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Saneamento Básico e o sistema de abastecimento Lei Federal 11.445 - é o conjunto de todas as atividades e infraestrutura necessária a: 1. Abastecimento de água 2. Esgotamento necessário 3. Limpeza urbana; 4. Drenagem Pluvial; Usos: 1. Consultivo: redução significativa da oferta (precisa de licenciamento e outorga). 2. Não consultivo: retorno da água. 3. Local: não causa impacto significativo. Pode ser dividida tbm em etapas de produção de água (até a ETA) e de distribuição de água (após a ETA). Impactos diversos: ● Captação - remoção da cobertura vegetal; ● Reservatórios de acumulação - inundação; ● Adução - impacto paisagístico e instabilidade de encostas. Sistema de abastecimento e as soluções alternativas A solução alternativa não possui rede de distribuição (pode ter ou não canalização) e pode ser dividida em (Portaria do MS): 1. Individual: 1 única família (poço individual). 2. Coletiva: atende a vários municípios (Ex: banheiro comunitário). Captação ● O manancial escolhido é primordial para a tecnologia e planejamento do tratamento de água. ● Localiza-se em locais distantes de focos de poluição (à montante de cidades). ● Pela fonte: ○ Superficiais: características físicas e biológicas impróprias para consumo. ■ Presença de partículas em suspensão e protozoários. ■ Forma usual de tratamento: filtração. ○ Subterrâneos: entram em contato com o solo. ■ Presença de óxidos metálicos. ■ Usual a cloração. ● BIZU! ○ Regularizar a vazão em períodos de seca - Reservatórios de vazão e não de nível! Captação subterrânea ● Nascente ou aquíferos ○ Aquífero confinado- necessário instalação de válvulas redutoras de pressão p/ evitar golpe de aríete. ● Poço: ○ Rasos; ■ z < 20 m; ■ Detalhes construtivos: ■ 15 m de fossas secas. ■ 100 m demais focos de contaminação. ■ Construir em nível mais alto (terreno natural e inundação) do que focos de contaminação. ■ Evitar locais que sofram inundações. ■ Revestimento p/ evitar desmoronamento. ■ Se terreno estável - só nos primeiros 3 metros. ■ Desinfecção antes do consumo! ○ Profundos; ■ Maior especialização - feito com perfuratrizes. ■ Detalhes construtivos: ■ Revestimento parcial ou total. ■ Válvulas: ■ Retenção: permite fluído em só uma direção. ■ Protege a bomba em caso de interrupção de fluxo. ■ Válvula de pé de crivo é um tipo. ■ De parada: permite a interrupção e controle do fluxo p/ manutenção. ■ Ventosa: expulsa o ar e admite a entrada no caso de pressões negativas (impede a cavitação). ● Galerias de infiltração: material granular + drenos secundários e principais. ○ Aproveitamento de águas de nascentes e de fundos de vales. ● Caixas de tomada (CT): caixas com dissipadores de erosão (pedras de mão); ○ Aproveitamento de águas aflorantes ou em encostas. BIZU! ● TODAS as estruturas de captação subterrânea - instaladas em nível mais alto que focos de contaminação. ● Poços e CT - acima das cotas de terreno e das cotas de inundação (evitar infiltração). Captação de águas superficiais ● Reservatórios de regularização de vazão: ○ Vazão da Estiagem < Demanda; ○ Compatibilização entre reservação e demanda; ○ Estrutura de grande porte. ● Reservatórios de nível: ○ Aumentar o nível do manancial. ○ Pequeno porte. ● Tomada d'água: ○ Estrutura de captação; ● Grades e telas ou gradeamento: ○ Impede a passagem de materiais grosseiros, flutuantes ou sólidos em suspensão. ○ Telas após as grades. ○ É obrigatório em captações de superfície. ○ BIZU! ■ Grades NÃO impedem a passagem de algas. ● Desarenador (caixa de areia): ○ Remove por sedimentação. ○ Manancial com transporte intenso de sólidos. ● Poços de sucção e casa de bombas: ○ Cota da captação < cota da comunidade. Tipos de Tomada d'água: ● Onde fazer a capitação? 1. Trechos retos (menos assoreamento) ou na margem externa (côncava) - Maior velocidade. 2. p/ evitar assoreamento - vel. não deve ser inferior a 0,6 m/s. 3. Curso com intenso transporte de sólidos - barragem oblíqua ou tomada d'água em canal lateral - técnicas com desvio no curso. ● Nível dinâmico d'água - tomada entre N.A mínimo e N.A máximo. 1. N.A mínimo: ■ Carreamento de sólidos que se sedimentam no fundo; ■ Redução da submersão da captação; 2. N.A máximo: ■ Captar águas com muita presença de alga. ● Tipos: 1. Tubulação de tomada: tubulação que conecta o manancial a uma unidade do sistema. 2. Catação flutuante: ■ Escoamento tranquilo e fluvial em lagoas ou represas. ■ Solução de baixo $; ■ Tubulação flexível (alongamento e encurtamento pela alteração do nível); 3. Torre de tomada: ■ Comportas de níveis diferentes (evitar algas e sedimentos); ■ Usada em represas, lagos e rios com fluxos tranquilos. ■ Possível análise prévia para verificar melhor profundidade. ■ Captação de água com grandes vazões e de alta qualidade. ■ Evita captação de água contaminada com algas. ■ Captação não muito próxima à superfície e nem no fundo. 4. Caixa de tomada: ■ Tubulação de tomada com caixa estrutural (proteção). ■ Escoamento rápido ou torrencial. Tratamento Adutoras ● Tubulação que transporta água antes da rede de distribuição. ○ NÃO distribui água para os consumidores, esse é o papel da rede. ● Tipo de água: ○ AAB: conduz a água ainda não tratada para a ETA. ○ AAT: conduz água tratada na ETA. ● Energia: ○ Adutora por gravidade: ■ Conduto forçado: Pinterna > Patmosférica ■ Escoamento dos vasos comunicantes. ■ Água atinge o repouso no mesmo nível. ■ Conduto livre: Pinterna = Patmosférica ■ Geralmente abertos, por isso é raro pelo risco de contaminação. ○ Adutora por recalque: transporte por bombeamento. ○ Adutora mista: escoamento por gravidade e recalque. Traçado das adutoras ● Teorema de Bernoulli: ○ "Energia em qualquer ponto da massa de fluido em escoamento permanente é constante e igual à soma das alturas piezométricas (P), geométrica (Z) e cinética (EC)." ○ ○ Por vezes, despreza-se EC (muito pequena). ■ ■ Z+P é denominada energia potencial ou energia gravitacional! ○ Bernoulli não considera recalque, somente energia gravitacional! ● Escoamento entre 2 reservatórios: ● ○ Perda de energia no escoamento dividida em 2 frações: ■ Contínua: ■ Maior p/ adutoras de diâmetros e comprimentos grandes. ■ Localizada: ■ Maior p/ adutoras curtas com muitos acessórios. ○ Linha de carga efetiva (LCE) ○ ■ Conduto Forçado. ■ Adutora abaixo da LCE ou curva piezométrica (CP) - Pcondutor > Patm. ■ Escoamento contínuo (preferir esse traçado). ■ Pontos mais altos: tendência de acúmulo de ar - Ventosas. ■ Pontos mais baixos: esvaziamento p/ manutenção e reparo - Válvulas de descarga. ○ BIZU dos demais dispositivos! ■ Válvula de retenção: impede o retorno da água. ■ Válvula de registro de parada: interrompe o fluxo de água. ■ Válvula redutora de pressão: impede vazamentos e danificação da tub. ■ Válvula anti-golpe: reduz a pressão e o golpe de aríete. ■ Standpipe: caixa de transição, usada quando a linha piezométrica (LP) corta a tubulação (pressão negativa - risco de contaminação). ■ ■ Conduto livre (gravidade). 1. Adutora coincide com a LCE ou CP - Pcondutor = Patm. 2. Exemplos: rios, canais e tubulações de esgoto. ■ Pressão negativa. 1. Adutora corta a LCE ou CP - Pcondutor < Patm. 2. Problemas de contaminação ( caso de rompimento) e cavitação. 3. Para resolver: instalar pequeno reservatório no ponto intermediário (caixa de transição). ■ ■ BIZU! ■ Altura do reservatório a montante estabelece o PC efetivo. 1. 2. Traçado 3 (sifão): só é possível com escorva. ■ PC absoluto = PC efetivo + 1 atm. 1. 2. Traçado 4: não aplica-se Bernoulli, por bombeamento. ○ Otimizando o diâmetro. ■ Menor diâmetro possível - utilizar todo o desnível. ■ Buscar a maior perda de carga! ○ BIZU! ■ Perda de carga é: ■ Proporcional: 1. Comprimento. 2. Material e rugosidade. 3. Velocidade de escoamento e vazão. ■ Inversamente: 1. Diâmetro. ■ Independe da posição do tubo. Calculando o consumo de água de uma pessoa ● Dimensionamento de uma adutora: qDMC ○ K1 ■ ■ NBR 12219, no caso de inexistência K1 adotar 1,2. ■ Para ocálculo, considerar, no mínimo, 5 anos. ○ K2 ■ Dimensionamento de adutoras ● Alcance de projeto entre 20 e 50 anos. ● ○ Na QAT não é considerada o consumo da ETA, pois está a jusante! ○ Não é necessário K2 , pois o reservatório absorve as variações - economia no diâmetro da tubulação. ● ● População de projeto (NBR 12221): ○ Residente; ○ Flutuantes; consumo semelhante a pop. residente. ○ Temporária; consumo inferior a pop. residente. ○ 𝑃𝑜𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑃𝑜𝑝. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. +𝑃𝑜𝑝. 𝐹𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑜𝑝. 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎. ○ Pop. abastecível = % pop. total. ■ pelo menos 80% pop. residente. ■ parcelas da pop. flutuante e temporária. ○ Tipos de consumidores: ■ Especial - atendimento priorizado (hospital). ■ Singular - consome + água (indústria). ○ Pop. de alcance = pop. prevista p/ último ano ■ Método aritmético - equação 1º grau. Reservatórios de distribuição ● Funções: ○ Regularizar a vazão - acumulo e liberação. ○ Segurança no abastecimento - ruptura e paralizações. ○ Reserva p/ incêndio. ○ Regularizar pressões. ○ Permitir o bombeamento fora do pico elétrico. ● São $ e não podem ser instalados em qualquer lugar! ○ Cota muito elevada - Pressão muito grande (vazamentos e danos à tubulação) ○ Cota muito baixa - Pressão muito baixa (necessário bombeamento) ● Pressão dinâmica mínima: hora e dia de maiores consumos + reservatório com cota mínima. ○ ✓ Pressão dinâmica mínima: 100 KPa (cerca de 10 mca). ● Pressão estática máxima: consumo nulo + nível máximo no reservatório. ○ ✓ Pressão estática máxima: 500 KPa (cerca de 50 mca); ● Tipos de reservatórios: ○ Em relação a localização: ■ Montante: reservatório envia água para a rede. ■ Jusante: recebe água nas horas de menor consumo e complementa nas de maiores consumo. ■ Intermediário: volante de regularização. ○ Em relação a localização no terreno: ■ Enterrado: cota inferior à do terreno. $ maior. ■ Semi- enterrado: 1/3 da altura abaixo. ■ Apoiado: <1/3 da altura abaixo. ■ Elevado: cota superior à do terreno. $ maior. ○ Conjugado: enterrado + apoiado. ■ Economiza-se no reserv. elevado. ■ E.E bombeia a água entre reserv. ou booster. ■ 10 a 20% do vol. no elevado e o restante no inferior. ■ cap. superior suficiente p/ evitar frequentes partidas e paradas. Critérios básicos aplicados no projeto de um reservatório de distribuição ● Torres cilíndricas: altura igual à metade do diâmetro. ● Fuga de água pela fundação: existência de fraturas. ● Cota acima do Nível máximo do lençol e inundação. ● Devem ser ventilados (amortecer variação da água) e cobertos por telas. A capacidade dos reservatórios ● Volume útil ou reserva de equilíbrio: água nas horas de menor consumo para compensar nas de maior demanda. ○ Varia entre nível mínimo e máximo. ○ Nível mínimo impede a entrada de ar na tub. (vórtice por submersão mínima) ● Volume de reserva = incêndio + emergência. ● ● Cálculo da capacidade. ○ Multiplicar por 1,2 (incertezas) ○ Curva de massa ou de ripple. ○ Redes de distribuição ● Componente mais $ = 75% do custo total. ● Classificações: ○ Quanto ao tipo de água: simples e dupla (água potável e s/tratamento) ○ Quanto ao tipo de alimentação: reservatório: montante, jusante, montante e jusante, sem reservatório. ● Tubulações: principal ( tronco ou mestra) e secundária. Rede ramificada ● Tubulação tronco alimenta diretamente as tubulações secundárias. ● Sentido único de alimentação. ● Recomendadas quando não é possível topograficamente usar a malhada. ● Divididas em: ○ Espinha de peixe: ramificações a partir da tubulação principal; sentido único. ○ Grelha: condutos paralelos principais - diâmetros decrescem! Rede malhada ● anéis e blocos. 1. circuito interligado - pressão mais uniforme e estável. 2. Evita-se a formação de pontas mortas (pouca água - acúmulo de sedimentos) ● Principal vantagem: abastecer qualquer ponto por diversos caminhos da malha. 1. Caminho não é único como o caso da ramificada. 2. Caso ocorra interrupção: não haverá descontinuidade. 3. Minimizam a área abastecida em caso de acidentes ou de manutenção. ● Tipos: 1. Em anéis: + válvulas de registro. 2. Em blocos: subdivide traçados maiores em setores menores. ■ + eficaz para a medição e isolamento. ■ rede independente (alimentada somente por 2 pontos) - válvulas. 3. Rede mista: combinação - ramificada + malhada. ● Localizadas em vias urbanas ou passeios (NBR 12.218). Projetando redes de distribuição ● Vazão específica: Q/A ou Q/L ● Admite-se que a vazão conduzida é linearmente consumida. ○ Vazão fictícia: QF=(QM+ QJ)/2 ● Pressão dinâmica: tem perda de carga! ✓ Pressão dinâmica mínima: 100 KPa (cerca de 10 mca). ● Pressão estática: sem perda de carga! ✓ Pressão estática máxima: 500 KPa (cerca de 50 mca); ✓Outros valores podem ser aceitos, se justificados. ✓ NBR 12.218 recomenda entre 250 kPa e 300 kPa p/ evitar vazamentos. ● Se a diferença de conta > 40 m (50 m - 10 m) - + 1 zona de pressão. ○ O reservatório define a zona de pressão (subdivisão). ● PD= PE - h Dimensionamento de redes de distribuição ● Cálculo da vel. de escoamento em cada trecho - a partir do caminho da água. ○ Redes malhadas - várias possibilidades X Rede ramificada - 1 caminho. ● Sentido de escoamento definido pela diferença de pressão entre os nós. ○ Sempre escoa da maior pressão para a menor. ○ Mesmo com interrupção - a água chega pela diferença de pressão. ● Princípios de Hardy Cross: h é a diferença entre as cotas piezométricas na entrada e saída. ○ Continuidade: Q chegam no nó = Q saem do nó. ○ Conservação de energia: soma das perdas de carga que chegam ao nó é 0. ● Limites de velocidade NBR 12.218: ○ Vel. máxima: perda de carga de até 10 m/km. ■ Perdas de cargas elevadas, cavitação e golpe de aríete. ○ Vel. mínima: igual a 0,4 m/s. ■ Acúmulo de sedimentos (menor seção p/ escoamento) e retenção de ar. ● Tubulações secundárias com dmín = 50 mm. ○ Exceções devem ser justificadas. ● Redes geralmente feitas de PEAD. ○ polietileno de alta densidade. ○ material flexível e de alta res. a ataques químicos e corrosivos. Micromedição, setores de manobra, distrito de medição e de controle e perdas ● Medição das perdas: operação e manutenções difíceis, pois a rede não é visível. ● Consumo autorizado: ○ Medido: hidrômetro. ○ Não medido: uso da ETA e usos sociais. ● Água produzida = Consumo autorizado + Perdas. ○ Perda física (real): água que não chega ao consumidor. ■ Vazamentos, extravazamentos. ○ Perda aparente: água produzida, mas não contabilizada. ■ Erros hidrômetros, fraudes e ligações clandestinas. ○ 𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑃𝐹 + 𝑃𝐴 ○ IP = PTotal / VT ■ Limitação - reflete o volume relativo de perda. ■ Deve ser considerado na vazão de dimensionamento (NBR 12.218) ● Medição da água produzida na ETA - macromedição. ● Água efetivamente entregue ao consumidor final - micromedição. ● Setorização: ○ Divisão de áreas da rede que serão isoladas, monitoradas, avaliadas. ● DMC (distrito de medição e controle): área isolada que permite monitoramento. ○ NBR 12218: ✓ No máximo 5.000 ligações; ✓ Extensão máxima de 25 km de rede no DMC. Setorização da rede de distribuição ● Distribuição da rede em setores monitorados: pressão mais favorável e com baixas perdas. ● Tipos de setores: ○ De manobra: menor subdivisão, permite reparos e manutenção, dispensado a necessidade de interromper o abastecimento. ■ NBR 12.218: ✓ No máximo 500 ligações; ✓ Extensão máxima de rede de 3 km. ○ De medição: medidores de pressão e micromedidores de vazão.
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