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(1189/1198 – 1418) Trovadores: na lírica medieval, era o artista de origem nobre do sul da França que, geralmente acompanhado de instrumentos musicais, como o alaúde ou a cistre, compunha e entoava cantigas As cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram depois manuscritas e colecionadas nos chamados Cancioneiros (livros que reuniam grande número de trovas) Medida velha: redondilha maior (7) e redondilha menor (5) Trovadorismo Características - teocentrismo - língua: galego-português - movimento de caráter exclusivamente poético-musical Tipos de poetas - trovador: poeta nobre - jogral: poeta popular - segrel: poeta profissional (nobre decadente) - menestrel: músico ligado à corte Trovadorismo (1189/1198 – 1418) Trovadorismo Classificação das Cantigas Gênero Lírico Gênero Satírico de amor de amigo de escárnio de maldizer Trovadorismo Classificação das Cantigas Gênero Lírico Cantigas de amor (origem nobre e provençal) - amor cortês: o eu-lírico, masculino - canta as qualidades de seu amor, a quem ele trata como superior e inalcançável - vassalagem amorosa (ela é a suserana e ele, o vassalo – reprodução do sistema hierárquico feudal) - coita: a dor de amar e não ser correspondido - linguagem mais erudita e sofisticada (que as cantigas de amigo) Se eu podess'ora meu coraçom, senhor, forçar e poder-vos dizer quanta coita mi fazedes sofrer por vós, cuid'eu, assi Deus mi perdom, que haveríades doo de mi. Ca, senhor, pero me fazedes mal e mi nunca quisestes fazer bem, se soubéssedes quanto mal mi vem por vós, cuid'eu, par Deus que pod'e val, que haveríades doo de mi. E pero mi havedes gram desamor, se soubéssedes quanto mal levei e quanta coita, des que vos amei, por vós, cuid'eu, per bõa fé, senhor, que haveríades doo de mi; e mal seria se nom foss'assi. Se eu pudesse forçar meu coração, Obrigá-lo, senhora, a vos dizer Quanta amargura me fazeis sofrer, Posso jurar – dê-me Deus perdão! – Que sentiríeis compaixão de mim. Pois, senhora conquanto apenas dor E nenhuma alegria me causeis, Se soubésseis o mal que me fazeis, Posso jurar – perdoa-me Senhor! – Que sentiríeis compaixão de mim. Não me querendo nenhum bem, embora, Se soubésseis a pena que me dais, E quanta dor há nos meus tristes ais, Posso jurar – de boa fé, senhora! – Que sentiríeis compaixão de mim. E mal seria, se não fosse assim. Trovadorismo Classificação das Cantigas Gênero Lírico Cantigas de amigo (origem popular) - o eu-lírico é feminino (mas o autor era masculino) - canta seu amor pelo amigo ausente (amigo = namorado) - em seu canto, ela dialoga com as amigas, a mãe ou a natureza - o amigo está ausente por algum motivo nobre (foi lutar na guerra) - o amor entre os dois existe no plano da realidade; a mulher que canta não é nobre - paralelismo “Ay flores, ay flores do verde pinho, se sabedes novas do meu amigo! ay Deus, e hu é *1? *1 E hu é: onde está Ay flores, ay flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! ay Deus, e hu é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu no que pôs comigo! ay Deus, e hu é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu no que me há jurado! ay Deus, e hu é?” Trovadorismo Classificação das Cantigas Gênero Satírico (circulavam entre o povo) Cantigas de escárnio - sátira indireta - critica alguém através da zombaria e do sarcasmo - linguagem velada e de duplo sentido Cantigas de maldizer - sátira direta - crítica com temática variada - presença de vocabulário chulo, ofensas, palavrões e obscenidades - literatura marginal Ai dona fea! foste-vos queixar porque vos nunca louv'en meu trobar mais ora quero fazer un cantar en que vos loarei toda via e vedes como vos quero loar dona fea , velha e sandia! Foi um dia Lopo jograr a cas d'um infançom cantar; e mandou-lh'ele por dom dar três couces na garganta; e fui-lh'escass', a meu cuidar, segundo com'el canta. Ai, dona feia, foste-vos queixar que nunca vos louvo em meu cantar; mas agora quero fazer um cantar em que vos louvares de qualquer modo; e vede como quero vos louvar dona feia, velha e maluca! Foi um dia Lopo jogral Cantar na casa de um fidalgo E deu-lhe este em pagamento Três coices na garganta, E até foi moderado, a meu ver, Pelo jeito como ele canta. D. Dinis João Garcia de Guilhade Martim Codax Paio Soares de Taveirós Cancioneiro da Ajuda Cancioneiro da Vaticana Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa Trovadorismo Principais Autores Novelas de cavalaria Hagiografias Nobiliários ou Livros de Linhagem Trovadorismo Prosa Medieval -Ciclo Bretão ou Arturiano (Rei Artur) -Ciclo Carolíngico (Carlos Magno) -Ciclo Clássico (guerreiros greco latinos)
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