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Medicina Avaliação Nutricional

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
RAMYLLA COSTA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE 
CINCO ANOS INTERNADAS NO HOSPITAL INFANTIL DE RORAIMA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista, RR. 
2016. 
 
RAMYLLA COSTA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE 
CINCO ANOS INTERNADAS NO HOSPITAL INFANTIL DE RORAIMA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista, RR. 
2016. 
Monografia apresentada como pré-
requisito para a conclusão do curso 
de Medicina, da Universidade 
Federal de Roraima. 
Orientadora: MS. Adelma Alves de 
Figueirêdo. 
RAMYLLA COSTA DE OLIVEIRA 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE 
CINCO ANOS INTERNADAS NO ÚNICO HOSPITAL INFANTIL DE 
RORAIMA. 
 
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Bacharelado 
em Medicina, da Universidade Federal de Roraima, avaliada pela seguinte banca 
examinadora: 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Adelma Alves de Figueirêdo. 
Prof. MS. Especialista do Curso de Medicina – UFRR 
 
 
 
Antônio Carlos Sansevero Martins 
Prof. Especialista do Curso de Medicina – UFRR 
 
 
 
 
 
Blenda Avelino Garcia 
Médica convidada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
Dedico este trabalho à minha mãe, Luzimar Costa Ramos, pelo carinho e amor dados 
ao longo da vida, mas, principalmente, ao longo do curso. Obrigada. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus por me guiar e nunca me abandonar, mesmo nos dias em que eu não 
soube entender seus planos. 
 
A minha mãe, pelo amor incondicional. 
 
A minha família, dos mais próximos aos mais distantes, por terem me 
impulsionado a seguir nessa caminhada. 
 
Aos amigos de faculdade, pela parceria que me ofereceram em especial nos 
anos de internato. 
 
Aos amigos de fora da faculdade, que tanto fizeram falta, mas sei que sempre 
compreenderam e torceram pela realização desse sonho. 
 
Ao meu companheiro para todos os momentos, Yuri. 
 
A minha orientadora Dra. Adelma Alves de Figueirêdo pela paciência e 
sabedoria transmitidas. 
 
Aos pais e responsáveis pelos pacientes que aceitaram participar desta 
pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta. Mas não há necessidade 
de oferecer-lhes uma cadeira.” 
Joseph Joubert 
RESUMO 
 
Este projeto visa conhecer o estado nutricional das crianças menores de cinco 
anos que foram internadas no único hospital infantil do Estado de Roraima, no 
período de 1 de abril a 31 de maio de 2016, bem como, as patologias à 
admissão e a evolução do estado nutricional durante a internação. Para isso, 
após autorização dos pais ou responsáveis, aplicou-se um questionário e foi 
realizada a antropometria do paciente (peso e altura). Os objetivos específicos 
traçados para tal pesquisa foram: avaliação nutricional das crianças; avaliar as 
doenças mais prevalentes no grupo dos desnutridos e no dos eutróficos; avaliar 
o impacto da hospitalização sobre o estado nutricional. Á admissão, encontrou-
se a prevalência de desnutrição de 31,7% para o índice P/I, 41,5% para E/I e 
19,5% para P/E. Na avaliação da alta, para o índice P/I não se verificou 
alteração na prevalência de DPE para nenhum dos índices. Ao correlacionar as 
doenças mais prevalentes com o estado nutricional, observou-se que no grupo 
dos desnutridos prevaleceram afecções respiratórias (50%), seguidas por 
GECA (42,3%). Já no segundo grupo, dos eutróficos, predominaram outras 
patologias, correspondendo a 46,7% dos diagnósticos, seguidas por afecções 
respiratórias (26,7%) e GECA (26,6%). 
 
 
 
Palavras-chave: Antropometria. Nutrição. Deficiência nutricional. Desnutrição 
proteico-energética. Desnutrição hospitalar. Admissão. Alta. Roraima. 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Classificação do estado nutricional de acordo com a OMS (modificado) ............... 17 
 
Tabela 2: Distribuição das crianças, segundo classificação nutricional considerando o índice 
P/I, à admissão e alta hospitalar.............................................................................................. 29 
 
Tabela 3: Informações gerais das crianças à admissão no Hospital da Criança Santo Antônio 
– Boa Vista (RR), no período de abril a maio de 2016............................................................. 32 
 
Tabela 4: Caracterização social, econômica e demográfica das crianças à admissão no 
Hospital da Criança Santo Antônio – Boa Vista (RR), no período de abril a maio de 2016. ... 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIAÇÕES 
 
CDC- Center for Disease Control and Prevention 
DEP- Desnutrição Energético-Proteica 
E/I - Estatura para Idade 
GECA- Gastroenterocolite aguda 
HCSA- Hospital da Criança Santo Antônio 
HIV- Vírus da Imunodeficiência Humana 
IMC – Índice de Massa Corporal 
NCHS- National Center for Health Statistcs 
OMS- Organização Mundial da Saúde 
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde 
P/I - Peso para Idade 
P/E - Peso para Estatura 
PNS- Pesquisa Nacional de Saúde 
RR- Roraima 
SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional 
SUS – Sistema Único de Saúde 
TN- Terapia Nutricional 
UTI – Unidade de Terapia Intensiva 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................11 
2 OBJETIVOS...................................................................................................12 
 2.1 OBJETIVOS GERAIS................................................................................12 
 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................12 
3 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................13 
 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO E AMOSTRA.....................................13 
 3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS..............................................13 
 3.4 AMOSTRA............................................................................................... 13 
 3.5 ANÁLISE DE VARIÁVEIS........................................................................ 14 
 3.6 LOGÍSTICA.............................................................................................. 16 
 3.7 ANÁLISE DE DADOS.............................................................................. 17 
4 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................18 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................28 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................40 
 REFERÊNCIAS..............................................................................................41 
 ANEXOS 
 ANEXO I- Termo de consentimento livre e esclarecido..................................48 
 ANEXO II- Questionário..................................................................................49 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A segurança alimentar e nutricional envolve fatores relacionados desde a 
produção do alimento, nos setores agrícola e industrial, importação, acesso e 
conservação, passando por fatores sociais, como o poder aquisitivo, e culturais 
(exemplo: hábitos regionais).Levando em consideração tal conceito é de se esperar que, em uma região 
onde o acesso é mais difícil (dificultando a produção, transporte e 
conservação), e os hábitos alimentares regionais são tão expressivos, 
tenhamos alguma dificuldade nessa cadeia. O que gera interferência nos 
índices nutricionais da população, principalmente dos mais vulneráveis. 
Sabe-se também, que, crianças desnutridas apresentam frequentemente maior 
incidência de infecções, retardo no crescimento, alteração no desenvolvimento 
psicomotor, retardo da cicatrização, alterações metabólicas e imunológicas. 
Apesar desses conhecimentos científicos e amplamente aceitos, existe um 
déficit de informações sobre o estado nutricional da população infantil 
internada, principalmente na região Norte, o que pode mascarar o problema da 
insegurança alimentar e nutricional e sua real magnitude. 
Portanto, com um estudo voltado para a região Norte, e que avalie a 
prevalência das patologias no grupo de desnutridos versus o grupo de 
eutróficos, poderemos sugerir políticas públicas direcionadas ao tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
 
 
2.1. GERAL 
 
 
 Conhecer o estado nutricional das crianças à admissão e à 
alta hospitalar. 
 
 
 
2.2. ESPECÍFICOS 
 
 
 Avaliar as doenças mais prevalentes no grupo dos desnutridos 
e no dos eutróficos; 
 Avaliar se há impacto da hospitalização sobre o estado 
nutricional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
3.1 DELINEAMENTO 
 
 
Trata-se de um estudo descritivo, observacional e prospectivo. 
 
 
3.2 LOCAL DO ESTUDO 
 
 
O Hospital da Criança santo Antônio é o centro de referência do Sistema Único 
de Saúde (SUS) no Estado de Roraima para atendimento terciário em 
pediatria. Está localizado na capital, Boa Vista, e atende crianças oriundas de 
todos os municípios do Estado e também dos países vizinhos, Guiana Inglesa 
e Venezuela. 
 
3.3 AMOSTRA 
 
3.3.1 - Critérios de inclusão 
Foram incluídos todos os pacientes menores de cinco anos hospitalizados por motivos 
clínicos nas unidades de internação, exceto na enfermaria cirúrgica e nas UTIs. 
 
3.3.2 – Critérios de exclusão 
Foram excluídas crianças com tempo de internação hospitalar menor que cinco dias, 
as portadoras de doenças crônicas, como encefalopatia hipóxico-esquêmica, lúpus, 
doença inflamatória intestinal, fibrose cística,..., aqueles que em algum momento 
foram admitidas na UTI e as com patologias cirúrgicas. Também foram excluídos os 
pacientes cuja avaliação antropométrica não foi realizada nas primeiras 24h da 
admissão. 13 
3.4 VARIÁVEIS EM ESTUDO 
 
3.4.1 Variáveis demográficas: 
Gênero: masculino ou feminino; 
Idade: quantificada em meses; 
Raça: ocorreu apenas diferenciação entre índios e não-índios; consideramos 
como indígenas aquelas que se auto declararem índios, aldeados ou não 
aldeados. 
Local de origem: o acompanhante informou se a criança veio da própria 
residência, referenciada da rede de atenção primária ou foi encaminhada de 
um hospital. 
Duração da gestação: classificada em termo, pré- termo, pós- termo, não 
consta ou não apresentou cartão da criança – só utilizamos as informações que 
estiverem escritas no resumo de alta da maternidade ou no cartão da criança; 
Peso e altura ao nascer: copiado do cartão da criança ou do resumo de alta da 
maternidade e, na falta deste, colocamos não consta. 
Estado vacinal: aceito apenas com a visualização do cartão vacinal. Na 
ausência deste, foi considerado no questionário como “não apresentado”; 
3.4.2 Variável Sócio - ambientais: 
Residência: definimos o município onde o paciente reside à admissão, quando 
este na capital, identificamos também o bairro. Caso o paciente fosse 
estrangeiro anotamos o país de origem. 
Renda familiar: considerou-se o somatório dos rendimentos de todos os 
membros da família no mês anterior à entrevista, estratificando-se em menor 
de um salário mínimo, um a dois salários mínimos, dois a três salários mínimos 
e maior que três salários mínimos. O valor do salário mínimo foi o vigente no 
mês do início da pesquisa. 14 
Pessoas que residem com a criança, incluindo ela mesma: estratificou-se em 
menos de cinco moradores, cinco a sete, oito a dez ou mais de dez moradores. 
Escolaridade da mãe: foram assinaladas dentre as opções: analfabeta, ensino 
fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino médio 
incompleto, ensino médio completo, ensino superior incompleto, ensino 
superior completo e mestrado ou doutorado. 
3.4.3 Variáveis clínicas: 
 
Dias de internação hospitalar (DIH): calculado pela diferença entre a data de 
alta e a data de admissão, em dias; 
Diagnóstico clínico: foram anotadas todas as causas da internação, conforme 
anotação médica no prontuário, registradas à admissão na enfermaria, mas foi 
considerado para este estudo apenas o diagnóstico que motivou a internação. 
Avaliação nutricional pelo médico assistente: em um primeiro momento as 
respostas consistiram em “sim” ou “não”. Caso a resposta fosse “sim”, a 
avaliação era classificada em subjetiva, antropométrica ou bioquímica; 
Intervenção nutricional por parte do médico assistente/nutricionista: as 
respostas eram “sim” ou “não”. Consideramos como intervenção: chamar o 
nutricionista para avaliação e programação nutricional, suplementação de 
Zinco, cobre, megadose de vitamina A, prescrição de dieta hipercalórica e/ou 
hiperproteica. 
3.4.4 Variáveis Antropométricas: 
Peso e estatura das crianças na admissão e na alta: as crianças menores de 
dois anos e/ou até 15 kg foram pesadas sem roupa em balança digital, com 
capacidade de 15 kg e precisão de +5g. O comprimento foi aferido em decúbito 
dorsal sobre uma superfície plana, com a utilização de régua antropométrica, 
com escala em centímetros, até o máximo de 110 centímetros, sempre com 
ação conjunta de dois examinadores para garantir o correto posicionamento da 
cabeça e fixação de ambos os pés. 15 
As crianças acima de dois anos e/ou pesando mais de 15 kg foram pesadas 
com o mínimo de roupa possível, em balança digital tipo adulto, com 
capacidade de 150 kg e precisão de 100g. A altura foi aferida com a criança em 
pé, encostada em régua vertical com escala métrica, em centímetros, medindo 
até 180 cm. 
Índice de massa corporal (IMC) da criança: a pesquisadora realizou as medidas 
antropométricas da criança (peso e altura), em seguida calculou o IMC através 
da fórmula: peso (Kg)/ altura2 (m2), e, então, classificou o resultado em: IMC 
adequado para a idade (≤ +1 e ≥ - 2 escores z); obesidade (> 3 escores 
z);sobrepeso (≤ +3 e ≥ +2 escores z); risco de sobrepeso (≤ +2 e >+1escores 
z);magreza (< -2 e ≥ -3 escores z), magreza acentuada (< -3 escores z), 
segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde. 
3.5 LOGÍSTICA 
 
 Foi realizado previamente um estudo piloto, de modo a legitimar o 
questionário e identificar dificuldades e dúvidas dos pesquisadores e dos 
entrevistados; 
 A pesquisadora identificou diariamente os pacientes admitidos nas 
enfermarias nas últimas 24 horas; 
 Se o paciente admitido preenchesse os critérios de inclusão, era 
explicado aos pais e/ou responsáveis sobre o objetivo do estudo e então 
obtiamos o consentimento livre e esclarecido (anexo1); 
 Após a autorização, foi aplicado um questionário previamente 
confeccionado (anexo 2) aos pais ou responsáveis que acompanhavam 
a criança e, se necessário, com o auxilio de um intérprete. A avaliação 
antropométrica foi realizada pelo próprio pesquisador(a), nãosendo 
consideradas medidas de altura ou peso encontradas no prontuário. O 
procedimento era realizado até 24h da admissão e no momento da alta 
hospitalar; 
 
3.6 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA 16 
Os dados foram tratados pelo programa ANTHRO/2006 que utiliza os padrões 
da Organização Mundial de Saúde (2006) e calcula o escore z para as relações 
estatura/idade (E/I), peso/idade (P/I) e peso/estatura (P/E) e classificação do 
estado nutricional baseado nos critérios recomendados pela OMS modificados 
(tabela 1). 
 
Desnutrição energético-
proteica (DEP) 
Estatura/idade 
Escore-z 
Peso/estatura 
Escore-z 
Peso/idade 
Escore-z 
Leve -1 a -1,99 -1 a -1,99 -1 a -1,99 
Moderada -2 a -2,99 -2 a -2,99 -2 a -2,99 
Grave Abaixo de -3 Abaixo de -3 Abaixo de -3 
Tabela 1. Classificação do estado nutricional de acordo com a OMS (modificado). 
 
Quanto à evolução do estado ponderal, foi considerada a diferença entre o 
escore z da alta e o da admissão do índice P/I, para determinar ganho ou perda 
ponderal durante a evolução à hospitalização. 
 
3.7 ANÁLISES DE DADOS 
Os dados obtidos foram ingressados em uma planilha utilizando o programa 
Microsoft Excel 2011, e, então, foram analisados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
4. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a desnutrição como “uma 
gama de condições patológicas com deficiência simultânea de proteínas e 
calorias, em variadas proporções, que acomete preferencialmente crianças de 
pouca idade e está comumente associada a infecções” (OMS, 1999). 
A má nutrição corresponde a um desequilíbrio na ingesta de nutrientes 
essenciais para o organismo. Trata-se de um termo que inclui a obesidade, o 
sobrepeso, o baixo peso e várias deficiências nutricionais, no senso amplo. 
Mas, no senso estrito chamaremos de desnutridas aquelas crianças com déficit 
de peso e/ou altura para a idade (KRUIZENGA H.M., 2005). 
A desnutrição energético-proteica (DEP) pode ser definida como uma doença 
multifatorial de alta letalidade, capaz de promover diversas alterações 
fisiológicas na tentativa de adaptar o organismo à escassez de nutrientes 
(SARNI R.O., MUNEKATA R.V., 2012). 
Vale ressaltar que a OMS considera apenas a recuperação P/E como critério 
de alta hospitalar. Embora mais lenta, a monitorização do índice E/I é 
fundamental no seguimento ambulatorial posterior à alta hospitalar, uma vez 
que o déficit estatural consequente à DEP relaciona-se com várias sequelas na 
vida adulta, incluindo maior incidência de doenças crônicas não transmissíveis 
e pior desempenho cognitivo futuro (OMS, 2005). 
A desnutrição pode ocorrer precocemente, já na vida intrauterina (baixo peso 
ao nascer), ou cedo na infância, em decorrência da interrupção precoce do 
aleitamento materno exclusivo e da inadequada alimentação complementar nos 
primeiros dois anos de vida, associada muitas vezes à privação alimentar ao 
longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas 
diarreicas e respiratórias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). 
No âmbito hospitalar, a desnutrição, desde sua identificação nas décadas de 
70, preocupa os profissionais da saúde, visto que prejudica a função imune, 
 18 
interferindo na susceptibilidade às infecções, cicatrização e 
resposta inflamatória, o que pode provocar um aumento no tempo de 
hospitalização e aumento da mortalidade (MAICÁ A.O., SCWEIGERT I.D., 
2008). 
A OMS estima que cerca de 150 milhões de crianças menores de cinco anos 
apresentam baixo peso para sua idade e 182 milhões têm baixa estatura. De 
modo que, de todas as crianças com idade abaixo de cinco anos em países em 
desenvolvimento, cerca de 30% apresentam baixo-peso, 38% déficit de 
estatura e 9% déficit de peso para altura. Alguns autores referem, no entanto, 
que esses valores podem estar subestimados devido a dificuldades para o 
cálculo de cifras exatas sobre a prevalência mundial de desnutrição (de ONIS, 
2006). 
Já os dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mostram que a 
cada ano, mais de 200 mil crianças morrem antes dos cinco anos nas 
Américas, devido a desnutrição e doenças preveníveis. Dentre as crianças com 
desnutrição grave, 20 a 30% delas vão a óbito durante tratamento nos serviços 
de saúde desses países (ROCHA GA, ROCHA EJ, MARTINS CV., 2006). 
No Brasil, as regiões mais pobres do país Norte e Nordeste, concentram os 
casos de déficit nutricional segundo o indicador P/I. Por outro lado, nas outras 
regiões do país, a prevalência do déficit nutricional alcança valores muito 
próximos àqueles esperados em uma população que não sofra agravos 
nutricionais. A diferença entre áreas urbana e rural, exceto na região Sul, ainda 
é acentuada no Brasil. A região Norte mostrou-se a área nutricionalmente mais 
vulnerável do país, especialmente o Norte rural, cuja prevalência de déficit 
nutricional se aproxima daqueles valores observados em regiões consideradas 
de prevalência moderada pela OMS (WHO, 2006). 
Dados de prevalência de desnutrição no mundo mostram que, ao contrário da 
percepção popular, a maioria das crianças com déficit de P/E não vive na 
África. No entanto, em alguns países com elevadas proporções de mulheres e 
 19 
crianças contaminadas por HIV, um aumento na ocorrência desse déficit 
nutricional em regiões da África, seja como efeito direto da doença ou pelo 
impacto indireto da segurança alimentar e da atenção à criança, poderá 
ser observado. A maioria das crianças com déficit de P/E vive na Ásia. Na 
Índia, Paquistão e Bangladesh são identificadas cerca de 5,5 milhões de 
crianças com déficit de P/E, representando 78% desse déficit nutricional na 
população mundial de crianças menores de cinco anos (GROSS W., 2006). 
A desnutrição possui uma significativa correlação com diversos fatores sociais, 
cuidados, nível de escolaridade, idade, doenças subjacentes, neoplasias e 
tratamento com múltiplas drogas que acabam influenciando o estado nutricional 
do paciente (PIRLICH et al. 2006) . 
Entre essas causas, a patologia do paciente é um dos fatores principais, visto 
que pode interferir com a absorção dos nutrientes devido às alterações de 
mecanismos fisiológicos, como: infecções, mudanças no metabolismo, perda 
de apetite ou distúrbios digestivos. Outras causas também podem influenciar o 
estado nutricional como: saúde dental, isolamento social, vícios, doença 
mental, distúrbios da deglutição, mudanças na percepção do paladar e até 
mesmo a incapacidade de comprar ou preparar alimentos (LÖSER, 2010). 
As desigualdades sociais existentes no Brasil resultam em graves iniquidades 
em saúde, a exemplo da maior prevalência de desnutrição e mortalidade 
infantil entre as crianças indígenas menores de cinco anos de idade (DINIZ, 
2010; CARDOSO et al. 2011). 
No estudo “Saúde materno-infantil e nutrição de crianças Kaiowá e Guarani, 
Área Indígena de Caarapó, Mato Grosso do Sul, Brasil” (2006) verificou-se uma 
elevada proporção de crianças com escore-z < -2. Além disso, observou-se 
uma marcada diferenciação entre o número de crianças desnutridas segundo o 
índice peso/idade e estatura/ idade, sendo que neste último a proporção foi 
mais elevada. Outras informações obtidas foram: um número expressivo de 
mães que não teve atendimento pré-natal, elevado número de crianças com20 
baixo peso ao nascimento (< 2.500 g) e a partir do sexto mês de vida, todas as 
faixas etárias apresentaram déficits nutricionais (PÍCOLI R.P., CARANDINA L., 
RIBAS D.L.B., 2006). 
O Ministério da Saúde afirma que entre as crianças indígenas a desnutrição 
ainda é a principal doença nutricional e está diretamente relacionada à 
manutenção de elevados índices de mortalidade infantil (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2004). 
Nos primeiros dois anos de vida a criança é particularmente mais vulnerável a 
DEP, devido crescimento intenso, onde se observa a maior velocidade de 
crescimento extrauterino. A recuperação de déficits ponderais pode ocorrer 
completamente, sem prejuízo ao peso esperado segundo o potencial genético 
do indivíduo. Já, a recuperação completa de déficits estaturais é mais difícil. 
Déficits de crescimento, ponderal ou estatural, instalados no início da vida 
deveriam ser recuperados até os quatro anos para não haver prejuízo do peso 
e altura na idade adulta (YAMAMOTO E COLABORADORES, 2001). 
A DPE pode ser classificada, segundo sua etiologia, em primária, secundária 
ou mista. As expressões desnutrição primária e secundária referem-se, 
respectivamente, à desnutrição que resulta de ingestão alimentar insuficiente e 
à desnutrição que resulta de aumento das necessidades, mal absorção e/ou 
aumento da perda de nutrientes (ROBERT M.K., 2009). 
A grave desnutrição proteico-calórica em crianças, frequentemente leva ao 
marasmo, estando o peso menor que 60% da média para a idade e um aspecto 
debilitado e envelhecido. Não se observa a ocorrência de edema. Além disso, a 
espessura das pregas da pele e a circunferência do braço estão marcadamente 
reduzidas e as crianças afetadas são frequentemente pouco expressivas e 
apáticas. Essa desnutrição pode advir de uma oferta alimentar insuficiente em 
energia, macro e micronutrientes (desnutrição de causa primária), ou, pode 
ainda ocorrer do inadequado aproveitamento funcional e biológico dos 
nutrientes disponíveis ou da elevação do gasto energético, na presença de 
doenças associadas (desnutrição secundária). São alguns 
 21 
exemplos de doenças que cursam com desnutrição proteico-calórica na faixa 
pediátrica: cardiopatias congênitas, neuropatias, síndrome da imunodeficiência 
adquirida, pneumopatias crônicas, fibrose cística, entre outras (LISSAUER T., 
2009). 
 
O kwashiorkor é outra forma de manifestação da desnutrição proteica grave. 
Pode haver: edema generalizado, uma erupção cutânea, um 
abdome distendido, hepatomegalia, cabelos esparsos e despigmentados, entre 
outros. É uma manifestação de deficiência primária de proteínas com ingesta 
de calorias relativamente bem mantidas. Frequentemente se desenvolve após 
uma infecção intercorrente aguda (LISSAUER T., 2009). 
Estudos demonstram que 42-57% das mortes de crianças menores de quatro 
anos de idade podem ser atribuídas aos efeitos potencializadores da 
desnutrição em doenças infecciosas (CARDOSO, 2006). 
Os prejuízos da desnutrição impactam também na perda de massa muscular 
prejudicando a função do trato gastrointestinal, dos músculos respiratórios e 
cardíacos acarretando maiores chances de fraturas ósseas e úlceras de 
pressão. Além disso, um paciente desnutrido, em sua maioria, acaba 
apresentando apatia e depressão durante seu tratamento (MAICÁ A.O., 
SCWEIGERT I.D., 2008). 
Todos esses problemas, associados ao estado nutricional, provocam um 
aumento no tempo de hospitalização que sofre um incremento gradativo, de 
acordo com a presença dos fatores de risco (RUSSELL C.A., 2007). 
Crianças obesas hospitalizadas também possuem maior risco de apresentar 
complicações que impliquem em maior tempo de hospitalização. Elas têm 
maior risco de desenvolver anemia, apresentar baixos níveis séricos de 
vitaminas lipossolúveis, hiperlipidemia, resistência insulínica e hiperglicemia, 
além de várias complicações sistêmicas a curto e longo prazo (WANG G. 
DIETZ W.H., 2002; CALI A M.G.; CAPRIO S., 2008). 
 22 
 
O estudo “Avaliação antropométrica, fatores de risco para desnutrição e 
medidas de apoio nutricional em crianças internadas em hospitais de ensino no 
Brasil” (2009), avaliou todas as crianças hospitalizadas, entre 28 dias de vida e 
cinco anos de idade, em enfermarias de pediatria geral de 10 hospitais 
universitários ou de ensino de quatro regiões geográficas do país (Nordeste, 
Sudeste, Centro-Oeste e Sul), totalizando nove capitais brasileiras (Fortaleza, 
Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e 
Porto Alegre), e encontrou a doença diarreica como diagnóstico 
mais prevalente à admissão, entre as crianças desnutridas quando 
comparadas com as não desnutridas, que apresentaram com mais frequência 
pneumonia (RR = 2,48; IC95% 1,74-3,53) (SARNI R.O.S., et al., 2009). 
 
Houve, também, correlação inversamente proporcional e estatisticamente 
significante entre o escore z do peso/estatura da alta e o tempo de internação 
(r = -0,132; p < 0,01). Para crianças desnutridas r = -0,036 (p = 0,760) e 
eutróficas r = -0,085 (p = 0,070). 
 
O diagnóstico da DEP é realizado por meio da avaliação do estado nutricional, 
utilizando medidas antropométricas que é um dos indicadores de saúde da 
criança mais sensíveis e usados, constituindo-se em meio universalmente 
aplicável, rápido, barato e não invasivo de determinar o estado nutricional 
(CARDOSO, 2006). Dentre os métodos antropométricos, destacam-se as 
correlações do Peso para Idade (P/I), do Peso para Estatura (P/E) e da 
Estatura para a Idade (E/I). As curvas de referência representam o “modelo 
empírico saudável” e servem, a um só tempo, para classificar e diagnosticar o 
estado nutricional de um indivíduo ou uma população (de ONIS, 2003). 
O déficit do índice E/I indica que a criança tem um crescimento comprometido 
em processo de longa duração, que se interpreta como stunting, desnutrição 
crônica ou nanismo. Já o índice de P/I reflete um comprometimento com reflexo 
mais pronunciado no peso, interpretado como wasting, desnutrição aguda ou 
magreza (CUERVO, 2005). 
 23 
Tendo reconhecido os problemas da curva de crescimento do NCHS/CDC, em 
1994 a OMS começou a planejar novos padrões que, diferentemente da atual 
referência, seriam baseados em uma amostra internacional de bebês 
saudáveis alimentados com leite materno, e retrataria como as crianças 
"deveriam" crescer em todos os países, em vez de refletir apenas como as 
crianças cresceram em um dado período e lugar. O Estudo Multicêntrico de 
Referência para o Crescimento da OMS (WHO Multicentre Growth Reference 
Study, MGRS), realizado entre 1997 e 2003, enfocou a coleta de dados de 
crianças de meios étnicos e culturais bastante diversos. Esse estudo gerou as 
curvas de referência para crescimento e desenvolvimento de crianças do 
nascimento aos cinco anos de idade lançadas em abril de 2006 e atualmente 
recomendadas pela OMS para uso internacional no diagnóstico nutricional de 
crianças da faixa etária especificada (de ONIS, 2006). 
As novas curvas baseiam-se também no conhecimento atual sobre nutrição 
infantil para definir o que seria um crescimento ideal para crianças pequenas, 
tanto em termos de alimentação, como em termos da ausência de restrições 
econômicas ou ambientais ao potencial genético de crescimento. Portanto, as 
curvas representam padrões normativos de crescimento e não apenas 
referências (de ONIS E COLABORADORES, 2007). 
O monitoramentodo estado nutricional de crianças desde seu nascimento é um 
instrumento importante para identificar precocemente situações de risco 
nutricional ( KAC G., SICHIERI R., GIGANTE D.P., 2007). 
Para auxiliar no diagnóstico da desnutrição, exames laboratoriais como: 
transferrina e albumina podem ser utilizadas, mas, as alterações nesses 
exames, podem ocorrer não somente devido ao estado nutricional como 
também por consequência de várias situações clínicas (YOUSSEF et al. 2011). 
Um paciente desnutrido acaba, consequentemente, apresentando um 
agravamento de sua patologia. Como a desnutrição é uma doença que se 
soma ao quadro clínico, é esperado que ocorra um aumento significativo no 
fator custo (Amaral T.F., et al., 2007). 
 24 
Conceitua-se a desnutrição hospitalar como aquela diagnosticada durante a 
internação. Pode ser devida a causas externas, ou seja, desencadeada antes 
da internação, podendo ter relação direta com a doença de base, agravada ou 
não pela desnutrição primária e a desnutrição que surge após a admissão, 
relacionada também com a sua doença, agravada por más práticas ou 
ausência de suporte nutricional adequado no ambiente nosocomial 
(KANASHIRO, 2006). 
Dois dados interessantes são que: a cada ano, mais de 200 mil crianças 
morrem antes dos cinco anos nas Américas em consequência da desnutrição 
e doenças preveníveis; e das crianças gravemente desnutridas, cerca de 20 a 
30% vão a óbito durante tratamento nos serviços de saúde desses países 
(MARTINS; ROCHA; ROCHA, 2006). 
Nos países em desenvolvimento, a desnutrição está associada à morte em 
56% de crianças menores de cinco anos de idade. No Brasil, a taxa de 
letalidade hospitalar das crianças com desnutrição grave internadas é cerca de 
20%. Este valor pode estar subestimado, uma vez que o diagnóstico da 
desnutrição, como causa básica que motivou a internação, nem sempre é feito 
e registrado no prontuário e também porque existe subnotificação da 
desnutrição como causa de óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). 
Infelizmente, o estudo retrospectivo “Eficácia na avaliação nutricional em 
crianças admitidas no Hospital Universitário de Fortaleza” (2009), que avaliou 
crianças menores de cinco anos no período de julho a dezembro de 1999, 
mostrou o que já era esperado: que somente 59% das crianças tinham 
avaliação nutricional na admissão (ROCHA G.A., ROCHA E.J.M., MARTINS 
C.V., 2009). 
No estudo “Evolução do estado nutricional de crianças submetidos a internação 
hospitalar” (2002) realizado no Hospital Universitário da Universidade Federal 
de Alagoas, foram estudadas 52 crianças, sendo 36 (69,2%) do sexo masculino 
e 16 (30,8) do sexo feminino. A faixa etária predominante foi a de menor de um 
ano (lactente), com 44,2% do total de casos. Os pacientes provenientes do 
interior do Estado superaram aqueles oriundos da capital (53,8%). 25 
Vinte e oito enfermidades foram registradas como diagnóstico principal, no 
entanto a condição mais frequente foi a desnutrição (15,4%), seguida por 
pneumonia (9,6%), anemia carencial (7,7%) e desidratação (5,8%). O tempo de 
internação variou de 10 a 77 dias (FERREIRA H.F., FRANÇA A.O.F., 2002). 
No Brasil, as crianças internadas em hospitais públicos frequentemente 
apresentam evolução nutricional insatisfatória, com perda ponderal 
significativa. Isto é evidenciado pela relação direta entre tempo de internação e 
maior prevalência de desnutrição. Para uma parcela dos pacientes, a 
ocorrência de desnutrição durante a internação é atribuída à gravidade da 
doença de base. Este tipo de evolução é comum nos casos graves internados 
em unidade de terapia intensiva, sendo as disfunções orgânicas fatores 
determinantes do estado de catabolismo nestas crianças. Porém, o suporte 
nutricional inadequado pode ser imputado como fator principal ou adicional em 
muitos pacientes (MOURA CAETANO, et al., 2002; ABREU et al., 2004). 
No estudo “Avaliação nutricional de crianças internadas em hospital público e 
hospital particular, e de suas mães, em Salvador, Bahia” (2014), verificou-se 
que, quando comparados os diagnósticos nutricionais das crianças internadas 
com suas respectivas mães, 56,3% das crianças diagnosticadas acima do peso 
ideal para idade possuíam mães igualmente acima do peso, enquanto que 
58,9% das crianças classificadas com peso ideal para a idade também 
possuíam respectivas mães com peso adequado (RIBEIRO I.T., et al., 2014). 
 
Verificou-se também que, nos dois hospitais, a maioria das mães 112 (63,3%), 
quando perguntadas a respeito da sua percepção sobre a adequação do peso 
de seus filhos, declarou que eles estavam com peso adequado. No hospital 
público, 62 (62%) mães julgaram seus filhos com pesos adequados, enquanto 
que, no hospital particular, 50 (64,9%) mães igualmente admitiram que seus 
filhos estavam com peso adequado. Na análise de concordância entre a 
opinião das mães sobre a adequação do peso de seus filhos e os respectivos 
diagnósticos nutricionais, observou-se que, para os dois hospitais, houve 
 26 
 
concordância de acerto para resposta positiva em 69 (66,3%) dos 104 casos 
diagnosticados como peso adequado. Por outro lado, 43 (58,9%) das 73 
crianças classificadas com diagnóstico nutricional alterado foram julgadas pelas 
respectivas mães com peso adequado (RIBEIRO I.T., et al., 2014). 
Quanto mais precoce a detecção de pacientes mal nutridos, ou em risco de 
desnutrição, for feita, maior será o benefício da terapia nutricional desde que 
adequada. Essa intervenção apresenta efeitos significativos sobre a 
mortalidade e morbidade, melhora do tratamento e das taxa de complicação. 
Fatores esses, que impactam positivamente, no prognóstico e na qualidade de 
vida desses pacientes. Portanto, o rastreio nutricional pode contribuir com a 
melhora na evolução clínica dos pacientes, reduzindo substancialmente, a 
estadia nos hospitais e consequentemente, dos custos (RUSSELL, 2007). 
Estudos mostram associação consistente entre a presença de desnutrição em 
crianças < 5 anos e risco de morte por doença diarreica e infecção respiratória 
aguda. Quanto maior o grau de desnutrição, maior é o risco de morte. Como a 
criança desnutrida é mais suscetível a processos infecciosos e apresenta uma 
série de particularidades fisiopatológicas, é de fundamental importância o 
diagnóstico, seguimento e cuidado/atenção adequados para reduzir o tempo de 
internação, morbidades e taxa de mortalidade (RICE Al, et al., 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Foram entrevistados 142 pacientes no período de 01 de abril a 31 de maio de 
2016. Destes, 101 foram considerados inelegíveis para o estudo, uma vez que 
não atendiam as seguintes condições: tinham idade maior que cinco anos 
(30,7% dos excluídos) (n=31), vinte eram portadores de doenças crônicas (ex.: 
neurológicas, cardiológicas...), sete evadiram-se, vinte estiveram internados por 
menos de cinco dias, treze eram provenientes da UTI e doze recusaram-se a 
participar. Assim, foram incluídos no estudo 41 pacientes. 
Dos elegíveis, 27 (65,8%) foram considerados como sendo não índios e 14 
(34,2%) como índios. Quanto ao gênero dos entrevistados, predominouo 
feminino (51,2%, n=21). 
Os pacientes referenciados por livre demanda, 65,8% dos casos (n= 27), 
superaram aqueles provenientes de outro hospital 29,3% (n= 12) e da atenção 
primária 4,9% (n=2). 
A pequena porcentagem de pacientes provenientes da atenção básica nos faz 
inferir que, a despeito dos avanços do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda 
são encontradas dificuldades quanto à igualdade de acesso da população às 
ações e serviços de saúde relacionados à atenção primária. Além disso, uma 
significativa parte dos atendimentos da porta de entrada do serviço poderia sim 
ser solucionada na atenção básica. Fato encontrado no estudo realizado em 
cinco serviços públicos de urgência/emergência da cidade do Recife, 
envolvendo crianças e adolescentes, revela que 63,5% dos usuários 
apresentavam problemas de saúde que poderiam ser solucionados na rede 
básica (KOVACS MH, et al., 2005). 
Mas sabe- se também que dificuldades de acesso à consultas na atenção 
básica, a qualidade geral do atendimento, resolubilidade do serviço e acesso à 
medicação, constituem também importantes motivos que levam o usuário a 
procurar serviços de urgência/ emergência hospitalar (KOVACS MH., et al., 
2005). 
 28 
Por ocasião da admissão, encontrou-se uma prevalência de desnutrição em 
31,7% para o índice P/I, 41,5% para E/I, 19,5% para P/E e 7,3 classificados 
como obesos ao considerarmos o IMC. A eutrofia foi diagnosticada em 58,5%, 
51,2%, 73,1% e 60,7%, respectivamente. 
Na avaliação da alta manteve-se a porcentagem de DEP para E/I e P/E. Já 
com o índice P/I observamos que 12,5% dos desnutridos leves melhoraram seu 
estado nutricional tornando-se eutróficos, conforme tabela 2. 
 
Tabela 2: Distribuição das crianças, segundo classificação nutricional 
considerando o índice P/I, à admissão e alta hospitalar. 
Admissão Alta 
 
 n % n % 
Classificação 
Nutricional 
 
DEP grave 1 2,4 1 2,4 
DEP moderada 4 9,8 4 9,8 
DEP leve 8 19,5 7 17,1 
Eutrofia 25 61 26 63,4 
Sobrepeso 3 7,3 3 7,3 
 
Total 41 100 41 100 
 
A avaliação nutricional realizada no estudo ”Avaliação antropométrica, fatores 
de risco para desnutrição e medidas de apoio nutricional em crianças 
internadas em hospitais de ensino no Brasil”, de SARNI e colaboradores 2009, 
encontraram que 16,3% e 30% das crianças à admissão, bem como 15,4% e 
34,4% à alta, foram classificadas como portadoras de desnutrição 
moderada/grave (considerando P/E) e baixa estatura (E/I), respectivamente 
(SARNI, ROSELI O. S. et al., 2009). 29 
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=SARNI,+ROSELI+O.+S.
Considerando especificamente a região Norte, dados do SISVAN (Sistema de 
Vigilância alimentar e nutricional, 2007), a prevalência de desnutrição na região 
Norte do Brasil é de 23,1% para o índice E/I (altura para idade), 5,2% para o 
índice P/I (peso para idade) e 3,4% para o índice P/E (peso para estatura) 
(SISVAN, 2008). 
Ao utilizarmos o IMC, à admissão e à alta, um paciente classificado como 
obeso passou a sobrepeso, dos dois com sobrepeso um passou a risco de 
sobrepeso e o outro a peso adequado, o classificado como magreza acentuada 
passou a magreza (n=1) e um paciente que tinha o peso adequado passou a 
risco de sobrepeso. 
Estes resultados fazem questionar se os desnutridos moderados/ magreza 
acentuada sofriam tanto a influência negativa de seu meio ambiente, que 
mesmo internados com uma patologia, a oferta de alimentos gratuita e 
qualitativamente adequada fez minimizar os agravos nutricionais. Bem como, 
outra explicação possível seria que os desnutridos moderados/ graves chamam 
mais atenção dos profissionais que estão na sua assistência para a DPE e 
assim recebem tratamento concomitante, enquanto que nos desnutridos leves, 
o agravo nutricional pode ter passado despercebido. 
Das enfermidades registradas como diagnóstico principal, as afecções 
respiratórias predominaram, correspondendo a 44,8% (n=17), seguidas por 
gastroenterocolite aguda (34,2%). 
Magalhães (2013) também encontrou como o diagnóstico mais frequente as 
doenças respiratórias: 29,5% Em seguida 12,5% com doença 
hematológica, 11% com processo infeccioso grave e 9,5% com doença do trato 
digestivo (MAGALHÃES EA, et al., 2013). 
Ao correlacionar as doenças mais prevalentes com o estado nutricional, 
observou-se que no grupo dos desnutridos prevaleceram afecções respiratórias 
(50%), seguidas por GECA (42,3%). Já no segundo grupo, dos eutróficos, 
predominaram outras patologias, correspondendo a 46,7% dos diagnósticos, 
seguidas por afecções respiratórias (26,7%) e GECA (26,6%). 30 
Portanto, o prejuízo do estado nutricional favoreceu as doenças infecciosas. 
Nossos dados divergem dos obtidos no estudo “Avaliação antropométrica, 
fatores de risco para desnutrição e medidas de apoio nutricional em crianças 
internadas em hospitais de ensino no Brasil”, em que a doença diarreica foi o 
diagnóstico, à admissão, mais prevalente entre as crianças desnutridas quando 
comparadas com as não desnutridas, que apresentaram com mais frequência 
pneumonia (SARNI ROS, et al., 2009). 
Uma das maneiras com que a DEP agrava a saúde dos indivíduos 
hospitalizados está relacionada aos prejuízos imunológicos observados nos 
pacientes desnutridos, os quais podem apresentar além da desnutrição, 
doenças imunossupressoras e/ou infecto-parasitárias. Tem-se aceito 
amplamente que a imunidade ou a suscetibilidade a diversas doenças infecto-
parasitárias estão diretamente relacionadas ao estado nutricional dos 
indivíduos (MALAFAIA G., 2009). 
Estudos demonstraram que as deficiências nutricionais podem cronificar e/ou 
agravar o quadro clínico de algumas doenças como: doenças sexualmente 
transmissíveis, poliomielite, difteria, tétano, hepatites, hanseníase, dengue e 
infecções intestinais por nematoides. Podem, também, agravar o quadro clínico 
de diversas doenças infectocontagiosas (MACIEL BLL, et al., 2008; UTHMAN 
O. P., 2008; WHO., 2005.). 
Trinta e uma das 41 crianças tinham menos que dois anos à admissão, o que 
reitera Simons et al, 2011, que encontrou como faixa etária predominante um a 
três anos. Outros estudos também identificaram menor ocorrência de 
internação com o aumento da idade (LENZ MLM, et al., 2008.; OLIVEIRA BRG, 
et al., 2010; SIMONS DA, et al., 2010). 
Outras características gerais da amostra se encontram na tabela 3. 
 
 
 31 
Tabela 3 – Informações gerais das crianças à admissão no Hospital da criança Santo 
Antônio – Boa Vista (RR), no período de 1 de abrila 31 de maio de 2016. 
Variável Categoria N % 
Sexo Masculino 20 49 
 Feminino 21 51 
 
Idade (meses) 0 – 11 11 26,8 
 12 – 23 20 48,8 
 24 – 60 12 24,4 
 
Procedência Outro hospital 12 29,3 
 Livre demanda 27 65,9 
 Atenção primária 2 4,8 
 
Tempo de até 5 7 12,2 
internação (dias) 6 – 10 31 75,6 
 > 10 3 12,2 
 
Diagnóstico Afecções 
 Respiratórias 17 41,5 
 GECA 14 34,2 
 Outros 10 24,3 
 
 
De todos os pacientes avaliados, 83 % (n=34) não possuíam nenhuma 
avaliação nutricional anotada no prontuário, enquanto 4,9% (n=2) possuíam 
avaliação subjetiva e bioquímica e 12,1 % (n=5) apenas subjetiva. 
Toda criança internada deve ter seu estado nutricional avaliado. Se a criança 
for gravemente desnutrida, recomenda-se a identificação de sinais e sintomas 
compatíveis com hipoglicemia, hipotermia, desidratação/edema e infecção. 
Após a detecção desses distúrbios, deve-se iniciar o tratamento específico o 
mais rápido possível. Diagnosticar a DEP grave e instituir o tratamento 
adequado tem impacto redutor na mortalidade (LIMA AM, GAMALLO SMM, 
OLIVEIRA FLC., 2010). 
 32 
Os exames bioquímicos e a investigação do processo infeccioso devem ser 
realizados segundo a avaliação clínica, durante a hospitalização e 
ambulatorialmente (ONIS M, et al., 2004). 
A redução dos índices de mortalidade dos pacientes com desnutrição grave 
pode ser alcançada com medidas de baixo custo, assim como a prevenção da 
desnutrição leve/moderada. Ambas através de medidas como a implementação 
das diretrizes da OMS, rápida identificação da desnutrição principalmente a 
forma grave e a padronização do atendimento inicial à esses pacientes. 
 O treinamento da equipe de saúde para a identificação dos sinais clínicos é 
uma estratégia importante para o tratamento da desnutrição (NÓBREGA FJ, et 
al., 2007). 
Ressalta-se a importância do acompanhamento interdisciplinar (pediatra, 
nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, 
assistente social) na estimulação neuropsicomotora do desnutrido, que deve 
ser iniciada durante o período de internação e reforçada na fase ambulatorial. 
Muitas vezes, apesar da recuperação ponderal do desnutrido grave, 
permanecem sequelas na área cognitiva, emocional e motora (NÓBREGA FJ, 
et al., 2007). 
A falta de interação entre os profissionais de saúde e à falha nos registros, 
devido à ausência de dados (peso, estatura e consumo alimentar, interrupção 
de refeições devido a exames), compromete o início da terapia nutricional ou 
seu uso adequado, prejudicando o estado nutricional dos pacientes. 
Geralmente, essas práticas estão relacionadas ao desconhecimento dos 
profissionais da saúde sobre os efeitos negativos que o estado nutricional, 
debilitado, provoca na evolução clínica do paciente (BOTTONI A, et al., 2008). 
A desnutrição primária grave pode ser diagnosticada erroneamente e a falta de 
diagnóstico de uma causa secundária acarreta falhas e demora no tratamento. 
O desnutrido secundário, que não tem a causa da sua desnutrição 
estabelecida, necessita mais frequentemente de fórmulas infantis especiais e 
até de nutrição parenteral, evoluindo com maior tempo de internação e maior 
risco de mortalidade (SARNI RO, et al., 2005). 33 
Percebe-se em nosso estudo uma alta prevalência do déficit E/I (49%) e uma 
moderada prevalência de P/E (26,8%). 
Avaliando E/I nosso resultado reforça o dado publicado pelo Ministério da 
Saúde, de que a desnutrição das crianças brasileiras é de caráter mais crônico 
que agudo, ou seja, as crianças têm baixa estatura para idade e, na maioria 
das vezes peso adequada para estatura (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 
Ao comparar os índices P/E do respectivo trabalho e da Pesquisa Nacional de 
Saúde, 2013, encontramos uma porcentagem maior de crianças com algum 
grau de desnutrição. A PNS encontrou déficits relacionados à P/E de 1,9%, 
não ultrapassando 3% em qualquer estrato da população, indicando, equilíbrio 
adequado entre o acúmulo de massa corporal e o crescimento linear das 
crianças, apontando o virtual controle de formas agudas de deficiência 
energética em todo o País (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 
Foi analisada também a evolução individualizada do grupo dos desnutridos, de 
acordo com o índice peso/idade. Haja vista, que tal índice pode estar 
relacionado tanto com o passado nutricional da criança, como com os 
problemas atuais que resultem em ganho insuficiente de peso ou perda de 
peso, sendo, portanto um indicador que pode refletir deficiência conjunta de 
peso e de estatura. Ao final do período de hospitalização, não ocorreram 
mudanças na classificação nutricional dos pacientes, o que indica a ausência 
de avaliação nutricional durante a internação e/ou uma intervenção incorreta. 
Magalhães et al, realizaram estudo longitudinal, com todas as crianças de 0 a 
10 anos (n=200) internadas em um hospital universitário entre fevereiro e 
dezembro de 2011. Onde mostraram redução da ordem de 15,2% na 
prevalência da desnutrição grave e de 6,5% na de desnutrição leve, mas o 
número de casos de desnutrição moderada aumentou em 24,7%. Rocha et al, 
observaram que as crianças admitidas com desnutrição moderada e grave 
permaneceram com seu estado nutricional inalterado, e dentre as que eram 
eutróficas, 9,17% apresentaram comprometimento nutricional (WHO., 2009; 
MAGALHÃES, et al., 2013; ROCHA GA, ROCHA EJ, MARTINS CV., 2006). 
 34 
Verifica-se que apesar do alto percentual de DEP encontrada no estudo, 
apenas 17,1% (n=7) dos prontuários continham anotação da condição 
nutricional das crianças, e, dessas avaliações, 42,9% eram subjetivas, em 
apenas um prontuário (14,3%) havia registro de avaliação subjetiva e 
bioquímica, e em cinco prontuários (42,8%) havia avaliação objetiva. Isso 
demonstra que a condição nutricional das crianças não está recebendo a 
devida atenção, quer seja por desconhecimento da sua importância, quer pela 
falta de protocolo. Cabe ressaltar que o percentual de DEP encontrado na 
admissão foi P/I 39%, E/I 48,8% e P/E 12,2%. 
Sabe-se que a recuperação estatural é mais lenta comparada à do peso, 
provavelmente por esse motivo o índice estatura para Idade não tenha tido 
recuperação, levando em consideração que a média de dias de internação do 
presente estudo foi de 7,9 dias. 
Analisando o tempo de internação hospitalar, de acordo com a classificação 
nutricional, encontramos que, tantono grupo das crianças desnutridas quanto 
no das eutróficas, o tempo predominante de internação foi de 6 a 10 dias. 
A desnutrição é uma doença que se soma ao quadro clínico e o paciente 
desnutrido, consequentemente, apresenta um agravamento da sua patologia 
que, por si, já apresenta um determinado fator custo. Logo, é esperado que 
ocorra um aumento significativo desse fato (KRUIZENGA HM, et al., 2005). 
Vários fatores podem estar relacionados com a evolução inalterada do estado 
nutricional das crianças neste estudo, talvez a principal seja a pouca 
atenção dada ao estado nutricional levando a uma falta de intervenção 
dietoterápica adequada. Segundo Gallagher-Allred e colaboradores (1996), um 
suporte nutricional adequado contribui para redução da prevalência e 
magnitude da desnutrição, melhora o prognóstico clínico e ajuda a reduzir os 
custos de tratamento (GALLAGHER-ALLRED, et al., 2006). 
Corish e colaboradores, 2004, concluíram que screening e avaliação nutricional 
na admissão e em intervalos regulares durante a hospitalização aumentariam a 
 35 
identificação precoce de pacientes com problemas nutricionais, possibilitando 
melhora na qualidade do atendimento nutricional aos pacientes desnutridos ou 
naqueles em risco de sê-lo (CORISH CA, FLOOD P, KENNEDY NP., 2004). 
Outro fator a se inferir como causal seria a pouca interação entre os 
profissionais especializados (médicos, nutricionistas, enfermeiros,...). Devido a 
complexidade dos fatores envolvidos na monitoração do paciente hospitalizado 
e no tratamento da desnutrição hospitalar, a formação de uma equipe 
multidisciplinar pode ser fundamental para assegurar atenção adequada aos 
pacientes hospitalizados (LEITE, et al., 2005). 
Entende-se que os possíveis fatores para desnutrição além de nutricionais, 
também dizem respeito a aspectos sociais, econômicos e demográficos. 
Considerando a renda familiar nos grupos dos com déficit nutricional e nos 
eutróficos temos os seguintes resultados: nos com algum grau de desnutrição 
16,7% possuíam renda < 1 salário mínimo, 66,7% 1 a 2 salários e três (16,6%) 
não sabiam informar ou não possuíam renda familiar. Já no grupo dos 
eutróficos, 66,7% declararam possuir renda entre 1 a 2 salários, e nas faixas de 
2 a 3, maior que três e não sabiam ou não possuíam renda, a porcentagem foi 
a mesma para cada um: 11,1%. 
Ao avaliar a raça dos entrevistados observou-se que 100% dos indígenas da 
amostra aprestaram algum grau de desnutrição, correspondendo a 45,4% 
(n=10) de todas as crianças desnutridas, enquanto 44,4% dos não indígenas 
(n=12) foram classificados como desnutridos. 
Ocorreu, também, diferença quanto à escolaridade da mãe. Enquanto nos 
desnutridos 45,5% tinham o ensino fundamental completo (n=9), nos 
dos pacientes classificados como eutróficos, 40% possuíam ensino médio 
completo. 
O estudo “Perfil de utilização de serviços de saúde por crianças de zona 
urbana no Brasil: estudo transversal de base nacional” realizado em 2009, com 
crianças residentes em 100 municípios de cinco regiões brasileiras, mostrou 
que um quarto das mães das crianças internadas tinha até quatro anos 
completos de escola e um terço tinha entre cinco e oito anos completos. 36 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Corish%20CA%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=15023193
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Flood%20P%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=15023193
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Kennedy%20NP%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=15023193
Quase metade das crianças pertencia a famílias com classificação econômica 
C e pouco menos de um terço foram classificadas nas classes D e E (TOMASI 
E., et al., 2015). 
O mesmo também indagou que crianças de mais baixa renda podem ter mais 
necessidade de procurar serviços de urgência devido a barreiras no acesso à 
atenção básica; por outro lado, crianças de melhor condição socioeconômica 
teriam acesso mais facilitado a serviços privados e por convênio para o 
atendimento precoce de seus problemas (CARRET MLV, FASSA ACG, 
DOMINGUES MR., 2009). 
Esse fato foi reiterado pelo presente estudo pois houve predominância na 
renda familiar de até 2 salários mínimos, tanto no grupo dos estrófico quanto no 
dos desnutridos. 
Pode-se pensar, também, que internam- se mais crianças de família com baixa 
renda para garantir o sucesso do tratamento, a exemplo do que se observou 
em estudo sobre internações sensíveis à atenção primária (NEDEL FB, et al., 
2008). 
Delgado et al. estratificaram a população em relação ao estado nutricional e 
verificaram que os desnutridos tiveram média de idade superior (25,6 meses) 
que os bem nutridos (10,7 meses) (DELGADO A, et al., 2008). 
Outras informações relativas a aspectos sociais e econômicos encontram-se na 
tabela 4. 
 
 
 
 
 
 37 
 
Tabela 4 – Caracterização social, econômica e demográfica das crianças à admissão 
no Hospital da Criança Santo Antônio – Boa Vista (RR), no período de abril a maio de 
2016. 
 Desnutridos Eutróficos 
Variável Categoria N % N % 
Raça Índio 10 45,4 - - 
 Não-índio 12 54,6 19 100 
 
Renda <1 5 22,7 - - 
familiar 1 a 2 12 54,5 10 52,6 
 2 a 3 - - 5 26,4 
 >3 - - 2 10,5 
 NS/NT 5 22,8 2 10,5 
 
Moradores ≤ 5 12 54,5 9 47,4 
 da casa 6 a 7 6 27,4 7 36,8 
 8 a 10 2 9,1 2 10,5 
 > 10 2 9,1 1 5,3 
 
 
Escolaridade EFC 3 13,6 - - 
 da mãe EFI 12 54,5 6 31,6 
 EMC 2 9,1 6 31,6 
 EMI 2 9,1 - - 
 ESC - - 2 10,5 
 ESI - - 5 26,3 
 NSA 3 13,6 - - 
 
 
Porém, no presente estudo, não houve diferençacom relação à idade das 
crianças que foram admitidas desnutridas e aquelas “nutridas”,pois, em ambas 
predominou a faixa etária < 3 anos: 89% e 78%, respectivamente. Sendo que, 
das crianças que internaram com algum grau de DPE, 50% tinham idade 
menor ou igual a dois anos 
Em relação às outras variáveis, duração da gestação, peso ao nascer e 
situação do calendário vacinal, encontramos os resultados abaixo. 
 38 
A frequência de crianças prematuras foi de 13%, próxima à encontrada na 
literatura, que variou de 13,6%¹ a 33,8% (SARNI RO, et al., 2009; SARNI RO, 
et al., 2005). 
 
Das crianças que nasceram a termo 70,6% estavam desnutridas e das 
prematuras 66,7% também foram consideradas com algum grau de 
desnutrição, e isso demonstra que, nessa população, a prematuridade não foi 
fator de risco. 
Em relação à situação vacinal, 45,4% (n=10) dos pacientes desnutridos 
estavam com cartão completo, 36,4% (n=8) incompleto e 18,2% (n=4) não 
apresentaram a caderneta da criança com as vacinas. No grupo dos pacientes 
eutróficos 52,7% (n=10) possuíam o esquema vacinal completo para a idade, 
enquanto 26,3% (n=5) estavam incompletos e 21% (n=4) não estavam com o 
cartão no momento da entrevista. Ressalta-se que um cartão vacinal não 
atualizado, pode funcionar como um fator agravante de uma doença ou 
contribuir para o surgimento de outra patologia durante a internação, ou até 
mesmo fora do ambiente hospitalar. 
Ao verificar o peso ao nascer, 89% dos eutróficos nasceram com mais de 2500 
g, enquanto no grupo dos desnutridos este índice foi de apenas 61%. Ou seja, 
ao contrário da prematuridade, o baixo peso ao nascer se mostrou um fator de 
risco para DEP futura. 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com os dados obtidos poderemos intervir nos pontos mais falhos que deveriam 
garantir a segurança alimentar e nutricional da população estudada, e diminuir 
o índice de desnutrição hospitalar, proporcionando as crianças melhor 
recuperação e menor tempo de internação, ou até mesmo evitar essa 
necessidade de hospitalização nos casos em que a desnutrição for primária. 
Em virtude da escassez da amostra, mais estudos com maior tempo de 
acompanhamento serão necessários para chegarmos a dados mais fidedignos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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