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RESUMO EXPANDIDO- CRENDICES POPULARES

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CRENDICES POPULARES: INFLUÊNCIAS NA ALIMENTAÇÃO 
BRASILEIRA 
 
Celso Junior Tonidandel Hanuszchak; Luciana Vargas Kunzler; Patrícia Bomm dos 
Santos. 
 
Resumo:​ O referido trabalho trata sobre as crenças influenciadoras das práticas 
alimentares, visto que elas se fazem atuais na sociedade brasileira, sendo 
difundidas e repassadas por gerações. Tem como objetivo o conhecimento 
aprofundado das mesmas, sobretudo da crença de que o banho após as refeições 
traz malefícios para quem o fizer. Para o estudo, foi utilizada uma metodologia 
baseada em pesquisa descritiva aplicada aos familiares de alunos do primeiro 
semestre de Nutrição da UCEFF em forma de questionário. A pesquisa resultou em 
uma grande porcentagem de pessoas conhecedoras de crenças alimentares, 
confirmando a sua presença significativa na sociedade atual, resultando ainda na 
ausência de alimentos nas práticas alimentares e, consequentemente, na carência 
de nutrientes. 
Palavras-chave:​ Nutrição. Crenças alimentares. Saúde. Práticas alimentares. 
 
 
Introdução 
 
Historicamente, a sociedade tupiniquim é fortemente marcada pelo misticismo 
e por crendices populares. Oriundas da cultura lusitana e por diferentes traços 
regionalistas, a difusão das crenças se deu através do intercâmbio cultural e de 
ideias entre os diferentes grupos sociais brasileiros. 
Voltados a temática da nutrição, percebe-se que as crenças são muitas 
vezes produto do conhecimento popular ​baseado em fatos diversos​, ​o qual 
mostra-se equivocado e cientificamente incorreto por vezes. 
Entre tais crenças, destaca-se a incógnita atribuída aos efeitos prejudiciais ao 
tomar banho logo após o almoço ou qualquer refeição. Nesse sentindo, buscando 
um conhecimento mais aprofundado sobre o tema para o estudo de tal paradigma, 
utilizou-se métodos de pesquisa descritiva através de questionário com familiares 
dos estudantes do curso de nutrição da Uceff Itapiranga e Uceff São Miguel do 
Oeste, sendo os mesmo inseridos em diferentes grupos sociais - incluindo diferentes 
faixas etárias, sexo e culturas. Relacionado os dados obtidos através da pesquisa, 
concluiu-se a forte presença de crendices populares entre os entrevistados. 
 
Revisão da literatura 
 
O surgimento das crenças no âmbito das práticas alimentares, segundo 
Cascudo (2004, apud Mattos, 2016) se dá em sua maioria no Brasil de origem 
portuguesa, por conta da má adaptação aos costumes e culturas locais. 
Fatores sociais, econômicos, culturais, regionais, religiosos etc. influenciam 
as práticas alimentares adotadas por grupos dependendo de onde estão inseridos, 
abrindo espaço à discriminação de práticas de outros, e divulgação de suas próprias 
crenças. 
Conforme análise, obtém-se teorias de que as crenças populares influenciam 
prejudicialmente a saúde das pessoas por conta de serem fielmente aceitas e 
 
repassadas por gerações, resultando no abandono de certos alimentos e como 
consequência, ocasionando também a falta de nutrientes. 
As crenças alimentares mais comuns encontradas,se dão em relação ao 
aleitamento materno. Nesse sentido, conforme Ciampo, Ricco, Ferraz, Daneluzzi e 
Junior (2008) o artigo “Aleitamento materno e tabus alimentares”, a maioria das 
mães entrevistadas afirmaram a existência de alimentos que não poderiam ser 
consumidos durante o aleitamento, mesmo que ambas as entrevistadas não 
tivessem conhecimento do motivo que fariam mal. 
Isso também ocorre acerca de todas as crenças, pois não são comprovados 
cientificamente os seus malefícios e seus motivos de fazerem hipoteticamente tão 
mal, sendo a exposição dessas crenças como inautênticas o centro do presente 
trabalho. 
 
 
Metodologia 
 
O resumo expandido é derivado de uma pesquisa descritiva que utilizou um 
questionário para verificar a incidência de crenças alimentares em uma população. 
Foram questionados familiares de estudantes do primeiro semestre de graduação 
em nutrição da UCEFF. O questionário foi elaborado no google formulários e 
enviado por e-mail aos estudantes, os quais realizaram o inquérito. 
 
 
Resultados 
 
Tendo como base os resultados obtidos através do questionário, foi possível 
constatar que as crendices populares, no âmbito da nutrição, estão fortemente 
presentes na população entrevistada. 
Constatou-se o predomínio da faixa etária entre 18 a 25 anos. 
Ainda, mais de dois terços dos entrevistados são mulheres e têm-se o 
predomínio da escolaridade com ensino médio completo com renda familiar maior 
que R$3.000,00 (51,4% dos entrevistados). 
Embora o predomínio do público jovem/adulto, percebe a razoável incidência 
de bons hábitos alimentares, entre eles o número de refeições diárias, justamente 
com a ingestão de água, legumes e frutas. 
 
 
 
 
 
 
Através da pesquisa, pode-se observar também a relação de conhecimento 
sobre determinados tabus alimentares entre a população entrevistada. Contando 
com 140 respostas, obteve-se destaque a crendice de que beber leite com manga 
faz mal à saúde​. Contudo, tendo em vista que o tabu-alvo deste resumo é ​tomar 
banho logo após o almoço ou qualquer refeição fazer mal, observou-se que 61,4% 
dos entrevistados (86 respostas) obtinham o conhecimento da mesma. 
 
 
 
Após a entrevista e análise de dados, concluiu-se que todos os entrevistados 
possuíam, no mínimo, conhecimento sobre um tabu alimentar anteriormente citados. 
Isso enfatiza a constante presença das mesmas na cultura popular de diferentes 
grupos sociais brasileiros. 
 
 
 
Discussão 
 
Desde o período da infância ouve-se sobre crenças alimentares e muitos que 
cresceram ouvindo sobre, até hoje acreditam e confiam. Elas não trazem nenhum 
malefício para a saúde, apenas para o psicológico dos crentes da sua veracidade, o 
que os impede de consumir tal alimento, e, quando o fazem, acreditam estarem mal 
ou doentes. 
A mente tende a procrastinar e ser contrária referente às crenças, então 
quando é pensado que algo não dará certo, realmente não dará. Para minimizar 
esse impacto, deve-se aos poucos ir trabalhando contra esse pensamento, para 
assim analisar os resultados positivos e ter consciência de que não fará mal à 
saúde. 
O mesmo vale para a parte nutricional, onde se deve mostrar que as crenças 
não são verídicas. O que deve ser feito para esquecê-las é trocar essa crença por 
outras, e assim ir evoluindo diante delas, além de trabalhar o psicológico. 
 
 
Conclusão 
 
Os dados obtidos demonstram a repercussão, de forma a gerar preocupação, 
das crenças na sociedade e a sua influência na adoção de práticas alimentares 
proibitivas de certos alimentos, mesmo sem comprovação de seus malefícios à 
saúde. Entretanto, conforme levantada a hipótese, a ausência de certos alimentos e 
consequentemente certos nutrientes são os acarretadores de prejuízos à saúde 
humana, não o consumo de alimentos tendenciosos citados nas crenças. 
Nesse sentido, a orientação e aconselhamento alimentar e nutricional se 
fazem de extrema importância contribuindo para o conhecimento comprovado de 
quais alimentos fazem mal e o porquê de o fazê-lo, além da promoção da saúde e a 
prevenção de doenças, o contrário do que as crenças alimentares proporcionam. 
 
 
Referências 
 
CIAMPO, Luiz Antonio Del; RICCO, Rubens Garcia; FERRAZ, Ivan Savioli; 
DANELUZZI, Julio César; JUNIOR,Carlos Eduardo Martinelli. Aleitamento materno 
e tabus alimentares. ​Scielo​, 2008. Disponível em: 
<​https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-0582200800040000
6&lng=pt&tlng=pt​>. Acesso em: 16 de mar. de 2021. 
 
MATTOS, Renan Maureira Muniz de. MITOS E TABUS ALIMENTARES NO BRASIL. 
Monografias Brasil Escola, ​2016. Disponível em: 
<​https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/mitos-e-tabus-alimentares-n
o-brasil.htm​>. Acesso em: 16 de mar. de 2021. 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822008000400006&lng=pt&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822008000400006&lng=pt&tlng=pt
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/mitos-e-tabus-alimentares-no-brasil.htm
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/mitos-e-tabus-alimentares-no-brasil.htm

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