Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Malária Introdução 2 ◉ Citada na era pré-Cristã ◉ No início do século XIX que o termo malária teve origem ◉ Paludismo ◉ Febre palustre ◉ Impaludismo ◉ Maleita ◉ Sezão Classificação taxonômica 3 Reino: Protista Filo: Apicomplexa Ordem: Eucoccidiida Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium Espécies: Plasmodium falciparum Plasmodium vivax Plasmodium malariae Plasmodium ovale 4 Ciclo Biológico Ciclo Exo-eritrocítico Ciclo Eritrocítico Ciclo Esporogônico Transmissão ◉ Inoculação das formas infectantes por fêmeas de mosquitos anofelinos parasitadas com esporozoítos ◉ Transfusão sanguínea ◉ Compartilhamento de seringas ◉ Acidentes em laboratório ◉ Infecção congênita 5 Morfologia 6 Esporozoíto ◉ Alongada ◉ Mede cerca de 11µn ◉ Núcleo central único ◉ Duas camadas de membrana ◉ Complexo apical. ◉ Glândulas salivares do mosquito Morfologia 7 Esquizonte ◉ Resultado de sucessivas divisões celulares do trofozoíto ◉ Massa citoplasmática com milhares de núcleos filhos ◉ Tamanho varia de 30 a 70µm ◉ Hepatócito e Eritrócito Morfologia 8 Merozoíto ◉ Assemelham-se aos esporozoítos ◉ Menores e arredondados ◉ Mede de 1 a 5µm de ◉ Complexo Apical ◉ Pré eritrocítica e sanguínea Morfologia 9 Trofozoíto jovem ◉ Perde o complexo apical ◉ Formato de anel ◉ Dentro das hemácias Morfologia 10 Trofozoíto maduro ◉ Formato irregular ◉ Dentro das hemácias Morfologia 11 Gametocíto ◉ Masculino ◉ Femenino ◉ Alongado ou arredondada ◉ Hemácias Morfologia 12 Oocineto ◉ Forma alongada ◉ Móvel ◉ Mede 10 e 20µm ◉ Núcleo volumoso e excêntrico ◉ Complexo apical Morfologia 13 Oocisto ◉ Estrutura esférica ◉ Mede 40 a 80µm ◉ Estomago do vetor ◉ Produzem os esporozoítos 14 Resistência inata ◉ Resistência a infecção pelo P. vivax na ausência de receptores de grupo sanguíneo Duffy (FyFy) ◉ Eritrócitos falciformes apresentam nível de potássio diminuído causando a morte do parasito ◉ Talassemias desenvolvimento parasitário é impedido ◉ Deficiência de G6PD impede o desenvolvimento, devido a formação de metemoglobina, que é tóxica para o parasito Mecanismos Imunológicos 15 Imunidade adquirida ◉ Recém-nascidos são protegidos de malária grave durante os três primeiros meses: Transferência passiva de anticorpos IgG ◉ Malária grave frequente durante os dois a três primeiros anos ◉ Com o aumento da idade, ocorrem menos episódios de malária ◉ Sintomas nos adultos são menos acentuados e parasitemia baixa: Desenvolvimento de uma imunidade "antiparasito” Mecanismos Imunológicos 16 Equilíbrio Imune ◉ Adquirida lentamente, após anos de exposição em áreas de intensa transmissão ◉ Imunidade mantém níveis de parasitemia abaixo de um limiar de patogenicidade, determinando infecções assintomáticas ◉ Imunidade dependente de exposição contínua, sendo perdida após um ano, na ausência de exposição ◉ Em áreas com baixos níveis de transmissão, crianças e adultos são igualmente acometidos Mecanismos Imunológicos 17 ◉ Durante a fase aguda da malária é desencadeada uma potente resposta imune dirigida contra os diferentes estágios evolutivos do parasito. ◉ Assim, sabe-se que a imunidade naturalmente adquirida é espécie- específica e também estágio-especifica. ◉ São produzidos anticorpos específicos e citocinas: IFN-γ, IL 1 e 6 e TNF-α Mecanismos Imunológicos 18 ◉ O ciclo eritrocítico é responsável pelas manifestações clínicas ◉ A passagem pelo fígado não é patogênica e não determina sintomas Mecanismos que determinam as diferentes formas clínicas: ◉ Destruição dos eritrócitos parasitados ◉ Toxicidade resultante da liberação de citocinas ◉ Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar (P. falciparum) ◉ Lesão capilar por deposição de imunocomplexos (P. malariae) Patogenia 19 Destruição de Eritrócitos parasitados ◉ Presente em todos os tipos de malária ◉ Menor ou maior grau ◉ Participam do desenvolvimento da anemia Patogenia 20 Toxicidade resultante da liberação de citocinas ◉ Ativação de células imunocompetentes que produzem citocinas ◉ Agirão sobre o parasito, mas podem ser nocivas para o hospedeiro ◉ Ruptura do esquizonte liberam metabólitos e hemozoína que induzirão liberação de TNF, IL- I, IL-6 e IL-8: Febre e o mal-estar Patogenia 21 ◉ Citocinas aumentam a produção de óxido nítrico, inibidor da função celular, implicando na ocorrência do coma. ◉ TNF-α induz moléculas de citoaderência, e como consequência lesão endotelial e extravasamento de líquido para o espaço intersticial (alvéolos e glomérulos) ◉ Inibe da gliconeogênese é responsável pela hipoglicemia, responsáveis pela gravidade da malária na gestação Patogenia 22 Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar ◉ Proteínas do parasito induz modificações na superfície dos eritrócitos parasitados formando protuberâncias, permitindo a adesão a parede endotelial dos capilares: Citoaderência ◉ Citocinas (TNF-α) citocinas podem estimular a expressão de moléculas de adesão (ICAM-1, CD36) ◉ O fenômeno de adesão celular também é observado em eritrócitos não parasitados formando as chamadas "rosetas“ Patogenia 23 ◉ A citoaderência e a formação de “rosetas” ocorrem principalmente nas vênulas de órgãos vitais ◉ Responsáveis pelas complicações de malária cerebral, insuficiência renal aguda e hepatite, comuns nos quadros de malária grave. Patogenia 24 Lesão capilar por deposição de imunocomplexos ◉ A lesão glomerular é produzida pela deposição de imunocomplexos e componentes do complemento nos glomérulos alterando sua permeabilidade e induzindo perda maciça de proteína ◉ Glomeronefrite transitória e autolimitada, a qual apresenta-se com síndrome nefrótica Patogenia 25 ◉ Fase sintomática inicial: Mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia ◉ O acesso malárico inicia com de calafrio e sudorese (15 min a 1 hora) ◉ Em seguida: Fase febril (41º) (2 a 6 horas) ◉ Declínio da febre, sudorese profunda, fraqueza intensa e desaparecimento dos sintomas ◉ A febre assume um caráter intermitente relacionado com o tempo de ruptura das hemácias (48 horas para P. falciparum, P vivax e P. ovale e 72 horas para P. malariae) ◉ Padrão mais observado: Febre irregular cotidiana Quadro Clínico 26 Malária Não Complicada ◉ O acesso malárico ◉ Intensa debilidade física, náuseas e vômitos. ◉ A anemia (Mais intensa por P. falciparum) ◉ Quadros prolongados podem produzir manifestações crônicas ◉ Síndrome de esplenomegalia tropical: Volumosa esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia ◉ Hipoglicemia, convulsões, vômitos repetidos, hiperpirexia, icterícia e distúrbio da consciência indica pior prognóstico Quadro Clínico 27 Malária Grave e Complicada ◉ Malária cerebral: Forte cefaleia, hipertermia, vômitos e sonolência. Convulsões em crianças. Evolui para um quadro de coma. ◉ Insuficiência renal aguda: Redução do volume urinário aumento da ureia e da creatinina plasmáticas. ◉ Edema pulmonar agudo: Hiperventilação e febre alta, com grave redução da pressão arterial de oxigênio (Comum em gestantes) Quadro Clínico 28 Malária Grave e Complicada ◉ Hipoglicemia: Níveis de glicose sanguínea inferiores a 30mg/dl ◉ Icterícia: Coloração amarelada da pele e mucosa, em decorrência do aumento da bilirrubina sérica (Hemólise excessiva ou comprometimento da função hepática ) ◉ Hemoglobinúria: Colúria, vômitos biliosos e icterícia intensa. Necrose tubular aguda com insuficiência renal aguda pode levar a morte Quadro Clínico 29 ◉ Grave problema de saúde pública no mundo ◉ Em 2018: 228 milhões de novos casos e mais de 405 mil óbitos. ◉ Maior número de casos: África, ◉ Restante: Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático e Ilhas da Oceania Epidemiologia 30 ◉ No Brasil: A Região Amazônica é considerada a área endêmica ◉ Fora da região Amazônica mais de 80% dos casos são importados ◉ Transmissão residual: Em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES). ◉ A maioria dos casos são causadospelo P. vivax ◉ Em 2003, foi implementado o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) ◉ Objetivos: Reduzir a morbimortalidade da doença e a gravidade dos casos, estimular a interrupção da transmissão, a fim de eliminar a malária e mantê-la eliminada em localidades que conseguirem eliminar Epidemiologia 31 ◉ Queda nos casos a partir de 2010 até 2016 ◉ Em 2017, registrou um aumento ◉ Em 2019, houve novamente uma redução. ◉ O número de óbitos reduziu desde 2005 ◉ Com exceção dos anos de 2009 e 2018 ◉ Em 2019, verificou nova redução Epidemiologia 32 Epidemiologia 33 Diagnóstico Clínico ◉ Os sintomas da malária são inespecíficos ◉ O diagnóstico de certeza só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos no sangue periférico ◉ Preconizado tanto o diagnóstico clínico laboratorial ◉ Situações de epidemia e em áreas de difícil acesso aos serviços de saúde 34 Diagnóstico Laboratorial ◉ Gota espessa corado com Azul-de- metileno ou Giemsa: Mais eficiente para detecção da infecção ◉ Esfregaço sanguíneo corado com Azul- de-metileno ou Giemsa: Mais eficiente para diferenciação morfológica das espécies 35 Diagnóstico Realização do exame: ◉ Análise de 100 campos microscópicos + = 1-10 parasitos por 100 campos ++ = 11-100 parasitos por 100 campos +++ = 1-10 parasitos por campo ++++= mais de 10 parasitos por campo 36 Diagnóstico ◉ Após surgimento da resistência do P. falciparum a cloroquina ◉ A diferenciação dos parasitos tomou-se importante ◉ P. falciparum: Trofozoítos e Gametócitos e Poliparasitismo ◉ P. vivax, P. malariae ou P ovale: Todos os estágios de desenvolvimento 37 Diagnóstico Gametócito Trofozoíto P. falciparum 38 Diagnóstico Gametócito Esquizonte Trofozoíto P. vivax 39 Diagnóstico Gametócito Esquizonte Trofozoíto P. malariae 40 Diagnóstico ◉ Testes rápidos imunocromatográficos: Detecção de antígenos dos parasitos por anticorpos monoclonais ◉ Reação em cadeia da polimerase (PCR) 41 Tratamento ◉ Visa interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. ◉ Proporcionar a erradicação dos hipnozoítos das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias. ◉ Interromper a transmissão em residentes em áreas endêmicas eliminando as formas sexuadas dos parasitos 42 Tratamento Malárias causadas pelo P. vivax, P. ovale e P. malariae ◉ Cloroquina: Ativa contra as formas sanguíneas incluindo gametócitos ◉ Não possui ação contra os hipnozoítas ◉ Necessário a associação de um equizonticida tecidual: Primaquina ◉ Ativa contra os gametócitos de todas as espécies (bloqueaia a transmissão da malária para o vetor). ◉ Age como profilático destruindo os esporozoítos antes da interiorização nos hepatócitos. 43 Tratamento Malárias causadas pelo P. falciparum ◉ Surgimento da resistência a cloroquina ◉ Associação quinina + doxiciclina: Esquema de primeira escolha ◉ Baixa aderência dos pacientes a este esquema ◉ A mefloquina, um esquizonticida sanguíneo em dose única, ◉ O artemeter e o artesunato tem provocado a eliminação dos sintomas e do parasito em menos tempo que a cloroquina, a mefloquina ou a quinina. 44 Tratamento Malárias grave ◉ Indicam-se os derivados da artemisinina como primeira opção. ◉ Após a melhora do paciente, complementa-se o tratamento com outro antimalárico ◉ Mefloquina ou um antibiótico 45 Tratamento Gravidez ◉ Portadora de malária causada pelo P. vivax: Cloroquina ◉ Primaquina deve ser postergado até o final da amamentação. ◉ Portadora de malária causada por P. falciparum: Quinina em monoterapia ou a quinina associada a clindamicina ◉ Mefloquina e os derivados da artemisinina requerem mais informações sobre sua segurança na gravidez. 46 Profilaxia ◉ Manter distância das áreas de risco ao anoitecer ◉ Medidas de proteção individual: Uso de repelentes, telas e mosquiteiros ◉ Combate ao mosquito vetor: Uso de inseticidas ◉ Combate as larvas: Uso de larvacidas ◉ Saneamento básico ◉ Quimioprofilaxia
Compartilhar