Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA NA LOMBALGIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA NORTE DOS SANTOS, Maristela NORTE, Kleber Sales RESUMO Introdução: Este estudo tem por objetivo apresentar os benefícios da fisioterapia na lombalgia por meio de uma revisão sistemática. Percebe-se que a lombalgia é uma patologia que vem preocupando a sociedade atual, haja vista a sua grande incidência, e as consequências que a mesma acarreta ao ser humano. Objetivo: descrever por meio de uma revisão sistemática os benefícios da fisioterapia para tratamento da lombalgia. Método: a busca por publicações sobre o referido tema realizou-se nas bases de dados PubMed, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico e Revistas, mediante os seguintes descritores: fisioterapia, lombalgia, terapia e funcionalidade, sendo pesquisados 45 artigos inerentes ao tema entre 2007 a 2017 com disponibilidade de texto completo. Resultados: 20 estudos foram selecionados e obedeceram aos critérios relacionados ao assunto, os dados foram analisados sistematicamente para a composição da conclusão final. Conclusão: A literatura disponível apresentou resultados positivos no tratamento da lombalgia através das variadas modalidades do exercício terapêutico. Mas, é importante que sejam realizados mais estudos que apresentem maior evidência cientifica comparando os benefícios da fisioterapia no tratamento da lombalgia com outras técnicas de tratamento. Palavras-chave: Fisioterapia, Lombalgia, Terapia ABSTRACT Introduction: This study aims to present the benefits of physical therapy in low back pain through a systematic review. It is perceived that low back pain is a pathology that is worrying the current society, given its great incidence, and the consequences that it entails to the human being. Objective: to describe, through a systematic review, the benefits of physical therapy for the treatment of low back pain. METHODS: PubMed, Scielo, Lilacs, Google Academic and Magazines databases were searched for publications on the subject by means of the following descriptors: physiotherapy, low back pain, therapy and functionality, 45 of which were articles related to the theme between 2007 to 2017 with full text availability. Results: 20 studies were selected and obeyed the criteria related to the subject, the data were analyzed systematically for the composition of the final conclusion. Conclusion: The available literature presented positive results in the treatment of low back pain through the varied modalities of the therapeutic exercise. However, it is important to carry out more studies that present more scientific evidence comparing the benefits of physical therapy in the treatment of low back pain with other treatment techniques. Keywords: Physical therapy, Back pain, Therapy INTRODUÇÃO A lombalgia é considerada uma das alterações musculoesqueléticas que mais afeta a sociedade, sendo também umas das principais causas de absenteísmo ao trabalho, causando incapacidade permanente em uma população ativa1. É um termo não especifico utilizado para descrever a dor nas costas2. A lombalgia como todas condições de dor, com ou sem rigidez no tronco, localizadas na região inferior do dorso, localizada entre o último arco entre a prega glútea3. Segundo Zavarize e Wechsler1 a dor lombar pode ser classificada de várias maneiras, sendo uma delas classificada de acordo com a duração. As agudas apresentam início súbito e com duração inferior a seis semanas, já as lombalgias subagudas tem duração de seis a doze semanas, e as crônica são definidas com duração superior a doze semanas. Pode-se afirmar que as dores lombares classificadas como crônicas são caracterizadas por uma síndrome incapacitante e por dor, que perdura após o terceiro mês, a contar a partir do primeiro episódio de dor aguda, além de gradativa incapacidade, muitas vezes tendo início impreciso e com quadros instáveis de melhora e piora4. A lombalgia atingiu valores epidemiológicos elevados, onde 38% da população mundial teve pelo menos um episódio de dor lombar4,13. No Brasil, cerca de 10 milhões de brasileiros ficam incapacitados por causa desta morbidade e pelo menos 70% da população sofrerá um episódio de dor na vida4. No entanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 80% dos sujeitos sofrem ou sofrerão de lombalgia, em algum momento da vida e, em 40% dos casos, a dor inicial tende a se tornar crônica. Ainda referenciando a Organização Mundial da Saúde a mesma reconhece a lombalgia como um comprometimento multifatorial que revela a perda ou anormalidade da estrutura da coluna lombar, de etiologia psicológica, fisiológica ou anatômica, levando a uma desvantagem que limita ou impede o desempenho das atividades físicas. Dentro dessa perspectiva podem-se evidenciar síndromes de uso excessivo, compressivas ou posturais, relacionadas à fraqueza muscular, desequilíbrios musculares, aumento da fadiga e instabilidade do tronco5. A prevalência da lombalgia crónica varia de acordo com as faixas etárias, sendo 3 a 4 vezes superior em indivíduos com mais de 50 anos, relativamente aos indivíduos da faixa etária dos 18 aos 30 anos. Mulheres, pessoas com estatutos socioeconómicos baixos, índices de escolaridade reduzidos e fumadores possuem um maior risco de sofrerem algum episódio de lombalgia14. Dada a elevada incidência e prevalência, aliadas às suas complicações, a lombalgia é atualmente considerada a maior causa de incapacidade em todo o mundo 3, 15. Nesse contexto, percebe-se uma grande incidência da lombalgia, porém existe uma grande quantidade de opções de tratamentos, especialmente na área da fisioterapia. Entre as opções de 3 tratamento, a terapia manual vem como uma alternativa e tem agradado a um grande número de profissionais e pacientes, mas, ainda há muita discussão acerca da sua eficácia e possíveis riscos devido a poucas publicações nesse âmbito. A fisioterapia pode ser uma possibilidade real de intervenção com adoção de medidas educativas e preventivas dessa enfermidade. Antes de traçar uma linha de conduta, o fisioterapeuta deve realizar uma minuciosa avaliação visando um tratamento efetivo. É interessante ter cada vez mais pesquisas que visem o estudo das técnicas de terapia manual, suas filosofias, avaliações e métodos de tratamento são de fundamental contribuição para o profissional fisioterapeuta, possibilitando uma importante ferramenta, para a avaliação e tratamento das disfunções encontradas. O tratamento pode ser observado como preventivo ou curativo. A abordagem fisioterapêutica dispõe de recursos eletroterapêuticos, terapia manual, alongamento, controle motor e condicionamento físico para alívio dos sintomas6, 16. Dentro da fisioterapia, têm diversas linhas terapêuticas para o tratamento da lombalgia. A escolha da conduta fisioterápica vai depender do diagnóstico e da gravidade da lesão. Além disso, é fundamental respeitar a individualidade de cada paciente. No entanto, esse estudo se propôs a abordar somente as técnicas de terapias manuais. MÉTODO Este estudo foi realizado a partir de uma revisão literária de artigos sobre os benefícios da fisioterapia na lombalgia. Segundo Souza e Ribeiro7 a revisão sistemática da literatura é uma revisão planejada da leitura cientifica que usa métodos sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente estudos relevantes sobre uma questão previamente formulada. Estudos realizados com revisão sistemática são avaliados e identificados como os mais relevantes para avaliação dos efeitos de uma determinada intervenção terapêutica, reduzindo possíveis revés que ocorreriam em uma revisão não sistemática. O levantamento bibliográfico para a realização da revisão sistemática buscou artigos publicados nos últimos dez anos (2007-2017) nas bases de dados PubMed, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico e Revistas, no idioma inglês e portuguêsmediante os seguintes descritores: fisioterapia, lombalgia, terapia e funcionalidade, sendo pesquisados 45 artigos inerentes ao tema com disponibilidade de texto completo. Após a leitura dos artigos encontrados, foram selecionados aqueles que cumpriam os critérios de inclusão e que ao mesmo tempo se mostravam relevantes para o desenvolvimento do trabalho. Posteriormente à análise de todo material coletado para a pesquisa, foi realizado um 4 resumo em forma de tabela, contendo as informações mais relevantes sobre os seguintes itens: introdução, materiais e métodos, resultados e conclusão. DADOS DE ANÁLISE DA PESQUISA Variáveis da lombalgia Foram encontrados 45 artigos nas bases de dados consultadas. Pela avaliação das sínteses, foram identificados os artigos que se encaixaram nos critérios de inclusão, que se resumiram em 20 artigos, sendo excluídos 25 artigos que não corresponderam ao interesse do estudo. Os estudos foram classificados em: estudo transversal retrospectivo; estudo transversal; estudo descritivo de abordagem qualitativa; estudo epidemiológico retrospectivo; estudo observacional exploratório descritivo e inferencial; estudo de caso-controle; estudo de coorte histórica; estudo longitudinal de coorte; estudo descritivo retrospectivo. A descrição dos artigos está apresentada no Quadro 1. Quadro 1 – Relação dos estudos utilizados na revisão. Autor/Ano Desenho Metodológico Resultados Neves; Serranheira 2014 Revisão Sistemática Bases de dados PubMed, Scielo Afirma que a abordagem terapêutica tem sua eficácia no tratamento da lombalgia Lizier, et al. 2012 Revisão de Literatura Bases de dados eletrônicas Os exercícios terapêuticos são os mais utilizados Volpato, et al. 2012 Estudo transversal retrospectivo, descritivo Os indivíduos submetidos a exercícios terapêuticos obtiveram resultados positivos para a dor lombar Tahara, et al. 2008 Revisão Bibliográfica e Relato de Caso com quadro de L Exercícios terapêuticos aumentaram a capacidade funcional Corrêa, et al. 2015 Revisão de Literatura e Estudo de Caso Com quadro de L Afirma que houve melhora da capacidade funcional Moraes et al. 2015 Revisão Sistemática nas bases de dados eletrônicas Scielo e Lilacs, Houve melhora significativa da dor Barros 2013 Revisão de Literatura Busca em base de dados Eletrônicas Período: 2003 a 2013 O uso terapêutico tem demonstrado eficácia no equilíbrio da atividade autônoma López-Dias et. al, 2015 Revisão de Literatura Período: 2011 a 2015 A realização de exercícios fisioterapêuticos específicos contribuiu para a melhora da lombalgia Araújo 2008 Revisão Sistemática Revistas indexadas Os estudos apontaram que a fisioterapia apresentou benefícios na reabilitação Cordeiro; Lima 2017 Revisão Sistemática A abordagem fisioterapêutica em está associada com diminuição da necessidade de internação hospitalar, 5 Bases de dados eletrônicos: MEDLINE (Pubmed), LILACS e SciELO aumento da satisfação do paciente e diminuição do quadro álgico. Araújo; Leite 2015 Revisão Sistemática realizada no Scielo, Lilacs e Periódicos CAPES Os pesquisadores encontraram diferentes respostas para o tratamento da lombalgia Martins et al, 2010 Estudo comparativo, amostra composta por 25 indivíduos diagnosticado com lombalgia A fisioterapia expressa melhoria significativa na capacidade funcional de pacientes com L Souza, Patrícia 2012 Revisão Bibliográfica Com o uso da fisioterapia, foi possível identificar as alterações posturais incorretas, podendo desse modo a prevenir pequenos vícios posturais. Pereira, Alessandro 2017 Revisão de literatura Para além de modalidades relacionadas com a terapia manual, a termofototerapia e modalidades cinesiológicas, que estão diretamente relacionadas com a intervenção do fisioterapeuta na LC, são ainda abordadas outras terapêuticas, como o yoga, a acupuntura, o uso de ortóteses e a intervenção multidisciplinar; modalidades farmacológicas orais e invasivas e procedimentos cirúrgicos. Silva; Giulliano Gardenghis 2016 Revisão sistemática de literatura Técnica de estabilização segmentar vertebral é eficaz na redução da dor e melhora da funcionalidade em pacientes com lombalgia Araujo 2012 Estudo comparativo Qualitativa A fisioterapia configura-se um importante meio de recuperação para propiciar uma melhor qualidade de vida aos mesmos. Albuquerque 2012 Estudo transversal retrospectivo Descritivo A fisioterapia proporciona maior flexibilidade, diminuição da tensão muscular e musculatura relaxada, dentre outros Leal et al. 2013 Abordagem longitudinal, quanti- qualitativa, A fisioterapia aquática contribuiu para a amostra em estudo, na redução dos sintomas dolorosos, proporcionando, além dos efeitos físicos, melhora da saúde psicológica com alívio do estresse e melhora da qualidade do sono Barros 2010 Estudo comparativo Descritivo O uso da técnica de terapia manual traz satisfação em sua aplicação. Kutzker, et al 2011 Revisão sistemática de literatura Os exercícios são eficazes, produzindo redução da intensidade da dor. Legenda: L = Lombalgia A fisioterapia contribui para todos os esses fatores, segundo Martins17 os exercícios de relaxamento, exercícios abdominais, alongamento passivo e massagem, são benéficos por 6 exercerem um efeito relaxante, contribuem com a melhora na ampliação do equilíbrio muscular, no alívio ao desconforto e na melhora na resistência e flexibilidade muscular. As gestantes submetidas ao acompanhamento fisioterapêutico, a maioria relatou que a dor diminuiu ou até mesmo cessou após os exercícios, muitas concordaram ser relaxantes, além de melhorar sua consciência corporal, o que permitiu que recorressem menos à ingestão de analgésicos, proporcionando mais confiança para a realização das atividades. No Brasil existem estimativas de que mais de 10 milhões de pessoas sofram com a incapacidade relacionada à dor lombar 18. A expectativa é de que cerca 70% a 80% da população sofrerá um episódio de dor na vida, tornando-se uma das patologias mais encontradas na prática fisioterapêutica 18. Em termos funcionais, é responsável por um custo financeiro significativo, já que o grande número de faltas ao trabalho nas empresas e instituições públicas privadas, além das incapacidades para vida diária por ela provocada atinge elevado percentual da população 17, 20. Uma condição de saúde como a lombalgia pode acarretar diversas limitações em diversos aspectos da vida de um indivíduo. O modelo de Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), proposto pela OMS, fornece uma estrutura para o entendimento e classificação da funcionalidade e da incapacidade associados aos estados de saúde, possibilitando, dessa forma, uma descrição mais completa e significativa da saúde das pessoas 8., 20 Os resultados presentes nestas publicações mostraram que a Fisioterapia é essencial para a reabilitação do paciente e tem se mostrado bastante eficaz no tratamento da lombalgia com exercícios de alongamento dos membros inferiores e tronco, fortalecimento e condicionamento muscular do tronco e dos músculos abdominais, obtendo uma redução da incapacidade e da dor8. Embora o exercício seja um dos poucos tratamentos baseados em evidências para a lombalgia crônica, a melhor forma de aplicar este tratamento é desconhecida9. Vários tipos de tratamento são encontrados na literatura, dentre eles, métodos que trabalham com a reorganização neuromuscular e com o controle postural. Rydeard10 afirma que a disfunção muscular na lombalgia não ocorre simplesmente por um problema de força e resistência, mas devido a uma alteração dos mecanismos de controle neuromuscular que afetam a estabilidade musculardo tronco e a eficiência de seus movimentos. Outros estudos apontam que a atuação do fisioterapeuta em UE é bastante ampla e no estudo de Lau e colaboradores12 foi avaliado o impacto da intervenção da fisioterapia em 121 pacientes com dor lombar. Nesse trabalho foi comparado o atendimento convencional com a abordagem fisioterápica especifica através de educação postural e treino para caminhada sendo assim nesse cenário houve uma diminuição significativa da dor lombar e aumento da satisfação dos pacientes. 7 Lombalgia é a dor que acomete a coluna lombar. Esta pode ser classificada como específica, quando apresenta uma causa definida e como inespecífica quando não existe um fator causal, podendo nesse caso ser chamada de idiopática. Quando a dor lombar persiste por um período maior que 3 meses é dita lombalgia crônica. Pode acometer ambos os sexos e sua intensidade é variável. Em seus estudos Santos20 afirma que foi universalmente divulgado os benefícios que o alongamento proporciona a pessoa com lombalgia, todos eles porém, visam uma melhor qualidade de vida, dentre eles podemos citar: Diminui a tensão dos músculos: executando exercícios de alongamento, a musculatura fica relaxada o que consequentemente vai diminuir ou extinguir a tensão muscular; Melhora da amplitude de movimento: ao se manter um ritmo constante de alongamento ganha-se amplitude o que faz com que nossos membros possam se movimentar mais antes que chegue a um nível lesional. Em estudo com seis pacientes portadores de hérnia de disco lombar, Azevedo et al.,13 demonstraram que um programa de exercícios estabilizadores, 3 vezes na semana, totalizando 15 sessões, estimula a contração dos músculos estabilizadores profundos e o aumento do trofismo do ML. Neste estudo o alívio do quadro álgico não foi completo, porém verificou-se melhora no nível de dor. Da Silval8 em uma revisão de literatura, constatou a eficácia da ESV nas lombalgias e principalmente na prevenção de sua recidiva. Esse dado demonstra a importância da utilização destes exercícios como uma maneira de prevenção para dor lombar. Uma revisão sistemática com meta-análise verificou que a ESV melhora a dor, porém não é mais eficaz do que qualquer outro exercício ativo em longo prazo. Da Silva20 realizou um estudo comparando os exercícios de ESV e exercícios gerais, versus somente exercícios gerais para pacientes com recorrência de dor lombar e encontraram que o programa de exercícios gerais pode ser mais adequado para pacientes com episódios recorrentes de lombalgia inespecífica subaguda ou crônica quando não há sinal de instabilidade evidente. Outro estudo encontrou que ESV e terapia manipulativa produzem ligeira melhora da função e percepção em curto prazo que o exercício geral, mas não melhores efeitos de médio e longo prazo em pacientes com lombalgia crônica inespecífica. Em suas pesquisas Azevedo, e colaboradores17, realizaram um estudo onde foram incluídos 358 indivíduos com história de dor osteomuscular, onde todos eram cirurgiões-dentistas, sendo que a população do estudo era composta por 119 mulheres e 236 homens, com idade média de 41 anos, com um percentual de 67% dos indivíduos considerados dentro dos padrões normais em relação ao índice médio corporal. A média de tempo de trabalho na profissão foi de 16 anos, variando de 2 a 44 anos, e mais da metade (54%) tinham acima de 15 anos de exercício de 8 profissão. Dentre estes dentistas, 58% deles, apresentaram queixa de dor musculoesquelética em um ou mais regiões do segmento superior do corpo, dos quais 41% tem queixa em apenas uma região, 14% em duas e 3% em três locais. A maior prevalência em relação ao segmento corporal ficou o membro superior com uma estimativa de 22%, em seguida, considerada como segunda a coluna torácica e/ou lombar com 21% respectivamente, mas prevalecendo a lombar. Em terceiro lugar, apareceu o pescoço com 20%, seguido do ombro com 17% de casos. Já no tocante a dor, a maioria considerou a dor como leve ou moderada (42% e 45% respectivamente), e 12% qualificou como forte. Em relação a frequência da dor na região lombar, ressaltaram sentir diariamente (35%) ou ao mês (39%). 3,17 Continua a haver incertezas sobre a abordagem mais eficaz de exercício para a lombalgia. Foi feita uma revisão sistemática para identificar as características de cada exercício para diminuir a intensidade da dor e melhorar a função em pacientes com lombalgia inespecífica16, 18. Exercícios de alongamento e fortalecimento foram mais eficazes em relação aos outros tipos de terapias. No entanto, em outra revisão sistemática4,20, ao procurar qual o melhor método de intervenção física e de reabilitação para lombalgia, os autores investigaram exercícios, escola de coluna, estimulação elétrica transcutânea, laser de baixa intensidade, educação, massagem, terapia comportamental, tração, tratamentos multidisciplinares, termoterapia 26. O resultado encontrado demonstra um número expressivo de indivíduo com dor lombar, levando em consideração ao tempo de trabalho e a posição muito tempo sentado com a coluna encurvada, com pouco tempo de intervalo.de descanso, assim como também, movimentos repetitivos. Não foram encontrados estudos que justificassem o porquê da ineficácia da estabilização na dor lombar aguda, porém sabe-se que ela é efetiva apenas em casos crônicos. Hayden e cols (2) citaram que os exercícios de estabilização na dor aguda geram os mesmos resultados do que nenhuma intervenção, ou do que os tratamentos conservadores. Willardson et al, 19 observaram que tanto em solo estável quanto em solo instável ocorre uma ativação semelhante da musculatura profunda da coluna, sugerindo que não há vantagem em se treinar os músculos estabilizadores em superfícies instáveis, uma vez que ao serem associados ao levantamento de cargas, esses exercícios podem se tornar perigosos. Correa, et al² (2008) investigaram em seus estudos, onde foi composta por 775 pessoas, dos quais 119 eram do sexo feminino e 236 do sexo masculino, apresentavam queixa de dor lombar, sendo que a prevalência da lombalgia configurava em torno de 52,8% do total dos participantes. A estimativa do estudo diz que as mulheres, após a análise dos dados, representavam a maior prevalência de lombalgia com um percentual de 54,2% em relação aos homens que foi de 45,8%. A justificativa plausível ao que esses dados representam no estudo dos autores, foi devido sobre a 9 postura inadequadas, movimentos repetitivos, tensão muscular e estresse, que são sabiamente alguns fatores da gênese da lombalgia. Contudo, apesar da elevada prevalência de dor lombar na população estudada, e de ter causado transtorno aos mesmos, o percentual de afastamento foi muito baixo com um percentual de 0,4%, sendo que os indivíduos também tiveram uma baixa na procura de auxílio no tratamento da dor lombar com um percentual de 6.9%, assim, portanto, a lombalgia não foi incapacitante a ponto de causar uma repercussão no que tange ao absenteísmo ou ao tratamento desta patologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização deste trabalho nos possibilitou o conhecimento e identificação das particularidades da importância da fisioterapia no tratamento da lombalgia. Nas literaturas revisadas alguns autores tiveram algumas concordâncias sobre o uso de exercícios e técnica de fisioterapêutica são capazes de beneficiar pacientes com lombalgia. Observações engajadas como, exercícios de relaxamento, exercícios abdominais, massagem reduziram a incidência das alterações musculoesqueléticas. De modo que, na literatura estudada observou-se que o acompanhamento fisioterapêutico durante a gestação reduz a incidência de algias, controla a ansiedade, melhora a autoestima, melhora da imagem corporal, melhora a qualidade do sono e traz diversos benefícios musculoesqueléticos, desde que praticados dentro de limites ideais para acondição das gestantes, revelando-se, assim, a fundamental importância da fisioterapia. Os objetivos propostos neste trabalho de revisão sistemática foram alcançados, pois procurou-se realizar uma revisão da literatura em relação aos benefícios da fisioterapia como forma de tratamento da lombalgia. Como citado no decorrer do artigo é fundamental o conhecimento desses principais fatores para subsidiar uma atuação mais efetiva da equipe multidisciplinar no tratamento da lombalgia com o uso da fisioterapia. Diante dos dados encontrados, percebemos diversos fatores para o uso da fisioterapia no o tratamento e acompanhamento da lombalgia, sendo estes relacionados a aspectos que muitas vezes são passíveis de intervenção dos profissionais da saúde. Deste modo, este trabalho traz subsídios para o profissional fisioterapeuta que deve estar atento a todas as formas de assistência, e tratamento, bem como um desafio para os profissionais da saúde. É necessário priorizar e planejar ações que sejam efetuadas. Quanto ao resultado do estudo sobre os benefícios da fisioterapia, foi possível identificar alterações posturas incorretas podendo-se assim prevenir futuros vícios posturais. Através dessa avaliação o resultado da pesquisa foi positivo, e possível através de um atendimento e uma 10 identificação precoce que se previnam o desconforto. Por consequência esses resultados contribuíram para o aprendizado da área de fisioterapia, e para formação profissional e educacional do pesquisador à medida que proporcionou a construção de conhecimento acerca do assunto abordado, através de pesquisa cientifica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Zavarize, S. F,; Wechsler, S. M. Perfil criativo e qualidade de vida: implicações em adultos e idosos com dor lombar crônica. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v.15, n.3, p. 405, jul/set 2016. 2. Correa, Cyntia OS; Guedes, Isabela O; Vieira, Marcela T; Muniz, Marielle NM. Métodos pilates versus escola de postura, análise comparativa tratamento lombalgia. HU Revista, Juiz de Fora, v. 41, n. 1 e 2, p. 85-91, jan./jun. 2015. 3. Neves, A formação de profissionais de saúde para a prevenção de lesões musculoesqueléticas ligadas ao trabalho a nível da coluna lombar: uma revisão sistemática. Elsevier Doyma. Rev. port saúde pública, 2014;3 2(1):89-105. 4. Barros, Glauber Diniz. Terapias Manuais na Lombalgia: Revisão da literatura. São Paulo: Faculdade Ávila, 2013. 5. Junior, M. H.; Goldenfum, M. A.; Siena, C. Lombalgia Ocupacional. Rev. Ass. Med. Bras., São Paulo, v.56, n.5, p. 583-584, 2010. 7. Lizier, Daniele Tatiane; Perez, Marcelo Vaz; Sakata. Rioko Kimiko. Exercícios para Tratamento de Lombalgia Inespecífica. Rev Bras Anestesiol, 2012; 62: 6: 838-846 8. Volpato CP, Fernandes SW, Carvalho NAA, Freitas DG. Exercícios de estabilização segmentar lombar na lombalgia: revisão sistemática da literatura. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2012;57(1):35-40 9. Tahara, N., Gatti, A. C., Rafachino, E. C. B., Walsh, I. A. P. Efeitos de um programa educacional e de exercícios fisioterapêuticos na avaliação da dor e da capacidade funcional de indivíduo com lombalgia: Relato de caso. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 61-66, jan./abr. 2008. 10 Rydeard, R, Leger A, Smith D. Pilates-based therapeutic exercise: effect on subjects with nonspecific chronic low back pain and functional disability: a randomized controlled trial. J Orthop Sports Phys Ther. 2007; 36: 472-84. 11. Cordeiro, André Luiz; Lima Tiane Greice. Fisioterapia em unidade de emergência: Uma revisão sistemática. Revista Pesquisa em Fisioterapia. 2017 maio; 7(2):276-281. 12. Bodilsen AC, Klausen HH, Petersen J, Beyer N, Andersen O, Jorgensen LM et al. Prediction of Mobility Limitations after Hospitalization in Older Medical Patients by Simple Measures of Physical Performance Obtained at Admission to the Emergency Department.PLoSOne.2016;19;11(5):e0154350.doi:10.1371/journal. pone.0154350 11 13. Hoy D., Bain C., Williams G., March L., Brooks P., Blyth F., Woolf A., Vos T., e Buchbinder R. (2012). A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis & Rheumatism, 64(6), 2028-2037. 14. Meucci R. D., Fassa A. G., e Faria N. M. X. (2015). Prevalence of chronic low back pain: systematic review. Revista de Saúde Pública, 49. 15. Buchbinder R., Blyth F. M., March L. M., Brooks P., Woolf A. D., e Hoy D. G. (2013). Placing the global burden of low back pain in context. Best Practice & Research Clinical Rheumatology, 27(5), 575-589. 16. Santos, K. G. L. L.; et al., Prevalência de lombalgia em praticantes de exercício contra - resistência. Rev. Fisioterapia Brasil. v. 5, n. 1, jan/fev 2014. 17. Martins, Roseny Flávia. Algias Posturais na Gestação: Prevalência e Tratamento. Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, 2012. 18. NAVEGA, M.T.; TAMBASCIA, R.A. Efeitos da terapia manual de Maitland em pacientes com lombalgia crônica. Terapia Manual, v. 9, n. 44, p. 450-456, 2011. 19. Silva LMNB, Rosa AS, Belchior ACG, Padilha RFF, Carvalho PTC. A eficácia dos exercícios de estabilização segmentar em pacientes com lombalgia crônica. Rev Bras Fisioter. 2017;11(Supl):6-6 20. Siqueira GR, silva GAP. Alterações posturais da coluna e instabilidade lombar no indivíduo obeso: uma revisão de literatura. Fisioter. Mov.2011;24(3):557-566.
Compartilhar