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Aula_9_-_NBR15575_2013_-_Diretrizes_construtivas

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Desempenho Térmico de edificações 
Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
NBR 15575 
Roberto 
Lamberts 
 
Alejandro Naranjo 
Leonardo Mazzaferro 
 
ECV 5161 
UFSC 
FLORIANÓPOLIS 
Estru
tu
ra 
Requisitos 
Vedações 
Verticais Introdução 
2 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Requisitos 
Gerais 
Requisitos 
Coberturas 
Simulação 
Computacional 
In
tr
o
d
u
çã
o
 
+ As Normas assim elaboradas visam 
incentivar e balizar 
o desenvolvimento 
tecnológico, e ao 
mesmo tempo, 
orientar a 
avaliação da eficiência 
técnica e econômica das 
inovações tecnológicas. 
3 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender às 
exigências dos usuários. No caso da Norma 15575 (ABNT 2013), o 
desempenho refere-se aos sistemas que compõem os edifícios 
habitacionais. 
4 
NBR15575 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Elaborada pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil, a NBR 15575 está dividida em 6 partes: 
 
1.Requisitos gerais; 
2.Requisitos para os sistemas estruturais; 
3.Requisitos para os sistemas de pisos internos; 
4.Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas; 
5.Requisitos para os sistemas de cobertura; 
6.Requisitos para os sistemas hidrossanitários. 
Na disciplina ECV5161 “Desempenho Térmico de Edificações” apresenta-se de modo geral, a relação entre as partes 1, 4 e 
5 da norma NBR 15575 com o desempenho térmico em edificações. 
5 
NBR15575 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Para considerar que uma edificação satisfaz as exigências dos usuários, determinados 
requisitos devem ser atendidos, obedecendo critérios estabelecidos para cada um 
deles. Com o objetivo de satisfazer as necessidades básicas de desempenho, os 
diferentes sistemas têm requisitos mínimos de desempenho (M), os quais 
devem ser considerados e atendidos em todos os casos. Para incentivar a melhoria da 
qualidade das edificações, são estabelecidos níveis mais elevados do que o mínimo, 
denominados de intermediário (I) e superior (S), os quais devem atender 
requisitos respectivamente mais elevados. 
re
q
u
is
it
o
 
M 
mínimo 
re
q
u
is
it
o
 
I 
intermediário 
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S 
superior 
R
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s 
ge
ra
is
 
+ 
Esta parte da NBR 
15575 estabelece e 
apresenta dois 
procedimentos, um 
normativo e outro 
informativo para 
avaliação da 
adequação de 
habitações: 
6 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
• Procedimento 1 - Simplificado (normativo): 
atendimento aos requisitos e critérios para os sistemas de vedação e 
coberturas, conforme ABNT NBR15575-4 e ABNT NBR15575-5. Para 
os casos em que a avaliação de transmitância térmica e capacidade 
térmica, resultem em desempenho térmico insatisfatório, o 
projetista deve avaliar o desempenho térmico da edificação como 
um todo pelo método da simulação computacional. 
 
 
• Procedimento 2 - Medição (informativo): 
verificação do atendimento aos requisitos e critérios estabelecidos 
nesta Norma, por meio da realização de medições em edificações ou 
protótipos construídos. Este método é de caráter meramente 
informativo e não se sobrepõe aos procedimentos normativos, 
descritos no item acima. 
 
Si
st
e
m
as
 d
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 v
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d
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s 
ve
rt
ic
ai
s 
+ 
Os sistemas de vedações 
verticais internas e 
externas dos edifícios 
habitacionais, 
integram-se de 
forma muito estreita aos 
demais elementos da 
construção. O tipo e a 
espessura do 
material 
constituinte 
das vedações verticais 
influencia o 
desempenho térmico da 
edificação, por isso deve 
respeitar determinados 
critérios. 7 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Na maioria dos casos, as vedações verticais (paredes) não possuem função 
estrutural, mas acabam sofrendo as ações decorrentes das deformações das 
estruturas, requerendo assim uma análise conjunta do desempenho dos 
elementos que interagem. 
As vedações verticais exercem ainda importantíssimas funções de 
estanqueidade, à água, isolação térmica e acústica, capacidade de 
fixação de peças suspensas e compartimentação em casos de incêndio. 
8 
Requisito NBR 15575 - Adequação de paredes externas 
 
Apresentar transmitância térmica e capacidade térmica que proporcionem pelo menos 
o desempenho térmico mínimo estabelecido para cada zona bioclimática. 
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Critério 1 - Transmitância térmica de paredes externas 
 
 
Critério 2 - Capacidade térmica de paredes externas 
 
 
 
 
9 
Critério 1 - Transmitância térmica de paredes externas 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Os valores máximos admissíveis para a transmitância térmica (U) das paredes externas são 
apresentados na Tabela 13. 
Método de avaliação 
 
Cálculos conforme procedimentos apresentados na ABNT NBR 15220-2. Este método está sendo 
considerado como simplificado para efeito de análise. 
10 
Critério 2 - Capacidade térmica de paredes externas 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica (CT) das paredes externas são 
apresentados na Tabela 14. 
Método de avaliação 
 
Cálculos conforme procedimentos apresentados na ABNT NBR 15220-2. Este método está sendo 
considerado como simplificado para efeito de análise conforme ABNT NBR 15575-4. 
 
No caso de paredes que tenham na sua composição materiais isolantes térmicos de condutividade 
térmica menor ou igual a 0,065 W/(m.K) e resistência térmica maior que 0,5 (m².K)/W, o cálculo da 
capacidade térmica deve ser feito desprezando-se todos os materiais voltados para o ambiente 
externo, posicionados a partir do isolante ou espaço de ar. 
 
 
 
11 
Requisito NBR 15575 - Aberturas para ventilação 
 
Apresentar aberturas, nas fachadas das habitações, com dimensões adequadas para proporcionar a 
ventilação interna dos ambientes. 
Este requisito aplica-se somente aos ambientes de longa permanência: salas e dormitórios. 
 
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Critério - Os ambientes de permanência prolongada devem ter aberturas para ventilação com 
áreas que atendam à legislação específica do local da obra. Quando não houver requisitos de ordem 
legal para o local de implantação da obra, devem ser adotados os valores indicados na Tabela 15. 
 
12 
Requisito NBR 15575 - Aberturas para ventilação 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Método de avaliação 
 
Análise do projeto arquitetônico, considerando, para cada ambiente de longa 
permanência, a seguinte relação: 
onde, 
 
Aa é a área efetiva de abertura de ventilação do ambiente, sendo que para o cálculo desta área 
somente são consideradas as aberturas que permitam a livre circulação do ar, devendo ser 
descontadas as áreas de perfis, vidros e de qualquer outro obstáculo; nesta área não são 
computadas as áreas de portas internas. 
 
Ap é a área do piso do ambiente. 
Si
st
e
m
as
 d
e
 c
o
b
e
rt
u
ra
s 
+ 
Sendo o (SC), a parte do 
edifício habitacional 
mais exposta à 
radiação direta do sol, 
ele exerce uma forte 
influência na carga 
térmica transmitida 
aos ambientes (casas 
térreas e último 
pavimento de sobrados 
ou prédios), 
influenciando 
diretamenteno conforto 
térmico dos usuários e 
no consumo de energia 
para acionamento de 
equipamentos de 
ventilação forçada e/ou 
condicionamento 
artificial do ar. 13 
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Os sistemas de coberturas (SC) exercem funções importantes nos edifícios 
habitacionais, desde a contribuição para preservação da saúde dos 
usuários até a própria proteção do corpo da construção. 
Os (SC) impedem a infiltração de umidade oriunda das intempéries para os 
ambientes habitáveis, evitando os diversificados processos 
de degradação dos materiais de construção, incluindo apodrecimento, 
corrosão, fissuras de origem higrotérmica e outros. 
14 
Requisito NBR 15575 - Isolação térmica da cobertura 
 
Apresentar transmitância térmica e absortância à radiação solar que proporcionem um 
desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática. 
 
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Critério - Transmitância térmica 
 
Os valores máximos admissíveis para a transmitância térmica (U) das coberturas, considerando o 
fluxo térmico descendente, em função das zonas bioclimáticas, encontram-se indicados na Tabela 5. 
Este critério estabelece condição para a avaliação através do método simplificado do desempenho 
térmico. 
 
15 
Requisitos NBR 15575 – Exemplo 1 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
É necessário verificar se os critérios da NBR 15575 são atendidos por esta parede. Verificar para o 
caso de a parede ter absortância 0,5 e estar na Zona Bioclimática 3. 
 
α < 0,6 
Uparede < Ulimite logo, OKAY! 
CTparede < CTmínima logo, faz-se necessária a SIMULAÇÃO! 
 
 
 
 
16 
Requisitos NBR 15575 – Exemplo 2 
 
 
 
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É necessário verificar se os critérios da NBR 15575 são atendidos por esta parede. Verificar para o 
caso de a parede ter absortância 0,5 e estar na Zona Bioclimática 8. 
 
α < 0,6 
Uparede < Ulimite logo, OKAY! 
CTparede < CTmínima (sem exigência para a Zona Bioclimática 2) 
 
 
 
 
17 
Requisitos NBR 15575 – Exemplo 3 
 
 
 
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É necessário verificar se os critérios da NBR 15575 são atendidos por esta parede. Verificar para o 
caso de a parede ter absortância 0,5 e estar na Zona Bioclimática 2. 
 
α = 0,5 (sem exigência para a Zona Bioclimática 2) 
Uparede > Ulimite logo, faz-se necessária a SIMULAÇÃO! 
CTparede < CTmínima logo, faz-se necessária a SIMULAÇÃO! 
 
Obs.: para ser necessária a simulação computacional, basta que UM dos requisitos acima não seja 
atendido. 
 
 
 
18 
Simulação computacional - Introdução 
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Para a realização das simulações computacionais recomenda-se o emprego do programa 
EnergyPlus. Outros programas de simulação podem ser utilizados, desde que permitam a 
determinação do comportamento térmico de edificações sob condições dinâmicas de 
exposição ao clima, sendo capazes de reproduzir os efeitos de inércia térmica e validados pela 
ASHRAE Standard 140. Para a geometria do modelo de simulação, deve ser considerada a habitação 
como um todo, considerando cada ambiente como uma zona térmica. 
19 
Simulação computacional - Requisitos de desempenho no verão 
 
Apresentar condições térmicas, no interior do edifício habitacional, melhores ou iguais às do 
ambiente externo, à sombra, para o dia típico de projeto de verão. 
 
 
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Critério - Valores máximos de temperatura 
 
O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como 
salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros 
equipamentos em geral), deve ser sempre menor ou igual ao valor máximo diário da temperatura 
do ar exterior. O nível para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao critério de 
11.3.1 mostrado na Tabela 2. 
 
. 
20 
Simulação computacional - Requisitos de desempenho no inverno 
 
Apresentar condições térmicas, no interior do edifício habitacional, melhores que do ambiente 
externo, no dia típico de projeto de inverno, nas zonas bioclimáticas 1 a 5. Nas zonas 6, 7 e 8 não é 
necessário realizar avaliação de desempenho térmico de projeto para inverno. 
 
 
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Critério - Valores máximos de temperatura 
 
Os valores mínimos diários da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada 
como salas e dormitórios, no dia típico de projeto de inverno, devem ser sempre maiores ou iguais à 
temperatura mínima externa acrescida de 3°C. 
O nível para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao critério de 11.4.1 mostrado 
na Tabela 3. 
 
21 
Simulação computacional - Dados de Entrada 
 
 
 
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Na entrada de dados, considerar que os recintos adjacentes, de outras unidades 
habitacionais, separados, portanto, por paredes de geminação ou entrepisos, apresentem a mesma 
condição térmica do ambiente que está sendo simulado. 
 
Simular todos os recintos da unidade habitacional, considerando as trocas térmicas entre 
os seus ambientes e avaliar os resultados dos recintos, dormitórios e salas, considerando as 
condições apresentadas abaixo. 
 
A edificação deve ser orientada conforme a implantação. A unidade habitacional desta edificação 
escolhida para a simulação deve ser a mais crítica do ponto de vista térmico. 
22 
Simulação computacional - Condições Críticas 
 
 
 
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a) verão: janela do dormitório ou da sala voltada para oeste e a outra parede exposta voltada 
para norte. Caso não seja possível, o ambiente deve ter pelo menos uma janela voltada para 
oeste; 
 
b) inverno: janela do dormitório ou da sala de estar voltada para o sul e a outra parede exposta 
voltada para leste. Caso não seja possível, o ambiente deve ter pelo menos uma janela voltada 
para o sul; 
 
c) obstrução no entorno: considerar que as paredes expostas e as janelas estão desobstruídas, ou 
seja, sem a presença de edificações ou vegetação nas proximidades que modifiquem a 
incidência de sol e/ou vento. Edificações de um mesmo complexo, podem ser consideradas; 
 
d) obstrução por elementos construtivos previstos na edificação: dispositivos de sombreamento 
(por exemplo, pára-sóis, marquises, beirais) devem ser considerados na simulação. 
 
e) Adotar uma taxa de ventilação do ambiente de 1ren/h. A taxa de renovação da cobertura deve 
ser a mesma, de 1 ren/h. 
 
 
23 
Simulação computacional - Absortância Solar 
 
 
 
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A absortância à radiação solar das superfícies expostas deve ser definida conforme a cor e as 
características das superfícies externas da cobertura e das paredes expostas, conforme 
orientações descritas a seguir: 
 
a) cobertura: valor especificado no projeto, correspondente, portanto, ao material declarado para 
o telhado ou outro elemento utilizado que constitua a superfície exposta da cobertura; 
 
b) parede: assumir o valor da absortância à radiação solar correspondente à cor definidano 
projeto. Caso a cor não esteja definida, simular para três alternativas de cor: 
 
- cor clara: α = 0,3; 
- cor média: α = 0,5; 
- cor escura: α = 0,7; 
 
24 
Simulação computacional - Em caso de critérios não atendidos 
 
 
 
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A unidade habitacional que não atender aos critérios estabelecidos para verão deve ser simulada 
novamente, considerando-se as seguintes alterações: 
 
-ventilação: configuração da taxa de ventilação de cinco renovações do volume de ar do ambiente 
por hora (5,0 ren/h) e janelas sem sombreamento; 
 
-sombreamento: inserção de proteção solar externa ou interna da esquadria externa com 
dispositivo capaz de cortar no mínimo 50% da radiação solar direta que entraria pela janela, com 
taxa de uma renovação do volume de ar do ambiente por hora (1,0 ren/h) 
 
- ventilação e sombreamento: combinação das duas estratégias anteriores, ou seja, inserção de 
dispositivo de proteção solar e taxa de renovação do ar de 5,0 ren/h. 
 
25 
Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
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A avaliação do desempenho térmico foi realizada em uma 
edificação residencial unifamiliar. A edificação foi modelada no 
programa EnergyPlus com cinco zonas térmicas, sendo quatro 
zonas para os ambientes e uma para o ático da cobertura. 
Área construída: 36m² (6m x 6m); Pé direito: 2,8m. 
Ambientes: 2 dormitórios, banheiro, sala e cozinha conjugada. 
 
Referência 
 
SORGATO, M. J.; MELO, A. P.; LAMBERTS, R. Análise do 
Método de Simulação de Desempenho Térmico da 
Norma NBR 15575. Artigo submetido ao ENCAC 2013. 
LabEEE - Laboratório de Eficiência Energética em 
Edificações. 2013 
 
26 
Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
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Propriedades da envoltória 
 
Cobertura: telha cerâmica, barreira radiante de alumínio e laje de concreto; 
Transmitância da cobertura U=1,09 [W/(m²K)]; 
Capacidade térmica da cobertura CT=113,0 [kJ/m²K]; 
Absortância da cobertura é de 0,50. 
 
Paredes: concreto armado moldadas in loco, com espessura total de 5cm. 
Transmitância térmica da parede U=5,00 [W/(m²K)] 
Capacidade térmica CT=120,0 [kJ/m²K] 
Absortância das paredes é 0,30. 
 
O tamanho da abertura para ventilação e iluminação é de 15% em relação à área do ambiente, as 
aberturas dos ambientes de permanência prolongada possuem dispositivos de sombreamento 
externo (venezianas). 
27 
Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Padrão de ocupação 
 
Cada dormitório da edificação deve ser simulado com o padrão de ocupação de duas pessoas por 
ambiente, para o período noturno entre as 21h e 7h. A Sala de Estar da edificação deve ser simulada 
com um padrão de ocupação de 50% da edificação, no período diurno entre as 14h e 18h e no 
período das 18h às 21h, com 100% da ocupação dos dormitórios da edificação. 
Em função do tipo de atividade desempenhada em cada ambiente deve ser adotada a taxa 
metabólica para cada atividade. Para a atividade do Dormitório (dormindo ou descansando), deve-
se simular com os valores de calor dissipado de 81 W por pessoa. Para a atividade da Sala (sentado 
ou assistido TV), o calor dissipado é de 108 W por pessoa. 
 
Padrão de uso da iluminação 
 
O padrão de uso da iluminação está vinculado em função do padrão de ocupação dos ambientes de 
permanência prolongada. Considera-se que os usuários utilizam a iluminação artificial nas primeiras 
horas da manhã, entre 6h às 7h, no período noturno entre as 21h as 23h no Dormitório. Na Sala de 
Estar os usuários utilizam a iluminação artificial durante o período das 17h as 21h. 
 
28 
Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
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Critério de avaliação do desempenho térmico no verão 
 
O desempenho térmico do ambiente de permanência prolongada é classificado em três níveis: 
mínimo se (Tint≤ Text); intermediário se (Tint≤ Text – 2°C); superior se (Tint≤ Text – 4°C), para a Zona 
Bioclimática 3. 
 INFLUÊNCIA DA DATA NO DIA TÍPICO DE VERÃO 
 
 21/12 - OKAY (desempenho mínimo) 05/03 - NÃO PASSOU 
 
32.70 32.69 
18 
21 
24 
27 
30 
33 
36 
0
1
h
 
0
3
h
 
0
5
h
 
0
7
h
 
0
9
h
 
1
1
h
 
1
3
h
 
1
5
h
 
1
7
h
 
1
9
h
 
2
1
h
 
2
3
h
 
Te
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p
e
ra
tu
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 ̊C
 
Temp. Externa Dormitório Casal 
32.70 33.08 
18 
21 
24 
27 
30 
33 
36 
0
1
h
 
0
3
h
 
0
5
h
 
0
7
h
 
0
9
h
 
1
1
h
 
1
3
h
 
1
5
h
 
1
7
h
 
1
9
h
 
2
1
h
 
2
3
h
 
Te
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p
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tu
ra
 ̊C
 
Temp. Externa Dormitório Casal 
29 
Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Critério de avaliação do desempenho térmico no verão 
 
O desempenho térmico do ambiente de permanência prolongada é classificado em três níveis: 
mínimo se (Tint≤ Text); intermediário se (Tint≤ Text – 2°C); superior se (Tint≤ Text – 4°C), para a Zona 
Bioclimática 3. 
 INFLUÊNCIA DO TIPO DE CÉU NO DIA TÍPICO DE VERÃO 
 
70% de céu limpo - OKAY (desempenho min.) 30% de céu limpo - OKAY (desempenho sup.) 
 
32.70 
31.07 
18 
21 
24 
27 
30 
33 
36 
0
1
h
 
0
3
h
 
0
5
h
 
0
7
h
 
0
9
h
 
1
1
h
 
1
3
h
 
1
5
h
 
1
7
h
 
1
9
h
 
2
1
h
 
2
3
h
 
Te
m
p
e
ra
tu
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 ̊C
 
Temp. Externa Dormitório Casal 
32.70 
28.62 
18 
21 
24 
27 
30 
33 
36 
0
1
h
 
0
3
h
 
0
5
h
 
0
7
h
 
0
9
h
 
1
1
h
 
1
3
h
 
1
5
h
 
1
7
h
 
1
9
h
 
2
1
h
 
2
3
h
 
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 ̊C
 
Temp. Externa Dormitório Casal 
30 
Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Critério de avaliação do desempenho térmico no inverno 
 
O desempenho térmico do ambiente de permanência prolongada é classificado em três níveis: 
mínimo se (Tint≥ Text+ 3°C); intermediário se (Tint≥ Text+ 5°C); superior se (Tint≥ Text+ 7°C), para a Zona 
Bioclimática 3. 
 INFLUÊNCIA DAS CARGAS INTERNAS NO DIA TÍPICO DE INVERNO 
 
 com cargas - OKAY (desempenho mín.) sem cargas - OKAY (desempenho interm.) 
 
6.10 
10.52 
3 
5 
7 
9 
11 
13 
15 
17 
0
1
h
 
0
3
h
 
0
5
h
 
0
7
h
 
0
9
h
 
1
1
h
 
1
3
h
 
1
5
h
 
1
7
h
 
1
9
h
 
2
1
h
 
2
3
h
 
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 ̊C
 
Temp. Externa Dormitório Casal 
6.10 
11.19 
3 
5 
7 
9 
11 
13 
15 
17 
0
1
h
 
0
3
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0
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 ̊C
 
Temp. Externa Dormitório Casal 
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Simulação computacional - Exemplo 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Avaliação do desempenho térmico da edificação 
 
Os resultados da avaliação do desempenho térmico da edificação, através do método de simulação 
proposto na consulta pública da NBR 15575, são apresentados nas figuras abaixo. A edificação com 
parede de concreto de 5cm apresentou ͦCh de Resfriamento 70% superiores que a edificação com a 
parede de referência. A edificação com parede de concreto de 5cm (parede sob avaliação) 
apresentou os ͦCh de Aquecimento 60% superiores que a edificação com a parede de referência. 
 
6
1
3
 
5
3
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7
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3
 
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8
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Dormitório 1 Dormitório 2 Sala 
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Parede Referência Parede sob avaliação 
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Dormitório 1 Dormitório 2 Sala 
˚C
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Parede Referência Parede sob avaliação 
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NBR 15575 - Nota Técnica referente a NBR 15575 - LabEEE 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Principais críticas e correções sugeridas 
 
=> Recomenda-se adotar uma nomenclatura padrão para o dia representativo utilizado na 
simulação. Um “dia de projeto” para verão ou inverno representa condições diferentes de um “dia 
típico” de verão ou inverno. O termo “dia típico de projeto” pode causar confusão. 
 
=> Se o clima no local de implantação da edificação não for semelhante ao de nenhuma outra 
cidade que tenha dados disponíveis, o método da simulação computacional não deve ser utilizado 
para avaliação de desempenho térmico. 
 
=> O programa utilizado para realizar as simulações computacionais deve ser capaz de modelar 
8760 horas por ano, variações horárias de ocupação, cargas internas, modelar efeitos de inércia 
térmica e de multi-zonas térmicas. 
 
=> Deve-se considerar as cargas internas da edificação para o verão e para o inverno, caso contrário, 
a simulação não representaria a realidade. 
 
 
 
 
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NBR 15575 - Nota Técnica referente a NBR 15575 - LabEEE 
 
 
 
Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 12: Diretrizes Construtivas para Habitações no Brasil 
 
Principais críticas e correções sugeridas 
 
=>As janelas dos dormitórios, para qualquer região climática, devem ter dispositivos de 
sombreamento, permitindo o controle do sombreamento e escurecimento, a critério do usuário. 
 
=>As aberturas dos dormitórios da edificação de referência devem ser modeladas com dispositivo 
de sombreamento. O período de sombreamento mínimo para as zonas bioclimáticas 1 a 4 é de 21 
de setembro a 20 de marco (no horário das 8h as 18h), compreendendo a primavera e o verão. Já, 
para as zonas bioclimáticas 5 a 8 o período de sombreamento e o ano inteiro (no horário das 8h as 
18h). 
 
Referência 
 
SORGATO, M. J.; MARINOSKI, D. L.; MELO, A. P.; LAMBERTS, R. Nota técnica referente a avaliação 
para a norma de desempenho NBR 15575 em consulta pública. LabEEE - Laboratório de Eficiência 
Energética em Edificações. 2012

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