Buscar

sequencia enigma

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Você já ouviu falar em Chico Anysio? Ou simplesmente Professor Raimundo do Programa Escolinha do Professor Raimundo...Ele também foi escritor, além de ator. Vamos acompanhar a leitura de um de seus textos e tentar desvendar um enigma no final. Vamos lá?
Crime perfeito
Tanto os jornais falavam em assalto e, todos eles com aparência de terem terminado bem-sucedidos, que os três rapazes resolveram que assaltar o banco de Valtinópolis não seria um mau negócio.
Assim é que marcaram encontro num casarão abandonado nos arrabaldes da cidade, onde tramaram o plano, considerado perfeito.
Sob a luz de um candeeiro, Belo, Juca e Tenório desenharam, do melhor modo possível, o mapa da cidade, com suas ruas e becos, traçando, depois, o trajeto a ser seguido pelo carro com o dinheiro tirado do banco. Calculavam que abiscoitassem cento e cinquenta milhões antigos, dinheiro da municipalidade, tesouro em que botariam as mãos. Término de misérias e problemas.
Belo viajou para São Paulo, aparentando a inocência de uma filha de Maria. Iria à capital comprar as luvas que impediriam o descuido de impressões digitais deixadas em algum ponto do banco. Juca foi ao Paraná, onde entraria em contato com um tal Liberato, que lhe cederia as armas – três pistolas Mauser – com as quais trabalhariam. Quanto a Tenório, prepararia as máscaras, alfaiate que era. Máscaras que cobririam o rosto inteiro, de modo que apenas os olhos ficassem de fora.
– E o carro?
– Roubamos um, quinze minutos antes do assalto, e o abandonamos depois, na estrada para Tatuís.
– Certo. Pelo mato voltamos ao nosso barraco, exatamente no lado oposto a Tatuís.
– Perfeito. Enterramos o dinheiro e só botamos a mão nele cinco meses depois.
Combinaram ainda que, a cada dois meses, um deles mudaria para São Paulo, que faria um depósito trinta minutos antes do assalto (Belo seria o depositante); que Juca iria ao banco vinte minutos antes do roubo, para apanhar um talão de cheques, e conversaria dois minutos com o caixa. Tenório, encarregado de conseguir o carro, seria o único a não ter o quase-álibi, mas aceitava isso com tranquilidade – olho a brilhar pelos milhões que lhe caberiam.
Liberato, o do Paraná, receberia quinze por cento da dinheirama e, perito que era em assaltos, tinha achado perfeito tudo que os três haviam imaginado, o que lhe tinha sido exposto por Juca quando fora apanhar as pistolas.
Belo e Juca voltaram de São Paulo e Curitiba em dias separados. Tenório já tinha prontas as máscaras, que, experimentadas, ficaram perfeitas. Era dia 4, véspera do dia. Nessa noite os três não dormiram.
Todo o dinheiro que possuíam – noventa cruzeiros antigos – foi levado por Belo ao banco.
– Eu queria fazer um depósito – faltou alto, para se fazer notar.
Saiu na hora em que Juca entrava a pedir um novo talão de cheques.
Da porta, Belo pôde ver Juca conversando com o caixa, como o planejado.
Na esquina da rua XV com praça Olavo Bilac, os três se encontraram.
Tenório, à direção do carro roubado, vinha mais calmo do que era de se supor. Parecia um veterano. No trajeto para o banco as máscaras foram colocadas.
O carro parou à porta do banco, e os três mascarados desceram com a Mauser apontada para o guarda, que foi obrigado a se pôr no chão, de bruços, já sem a arma que trazia no coldre.
Não falavam para que a voz não os traísse.
Os funcionários do banco, temerosos de um tiro, erguiam os braços especificamente. Dois ou três clientes junto ao balcão aquietavam-se o mais possível. O caixa entregou sem relutância todo o dinheiro que tinha à mão, e o gerente, sob a ameaça da arma de Tenório, abriu a caixa-forte, de onde o dinheiro graúdo pulou para as maletas que levavam.
Dois minutos depois a polícia chegou.
Nessa hora, o carro já saía da estrada, embrenhando-se pelo mato crescido, onde foi abandonado. Três bicicletas, uma das quais com bagageiro, ali os esperavam desde a noite anterior. No bagageiro socaram as maletas recheadas e, pelo caminho de terra só usado por cavalos e charretes, pedalaram loucos, à procura do barraco abandonado.
Liquidaram, então, uma a uma as provas do crime e voltaram a pé para a cidade, onde chegaram já à noite.
À porta da casa de Belo quatro homens o esperavam e lhe deram voz de prisão, enquanto lhe colocavam algemas.
Quando Juca entrou em casa, seis homens saltaram sobre ele, imobilizando-o e levando-o preso sem maiores explicações.
Tenório foi apanhado na esquina da sua alfaiataria e enfiado numa viatura da Polícia que o levou à Delegacia de Valtinópolis.
Exatamente duas horas após o assalto sem erro, Belo, Juca e Tenório, algemados e vencidos, escutaram a frase seca e autoritária do delegado.
– Muito bem. Onde está o dinheiro?
Os três não entendiam. Onde estava o erro? As luvas, as máscaras, o depósito, o talão de cheques, a conversa com o caixa, os álibis perfeitos, o carro abandonado, a estradinha de terra percorrida de bicicleta sem que vivalma os visse, o dinheiro e tudo mais enterrado e bem enterrado, as bicicletas que jaziam no fundo do rio Açu...
– O dinheiro, onde está?
Contaram tudo, para que as coisas não piorassem. Mas não atinaram para o erro. Qual teria sido o lapso?
O que houve de errado no planejamento desse crime? Não era perfeito? Levante suas hipóteses...e semana que vem, saberemos o final inusitado pensado pelo autor.
Você se lembra do crime perfeito? Da história dos três assaltantes que roubaram ao banco de Valtinópolis e foram descobertos rapidamente. Por que será?
Vejamos...
(...)
Contaram tudo, para que as coisas não piorassem. Mas não atinaram para o erro. Qual teria sido o lapso?
Em Valtinópolis, sempre sem entender como tinham sido descobertos, os três foram enviados para cumprir pena em São Paulo.
Foram postos em celas separadas. Belo, Juca e Tenório. Os três únicos anões da cidade, por acaso.
https://www.arvoredelivros.com.br/e/livros/ler/o-fim-do-mundo-e-ali?p=k-dCI1eFy50kj6V9l1Vz
Livro: Feijoada na Copa de Chico Anysio
Então. Você tinha pensado nessa hipótese? Um final bem curioso, não acha?
Na próxima história, conheceremos um caso de detetive, reconhecido mundialmente. Vejamos quem foi ele.
https://livros.arvore.com.br/biblioteca/livro/projeto-jovem-detetive
Na última atividade, vimos quem era o detetive mais famoso que existe. Acompanhe agora, mais um caso no qual Sherlock Holmes e seu parceiro Watson estão envolvidos. Houve um roubo a uma residência e o dono da casa foi assassinado. Aqui é a versão da esposa e da empregada que estavam no local:
– Vou lhe contar sobre a noite passada. O senhor talvez saiba que os criados dormem na ala moderna da casa. Este bloco central é constituído pelos cômodos da residência, sendo que a cozinha fica atrás e nosso dormitório em cima. Theresa, minha empregada, mora acima do meu quarto. Aqui não fica mais ninguém, e nenhum som poderia despertar quem dorme na ala mais distante. Os assaltantes deviam saber disso, ou não teriam agido como agiram.
“Sir Eustace foi para o quarto às dez e meia. Os empregados já tinham ido para seus aposentos. Somente minha criada estava acordada; ela ficou em seu quarto, no andar de cima, até eu precisar de seus serviços. Fiquei nesta sala até depois das onze horas, entretida com um livro. Então levantei-me e fui verificar se tudo estava em ordem antes de subir. Era meu costume fazer essa ronda pois, como já disse, nem sempre era possível confiar em Sir Eustace. Passei pela cozinha, despensa, sala de armas, sala de jogos, de visitas e, finalmente, pela sala de jantar. Ao me aproximar da janela, que tem cortinas grossas, repentinamente senti o vento soprar no meu rosto e percebi que estava aberta. Afastei a cortina e me encontrei, cara a cara, com um homem idoso, de ombros largos, que acabara de entrar na sala. A janela é do tipo francesa e funciona, realmente, como uma porta para o gramado. Eu segurava a vela acesa e assim vi, por trás do velho, dois homens entrando. Recuei, mas o sujeito logo me pegou, primeiro pelo pulso e depois pela garganta. Abri a boca para gritar,mas ele me deu um soco violento acima do olho, que me fez cair. Devo ter ficado inconsciente durante alguns minutos, pois quando dei por mim estava amarrada com a corda da campainha naquela cadeira de carvalho à cabeceira da mesa. Eles me amarraram tão firmemente que eu não conseguia me mexer, e também não podia emitir nenhum som, pois me amordaçaram com um lenço. Foi nesse momento que meu marido teve a infelicidade de entrar na sala.
Evidentemente ouvira algum som estranho e veio preparado para a cena que encontrou. Vestia calça e camisa e segurava uma bengala grossa e pesada. Correu na direção de um dos assaltantes, mas o outro, o velho, se abaixou, pegou o atiçador e desferiu-lhe um golpe terrível. Sir Eustace caiu sem soltar um gemido sequer e não se mexeu mais. Desmaiei outra vez, mas deve ter sido por poucos minutos. Quando abri os olhos, percebi que haviam reunido a prataria e aberto uma garrafa de vinho. Cada um deles segurava um copo. Acho que já lhes disse que um era velho, de barba, e os outros, jovens, sem barba. Pareciam pai e filhos. Conversavam sussurrando. Então vieram ver se eu continuava bem amarrada. Depois fugiram, fechando a janela ao saírem. Demorou pelo menos uns quinze minutos até eu conseguir liberar a boca e começar a gritar. Os gritos fizeram com que a criada viesse me ajudar. Logo os outros empregados foram avisados e mandamos chamar a polícia local, que instantaneamente informou Londres. Isso é tudo o que sei, cavalheiros.
– Alguma pergunta, Sr. Holmes? – perguntou Hopkins.
– Não vou abusar mais do tempo e da paciência de Lady Brackenstall – disse Holmes. – Antes de ir à sala de jantar, gostaria de ouvi-la – ele se dirigiu à criada.
– Vi esses homens antes mesmo que entrassem na casa – ela começou. – Eu estava sentada junto à janela do meu quarto quando vi, iluminados pelo luar, três homens próximos ao portão, mas aquilo não me chamou a atenção. Mais de uma hora depois ouvi minha patroa gritar, corri escada abaixo e encontrei-a como ela contou; o patrão estava caído; havia sangue e fragmentos de massa encefálica espalhados pelo chão. Isso seria o suficiente para enlouquecer qualquer mulher; amarrada ali, com o vestido manchado pelo sangue do marido. Mas a Srta. Mary Fraser, de Adelaide, Austrália, atual Lady Brackenstall, de Abbey Grange, sempre foi muito corajosa. Os senhores já a interrogaram demais, e agora ela vai para o quarto, com sua velha Theresa, para o descanso de que tanto precisa.
Com carinho materno, a mulher enlaçou sua patroa com o braço e levou-a da sala.
Será que elas estão falando a verdade? Será que foi isso mesmo que aconteceu? O que Sherlock Holmes pensou sobre esses depoimentos e o que viu na cena?
Holmes estava ajoelhado, examinando atentamente os nós no cordão vermelho com o qual a senhora fora amarrada. Depois, observou a ponta que se partiu quando o assaltante o arrancou.
O que será que há de errado aí? O que mais chamou a atenção do detetive?
– Sem dúvida, é verdade. Mas beberam vinho.
– Para se acalmar.
– Exatamente. Esses três copos sobre o bufê não foram tocados, imagino?
– Sim, tanto eles como a garrafa estão como foram deixados.
– Vamos dar uma olhada. Opa! Opa! O que é isto?
Os três copos estavam juntos, todos tintos de vinho, sendo que um continha borra. 
O que se pode desconfiar a partir dessa informação?
	Na aula anterior, vimos como o detetive Holmes observava os detalhes e levantava hipóteses...vamos ver o que foi possível descobrir sobre esse caso.
Lembra-se do cordão vermelho que prendera a senhora, dona da casa?
Sim, Watson, deparamo-nos com o trabalho de um indivíduo notável. Ainda assim, deixou-nos uma pista naquele cordão que acaba com nossas dúvidas.
– Que pista?
– Ora, se você puxasse o cordão da campainha, onde imagina que ele se partiria? Claro que no ponto em que se prende ao fio. Por que ele arrebentaria a oito centímetros desse ponto, como foi o caso deste?
– Porque estava desgastado?
– Exatamente. Este lado, que podemos examinar, está desgastado. Ele foi astuto, e fez isso com uma faca. Mas a outra ponta não está. Não podemos ver isso daqui, mas, subindo-se no console da lareira, pode-se ver que o cordão foi cortado, sem qualquer marca de desgaste natural. Você pode reconstruir o que aconteceu. O homem precisava do cordão. Ele não quis puxá-lo, com medo de que a campainha atraísse os empregados. O que ele fez? Subiu na lareira, apoiou o joelho na mão-francesa, conforme pode ver pela marca na poeira, e cortou o cordão com a faca. Faltaram cerca de oito centímetros para eu alcançar o ponto do corte, de onde concluo que ele é pelo menos oito centímetros mais alto que eu.
	E do vinho que beberam, deixando os copos sujos? 
A garrafa estava ao lado deles, com dois terços de bebida. Ao lado jazia uma rolha comprida e manchada. Sua aparência e a poeira na garrafa mostravam que os assassinos não tinham bebido um vinho qualquer.
A atitude de Holmes mudou. Ele perdeu a expressão desinteressada e novamente vi seus olhos se aguçarem. Ele pegou a rolha, examinando-a minuciosamente.
	Após a investigação, Sherlock chegou ao verdadeiro culpado do crime. Acompanhe a sua confissão:
“Havia uma garrafa de vinho sobre o bufê, que eu abri e fiz Mary (dona da casa) tomar um pouco, pois ela estava em choque. Eu também tomei um gole. Theresa (empregada) estava tranquila e ajudou-me a inventar a história. Precisávamos dar a impressão de que aquilo tinha sido feito por ladrões. Theresa ficou repetindo a história para sua patroa, enquanto eu cortava o cordão da campainha. Então, amarrei-a à cadeira e desfiei a ponta do cordão, de modo a parecer um desgaste natural, para que a polícia não se perguntasse por que um ladrão subiria lá para cortá-lo. Depois, peguei algumas peças de prata, para fazer parecer roubo, e fugi dizendo a elas para darem o alarme dali a quinze minutos. Joguei a prataria no lago e fui para Sydenham, sentindo que, pelo menos uma vez na vida, eu fizera um bom trabalho. Essa é toda a verdade, Sr. Holmes, ainda que me custe o pescoço.”
	Realmente o nosso detetive estava certo em suas observações. Você gostaria de saber mais sobre essa história? Quem foi o criminoso? Como Holmes e Watson chegaram a essa conclusão? Quando possível, leia o capítulo O Mistério de Abbey Grange, no livro O jogador desaparecido e outras aventuras, de Arthur Conan Doyle. Está disponível também na plataforma Árvore de Livros...

Continue navegando

Outros materiais