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Nome: Sigrid de Nazaré Santos Cereja Curso: Ciências Sociais Disciplina: Teoria Econômica Contemporânea Data:09/08/2021 Singer, Paul. Desenvolvimento e crise. 2 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977. 162p. Conceituar termos como desenvolvimento e crescimento pode ser um desafio dependendo dos fundamentos teóricos que cada um traz consigo. Para muitos pensadores do século XX e anteriores, esses termos não poderiam ser distinguidos ou pelo menos não enxergavam a diferença entre eles. Singer (1977) trouxe em seu texto duas correntes, atores sociais que identificam desenvolvimento com crescimento econômico e os que enxergavam a distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico. Na primeira corrente citada, vários autores acreditam que desenvolvimento e crescimento são sinônimos em sua essência, não reconhecendo a real diferença entre as variáveis qualitativas e quantitativas envolvidas nesses termos. Em suma, tentavam explicar o crescimento econômico utilizando o mesmo conceito de desenvolvimento. Dessa forma, caracterizam países desenvolvidos como aquele que cresce economicamente utilizando todos ou boa parte dos recursos disponíveis – como mão de obra, recursos naturais e tecnologias – para manter a população em um nível de vida mais elevado, ou seja, se um país cresce economicamente ele passa a ser desenvolvido. De fato, em países subdesenvolvidos carecem de alguns desses recursos citados acima, como mão de obra qualificada e técnicas mais eficientes de produção, no qual afetava (ou ainda afeta) diretamente no crescimento econômico de um país. O que esses mesmos autores não levaram em consideração foi o fator político-social, onde uma gestão governamental mais eficiente e menos corrupta poderia intervir para gerar mais oportunidades a partir de políticas públicas para que a população possa se capacitar, e consequentemente, melhorando a qualidade da mão de obra e a eficiência na produção de bens de consumo. Na concepção de Alfred Marshall, quanto mais o homem investe capital na produção de um bem, mais há excedente na sua produção, dando-lhe poder de poupar e aumentar sua riqueza. Não se pode negar toda a proposição, conforme afirma Singer (1977), mas deve-se entender que o processo de desenvolvimento e crescimento econômico ocorreu (e ainda ocorre) de forma desigual entre nações, podendo ser causada por inúmeros fatores, como problemas ambientais e conflitos sociais. A acentuação dessas diferenças entre países desenvolvimento e em desenvolvimento se dá principalmente pela existência de um círculo vicioso alimentado pelo primeiro. Embasado na ideia de Marshall para crescimento econômico, acreditou-se que a aplicação de investimento de capital estrangeiro em países em desenvolvimento o ajudaria a ser desenvolvido também. O que ocorreu de fato foi a intensificação das características que eram associadas a países subdesenvolvidos: baixo nível de vida da maioria da população, elevados índices de mortalidade e de analfabetismo, baixos níveis de produtividade – exceto pelo setor de exportação. Logo, a exportação de produtos aumenta o crescimento econômico, mas não o desenvolvimento de um país em termos qualitativos, refutando a ideologia da primeira corrente teórica. De outro lado, tem-se a corrente que identifica a distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico. A distinção entre esses termos é embasada na ideia de que o crescimento é um processo de expansão quantitativa e o desenvolvimento é o processo de transformação qualitativa do sistema econômico a outro sistema, ou o aprimoramento do sistema existente. Ao se considerar essas distinções, a complexidade da análise também aumenta. Todavia, os mesmos autores que defendem essa corrente, também se mantêm vinculados às ideias de Marshall citados acima, mantendo a ideia de que um país subdesenvolvido dificilmente sairá do círculo vicioso, já que em sua maioria predominam atividades primárias e exportação de matérias primas. Novamente, entra-se numa ideia onde o fator político-social é excluído da equação de desenvolvimento e crescimento econômico. O processo de crescimento e desenvolvimento econômico, de maneira resumida, se origina pela necessidade em atender uma economia globalmente interligada em função do valor de mercado dos bens de produção. E a partir do crescimento econômico, pode (ou não) ocasionar o desenvolvimento econômico de um país.
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