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Feridas: Causas e Fatores de Risco

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Feridas 
A ferida pode ser: superficial – afeta apenas estrutura 
da superfície; grave – envolve vasos sanguíneos mais 
calibrosos, músculos, nervos, fáscias, tendões, 
ligamentos ou ossos. 
As feridas são rupturas estruturais ou fisiológicas do 
tegumento, dolorosas devido às extremidades dos 
nervos sensitivos do órgãos, localizados nas áreas de 
intensa vascularização (mãos ou couro cabeludo) 
podendo, assim, apresentar sangramentos intensos. 
Fatores que predispõe: 
• Condições gerais do indivíduo: podem ↓ a resistência 
da pele a traumas, idade, alguns agravos: diabetes 
mellitus, alterações nutricionais e tabagismo. Devido 
ao processo natural de envelhecimento das células, 
surgem várias alterações, bem como: flacidez da 
musculatura e da pele, osteoporose, etc. 
• Processos metabólicos: eles diminuem com a idade, 
tornando a pele menos elástica (↓ de colágeno e 
vascularização = ↓ velocidade de cicatrização), o idoso 
pode apresentar desnutrição. A partir dos 40 anos a 
pele começa a apresentar sinais de involução, e é + 
evidente aos 65 anos → processo de envelhecimento + 
acelerado → desencadeia alterações estruturais, 
funcionais e numéricas dos componentes das 3 
camadas da pele. 
↪ Epiderme: espessura reduzida, ↓ do número de 
fibroblastos, a pele adquire forma adelgaçada, 
enrugada e com perda de elasticidade, a ↓ dos 
melanócitos faz com que os pelos adquiram cor 
esbranquiçada. 
Também se tem alterações no sistema glandular, 
devido à idade, as glândulas écrinas e apócrinas 
atrofiam, as sebáceas hipertrofiam, tornando-se 
hipofuncionantes devido a redução dos níveis de 
androgênios. A pele fica mais seca, com maior risco de 
perda de gordura, surgimento de prurido, dermatite 
asteatósica. 
As células responsáveis pela reposta inflamatória ↓, o 
número de linfócitos respondem com menor 
intensidade aos estímulos bastogênicos e o número de 
anticorpos naturais ↓, modificando a resposta e 
predispõe a infecções. Contudo, ↑ os níveis de 
autoanticorpos, apresentando o surgimento de 
doenças autoimunes. 
• Diabete mellitus: predispõe ao aparecimento de 
feridas, pois favorece as alterações vasculares: 
disfunção microcirculatória não oclusiva e função 
microvascular. 
 → Disfunção microcirculatória não oclusiva: 
envolve os capilares e as arteríolas dos rins, retina e os 
nervos periféricos, alterada pela disfunção estrutural e 
funcional e mecanismos regulatórios. Os vasos mais 
importantes na microcirculação cutânea são os 
capilares superficiais, os quais sofrem alterações com a 
evolução da doença, como: espessamento da 
membrana basal, das células musculares lisas e da 
função endotelial. 
O espessamento prejudica a migração de leucócitos e 
a resposta de hiperemia pós-lesão, ↑ a suscetibilidade 
à infecção. 
A função endotelial é anormal em pacientes 
diabéticos, insulinodependentes ou não, implica na 
hiperglicemia como possível mediadora das respostas 
anômalas dependentes do endotélio. 
A frente de fatores flogogênicos (que produz 
inflamação), a resposta inflamatória dos pacientes 
diabéticos é muito pobre, fazendo com que um 
processo infeccioso se propague facilmente, 
produzindo necrose pela ação do agente injuriante. Na 
ausência de insulina, a ação de fatores de 
permeabilidade é muito limitada. 
Fase inicial da diabetes – principais alterações 
hemodinâmicas funcionais: 
- ↑ do fluxo sanguíneo periférico pelas comunicações 
arteriovenosas, representando uma resposta 
fisiologica normal, para dissipar o calor produzido pelo 
↑ do metabolismo. 
- macroangiopatia: caracterizado por lesões 
ateroscleróticas da coronária e circulação arterial 
periférica, similar a aterosclerose em pacientes não 
diabéticos. 
*DOENÇA MACROVASCULAR OCLUSIVA: 1º artérias 
tibiais e a peroneira entre o joelho e o pé, 40% dos 
pacientes diabéticos com gangrena (morte de tecido 
devido a insuficiência de irrigação sanguínea em uma 
determinada região ou a uma infecção bacteriana) tem 
pulso poplíteo palpável, as artérias do pé estão 
geralmente preservadas. * 
- ↓ da síntese de colágeno e da angiogênese: os 
pacientes podem desenvolver neuropatia periférica 
que reduz a vasodilatação e a sensibilidade protetora. 
- neuropatia: fator essencial na formação de úlcera no 
pé do paciente diabético não isquêmico, pois 
compromete as fibras sensitivas, motoras e 
autonômicas, acarretando perda de sensibilidade 
dolorosa, percepção da temp e da propriocepção, 
atrofia e enfraquecimento dos músculos intrínsecos 
dos pés, ↓ ou ausência da secreção sudorípara. 
O pé neuropático tende a ser quente e seco, os coxins 
adiposo protetores sobre a cabeça dos metatarsos são 
empurrados para frente, deixando a pele seca e 
favorecendo a formação de calosidade dura e rígida 
que contribui para a lesão do pé. Ocorrem 
modificações estruturais e desgaste dos músculos 
intrínsecos, identificados pela perda muscular da parte 
média do pé. 
- obesidade: o individuo obeso apresenta a camada do 
tecido subcutâneo exuberante e, por ser pouco 
vascularizado, recebe um aporte insuficiente de 
oxigênio e nutrientes, sendo fator predisponente para 
o surgimento de lesões, como ulcera por pressão ou 
complicações como deiscências (abertura espontânea 
dos pontos cirúrgicos ou da cicatriz ao longo de sua 
linha de incisão cirúrgica). 
*Avaliação do grau de deficiência proteica: associar 
proteínas totais e fracionadas e à transferrina sérica. 
- albumina sérica: possibilita determinar o estado 
nutricional; valor normal: 3,5 – 5g/dl; pacientes entre 3 
a 3,5 requer acompanhamento contínuo. 
→ a dosagem é um exame importante, pois essaa 
enzima é reduzida drasticamente na desnutrição e nos 
quadros inflamatório, agudos e crônicos; valores: 220 
e 400 g/dl. 
- hemograma: destaca-se o valor da hemoglobina (Hb), 
é o principal componente das hemácias e serve para o 
transporte de oxigênio e dióxido de carbono. É 
composta de aminoácidos – formam proteína única → 
globina e heme, a qual contem átomos de ferro e 
pigmento vermelho (porfirina) que combina facilmente 
com O2 e confere ao sangue sua cor vermelha. Cada 
grama de Hb pode transportar 1,34ml de O2, valores: 
adulto – 12 a 16 na mulher, 14 a 17,4 no homem. O 
valor maior do que 20 acarreta a obstrução dos 
capilares, em virtude de hemoconcentração. 
• Hipovitaminose C: a vit C participa de diversos 
processos metabólicos como cofatores de hidroxilases: 
síntese de colágeno, dos mucopolissacárides da 
substancia fundamental, da epinefrina, dor 
corticosteroides e dos ácidos biliares. Além do fator 
enzimático, participa dos processos de óxido-redução, 
↑ a absorção de ferro e a inativação de radicais livres. 
A vit C ativa certas enzimas, favorecendo a hemostasia, 
a impermeabilização das paredes capilares e a 
participação da síntese da matriz óssea. Valor normal: 
0,8 mg/dl; deficientes: menor que 0,2 mg/dl; baixo 
risco: 0,2 a 0,3. 
• Fumantes: fumar reduz a tensão de oxigênio no 
sangue e no tecido subcutâneo e leva a uma hipóxia 
tecidual que perdura por alguns meses após a 
interrupção do hábito de fumar, decorrente da 
vasoconstrição induzida pela nicotina. 
Feridas mais recorrentes: 
• Úlceras de membros inferiores: diversos processos 
de doença, desordens e deficiências metabólicas 
resultam na formação de úlceras na perna ou no pé. 
→ Úlcera de perna: abaixo do joelho, em qualquer 
parte da perna, incluindo o pé. 
 Características: perda do tegumento, podendo 
afetar o subcutâneo e os tecidos subjacentes, cuja 
causa está, geralmente, relacionada com o sistema 
vascular arterial ou venoso, associado a dor e a ↓ da 
qualidade de vida. 
→ Úlcera venosa: fator etiológico mais comum é a 
insuficiência venosa (90,3%), desencadeada pela 
hipertensão venosa (trombose venosa profunda, 
edema, ascite, anomalia congênita, traumas graves na 
perna), associadas a hipertensão arterial sistêmica(54%), obesidade (20,2%) e diabetes (16,1%). É 
estatisticamente significativa para a predisposição as 
úlceras de perna. Afetam o estilo de vida devido a dor 
crônica ou desconforto, depressão, perda de 
autoestima, isolamento social, inabilidade para o 
trabalho e frequentes hospitalizações ou visitas 
clinicas. 
A insuficiência venosa das extremidades inferiores é 
definida como a inversão do fluxo sanguíneo desde o 
SVNP (sistema venoso profundo) até o superficial, 
implicando na insuficiência valvular das veias 
comunicantes. Há também incompetência na bomba 
do músculo da panturrilha, no qual a pressão venosa, 
durante a deambulação ou os exercícios, não reduz, 
propiciando a ocorrência do fluxo retrógrado. 
Insuficiência venosa crônica: forma isolada ou 
associada de um dos seguintes sinais: veias varicosas, 
edema desencadeado ou agravado pelo ortostatismo 
prolongado (posição ereta do corpo, distúrbio causado 
por estar prolongadamente de pé), distúrbios tróficos 
– dermite ocre (dermatite de estase – inflamação 
cutânea na parte inferior das pernas, causada por 
acúmulo de líquido devido as varizes, problemas de 
circulação ou doença cardíaca; caracterizado pelo 
sangramento ou hemorragia sob a pele), eczema 
(inflamação ou irritação da pele; vermelhidão, coceira, 
descamação, rachadura, pele + áspera e pode ocorrer 
tbm bolhas), angiodermite purpúrica (manchas que 
afetam a pele, causadas pelo extravasamento de 
sangue dos capilares), celulite endurativa, crises de 
linfangites (infecção aguda bacteriana dos canais 
linfáticos periféricos; pode ocorrer febre, calafrios, ↑ 
do vol. dos gânglios) hipodermite ou dermatosclerose 
(esclerodermia: enrijecimento crônico da pele e dos 
tecidos conjuntivos) e úlcera. 
↪ Apresenta bordas irregulares, superficial, tecido de 
granulação imbricado no tecido necrótico amarelo com 
aspecto de rede ou membranoso, base vermelha, 
drena exsudato seroso, de muito volume, 
principalmente quando a perna lesada apresenta 
edema acentuado. Odor desagradável quando a ferida 
está intensamente colonizada ou com infecção, além 
de associado ao relato de dor. A pele adjacente pode 
conter sinais de eczema ou dermatite. 
Tratamento 
Avaliação: entrevista e exame físico, com ênfase na 
avaliação da lesão. Considerar a idade, destreza e 
outras inaptidões, isso influencia no tipo de terapia 
indicada para a melhora do retorno venoso, além de 
confirmar a etiologia venosa da úlcera. 
Ultrassom Doppler manual – para estimativa de índice 
tornozelo-braquial (ITB). Quando há significativo 
comprometimento arterial (ITB < 0,8), são 
contraindicados níveis de compressão elevados. A 
avaliação visa identificar os fatores que interferem no 
processo de cicatrização da lesão e respaldar a 
indicação da terapia compressiva. 
 
Não cirúrgico: inclui além do tratamento da estase 
venosa, o repouso e a terapia compressiva, a terapia 
tópica com escolha de coberturas locais que 
mantenham o leito da ferida úmido e limpo e sejam 
capazes de absorver o exsudato. O controle da infecção 
é feito com antibioticoterapia e a prevenção da 
recidiva. 
O portador de úlcera venosa deverá ter um cuidado 
consistindo na redução da hipertensão venosa com o 
uso de terapia compressiva, com meias compressivas 
ou bandagens elásticas ou inelásticas, contendo 1 ou + 
camadas. 
Quando cicatrizada a lesão, deverá dar ênfase na 
adoção de novos comportamentos, como o uso 
contínuo de terapia compressiva e alternância dos 
períodos de repouso, com caminhadas que visam o 
controle da insuficiência para a prevenção da 
recorrência. 
→ Úlcera por pressão: considerada indicador de 
qualidade de serviços de saúde. 
 Características: área localizada de necrose celular 
que tende a desenvolver-se quando o tecido mole é 
comprimido entre uma proeminência óssea e uma 
superfície dura por um período prolongado, resultando 
em danos nos tecidos subjacentes – tecido subcutâneo, 
músculo, articulações e ossos. 
Outra denominações: úlcera de decúbito – limita-se a 
lesões sobre proeminências ósseas, dado 
confinamento prolongado do paciente no leito; escara 
– utilizado para designar a parte necrótica ou crosta da 
ferida, e não como seu sinônimo. 
 
As úlceras são classificadas em estágios 1, 2, 3 e 4, 
conforme o grau de danos observados nos tecidos. 
↪ Estágio I – alteração observável relacionada com 
pressão na pele íntegra, indicadores comparativos as 
áreas adjacentes ou opostas do corpo podem incluir 
mudanças em uma ou mais das seguintes condições: 
temperatura da pele (aquecimento ou resfriamento), 
consistência tecidual (sensação de firmeza ou de 
amolecimento) e/ ou sensibilidade (dor, prurido). A 
área definida da hiperemia persistente na pele pouco 
pigmentada, em peles mais escuras a úlcera pode 
manifestar-se com tonalidades: vermelho, azul ou 
púrpura. 
↪ Estágio II – perda parcial da pele envolvendo a 
epiderme, a derme ou ambas; lesão superficial como 
abrasão (desgaste por fricção), flictema (elevação 
revestida por epitélio com líquido e bolha com mais de 
1cm) ou cratera rasa. 
↪ Estágio III – perda da espessura total da pele, danos 
ou necrose do tecido subcutâneo, pode se aprofundar, 
não chegando até a fáscia muscular. 
↪ Estágio IV – perda da pele na sua total espessura, 
extensa destruição ou necrose dos músculos, ossos ou 
estruturas de suporte (tendões ou cápsulas de 
articulações). Sua exposição a uma pressão intensa e 
prolongada leva a úlcera de pressão, há redução da 
tolerância dos tecidos à pressão. 
Fatores: exposição da pele à fricção, cisalhamento, 
umidade e qualquer fator fisiológico que afete a 
arquitetura e integridade da estrutura de suporte da 
pele, ↓ a capacidade dos tecidos moles de absorver e 
distribuir a carga mecânica e, assim tolerar a pressão, 
como desnutrição, envelhecimento e a baixa pressão 
arteriolar. 
Cicatrização: 
Fenômeno biológico que tem inicio com uma lesão 
tecidual de qualquer natureza que contribuem para a 
restauração da ferida: regeneração celular, 
proliferação celular e produção de colágeno. 
Quais são os 3 estágios da resposta tecidual às lesões? 
1. Fase inflamatória; 
2. Fase regenerativa ; 
3. Fase reparativa. 
Fase inflamatória 
Processo inflamatório tem início com a morte das 
células do tecido lesão; duração: 72h. 
• Características: ↑ permeabilidade capilar, afluxo de 
leucócitos para o local da ferida e liberação de 
mediadores químicos 
• Ferimento: acompanhado de ↑ pressão 
intravascular em decorrência da formação de trombo 
com a ruptura capilar, por mecanismos reflexos, 
ocorrendo vasoconstrição, ↑ da permeabilidade 
capilar (pequenas vênulas), extravasamento de 
plasma no local da lesão → carrega eritrócitos que não 
têm movimentação ativa. 
• Após o ferimento: leucócitos saem do interior dos 
vasos (diapedese) em direção ao local da lesão; a 
concentração de plasma compõe o exsudato 
inflamatório (rico em fibrinogênio) → que se 
transforma em fibrina com propriedades hemostáticas 
e forma uma rede em malhas com deposição de 
fibroblastos. 
• Ferida dolorosa com apresentação de edema e 
eritema. 
Fase regenerativa 
• Características: formação de tecido de granulação; 1 
a 14 dias. 
1º sinal: migração celular a partir das bordas da ferida 
 ↳ Células marginais tornam-se arredondadas, 
hipertrofiadas e se multiplicam em processo de 
hiperplasia. 
4º dia: estrato granuloso, importante no processo de 
migração epitelial, alinhamento e estratificação celular 
10 dias depois: estrato córneo exuberante 
 ↳ Proliferação endotelial que confere cor 
avermelhada ao tecido de granulação; intensa 
atividade mitótica dos fibroblastos, células 
responsáveis pela secreção das proteínas do tecido 
conjuntivo 
8º dia: ↓ atividade mitótica do fibroblasto, reduzindo 
a secreção proteica e iniciando a produção dos 
componentes da substância fundamentale do 
colágeno. 
 ↳ Substância fundamental – composta por 
mucopolissacarídios, os glicosaminoglicanas, material 
gelatinoso que contem água e eletrólitos, associados a 
produção, orientação e tamanho das fibras colágenas. 
↳ Colágeno – proteína fibrosa produzida pelo 
fibroblasto, responsável pelo preenchimento do 
espaço da ferida com estrutura densa capaz de unir 
firmemente os tecidos lesados. Nessa fase o colágeno 
é o principal componente do tecido conjuntivo 
reposto, a vitamina C é um importante auxiliar no 
processo metabólico da cicatrização da ferida. 
Fase reparativa 
Início no 3º dia e pode durar até 6 meses. 
• Características: ↓ da densidade celular e da 
vascularização da ferida, enquanto ocorre a maturação 
das fibras colágenas. 
O tecido cicatricial previamente formado sofre 
remodelação e o alinhamento das fibras é 
reorganizado para ↑ a resistência do tecido e ↓ a 
espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. 
Etapas da restauração das feridas 
Início: processo inflamatório (regeneração ou 
cicatrização) 
Regeneração: substituição do tecido lesado por células 
parenquimatosas do mesmo tipo, em geral sem 
sequela, enquanto a cicatrização é a substituição da 
perda tecidual por tecido conjuntivo. 
Processo cicatricial: se tem a marginação leucocitária 
– fase inflamatória (2º dia): exocitose de leucócitos 
capilares com objetivo de fagocitar particular 
estranhas e fragmentos teciduais alojados na zona da 
lesão, ao mesmo tempo se tem edema e proliferação 
dos capilares sanguíneos na região afetadas, 
acentuando o rubor visível (vermelhidão) 
Inflamação aguda: predomínio de neutrófilos 
Inflamação crônica: linfócitos mononucleares, 
plasmócitos e alguns macrófagos 
Porção mais superficial: intenso ↑ das mitoses, 
originando células epiteliais para o preenchimento das 
zonas lesadas, fechando e impermeabilizando a ferida 
– ocorrem nas primeiras 24h 
3º dia: início do depósito de colágeno que favorece a 
união fibrosa entre as bordas da ferida. 
↳ Nas 2 semanas seguintes: multiplicação das células 
epiteliais e o acúmulo de colágeno – promovem 
aderência cada vez mais resistente, a cor avermelhada 
da cicatriz tende a empalidecer com a ↓ do número de 
capilares regionais 
Final de 1 mês – cicatriz se encontra recoberta por 
epitélio íntegro. 
Durante o processo de cicatrização (6 meses) – ocorre 
amadurecimento da cicatriz com clareamento e 
alargamento, obedece a capacidade de regeneração da 
célula lesada. 
A capacidade de regeneração depende do tipo de 
célula lesionada: células lábeis – proliferam durante 
toda a vida, substituindo aquelas que são destruídas 
continuamente (mucosa oral); células estáveis – 
reconstituem o tecido quando estimuladas (células 
parenquimatosas dos órgãos glandulares e 
mesenquiamatosa dos fibroblastos), a conservação da 
lâmina basal é essencial para garantir que as células 
sejam reconstituídas de maneira funcional; células 
permanentes – não fazem divisão mitótica após a vida 
uterina (ex: célulsa nervosas, cardíacas e musculares). 
Quais são as modalidades de cicatrização de feridas? 
• Imediata ou por primeira intenção: união das 
bordas, sem infecção nem perda tecidual significativa 
• Mediata ou por segunda intenção: a cicatriz 
processa-se tardiamente, com formação de tecido de 
granulação e posterior epitelização. 
Tipos de cicatrização 
Cicatriz por 1º intenção ou imediata - Tipo de 
cicatrização cirúrgica 
União primária: bordas são aproximadas, edema 
mínio, não há infecção ou corpo estranho. 
Fechamento: rápido, de início com fibrina e formação 
de colágeno – 48h, impedindo a instalação de 
bactérias. 
Tecido de granulação: não é visível. 
Mobilização da lesão: pequena. 
Etapas fundamentais: 
1. Ocorrida a lesão: formação de coagulo, 
estagnação do sangue ou da linfa (estase) e 
liberação de substancia vasoativas 
2. Após 6h: neutrófilos liberam enzimas que 
quebram os restos celulares e eventuais 
agentes invasores 
3. 12h: produção de exsudato e atuação de 
macrófagos 
4. 48h: fibroblastos produzem colágeno para a 
formação da cicatriz 
5. 3º e 5º dia: neoformação vascular, ↓ de 
edema e composição de colágeno 
6. 6 dias: pico da proliferação de fibroblastos, 
reposição de tecido conjuntivo 
7. 10 dias: ferida apresenta boa resistência 
8. 15 dias: realinhamento das fibras, ↑ da 
resistência e ↓ da espessura da cicatriz 
9. 30 dias: resistência tensional é de cerca de 50% 
da resistência original (jamais recupera a 
mesma resistência). 
Cicatriz por 2º intenção ou mediata 
União secundária: ocorre quando há defeito tissular 
significativo e a regeneração das células 
parenquimatosas não é capaz de promover a 
reconstrução da arquitetura original. 
Cicatrização: tardia, muitas vezes com infecção 
associada, formação de tecido de granulação e 
posterior epitelização 
Granulação: caracterizada pela angiogênese 
(brotamento de vasos preexistentes), granulado 
avermelhado 
Fibroblastos ativos: responsáveis pela síntese 
proteoglicanas e colágeno 
Macrófagos: limpeza da ferida 
Características: epitelização de cor rosaea, cicatriz 
composta por fibroblastos fusiformes de aspecto 
inativo, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico, 
matriz extracelular e poucos vasos 
1. Reação inflamatória mais intensa: defeitos 
tissulares grandes com ↑ quantidade de 
fibrina, restos necróticos e exsudato 
2. Maior quantidade de tecido de granulação 
3. Contração da ferida: varia de acordo com o 
local, tipo e profundidade da ferida. 
Fatores que interferem na cicatrização das 
feridas 
• Perfusão e oxigenação dos tecidos – podem 
afetar a distribuição dos nutrientes das células, 
alterações no fluxo prejudicam a capacidade de 
transporte de antibióticos administrados, o 
tabagismo reduz a hemoglobina funcional e causa 
disfunção pulmonar, com redução do aporte de 
oxigênio para as células, atrapalhando o 
fechamento da ferida. 
• Localização da ferida – + vascularização = ↓ 
mobilidade = cicatrização mais rápida 
• Existência de corpo estranho – tendem a 
retardar o processo por serem inertes 
• Medicamentos e radioterapia – ↓ a resposta 
imune adequada, interferem na síntese proteica 
ou na divisão celular, afetando diretamente a 
produção de colágeno, ↑ a atividade da 
colagenase = torna a cicatriz mais frágil 
• Estado nutricional – deficiências nutricionais 
podem dificultar o processo de cicatrização, 
deprimem o sistema imunológico e ↓ a qualidade 
e a síntese do tecido de reparação. 
• Sangramento – o acúmulo de sangue favorece a 
aglutinação de células mortas que necessitam de 
remoção, ocasionando hematomas e isquemias, 
produz dor e retarda o processo de cicatrização. 
• Edema e obstrução linfática – ↓ o fluxo 
sanguíneo e o metabolismo tecidual, facilitando o 
acúmulo de catabólitos e produz inflamação. 
• Infecção – ocorre a colonização quando a ferida 
se mantem livre de tecido necrótico e/ou material 
estranho e é controlada pela ação de neutrófilos e 
macrófagos. A infecção é caracterizada pela alta 
concentração bacteriana, comprometimento do 
local do tecido e do estado geral do paciente. 
• Idade – o envelhecimento ↓ a elasticidade e 
resistência dos tecidos, dificultando a cicatrização 
• Hiperatividade – dificulta a aproximação das 
bordas. 
Avaliação 
Semiologia dermatológica – investigação subjetiva ou 
sintomática da história clinica da doença, conduzida 
pelo exame físico objetivo → inspeção, palpação, 
compressão, utilização de instrumentos. 
Lesões elementares: primárias e secundárias. 
 ↳ Primárias: apresentam mudanças na estrutura da 
pele, não necessariamente originadas de alguma 
alteração anterior. 
 ↳ Secundárias: ocorrem devido a evolução natural de 
comprometimentos já existentes. 
Considerar na avaliação: aspectos normais, possíveis 
alterações naturais relacionadas com a idade, doenças 
sistêmicas, fatores ambientaise as influências 
endógenas do indivíduo. 
Investigação de dados subjetivos: investigação 
sistêmica do histórico do paciente e familiares. 
↳ Considerar: • Nível cultural 
• Alterações neurológicas – nível de consciência e 
distúrbios psiquiátricos 
• Falta de paciência do examinador ou do paciente 
• Desgaste físico ou mental do investigador e/ou 
paciente 
• Estar em ambiente adequado e tranquilo 
Investigação de dados objetivos: realizar o exame em 
local claro, com iluminação natural e artificial; nivelar a 
posição da pessoa e do examinador, evitar a exposição 
excessiva de áreas não necessárias; expor toda a área 
comprometida; obter visão geral e olhar mais de perto 
(ajuda de lupa ou dermatoscópio). 
Anamnese 
Questionamentos pesquisa antecedente familiar 
Há quadro similar na família? 
Pais ou avós são parentes consanguíneos? 
Existe história de eczema, asma ou rinite alérgica? 
Dermatite atópica na família? 
Doenças e cirurgias anteriores? 
Apresentam reações adversas a algum 
medicamento? 
Apresenta ou apresentaram algum tipo de infecção 
ou manifestação? Foi erradicado? 
 
Questionamentos ocupação social e profissional 
Hobbies: investigar as atividades realizadas 
Viagens: viajou para áreas endêmicas nos ultimos 
meses? 
Entrou em contato com plantas? 
Entrou em contato com animais desconhecidos? 
Faz uso de álcool, drogas ilícitas ou está tomando 
algum tipo de medicamento? 
A alteração exacerba-se no ambiente de trabalho e 
melhora nas férias? Começou a desenvolver a 
alteração atual depois da mudança de emprego? 
Habitação: quais são as condições de moradia e 
hábitos de higiene? 
 
Investigação específica 
Alterações da pele: 
 
• Tempo de duração 
• Características iniciais 
• Mudanças apresentadas: ↓ ou ↑ de tamanho? 
• É recidivante? Apareceu em alguma estação 
especial do ano? 
Evolução 
Prurido 
 
• Intensidade – 1 a 10, frequência, duração, local, 
fatores agravantes e de alívio 
Queimação local 
Dor 
 
• 1 a 10, frequência, duração, local, fatores 
agravantes e de alívio 
Ocorrência de vesículas ou bolhas (purulenta, 
hemorrágica) 
Fatores agravantes 
Iniciou alguma medicação nas últimas 2 semanas? 
Apresentou os mesmos sintomas outras vezes? 
Foi submetido a algum procedimento ou usou algo 
que melhorou os sintomas/sinais clínicos? 
Tratamentos realizados anteriormente 
 
• Tópico e/ou sistêmico 
• Utilizou corticosteroides? Por quanto tempo? 
• O medicamento foi prescrito pelo médico, 
balconista da farmácia ou autoprescrição? 
 
Observar: alteração da cor, uniformidade, hidratação, 
higiente, perdas e outras alterações teciduais. 
↳ Unhas: cor, consistência, configuração e aderência 
↳ Cabelos: quantidade, distribuição, cor, textura e 
aderência. 
Inspeção armada – lâmpada de Wood 
↳ Auxilia no diagnóstico de distúrbios pigmentares, 
como: 
• Vitiligo, acromias e albinismo – nítidos com coloração 
branco-fluorescente 
• Hipocromias: cor branco-pálida 
• Eritrasma: vermelho-coral devido a porfirina na 
infecção 
• Melasma: avaliar a localização da melanina; 
superficial = escuro, profundo = mais claro 
• Pitiríase versicolor: róseo-dourada, avaliar extensão 
da afecção. 
Vitropressão ou diascopia 
↳ Auxilia na diferenciação do eritema da púrpura. 
Pressiona-se uma lâmina sobre a lesão, provocando 
isquemia (↓ da irrigação sanguínea). A púrpura 
manterá sua coloração e o eritema permanecerá com 
pigmentos de melanina e áreas translúcidas de 
coloração castanha. 
Prova do Laço 
↳ Verificar a fragilidade capilar e/ou alterações 
plaquetárias. 
Sinal de Nikolsky 
↳ Diagnóstico de patologias bolhosas. Realiza-se 
digitopressão sobre a pele e desliza o dedo mantendo 
a pressão. 
Positivo = a pele se desloca e há formação de bolha, o 
deslocamento da pele evidencia acantólise (separação 
da camada espinhosa da epiderme), encontrada no 
pênfigo (doenças caracterizadas pela formação de 
bolhas na pele e mucosa, consideradas doenças 
autoimunes). 
Sinal de Darier 
↳ Surgimento de urtica (irritação cutânea caracterizada 
por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como 
vergões, coçam muito) quando se realiza compressão 
linear com ponta obtusa em uma urticária pigmentosa. 
Há liberação de mediadores inflamatórios dos 
mastócitos. 
Palpação 
↳ Verifica-se se há lesões sólidas, localização, volume, 
textura, elasticidade, turgor, espessura e temperatura 
Compressão 
↳ Edema, averigua a existência de sensibilidade 
superficial e profunda, dermografismo, perfusão 
periférica, etc. 
Alterações da cor 
↳ Manchas ou máculas sem relevo ou depressão. 2 
grupos mais comuns: 
• Vasculossanguíneas – resulta de congestão, dilatação 
ou constrição dos vasos sanguíneos da derme, leva ao 
extravasamento de hemácias e acúmulo de 
hemossiderina na pele 
• Pigmentares – depósito de certos pigmentos na 
derme, resultam de ausência, diminuição ou aumento 
de melanina na pele. 
Manchas vasculossanguíneas 
• Eritema: Cor avermelhada por vasodilatação, 
desaparece pela digitopressão ou com uma lâmina de 
vidro (vitropressão). Distinguem-se entre si pela cor, 
extensão e evolução, que pode ser aguda ou crônica. 
• Cianose: congestão venosa ou passiva, pode estar 
associada ou não a hipertermia. A cianose de 
extremidades ocorre quando há m[a perfusão 
periférica ou localizada nos casos de insuficiência 
crônica 
• Rubor: característica rubra desencadeada pela 
vasocongestão ativa ou arterial associada ou não a 
hipotermia. 
• Enantema: acomete mucosas, encontrada em 
farmacodermias e reações alérgicas graves 
• Exantema: eritema generalizado agudo com duração 
relativamente curta, pode ser: morbiliforme – se 
apresenta entremeado com áreas de pele sã; 
rubeoliforme ou escarlatiforme – manchas 
eritematosas de formas variadas e limites bem 
definidos. 
• Eritrodermia: eritema generalizado, crônico e 
persistente, seguido por descamação cutânea. Pode 
ser um sinal do desenvolvimento de farmacodermia ou 
de alguns tumores, como linfoma. 
• Mancha angiomatosa: coloração avermelhada, 
plana, desaparece quase completamente por 
vitropressão. Causada por neoformação névica de 
capilares na derme e a maior parte delas existe desde 
o nascimento. 
• Mancha anêmica: área esbranquiçada originada por 
agenesia vascular, caracteriza mancha anêmica e exclui 
hipocromia. 
• Telangiectasia: lesão filamentar, sinuosa, 
evidenciada por capilares dilatados na derme. 
Desencadeada pelo uso contínuo de corticoides 
tópicos na pele. 
• Púrpura: mancha vermelha que não desaparece com 
a vitropressão. Sinal clínico de extravasamento de 
hemácias na derme. Definido por petéquias (< ou = a 
0,5cm) e por esquimose (> ou = a 0,5cm). Nos casos em 
que a púrpura se dá como lesão satélite de ulceração 
de membro inferior, pode indicar vasculite. 
Manchas pigmentares 
• Leucodermia: mancha branco-marfim 
• Acromia: falta total de melanina 
• Hipocromia: cor branco-nácar, decorrente da ↓ do 
depósito de melanina 
• Hipercromia: mancha de cor variável; ↑ da melanina 
ou depósito de outro pigmento na pele. Mancha 
melanodérmica – provocada pelo ↑ de melanina. 
Pode se encontrar um aspecto amarelado resultante 
do ↑ da bilirrubina e de outras substâncias que 
pigmentam o estrato de revestimento, como a icterícia 
e a carotinemia – acumulo de pigmento de coloração 
alaranjada encontrado nos alimentos ricos em 
caratenoides, como cenoura e mamão. 
↳ Dermatite ocre ou hipercromia: acúmulo de 
hemossiderina perilesional. 
• Formações sólidas: resultam de processo 
inflamatório ou neoplásico, afetando isolada ou 
conjuntamente a epiderme, a derme ou a hipoderme. 
Vários tipos: 
↳ Pápula: lesão sólida circunscrita e elevada, menor q 
1cm, desencadeada por processo patológico 
epidérmico, dérmico ou misto. Pode-se encontrar 
placas papulosa que se apresentam como lesões 
individuais ou constituem um aglomerado de pápulas. 
↳ Nódulo: lesão sólida circunscrita,elevada ou não, de 
1 a 3cm. Consequente de um processo patológico e 
localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme. 
↳ Nodosidade ou tumor: formação sólida, maior que 
3cm. Processo neoplásico maligno ou benigno 
↳ Vegetação: pápula com aspecto de couve-flor, 
branco-avermelhada, sangra facilmente devido ao 
aumento da camada espinhosa, de cristas epiteliais e 
papilas dérmicas. Pode ser característica de tumor 
exteriorizado ou úlcera de perna que, pelo tempo de 
evolução, tornou-se maligna. 
↳ Urtica: elevação de forma irregular, cor variável do 
róseo ao vermelho, pruriginosa. Resulta da exsudação 
aguda da derme, associada a reações de 
hipersensibilidade e alergias. Quando alcança cm de 
extensão, denomina-se placa urticada. 
↳ Coleções líquidas 
↳ Vesícula e bolha: vesícula menor q 1cm e bolha maior 
q 1. Elevação circunscrita, contendo líquido 
primitivamente claro (seroso), pode se tornar turvo – 
purulento – ou hemorrágico. As vesículas de menor 
diâmetro são encontradas nos casos de herpes, 
dermatite de contato, desidrose e outras. As bolhas 
estão nas dermopatologias bolhosas: pênfigo, 
epidermólise bolhosa, erisipela bolhosa, queimaduras 
de segundo grau, impetigo bolhoso etc. 
↳ Pústula: coleção circunscrita de leucócito, 
preenchida por secreção purulenta. Encontrada em 
impetigos, herpes simples e zoster, acne vulgar, 
foliculite, varicela, pioderma gangrenoso, 
gonococcemia, desidrose, psoríase e rosácea 
infectada, entre outras patologias. 
↳ Abscesso: coleção de pus na pele ou no tecido 
subcutâneo. Circunscrito, proeminente ou não, 
tamanho variável. Pele pode estar ruborizada, com 
hipertermia, flutuação e dor. É possível que esteja 
acompanhado por inflamação local 
↳ Hematoma: coleção de sangue na pele ou no tecido 
subcutâneo, circunscrita, proeminente ou não e de 
tamanho variável. Pode se tornar purulenta, 
caracterizando infecção local. 
• Alterações de espessura 
↳ Queratose: Espessamentoo da pele, aspecto duro, 
inelástico, amarelado, superfície eventualmente 
áspera. Causado pelo espessamento da camada 
córnea. 
↳ Liquenificação: espessamento da pele com formação 
de quadriculado retiforme e aumento da espessura da 
epiderme. Líquen simples é desenvolvido por fricção 
contínua em uma mesma área da pele, prurido crônico 
que estimula a pessoa coçar a mesma região diversas 
vezes/dia. 
↳ Edema 
 Congestivo: relacionado com a insuficiência 
cardíaca 
 Nefrítico: retenção de fluído ocasionado pela 
insuficiência renal ou pelo desequilíbrio 
osmótico 
 Carencial: déficit de proteínas ou elementos 
que regulam os mecanismos vasculares 
 Inflamatório: resultante do estímulo da 
resposta inflamatória local, geralmente 
localizado. 
 Linfoedema: desencadeado pela insuficiência 
dos vasos linfáticos 
Atrofia: adelgaçamento localizado ou difuso na pele, 
que pode estar acompanhado de pregueamento. 
Diminuição da espessura da pele se dá pela redução do 
numero e do volume dos constituintes teciduais. 
• Perdas teciduais: lesões oriundas da eliminação 
exagerada ou da destruição dos tecidos cutâneos 
↳ Escama: massa laminada, fufurácea, micácea, 
foliácea que se desprende da superfície cutânea. 
Decorrente da alteração da queratinização da 
epiderme. 
↳ Erosão ou exulceração: perda superficial da pele que 
afeta somente a epiderme. 
↳ Ulceração: perda da epiderme e derme, 
eventualmente alcançando a hipoderme e os tecidos 
adjacentes 
↳ Fissura ou ragádia: perda linear da epiderme derme 
no contorno de orifícios naturais ou em áreas de pregas 
ou dobras da pele. 
↳ Fístula: canal com pertuito na pele que drena o foco 
profundo de supuração ou necrose 
↳ Crosta: concreção de cor amarelo-clara a esverdeada 
ou vermelho-escura, o qual se forma em área de perda 
tecidual. Resulta do desencadeamento de serosidade 
(milicérica), pus (purulenta) ou sangue (hemorrágica), 
que se misturam com restos epiteliais e ressecam, 
mantendo-se aderidos a pele. Pode mascarar infecções 
cutâneas. 
↳ Escara: área de pele de cor lívida ou preta, limitada, 
resultante de necrose de coagulação tecidual. 
Métodos para Diagnóstico de Feridas 
Técnicas e Exames Especiais 
• Radiação Ultravioleta: auxilia no diagnóstico de 
infecções bacterianas, fungos, leveduras, distúrbios de 
pigmentação e atrofia da pele, tais como: 
↳ Tinia do couro cabeludo: cabelos infectados com 
Microsporum canis ou Microsporum audouinii – 
fluorescência verde-azulada; Trichophyton schoenleinii 
– verde-palha. 
↳ Pitiríase versicolor: róseo-dourada 
↳ Eritrasma: vermelho-coral por uma porfirina 
↳ Infecçoes por Pseudomonas aeruginosa: verde-
amarelada, decorrente da piocianina 
↳ Discromias: ausência total da melanina, como vitiligo 
e albinismo, evidencia nitidamente a lesão, adquire cor 
branco-azulada devido a fluorescência da derme. 
↳ Porfirias: • porfiria cutânea tardia – fezes e urina 
apresentam fluorescência róseo-alaranjada; • porfiria 
eritropoética – dentes róseo-alaranjada; • 
protoeritropoética – hemácias. 
↳ Fármacos e cosméticos: tetraciclinas – amarelada. 
Dentes de pessoas que tomaram a medicação na 
infância ou nos filhos de mães que a ingeriram no 
último trimestre da gravidez. Observada também em 
unhas de adultos que estão tomando o antibiótico. 
• Ultrassonografia Doppler: a análise do fluxo 
sanguíneo possibilita identificar o comportamento 
hemodinâmico das lesões arteriais. Auxilia também na 
realização do índice tornozelo braço (ITB), método 
simples, custo-efetivo e não invasivo para detecção 
precoce de doença arterial obstrutiva. Recomendado 
na prática clínica diária, com objetivo de medir a 
perviedade da circulação arterial dos membros 
inferiores. 
> ITB é calculado dividindo-se o valor da pressão 
sanguínea sistólica da artéria tibial posterior pela 
pressão sanguínea sistólica da artéria braquial. A 
Abaixo de 0,9 – existe componente de insuficiência 
arterial capaz de levar ao desenvolvimento de úlcera e 
prejudicar o processo de cicatrização 
Abaixo de 0,8 – significativo e indica alteração arterial 
importante, a diminuição da luz arterial pode ser o 
motivo do desencadeamento da úlcera. 
Abaixo de 0,5 – sugere lesão profunda, o paciente 
provavelmente apresenta sinais de obstrução arterial 
grave com necrose tecidual, dor intensa e risco de 
amputação grande se não houver revascularização. 
Pacientes com diabetes, por apresentarem 
aterosclerose podem apresentar alterações nos índices 
ITB por enrijecimento da parede arterial, e não 
necessariamente pela diminuição da luz arterial. 
• Oximetria transcutânea: auxilia a verificação da 
perfusão periférica da área acometida pela lesão. A 
falta de oxigenação periférica implica na falência da 
cicatrização. 
• Microscopia: visualização de raspados de pele ou 
tecido do leito ungueal. São tratados com solução de 
hidróxido de potássio e analisados sob a ótica de 
microscopia óptica. A técnica auxilia na visualizaçãoo 
de hifas de fungos e ácaro de escabiose, o qual pode 
ser extraído com uma agulha e visualizado pelo 
microscópio. 
Portadores de úlceras crônicas de membros inferiores 
podem apresentar alta incidência de infcções fúngicas. 
Nas micoses profundas, a cultura em Sabouraud é 
indispensável na esporotricose e dispensável na 
paracoccidiomicose. Nas micetomas deve ser sempre 
feita. 
• Teste de pH: o processo de cicatrização de feridas é 
otimizado em pH ácido. Ulceras crônicas apresentam 
pH > 8,5. O controle do pH do exsudato da ferida ajuda 
a observar a evolução e a eficácia da terapêutica 
indicada. 
• Exame Histopatológico: feita em qualquer dúvida 
diagnóstica ou nos casos em que a lesão é crônica de 
difícil cicatrização. A biopsia da lesão cutânea é feita 
após cuidadosa escolha da lesão, procurando-se 
aquela com mais característica clínica. Se a lesão 
apresentar manifestações clínicas divergentes, deve-se 
considerar a possibilidade de colhermaterial de mais 
de uma área. 
• Teste de avaliação da sensação protetora ou 
punctura: indispensável no diagnóstico de perda de 
sensibilidade, como na hanseníase e diabetes. Deverá 
ser feita com monofilamento. 
• Diascopia: feita com uma lâmina de vidro para 
microscopia ou com a própria lupa, que é pressionada 
firmemente sobre a lesão. Provoca-se uma isquemia 
que possibilita distinguir o eritema da lesão purpúrica. 
• Ultrassonografia: realização de diagnóstico de lesões 
cutâneas e musculoesqueléticas, indicada para 
determinação de área e comprometimento tecidual de 
lesões cavitárias, fístulas, determinação de coleções 
(líquidas), visualização de abscessos e ação de 
coberturas especiais no tratamento de feridas. 
• Tomografia computadorizada: útil para o diagnóstico 
de lesões traumáticas, deiscências cirúrgicas, infecções 
com comprometimento ósseo, como osteomielite e 
acompanhamento da formação do tecido cicatricial 
após exérese de tumores de pele. 
• Ultimação provocada: feita em lineamento com uma 
ponta obtusa ou com a ponta digital, para que 
possibilite avaliar o dermografismo. O sinal de Darier 
caracteriza-se por uma urticação provocada quando se 
comprime as lesões da urticária pigmentosa. 
• Curetagem metódica (Brocq): raspagem da lesão 
escamosa com cureta ou bisturi para estudo das 
características da escama. Útil na distinção das lesões 
escamosas da psoríases, em que ocorrem escamas 
micáceas, brancas (sinal de vela) e um ponteado 
hemorrágico pela retirada total das escamas, 
conhecido como sinal de Auspitz; 
• Descolagem pressionada: realizada por pressão 
tangencial na proximidade de lesões bolhosas para 
pesquisar a acantólise (pera da aderência das células 
malpighianas). A pressão tangencial produz 
deslizamento de parte da epiderme, o que constitui o 
sinal de Nikolsky, encontrado no pênfigo bolhoso e na 
epidermólise bolhosa. 
• Prova do laço ou da fragilidade capilar (Rumpel-
Leede): é colocado em torno do braço ou da perna e 
mantido por 5 min com pressão média entre a sistólica 
e diastólica. Traça-se um círculo de 5cm na região 
anterior do antebraço. Útil para a diagnose de púrpura 
de origem vascular, pelo aparecimento de petéquias. 
Menos q 5 = normal, acima = positiva, indicando 
alteração vascular. 
• Cultura e antibiograma: cultivo de agentes 
infecciosos em meio próprio possibilita a nutrição, 
crescimento e multiplicação. Dependendo do número 
de bactérias, a lesão pode estar infectada ou 
colonizada. 
Antibiograma: teste que verifica a sensibilidade das 
bactérias aos antibióticos, auxiliando na escolha de 
antibioticoterapia eficaz. Só pode ser realizado quando 
a cultura tiver resultado positivo e será executado de 
acordo com recomendações internacionais. Os exames 
de cultura e antibiograma devem ser associados à 
sintomatologia clínica e a outros exames laboratoriais, 
como leucograma, a fim de evitar a utilização de 
antibioticoterapia indiscriminada. 
• Exames laboratoriais: 
 Hemograma completo 
 Contagem de plaquetas 
 Leucograma 
 Proteína total e fracionada e albumina 
 Ureia e creatinina 
 Glicemia 
 Proteína C reativa 
Instrumentos para avaliação 
As feridas são classificadas de acordo com a 
profundidade da perda tissular, ou seja, conforme os 
tecidos lesados ou destruídos. 
Utiliza-se para avaliação de feridas: Sussman Wound 
Healing Tool (SWHT), Bates-Jensen Would Assessment 
Tool (BWAT) ou Pressure Score Status Tool (PSST), Shea 
Scale, Sessing Scale e Wound Healing Scale. 
Avaliação de úlceras por pressão e de perna: Pressure 
Ulcer Scale for Healing – PUSH 
Lesões por fricção: Classificação STAR 
PUSH – fácil aplicação, aplicado em pacientes com 
queimadura. Considera 3 parâmetros: área da ferida, 
relacionada com o maior comprimento e a maior 
largura; quantidade de exsudato (ausente, pequena, 
moderada, grande – 0 a 3). Os subescores ou 
subescalas, ao serem somados, compõe um escore 
total, a variação possível é de 0 a 17. 
↳ Escores maiores – piores condições da ulcera 
↳ Menores – melhora no processo de cicatrização da 
ferida. 
Utiliza tabela para registro dos escores de cada 
parâmetro e o escore total de acordo com a data; 
gráfico para visualizar a evolução dos escores totais e 
folha de instruções para o avaliador. 
Sistema Red/Yellow/Black (RYB) – Classificação de 
feridas que cicatrizam por segunda intenção. São 
classificadas quanto a coloração, frequentemente 
reflete o balanço entre tecidos novos e tecidos 
necrosados. Classifica em: 
• Vermelhas: locais doadores de enxertos, feridas pós-
desbridamento, feridas crônicas em cicatrização, 
predomina o tecido de granulação e novo epitélio. O 
objetivo é favorecer o ambiente úmido, proteger os 
tecidos neoformados e evitar infecção. 
• Amarelas: apresentam exsudato fibroso e seus 
tecidos são desvitalizados, podem estar colonizadas, 
favorecendo a instalação de infecção. O objetivo é 
identificar adequadamente a ocorrência ou não de 
infecção e, nesse último caso, promover o 
desbridamento dos tecidos desvitalizados e estancar a 
infecção, preferencialmente por meio da terapia 
sistêmica. 
• Pretas: necrose tecidual, desnaturação e aumento de 
fibras colágenas e consequente formação de escara 
espessa, cuja coloração pode variar entre castanha, 
marrom e preta. O objetivo é remover o tecido 
necrosado com máxima brevidade, por meio do 
desbridamento. 
MEASURE – sistema de avaliação que compreende os 
principais parâmetros a serem observados 
• M – Measure (medida) – Mensuração da ferida a 
cada curativo ou 1 vez/semana, possibilita a 
constatação da evolução da lesão quanto ao seu 
tamanho. Largura, comprimento e profundidade são 
essenciais. 
• E – Exudate (exsudato) – Características do exsudato 
variam no decorrer do processo cicatricial. Avaliado 
quanto a qualidade, quantidade e odor. Caracterizado 
como: seroso, serossanguinolento, sanguinolento, 
seropurulento e purulento. 
• A - Appearance (aparência) – Classificadas como: 
com necrose, com infecção, com esfacelo, com tecido 
de granulação e com tecido de epitelização. Aparencia, 
leito, tipo e quantidade de tecido indicam o estágio de 
cicatrização e a existência de qualquer complicação. 
• S – Suffering (dor) – Tipo e intensidade 
• U – Undermining (descolamento) – Túneis ou fístula. 
Realizada com auxilio de um contenete estéril para 
medir a extensão do descolamento. 
• R – Re-evaluation (reavaliação) – Monitoramento de 
todos os parâmetros e avanços a cada curativo ou a 
cada 1 ou 2 semanas. 
• E – Edge (borda ou margem) – Indica as condições da 
cicatrização, além de infecção, alergias e excesso de 
exsudato (pele macerada). 
 
↳ Lesão por Fricção: separação da epiderme da derme 
(ferida de espessura parcial) ou separando totalmente 
a epiderme e a derme das estruturas subjacentes 
(ferida de espessura total). 
↳ Pele ou retalho de pele pálido, opaco ou escurecido: 
pode indicar isquemia ou presença de hematoma, o 
que pode afetar a viabilidade da pele ou retalho 
↳ Isquemia: perfusão tissular inadequada evidenciada 
pela palidez, opacidade ou escurecimento. 
↳ Hematoma: coleção de sangue ou coágulos sob um 
retalho ou pele realinhada 
↳ Realinhar: recolocar a pele sem tensão excessiva 
↳ Lesão por ficção linear: fissura ou rompimento da 
pele em linha reta 
↳ Retalho de pele: segmento de pele separado das 
demais estruturas. 
Feridas Cirúrgicas 
A ferida cirúrgica é uma lesão programada e causada 
intencionalmente por um instrumento de corte, na 
maioria das vezes, sem perda de tecido. É uma quebra 
na continuidade de uma pele íntegra e que poderá 
atingir, além das camadas da pele, tecidos, fáscia, 
músculos, cavidades e órgãos. 
Cicatrização 
A cicatrização de uma ferida cirúrgica que ocorre no 
tempo esperado reflete no sucesso do procedimento, 
quando não ocorre, pode significar que a intervenção 
não foi bem-sucedida.Há alterações funcionais em decorrência da idade e da 
espessura da pele, de acordo com as regiões do corpo. 
Outros fatores que tendem a prolongar a fase 
inflamatória e interferir no processo cicatricial: 
obesidade, doenças associadas, complexidade do 
procedimento, tempo cirúrgico prolongado, quebra de 
técnica cirúrgica, procedimento de urgência. 
• Sutura: o fio de sutura tende a provocar uma reação 
tecidual, e quanto maior o seu diâmetro, maior será 
essa reação, o que acontece durante a passagem da 
agulha e do fio. Eventos significativos podem levar a 
um retardo no processo de cicatrização com 
predisposição a infecção, como a infecção do sítio 
cirúrgico, rompimento de uma síntese óssea feita com 
fio ou fita metálica poderá evoluir para uma nova 
intervenção cirúrgica. 
↳ Deiscência parcial ou completa – se dá por 
consequência de uma sutura muito apertada e ↓ da 
vascularização local ou pela má qualidade do material 
utilizado na confecção do fio de sutura. 
Curativos e Coberturas 
Cobertura da lesão – favorece um microambiente 
adequado para a restauração dos tecidos, isolamento 
térmico, proteção da ferida contra o trauma e a 
penetração bacteriana exógena, proteção da pele 
perilesão, promoção do conforto por controle do odor, 
redução da dor e contenção do exsudato. 
Critérios para a cobertura ideal: 
I. Remover excesso de exsudato e componentes 
tóxicos 
II. Manter umidade elevada na interface 
ferida/curativo 
III. Permitir trocas gasosas 
IV. Promover isolamento térmico 
V. Proporcionar proteção contra a infecção 
secundária 
VI. Ser isento de partículas e de substâncias 
tóxicas 
VII. Tornar possível a remoção não traumática 
VIII. Proporcionar conforto ao paciente. 
A aderência de uma cobertura deve ser de acordo com 
a necessidade do paciente 
↳ Coberturas não adesivas: necessárias quando a pele 
ao redor da ferida é frágil ou quando há dor durante a 
troca da cobertura. 
↳ Coberturas autoaderentes: áreas de difícil fixação, 
expostas a efluente ou a umidade e com risco de forças 
mecânicas, como a fricção e o cisalhamento, e em 
regiões como a sacral. 
↳ Filmes transparente e hidrocoloides: adesividade 
prolongada, porém a frequência de trocas e o método 
de retirada devem ser observados com atenção, para 
evitar lesões e pele periferida por atrito e maceração 
↳ Coberturas com baixa espessura, flexíveis e 
elásticas: hidrocoloides, espumas e filmes: adaptam-
se a áreas difíceis, indicados para os pacientes com 
distúrbios na coagulação e dor grave. 
A capacidade de absorção do exsudato da ferida 
influencia a frequência das trocas, provocando um 
impacto significativo no custo total dos cuidados. 
O meio úmido leva a uma ótima reparação tecidual, 
algumas coberturas apresentam componentes que 
atraem células específicas, as quais são primordiais 
para a cicatrização da ferida, como os macrófagos e os 
fibroblastos, podendo acelerar esse processo. 
↳ Coberturas semioclusivas: o meio úmido promovido 
favorece e estimula a fagocitose pelos agentes e 
mecanismos endógenos, combatendo com mais 
eficácia os microrganismos, além de constituir uma 
barreira física contra os agentes externos. 
↳ Coberturas com íon de prata: em caso de infecção, 
atuam contra bactérias e fungos, pela ação bactericida. 
↳ Coberturas desodorizantes: quando o odor é um 
problema, contêm carvão ativado, um agente efetivo 
em reduzir o odor por meio da adsorção. 
A ferida dele ser reavaliada de maneira sistemática, 
uma vez que suas características podem mudar 
rapidamente a medida que essa reparação tecidual 
evolui. 
Classificação 
Classificadas quanto ao tipo de contato com o leito da 
ferida: 
↳ Primárias: diretamente sobre a lesão; 
↳ Secundárias: sobre a cobertura primária.

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