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3 MATERIAL DIDÁTICO PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA - PNL CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 2.861 DO DIA 13/09/2004 0800 283 8380 www.portalprominas .com.br 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ .............................................................. 3 UNIDADE 2 – A COMUNICAÇÃO EFICAZ .................. ................................................... 5 2.1 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 6 2.2 PROCESSO E OBJETIVO DA COMUNICAÇÃO .................................................................... 7 UNIDADE 3 – OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO .............. ............................................ 12 3.1 SISTEMAS REPRESENTACIONAIS ................................................................................ 17 3.1.1 VISUAL ................................................................................................................ 17 3.1.2 AUDITIVO ............................................................................................................. 18 3.1.3 SINESTÉSICO ........................................................................................................ 20 3.2 A IMPORTÂNCIA DAS PALAVRAS EM NEUROLINGUÍSTICA ................................................ 22 UNIDADE 4 – PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) .... ................................ 26 4.1 CONCEITO, ORIGEM E EVOLUÇÃO ............................................................................... 26 4.2 PRESSUPOSTOS DA PNL .......................................................................................... 28 4.3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 30 4.4 AS POSIÇÕES PERCEPTIVAS ...................................................................................... 31 UNIDADE 5 – TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS DA PNL ......... ......................................... 33 5.1 SOLETRAÇÃO .......................................................................................................... 33 5.2 RAPPORT / EMPATIA ................................................................................................. 35 5.3 ESPELHAMENTO ...................................................................................................... 38 5.4 ANCORAGEM ........................................................................................................... 40 UNIDADE 6 – APLICAÇÕES DA PNL ..................... ...................................................... 44 6.1 NO CONTEXTO EDUCACIONAL .................................................................................... 44 6.2 NO MARKETING PESSOAL .......................................................................................... 45 6.3 NA LIDERANÇA ......................................................................................................... 46 6.4 NAS VENDAS ........................................................................................................... 46 UNIDADE 7 – TRADUÇÕES EM PNL ...................... ..................................................... 49 UNIDADE 8 – GLOSSÁRIO DA PNL ...................... ....................................................... 55 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 65 ANEXOS ........................................................................................................................ 69 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO O ser humano é cercado de inúmeras facetas, de adjetivos, de características, de conhecimentos, enfim, de uma inteligência que nem ele mesmo ainda descobriu ou tem consciência. São muitas as possibilidades de uso dessas suas características, principalmente em seu benefício, para seu crescimento, para chegar próximo às pessoas e se fazer entender por elas. Segundo Richard Bandler e John Grinder, pesquisadores (década de 1970) da Programação Neurolinguística (PNL), ela é o estudo da estrutura da experiência subjetiva das pessoas. Estuda como a mente funciona e a maneira de usar a linguagem mental para obter resultados pessoais e profissionais. A PNL permite que as pessoas aprendam a explorar de modo eficiente sua capacidade cognitiva de maneira ativa, a comandar suas ações e reações e a identificar padrões que influenciam o comportamento dos sujeitos, de modo a ajudá- los a efetuar mudanças radicais em diversos sentidos (BANDLER, 1993). Algumas pessoas costumam dizer que a PNL é como um “manual de instruções” para a nossa mente. O nome Programação Neurolinguística resume os três pontos complexos que são estudados pela disciplina: a) “Neuro” remete à mente, onde processamos nossas experiências por meio dos cinco sentidos. b) “Linguística” refere-se à linguagem ou a outras formas de comunicação não verbais. c) “Programação” pode ser entendido como uma comparação entre a mente humana e um computador. O cérebro seria o hardware, enquanto os pensamentos e o comportamento, o software, programa que define como o computador interpreta os dados recebidos. Com a PNL, é possível “reprogramar” o cérebro, ensinando a ele novos caminhos e retirando falhas de programação geradas no passado (LARA, 2012). 4 Um exemplo simples e corriqueiro dado por aqueles que caminham pela área relaciona-se com o uso do “mas” e do “e”: O “MAS”, conjunção adversativa, diminui o valor do que vem antes e aumenta o valor do que vem depois. Coloca a pessoa na defensiva e geralmente tem sentido de desvalorizar, enquanto a aditiva “E” faz exatamente o oposto do “mas”, iguala a situação, não desvaloriza, ao contrário, valoriza. A escolha dessas conjunções faz parte da PNL! Partindo da breve definição acima, veremos nesse módulo: a importância da comunicação eficaz; os canais de comunicação, os sistemas representacionais (visual, auditivo e sinestésico); a importâncias das palavras em neurolinguística; seu conceito, evolução pressupostos, objetivos e as posições perceptivas. Técnicas e estratégias da PNL como soletração, rapport, espelhamento e ancoragem, bem como aplicações em algumas áreas específicas como no ambiente educacional para o marketing pessoal, nas vendas também serão apresentadas. Finalizaremos com dois glossários. Um com traduções devido ao grande uso de palavras de origem estrangeira e outro de expressões e seus significados que são de uso corrente na PNL. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. 5 UNIDADE 2 – A COMUNICAÇÃO EFICAZ Por comunicação eficaz entendemos aquela comunicação que é compreendida! Muito simples não é mesmo? Sim e não. Não é tão simples assim porque se fazer compreender ou compreender o que o outro tem a dizer demanda desenvolvermos, tanto emissor quanto receptor, a vontade de entender, uma disposição, empatia que nem todos estão dispostos a ela e usar até mesmo um vocabulário de acordo com aquele a quem enviamos a mensagem. Compreender é diferentede interpretar! Segundo Warat (2001), somos, por excelência, exímios interpretadores de tudo o que acontece. Faz parte da natureza humana, tanto que avaliamos, ponderamos, julgamos, comparamos com a nossa escala de valores tudo o que percebemos, vemos e ouvimos. Por essa razão, se desejamos, de fato, nos comunicar com outras pessoas, precisamos, constantemente, exercitar a arte da empatia, que é a capacidade de nos colocarmos no lugar da outra pessoa, entendermos o seu estado de espírito, seu momento psicológico, seu nível cultural, suas crenças, seus apelos emocionais. Além disso, precisamos resolver os nossos problemas de comunicação. Da profissão de uma pessoa, do seu credo ou cultura, dependerá também o nível de definição ou conceito de comunicação, portanto, não é tarefa fácil definir comunicação. De todo modo, temos várias acepções simplistas: • comunicação seria a transmissão de uma mensagem com o fim de evocar uma resposta específica; • também se entende a comunicação como o intercâmbio de informação entre sujeitos e objetos. Como campo de estudo acadêmico, a comunicação estuda os processos de comunicação humana. Entre as subdisciplinas da comunicação, inclui-se a teoria da informação, comunicação intrapessoal, comunicação interpessoal. 6 Falamos inicialmente em emissor e receptor, pois bem, comunicação não significa apenas falar às pessoas, mas também ouvi-las. Na verdade, se não ouvirmos eficazmente, não poderemos também falar de modo eficaz (OLIVEIRA, 2013). Numa situação meramente social, podemos conversar sem a finalidade específica de nos informarmos. Comunicação não significa apenas a transmissão de uma mensagem, sem o desejo de originar o tipo de resposta que se procura. No entanto, nos negócios, falamos porque temos uma razão para assim o fazer. É particularmente neste caso que somos obrigados a trazer a linguagem do nível instintivo e intuitivo para o nível racional. Se falarmos racionalmente, falamos, em primeiro lugar, porque desejamos despertar interesse pelo que dizemos. Em segundo lugar, falamos porque desejamos que compreendam aquilo que dizemos. Então as palavras tornam-se definidas. Isto significa que, em certos casos, temos de definir o sentido das nossas palavras. Assim, para que nos entendam claramente, vem a ser necessária a definição prévia (OLIVEIRA, 2013). 2.1 Evolução da comunicação A história nos conta que nos primórdios da civilização, a comunicação verbal entre os homens era inexistente, eles praticamente imitavam os sons dos animais e da natureza, bem como gestos e posturas. A evolução nos levou à necessidade de aprender a relacionar objetos, seu uso, criar utensílio para caça e proteção e adquirirmos a capacidade de emitir e receber mensagens num código comum, partilharmos conhecimentos na agricultura, passando pela matemática até a arte. É verdade que por longo tempo esses conhecimentos ficaram restritos a algumas classes da sociedade, mas felizmente nos tempos atuais é extremamente fácil ter acesso aos mais diversos meios de comunicação, pois dispomos, de inúmeras formas de comunicação tais como (televisão, Rádio, Jornais, Revistas, Livros, telefone, Internet, redes Sociais) entre muitos outros. Hoje em dia, é possível receber e emitir informação dos pontos mais remotos do planeta Terra em tempo real, podemos estar no conforto da nossa casa e aceder a todo o tipo de informação através da internet, podemos transportar muita informação num pequeno espaço como um cartão de memória. 7 Na Grécia Antiga, o estudo da Retórica, a arte de discursar e persuadir, era um assunto vital para estudantes. Passamos por grandes invenções, como o jornal, cujo primeiro exemplar data de 59 a.C. em Roma, por Júlio César, com o intuito desejado de informar o público sobre os mais importantes acontecimentos sociais e políticos, e que, até hoje, tem, praticamente, a mesma função. No início do século XX, vários especialistas começaram a estudar a comunicação como uma parte específica de suas disciplinas acadêmicas. A Comunicação começou a emergir como um campo acadêmico distinto em meados do século XX. Pensadores e pesquisadores das disciplinas de ciências humanas, como Filosofia, Sociologia, Psicologia e Linguística, têm dado contribuições em hipóteses e análises para o que se denomina “Teoria da Comunicação”. Assim, surgiu o esquema “emissor, mensagem, meio, receptor”, que de maneira simples resume todas as iniciativas de comunicar algo. Em síntese, temos um processo crescente no qual o homem desenvolveu a pré-escrita, a escrita, o papel, as impressões manuais e as mecânicas, sendo assim possível a informação cruzar grandes distâncias geográficas, culturais e cronológicas. Passamos pelos meios de comunicação como jornais e revistas, rádio e televisão, tendo atingido a nossa época, que podemos chamar de Era da Tecnologia e da Informação (OLIVEIRA, 2013). 2.2 Processo e objetivo da comunicação A comunicação é o processo de transmissão e recuperação de informação. Neste processo existem dois estágios distintos que apresentam uma interação cíclica. a) O estágio da transmissão envolve dois mecanismos: a transposição da informação para um sistema de códigos, tomando assim a forma de mensagem, e a utilização de um canal, capaz de permitir a recepção da mensagem pelo destinatário (codificação e difusão). b) O estágio de recuperação compreende o reaproveitamento de uma informação transmitida, seja em sua forma original, seja em outra forma, que, por sua vez, vai atuar como fonte para a transmissão de novas informações. Sobretudo 8 no caso da comunicação interpessoal, em que o instrumento de recuperação é, geralmente, a própria memória. O receptor pode colaborar com o recuperador na tarefa de reaver a mensagem. É com base na fonte que se inicia a comunicação, que codifica um significado intencional numa mensagem, a qual é enviada por um canal. O receptor decodifica a mensagem no significado percebido e transmite um feedback à fonte. Entretanto, nem sempre acontece assim: existe o chamado ruído, isto é, perturbações neste processo, as quais distorcem e interferem na transmissão da mensagem. A fonte da informação é a pessoa que tenta comunicar com outra pessoa, ou seja, a mensagem que o emissor pretende enviar ao receptor. Esta fonte tem a intenção de dar a informação ou de modificar comportamento e atitudes da pessoa a quem dirige a sua mensagem. Esta vontade é transformada num conjunto de símbolos com significado, que permite a codificação da mensagem (OLIVEIRA, 2013). Vargas (2005) lembra que um processo de comunicação eletivo é necessário para garantir que todas as informações desejadas cheguem às pessoas corretas no tempo certo e de uma maneira economicamente viável. A linguagem permite ao homem estruturar seu pensamento, traduzir o que sente, registrar o que conhece e comunicar-se com outros homens. Ela marca o ingresso do homem na cultura, construindo-o como sujeito capaz de produzir transformações nunca antes imaginadas. Apesar da evidente importância do raciocínio lógico-matemático e dos sistemas de símbolos, a linguagem, tanto na forma verbal como em outras maneiras de comunicação, permanece como meio ideal para transmitir conceitos e sentimentos, além de fornecer elementos para expandir o conhecimento (BRASIL, 1997). Cleland (1999 apud Vargas, 2005) define a comunicação como um processo pelo qual a informação é transferida entre os indivíduos através de símbolos, sinais e outros. Além disso, a comunicação é um processo de duas vias, onde participam 9 ativamente o emissor e o receptor da informação, com os envolvidos atuando, na maioria das vezes, como emissores e receptores simultaneamente. As responsabilidades entre o emissor e o receptor podem ser assim distribuídas: � emissor – responsável por produziruma informação clara, de modo que o recebedor possa entendê-la com facilidade; � receptor – responsável por tornar claro que a informação foi recebida e completamente compreendida. Além disso, é importante que também sejam avaliadas as barreiras no processo de comunicação, devido à percepção individual de cada um, bem como sua personalidade, atitudes, emoções, etc. Com base nos trabalhos de Mintzberg sobre as estruturas das organizações, podem ser estabelecidos alguns fluxos no processo de trabalho provocados por diferentes mecanismos de comunicação entre as pessoas dentro de uma organização. São eles: � fluxo da autoridade formal – onde a informação flui segundo uma hierarquia instituída dentro da organização ou projeto, realçando o fluxo do poder formal; � fluxo da atividade regulamentada – onde a informação flui segundo um mecanismo padronizado de informação independente da hierarquia dos envolvidos. O foco desse fluxo é a padronização do processo de comunicação; � fluxo das comunicações informais – onde o processo de comunicação se dá sem a presença de nenhuma estrutura reguladora. As pessoas se agregam em grupos sociais ou de relacionamento e neles não existe hierarquia ou padronização. É o mais veloz e o mais arriscado mecanismo de comunicação; � conjunto das constelações de trabalho – onde o processo de comunicação se dá através de objetivos claros e adequados a cada nível hierárquico da estrutura. Normalmente, as constelações de trabalho são os melhores modelos para o desenvolvimento do processo de comunicação em projetos; 10 � fluxo do processo decisório específico – onde o processo de comunicação é necessário para decisões específicas, partindo da geração do problema até chegar à decisão especifica a ser tomada (VARGAS, 2005). Por meio dos processos de comunicação que toda e qualquer organização funciona, ou seja, a dinâmica organizacional depende de cada membro estar conectado e integrado. Mas qual é mesmo o conceito de comunicação? De maneira simplificada, poderíamos dizer que é a capacidade dos sujeitos em transferir e compreender uma mensagem. De maneira mais formal, comunicação seria descrita como um fluxo de mensagens entre um emissor para um destinatário final utilizando um canal. O destinatário pode ou não responder com uma mensagem e em algum ponto do processo, o ruído ou algo que afeta o processo pode ocorrer e limitar a eficácia da comunicação. Lembremos que nem sempre o processo de comunicação funciona bem, existindo barreiras que podem ser pessoais, físicas, semânticas à comunicação humana, bem como barreiras organizacionais, interpessoais e individuais. A percepção seletiva, por exemplo, acontece quando emissor e/ou receptor veem e escutam seletivamente, com base em suas próprias necessidades, motivações, experiências e características. Essa situação pode levar a não decodificar a mensagem como realmente deveria, prejudicando, talvez, um prosseguimento na comunicação. Pode ainda ocorrer manipulação da informação, omissão de aspectos importantes que ao final podem prejudicar sobremaneira todo o processo, principalmente se pensarmos em termos organizacionais, pois a comunicação tem todo um alcance que pode ferir o comportamento das pessoas. Acompanhar a mensagem, manter sempre aberto um canal para respostas, tratar a mensagem e o destinatário com empatia, repetir a mensagem quando necessário, simplificá-la, saber igualmente escutar e criar oportunidades para que todas as pessoas troquem mensagens são passos ações importantes que as comunicações cheguem claras aos seus destinos. 11 A mensagem transmitida pela fonte pode ser verbal, escrita e não verbal. Entende-se por comunicação não verbal qualquer comunicação que não inclua a língua falada ou escrita (OLIVEIRA, 2013). Quanto aos seus objetivos, a comunicação existe com a finalidade de atingir diferentes objetivos. Comunicamos para informar, chocar, convencer, resolver problemas, tomar decisões e entreter as pessoas. De qualquer maneira, envolve uma relação entre duas ou mais pessoas e ainda mais um estilo que pode ser efetivo ou dúbio na sua forma de fazer com o que outro entenda sua mensagem. 12 UNIDADE 3 – OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO Comunicação não verbal são todos os contatos visuais, são nossos gestos, a postura corporal, nossa expressão facial e os aspectos paralinguísticos, como a entonação da voz, a fluência verbal, latência da resposta e a precisão do vocabulário (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001). A comunicação não verbal opõe-se a comunicação verbal, a qual durante muito tempo foi concebida como a linguagem do sentido escrito. Nessa concepção, todas as outras formas de comunicação, mesmo a escrita, são consideradas secundárias: derivada ou substitutiva. As teorias da comunicação contemporâneas influenciadas por disciplinas tão diversas, como a linguística da enunciação, a psicologia, a sociologia, a antropologia, concedem hoje um largo espaço à comunicação não verbal (CASTILHO, 2002). Canais de comunicação são meios pessoais – e não pessoais – através dos quais a mensagem navega. A mensagem pode ser enviada mediante diversificados canais. A escolha do canal tem um forte impacto no processo de comunicação, porque diferentes pessoas podem ter diferentes competências na utilização de diferentes canais, e diferentes mensagens têm adequações distintas a diferentes canais. Os canais pessoais envolvem duas ou mais pessoas comunicando-se diretamente uma com a outra. Os canais não pessoais utilizam comunicação direcionada para mais de uma pessoa, e isso inclui a mídia, constituída pelos meios de comunicação, escrita (jornais e revistas), transmitida (rádio, televisão), em rede (telefone, cabo, satélite, sem fio), eletrônica (fitas de áudio e vídeo, CD-ROM, página Web) e expositiva (painéis, outdoors, cartazes) (KOTLER, 2005). Para mensagens mais complexas, devemos utilizar os canais mais precisos, nomeadamente os encontros face a face, porque, ao permitirem uma resposta imediata do receptor, são indispensáveis para que a comunicação se efetue. Este canal tem a vantagem de permitir o contato pessoal, a resposta imediata do receptor e aumentar a hipótese de surgirem novas ideias, questões e soluções para eventuais problemas. Para mensagens que implicam diversas pessoas, em que desejamos registro da comunicação, fazemos por meio da utilização das cartas, boletins 13 informativos, e hoje em dia, novas dimensões de alcance, uma vez que as pessoas possuem novos canais para interagir e opinar sobre os mais variados assuntos. Contamos com a facilidade de acesso à informação, independentemente de localizações geográficas, a tecnologia para expressar nossa comunicação através dos meios eletrônicos e comunicação de mídia, e-mails, mensagens de texto via internet, redes sociais, entre outros; possuindo a vantagem da velocidade, seja ela formal ou informal, podendo ser difundida facilmente, economizando tempo (OLIVEIRA, 2013). Alguns elementos importantes que estão envolvidos no processo da comunicação são: a) Decodificação: É um dos elementos do processo de comunicação ao qual se permite que a mensagem recebida seja interpretada pelo receptor, através da atribuição de um significado a essa mensagem. Esta interpretação pode fazer com que o significado dado à mensagem pelo receptor seja diferente daquela que o emissor tinha intenção de transmitir. b) Feedback: É a última ligação do processo de comunicação, em que se verifica se o que foi recebido corresponde ao que foi transmitido. Permite ao emissor a percepção da diferença entre a mensagem interpretada pelo receptor e a que tinha intenção de transmitir. Consiste, basicamente, na devolução de uma mensagem pelo receptor ao comunicador; ainda no fluxo da transmissão, ou imediatamente após, com possibilidade demodificar o conteúdo da mensagem inicial. Tem um sujeito ativo o receptor, tornando possível melhorar a comunicação, porque eleva a certeza e a compreensão das mensagens transmitidas. Aumenta a confiança dos emissores e dos receptores no processo de comunicação, o que facilita relações futuras, intensificando a motivação. c) Interpessoalidade da comunicação: A comunicação ocupa exatamente o centro da nossa vida social. Estamos sempre nos comunicando. A eficácia da comunicação depende da concordância entre a mensagem que o emissor quer transmitir e a mensagem interpretada pelo receptor. Mas, como existem diferentes fatores de ruído, estes podem prejudicar o 14 processo através de problemas semânticos, ausência de feedback, distrações e a percepção do outro. Emissor Receptor O esquema acima mostra como existem ruídos desde que a mensagem partiu do emissor, o que impede, muitas vezes, o perfeito entendimento da mensagem enviada. Inclui desde questões como barulhos, manchas (no caso da comunicação impressa) e problemas na linguagem utilizada até questões subjetivas, como a interpretação, de modo que essa interpretação que o receptor realiza escapa ao controle do emissor e pode ser diferente daquilo que o emissor de fato pretendia comunicar. Aliás, aí está um dos fatos mais importantes em qualquer ação comunicadora: o resultado da comunicação não é a mensagem que emitimos, mas a mensagem que foi recebida, e elas nunca coincidem completamente. Temos também a representação da realimentação, ou seja, o efeito da interpretação feita pelo receptor, que retoma e incide sobre o emissor (OLIVEIRA, 2013). As ferramentas ou canais de comunicação serão vistos separadamente, principalmente devido sua importância na PNL, entretanto, vale lembrar que é fundamental haver uma perfeita integração entre todas as ferramentas que estiverem sendo empregadas, de modo a evitar que se oponham. O que importa é aproveitar o efeito sinergético que uma ação de comunicação exerce sobre a outra. Dentre os meios pessoais, alguns exemplos de ferramenta que podemos considerar 15 são: a fala, a mímica, a escrita, o idioma. O homem traz dentro de si não só sua individualidade, mas o compromisso de desenvolver a participação social, pois compartilhamos um destino comum. Embora falando a mesma língua, os problemas de comunicação existem. A habilidade de dialogar com pessoas, de estar focado no mundo, percebendo o que acontece à sua volta tornando-se responsável pela administração de seus relacionamentos é importante como forma de evitar mal-entendidos. Reaprender a conversar é utilizar nossos espaços de criação e reorganização de nossas emoções, tornar-se um indivíduo melhor sem se deixar alienar. Ser você mesmo de um modo diferente, repensar a vida dividindo com o outro, o intuito é motivar o diálogo como ferramenta de uma ética de convivência social. Carentes da simplicidade e da objetividade da comunicação, de reconhecer o elo entre o que pensam, sentem, fazem e dizem (OLIVEIRA, 2013). Se uma conversa pressupõe um estado anímico para determinada ação, a fala e a escuta denotam um estado de ânimo preciso: se positivo, abre possibilidades múltiplas; se negativo, reduz a visão do mundo. De igual relevância é a escolha das palavras que podem mudar o rumo das coisas. As pessoas envolvidas numa conversa sem sombra de dúvida são responsáveis pela qualidade da comunicação estabelecida. Curiosamente, a expressão corporal assume até mais importância do que a voz e, em alguns casos, do que o próprio conteúdo. Vejamos situações suficientes para tirar o brilho de um processo de comunicação: � medo de olhar nos olhos; � expressão facial incongruente com o conteúdo; � aparência mal cuidada; � ausência de gestos ou excessiva gesticulação; � posturas inadequadas. 16 Ao contar uma história, poderá a sua voz, movimentos e gestos estarem contando outra. E quando a linguagem do corpo não está de acordo com a linguagem verbal, temos a percepção da mentira. A linguagem silenciosa do corpo, que muitas vezes contradiz as palavras, é a expressão do inconsciente e reflete algo importante sobre nós mesmos. A linguagem do corpo é o reflexo do estado emocional da pessoa. Cada gesto ou movimento pode ser uma valiosa fonte de informação sobre a emoção sentida num dado momento. Ao aprimorar sua capacidade de expressão verbal e corporal, a pessoa pode transmitir com maior clareza seu pensamento ao outro. A metáfora também oferece sua contribuição: é uma forma de ver uma coisa como se ela fosse outra, e opera em níveis múltiplos da análise, a fim de proporcionar formas de aprender a vida. Pois bem, na comunicação, com o conhecimento metafórico, pois, através das metáforas, facilita-se a criação e a interpretação da realidade social, modela-se a forma de ver e sentir o mundo, orientam-se nossas percepções, concepções e a compreensão de algumas coisas a partir de outras. Segundo Oliveira (2013), o amor interpessoal também tem seu lugar de destaque! O objetivo número um da comunicação é a partilha, a comunicação está ligada ao amor, é uma negociação constante. Afeto, intimidade emocional, partilha de interesses e experiências são comuns nas amizades e amores de todos os seres humanos. O amor interpessoal se refere ao amor entre os seres humanos. Assumir as emoções e aprender a compartilhá-las de maneira adequada é condição para uma relação madura e responsável, representa reconhecer as mágoas e as conclusões precipitadas, dar também ao outro a chance de desabafar, deixá-lo se expressar livremente sem reagir aos ataques ou maquinar para rebater, apenas escutar em silêncio identificando as necessidades que estão por trás dos sentimentos. A comunicação interpessoal é um método de comunicação que promove a troca de informações entre duas ou mais pessoas. Cada pessoa, que passamos a considerar interlocutor, troca informações baseadas em seu repertório cultural, sua 17 formação educacional, vivências, emoções, toda a “bagagem” que traz consigo. A comunicação interpessoal também exige ampla habilidade social em saber se relacionar com as pessoas de forma simpática e cordial. Sobretudo, saber equilibrar razão e emoção. A socialização do homem se inicia e se fortalece por meio de ferramentas comunicacionais de um indivíduo a uma correspondência maior para os outros. A qualidade das relações interpessoais é outro agravante quase invisível que funciona como sabotador da convivência, do intercâmbio de informação e conhecimento. 3.1 Sistemas representacionais A linguagem que usamos dá pistas para a nossa maneira de pensar. Em PNL, palavras sensoriais são conhecidas como predicados. Quando pensamos, “representamos” a informação para nós mesmos, internamente. A PNL denomina nossos sentidos de Sistemas Representacionais (MANCILHA, 2008). Na escola, desde pequenos aprendemos e vivenciamos nossos cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar, canais por onde captamos as informações. A PNL codificou os nossos sentidos em 3 canais básicos de comunicação, visão, audição e sinestésico, neste último agrupou o olfato, o tato e o paladar. Usamos nossos Sistemas Representacionais o tempo todo, mas tendemos a usar alguns mais do que outros. Por exemplo, muitas pessoas usam o sistema auditivo para conversar consigo mesmas, essa é uma maneira de pensar. Outros preferem os canais visuais, outros são mais sinestésicos. Enfim, cada canal tem suas particularidades como veremos. 3.1.1 Visual O sistema visual é usado para nossas imagens internas, visualização, “sonhar acordado” e imaginação. Os “Visuais” tem um ritmo da fala rápido, parecem estar lendo o que falam quando conversam, por isso tendem a moverem os olhos para cima, seu tom de voz é alto e claro. Pessoas visuais ficamem pé ou sentadas com a sua cabeça e/ou 18 copo eretos. Tem a respiração na parte alta dos pulmões. Em geral são organizadas, bem vestidas e com frequência são pessoas magras. Valorizam as aparências. Memorizam mais facilmente vendo imagens e figuras, e tendem a ter dificuldade em lembrar instruções verbais. Interessam-se em ver as ideias e propostas e como eles se mostram ou aparentam. Grande parte dos visuais tem gestos corporais rápidos e acima do tórax (OLIVEIRA, 2010). Em uma conversa com uma pessoa que está mais visual, podemos facilmente perceber que estas utilizam palavras que parecem ilustrarem sua fala. O vocabulário é composto, com predominância de palavras como as seguintes: Ver, imagem, cor, nítido, olha, observa, claro, escuro, imagina e etc. Para a PNL, resume-se assim o visual: • o movimento para a direita, significa que a pessoa está construindo imagens, enquanto o movimento para a esquerda está recordando as imagens; • o movimento para a direita ainda não tem o registro no cérebro. A pessoa está construindo a imagem; • movimento para a esquerda – a imagem já está pronta, registrada no cérebro, por já ter vivido a experiência. Pessoas assim entendem melhor quando veem uma ilustração, um objeto e criam uma imagem na sua mente. São pessoas que apreciam muito a estética, combinam cor em suas roupas, são organizadas, gostam de tudo em seus devidos lugares. Detestam desordens, tumultos e gente mal vestida (OLIVEIRA, 2013). 3.1.2 Auditivo Os “Auditivos” tem um ritmo de fala médio, parecem selecionar as palavras antes de se expressarem, seu tom de voz é ressoante e melodioso, com frequência tem uma fala elaborada e clara. Tendem a mover os olhos para os lados e respiram mais com a parte mediana dos pulmões. Tipicamente podem repetir com facilidade o que ouvem, aprendem ouvindo e gostam de música e de conversar. Memorizam procedimentos por etapas. Compreendem melhor quando as pessoas dizem como as coisas estão indo e ficam bem quando as coisas soam bem. Grande parte das 19 pessoas auditivas têm gestos corporais rítmicos e na linha do tórax (OLIVEIRA, 2010). Em uma conversa com uma pessoa que está mais auditiva, podemos facilmente perceber que elas selecionam as palavras para construírem suas frases, se preocupam em apresentar uma fala bem elaborada. O vocabulário dos auditivos é composto, com predominância de palavras como as seguintes: ouvir, som, ecoar, sintonia, ouve, escuta, afina, silêncio, anunciar, boato, barulho, chamar, comentário, conversa fiada, declarar, dizer, descrever e etc. Ervilha (2002) explica que quando o interlocutor movimenta os olhos horizontalmente, ele revela que o seu canal preferido é o auditivo e o seu mundo é construído através dos sons. Ausculta o mundo, ouve sons que aqueles que não dão prioridade a esse canal, não conseguem ouvir, é sensível a sons e projeta-se através de sons. Da mesma forma, os movimentos à direita significam que não tem ainda os registros em seu cérebro e está construindo imagens e à esquerda, relembrando os registros já ocorridos, pela experiência vivida. A pessoa que tem preferência pelo canal auditivo, tem outro movimento peculiar que é o da esquerda para baixo, significando que está em diálogo interno. Conversando consigo mesma, ouvindo suas vozes interiores. Aqueles que têm o canal auditivo mais desenvolvido, incomodam-se com ruídos que outras pessoas deixam passar despercebidos, como o ranger de uma porta. Qualquer ruído desconcentra a pessoa auditiva. Quando lê tem que ler em voz alta para compreender um texto, ou ainda, não fala em voz alta, mas lê como se estivesse ouvindo a si mesma, para conseguir se concentrar na leitura. Pessoas que ouvem uma música e imediatamente gravam na mente a letra e a melodia, são auditivas. São pessoas que gostam de ouvir rádio, que conversam muito e se divertem com música e outros sons. Do mesmo modo que o visual para a direita está construindo sons em sua mente e para a esquerda está buscando representações de sons. Essas pessoas entendem melhor quando a comunicação ocorre na modalidade da sua representação. Devem, então, utilizar elementos e palavras que tenham essa semiótica – que ilustrem de forma sonora, aquilo que estiver apresentando (ERVILHA, 2002). 20 3.1.3 Sinestésico Os “Sinestésicos” têm um ritmo de fala lento e macio, parecem não estarem preocupados com nada, seu tom de voz é baixo e pausado. Possuem uma respiração profunda e na linha do abdômen. Tendem a mover os olhos para a direita e para baixo. Diferente dos visuais, os sinestésicos reagem bem ao toque e com frequência tocam o próprio corpo e as outras pessoas enquanto falam. Memorizam facilmente aquilo que mexem ou quando fazem algo. Gostam de atividades que envolvem sensações e movimento. Gostam de sentir o mundo e as pessoas. Sinestésicos precisam sentir-se bem a respeito de ideias e projetos para aprová-los. Grande parte dos sinestésicos possuem gestos corporais lentos e na linha do abdômen (OLIVEIRA, 2010). Em uma conversa com uma pessoa que está mais sinestésica podemos facilmente perceber que, em grande parte do tempo, estará tocando o seu interlocutor, sempre falando lenta e pausadamente, como eu falei acima “sem preocupação”. O vocabulário dos sinestésicos é composto, com predominância de palavras como as seguintes: sentir, pegar, suar, áspero, concretizar, segurar, apertar, sofrer, sólido e etc. Ervilha (2002) resume assim as características do sinestésico: Se o movimento for único para a direita e para baixo, significa que a pessoa é sinestésica, ou seja, busca seu próprio quadro de sentimentos e sensações de representação do mundo. Nos numerosos casos, trata-se de pessoas sinceras e que dificilmente projetam um pensamento. Vivem de acordo com seu próprio sistema de vida. O acesso às mentes dessas pessoas se dá através do tato, paladar, olfato e das próprias sensações e sentimentos. Geralmente gostam de sentir-se bem, confortáveis. Preferem roupas largas, se importam pouco com a estética. São pessoas desprendidas e que estão sempre buscando o bem-estar. Adoram o toque de outras pessoas. Aquilo que mais lhes apetece é o cheiro da comida, seguido do paladar. Para comunicar-se com essas pessoas, é preciso utilizar formas que envolvam aspectos de tocar, sentir, cheirar e degustar. Se estiver mostrando algo, deixe-as pegar no objeto. Para entender, elas vão tocar o objeto e se for o caso 21 cheirá-lo. Seu processo mental é sentir através do sinestésico as sensações registradas em seu cérebro. Vejamos simultaneamente os três canais em uma figura. Fonte: Ervilha (2002, p. 51). No site www.golfinho.com, ‘o portal da PNL no Brasil’, existem muito artigos sobre a PNL e testes para identificar e estimular os canais de comunicação. Abaixo temos alguns exercícios para estimular os sentidos: a) Visual: 1. Olhar à sua volta, fechar os olhos e visualizar o que estava vendo antes. 2. Jogo da memória, caça-palavras, jogo dos 7 erros. 3. Perceber o maior número de cores à sua volta. 4. Quando caminhando na rua prestar atenção nos prédios, árvores e edifícios à sua volta. b) Auditivo: 1. Ficar algum tempo de olhos fechados e prestar atenção ao maior número de sons à sua volta. 2. Ouvir música de olhos fechados e perceber os sons dos diferentes instrumentos. 22 3. Experimentar falar em diferentes tons e velocidades (mais agudo/mais grave; mais rápido/mais lento). 4. Quando estiver falando, preste atenção ao som de sua voz. c) Cinestésico: 1. Tomar banho prestando atenção às sensações corporais. 2. Prestar atenção às diferentes texturas dos objetos (roupas, almofadas, papel). 3. Sentir o cheiro da comida antes de começar a comer. 4. Antes de dormir, ir relaxando uma parte do corpo de cada vez, prestando atenção às sensações. 3.2A importância das palavras em neurolinguística A afinidade da comunicação com a neurolinguística é enorme, visto que pelas ferramentas oferecidas pela PNL, podemos viver melhor, nos fazermos entender melhor e claro, termos desempenho positivo nas situações que nos cercam. Existem palavras e expressões que condicionam o cérebro e influenciam nossas ações. Acreditamos que pelo exemplo nos fazemos entender melhor. Vamos a alguns deles: a) Mas – cancela a parte da frase que a precede Você diz que é caro, mas considere os benefícios oferecidos pelo produto. Vocês já estão fazendo bem, mas posso lhes mostrar como fazer melhor. Sei que você está ocupado, mas tenho certeza de que gostará de ver esse produto. Substituir “mas” por “e” mantém a ligação e não cancela, elimina ou desperta dúvidas sobre a primeira parte da frase. Você quase sempre pode reformular a frase de maneira mais positiva. Assim: “Sei que a entrega imediata é importante, mas não podemos efetuá-la até sexta-feira”, torna-se; 23 “Sei que uma entrega rápida é importante para você e podemos garantir que ela será efetuada até sexta-feira”. Muitas pessoas, ao ouvirem a palavra “mas” deixam de escutar o que vem depois, porque estão muito ocupadas pensando numa maneira de discutir o que estava errado. Cuidado com o mas... porque ele também pode ser usado no sentido de suavizar o que foi dito até aquele momento e enfatiza o que vem depois. O ideal é dizer antes o que desaprovamos. Por exemplo: “Ela é superficial, mas é inteligente e capaz”. “A gente só conhece o que uma pessoa realmente pensa da outra depois do ‘mas’”, diz um ditado americano. b) Tentar Tente evitar a palavra “tentar”. Tente realmente. Observe que a palavra “tentar” sugere dificuldade, até mesmo impossibilidade. Quanto mais você tentar mais difícil ficará. Se você pedir a alguém para lhe fazer um favor e ela responder: “Tentarei”, você acha que ela vai ou não fazer o favor? Vender é abrir possibilidades, não sugerir problemas. Faça esta experiência. Coloque sua caneta no chão e tente pegá-la. Você não pode pegá-la, porque se o fizer, não estará mais tentando, estará conseguindo. Quando lhe pedirem alguma coisa, em vez de responder: “Eu tentarei”, responda “sim”, “não” ou “talvez”. O Princípio de Peter afirma que tudo o que pode dar errado dará errado se você esperar o suficiente. Portanto, lembre-se disso: discuta os problemas. Realmente tentar é um verbo de má vontade. “Não sei, vou tentar”, então, é ainda pior. É quase uma frase declarada de que é possível tentar, mas é difícil conseguir. c) Negativas Geralmente, os clientes dirão aquilo que não desejam: “Eu não quero um tapete como o último, que depois de um ano estava caindo aos pedaços”. “Eu não quero ficar esperando a entrega”. 24 Isso pode ser útil, porque você fica sabendo o que eles acham importante evitar. Você fica conhecendo a parte “afastamento” da necessidade, embora essa seja apenas a metade da história. Você ainda precisa saber o que eles querem, a outra metade. Pergunte que tipo de tapete ele deseja e para quando realmente quer a entrega. Você também deve evitar usar negativas. Por exemplo, há a frase clássica: “Eu não quero ser difícil”. Você já sabe que, em seguida, virá um “mas...” e então alguma coisa difícil. Negá-la antecipadamente só a torna mais óbvia. É melhor dizer: “Prevejo uma possível dificuldade que você poderia me ajudar a resolver”. Pense neste exemplo: “Não se preocupe com a entrega, não há motivo para que não possamos efetuá-la até a próxima semana”. Na verdade, esse é um convite à preocupação e para começar a imaginar motivos para a entrega não ser efetuada até a próxima semana. As frases formuladas no negativo agem como uma ordem num nível mais profundo. Dizer: “Não se preocupe” é uma ordem para notar problemas, ficar preocupado ou fazer qualquer coisa que lhe pediram para não fazer. Se eu lhe pedir para não pensar no seu maior concorrente, o que acontece? Você precisa pensar nele para compreender a frase. Como não pensar em alguma coisa? Pensando em outra. Assim, pense no seu melhor cliente. Fale no positivo. “Pode ter certeza...” em vez de “Não se preocupe...” Não queremos que você pense em todas as possíveis coisas que podem não dar certo com a venda se você não parar de usar negativas (O’CONNOR, 2003). d) Ainda Uma palavra positiva que abre muitas possibilidades. Por exemplo, na frase “não tenho namorado ainda”. Está implícita a ideia que posso não ter alguém neste momento, mas que isso só é questão de tempo. Mas atenção: evite dizer frases como “com tantos assaltos por aí, nunca fui assaltado ainda”. e) Experimentar Ótimo verbo. Experimentar inclui ação, curiosidade. Substitua a frase “vou tentar” por “vou experimentar”. A segunda é muito mais dinâmica. 25 f) É difícil Expressão bloqueadora, paralizante. Ela retira a energia necessária para a ação. Troque pela expressão “é desafiante” ou “é um desafio”. Essa simples troca pode abrir uma maior possibilidade de sucesso. g) Gostaria, queria Usar esses verbos no futuro do pretérito distancia ainda o objetivo. Eles devem ser empregados sempre no presente: “Eu quero” ou “eu gosto”. h) Nunca, jamais, sempre Expressões que restringem a realidade. Ninguém pode dizer que nunca fará ou será tal coisa – não controlamos a vida a esse ponto. i) Não O cérebro não registra o não quando acompanhado de uma imagem. Por exemplo, quando se diz “não pense num gatinho”, a primeira coisa que se pensa é justamente num gatinho – o não é simplesmente ignorado. Por exemplo, pessoas que dizem “não quero gritar igual minha mãe” cada vez que dizem isso têm um flash de milésimos de segundo da imagem da mãe gritando. O que está sendo reforçado é essa imagem, e não o contrário. O não só é registrado no cérebro quando é uma negativa simples – o “não quero” ou o “não posso”, por exemplo – e quando vem desacompanhado de uma imagem. Enfim, as palavras influem na nossa realidade muito mais que imaginamos, então vamos aproveitar ao máximo sua força! (EPELMAN; ALMEIDA, 2008). 26 UNIDADE 4 – PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) Enfim chegamos à Programação Neurolinguística! Entendem que o rodeio que fizemos tem razão de ser? Comunicação eficaz, os sistemas representacionais, palavras “mágicas” somam-se num construto que explica a PNL. Programação Neurolinguística (PNL) é o estudo da estrutura da experiência subjetiva, que contribui com o exame sistêmico da comunicação humana, através de padrões interativos do cérebro com o corpo. De maneira relativa, é uma matéria de estudo novo da Psicologia que analisa como o ser humano funciona; como o cérebro e a mente humana funcionam, como pensamos e como se processa o pensamento. Pensar é usar os sentidos internamente. Pensamos vendo imagens internas, ouvindo sons ou falando internamente e tendo sensações. Comunicamo-nos e a influência da linguagem que, embora seja produto do sistema nervoso, ativa, direciona e estimula o cérebro e é também a maneira mais eficaz de ativar o sistema nervoso dos outros, facilitando a comunicação. Podemos usar esse conhecimento para nos comunicar melhor. 4.1 Conceito, origem e evolução Segundo Knight (2003), os três conceitos abaixo que estão resumidos por Almeida (2013), nos levam a entender a PNL em sua essência. � Programação pode se entendida como a maneira que concedemos seguimento às nossas ações para alcançarmos finalidades. É a codificação da experiência. Um programa é uma série de etapas destinadas à concretização de uma meta específica. Os resultados alcançados e os efeitos gerados no indivíduo e nos outros são consequência de seus programas pessoais. Existe uma sequência de padrões de pensamento e comportamento que resulta em experiência. Através da conscientização dessas sequências, pode-secodificar a estrutura da própria experiência e da dos outros. � Neurologia refere-se ao sistema neurológico, à forma como se usam os sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato — para traduzir a experiência 27 em padrões de pensamento, tanto conscientes quanto inconscientes. O estado de consciência ou subconsciência para nossos pensamentos, intelectos e/ou concepções. Está relacionado tanto à fisiologia quanto à mente, e ao seu funcionamento como um único sistema. Grande parte da PNL tenta aumentar a consciência em relação ao sistema neurológico e ensinar a administrá-lo. � Linguística – a maneira que utilizamos nossa capacidade de comunicação, expressão, descrição, etc. Refere-se à forma como se usa a linguagem para entender a experiência e como comunica essa experiência aos outros. Os padrões de linguagem são uma expressão de quem se é e de como se pensa. Com a PNL você aprende a mudar crenças negativas e a colocar crenças positivas no lugar. É uma mudança de atitude interna. E o externo é reflexo do interno (OLIVEIRA, 2013). Andreas e Faulkner (1995) ressaltam que o nome Programação Neurolinguística é puramente descritivo. Programação se origina da informática e sugere que nossos pensamentos, sentimentos e ações são uma espécie de “software mental”. Neuro está relacionado ao nosso sistema nervoso e aos caminhos mentais que envolvem os cinco sentidos: visão, audição, tato (proprioceptivo), olfato e paladar. Linguística refere-se à estrutura da linguagem verbal e não verbal das pessoas e, principalmente, à identificação e ao uso de padrões linguísticos através dos quais nossas representações neurais são ordenadas, a fim de melhorar a comunicação intra e interpessoal e assim produzir as mudanças desejadas. A PNL permite que as pessoas aprendam a explorar de modo eficiente sua capacidade cognitiva de maneira ativa, a comandar suas ações e reações e a identificar padrões que influenciam o comportamento dos sujeitos, de modo a ajudá- los a efetuar mudanças radicais em diversos sentidos (BANDLER, 1993). Nota-se sua aplicação com muita eficácia no campo educacional, pois simboliza, entre outras coisas, uma maneira de se aprofundar no aprendizado humano, de modo que as pessoas possam atingir consistentemente os resultados desejados e específicos através da quebra de paradigmas relacionados a algumas crenças limitantes do sujeito. 28 As primeiras pesquisas surgiram em fins da década de 1960 e início de 1970, na Universidade da Califórnia (EUA) com Richard Bandler e John Grinder. A expansão da PNL no mundo, inclusive no meio acadêmico onde havia restrições, é fruto de seus trabalhos incessantes na vanguarda dessa técnica. A partir dos seus padrões linguísticos e comportamentais, Bandler e Grinder construíram estratégias ou modelos mentais que pudessem ser usados por outras pessoas, independente do conhecimento que estas pessoas tinham sobre PNL, elas poderiam vivenciar as estratégias e ter benefícios com elas. Bandler (1993) partiu da ideia de que, ao contrário do estudo objetivo dos fatos, o ser humano é mais influenciado pelas experiências subjetivas. Suas práticas eram feitas na forma de “jogos mentais” e, de modo muito simples e rápido, ajudavam as pessoas a realizar mudanças, que nas terapias convencionais evoluíam lentamente, causando por vezes até mesmo a desistência do tratamento por parte dos pacientes. O que realmente impressionava os participantes era a possibilidade de checar o resultado imediatamente, facilitando o acesso aos seus próprios recursos que estavam adormecidos. 4.2 Pressupostos da PNL Segundo O’Connor e Seymour (2003), estes são os pressupostos básicos da PNL: a) O mapa não é o território Nossos mapas mentais do mundo não são o mundo. Reagimos aos nossos mapas em vez de reagir diretamente ao mundo. Mapas mentais, especialmente sensações e interpretações, podem ser atualizados com mais facilidade do que se pode mudar o mundo. b) As experiências possuem uma estrutura Nossos pensamentos e recordações possuem um padrão. Quando mudamos este padrão ou estrutura, nossa experiência muda automaticamente. Podemos neutralizar lembranças desagradáveis e enriquecer outras que nos serão úteis. 29 c) Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem apren der a fazê-lo também Podemos aprender como é o mapa mental de um grande realizador e fazê-lo nosso. Muita gente pensa que certas coisas são impossíveis, sem nunca ter se disposto a fazê-las. Faça de conta que tudo é possível. Se existir um limite físico ou ambiental, o mundo da experiência vai lhe mostrar isso. d) Corpo e mente são partes do mesmo sistema Nossos pensamentos afetam instantaneamente nossa tensão muscular, respiração e sensações. Estes, por sua vez, afetam nossos pensamentos. Quando aprendemos a mudar um deles, aprendemos a mudar o outro. e) As pessoas já possuem todos os recursos de que n ecessitam Imagens mentais, vozes interiores, sensações e sentimentos são os blocos básicos de construção de todos os nossos recursos mentais e físicos. Podemos usá- los para construir qualquer pensamento, sentimento ou habilidade que desejarmos, colocando-os depois nas nossas vidas onde quisermos ou mais precisarmos. f) É impossível NÃO se comunicar Estamos sempre nos comunicando, pelo menos não-verbalmente, e as palavras são quase sempre a parte menos importante. Um suspiro, sorriso ou olhar são formas de comunicação. Até nossos pensamentos são formas de nos comunicarmos conosco, e eles se revelam aos outros pelos nossos olhos, tons de voz, atitudes e movimentos corporais. g) O significado da sua comunicação é a reação que você obtém Os outros recebem o que dizemos e fazemos através dos seus mapas mentais do mundo. Quando alguém ouve algo diferente do que tivemos a intenção de dizer, esta é a nossa chance de observarmos que comunicação é o que se recebe. Observar como a nossa comunicação é recebida nos permite ajustá-la, para que da próxima vez ela possa ser mais clara. h) Todo comportamento tem uma intenção positiva Todos os comportamentos nocivos, prejudiciais ou mesmo impensados tiveram um propósito positivo originalmente. Gritar para ser reconhecido. Agredir 30 para se defender. Esconder-se para se sentir mais seguro. Em vez de tolerar ou condenar essas ações, podemos separá-las da intenção positiva daquela pessoa para que seja possível acrescentar novas opções mais atualizadas e positivas a fim de satisfazer a mesma intenção. i) As pessoas sempre fazem a melhor escolha disponí vel para elas Cada um de nós tem a sua própria e única história. Através dela aprendemos o que querer e como querer, o que valorizar, e como valorizar, o que aprender e como aprender. Esta é a nossa experiência. A partir dela, devemos fazer todas as nossas opções, isto é, até que outras novas e melhores sejam acrescentadas. j) Se o que você está fazendo não está funcionando, faça outra coisa Faça qualquer coisa. Se você sempre faz o que sempre fez, você sempre conseguirá o que sempre conseguiu. Se você quer algo novo, faça algo novo, especialmente quando existem tantas alternativas (O’CONNOR; SEYMOUR, 2003). 4.3 Objetivos Sejamos breves e claros: a PNL tem como objetivo ser útil Mas onde, como, para quem, em quais circunstâncias...vocês devem estar se perguntando. Se entendermos que a PNL é uma ferramenta educacional e não terapia, ela nos ajuda a fazermos uso correto, objetivo e direto da linguagem. Ela nos leva a pensar e agir com mais eficiência. Motivação, leitura, memorização, vendas, estabelecer empatia com outras pessoas são apenas algumas das estratégias que a PNL reforça em nós. Ela nos permite, em última análise, conhecermos nosso mundo interior e nos leva a explorar todo o potencial que temos, ou seja, através da técnica da PNL, aumentamos nossas escolhas para podercomunicar, agir e realizar projetos que significam realização em que eu, o outro e o sistema que nos cerca ganham. 31 4.4 As posições perceptivas Muitas vezes, é útil avaliar um evento ou um resultado a partir de uma perspectiva diferente: da nossa própria perspectiva, da perspectiva de outra pessoa e da perspectiva de um observador independente. John Grinder e Judith DeLozier (s.d apud ELLERTON, 2011) apresentam essas perspectivas como posições perceptivas. As posições perceptivas fornecem uma abordagem equilibrada para pensarmos sobre um evento ou um resultado. Nas situações onde a compreensão ou o progresso é pouco ou nenhum, elas podem fornecer uma maneira de desenvolver novas compreensões e criar novas escolhas. Para Andreas e Andreas (2012), as “posições perceptivas” têm um lugar de destaque importante e útil na PNL, e podem ser usadas para melhorar a nossa flexibilidade, sabedoria e desenvoltura. Enquanto Ellerton (2011) fala em primeira, segunda e terceira posição; Andreas e Andreas (2012) denominam posição SELF, posição OUTRA e posição OBSERVADOR, o conceito no final é o mesmo. Vejamos: Primeira posição (SELF): ver, ouvir e sentir a situação através dos seus próprios olhos, ouvidos e sensações. Você pensa em termos do que é importante para você, o que você quer alcançar. É experimentar o mundo da própria posição: eu vejo e ouço as outras pessoas e o mundo ao meu redor a partir do meu próprio ponto de vista, tenho as minhas próprias sensações, etc. Isso também é chamado de associação. Segunda posição (OUTRO): calçar os sapatos da outra pessoa e experimentar (ver, ouvir e sentir) a situação como se você fosse a outra pessoa. Você pensa em termos de como essa situação poderia parecer ou ser interpretada pela outra pessoa. Você já ouviu a expressão: “Antes de criticar alguém, caminhe uma milha nos sapatos dele”. Se eu me lembrar de uma conversa com um amigo, me lembro dela como ele via e ouvia os eventos a partir do seu ponto de vista, como sentia as sensações do seu corpo, etc. Terceira posição (OBSERVADOR): afastado da situação e experimentando- a como se você fosse um observador separado. Na sua mente, você é capaz de ver e ouvir você mesmo e a outra pessoa, como se você fosse uma terceira pessoa. 32 Você pensa em termos de quais opiniões, observações ou conselhos ofereceria a alguém que não está envolvido. Você precisa estar num estado pleno de sólidos recursos e obter uma visão objetiva do seu próprio comportamento e procurar oportunidades para responder de uma maneira diferente para alcançar um resultado diferente e mais positivo. Significa experimentar o mundo visto do lado de fora, como um observador. Se eu fizer isso, em qualquer situação em que eu estiver, eu literalmente me observo do lado de fora, como se estivesse vendo alguém. Isso também é chamado de dissociação. Segundo Ellerton (2011), algumas vezes, nós nos encontramos presos numa dessas posições: � alguém que vive sua vida na primeira posição tende a se focar nas suas necessidades em vez das necessidades dos outros – uma atitude “egocêntrica”. Nós poderíamos dizer que os viciados tendem a ver o mundo da primeira posição; � alguém, que vive sua vida principalmente na segunda posição, está sempre pensando nas outras pessoas à custa das suas próprias necessidades. Codependentes ou permissivos numa situação disfuncional ou viciada se encaixariam nessa descrição. Existe um ditado sobre dependentes: “Quando um dependente morre, é a vida de outra pessoa que passa como um filme na frente dos seus olhos, no lugar da sua própria”. A codependência tem sido descrita como estar “presa” na posição Outra. Os codependentes relatam sentir intensamente as sensações da outra pessoa (ANDREAS; ANDREAS, 2012). � alguém, que vive na terceira posição, seria visto como um indiferente e desinteressado observador da vida – sempre olhando de fora. Todas as três posições têm a mesma importância e é útil deslocar-se, consciente ou inconscientemente, através dessas posições enquanto vivenciamos as nossas atividades diárias (ELLERTON, 2011). 33 UNIDADE 5 – TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS DA PNL Para falarmos de técnicas e estratégias da PNL, concordamos com Dilts (2009), quando afirma ser importante recordar que existe diferença entre a estratégia e a técnica mnemônica (fácil de guardar na memória). A estratégia envolve estabelecer um objetivo fixo com recursos variados para atingi-lo. Nós continuamos variando essas operações mentais até que a imagem esteja fixada no olho da mente. Técnicas de memorizar tendem a ter recursos fixos, ou processos que produzem resultados variados. As pessoas terminam se concentrando mais no que fazer para se lembrar da informação do que na própria informação. A estratégia da PNL inclui a variação dos processos sensoriais fundamentais que não exigem treinamento para aprender. As pessoas, muitas vezes, têm que aprender a lembrar das técnicas de memorização antes de lembrar o porquê elas aprenderam essas técnicas (DILTS, 2009). Lembremos também que a PNL volta-se para o desenvolvimento pessoal e profissional, baseando-se no princípio de que a linguagem, em parceria com o corpo e a mente, interage para que cada pessoa perceba o mundo à sua maneira. Dentre as técnicas clássicas da PNL falaremos sobre a soletração, rapport, ancoragem e espelhamento. 5.1 Soletração Segundo Dilts e Epstein (1999), soletrar é uma importante e fundamental habilidade da linguagem que não surge “naturalmente” em todos. De fato, pessoas inteligentes que se distinguem nas salas de aula, mesmo com dons intelectuais em linguagem, podem experimentar dificuldades grandes e até mesmo enfraquecedoras na soletração. De acordo com a PNL, a habilidade em soletração não é função de algum tipo de “genes de soletração”, mas sim a estrutura de uma estratégia cognitiva interna que alguém usa enquanto soletra. Portanto, se as pessoas encontram dificuldades na soletração, não é porque elas são “estúpidas”, 34 “preguiçosas” ou “têm problemas de aprendizagem”, mas sim porque elas estão tentando usar um programa mental que não é eficiente. Pesquisas e experiências de Dilts (2009), traduzidas do site (http://www.nlpu.com) apontaram que os bons soletradores têm uma estratégia muito consistente, acompanhadas de um conjunto de pistas de acesso. A grande maioria deles dirigia o olhar para cima e para esquerda enquanto procuravam soletrar. De acordo com a PNL, isso indica uma estratégia de acesso a recordação da imagem visual (Vr). Quando perguntados como eles sabiam que a sua soletração estava correta, muitos deles, como esperado, não sabiam conscientemente como eles sabiam disso, mas simplesmente diziam “Eu apenas sinto que isso parece certo”. Isso indicava uma relação entre o sistema sinestésico e o visual. Mais adiante, se fosse mostrado a eles uma página escrita contendo um número de palavras mal grafadas, bons soletradores muitas vezes reclamavam “Eu me sinto desconfortável ao ver todos esses erros de ortografia”, indicando de novo uma sobreposição do visual e do cinestésico. O fato de que ver os erros de ortografia fazia com que eles se sentissem desconfortáveis sugere que a imagem causa a sensação e, neste caso, vem primeiro na sequência (V->Ki). A confirmação dessa hipótese vinha daqueles que estavam conscientes da sua estratégia interna e que reportaram ver a imagem da palavra acompanhada pela sensação de familiaridade. A utilidade e a clareza da imagem, junto com a força da sensação determinavam o seu grau de confiança sobre a correção da ortografia. Maus soletradores, por outro lado, tinham uma variedade de estratégias – apesar de que nenhuma delas era igual às estratégias dos bons soletradores. De fato, algumas vezes, eles até mesmo variavam estas estratégias no meio de uma tentativa de soletraruma palavra. Muitas vezes, isso conduz a uma incongruência, um esforço extra e a frustração. A estratégia mais comum dos maus soletradores, mas não desesperados nem incapazes, era tentar pronunciar a soletração correta ao dividir o som da palavra em partes bastante pequenas para que elas soassem como letras. Isso é chamado de “fonética” (em inglês “phonics” pronunciado como “puh-hon-iks” se você pronunciar ela foneticamente). Enquanto a fonética tem inúmeros recursos importantes (por exemplo, adivinhar como soletrar uma palavra que nunca se viu antes), não é a melhor estratégia para soletrar palavras em inglês visto que muitas 35 palavras não são escritas como soam, e as exceções não seguem regras verbais coerentes. A soletração, como capacidade mental específica, está sujeita a ser influenciada pelos processos psicológicos mais profundos tais como crenças e questões de identidade. Por exemplo, uma crença proveitosa que Dilts (2009) diz gostar de oferecer aos novos soletradores é que se ele consegue soletrar palavras difíceis de frente para trás e de trás para frente, as palavras mais simples serão ainda muito mais fáceis e sem esforço. 5.2 Rapport / empatia De origem francesa, a palavra “rapport” significa empatia, conexão, sintonia. O rapport é uma técnica que consiste na construção de um relacionamento marcado pela concordância e alimentação de semelhanças. Nele, as pessoas estão alinhadas e em harmonia, tanto verbal como não-verbal. Seus pensamentos e ações se alinham, gerando similaridade e afinidade. Existem duas formas de se olhar para as pessoas: uma delas é enfatizando as diferenças, outra é exaltando as semelhanças dos assuntos compartilhados. O rapport se vale da segunda. Construir rapport é uma maneira de se integrar e interagir com o modelo de mundo ou mapa mental de outra pessoa. Um grande rapport produz confiança (abracoaching.com.br) Rapport pessoal é criar confiança mútua durante uma reunião face a face. Nós influenciamos e nos comunicamos com as pessoas por meio de três canais principais; a linguagem corporal, o tom de voz e as palavras que usamos. O rapport é estabelecido e mantido pelo acompanhamento desses três aspectos. As pessoas gostam de quem se parece com elas. Criar um relacionamento de confiança e credibilidade pelo acompanhamento da linguagem corporal é uma habilidade natural, utilizada pelos melhores comunicadores, em todas as profissões. Em vendas, administração, medicina e educação, criar rapport por meio do acompanhamento é um padrão constante de realizadores excelentes (O’CONNOR, 2003). 36 Sua prática expande a própria identidade do indivíduo com outras pessoas, ampliando os horizontes pessoais e o levando a compreender melhor os acontecimentos dentro de uma perspectiva maior. O rapport é um processo dinâmico. Se durante uma comunicação é percebida sua perda, é importante que se volte a buscar semelhanças até que o vínculo se restabeleça. Com o domínio desta técnica, pode-se regular o nível de rapport desejado para que o relacionamento – ou a comunicação – se torne adequado. Pode-se também romper o rapport, caso seja necessário. Estabelecer rapport e confiança é uma arte e uma ciência. Entrar em rapport com alguém não significa necessariamente concordar com esta pessoa, mas sim validá-la, respeitar seu mapa mental e sua opinião (http://www.abracoaching.com.br/rapport-2/). Ellerton (2013) reafirma que rapport é a base para qualquer interação significativa entre duas ou mais pessoas – seja ela relacionada a vendas, negociação, fornecer informações ou instruções a um colega de trabalho, subordinado ou chefe, uma conversa com um membro da família, treinamento, coaching, etc. O rapport pode ser explicado de várias maneiras. Para Ellerton (2013), rapport é o estabelecimento de um ambiente de confiança, compreensão, respeito e segurança, o que dá à pessoa total liberdade de expressar as suas ideias e preocupações e saber que serão respeitadas pela outra pessoa. O rapport cria o espaço para a pessoa sentir-se ouvida e escutar, e isso não significa que ela tenha que concordar com o que a outra pessoa disser ou fizer. Cada uma das pessoas reconhece o ponto de vista da outra e respeita o respectivo modelo de mundo. Quando você está em rapport com outra pessoa, você tem a oportunidade de entrar no mundo dela e ver as coisas a partir da perspectiva dela, sentir como ela se sente, obter uma melhor compreensão de onde ela está vivendo, e como resultado, melhorar todo o relacionamento. Dentre as várias situações em que observamos que as pessoas estão em rapport, quando elas gostam de estar juntas é uma dessas situações, tendendo a usarem as mesmas palavras ou frases, se vestirem de forma semelhante ou combinando a linguagem corporal. 37 Gestos, tom de voz, posturas mostram ou não pessoas em rapport. Quanto mais somos como a outra pessoa (ou mais temos em comum), mais gostamos dela. O rapport é fundamental para tudo que você faz na empresa, em casa ou no lazer. A chave para estabelecer o rapport é a capacidade de entrar no mundo da outra pessoa, assumindo um estado de espírito semelhante. A primeira coisa a fazer é se tornar mais como a outra pessoa combinando e espelhando o comportamento dela – linguagem corporal, voz, palavras, etc. Combinar e espelhar são formas poderosas de se obter uma apreciação de como a outra pessoa está vendo/experimentando o mundo (isso é chamado de segunda posição, aquela das posições perceptivas, lembra?). Como diz Ervilha (2002) há rapport ou sintonia quando através das saídas do sistema linguístico do cliente, rastreamos a área do cérebro dele e espelhamos o seu modo de expressar – fala, gesto ou corpo. Oborn (2013) diz que ser capaz de construir rapport com outra pessoa é uma grande habilidade de se ter quando usada ecologicamente. Permite que você se conecte com outra pessoa de maneira que ela confie mais em você. Ele elenca alguns exemplos de quando é útil se construir um rapport profundo e significativo: 1. Para alguém que trabalha como coach – estar em rapport com o cliente permite que ele se sinta à vontade e com isso se obtém um melhor resultado, pois ele oculta menos. 2. Para alguém que trabalha com educação – se um aluno confia em você, ele irá aprender melhor e mais rápido ouvindo as suas explicações. 3. Para aqueles que estão na profissão médica – os pacientes tendem a se abrir mais com os profissionais em que eles confiam. Muitas vezes, o paciente pode estar nervoso ou ansioso e, por isso, se ele confia em você, isso lhe permite realizar um serviço mais descontraído e de mais qualidade. Existem muitas maneiras de se construir um rapport – na maior parte das vezes, funciona muito melhor quando você pratica a técnica de um modo tal que você é capaz de utilizar a técnica sem pensar, inconscientemente (OBORN, 2013), por exemplo: 38 � combine a respiração do seu cliente. Isso faz com que a sua fisiologia fique alinhada com a da outra pessoa. Na verdade se o cliente for uma mulher, pode não ser apropriado ficar olhando para o peito dela subindo e descendo e, além disso, às vezes, você também não consegue ver a respiração do cliente! Então, enquanto o cliente estiver falando, expire enquanto ele fala, e inspire quando ele para – dessa maneira você estará in time; � combine os seus movimentos corporais. Se ele estiver com as pernas cruzadas, faça o mesmo. Ou talvez (e um pouco mais sutil) cruze outra parte de seu corpo. Se ele se inclinar para a frente, combine esse movimento; � pisque os olhos in time. De novo, isso permitirá que você fique em sintonia total; � responda ao cliente com as mesmas palavras que ele usou. Se ele usou palavras visuais (ver, olhar, visualizar, etc.), então também use essa linguagem – pode parecer estranho para você, mas isso lhe permite construirum rapport mais rápido e mais profundo. Oborn (2013) sugere que tentativa: na próxima vez que você estiver em uma reunião com muitas pessoas e tudo correndo bem, basta dar uma olhada ao redor da sala. Ele aposta que a linguagem corporal de todos estará in time, todos cruzando as pernas juntos e se inclinando para trás em suas cadeiras juntos – esse é um rapport real em ação. Se você então deliberadamente diferenciar dessas ações, irá sentir o seu corpo saindo do rapport. Pode até mesmo observar as outras pessoas olhando para você e uma mudança na energia da sala. Essa realmente é uma técnica poderosa. Use-a com sabedoria e cuidadosamente (OBORN, 2013). 5.3 Espelhamento Assim como o rapport, a técnica do espelhamento é utilizada para reproduzir o comportamento da outra pessoa, o que inclui postura corporal, gestos da mão, expressões faciais, deslocamento do peso, respiração, movimento dos pés e dos olhos. 39 Espelhar, segundo Lawley e Tompkins (2007) é “copiar” fisicamente os comportamentos da outra pessoa de uma maneira sutil. Tente espelhar apenas um aspecto do comportamento da outra pessoa enquanto estiver falando com ela – talvez a postura dela. Quando isso se tornar fácil, inclua outro suavemente, como os gestos da mão dela. Gradualmente acrescente outro e outro até você estar espelhando sem pensar sobre isso. Quanto mais você praticar, mais fácil se torna. Como retribuição, a mesma reação positiva e confortável que você criou para a outra pessoa, será sentida por você mesmo. Com esta técnica pode-se modificar o comportamento do outro, pois neste caso o movimento é imitado acrescentando um novo para que o cliente sem perceber repita, mas valem algumas dicas: � tenha certeza de ser sutil no espelhamento quando estabelecer rapport. Se a outra pessoa está fazendo grandes gestos, impetuosos, você pode escolher fazer igual, mas menor, movimentos menos óbvios. O início pode parecer desajeitado. Mas o valor de aprender a conseguir e manter o rapport vale todo o tempo e o esforço que leva para se tornar um especialista nessa área de comunicação; � espelhar feito com integridade e respeito cria sentimentos positivos e reações em você e nos outros. Caso contrário, espelhar se torna arremedo e tem consequências negativas. Então, quando você aprender as habilidades de rapport adicionais que se seguem, relembre que o poderoso efeito que você cria precisa ser baseado em valores e princípios nobres. Existe uma diferença básica entre espelhar e combinar que é o timing. Enquanto que espelhar é simultâneo com os movimentos da outra pessoa, combinar pode às vezes ter um fator de “atraso no tempo”. Por exemplo, se alguém está gesticulando enquanto fala e estabelece um argumento, você pode ficar quieto enquanto presta atenção. Quando for a sua vez de falar, você pode fazer os seus comentários e a sua posição usando o mesmo gesto ou similar (LAWLEY; TOMPKINS; 2007). 40 5.4 Ancoragem Na PNL, “ancoragem” se refere ao processo de associar reações internas com algum gatilho externo ou interno porque assim, prontamente, podemos acessar essa reação de novo. A ancoragem é um processo que na superfície é similar à técnica do “condicionamento” usada por Pavlov para criar uma ligação entre escutar uma campainha e a salivação nos cachorros. Ao associar o som da campainha com o ato de dar comida para seus cachorros, Pavlov descobriu que, eventualmente, podia só tocar a campainha que os cachorros começavam a salivar, mesmo que não lhes fosse dada nenhuma comida. Na fórmula estímulo-reação dos behavioristas, entretanto, o estímulo é sempre uma sugestão ambiental e a reação sempre uma ação comportamental específica. A associação é considerada reflexiva e não uma questão de escolha (DILTS, 2006). Na PNL esse tipo de condição associativo foi expandido para incluir ligações entre outros aspectos da experiência além das sugestões puramente ambientais e reações comportamentais. Uma imagem recordada pode se tornar âncora para uma sensação interna particular, por exemplo. Um toque na perna pode se tornar âncora para uma fantasia visual ou mesmo uma crença. Um tom de voz pode se tornar âncora para um estado de exaltação ou confiança. Uma pessoa pode conscientemente escolher estabelecer e re-disparar essas associações para ela mesma. A ancoragem pode ser uma ferramenta muito útil para ajudar a estabelecer e reativar processos mentais associados com a criatividade, o aprendizado, a concentração e outros recursos importantes. É significante que a metáfora da “âncora” seja usada na terminologia da PNL. A âncora de um navio ou de um barco está amarrada pelos membros da tripulação a algum ponto estável a fim de segurar o navio numa certa área e evitar que ele navegue sozinho. A implicação disso é que a sugestão que serve como “âncora” psicológica não é apenas um estímulo mecânico que “causa” uma resposta como também é um ponto de referência que ajuda a estabilizar um estado particular. Para ampliar completamente a analogia, o navio pode ser considerado como o foco da nossa consciência no oceano das experiências. As âncoras servem como pontos de referência que nos ajudam a descobrir um local particular nesse mar de experiências, a manter lá a nossa atenção e evitar que ela ‘flutue’. 41 O processo de estabelecer uma âncora envolve basicamente a associação simultânea de duas experiências. Nos modelos de condicionamento behavioristas, as associações se tornam mais fortemente estabelecidas através da repetição. A repetição também pode ser usada para fortalecer as âncoras. Por exemplo, você pode pedir para alguém re-experimentar ativamente uma ocasião em que estava muito criativo e bater de leve no ombro dele enquanto ele pensa na experiência. Se você repetir isso uma ou duas vezes, o toque no ombro vai começar a se tornar ligado ao estado criativo. Eventualmente um toque no ombro fará a pessoa automaticamente relembrar o estado criativo. Segundo Ellerton (2013), você pode criar ou alterar âncoras para ajudá-lo a gerar os resultados que deseja. Para fazer isso, é preciso entender alguns conceitos básicos sobre âncoras, as quais podem ser criadas, natural ou artificialmente, de duas maneiras: Em um exemplo simples, se existiu um evento altamente emocional (positivo ou negativo). Por exemplo, seu parceiro a leva a um lugar especial e se declara de uma forma muito romântica e emocional. Quando você voltar a esse local, o que vem à sua mente? Repetição, a associação contínua entre um estímulo e uma reação. A repetição é necessária se a emoção não for forte ou não tiver nenhum envolvimento emocional. Os comerciais de televisão, muitas vezes, vinculam uma bebida alcoólica acompanhada de uma experiência agradável. Depois de ver esse anúncio inúmeras vezes, você começa a fazer a associação. A âncora precisa ser: � única, distinta e fácil de repetir. Se tocar o polegar e o dedo indicador não é algo que você faz numa base regular, então essa seria uma boa âncora sinestésica. Dizer a si mesmo uma palavra em um tom de voz particular seria uma boa âncora auditiva e/ou auditiva digital. Selecionar um gatilho que você muitas vezes dispara inadvertidamente tem o potencial de dissipar a âncora e torná-la inútil. Gatilhos únicos tornam as âncoras melhores e mais duradouras; � vinculada a um estado que é claro e completamente re-experimentado. Se o seu cliente deseja criar uma âncora para se sentir confiante em determinadas 42 situações, e ele se lembra de um evento passado no qual se sentiu confiante, mas também está confuso quanto às suas instruções, então o estímulo irá gerar uma reação que é uma mistura de confiança e confusão; � programada exatamente para quando o estado estiver atingindo o seu máximo. Quando o seu cliente se lembrar de uma vez que teve um determinado atributo (por exemplo,
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