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LINGUAGEM EM FOTOGRAFIA JORNALÍSTICA PARTE III Conteudista Prof. Me. Cesar Luis Mulati FOTOJORNALISMO: A FOTOGRAFIA DO COTIDIANO O Fotojornalismo, a produção de fotografias para ser publicadas em jornais ou revistas a fim de ilustrar uma história, um fato, uma notícia, talvez seja contemporânea à própria descoberta da fotografia, na primeira metade do século XIX, já que desde o início da gravação da imagem por Niépce, havia a preocupação em como reproduzir imagens em páginas impressas para serem distribuídas ao público. A técnica usada no início consistia na gravação da imagem em blocos de madeira por mãos habilidosas que copiavam desenhos, pinturas e, em alguns casos, as próprias fotografias. Esses gravadores não eram artistas e sim, técnicos que tentavam, com suas ferramentas, copiar o mais exato possível a imagem original, façanha nem sempre alcançada por todos. A relação da fotografia com a imprensa nos primórdios da invenção da nova forma de representação do real passou por uma fase de adaptação, pois as dificuldades tecnológicas impediam que a fotografia fosse publicada diretamente na página impressa, como hoje. Dificuldade essa vencida inicialmente com a invenção do clichê, em 1880, que permitia a gravação da imagem na mesma superfície que as palavras escritas, o que acabou promovendo uma revolução gráfica na imprensa. Com o clichê, as películas flexíveis, as lentes de maior definição e com as máquinas manuais menores e de manuseio mais prático, o processo fotográfico se tornou mais fácil e ágil, possibilitando que fosse realizado um volume maior de trabalhos, aumentando consideravelmente o número de fotografias publicadas em livros, revistas, jornais e outros meios, fomentando assim uma nova frente dentro da fotografia comercial: o fotojornalismo. O fotojornalismo pode ser considerado um fenômeno porque muda a maneira como o homem visualiza os acontecimentos do dia a dia, alargando seu olhar 3 para o mundo, não tendo só a palavra como testemunho, mas a imagem como reflexo concreto do universo em que vive, como pensa Ivan Lima (1989, p.9), em seu livro Fotojornalismo Brasileiro: A fotografia inaugura o mass media visual quando o retrato individual é substituído pelo retrato coletivo. Ela se transforma ao mesmo tempo em um potente meio de propaganda e manipulação. O mundo em imagens é afeiçoado segundo os interesses dos que são os proprietários da imprensa: os industriais, os banqueiros, os governantes. É através da imprensa que tudo se difunde. Assim, Illustrated American foi a primeira revista planejada para publicar apenas fotos, sem textos, e sua primeira edição ocorreu em 22 de Fevereiro de 1890. Essa edição continha seis fotos da Armada dos Estados Unidos, vinte e uma da exposição de Westminster Kennel Club, oito da Oficina de Correios de Chicago, quinze de uma produção de “A vuestro gusto”, uma peça de Shakespeare, seis de diversos lugares históricos de Nova Jersey, catorze ilustrando uma viagem ao Brasil e cinco dos últimos modelos de chapéus para senhoras. Nas próximas edições, Illustrated American introduz textos em suas publicações, perdendo a sua característica de origem. No final da década de 20, o fotojornalismo que mais se destaca é o da Alemanha, onde se concentra o maior número de revistas ilustradas do mundo. Em 1930, a Alemanha conta com uma média de 5 milhões de exemplares semanais para um público de vinte milhões de leitores. Esse fato consolidou definitivamente o fotojornalismo como uma nova forma de comunicação que integra texto e foto na construção da informação, como comenta Ivan Lima (1989, p. 22): 4 A fotografia de imprensa se transformou num meio de informação independente, consciente, agitador e emocionante. O repórter fotográfico se desvencilha de tudo o que é artificial, de tudo o que é vistoso. Eles são os únicos que podem captar a verdade no momento exato do acontecimento. São verdadeiramente os que melhor podem transportar ao local da ação, numa composição aparentemente acidental e sob uma iluminação inadequada. Captam também o estado de alma e as relações mútuas dos protagonistas de suas imagens. Eles também ampliam as fantasias dos leitores que completam a obra com elementos ausentes na foto, porém indissociáveis do assunto fotográfico. Com a ascensão de Hitler ao poder, o fotojornalismo europeu, principalmente o alemão, entra em declínio e os Estados Unidos importam esse estilo de fotojornalismo, fazendo surgir importantes publicações, como a Life, que aparece em 23 de novembro de 1936 e reúne boa parte das principais histórias do fotojornalismo americano, entre elas, a Segunda Guerra Mundial, momento em que a revista organiza uma escola para fotógrafos de guerra e envia seus principais profissionais para registrar os acontecimentos. Assim, Eliot Elisofon esteve no norte da África, Willian Vardivert esteve em Londres durante os ataques aéreos alemães e depois na Índia, Margaret Bourke-White esteve na Itália e na União Soviética, W. Eugene Smith esteve no Pacífico e Robert Capa, que posteriormente morreu num combate na Indochina, cobriu a invasão da Europa. 5 MARGARET BOURKE-WHITE: Louisville, 1937. Reprodução da revista Manchete Especial, 1990, pág.60 Margaret Bourke-White tinha 32 anos quando fotografou a capa e a reportagem principal do primeiro número da revista Life, em 1936. Foi no ano seguinte que fez uma de suas fotos mais famosas, após as inundações do rio Ohio, que mataram 400 pessoas e deixaram milhares sem casa e comida. A justaposição da fila dos desabrigados ao outdoor que exalta o padrão de vida americano é um comentário cruel aqueles anos, de duros constastes sociais. 6 ROBERT CAPA: Omaha Beach, França, 1944. Reprodução da revista Manchete Especial, 1990, pág.60 Robert Capa costumava dizer que “se suas fotos não estão muito boas é porque você não chegou perto o bastante.” Na invasão aliada da Normandia, no dia D, ele estava perto de tudo, até da morte. Aproximou-se da praia de costas, fotografando os soldados que rastejavam nas ondas sob o fogo cerrado dos alemães. “A água estava muito fria e a praia ainda a uns cem metros de distância”, escreveu Capa depois. “As balas faziam buracos na água em volta de mim e corri para o obstáculo de aço mais próximo... Ainda era muito cedo e escuro para boas fotos, mas a água cinzenta e o céu cinzento tornavam muito reais os homenzinhos – esquivando-se debaixo do surrealista aparato anti- invasão de Hitler.” 7 W. EUGENE SMITH: Dr. Ceriani, 1948. Reprodução do livro Modos de Olhar. Nova York, The Museum of Modern Art, 1999, pág. 151 8 Nessa época, por volta de 1932, surge no cenário fotográfico europeu um personagem que iria promover uma nova maneira de se fazer fotografia, de se olhar o próprio fotojornalismo: Henri Cartier-Bresson. Nascido na França do começo do século passado, antes de encontrar a fotografia como sua forma de expressão, Bresson teve uma rica formação artística, estudando pintura e literatura com grandes mestres europeus, se tornando com isso um importante intelectual pertencente ao mais alto mandarinato da cultura francesa. Quando começou a fotografar, Bresson percebeu que todo o enredo de suas histórias acontecia em uma fração de segundo; o tempo em que ele tinha para disparar o obturador e fazer a foto. Para isso, era necessário esperar esse momento, privilegiar esse instante e fazer dele a própria foto. Bresson chamou esse tempo em que tudo acontece na fotografia de “Momento Decisivo”, inaugurando uma nova escola dentro do Fotojornalismo mundial. Mais tarde, Bresson dividiria com Robert Capa a direção da maior agência de Fotojornalismo europeia: a Agência Magnum, que pode contar também com o trabalho do brasileiro Sebastião Salgado,que por muitos anos integrou o grupo de fotógrafos dessa agência, produzindo trabalhos que iriam consolidar definitivamente sua carreira dentro do fotojornalismo. 9 HENRI CARTIER-BRESSON: Saint-Lazare, Paris, França, 1932. Reprodução da revista Photo, no. 349, pág. 77. 10 HENRI CARTIER-BRESSON: Pequim,1959. Reprodução da revista Photo, no. 349, pág. 44. HENRI CARTIER-BRESSON: Ginástica no campo de refugiado, 1947. Reprodução da revista Photo, no. 349, pág. 51. 11 HENRI CARTIER-BRESSON: Tamil Nadu, 1950. Reprodução da revista Photo, no. 349, pág. 50. 12 O FOTOJORNALISMO NO BRASIL O marco inicial do fotojornalismo no Brasil reporta-se à publicação de imagens sobre a comemoração do 4o Centenário do Descobrimento, fato ocorrido em 20 de Maio de 1900, na Revista da Semana, que também se constitui em um marco histórico da imprensa brasileira por ter sido a primeira revista na América do Sul a imprimir clichês em três cores. Numa primeira fase, que vai até a Segunda Guerra Mundial, o fotojornalismo brasileiro limitou-se a publicar fotos posadas e retratos, quase sempre voltadas para reportagens sociais, políticos e esportes. Uma série de revistas compõe a lista de publicações dessa época: O Malho (1902), Kosmos (1904), A Vida Moderna (1905), Fon Fon (1906), Liga Marítima e Careta (1907), A Ilustração Brasileira (1908), entre outras. Nessa divisão genérica, considera-se que a segunda fase do fotojornalismo brasileiro, o momento em que há um impulso não só na fotografia de imprensa, mas no próprio jornalismo do país, coincide com as primeiras invasões hitleristas que deflagraram a Segunda Guerra Mundial. Entre os anos de 1939 e 1945, acompanhando uma onda mundial, o Brasil estampava a Grande Guerra em seus periódicos, utilizando-se para isso de imagens distribuídas pelas agências noticiosas internacionais, como a France Press, International News, United Press, Reuters, Associated Press, e outras. Na década de 50, duas grandes inovações alteram novamente as características básicas do jornalismo brasileiro. A primeira é a introdução, na imprensa brasileira, da diagramação, a pré-paginação, que confere a fotografia um espaço mais definido dentro da página do jornal e, consequentemente, uma importância maior como elemento primordial do jornalismo impresso. Jornais importantes da época, como o Diário Carioca, o Jornal do Brasil, e a Folha de São Paulo se modernizam, remodelando completamente seu formato, dando às suas fotos um lugar de destaque na imprensa diária. 13 A outra inovação fica por conta do equipamento utilizado pela maioria dos fotógrafos: as antigas e pesadas máquinas Speed-Graphic, com chapas 4x5 polegadas e flash que queima a cada foto, são substituídas pelas portáteis e ágeis câmeras Rolleiflex 6x6, de negativo quadrado e focalização no umbigo, as Leicas de 24x36mm, e as modernas e versáteis Nikon com fotômetro embutido. Entre 1945 e 1954, na revista o Cruzeiro era usado as máquinas Rolleiflex, que apesar de permitirem uma nitidez impecável, ofereciam pouca rapidez e presteza na cobertura da notícia em função da sua focalização feita na altura do umbigo, gerando uma perspectiva que não correspondia ao olhar humano, automaticamente produzindo uma fotografia armada, montada e muito pouco espontânea; situação essa totalmente inversa ao que as máquinas Leicas, difundidas no mundo inteiro pelos fotógrafos da agência francesa Magnum, vão fazer no jornal carioca Ultima Hora, de Samuel Weiner, como nos conta Ivan Lima (1989, p. 48): É com a Leica que surge a fotografia espontânea brasileira, introduzida pelo fotógrafo José Medeiros e seguida pelos fotógrafos que compunham a equipe do jornal carioca Ultima Hora, chefiada pelo jornalista Samuel Weiner. O filho mais pródigo dessa safra é o carioca Walter Firmo. 14 JOSÉ MEDEIROS: Grupo de trabalhadores em repouso. Reprodução do livro Em torno da Fotografia no Brasil, pág. 86. 15 Por último, o que viria revolucionar definitivamente o fotojornalismo mundial, e o brasileiro por consequência, é a descoberta do fotômetro, feita pelos japoneses, que consiste no conjunto de células de sulfureto de cádmio introduzido na câmera reflex 35mm que permite ao fotógrafo focalizar o assunto tendo ao mesmo tempo a combinação de diafragma e velocidade corretamente para que a cena fosse fotografada sem erro de medição de luz. Além disso, a mesma indústria japonesa iria, nos anos 60 e 70, aperfeiçoar as lentes grande-angulares e teleobjetivas do tipo reflex, colocando-as a preços baixos no mercado mundial e promovendo mais um avanço na fotografia jornalística, no que diz respeito a uma abordagem mais conceitual do fato: O enquadramento já pronto visto através do visor modificaria totalmente o fotojornalismo. Esse uso da grande-angular acentuou a fotografia expressionista e a facilidade de várias lentes veio facilitar e sobrecarregar a bolsa dos fotógrafos, mas do ponto de vista da fotografia facilitou as suas vidas (LIMA, 1989, p. 49). Paralelo a todo esse desenvolvimento tecnológico que marca o avanço do fotojornalismo a partir da Segunda Guerra Mundial, uma série de revistas e jornais são responsáveis pela evolução do fotojornalismo no Brasil. Assim, temos em 1952 o lançamento da revista ilustrada Manchete, por Adolfo Bloch, que imprimiu um estilo próprio tanto em termos de conteúdo, abrindo espaço para cronistas de renome e correspondentes internacionais, quanto de forma, dando um destaque especial para as fotos e a apresentação gráfica. Ainda no fim da década de 50, a remodelação do Jornal do Brasil incluía um projeto de tratamento das notícias, do texto, dos títulos das fotos, quando os fotógrafos de jornal foram estimulados a fazer qualquer foto desde que fossem boas. Nos anos 60, começa o ciclo das revistas semanais de informação, que tem início com a revista Veja e Leia, posteriormente apenas Veja, que surge em 1968 nos moldes da Revista Time norte-americana, marcada pela injeção de capital norte-americano nos meios de comunicação do Brasil, facilitada pelo golpe militar de 1964 e pelo AI-5 de 1968. No início dos anos 70, a mesma editora Abril cria a revista Realidade, com a proposta de analisar todo mês, 16 vários assuntos de atualidades com a profundidade que o jornal diário não permitia. Seus editores valorizavam a fotografia, incentivando a integração da palavra com a imagem. Vários fotógrafos estrangeiros foram contratados na época, entre eles, Maureen Bisilliat, Claudia Andujar, George Love, David Zwing, que imprimiram à revista um estilo fotográfico próprio, menos preocupado com o flagrante e mais com a interpretação e elaboração técnica. Em 1976 surge a única revista na época capaz de fazer frente a Veja, a revista IstoÉ, produzida por um grupo dissidente da própria Veja. Essa dissidência, que origina a revista IstoÉ e novamente reorganiza o fotojornalismo brasileiro, nasce principalmente por motivos de caráter ideológico, que exigiram uma certa posição dos jornalistas de São Paulo frente aos novos rumos que vinham se delineando no país e com os quais a direção de Veja supostamente não concordaria. Enquanto a Veja seguia a linha norte-americana, onde os jornalistas têm domínio sobre os seus órgãos de divulgação, a nova IstoÉ seguiria os moldes de pensamento das democracias europeias (França, Itália e Alemanha), que abrem a análise a intelectuais, professores, pesquisadores e até cientistas, tornando os meios de comunicação também com bases cientificas (LIMA, 1989, p. 73). Ainda em função da movimentação criada pela revista IstoÉ e no meio fotográfico no Brasil, surgem os grupos independentes de fotógrafos e, posteriormente, a fundação das agências de fotógrafos, onde se destacam dois grandes lideres: Hélio Campos Mello, quelideraria a Agência Central, e Juca Martins, à frente da agência F4, ambos com uma característica muito semelhante que consistia na maneira de fotografar sempre promovendo uma proximidade maior com o assunto fotografado, o que iria influenciar e gerar um novo estilo no fotojornalismo brasileiro. Na sequência, uma outra agência entra para o cenário nacional, a Ágil, capitaneada por Milton Guran, registrando prioritariamente o “retrato do poder”. 17 JUCA MARTINS: Assembléia de metalúrgicos, São Bernado do Campo, 1979. Reprodução do livro Juca Martins Portifólio, pág. 28 NAIR BENEDICTO: Trabalhadoras do sisal, Bahia, 1985. Reprodução do livro Em torno da Fotografia no Brasil, pág. 59 18 CLAUDIA ADUNJAR: Mãe e filho Yanomami, Amazônia. Reprodução do livro Em torno da Fotografia no Brasil, pág. 101 Com a explosão da fotografia independente, desvinculada de uma pauta previamente discutida e orientada, há uma mudança na forma de se fotografar, o que leva ao abandono da foto única. Na época, por exemplo, da primeira greve dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, que foi pacífica, vários fotógrafos de imprensa largaram os seus empregos e foram para São Paulo cobrir as manifestações, conscientes de que fotografariam em detalhes os mais visuais e significativos acontecimentos da história do Brasil daquele período. Foi o caso, entre muitos, do fotógrafo Sebastião Salgado, que na época era cotista da Agencia Magnum, e que veio para São Paulo sem nenhum pedido de reportagem e cobriu toda a greve desde o momento de sua deflagração. Ainda hoje, vivemos sob a influência do fotojornalismo forjado nessa época no Brasil, momento em que todos os jornais e revistas brasileiros e internacionais abriram suas paginas para grandes fatos que mostravam todo esse movimento social, que se constituiu na base das condições políticas e sociais em que se encontra o país nos dias de hoje. Além disso, é fundamental compreender que cada movimento, cada inovação técnica, cada transformação que o fotojornalismo adotou desde seus primórdios, não compõem apenas o 19 seu inventario histórico, mas apontam para a formação da sua própria linguagem. Da mesma forma que a câmera de película 35 mm mudou a forma do fotojornalista construir suas imagens, com um enquadramento mais ágil e versátil, hoje a fotografia digital gera uma verdadeira revolução no ato fotográfico, fazendo o fotografo repensar novamente a agilidade da imagem, seja no momento do flagrante, ou na distribuição do mesmo, o que nos coloca mais uma vez diante de uma nova linguagem fotográfica, observada no fotojornalismo e em todos os segmentos da fotografia. 20 BIBLIOGRAFIA BARTHES, Roland. A Câmara Clara. Lisboa: Edições 70, 1980. ACHUTTI, Luis Eduardo Robinson. Fotoetnografia. Porto Alegre: Tomo/Palmarinca, 1997. BARDI, Pietro Maria. Em torno da Fotografia no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris, 1987. CARAMELLA, Elaine. História da Arte – Fundamentos Semióticos. Bauru: Edusc, 1998. FABRIS, Annateresa. Fotografia – Usos e funções no séc. XIX. São Paulo: Edusp, 1991. FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. Leitura sem palavras. São Paulo: Ática, 1997. 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