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Teoria Econômica 2 Código EE130 Profª Dra Jacqueline Franco Cavalcante Contabilidade Nacional Parte 2 – CEI e TRU Referência Bibliográfica: FEIJÓ, C. A.; RAMOS, R. L. O. Contabilidade Social: A nova referência das Contas Nacionais do Brasil EQUIPE DOS PROFESSORES DA USP. Orgs.: PINHO & VASCONCELOS, Manual de Economia. Editora Saraiva, 6a edição, 2011. Cap 14 Sistema de Contas Nacionais: As Contas Econômicas Integradas (CEI) e as Tabelas de Recursos e Usos (TRU) Introdução II Guerra Mundial → Nações Unidas → informações sistemáticas e padronizadas sobre o funcionamento das suas economias. Brasil no pós-guerra até 1986 → FGV/RJ; a partir de 1986 esta atribuição ficou de responsabilidade do IBGE. Qual é o papel das Contas Nacionais? Registrar como o produto é gerado, é usado, consumido e exportado, como é distribuído funcionalmente, qual a porção destinada para investimento e para aumentar estoques e como o investimento é financiado. A CN oferece um retrato do funcionamento da economia em dado período. Introdução Oferece referências básicas de classificação de atividades e de setores institucionais, definições sobre a fronteira econômica e conceitos para definir e classificar unidades estatísticas e suas transações. As Contas Econômicas Integradas (CEI) são apresentadas por setores institucionais (empresas financeiras e não financeiras, famílias, administrações públicas, instituições sem fins lucrativos e serviço das famílias) O sistema também integra as Tabelas de Recursos e Usos (TRU) → trazem informações de produção e de geração da rendas por setores de atividade produtiva. As Contas Econômicas Integradas (CEI) Constituem a estrutura central do SCN. São construídas em torno de uma sequência de contas de fluxo interrelacionados com as contas de patrimônio. As de fluxos descrevem como ocorrem diferentes tipos de atividades econômicas num determinado período de tempo; já as de patrimônio registram os valores de ativos e passivos detidos pelos setores institucionais no inicio e no fim do período. A ligação entre as diversas contas que compõem o sistema das Contas Econômicas Integradas é dada pelo saldo de uma conta que é transportado para a conta seguinte As Contas Econômicas Integradas (CEI) AS Contas são integradas por setores: Empresas financeiras Empresas não financeiras Famílias Administrações públicas Instituições Sem Fins Lucrativos a Serviço das Famílias (ISFLSF) Resto do Mundo As Contas Econômicas Integradas (CEI) As Contas Econômicas Integradas (CEI) As rubricas são descritas no corpo central e os lançamentos feitos a direita e a esquerda; Utiliza-se a terminologia usos e recursos, no lugar de débito e crédito, respectivamente; Os saldos se constituem em agregados econômicos de interesse, como o PIB, Renda Nacional, Renda Disponível, Poupança Bruta etc. Cada linha das CEIs corresponde a uma operação → pagar e receber pelos setores institucionais e o Resto do mundo. CONTAS CORRENTES, ACUMULAÇÃO E PATRIMÔNIO. Contas Correntes: Produção, Distribuição e Utilização da Renda Apresentam a atividade de produção de bens e serviços, a geração de renda na produção e a subsequente distribuição e redistribuição dos rendimentos pelas unidades institucionais e a alocação final entre consumo e poupança. Contas de Acumulação: Variação de Ativos e Passivos e do Patrimônio Líquido Abre com a Poupança e registram os “fluxos de transações” e “outros fluxos” que representam mudanças nos ativos (lado esquerdo) e mudanças nas obrigações (lado direito). Contas de Patrimônio: Estoques de Ativos e Passivos e Patrimônio Líquido Mostra os valores de ativos e passivos dos setores institucionais no início e no fim de um período contábil; Engloba: ativos tangíveis (exclui bens duráveis das famílias), intangíveis (marcas e patentes) e financeiros (moeda, ações) e não inclui os recursos naturais como patrimônio. As Tabelas de Recursos e Usos - TRUs As Tabelas de Recursos e Usos (TRUs) se vinculam as CEIs através dos resultados de oferta e demanda e renda agregados por setores institucionais por setores de atividade As TRUs são divididas em: TRUs que apresenta a oferta total de bens e serviços da economia (produção e importação) TRUs que apresenta o consumo intermediário e a demanda final (exportação, consumo final, formação bruta de capital fixo) totalizando a demanda da economia Componentes do valor adicionado por setores de atividade Conta de Operações de Bens e Serviços Esta conta é apresentada separadamente das demais CEIs e é identificada no Sistema de Contas Nacionais como conta 0; É considerada a base de todo o sistema, pois retrata a atividade de produção e o destino da produção pelas categorias de demanda final; Conta de Operações de Bens e Serviços Como o saldo dos recursos e usos se equilibram esta conta deve ser interpretada como um resumo dos resultados obtidos nas tabelas de recursos e usos (oferta=demanda); O objetivo desta conta é apresentar o total da oferta de bens e serviços (produção doméstica + importações) no ano, e o destino desta oferta pelas categorias de demanda: consumo intermediário, consumo final, formação bruta de capital fixo, variações de estoques e exportações de bens e serviços Conta de Operações de Bens e Serviços Conta de Operações de Bens e Serviços Esta conta é gerada a partir da identidade entre o valor do PIB obtido pela ótica da produção e do consumo (despesa), logo podemos escrever: Igualando (1) e (2) Vpb: valor de produção a preços básicos; Mcif : importação de bens e serviços de não fatores; Ip: impostos sobre produtos líquidos dos subsídios; CIpc: consumo intermediário a preços do consumidor; FBCFpc : formação bruta de capital fixo a preços do consumidor; VE: variação de estoques; Xfob: exportação de bens e serviços de não fatores, valoradas a preços FOB Conta de Operações de Bens e Serviços Rearranjando chegamos a igualdade entre recursos e usos, ou seja, o equilíbrio entre oferta e demanda de bens e serviços Conta de Operações de Bens e Serviços O valor de produção (VPpb) considera a produção de bens e serviços. No caso de bens a produção voltada para o mercado, i.e, produção mercantil. Já os serviços estão divididos em mercantis (vendidos no mercado) e não mercantis (soma dos custos de produção = depreciação consumo intermediário, impostos, remuneração); Como consumo intermediário (CIpc) considera-se o consumo de bens e serviços mercantis utilizados na produção de outros bens e serviços, mercantis ou não; Conta de Operações de Bens e Serviços Como consumo final (Cpc) consideram os bens e serviços de uso privado (consumo das famílias) ou coletivo (administrações públicas) destinados a satisfação das necessidades da população; A ampliação de capacidade produtiva são representados pela formação bruta de capital fixo (FBCFpc). IBGE considera os bens duráveis e os serviços a eles incorporados adquiridos através de compra, troca, formação de capital para uso próprio e ajudas recebidas em espécie. Conta de Operações de Bens e Serviços Exemplos de FBCF: edifícios e construções, equipamentos, máquinas e instalações industriais, veículos, móveis, utensílios, e instalações comerciais, recursos minerais, florestamento e reflorestamento, direitos contratuais de exploração de florestas e outras imobilizações Despesas com formação profissional feitas pelas firmas (P&D) apesar de aumetarem a produtividade e a capacidade de produção são consideradas como consumo intermediário, pois não implicam aquisição de ativos que possam ser contabilizados nas Contas de Patrimônio Conta de Operações de Bens e Serviços A variação de estoque (VE) corresponde à variação líquida nos estoques de bens acabados ou em elaboração ou de matérias-primas utilizadas no processo de produção As exportações de bens e serviços de não fatores (Xfob) compreende todos os bens e serviços produzidos cujo destino é o resto do mundo. As exportações são valoradas a preços FOB (free on board) significando que exclui seguros e fretesde longo curso. As importações de bens e serviços de não fatores (Mcif) compreendem todos os bens e serviços que entram no país, vindos do resto do mundo. Conta de Operações de Bens e Serviços As importações de mercadorias são valoradas a preço CIF (cost, insurance and freight), significando que inclui além do seu preço de produção no resto do mundo, os custos de seguros e fretes até o porto nacional, representando o preço de entrada no país. Os impostos sobre produtos (Ip) recaem sobre o valor dos bens e serviços mercantis, sendo compostos por: impostos sobre valor adicionado, impostos sobre importação e outros impostos sobre produto. Contas Econômicas Integradas utilizam o método dos lançamentos contábeis em Débito e Crédito: Exemplo: Empréstimof/e no débito na conta de Capital das Famílias (C. Acumulação) e no crédito da conta de Capital das empresas. As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Produção (Conta 1) O objetivo da conta de produção é deduzir o valor adicionado bruto (PIB) e pode ser descrita como a atividade pela qual um agente econômico consome bens e serviços, e na qual toda a renda é gerada. As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Renda (Conta 2) As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Geração da Renda Na conta de geração de renda discriminam-se os componentes do PIB na ótica da remuneração dos fatores; é explicitado o uso dos fatores trabalho e capital na geração do Produto. O PIB é lançado como um recurso, cujo uso resulta no pagamento das remunerações aos residentes e não residentes e dos impostos sobre produção e importação, líquido de subsídios O excedente operacional bruto (EOB) é obtido por diferença. Podemos escrever a identidade para esta conta como: As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Geração da Renda Em que: W = remunerações, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais pagos a residentes Wnr = remunerações, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais, pagos a não-residentes. (W + Wnr) = total das remunerações dos empregados, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais, pagos no país Im = impostos sobre produção e importação, que incluem impostos sobre produtos (Ip) e outros impostos ligados à produção (imposto sobre folha de pagamento e demais impostos e taxas incidentes sobre atividade produtiva) Sb = subsídios a produção EOB = excedente operacional bruto As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Geração da Renda Rendimento Misto: Ganhos recebidos pelos proprietários de empresas não constituídas em sociedade, pertencentes às famílias, sejam eles trabalhadores por conta-própria (autônomos) ou empregadores informais. É obtido através de entrevistas à população. Excedente Operacional Bruto: É uma proxy do lucro bruto da renda gerada pelas empresas. Lucro líquido do exercício, antes do IR; doações e contribuições; resultado em participações societárias; despesas com royalties, distribuições no exercício. As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Alocação da Renda A conta de alocação da renda apresenta como saldo a Renda Nacional Bruta que é o conceito de valor adicionado pela ótica da renda; O SCN distingue dois tipos de transferências no processo de distribuição da renda: as transferências de capital e as transferências correntes. A conta de alocação da renda explicita as transferências de capital. As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Alocação da Renda As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Alocação da Renda Wr: remunerações, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais, recebidas por residentes, por serviços prestados a não residentes (W + Wr): total das remunerações dos empregados, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais, pagos a residentes or serviços prestados a residentes e não residentes RLP: remuneração líquida (recuros menos usos) dos fatores de produção de propriedade, constituída por rendas de capitais – juros, lucros e dividendos – e outros serviços de fatores constituído por royalties, patentes e direitos autorais RNB: renda nacional bruta As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Distribuição Secundária da Renda A conta de distribuição secundária da renda mostra como os rendimentos primários pagos a residentes podem ser usados para pagamentos de transferências para unidades não residentes O saldo desta conta é a Renda Nacional Disponível (RND), diferencia-se da RNB por incluir o saldo líquido das transferências correntes recebidas do exterior As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Distribuição Secundária da Renda As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Distribuição Secundária da Renda Em que: TUR: transferências líquidas correntes, ou seja, transferências de recursos sem contrapartida do processo produtivo, como o pagamento e recebimento de imposto sobre a renda e o patrimônio, de operações de seguro, de contribuições e benefícios previdenciários e transferências entre governos e entre residentes RDB: renda disponível bruta = RND As Contas Econômicas Integradas: Contas Correntes – Conta de Uso da Renda Explicita a RDB como recurso, e como destino o consumo final e a poupança bruta Cpc: despesa consumo final SD: poupança bruta As Contas Econômicas Integradas: Conta de Acumulação – Conta de Capital Nesta conta a poupança bruta deve financiar a formação bruta de capital fixo e a variação de estoque As Contas Econômicas Integradas: Conta de Acumulação – Conta de Capital Em que: Trc: transferências líquidas de capital, que corresponde à variação de patrimônio líquido resultante de operações financeiras; Sext: capacidade ou necessidade de financiamento da economia As Tabelas de Recursos e Usos (TRU) As TRU possuem informações básica para a construção da matriz de insumo-produto. Apresentam as operações da conta de bem e serviços, da conta de produção e da geração da renda (distribuição operacional da renda) por setor de atividade econômica, ou seja, permite estimar o PIB pelas óticas do produto, renda e da despesa. O Total de empregos em cada atividade também é apresentado nas TRU. As Tabelas de Recursos e Usos (TRU) Quadrante A: Oferta total a preço a preços de mercado e a preços básicos, a margens de comércios e transportes e os impostos e subsídios associados a cada produto. Quadrante B: Apresenta a demanda total. B1: Insumos utilizados na produção de cada atividade. B2: Bens e serviços que se destinam à demanda final. Quadrante C: Mostra os demais custos de produção – remuneração dos empregados e os impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção, que não incidem diretamente sobre o produto, finalizando com o rendimento misto bruto e o EOB. ) 1 ( Ip CI VP PIB pc pb + - = EOB Sb Im W W PIB nr = - + + - )] ( ) [( RNB RLP Sb Im W W EOB r = + - + + + ) ( ) ( RDB TUR RNB = + SD C RDB pc = - ext pc S Trc VE FBCF SD ± = + + - ) (
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