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A DINÂMICA DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA NA CONSTRUÇÃO DA ESCOLA INCLUSIVA
Celia Rodrigues da Cruz Nunes¹ 
RESUMO
O presente artigo tem como principal objetivo contribuir para a reflexão sobre a atuação da gestão escolar na construção de uma educação inclusiva. O trabalho se inicia por uma pesquisa bibliográfica que busca entender os conceitos e concepções de escola inclusiva, gestão escolar e suas relações dentro de um processo que busca desenvolver a construção da escola inclusiva. A pesquisa destaca qual o papel da ação docente e como a equipe de gestão pode fortalecer as práticas inclusivas dentro da escola. Através desse viés, existe uma necessidade de transformação da realidade atual sobre a inclusão escolar, que precisa ser refletido e repensado para novas ações coletivas e sua implementação como também políticas publicas que atendam os alunos com necessidades educacionais especiais. Portanto, é imprescindível que a inclusão escolar envolva todas as pessoas no processo educativo, onde exista uma gestão que proporcione diálogo permanente, que aceite a diversidade, que proporcione vivencias significativas para a formação integral de seus alunos, adaptação das diferentes necessidades encontradas e distante de qualquer proposta segregativa. A inclusão abrange gestão, educadores, família, funcionários e comunidade onde todos respeitem as diferenças e lute por igualdade.
.
Palavras-chave: Educação. Gestão. Inclusão.
Graduada em Pedagogia e Pós-graduada em Educação Especial. Pós-graduanda em Gestão Escolar pela Faculdade Faveni.
1
1. INTRODUÇÃO
	Este artigo tem como finalidade estabelecer uma ponte entre a temática sobre a gestão escolar e sobre a inclusão, bem como a dinâmica e a relação de como esses fatores contribuem para a construção de uma escola inclusiva. O papel da gestão e sua equipe também se apresentam como potencializadores de ações e práticas que fazem toda a diferença no ambiente escolar e consequentemente contribuem para trilhar o caminho de uma educação inclusiva.						Nessa perspectiva, são apresentadas algumas reflexões de cunho teórico e discussões sobre a importância da gestão escolar e concepções de inclusão, que são apontadas no decorrer do trabalho possíveis orientações para a gestão estar cada vez mais preparada e consciente de seu papel onde consiga de fato desenvolver espaços de inclusão.								. Nesse sentido, surgem questionamentos como: porque é importante a gestão democrática nas escolas? Qual o papel do gestor para a construção de uma escola inclusiva?
	Para fundamentar essa discussão, sobre conceitos de educação inclusiva, utilizaram-se alguns autores, como: Aranha (2001) Capellini (2001), Mendes (2002), bem como documentos e declarações que normatizam padrões voltados a educação inclusiva. Já o que diz respeito à gestão escolar, o estudo foi fundamentado por: Aguiar (2007), Luck (1997), Silva (2019), Souza (2006), entre outros.			A partir disto, este trabalho descreve um breve conceito relacionado à gestão democrática e educação inclusiva. A educação inclusiva é fundamentada em uma compreensão que aceita e valoriza a diversidade na escola, garantindo o direito de acesso á todos á uma educação de qualidade, não só para os que apresentam necessidades educacionais especiais, mas igualdade de ensino á qualquer aluno.	 A gestão escolar conforme Dias (2002) é compreendida como a relação da filosofia e a política, através de ações, de direção, planejamento, coordenação e controle.
	Castro (2002) defende que a gestão escolar deve-se basear no princípio de que a educação é um caminho amplo, contínuo e multifacetado, já que se trata da totalidade do ser e a sua prática esta relacionada com instituições e com pessoas, interligando assim, a educação e a vida.
	Dentro desse contexto o papel do gestor escolar se sobressai, por ele ser o principal agente que contribui com a estrutura organizacional das escolas, em busca de mudanças e transformações. 									Com base na literatura existente, este trabalho visa descrever as contribuições da gestão escolar recomendadas para práticas que trilhem um caminho que busque a construção de uma educação inclusiva.
2. CONCEPÇÃO DA ESCOLA INCLUSIVA
	Inclusão para Aranha (2001) significa o atendimento educacional especializado no ensino regular oferecido para alunos com necessidades educacionais especiais, onde são realizadas as adequações necessárias de acordo com as normas legais.										O mesmo autor entende esse processo inclusivo, como uma luta filosófica e política, que se fundamenta através da implementação dos projetos educacionais proposto pelo Governo Federal que visa atender as diferentes realidades encontradas no País. 										A Declaração de Salamanca citada por Brasil (1997) norteia quais princípios devem ser adotados para a prática de uma escola inclusiva, sendo eles: o aprendizado das crianças que devem ser realizados juntos, independente de qualquer dificuldade ou especificidade que apresentam, reconhecimento que todos possuem o direto á educação, desenvolvimento de práticas centradas nos alunos e a promoção do crescimento em seu processo de aprendizagem. 			Mendes (2002) inclusive enfatiza que alguns dos caminhos para a educação inclusiva é de que a escola deve aderir propostas pedagógicas que visem à inclusão, a reformulação ou adaptação de currículos, a proposta de um ambiente que estimule a inserção do aluno com deficiência em sala regular, a interação entre pares nessa sala de aula e tornar essa escola democrática, desenvolvendo a criação da autonomia e socialização do saber para todos os alunos.			Brasil (2007) baseado na declaração de Salamanca caracteriza a escola inclusiva como aquela que se mostra centrada no aprendiz, que identifica e reconhece as suas particularidades, que respeita as diferenças e a dignidade humana, desenvolvendo assim a aprendizagem. Desse modo, é possível entender que qualquer aluno especial ou não possui direito a escola.				Mendes (2001) declara que simplesmente encaixar um aluno com necessidades educacionais especiais em uma turma regular não significa sua permanência e sucesso escolar. Dessa maneira, a instituição precisa se adaptar as demandas inclusivas, pautada por uma prática que proporciona a melhoria na qualidade social e educacional, excluindo qualquer forma mecânica e formal de legislação.											Capellini (2001) informa que para garantir a integração de um aluno com necessidades educacionais especiais é apropriado que o mesmo sinta-se integrante da sociedade. Profissionais, familiares, a comunidade escolar e o próprio aprendiz estão dentro desse processo, em que todos têm o seu papel, que envolve questões de natureza: administrativa, política e técnica.							A sociedade inclusiva explicada por Sassaki (1997) não se define apenas por possibilitar lugares adequados para todos. Para que essa sociedade se mostre de um modo inclusivo é preciso que a diversidade humana seja respeitada e valorizada, é necessário o aumento da aceitação das diferenças existentes e por outro lado a cooperação, a relevância do sentimento de pertencer, o convívio e a colaboração que todas as pessoas podem oferecer para possibilitar criar vidas em comunidades mais justas, mais tolerantes, mais humanitárias, saudáveis e satisfatórias.	Akashi e Dakuzaku (2001) acreditam que para a construção de uma sociedade ideal, é apropriado que todas as pessoas se repeitem por suas diferenças e singularidades, desse jeito trilham o caminho para o estudo sobre a educação inclusiva e sua nuances.									Mendes (2002) indica que os passos para a construção de uma escola inclusiva, acontece devido: a gestão escolar, adaptações escolares, o entendimento dos princípios norteadores desse modelo educacional e a criação de sua proposta pedagógica.												De acordo com Brasil (2001) para a escola inclusiva se tornar realidade é preciso que esse processo aconteça gradativamente, uma vez que a educação especial e o ensino regular necessitam ir se adaptando a nova realidade educacional, criando políticase exercendo práticas pedagógicas que asseguram a qualidade no ensino.								 	Franco (2001) aponta o investimento no capital humano como o principal fator para o desenvolvimento de projetos que apoiam a liberdade de opinião e superação da atual situação, ou seja, são fatores essenciais na construção da escola inclusiva. 	O mesmo autor destaca esses fatores como: o investimento em toda comunidade escolar, por meio de uma metodologia participativa, enfatizando o diálogo, percepção de mundo, da realidade, o reconhecimento de suas habilidades, valorização da autonomia cultural local, o trabalho entre teoria e prática, compreendendo o aluno como futuro cidadão e protagonista da nova geração, destacando a educação como fator para seu crescimento, reforçando a ideia de coletividade humana, com uma nova identidade onde vive, por meio da cooperação.	Romão (2000) confirma a ideia de que a escola inclusiva se mostra por uma prática democrática formada por direitos e deveres, sendo assim, uma escola que relaciona cidadania e democracia, na qual respeita as diversidades e as contradições existentes, ou seja, não existe cidadania sem democracia.		Capellini (2001) enfatiza que uma das convicções que fundamentam a escola inclusiva é de que a educação é um direito de todos. Todas as habilidades, conhecimentos e valores que tem por objetivos serem alcançados pelos alunos que possuem necessidades educacionais especiais, que são inclusos nas turmas regulares, devem ser proposto a todos os alunos. Contudo, o principio de igualdade precisa permanecer dentro da escola.								Para Neves (2002) os principais alicerces da educação são definidos atualmente pela construção do cidadão crítico e participativo, consciente dos seus direitos e deveres, vivendo com liberdade de escolha. Portanto, a educação se faz necessária não para reproduzir conhecimentos e sim educar para criar, para crescer e a aprender a aprender.				
				
3. GESTÃO ESCOLAR 
3.1 FUNDAMENTOS E CONCEPÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR
Luck (1997) expõe que a Gestão escolar, possui o significado de chamar para si, tomar decisões, investigar situações e agir de acordo sempre no coletivo. A gestão para educação é definida como a interação dos indivíduos nas decisões e a democratização da prática pedagógica, baseado em uma responsabilidade coletiva com objetivos educacionais significativos e eficazes.
Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e autocontrole (acompanhamento e avaliação com retorno de informações). A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em educação, que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade complexa, globalizada e da economia centrada no conhecimento. (LUCK, 2009, p. 24).
Diante do artigo. 12 a LBD apresentam as particularidades, correspondente à gestão democrática, mostrando a importância de entender que as escolas precisam interagir com as famílias e a comunidade. A gestão democrática relaciona harmonia com os mecanismos legais no planejamento de ações coletivas visando à participação de todos na tomada de decisões, como: a permanência dos alunos na escola, a administração dos recursos recebidos, entre outros.				A gestão democrática segundo Aguiar (2007) se consolidou em termos de legislação com a elaboração da Constituição federal de 1988, que instituiu a como princípio do ensino publico na forma de lei. Desse modo se tornou a primeira constituição do Brasil que estabeleceu a gestão democrática, no Art.206 relata que a base para o ensino se baseia em princípios de permanência na escola e igualdade de condições e da gestão democrática do ensino público.					A escola para Silva (2019) se identifica por um contexto plural, onde a diversidade é percebida em alunos, funcionários, professores, pais, além da comunidade. A CF/1988 previu que a gestão escolar deve ter como fundamento os princípios democráticos, principalmente porque foi à própria Constituição que iniciou o processo de democratização do acesso á escola pelas populações historicamente excluídas. 											Souza (2006) explica que a gestão escolar se propõe além de métodos e técnicas, compreendendo a capacidade de verificar e entender criticamente a realidade, planejando, administrando e desenvolvendo uma busca de resultados de qualidade. As interações sociais é o foco desse trabalho, com práticas voltadas para coletividade, visando o novo e o melhor para a transformação.				A gestão democrática conforme Luck (2000) é aquela realizada por ações práticas e participativas, uma vez que ela transforma as pessoas. Essa ideia de gestão só pode ocorrer se for realizada de modo efetivo e renovador, transformando não somente a escola, mas também quem trabalha juntamente com as pessoas e em favor dela, já que são para ela que a instituição existe.					A Gestão escolar é visto por Souza (2006) como um trabalho que absorve o dia a dia de uma escola, nesse sentido é preciso entender o processo político existente por meio de uma construção coletiva de normas de procedimentos que visam à comunicação e a singularidade, que incentiva mais diálogos e consideram todos pertencentes ao meio escolar.								O mesmo autor descreve que a gestão democrática, se iguala a um processo político envolvendo todas as pessoas que trabalham na escola que identificam, decidem, orientam, constroem, acompanham, atuam e verificam todas as ações focadas para o desenvolvimento da própria instituição escolar visando à solução dos problemas existentes.										A escola ganha um novo olhar como diz Bastos (2000) através da gestão democrática, por ela transformar o caminho da sociedade civil, inserindo conselhos escolares e diretores que promovam a possibilidade de criação e coordenação na instituição, a liberdade de pensamento e expressão, manutenção de ferramentas escolares e justa remuneração para todos os profissionais.					A comunidade jamais pode ser ignorada para Luck (2000) da participação da gestão das instituições escolares, essa interação necessita que a escola possua um perfil significativo de autonomia.									 Luck (2000) apresenta o conceito de gestão escolar:
As práticas principais que os gestores precisam ter é construir ambientes participativos, estabelecer uma visão de grupo associada a uma ação de cooperativismo, elicia um clima de confiança, reconhece as capacidades e aptidões dos participantes, quebra arestas, exclui divisões e integra esforços, solicita demanda de trabalho centrado nas ideias e não em pessoas, desenvolve a prática de assumir responsabilidades em conjunto”. (LUCK, 2000, p.18).
3.2 GESTÃO ESCOLAR E PROCESSO DE INCLUSÃO
	A gestão escolar no olhar da LBD 9.394/96 e seu art. 14 definem:
Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Tezani (2004) compreende a gestão escolar longe somente de ser uma técnica, ela se caracteriza por um incentivo ao diálogo, trocas de experiências, as comparações, as práticas, a observação e os erros. Liderança e profissionalismo pedagógico são as palavras chaves para essa atuação.					Repensar as práticas docentes e suas implicaçõessegundo Ribeiro (2000) é primordial para falar sobre inclusão, pois são através delas que se dão as repercussões na avaliação e na estruturação curricular.					Luck (2009) traz à tona a importância da gestão pedagógica, já que ela é uma das mais importantes variantes das dimensões da gestão escolar, na qual se relaciona diretamente com o objetivo da escola que é o de garantir o aprendizado, a formação dos alunos e o desenvolvimento das competências sociais e pessoais. Todas essas são contribuições necessárias para a vida em sociedade e introdução de pessoas no mercado de trabalho. 								A gestão e a função do gestor pedagógico estão juntas no cotidiano escolar, conforme Souza (2006), ele esclarece que essa prática é formada através de um gestor que presencie, que acompanhe e conduz as atividades realizadas na escola, além de manter uma dialogo com os professores sobre as dificuldades encontradas, é necessária a dedicação na atenção aos alunos especiais, à atenção das necessidades de atendimento a diversidade, a execução de metodologias de trabalho compartilhado, nunca focando em modos habitual de planejamento que acaba se mostrando consequência de um trabalho técnico isolado.			O trabalho em equipe é especificado por Silva (2015) como o objetivo de uma atuação educacional adequada. Através de uma prática coletiva, participativa, colaborativa pelos gestores e que busca estratégias e metodologias certas para o aluno especial é que se desenvolve a aprendizagem e o ensino. A instituição que se mostra a procura da inclusão coloca em pauta essa temática para discussão com professores no período de elaboração do projeto político pedagógico, levantando questionamentos sobre as práticas inclusivas que precisam ser realizadas na sala de aula.												Sage (1999) posiciona o gestor como o principal interessado do comportamento do professor que se destaca por ações, atitudes e pensamentos de cooperação em luta pela inclusão. Normalmente, professores receiam por inovações e temem riscos que podem ser entendido de uma forma negativa e com desconfianças pelos colegas que estão acostumados com práticas tradicionais. Por isso, o diretor precisa se mostrar firme diante dessas barreiras e apoiar os professores por meio de ações e atitudes que reforça esse pensamento inovador.	Dentro de uma escola que busca os princípios democráticos e de inclusão, Silva (2019) destaca uma figura muito importante dentro desse processo, que é o diretor. Sua gestão soma no seu trabalho centrado para que todas as pessoas inseridas na comunidade escolar participem e decidem questões junto com ele. Sua atuação também é importante para aproximar o professor do AEE e os professores de turmas regulares, como também de estimular a troca de conhecimentos entre os profissionais e refletir a interação da escola com os demais serviços públicos que agregam em uma educação de qualidade.Santanna entende que:
Todos os sujeitos são importantes para no processo educativo, dessa forma contribuem significativamente para a transformação social e a promoção da igualdade e equidade de condições. Dessa forma, a escola democrática combate discriminações e preconceitos de todos os tipos, com o objetivo de construir uma sociedade que inclua toda diversidade humana, além de promover uma educação de qualidade. (SANTANNA, 2015, p.56)
	A burocracia em escola é citada por Sage (1999) como um ponto negativo, no qual diminui a liberdade de decisão de professores, nesse sentido, contribui para que os serviços sejam irrelevantes e ineficientes, desfavorecendo o modelo de trabalho em equipe que é fundamental para a educação inclusiva. O trabalho em equipe fortalece a oportunidade de descobrir lideranças no âmbito escolar, o que faz que professores demonstrem comportamentos colaborativos.				A realidade da educação inclusiva o Brasil na fala de Pietro (2002) acontecera de fato quando as informações, as adaptações, os recursos e os sucessos se relacionarem com as esferas federais, união, municípios e estados. A troca de informações profissionais também é colocada como um avanço, já que através delas se da o crescimento na qualidade educacional e a ação pedagógica particular ou coletiva, promove a articulação e a construção de novas práticas.				A educação inclusiva no olhar de Mittler (2003) se revela da seguinte maneira:
O cotidiano da educação inclusiva relaciona com a superação de barreiras, à participação que pode ser experimentada por qualquer aluno. A tendência ainda é pensar em política de inclusão ou educação inclusiva como dizendo respeito aos alunos com deficiência e a outros caracterizados como tendo necessidades educacionais especiais. Além disso, a inclusão é constantemente vista somente como envolvendo o movimento de alunos das escolas especiais para os contextos das escolas regulares, com a implicação de que eles estão incluídos, uma vez que fazem parte daquele contexto. Em contrapartida, a inclusão é vista como um processo que nunca termina, pois é mais do que um simples estado de mudança, e como dependente de um desenvolvimento organizacional e pedagógico contínuo no sistema regular de ensino. (MITTLER, 2003, p. 35)
Lourenço (2010) coloca a educação inclusiva como uma perspectiva de que cada participante esta em transição, ou seja, nesse sentido as pessoas necessitam trilhar caminhos e ocupar espaços que desenvolva o seu potencial e interagindo com todos os funcionários da escola. 								Carvalho (2004) cita quais são as principais características que uma escola que luta pela inclusão precisa adquirir, segundo ele são: o trabalho em equipe, a valorização profissional de todos os professores, o aperfeiçoamento da base docente escolar, o treinamento de funcionários do ambiente escolar, o aproveitamento dos professores de salas especiais e a conscientização da comunidade escolar da importância dessa luta. Para ele a educação inclusiva é o significado de que ela foi feita para todos, sendo um lugar que aceita e atenda qualquer diferença particular e considerando toda e qualquer necessidade dos alunos. 												De acordo com Paro (2011) é essencial para a escola ser um ambiente onde se tem a participação de todos nas decisões que é referente a escola, dessa forma, fortalece a comunicação o funcionamento gerando mais qualidade de ensino. No que diz respeito ao planejamento de ensino, programação do calendário, conselho de classe, organização de eventos culturais, a escolha do livro didático, atividades esportivas e recreativas, formação de aulas, planejamento de grade curricular e de projetos, entre outros cabe à participação de toda comunidade escolar.			O mesmo autor destaca que papel de gestor é o mais importante, este tem o papel de identificar e estimular todos os talentos para que as metas sejam alcançadas, também motiva no grupo a consciência da importância do trabalho de cada um para a qualidade no ensino e mostrar que o seu papel é de um mediador e não controlador.										Rodrigues (2006) destaca a profissão de diretor como desafiante diante da busca pela educação inclusiva, já que além desse profissional ser um técnico (no que diz respeito à aplicação de técnicas padrões e conhecidas) também é um colaborador, que trabalha com funções estabelecidas por uma pirâmide hierárquica primeiramente determinada. Esse profissional precisa adquirir uma grande flexibilidade, uma forte autonomia, um preparo para desenvolver estratégias de intervenções em vários cenários. 								Pietro (2002) destaca que é fundamental para os gestores escolares se dedicaram pra que a educação inclusiva seja realizada na prática. Contudo, para que isso acontece é necessário discorrer sobre assuntos pertinentes sobre a democratização da aprendizagem e dos princípios que busca a gestão da escola.	Gadotii e Romão (2000) afirmam que a escola inclusiva precisa ser adepta de um projeto que estabeleça metas de curto, médio e longo prazo, onde se preocupam em atender as diferenças com atenção, dignidade e qualidade, reforçando a identidade da instituição como um ambiente deconstrução de conhecimento e cidadania.												Diante do ponto de vista decorrido, a escola inclusiva precisa promover dentro de sua instituição práticas que desenvolvam um clima favorável, que proporcione o saber, a cultura, a cidadania, ou seja, alunos com conhecimentos éticos, políticos, técnicos, autônomos, participativos, humanos e reflexivos. 	Todo esse movimento é possível a partir da realização desse pensamento pela gestão escolar que pode incentivar os processos democrático e participativo dentro da escola.		Nessa perspectiva a gestão escolar necessita olhar para realidade por outro viés, no qual visa fortalecer a mudança da educacional e social. O gestor escolar precisa se despir do trabalho individualizado e praticar o trabalho coletivo. A escola que se posiciona mediante a essas características mencionadas, trilha os caminhos para a construção de uma escola inclusiva, que não se faz apenas por incluir um aluno com necessidades especiais educacionais dentro de sala, porém se faz inclusiva no modo de oferecer sucesso escolar para todos os alunos. 					
	
										
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como finalidade observar os princípios da escola inclusiva, a concepção da gestão escolar democrática e como ambas se entrelaçavam no processo de construção da escola inclusiva. Nesse sentido ao entrar em contato com a literatura existente, foi perceptível enxergar que as práticas educacionais possuem muitas inquietações de como trabalhar para a construção de uma escola inclusiva e da qual a importância da gestão escolar democrática nesse processo. O trabalho apresentou quais as reais possibilidades de intervenção para desenvolver a educação inclusiva.								Nessa busca pela construção da escola inclusiva, foi observado que cabe a gestão uma prática além de uma técnica, é preciso valorizar as trocas de experiências, oportunizar as ideias, os pensamentos, as observações, as comparações, as tentativas e erros, é ser flexível e liderar com profissionalismo pedagógico. Cada instituição se apresenta com sua personalidade, suas singularidades, seus funcionários, seu corpo docente, seu clima, suas relações. Todavia, é notória a necessidade em que cada gestão escolar não estagne somente no seu cotidiano, pois essa postura prejudica sua proposta de trabalho.			A gestão democrática é participativa, é um processo de aprendizagem, de luta, é um ato político, envolve tomada de decisão, percepção do ambiente de trabalho, é estar disponível para intervenções e mudanças, é adotar práticas sociais, é estimular autonomia e democracia, é possuir iniciativas de propostas inovadoras e práticas, entre outras.										A gestão democrática se demonstra ainda carente de conscientização e dependente de políticas educacionais, se distanciando dos princípios da democracia que visa gerar abertura para alunos, docentes, funcionários e toda comunidade escolar, não exercitando sua democracia e práticas de cidadania. 				A conclusão encontrada na pesquisa é de que a gestão escolar se aproprie da sua posição e promova conscientização do papel de cada profissional e a especificidade do seu trabalho. Desse modo, é importante que a escola invista na organização e deixem seus funcionários cientes de suas responsabilidades para o fortalecimento da construção da escola inclusiva.					Portanto, a construção de uma escola inclusiva precisa ser entendida como um processo amplo, onde o ambiente escolar deve garantir condições físicas, além de gestores, professores e funcionários qualificados para que consiga acolher e proporcionar condições democráticas de participação dos alunos com necessidades educacionais especiais nesse processo de construção da aprendizagem, como também todos os alunos, valorizando as particularidades de cada sujeito e reconhecendo o direito de educação escolar desses alunos.
				
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