das teorias da administração na gestão escolar pode ser visualizada em três tendências presentes nas gestões escolares. São elas as tendências: conservadora, democrática e gerencial. 
Embora no senso comum de uma sociedade autoritária a gestão (ou administração, que será aqui tomada como sinônimo) apareça ligada a relações de mando e submissão, não é isso que lhe dá a especificidade e a razão de ser, mas sim seu caráter de mediação para a concretização de fins. Ao administrar, ao gerir, utilizam-se recursos da forma mais adequada possível para a realização de objetivos determinados. (PARO, 2001, p.49)
É interessante esclarecer, tomando as palavras gestão e administração citadas por Paro (2001), que:
Os termos gestão da educação e administração da educação são utilizados na literatura educacional como sinônimos, ora como termos distintos. Algumas vezes, gestão é apresentada como um processo da ação administrativa, em outras, seu uso denota a intenção de politizar essa prática. Por outro lado, muitos educadores que posições avançadas na área educacional, parecem utilizar o termo gestão da educação como uma reação à forma descomprometida, ‘neutra’, tecnicista e mantenedora da realidade vigente com que a administração da educação se desenvolveu na década de 1970, trazendo importantes reflexos nas seguintes. (ABBUD, 2013, p.18)
Na década de oitenta a tendência democrática surge no Brasil nos momentos de redemocratização da sociedade brasileira impulsionada pelo momento de discussão geral da sociedade e suas instituições, pós período de ditadura militar (1964 a 1982). Esta tendência, faz oposição aos modelos técnicofuncionalistas, com caráter bastante conservador e ver a escola “como uma organização em constante construção; um espaço público no qual devem ser expressas as opiniões e interesses dos diversos grupos que a formam” (SOUSA, 2006, P.62).
Figura 7: A escola como evolução Fonte: Pixabay 
A tendência gerencial surgiu nas escolas a partir da década de 1990, ela traz um discurso administrativo-economicista, buscando “a qualidade do gerenciamento da escola, em suas diversas áreas de atuação, além de enfatizar o controle dos processos escolares” (SOUSA, 2006, p.62).
O gestor escolar é, com certeza, um administrador que utiliza de forma racional todos os recursos disponíveis para fazer acontecer o melhor cotidiano possível aos que trabalham ou estudam nas escolas. Não poderia ser diferente, mas há cotidianos escolares bem diversos. Paro (1997) defende que “a democracia só se efetiva por atos e relações que se dão no nível da realidade concreta” (PARO, 1997, p.18). 
É importante aproximar a gestão escolar da perspectiva democrática. Ela:
[...] é caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas, nas decisões sobre a orientação e manejamento de seu trabalho. Vale dizer que a gestão está associada ao fortalecimento da ideia de democratização do processo pedagógico, entendida como participação de todos nas decisões e respectiva efetivação das mesmas”. (LÜCK, 1996, p.156)
Paro (1997) defende que é muito importante promover a participação de todos os trabalhadores da escola, dar-lhes um lugar, uma voz, um espaço nas decisões. Para isso, o gestor escolar precisa ouvir:
[...] educadores, alunos, funcionários e pais – nas decisões sobre seus objetivos e seu funcionamento, haverá melhores condições para pressionar os escalões superiores a dotar a escola de autonomia e recursos. Hoje quando o diretor reivindica é fácil dizer-lhe ‘não’. Tomar-se-á muito mais difícil dizer ‘não’, entretanto, quando a reivindicação não for de uma pessoa, mas de um grupo, que represente outros grupos e esteja instrumentalizado pela conscientização que sua própria organização propicia. (PARO, 1997, p.12)
Um bom Gestor escolar sabe da importância que tem as opiniões de todo o corpo que constitui a escola (funcionários, professores, alunos), além disso, ele sabe que os pais são importantes, para que com a ajuda de todas, eles possam ter uma gestão de qualidade.
Pensar nas lutas pela autonomia da escola, na confiabilidade a ser construída no seio dela, no sentimento conjunto de que juntos conseguem resolver problemas, exige gestores que acreditem que a autonomia está associada em fazer uma gestão com inovadoras relações não autoritárias. Autonomia é o “oposto da uniformização. Autonomia admite a diferença e, por isso, supõe a parceria. Só a igualdade na diferença e a parceria são capazes de criar o novo” (GADOTTI e ROMÃO, 1997, p. 47)
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Gestão escolar, exercíciode liderança 
Todo pedagogo pode ser Gestor Escolar! Porém, nenhum pedagogo pode prescindir de um perfil de líder para exercer o seu papel dentro da instituição escolar.
Aquele pedagogo que faz a gestão da escola é alguém que desempenha, com liderança, o seu papel de agregar as pessoas num objetivo comum: fazer a escola trabalhar unida em prol do coletivo. Como o Gestor não consegue fazer o seu trabalho sozinho, é salutar que a sua equipe gestora seja “uma equipe de liderança, cuja atuação nesse sentido necessita ser tocada em processos específicos e resultados” (LUCK, 2014, p.108). 
Luck indica que a gestão escolar deve levar em conta a promoção e manutenção de uma equipe engajada, que sabe aonde quer chegar (com visão, valores, missão, objetivos, papeis de cada profissional bem esclarecidos, para todos). Devem pensar, constantemente em criar mudanças adequadas para melhorar o cotidiano escolar. O Gestor e sua equipe gestora devem orientar de modo proativo (age para evitar futuros problemas) para o alcance dos objetivos educacionais. Gestores são criadores e mantenedores de cultura escolar possibilitadora da realização dos objetivos educacionais (Ação docente, formação e aprendizagem dos educandos). É necessário exercer gestão escolar, sendo capaz de inspirar e motivar as pessoas que trabalham na escola, nas suas ações pedagógicas de sucesso, dentro e fora dela. 
Gestores sempre sonham com melhores resultados do seu trabalho e com melhorias nas aprendizagens dos educandos. O Gestor fala, dialoga, compartilha sonhos e reflexões, orientando, dando feedbacks e acompanhando o trabalho docente, em prol da aprendizagem dos educandos. (LUCK, 2014).
Os fatores elencados facilitam o trabalho do gestor escolar. Não interessa apenas uma escola limpa (isso é importante), mas a valorização dos que trabalham na escola, que esperam ouvir um bom dia! Estes trabalhadores da educação querem ser incentivados, desejam aprender mais e querem ser ouvidos nas observações pertinentes sobre o cotidiano escolar. 
Dialogar é tarefa diária do gestor escolar, no exercício de sua liderança, fora e dentro da escola, com a comunidade interna da escola e com a comunidade externa, superando:
[...] a tendência ao isolamento e fechamento em si dos ambientes escolares. Boas escolas são aquelas abertas à comunidade, seja convidando seus membros a participarem como voluntários do processo escolar, seja levando os alunos a participarem das problemáticas de sua cidade, emprestando, desse modo, ao currículo, um sentido de realidade, tal como deve ter. (LUCK, 2014, p.113)
Figura 8: Dialogar Fonte: Pixabay 
A liderança do gestor escolar implica na exigência de ele ser exímio comunicador, falar com clareza, comunicar ou redigir comunicados bem esclarecedores, com nenhum campo de incompreensões sobre o que se quer comunicar, sem deixar a comunicação truncada. “A comunicação, para este fim, envolve reciprocidade, circularidade, interatividade, diálogo e retroalimentação (feedback). Sem estas características, sem o sentido de ‘dupla-mão’, o que se pode ter é apenas informação” (LUCK, 2014, p.117).
O gestor escolar, no exercício de sua liderança, está em constante processo de auto avaliação, revendo seu desempenho e aberto às mudanças. É necessário ouvir os outros que nos observam e nos avaliam, estando sempre abertos para ouvir e assim, melhorar. Até pela simples razão que o gestor faz o mesmo com os professores. E qual é o foco do acompanhamento a ser feito do trabalho do professor? O foco é: 
[...] na interação entre as práticas de ensino e a aprendizagem dos alunos, processo esse que se constitui em condição essencial do trabalho de gestores escolares. Pesquisas identificam que escolas onde os alunos mais aprendem são aquelas em que os gestores escolares orientam, acompanham e dão feedback ao trabalho dos professores na sala de aula. (LUCK, 2014, p.118)
Assista a palestra da Profa. Dra. Lourdes Marcelino Machado sobre “O papel da equipe gestora da escola”. Ela aborda a importância da equipe da escola, diretor, professores, funcionários e administração, valorizando toda a equipe e suas tarefas distintas. A Professora também aborda o que pensa Anísio Teixeira sobre a organização do trabalho coletivo e a formação dos administradores de escolas brasileiras. Veja o vídeo no seguinte link: https://bit.ly/3bqUeRa.
A liderança do gestor escolar exige atitudes de percepção da complexidade de realizar a gestão, sendo elas: empreendedorismo, ousadia, abertura às mudanças, interação, querer correr riscos, capacidade de mediação, alegria, amor pelo que faz, comprometimento, foco nas suas metas, objetivos e resultados (SANTOS, 2005).
Estudamos nesse capítulo que ser um gestor escolar é administrar de forma coerente e significativa. Para isso, é necessário conceber as melhores formas de administração no âmbito da educação. Esse gestor escolar é a pessoa que administra as relações humanas que acontecem na instituição. Estudamos as principais teorias administrativas que são: teoria clássica, teoria burocrática, teoria escola das relações humanas, teoria comportamental, teoria da contingência e teoria de sistemas. Estudamos também as três tendências principais na gestão escolar que são: conservadora, democrática e gerencial. O gestor escolar é, com certeza, um administrador que utiliza de forma racional todos os recursos disponíveis para fazer acontecer o melhor cotidiano possível aos que trabalham ou estudam nas escolas.
Reflexões sobre uma educação inclusiva na Educação Especial e a participação dos pedagogos 
A Educação Especial é a educação inclusiva, que lida com a diferença, com os diferentes, com a realidade das pessoas com deficiência. Hoje já está consolidado a posição de que as pessoas com deficiência devem estar inseridas na escola junto com as crianças não deficientes. 
Figura 9: Educação inclusiva Fonte: Freepik 
Ao lidar com as questões referentes a escolarização das crianças e adolescentes com deficiência é necessário lidar com nossas sensações, sentimentos, preconceitos, pensamentos, alheamentos diante de meninos e meninas com as mais diferentes deficiências. A escola é lugar primordial e essencial para a criança com deficiência.
A inclusão também se legitima, porque a escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver dignamente." (MANTOAN, 2006, p.30)
A pessoa com deficiência é antes de tudo uma pessoa. É por esta razão que já não é exato chamar as pessoas com deficiência de portadores de necessidades especiais. Algumas pessoas insistem em escrever e falar assim. Declarar que alguém é portador de necessidade especial pode até ajudar a esclarecer os direitos das pessoas com deficiência, junto aqueles que ainda não possuem está consciência e colocam seus carros em vagas de deficientes ou ainda estacionam seus carros no exato local de acesso via calçadas de cadeirantes.
Todavia, a reflexão necessária é que todas as pessoas possuem necessidades especiais. Cada pessoa pode pensar nas suas e há momentos em que alguém se vê com restrição na locomoção ou nos movimentos (Ex.: por um momento a pessoa pode ter um braço engessado ou uma luxação no pé, e percebe que com limitações nos movimentos, necessitará ser visto como uma pessoa temporariamente portadora de necessidades especiais). Alguns, nesta situação, percebem o que é viver toda a vida como as pessoas com deficiência vivem! Pedagogos precisarão mobilizar planejamentos reais para incluir as crianças com deficiência. Não basta deixar claro no papel o que pretenderiam fazer.
Penso que nem sempre levamos a sério os nossos compromissos educacionais, como os outros povos, neste e em outros momentos de nossa história educacional. Desconsideramos o que nós mesmos nos dispusemos a realizar quando definimos nossos planos escolares, nosso planejamento pedagógico, quando escolhemosas atividades que desenvolveremos com nossas turmas e avaliamos o desempenho de nossos alunos e o nosso, como professores. Uma coisa é o que está escrito e outra é o que acontece, verdadeiramente, nas salas de aula, no dia-a-dia, nas nossas rotinas de trabalho. Somos, certamente, bem pouco sinceros com nós mesmos, com a comunidade escolar, com os pais e com os nossos alunos, principalmente!" (MANTOAN, 2006, p. 26).
Figura 10: Cadeirante Fonte: Pixabay 
Maria Teresa Eglér Mantoan, pesquisadora do tema, escreveu o livro “Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer?”. Conheça mais sobre o pensamento da autora. Este livro está disponível em: https://bit.ly/3arX5cE. 
É muito importante pensar nas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos com deficiências como se estivesse na própria pele. É imprescindível também reduzir as desnecessárias situações de dificuldade de acesso, tanto nas escolas, universidades e outros espaços educativos físicos, como também facilitar o acesso para as pessoas com deficiência às plataformas online, Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Ensino (conhecidas como AVA ou AVEA). 
Estes ambientes virtuais possuem softwares apropriados para aprender com o uso da internet; eles trazem ferramentas apropriadas para a criação de conteúdos, tutoriais (aquele pedagogo que acompanha online ou presencialmente os alunos matriculados em um determinado curso) e atividades. Todo este mundo online e tecnológico necessita de apropriação para a pessoa com deficiência. O acesso às diferentes mídias e linguagens precisam ser acessíveis às mais diferenciadas formas de deficiências, permitindo o fácil acesso aos conteúdos, interatividade e interação com os tutores e demais colegas de curso, deficientes ou não.
Penso que nem sempre levamos a sério os nossos compromissos educacionais, como os outros povos, neste e em outros momentos de nossa história educacional. Desconsideramos o que nós mesmos nos dispusemos a realizar quando definimos nossos planos escolares, nosso planejamento pedagógico, quando escolhemos as atividades que desenvolveremos com nossas turmas e avaliamos o desempenho de nossos alunos e o nosso, como professores. Uma coisa é o que está escrito e outra é o que acontece, verdadeiramente, nas salas de aula, no dia-a-dia, nas nossas rotinas de trabalho. Somos, certamente, bem pouco sinceros com nós mesmos, com a comunidade escolar, com os pais e com os nossos alunos, principalmente!" (MANTOAN, 2006, p. 26).
Pensar na Educação Inclusiva é colocar em prática todas estes facilitadores e remover toda e qualquer dificuldade de acesso. Desta forma, os pedagogos podem colaborar no desenvolvimento de potencialidades das pessoas com deficiência, nos mais variados espaços de atuação do pedagogo.
Em algumas cidades brasileiras, já é possível que as pessoas com deficiência visitem exposições, inclusive as pessoas com deficiência visual, pois existe um material produzido pelos organizadores que trazem a descrição auditiva das obras ou até obras construídas de forma idêntica aquelas que estão em exposição e que podem ser tocadas. Alguns vídeos explicam para os deficientes auditivos, em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), o que pensava o artista que produziu aquela obra e o espaço é arquitetonicamente pensado para a pessoa com deficiência se deslocar sem dificuldade alguma em sua cadeira de rodas. 
O trabalho do pedagogo que trabalha em museus passa por estas importantes considerações ao instituir o seu papel, em uma equipe interdisciplinar, dentro de um museu.
Os alunos não são virtuais, objetos categorizáveis — eles existem de fato, são pessoas que provêm de contextos culturais os mais variados, representam diferentes segmentos sociais, produzem e ampliam conhecimentos e têm desejos, aspirações, valores, sentimentos e costumes com os quais se identificam. Em resumo: esses grupos de pessoas não são criações da nossa razão, mas existem em lugares e tempos não ficcionais, evoluem, são compostos de seres vivos, encarnados!". (MANTOAN, 2006, p.29)
As instituições foram convocadas a repensar suas práticas, transformar os seus espaços, capacitar seus profissionais para um trabalho relevante, junto às pessoas com deficiência. Não basta apenas querer integrar as pessoas com deficiência, é preciso olhar o mundo com os olhos dos cadeirantes, ouvir os espaços educativos como bem escutam os deficientes visuais, sentir os imobilismos como sentem os deficientes auditivos. Dialogar com as dificuldades de acesso dos educandos com deficiência é preponderante neste trabalho educativo. 
Os currículos também precisarão ser inclusivos. Pedagogos que atuam fora e dentro das salas de aula necessitarão de capacitações apropriadas para agir, da forma mais coerente e acertada coma as pessoas com deficiência. 
Para saber mais sobre a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, leia “Inclusão: Revista da Educação Especial”, Volume 4, N.º1, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3ajPjkY. 
A legislação atual, fruto de inúmeras lutas e mobilizações das pessoas com deficiência, de seus pais, dos seus educadores, dos pesquisadores, das Organizações Não governamentais que atuam com este público com deficiência, é bastante potente para as garantias dos direitos das pessoas com deficiência. Veja o que prevê o DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011:
Art. 1o O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades; II - aprendizado ao longo de toda a vida; III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência; IV - garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais; V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena; VII - oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de ensino; e VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. § 1o Para fins deste Decreto, considera-se público-alvo da educação especial as pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação. § 2o No caso dos estudantes surdos e com deficiência auditiva serão observadas as diretrizes e princípios dispostos no Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Art. 2o A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (BRASIL, 2011, p. 1)
Conheça todo o documento do DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011. Dispõe sobre a educação especial e o atendimento educacional especializado. Acesse no seguinte link: https://bit.ly/39kVLGT. 
elevantes marcos históricos e legais da inclusão, na educação especial 
No Brasil, evoluímos de uma classe especial, onde aquelas crianças chamadas indisciplinadas, portadoras de laudos psiquiátricos, filhos dos mais pobres, insuportáveis para determinados pedagogos e que eram jogados na classe especial localizada em algum local isolado da escola. 
A ordem de transgressões aos direitos à educação, situações discriminatórias recorrentes nas escolas públicas, pelo imenso território brasileiro, aconteciam “por falta de um controle efetivo dos pais, das autoridades de ensino e da justiça em geral” (MANTOAN, 2006, p.21). Era uma dificuldade de separar o que era laudo psiquiátrico e metas educacionais. Mantoan (2006) descreve que essa “falta de clareza faz retroceder todas as iniciativasque visam à adoção de posições inovadoras para a educação de alunos com deficiência.” (MANTOAN, 2006, p.21).
Educação Inclusiva. Vejam o que pensam Maria Teresa Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Rodrigo Mendes, presidente do Instituto Rodrigo Mendes, uma organização sem fins lucrativos comprometida com a construção de uma sociedade inclusiva por meio da educação e da arte. Esta entrevista está imperdível. Disponível em: https://bit.ly/2QP0IkT.
Desde o século XVII, na Europa, difundiram-se as primeiras intervenções, que foram as pesquisas de empiristas com crianças com deficiência. Um destes pesquisadores foi Jean Itard, na França pós Revolução Francesa. Ele soube que tinha sido encontrado nas matas de Aveyron um garoto que vivia sem contato com os humanos. Itard decidiu ser o educador de um menino de presumíveis 12 anos e que ficou imortalizado por um suposto nome de Vitor e com a alcunha de Selvagem de Aveyron. Itard ficou em posição duvidosa de cientista e educador, testando os seus métodos empiristas.
Jean Itard ocupou-se do tratamento moral de um jovem advindo da região de Aveyron, onde vivera sem contato com a sociedade. O sensualismo de Itard se inspira no pensamento de Condillac, que tentou provar que as atividades corpóreas e psíquicas possuem um denominador comum: as impressões. Ao explicar a origem do conhecimento, coloca a sensação como fonte: não há mais Deus mediando a relação entre o sujeito que conhece e o objeto do conhecimento. A relação se dá diretamente entre homem e mundo através da sensação, das qual derivam todas as operações intelectuais. (RUBANO; MOROZ, 1988, p. 335)
Esta ligação entre a Pedagogia de Itard e o sensualismo esclarece-nos a sua iniciativa descrita nos seus relatórios, em treinar obcessivamente os sentidos do garoto, a toda força, “deixando-o todas as manhãs exposto ao frio, ao lado das roupas, até que aprendesse a usá-las” (ITARD, 1980, p.152.); ou ainda diante de uma situação em que para reforçar a aprendizagem dos efeitos do choque produzido na garrafa de Leyde, e vendo no jovem um ar de inquietação “que lhe causava tal aparelho, julguei que ia fugir e agarrei-o pela gola”, (ITARD, 1980, p. 153). Pelas descrições narradas pelo próprio pesquisador é possível ver que gestos humanizantes estavam longe das táticas do Jean Itard.
Para conhecer a história do garoto selvagem e do empirista Jean Itard, assista o filme de François Truffaut, com legendas em português. Disponível em: https://bit.ly/3btNulz. 
A história contada por Jean Itard é bastante interessante. Vamos conhecer um pouco dela:
O que ficou registrado nos relatórios de Jean Itard dá conta da existência de um menino, encontrado sem vestes em Aveyron, no Sul da França, sem falar nenhuma língua e mal se sabia se ouvia bem o francês. A escrita manteve tais relatórios para a posteridade e o que Jean Itard tem ao agir educativamente com crianças portadoras de alguma diferença e necessitadas de alguma atenção especial? E que reações esboçamos diante de alguma defesa dos encontros entre as diversidades em sala de aula?
O garoto foi levado inicialmente para o Instituto Nacional de Surdos-Mudos e foi alvo de uma tentativa de Educação em língua de sinais para surdos. Mas seria este moço um deficiente auditivo? Seria educável o estranho visitante saído dos bosques e vindo para a civilização? E o que levou a ser apressadamente lido como surdo muito antes de ter aprendido a linguagem da sociedade francesa que supostamente só conhece na puberdade? 
Então surge Itard, com uma crença na concretização de um projeto educativo para Victor, e consequentemente, na integração do jovem à sociedade francesa nos tempos posteriores à revolução francesa. Amante do empirismo, desprezando as ideias inatistas, defensor do primoroso uso dos sentidos com fins educativos, ele acreditava prioritariamente no uso de um método cientificamente adequado e forjou o seu plano infalível para fazer de um selvagem, um primoroso e paciente aprendiz.
O empirista esteve preocupado em testar suas inovações pedagógicas, seus instrumentos modernos para educar e ajustar o recém-chegado à civilização francesa. Chegou a comentar o desinteresse do garoto por suas ferramentas pedagógicas, cientificamente projetadas por ele e que dependiam dos testes com o garoto. Mas prosseguia em seus intentos e tinha dificuldades de aprender com as indicações do aprendiz tão visíveis aos olhos do empirista, que nada gostava de seus métodos. 
Oferecia ao Victor muitas de suas invenções, jogos atualíssimos pedagógicos. E narra que em determinado momento apresentou sucessivamente brinquedos de toda espécie:
[...] mais do que uma vez, durante horas, procurei ensinar-lhe o seu uso; e verifiquei, com desgosto, que em vez de distraírem, todos esses objetos acabavam sempre por o impacientar, de tal modo que chegou a escondê-los ou a destruí-los quando se lhe proporcionava a ocasião. Assim, depois de ter fechado durante muito tempo um jogo de trilhas com o que tinha importunado, resolveu, no dia em que ficou sozinho no quarto, queimá-lo no fogão da sala.” (ITARD, 1980, p.157)
O obstinado cientista não sabia lidar com improvisos e imprevistos. Mantinha uma posição de quem não dúvida de nenhuma de suas intervenções pedagógicas. Conduzia seu método pedagógico, em prol do que denominava de desenvolvimento físico e moral desse indivíduo. Criou em torno de sua ação pedagógica e cientifica uma crença de que recolhendo a história de um ser de modos e gestos nada civilizados “determinaria o que tem e deduziria do que lhe falta, a soma, até agora incalculada, dos conhecimentos que o homem deve à educação” (ITARD, 1980, p.132). 
Este ideário de Itard e tantos outros viajou pelo tempo e espaço, chegando vivíssimo ao século XX e ainda resiste no século XXI, independente das bases legais em vigor.
Assim, não são poucas as crianças com deficiências maltratadas no cotidiano escolar inclusivo, nas leis. As deliberações legais brasileiras pregam aprendizagem cooperativa em sala de aula, trabalho em grupo na escola e criação de redes de apoio, com familiares e agentes da comunidade no processo educativo para as crianças com deficiências e em processo de inclusão no sistema educacional. 
A Constituição Federal respalda um atendimento digno às pessoas com deficiência, nas escolas e outros espaços educativos. Podem ser elencados o Artigo 1.º, determinando a cidadania e dignidade humana como fundamentos da República. E o Artigo 3.º que determina a promoção do bem de todos, sem “preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3.º, inciso IV). Ela garante ainda o direito à igualdade (art. 5º) e trata, no artigo 205 e seguintes, do direito de todos à educação” (MANTOAN, 2006, p. 22). O Artigo 206 resguarda a igualdade de condições de acessar e permanecer na escola, a todos. Cabendo ainda a garantia de direitos à educação e aos acessos às escolas. Especificando ainda e forma muito transparente, no Artigo 208, “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. (Brasil, 2016, p. 124). 
Figura 11: Educação para todos Fonte: Freepik 
Não deveria existir oposição à inclusão dos deficientes nas salas de aulas das escolas públicas. É um direito constitucional a ser entendido e respeitado por todos, como fruto das lutas populares, além da Constituição Federal de 1988, outra base legal a ser lembrada é o Estatuto da Criança e Adolescente/ECA (1990), apontando no artigo 55, a obrigatoriedade de matrículas de crianças na rede regular de ensino (ou seja, nas escolas comuns, não em instituições de atendimento exclusivo aos deficientes como aconteciam no século XVII na Europa e como se mantém na cabeça de muitos professores, pais e especialistas que tratam ou vivem a situação).
Já a Lei de Diretrizes de Bases da Educação/LDB de 1996, determina no Artigo 4, a educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezesseteanos de idade, envolvendo a possibilidade de atendimento educacional especializado gratuito para os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, atravessando todos os níveis, etapas e modalidades, de forma preferencial na rede regular de ensino. No Capítulo V, que trata da Educação Especial, esta prevê em seu Artigo 59 que os sistemas de ensino deverão assegurar a todos os educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (LDB, 2017, p.40)
Já o Plano Nacional de Educação traz na Meta 4 a necessidade da universalização da inclusão de todos os deficientes na rede regular de ensino, trazendo o Brasil para um pensamento atual, justo, inclusivo e em rompimento com pensamentos oriundos do empirismo do século XVIII, como já foi possível ver, com o que pensava, escrevia e como agia Jean Itard.
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. (MEC/SASE, 2014, p.24)
No Plano Nacional de Educação, a Meta 4, prevê a universalização da inclusão de alunos com deficiência de 04 a 17 anos na rede regular de ensino, veja o debate com a coautora da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU; a integrante do Fórum Nacional de Educação Inclusiva; o Secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Coordenadora de Saúde da APAE. Disponível em https://bit.ly/2xnErUD.
Figura 12: Educação para todos 2 Fonte: Freepik 
Neste capítulo aprendemos que a educação especial lida com a diferença, com as pessoas diferentes, com as pessoas com deficiência. Estudamos que qualquer pessoa pode estar sujeita a precisão de uma educação especial. Assim, para se ter mais acesso à educação hoje já foram criados ambientes virtuais, linguagem especial, programas que ajudam na aprendizagem dessas pessoas. O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado. A Constituição Federal respalda um atendimento digno às pessoas com deficiência, nas escolas e outros espaços educativos e estudamos as diversas leis que garantem esse acesso à educação, como a Lei das Diretrizes de Bases da Educação.
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